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De acordo com Carneiro et al. (2008), materiais compósitos podem ser definidos pela
combinação de dois ou mais produtos que não são solúveis entre si, porém, para alguns
autores, como Ventura A. (2009) não existe uma definição universalmente aceitável, mas
ainda assim reconhece as características da composição desses materiais. Ainda, para
autora a combinação dos compósitos implica na fabricação de duas fases, chamadas e
matriz e reforço, que se resulta num material que possui um melhor desempenho do que
os seus constituintes numa situação específica, originando novos materiais com
propriedades mecânicas melhores. Para Ventura e Teixeira (2009), a matriz é envolvida
pelo reforço em que pode ter em sua composição aditivos, como por exemplo, materiais
de enchimento e aditivos que podem melhorar suas propriedades, como exemplo, pode-
se citar, o material compósito chamado de betão armado considerado não tão frágil como
o cimento e não tão corrosivo como o aço por si só (VENTURA, A., 2009).
Essa combinação de dois ou mais materiais foi importante também no passado para a
evolução das civilizações. E de fato, essas civilizações antigas, tais como Idade da Pedra,
Idade do Bronze e Idade do Aço, foram nomeadas de acordo com o grau de
desenvolvimento relacionado aos materiais.
Inicialmente, os primeiros seres humanos tinham um acesso bem limitado aos materiais
que eram originados da natureza, como: pele, madeira, argila, peles, entre outros
(CALLISTER, 2007).
Exemplo de povos que utilizaram a fibra natural, como material compósito, são os
egípcios. Faziam barcos, velas e cordas com papiro, desde 4000 a.C. A palha é outro
exemplo que é utilizado no reforço de tijolos há mais de 2000 e tal método é empregado
até nos dias atuais. Tais primeiros compósitos foram substituídos por outros mais
resistentes como a madeira e o metal, mas, apenas após a década de 60 o aço foi
empregado em forma de chapas e tubos de diferentes especificações em obras do tipo
residenciais, industriais e comerciais.
Entretanto, nas décadas de 80 e 90 esse metal passou a ser menos usado por uma série de
desvantagens relacionadas à corrosão, alto custo de manutenção, elevado peso e
dificuldades no manuseio (CARNEIRO et al., 2008).
O uso de materiais compósitos tornou-se muito comum na melhoria do desempenho de
aviões militares e veículos espaciais. Com o avanço tecnológico e do estudo dos materiais,
foi descoberto que as propriedades de um material podem ser alteradas através de
tratamentos que envolve a sua temperatura e a adição de novas substâncias. E
antigamente, a utilização dos materiais era um processo na qual era preciso escolher um
material a ser usado de maneira limitada e que se adequava melhor a uma aplicação
(VENTURA, A., 2009).
Assim o conhecimento adquirido ao longo, aproximadamente, dos últimos 100 anos deu
condições de moldar características de boa parte dos materiais, além de desenvolver
milhares de outros materiais diferentes (CALLISTER, 2007).
A autora (Ventura, A., 2009) menciona que a fabricação dos compósitos é um
procedimento que tem o objetivo de atingir valores ótimos de parâmetros tais como
massa, forma força, rigidez, durabilidade, custos, entre outras. Assim o crescimento nas
tecnologias de fabricação de compósitos tem aumentado as possibilidades de melhora e
alteração nesses parâmetros. E se torna de grande importância para as aplicações dos
materiais compósitos em áreas industriais que possui crescente avanço das tecnologias ,
por exemplo, áreas industriais. Uma das maiores e mais importantes aplicações de
materiais compósitos são: na indústria naval (estaleiros e armaduras de navios) e na
construção civil (na construção de pontes metálicas), em que estruturas metálicas são
muito utilizadas para reparação e reforço estrutural com compósitos mais leves e de fácil
aplicação e são mais resistentes a tração.
Para que as indústrias empreguem diversos tipos de materiais em suas aplicações, as
novas tecnologias da produção têxtil estão se tornando cada vez mais importantes. As
pontes com armaduras de aço reforçadas com fibras híbridas são um exemplo,
apresentando como vantagem a elevada resistência a corrosão e o baixo peso. Uma outra
fibra natural utilizada em estofamento de automóveis de padrão internacional são as fibras
contidas no coco, conhecido cientificamente como Cocos nucifera. Destas fibras
lignocelulósicas, as da camada externa do exocarpo do fruto do coco possui grande
potencial para uso em compósitos de matriz polimérica. Nas últimas décadas, estudos e
pesquisas vem sendo realizados para o aproveitamento tecnológico de fibras que podem
ser extraídas de outras partes do coqueiro. (MONTEIRO, 2006)
É dada uma importância maior áqueles materiais ou matérias-primas de fontes renováveis
pois cresce cada vez mais a preocupação com a preservação do meio ambiente. Assim a
procura por fibras naturais que substituem a fibra sintética é de grande interesse, como a
fibra de vidro (VENTURA, A., 2009).
Para (Ventura, A., 2009) a classificação dos compósitos é feita pelo material que compõe
a matriz (fase contínua) que envolve a outra fase chamada de reforço ou fase dispersa. As
propriedades dos compósitos dependem de propriedades físicas e das fases, bem como
suas quantidades relativas e a geometria da fase dispersa.
A fase matriz pode ser: um metal, cerâmico ou polímero; que é a estrutura do compósito
preenchendo os espaços vazios do reforço e mantendo-o na sua posição.
A fase dispersa existe em diversas formas, porém a classificação dos compósitos mais
geral é dada por: particulados, de fibras contínuas e de fibras descontínuas. As principais
características dos constituintes do reforço são proporcionar força e rigidez, apesar de
aumentarem a resistência ao calor, corrosão e condutividade.
Para o reforço ser vantajoso para o compósito, este deve ser mais forte e rígido que a
matriz e a sua troca feita de maneira fácil ao existir qualquer falha. Desta forma a matriz
e o reforço devem interagir para garantir a rigidez do reforço com a ductilidade da matriz.
Como a ductilidade é o grau de deformação de um material até o momento do seu
rompimento, esta deve ser mínima ou nula.
Segundo (Ventura, A., 2009), se o reforço for constituído por fibras, são classificadas em
fibras contínuas ou descontínuas. A diferença entre elas é que as fibras contínuas em que
dispõem-se em feixes paralelos alinhados. As descontínuas são desalinhadas.
Os compósitos constituídos por uma única camada subdividem-se em fibras curtas ou
contínuas já os constituídos por múltiplas camadas subdividem-se em: compósitos
laminados, em que é utilizado um único tipo de fibra na manufatura do compósito, porém
pode apresentar orientações diferentes entre as lâminas; e os compósitos híbridos (ou
sanduíche) em são utilizados dois ou mais tipos de fibras de reforço ou então são
intercaladas lâminas de metais e lâminas de compósitos (NETO; PARDINI, 2006).
Os compósitos obtidos a partir de lâminas, reforçadas com fibras unidirecionais e
bidirecionais tendem a ser mais eficientes estruturalmente do que os compósitos obtidos
com fibras picadas e mantas contínuas (Figura 1c e 1d).
Figura 1: Lâminas com reforço tipo: (a) unidirecional; (b) tecido bidirecional balanceado; (c) fibras picadas; e (d) manta
contínua, submetida a esforços de tração uniaxial longitudinais.
VENTURA, A. M. F. M., Ciência & Tecnologia dos Materiais, Vol. 21, n.º 3/4,
2009
Figura 2: http://www.materia.coppe.ufrj.br/sarra/artigos/artigo10906/