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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB

Discente: Samile de Souza Carvalho

Componente Curricular: História Moderna I

Docente: Me. Marco Antônio julho de 2018

MARTINA, Giacomo. “Problemática Fundamental”; “A Reforma Católica”. In: História


da Igreja: de Lutero a nossos dias. 5ª edição. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 2016,
vol. I, pp 187-202.

Giacomo Martina nasceu em 1924 na cidade de Trípoli (Líbia), mas, desde os


primeiros anos de vida, vivera em Roma e entrou na Companhia de Jesus aos 15 anos.
Além de ser um padre jesuíta foi professor de História da Igreja na Pontifícia
Universidade Gregoriana, em Roma. É autor de várias obras sobre História da Igreja,
entre a quais está “História da Igreja: de Lutero a nossos dias” onde o autor analisa de
forma objetiva e precisa os acontecimentos que marcaram a Igreja Católica desde as
origens do luteranismo até o período que procede o Concílio Vaticano II. Esta resenha se
propõe a analisar os capítulos “Problemática fundamental” e “Reforma Católica” do
mesmo livro.

No capítulo “A problemática fundamental”, o autor inicia sua argumentação com


duas perguntas, que servirão como um suporte para a estrutura do capítulo. Primeiramente
ele irá questionar o cunho puramente reacionário da reforma da Igreja, trazendo estudos
que comprovam a existência de movimentos reformistas antes das reivindicações do
protestantismo e depois irá transmitir um ar de desconfiança sobre a ideia de renovação
da Igreja Católica depois da “contrarreforma”.

As reformas católicas, por mais que provocassem mínima ou nenhuma alteração,


marcaram a trajetória Igreja desde o final do século XV, e isso prova que já nesta época
haviam tensões e inquietações dentro da instituição, o que nos leva a perceber que as
mudanças que ocorreram à posteriori não é somente uma reação aos estímulos do
protestantismo, porém a sua atuação não deve ser ignorada já que à “contrarreforma” não
se encaixa a ideia de um caráter inteiramente espontâneo diferentemente das reformas

1
anteriores ao Concílio de Trento que ao que se pode perceber foram tentativas de reformas
fracassadas.

O V Concílio de Latrão é um exemplo da tentativa de reformar a Igreja Católica


que foi fracassada. Criado por Júlio II em 1512 não com o objetivo de uma grande reforma
interna na Igreja, mas apenas por questões políticas, foi, na verdade, uma tentativa de
diminuir a importância do rei da França pois este último dera início à uma guerra com o
papa. Com a morte de Júlio II o papa Leão X assume a frente do Concílio. Neste Concílio
surgiram dois camaldulenses vênetos, figuras ainda mais destemidas do que Lutero, Paulo
Giustiniani e Pedro Querini, eles foram responsáveis por reivindicarem uma grande
reforma na Igreja e, principalmente, dentro da cúria, a proposta era “purificar o
pontificado da política”1, algumas das mudanças exigidas pelos camaldulenses, como o
fim do fiscalismo curial2, foram aprovadas, mas a cúria, sagazmente, conseguiu criar
brechas que permitiam a prática continuada da acumulação de riquezas.

A renovação significativa da Igreja se deve inicialmente à estímulos internos (o


descaso total alastrado dentro da cúria diocesana, o papado estava corrompido e não
queria abrir mão dos privilégios da vida mundana) que implicou numa Igreja com a
reputação fragilizada e, consequentemente, autoridade ameaçada, foi então o momento
em que surgiu o protestantismo e este foi o influxo externo do qual a “contrarreforma”
precisava.

Para lidar com os impactos do protestantismo, a cúria passou a assumir uma nova
postura em relação a massa popular, o abismo que havia entre o papado e os populares
foi induzido a ser repensado e então Giacomo Martina se propõe a pensar até que ponto
e se realmente existiu uma renovação católica. O autor traz novamente visões que
divergem para dar um panorama mais geral sobre a historiografia do assunto proposto.
Autores como Leopold Von Ranke, Benedetto Croce e Luigi Salvatorelli afirmavam que
a Igreja, para reestabelecer o seu controle sob a Europa, assumiu uma posição mais
política do que religiosa, adotando mecanismos de controle3 que restringiam o
pensamento crítico e criativo, levando à derrubada do Renascimento. Em oposição a esses
questionamentos colocados anteriormente, alguns autores espanhóis, como García

1
MARTINA, Giacomo. História da Igreja de Lutero a nossos dias, pp. 201.
2
Ato de preocupar-se exageradamente com a arrecadação de impostos (atitude que será muito
criticada por Calvino).
3
Criação dos tribunais inquisitoriais que legitimava perseguições, torturas físicas e psicológicas
para tudo o que a Igreja entendia como heresia.

2
Villoslada e Luís de Leon, reconhecendo apenas o vigor religioso como característica
fundamental da “contrarreforma” e negando a censura intelectual.

O autor procura salientar que a todo momento, durante a longa jornada da Igreja
Católica, ela sofreu oposições de naturezas diversas e inúmeras tentativas de reformas.
As mudanças provocadas pela “contrarreforma” ou, para ser mais precisa e fiel ao texto,
pelo Concílio de Trento, foi um movimento historicamente inevitável e, na falta de uma
figura como Lutero, surgiriam outros líderes capazes de provocar impactos similares,
porém, Martina deixa evidente que a “contrarreforma” não foi apenas repressões,
prevenções e tentativas de reafirmação das doutrinas tradicionais, ela contribuiu,
inclusive, para a centralização do poder da Igreja e para a criação de uma doutrina
cristocêntrica.

No capítulo “A Reforma Católica” Giacomo Martina dispõe-se a elucidar


algumas medidas que foram consideradas antes da atuação do “fogo alemão”4 e
desenvolvidas paralelamente a ela. A Igreja ao tentar se renovar e reconstruir
positivamente a sua reputação, procurou se aproximar da população carente e levar a
piedade eucarística para todos, além da centralização do regime que criou as
congregações observantes (que monitoravam de perto e com rigor o cumprimento dos
dogmas religiosos); do nascimento de novos institutos religiosos (ex.: a Companhia de
Jesus5); o trabalho supostamente comprometido dos bispos em suas dioceses e fora delas;
os grupos humanistas cristãos também surgiram nessa época e contribuíram para a
renovação da teoria escolástica; os círculos do evangelismo que pregava a possibilidade
de um culto mais puro e uma religião mais íntima; e, o último e mais complexo item
trazido pelo autor, era sabido que a cúria e o papado precisava de uma reforma, mas fazer
a classe abrir mão dos privilégios da vida mundana era uma tarefa difícil e talvez o maior
alvo de contestações dos reformistas.

4
Expressão utilizada por Giacomo Martina para fazer referência ao protestantismo.
5
Instituição criada desenvolver um trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário mas
acabou tornando-se o maior símbolo de oposição ao protestantismo.

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