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INSTITUTO DE PSICOLOGIA
CAMPUS CORAÇÃO EUCARÍSTICO
ORIENTAÇÃO DE MONOGRAFIA II
Belo Horizonte
2008
Selene Zaidan Leite
Belo Horizonte
2008
AGRADECIMENTOS
Quero expressar minha profunda gratidão a meu marido, meus filhos e minha filha,
que sustentaram horas incontáveis de minha ausência para dedicação ao estudo deste
trabalho.
Quero agradecer à professora Márcia Mendonça Jorge, em especial, que se
prontificou para juntas conhecermos a Psicologia Transpessoal, dando suporte e
credibilidade a meus esforços.
Agradecer à Regina Brostel, médica homeopata, que há quinze anos incentivou-me
a fazer o curso de Psicologia.
Agradecer à professora Joanna Darc por ter-me presenteado com uma obra de
Psicologia Transpessoal na ocasião em que cursei a disciplina que ela ministra atualmente
na Puc Minas.
Agradecer ao professor Douglas, que me forneceu algumas das referências
bibliográficas para esta pesquisa.
Agradecer à sábia colega Mary Jane, psicóloga formada pela Puc Minas, no ano de
2007.
E, enfim, agradecer a todos os autores que me permitiram conhecer a Psicologia
Transpessoal.
“As hipóteses são redes: só quem as lança colhe alguma coisa.”
Novalis
RESUMO
Através desta pesquisa, comprova-se que esta ciência prima por trabalhar com diferentes
níveis de consciência e os concebe como fazendo parte da natureza da mente, porque a
emergência desses níveis de consciência atesta fins terapêuticos. Atesta-se que, com o
estudo da história dessa nova ciência, há muitas contribuições com a Psicologia, pelo
motivo da Psicologia Transpessoal estar inserida dentro de um contexto de mudanças e
ampliações do conceito de paradigma holístico da ciência contemporânea. Reconhece-se
que a ciência clássica, a ciência do racionalismo científico, circunscreve-se apenas ao
estado da consciência de vigília, aquele em que predomina o raciocínio lógico e das
sensações físicas, e também do reducionismo. A ciência do paradigma newtoniano-
cartesiano baseia-se por inteiro nesse estado de consciência. A Psicologia Transpessoal não
se enquadra nos moldes da ciência clássica, pois que estuda as funções intuitivas, a
criatividade, os diversos estados alterados de consciência, onde a realidade vivenciada é a
do mundo psíquico e essa, ligada com todos os seres viventes intra, extracorpóreos ou
extraterrenos, a região onde ocorre uma variedade de experiências difíceis de serem
coordenadas com o plano físico e com as chamadas leis naturais e ligada ao Universo. Daí,
a importância desse trabalho no sentido de apresentar a Psicologia Transpessoal à
comunidade científica da Puc Minas, abrindo espaço para discussão, troca e crescimento.
Through this research we have been able to prove that this science works with different
levels of consciousness and conceives them as part of the mind nature. The emergence of
such levels helps therapeutic purposes. We can also attest that the study of Transpersonal
Psychology contributes to Psychology as this new science is inserted within a context of
changes and enlargements of the holistic paradigm of contemporary science. We
acknowledge that classic science, the science of scientific rationalism embraces only
consciousness states of vigil in which the logical reasoning and physical sensations prevail
as well as reductionism. The Newtonian-Cartesian paradigm science is entirely based on
this state of consciousness. Transpersonal Psychology does not fit into the patterns of
classic science as it studies the intuitive functions, creativity and altered state of
consciousness in which the reality experienced is the one of the psychic world. Such reality
is linked with all living beings, intra, extracorporeal or extraterrestrial, the region where a
variety of experiences occur which are difficult to be coordinated with the physical plan
and the so-called natural laws of the Universe. Hence the importance of this work as a way
to introduce Transpersonal Psychology to the scientific community of PUC Minas, opening
a space for discussion, exchange and growth.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................8
3 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA..........................................................................................32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................65
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................74
8
1 INTRODUÇÃO
Além de satisfazer a um desejo pessoal pelo saber, a pesquisa do tema proposto poderá
trazer ganhos para terceiros, a começar pela Puc Minas, uma vez que este estudo possibilitará
a configuração de uma formação universitária mais completa ao gerar conhecimentos novos.
Finalmente, escrever uma monografia não significa tão-somente atender à exigência
do curso de Psicologia, mas principalmente buscar novos construtos e produzir
conhecimentos a respeito de um tema pouco conhecido, a Psicologia Transpessoal.
1
SALDANHA. Vera. A psicoterapia transpessoal. Campinas: Editora Komedi, 1997.
10
Conforme Koestler (1989), Pitágoras foi quem deu ao orfismo um novo significado,
marcando a intuição religiosa e a ciência racional, unindo-as no conceito de katharsis.
Katharsis que era o conceito central no baquismo, no orfismo, no culto de Apolo de
Delos. Havia um anelo de libertação de várias formas de escravatura; de paixões e tensões do
corpo e do espírito; da morte e do vazio espiritual que tendia a criar explosões emocionais; do
legado dos titãs aos homens e do reacender a divina centelha.
Pitágoras substituiu os ritos purificadores da alma de seitas rivais por uma elaborada
hierarquia de procedimentos catárticos. Foi ele quem purificou o próprio conceito de
purificação.
Nesse contexto, em um nível mais elevado, a catarse da alma se realiza pela
contemplação da essência de toda a realidade, da harmonia das formas, da dança dos números.
(Koestler, 1989, p. 15).
É interessante saber que a palavra theoria deriva-se de theorio “olhar, contemplar”
(thea: espetáculo, theoris: espectador, assistência). Mas, no uso órfico significava “um estado
de fervente contemplação religiosa, no qual o espectador se identifica ao deus sofredor, morre
na morte dele e ressurge na sua ressureição”. (KOESTLER, 1989, p. 15).
À medida que os pitagóricos canalizavam o fervor religioso em fervor intelectual, o
êxtase ritual em êxtase do descobrimento, theoria foi alterando gradativamente o seu sentido
para teoria na acepção moderna.
Acredita-se que, com o progresso do método científico, as teorias passaram a ser mais
objetivas e dignas de fé.
Pelo fim do terceiro século antes de Cristo, estava terminado o período da ciência
grega. De Platão e Aristóteles para a frente, a ciência natural vai decaindo, e os feitos gregos
só irão ser redescobertos um milênio e meio mais tarde na Idade Média.
Sócrates, Platão e Aristóteles irão marcar o próximo período em que ciência e filosofia
ainda não se distinguiam. Surge a racionalidade, a matemática puramente abstrata e a
racionalidade lógica.
Foi Platão (427-347 a.C.) quem afirmou que o processo de conhecimento se
desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o
mundo das idéias e essências. Não há intelecto que não seja fora da alma. (PLATÃO, 1996, p.
20).
Aristóteles de Estagira, pelo contrário, repisava a importância da experiência, empiria,
diante da aperia intuitiva. (KOESTLER, 1989, p. 69).
13
[...] Descartes prescreve como recurso para a construção da ciência e também para a
sabedoria da vida seguir os imperativos da razão que, a exemplo de sua
manifestação, opera por intuições e por análises. [...] A dinâmica inerente às séries
de termos dispostos racionalmente (como as progressões matemáticas) leva à
inevitável explicitação do que está contido no “Se duvido, penso”. Leva ao cogito:
“Penso, logo existo” (Cogito ergo sum). (GRANGER, 1983, p. XVI).
Isaac Newton (1642-1727) foi quem conferiu a Deus uma dupla função como Criador
do mecanismo universal e como seu Supervisor no tocante à manutenção e reparo. (Koestler,
p. 367)
De acordo com Grof (1988), Newton acreditava que o mundo fosse material por
natureza, mas não pensava que sua origem fosse explicada por causas materiais. Deus, a seu
ver, foi quem criou inicialmente as partículas materiais, as forças entre elas e as leis que
governam seus movimentos.
O Universo, uma vez criado, continuaria a funcionar como uma máquina e poderia ser
descrito e compreendido como tal.
Graças a essa revolução, a expressão “Filosofia Natural”, expressão usada até então
para a busca do conhecimento no sentido da conquista da natureza, foi substituída pelo
vocábulo “Ciência” ou “Nova Filosofia”.
Isso ocorreu porque a revolução tecnológica ocasionada pelos seus descobrimentos
não tinha como objetivo a conquista da natureza, mas sua compreensão. (KOESTLER, 1989,
p. 13)
De acordo com Japiassú (1976), é tomada a consciência de que o conhecimento
científico não é, propriamente falando, filosófico.
Com a revolução científica, a filosofia tendeu a desaparecer nas classificações
científicas, assim como as técnicas. Com pequenas variações, a classificação do saber que
havia sido mantida até esse século foi simplificada em: tipo de objeto estudado, tipo de
método empregado e tipo de resultado obtido. (CHAUÍ, 2001, 260).
É importante ressaltar que, sob a influência do paradigma newtoniano-cartesiano,
houve uma fragmentação do conhecimento em disciplinas.
Disciplina, nesse sentido, é usada como sinônimo de ciência, muito embora o termo
disciplina seja mais empregado para designar o ensino de uma ciência, ao passo que ciência
designa mais uma atividade de pesquisa. (JAPIASSÚ, 1975, p. 61).
Chauí (2001) afirma que a classificação do saber costuma ser usada até hoje como a
classificação sistemática das ciências: ciências matemáticas, ciências naturais, ciências
humanas ou sociais, ciências aplicadas. Cada uma das ciências subdivide-se em ramos
específicos com nova delimitação de seu objeto de estudo e do método de investigação.
Nesse nível de compreensão, a idéia de um legislador divino que rege as leis da
natureza e não a Igreja, promoveu um demasiado respeito e autoconfiança à ciência européia.
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Se o universo foi criado por Deus, então é compreensível e pode ser analisado como
uma máquina, para ver como funciona. Ao revelar esse plano, a ciência presta
homenagem ao Criador. O paradigma da ciência ocidental foi tomado para explicar a
ordem da natureza não por ter sido a única ciência, mas porque foi a mais bem
sucedida na combinação de hipóteses matemáticas, seguidas por uma tradição
experimentalista. (KNELLER, 2001, p. 20).
A teologia e a física separaram-se por se enfadarem uma da outra e nada mais terem
que dizer-se. Separada do que antes se chamava filosofia da natureza que hoje
recebe o nome de ciência exata, a teologia continuou o seu rumo especializado,
doutrinário. A era do comando beneditino, franciscano, tomista e jesuíta, em
questões de pesquisa, havia passado. (KOESTLER, 1989, p.365).
À outra parte divorciada, a ciência, com a separação dos caminhos, beneficiou-se por
completo. Livre do lastro místico, pôde se desenvolver de forma estrondosa.
Vale saber que tanto para Newton quanto para Descartes, o conceito de Deus era
elemento essencial em suas filosofias e visão de mundo.
Já no século XVIII, há uma tendência epistemológica e empirista. Tendência
epistemológica no sentido de investigação sobre como as idéias se formam na mente humana
e como as pessoas podem obter conhecimento verdadeiros das coisas
Chalita (2006) descreve que as preocupações dos pensadores do século XVIII eram
diferentes daqueles do início da era moderna. Eles se afastaram das discussões metafísicas e
buscaram aplicar a nova metodologia emprestadas das ciências da natureza em outros campos
de investigação como a moral, a política e a estética. Esses pensadores denominaram a própria
época de Século das Luzes, e o movimento intelectual do qual faziam parte, de Iluminismo ou
Ilustração.
Havia a pretensão de se iluminar as trevas da ignorância, tendo por instrumento a luz
natural a todos os homens, ou seja, a razão.
De acordo com Japiassú (1976), com o advento da ciência moderna há o início de uma
nova antropologia complexa que faz a associação de uma visão objetiva do homem como ser
deste mundo terrestre, ser de natureza material e física, e de uma visão subjetiva da relação do
homem com o conjunto da natureza e consigo mesmo.
Designava-se por antropologia o conjunto das ciências humanas até o século XIX.
Antropologia tem suas raízes do grego. Antro significa homem e logus, razão, pensamento. A
antropologia vai oscilar entre um conhecimento organicista e materialista do ser corporal e
biológico do homem, e um saber espiritualista da vida psíquica, intelectual e moral da “alma”
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humana, ligando os dois de modo mais ou mesmo bastardo no plano da objetividade. Ela se
divide em antropologia social e física. (JAPIASSÚ, 1976, p. 30).
O outro pólo da estrutura do pensamento no desenvolvimento da ciência moderna do
século XVII foi o empirismo, que significa a valorização dos sentidos como fonte primordial,
defendendo que o processo de conhecimento depende de experiência sensível.
Os empiristas criticavam idéias filosóficas baseadas em conceitos abstratos,
intangíveis como os metafísicos. Isso promoveu grande avanço em muitos campos do
conhecimento, instaurando definitivamente as bases da ciência moderna.
Foi a Inglaterra o berço do empirismo moderno. Entre seus principais representantes
estão Bacon, Thomas Hobbes, Johan Looke, George Berkeley e David Hume. (COTRIM,
2002, p. 161).
Sob o ponto de vista de Reale e Antiseri (2005), é na base do positivismo que a ciência
moderna se desenvolve.
Segundo Abbagnano (2007), o positivismo é a romantização da ciência, sua devoção
como único guia da vida individual e social do homem, único conhecimento, única moral,
única religião possível. Esse termo foi empregado pela primeira vez por Saint-Simon, para
designar o método exato das ciências e sua extensão para a filosofia.
O positivismo foi adotado por Auguste Comte para a sua filosofia e passou a designar
uma grande corrente filosófica que, na segunda metade do século XIX, teve numerosíssimas e
variadas manifestações em todos os países do mundo ocidental. (ABBAGNAMO, 2007, p.
376).
O positivismo de Comte possuía idéias do Iluminismo, ou seja, através de um
conhecimento progressivo do mundo, conseguir-se-ia ordená-lo de acordo com a vontade.
De acordo com Chalita (2006), durante as primeiras décadas do século XX, surgiu
um movimento de reação ao positivismo em diversos países da Europa, denominado
Espiritualismo.
Esse movimento pretendia reacender o debate sobre as questões éticas e metafísicas
suprimidas pela doutrina positiva.
A corrente espiritualista afirma que somente por meio da consciência pode-se extrair
os dados da investigação filosófica ou científica, rejeitando o materialismo da época.
Esses dados seriam compostos não só pela reflexão interior do indivíduo, mas
também por seus sentimentos, ideais, morais e religiosos. Henri Bergson (1859-
1941) foi o filósofo de maior destaque desse movimento ao valorizar a intuição
como forma de captar o pleno sentido da realidade. (CHALITA, 2006, p. 362).
de luz, denominando-o fóton, a que está ligada uma energia proporcional à respectiva
freqüência. (BENTON, 1995, p. 98).
Macdonald (1992) assevera que a teoria de Einstein lançou luz à ciência, chegando a
uma lei geral capaz de substituir a explicação de Newton para a maioria dos problemas mais
importantes da física.
Em 1907, Einstein prosseguindo em suas descobertas, publicou um dos primeiros
artigos sobre o assunto que foi a maior descoberta da Física do século XX: a Teoria Quântica.
A teoria dos quanta fornece a Niels Bohr (1885-1962) os fundamentos teóricos para
interpretar o problema da estrutura do átomo e de hidrogênio.
Bohr propõe o termo complementaridade derivado da física quântica. A
complementaridade é a solução do paradoxo partícula-onda. Possui a virtude da inclusividade
e evita a polarização extremista: isto ou aquilo dá lugar a isto e aquilo.
Mas, foi Werner Karl Heisenberg (1901-1976), um dos fundadores da física quântica,
com o princípio da incerteza, que estabeleceu a impossibilidade de determinar com precisão a
velocidade e localização do elétron. (COTRIM, 2002, p. 246).
Capra (1982) relata que uma das principais lições que os físicos tiveram que aprender
no século XX foi o fato de que todos os conceitos e teorias usados para descrever a natureza
são limitados.
Heisenberg afirmou, conforme Capra (1982), que toda palavra e todo conceito, por
mais claros que possam parecer, têm apenas uma limitada gama de aplicabilidade, e as teorias
científicas não estarão nunca aptas a fornecer uma descrição completa e definitiva da
realidade. (HEISENBER apud CAPRA, 1982, p. 74)
É importante saber que, de acordo com Machdonald (1992), Einstein mostrava-se
muito interessado na Teoria Quântica, mas não simpatizava, particularmente, com o elemento
sorte subentendido no Princípio da Incerteza. “Deus não joga dados”, dizia ele.
Para Capra (1982), enquanto a nova física se desenvolvia no século XX, a visão de
mundo cartesiana e os princípios da física newtoniana mantinham sua forte influência sobre o
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Para Lakatos, a ciência é, foi e deveria ser uma competição entre programas rivais
de pesquisa, lançando sua concepção que caracteriza o falsificacionismo
metodológico sofisticado. Este se distingue do falsificacionismo dogmático e do
metodológico ingênuo. A saber que o falsificacionismo dogmático consiste na idéia
de que a ciência se desenvolve por meio de conjecturas ousadas e falsificações
infalíveis, e o falsificacionismo metodológico ingênuo corrige o erro dos
falsificacionistas dogmáticos, sustentando que a base empírica da ciência não é
infalível, como não são incontrovertíveis as hipóteses auxiliares. (REALE e
ANTISERI, 2006, p. 166).
Thomas Kuhn (1922-1996), historiador americano da física, que voltou sua atenção
para a história da ciência, percebeu que os relatos tradicionais da ciência, fosse indutivista ou
falsificacionista, não suportam uma comparação com o testemunho histórico. (CHALMERS,
1993, p. 123).
Grof (1987) explica que cada período da história das idéias e métodos científicos é
reconhecido como um passo lógico de uma aproximação cada vez mais apurada de uma
descrição do universo, como sendo a última verdade a respeito dele.
No entanto, uma análise detalhada da história e filosofia da ciência revela que esta é
uma imagem distorcida e romântica do curso atual dos acontecimentos.
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A teoria da ciência de Kuhn foi desenvolvida como uma tentativa de fornecer uma
teoria mais corrente com a situação da história tal como ele a via. (CHALMERS, 1993, p.
123).
Uma das características chaves de sua teoria é a ênfase dada ao caráter revolucionário
do progresso científico, em que uma revolução implica o abandono de uma estrutura teórica e
sua substituição por outra, incompatível. A progressão da ciência para Kuhn segue-se: pré-
ciência – ciência normal – crise-revolução – nova ciência normal – nova crise. (CHALMERS,
1993, p. 124).
Kuhn afirmou em sua obra A Estrutura das Revoluções Científica que não há uma
comunidade científica sem um paradigma. (REALE e ANTISERI, 1997, p. 162).
Paradigma quer dizer modelo, padrão e exemplos compartilhados. É muito mais que
uma teoria, pois, implica uma estrutura que gera teorias. (CREMA, 1989, p. 18).
Nos dizeres de Kuhn, as revoluções científicas são episódios de desenvolvimento não
cumulativo, nos quais um paradigma mais antigo é total e parcialmente substituído por um
novo, incompatível com o anterior. (KUHN, 1978, p. 125).
A amplitude de uma onda mede sua intensidade. A fase da onda determina seu
relacionamento íntimo com todas as outras ondas. Quando ondas em fase
adicionam-se corretamente, elas formam uma onda única, mais intensa. Duas ondas
de igual amplitude e em fase criam uma onda cuja intensidade é quatro vezes maior
que a de uma só onda. Três ondas em fase criam uma onda única de intensidade
nove vezes maior que a de uma das ondas, e assim por diante. Usando ondas de luz,
os cientistas puderam registrar em película fotográfica os padrões de interferência
produzidos por um objeto quando ele reflete a poderosa energia de um feixe de raios
laser. O registro, em chapa fotográfica, do padrão formado quando as ondas
refletidas no objeto e as ondas do feixe original se combinam no espaço, denomina-
se holograma. Ao se olhar através da chapa de emulsão plana, ver-se-á a imagem
como se estivesse a olhar para o próprio objeto através de uma janela. O objeto real
não se encontra mais presente, isso é que é surpreendente.
(WOLF e TOBEN, 1982, p. 146).
E como Ian Stewart (1997) apropriadamente afirmou: a ciência deve ser ousada,
destruidora de imagens, autosuficiente, mas também, sedutora, fascinante e inovadora.
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3 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
A palavra psique remonta a fontes antigas há vários milênios antes de Cristo. Nessa
época, ela em geral significava a força ou o espírito que animava o corpo ou veículo material.
(WILBER, 2000, p. 8).
O Microsoft Thesaurus conforme Wilber (2000) define psique como “eu”: alma,
espírito; subjetividade; eu superior, eu espiritual, espírito. (MICROSOFT THESAURUS apud
WILBER , 2000, p. 8).
No século XVI, psique foi conjugada a logos, que significa palavra ou estudo, para
formar psicologia: o estudo da alma ou do espírito, conforme aparecem nos seres humanos.
Não se sabe ao certo quem foi que a usou pela primeira vez.
Por volta de 1730, Wolff, na Alemanha, Hartley, na Inglaterra, Bonnet, na França,
todos usavam a psicologia com o significado que a New Princeton Review em 1888 a definia:
a ciência da psique ou da alma. (WILBER, 2000, p. 8).
Nos termos de Foucault (1999), o campo epistemológico que percorre as ciências
humanas não foi prescrito previamente, e nenhuma ciência empírica jamais encontrou nos
séculos XVII e XVIII alguma coisa como o homem; pois o homem não existia.
Conforme Japiassú (1976), as ciências humanas ingressaram na “era da positividade” a
partir de Dilthey que as chamou de “ciências do espírito” .
Japiassú (1976) cita que para Dilthey, a partir do momento em que as ciências
humanas existem como ciências, é inútil discutir sobre seu caráter de cientificidade em nome
de uma teoria preconcebida da ciência.
Sabe-se que, até o século XIX, o destino das ciências humanas estava vinculado ao
destino da filosofia.
Inicialmente, as ciências humanas estavam marcadas por uma mentalidade naturalista.
O homem era visto como ser vivo regido por leis biológicas. Era visto como ser que fala e que
institui uma civilização: a cultura.
Em seguida, a antropologia tendeu a considerar o homem, ao mesmo tempo, do ponto
de vista da natureza que o precede, que o cerca, que o subentende e, do ponto de vista da
ruptura que ele introduz, ultrapassando-a.
Isso contribuiu para que a filosofia passasse do estudo da consciência humana ao
estudo do intercâmbio entre a consciência e o mundo.
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Dessa forma, a psicologia científica, para Foucault (1999), nasce e se desenvolve por
ocasião das transformações científicas, técnicas, econômicas e políticas da sociedade
industrial.
Para Japiassú (1976), a psicologia é uma das mais influentes ciências humanas,
apresentando-se em diversas escolas.
Segundo Schultz e Schultz (1981), no curso da história da psicologia, desenvolveram-
se diferentes escolas de pensamento e, cada uma delas desempenhou um papel vital no
desenvolvimento da ciência psicológica.
2
Elemente der Psycohophsik
3
Grundzüge der Physiologischen Psychologie
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para valores mais éticos, voltadas para a evolução de todos os seres. (SALDANHA, 1997, p.
22).
James considerou que a psicologia teria como objetivo o estudo da adaptação do
homem ao ambiente e enfatizava o pragmatismo.
É importante ressaltar que no decorrer do século XIX, muitos psicólogos pensavam
como Comte, retendo dele o anátema lançado contra as psicologias metafísicas, travestidas,
graças à introspecção, em psicologias pseudo-empíricas.
Nesta perspectiva, desenvolveram-se a partir de 1850, os estudos de psicologia
experimental. As pesquisas de Weber, Fechner e Helmholtz culminam com Wundt na
constituição da psicologia experimental como disciplina realmente independente.
A partir de 1860, a psicologia organiza sua aparelhagem e durante alguns decênios não
pára de progredir nos moldes positivistas até a época do behaviorismo, embora os psicólogos
não compreendessem a significação do “veto positivista”, interditando a constituição de uma
psicologia fundada sobre a observação interna. (JAPIASSÚ, 1976, p. 80)
Ribot e Binet foram os autores que caracterizam o período da psicologia pós-comtiana
e anterior ao surgimento do behaviorismo propriamente dito.
Quanto ao método a ser empregado pela psicologia, Ribot diz que ele consiste na
reflexão e na observação interior. Contrariando Comte e fisiologistas da época,
Ribot acredita que, em psicologia, nada pode substituir o testemunho da consciência.
Embora a reflexão por si só seja incapaz de nos fazer penetrar no espírito do outro,
mostrando a necessidade de se fazer um apelo à observação exterior. Por isso, o
método da psicologia deverá ser ao mesmo tempo subjetivo e objetivo, sendo
aspectos complementares de um mesmo método. (JAPIASSÚ,1976, p. 83).
O behaviorismo surgiu nos Estados Unidos da América, no século XX, com John
Broadus Watson (1878-1958), psicólogo norte-americano, que acreditava que analisando
determinados comportamentos dos animais seria possível compreender determinados
comportamentos humanos. (SCHULTZ E SCHULTZ, 1981, p. 233).
Watson utilizou métodos de investigação em seu laboratório como a observação, com
e sem o uso de instrumentos; os métodos de teste; o método do relato verbal e o método do
reflexo condicionado.
Ivan Petrovitch Pavlov (1849-1936), fisiologista russo, famoso por suas descobertas
acerca dos reflexos condicionados e Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), psicólogo norte-
americano foram os que contribuíram para o desenvolvimento e pesquisa dessa teoria.
(SCHULTZ e SCHULTZ, 1981, p. 222).
Conforme Figueiredo e Santi (2003), outra escola psicológica surgiu no início do
século XX com o nome de psicologia da gestalt, cujo método consiste na descrição dos
fenômenos da percepção e memória tais como aparecem na consciência antes de serem
analisados.
De acordo com Shultz e Shultz (1981), os gestaltistas acreditavam que a psicologia
deveria abordar a consciência a partir da perspectiva da totalidade.
Seus fundadores foram M. Wetheimer (1880-1967), Koffka (1886-1941) e W. Köhler
(1887-1967). O conceito de “gestalt” permite unificar todas as ciências físicas, biológicas e da
cultura, de forma que a psicologia não precisa repartir-se entre elas para existir.
De acordo com Saldanha (1997), a rapidez com que se seguiram os avanços na
psicologia fez emergir, através de Sigmund Freud, a segunda grande força no campo dos
estudos mentais, a psicanálise.
Segundo Schultz e Schultz (1981), num curso de tempo mais ou menos paralelo,
embora sem analogia quanto ao objeto de estudo, aos métodos ou aos objetivos, a psicanálise
decorreu da reflexão filosófica sobre a natureza do inconsciente e das tentativas da psiquiatria
no sentido de tratar dos doentes mentais.
É importante saber que a psicanálise perpassa por entre as escolas de pensamento
estruturalista e funcionalista, ou seja, não havia vínculos de discordância ou concordância
entre Freud e essas escolas.
Freud cria o conceito de inconsciente para dizer daquilo que é fundamental na
subjetividade humana e que não pode ser observado pelos métodos da ciência positivista.
Schultz e Schultz (1981) escrevem que, para se viabilizar a psicanálise como ciência
nos moldes positivistas, vários conceitos de Freud foram submetidos a testes experimentais
40
que obtiveram resultados questionáveis. Isso ocorreu entre as décadas de 1930 e 1940 e, anos
mais tarde, foi realizada uma pesquisa de maior valor, comprovando que nem tudo pesquisado
confirma a teoria psicanalítica como ciência positivista.
Figueiredo e Santi (2003) confirmam que Freud define o inconsciente como o objeto
da psicanálise, o que seria um contra-senso do ponto de vista positivista: o inconsciente por
definição não é um fenômeno positivo no sentido de que “dado diretamente à observação”.
De acordo com Saldanha (1997), Freud teve inúmeros seguidores, sendo que seus
conceitos são amplamente aceitos e dão suporte às outras escolas da psicologia que se
desenvolveram a partir da psicanálise.
Mas também, ressalta-se que Freud teve dissidentes que procuraram evidenciar outros
aspectos da psique. Entre eles, Carl Gustav Jung (1875-1961), que afirmou que além do
inconsciente pessoal, havia também o inconsciente coletivo atuando e influenciando na
manifestação da personalidade do indivíduo.
Jung foi quem resgatou o sentimento do sagrado de um ponto de vista científico, ao
formular o conceito de arquétipo central ou self, responsável na mente pela representação da
totalidade, tanto através da imagem de Deus, quanto da imagem do Universo da física teórica.
(BYINGTON apud COLEÇÃO MEMÓRIA DA PSICANÁLISE, [200 - ?], p. 8).
O conceito de arquétipo de Jung propiciou a abertura dos estudos das culturas antigas
da Índia, da China, do Tibete e do Japão para a psicologia do Ocidente. (BYINGTON apud
COLEÇÃO MEMÓRIA DA PSICANÁLISE, [200 - ?], p. 13).
Sua descoberta reuniu a emoção e a razão na busca da totalidade, característica do
fenômeno humano em todas as expressões da cultura.
É importante ressaltar que o humanismo junguiano transcende permanentemente a
unilateralidade para vivenciar a dualidade na unidade.
Jung foi quem levou em conta as questões sociais da “era traumática englobada na
modernidade industrial” que trouxeram novas doenças da alma. O indivíduo moderno vivia
um fragmento de si mesmo aderido à cultura coletiva, tornando-se frágil e incapaz de pensar
por si próprio. (MARONI apud COLEÇÃO MEMÓRIA DA PSICANÁLISE, [200 - ?], p.
30).
Jacob Levy Moreno (1889-1974) foi outro autor a contestar Freud, Saldanha (1997)
relata, ao afirmar que Freud cometeu um grande erro ao misturar a idéia da divindade com a
imagem do pai na família humana, num referencial antropomórfico de Deus. (MORENO
apud SALDANHA, 1997, p. 27).
41
que cada indivíduo tem de si próprio. (Schwartzman apud Jornal Brasileiro de Psiquiatria,
1986, vol. 35, nº 3).
O sofrimento emocional, para Rogers, é entendido como decorrente das discrepâncias
entre organismo e self.
Focalizando as divergências, de acordo com Figueiredo e Santi (2003), em Freud, não
há lugar para se pensar num self, num “eu” verdadeiro ou numa natureza íntima.
Em elaboração posterior, os primeiros princípios normativos da práxis terapêutica de
Rogers sofisticam-se, colocando-se em primeiro plano não mais a questão da diretividade do
cliente, mas a centralidade da pessoa do cliente no processo terapêutico.
Vale ressaltar que Maslow e Anthony Sutich, mesmo tendo sido bem recebidos nos
meios intelectuais da psicologia humanista, sentiam a falta do aspecto espiritual entre
organismo e self.
É importante saber que conforme Capra (1982), em nível existencial, o dualismo entre
corpo e mente foi superado, mas dois outros dualismos subsistem: o dualismo sujeito versus
objeto, ou self versus “o outro”, e o de vida versus morte. As questões e os problemas
decorrentes desses dualismos são uma importante preocupação das psicologias existenciais .
De acordo com Wilber (1977), com o despertar do conhecimento simbólico, parece
ter surgido uma cisão no universo entre o conhecedor e o conhecido, o pensador e o
pensamento, o sujeito e o objeto; e a consciência mais íntima do ser, conhecedora do mundo
externo, escapa do próprio domínio e continua como o desconhecido, o não mostrado e o
indominável.
A resolução da questão do dualismo sujeito versus objeto requer um estado mental em
que os problemas existenciais individuais sejam percebidos em seu contexto cósmico. Tal
percepção surge em nível transpessoal da consciência. (CAPRA, 1982, p. 362).
Ao tomarem contato com as idéias sobre os aspectos alterados da consciência e
estruturas diferentes, como o estado de vigília de Stanislav Grof (1931-), Maslow e Sutich
tornam-se dissidentes da escola humanista, juntam-se a este e fundam, em 1967, a Psicologia
Transpessoal, chamada por eles de a 4ª Força em Psicologia.
43
Essa nova visão científica começou sua evolução surgindo na década de 60,
impulsionada pelos trabalhos de Jung, Maslow, Roberto Assagioli, Antony Sutich, Stanislav
Grof, Ken Wilber, Pierre Weil entre outros.
Saldanha (1997) afirma que a visão de mundo, na transpessoal, é a de um todo
integrado, em harmonia, onde tudo é energia, formando uma rede de inter-relações de todos
os sistemas existentes no Universo.
Para Capra (1982), o nível transpessoal é o nível do inconsciente coletivo e dos
fenômenos que lhe estão associados, tal como são descritos na psicologia junguiana. É uma
forma de consciência em que o indivíduo se sente vinculado ao cosmo como um todo e pode,
assim, ser identificado com o conceito tradicional de espírito humano.
De acordo com Weil (2003), historicamente, diferentes definições vêm sendo dadas à
Psicologia Transpessoal. A expressão transpessoal significa “além da pessoa” e, pode-se
dizer, genericamente, que ela estuda os estados de consciência, lidando mais especialmente
com a “experiência cósmica” ou os estados ditos “superiores” ou “ampliados de consciência”.
Segundo Saldanha (1997), essa nova ciência tem um caráter transdisciplinar
encontrando ligações com a física quântica e relativista; nas observações de Max Planch,
Albert Einstein, Fritjof Capra e David Bohm, com a teoria dos sistemas de informação; com
os estudos das estruturas dissipativas de Ilya Prigogine, com os campos morfogenéticos do
biólogo Rupert Sheldrake e com os estudos em neonatologia, embriologia, genética e
psiconeuorimunologia.
Sabe-se que no seio da sociedade ocidental, há uma associação direta entre o
materialismo e a ciência, e tudo que concerne ao Espírito é atribuído como sendo uma esfera
de abordagem da religião.
É preciso fazer uma diferenciação entre o espiritual e o religioso, porque a
incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de idéias provém de uma
observação defeituosa de que a ciência fez uso para fugir da superstição e do poder religioso.
De acordo com Rank ((1961), no século XIX, os cientistas quiseram fazer a vida
interior do homem uma área sem mistério e sujeita às leis da causalidade. Foram abandonando
gradativamente a palavra “alma” e começando a falar do “eu”, a estudar como esse eu se
desenvolve no relacionamento inicial da criança com a mãe. (RANK apud BECKER, 218).
A Quarta força da Psicologia surge no sentido de apresentar o paradigma holístico-
transpessoal, que vai ao encontro do vazio existencial no qual a civilização ocidental
encontra-se atualmente, que nasce do distanciamento da própria espiritualidade que foi
lançada pelo paradigma materialista.
44
De acordo com Japiassú (1976), toda psicologia que não leve em conta o homem
como presença no mundo, como subjetividade, como um existente cujo sentido precisa ser
manifestado, só pode ignorar o homem. Conclui-se que haverá tantas psicologias quantas as
perspectivas sobre o homem.
Como a psicologia está sempre sendo tentada a ir além da experiência imediata,
conforme Figueiredo e Santi afirmam (2003), a atualidade pode assistir ao nascimento da
Psicologia Integral, criada por Ken Earl Wilber Jr. (31/01/1949), nascido em Oklahoma
(EUA).
Nesse sentido, conforme Capra (1982), Wilber elabora uma proposta que unifica
numerosas abordagens, ocidentais e orientais, num espectro de modelos e teorias psicológicas
que reflete o espectro da consciência humana. Para ele, os níveis associados a correspondentes
níveis de psicoterapia são: o nível do ego, o biossocial, o existencial e o transpessoal.
O nível transpessoal está localizado na extremidade do espectro da consciência onde
as faixas transpessoais fundem-se no nível do Espírito. É o nível da consciência cósmica, em
que a pessoa se identifica com o universo inteiro.
Embora as tradições místicas e espirituais estejam cônscias dos outros níveis e os
tenham mapeado em grandes detalhes, elas sempre enfatizaram que as identidades associadas
a todos os níveis de consciência são ilusórias, exceto quando se trata do nível final do
Espírito, onde a pessoa encontra sua identidade suprema.
Wilber (1977) assevera que nas faixas transpessoais encontram-se as ocorrências
percepção extra-sensorial da clarividência e da clauriaudiência. Nelas pode-se reviver “vidas
passadas” ou a mente projetar-se em ocorrências futuras. Acontece que o estudo dessas faixas
apavora a maioria das pessoas; a psiquiatria as considera como sinais de uma psique
conturbada.
É interessante saber que, mesmo sendo considerado um fundador da escola da
Psicologia Transpessoal, Wilber se dissociou dela. Em 1998, ele fundou o Integral Institute,
organização que reúne os inúmeros pensamentos nas questões sobre a ciência e a sociedade de
maneira integral.
O jornal alemão Die Welt em 4 de janeiro de 1997, declarou Wilber como "o maior
pensador no campo da evolução da consciência". Segundo muitos formadores de opinião em
filosofia, psicologia e espiritualidade, Wilber seria o maior filósofo da atualidade, ainda não
compreendido em seu tempo, uma vez que desenvolve estruturas e idéias que, quando
reconhecidas e aplicadas, tendem a ampliar a futura visão de mundo, ciência e religião em um
novo paradigma "integral". (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ken_Wilber ).
45
De acordo com Schultz e Schultz (1981), a história da psicologia desvela que, quando
um movimento se formaliza numa escola, ganha um impulso que só pode ser sustado seu
próprio êxito em derrubar a posição estabelecida. Tal fato pôde ser mostrado neste capítulo.
Esse é o progresso constante de qualquer ciência, ou seja, uma busca de níveis cada vez mais
altos de desenvolvimento em contínuo crescimento.
Sendo assim, como Saldanha (2008) assevera, foi necessário um tempo de
amadurecimento da própria psicologia a fim de que a Psicologia Transpessoal pudesse
manifestar-se, trazendo uma dimensão espiritual como parte inerente ao ser humano.
(http://www.alubrat.org. br/artigo_transpessoal.pdf).
46
4 A PSICOLOGIA TRANSPESSOAL
Essa nova visão científica começou sua evolução surgindo na década de 60,
impulsionada pelos trabalhos de Jung, Maslow, Roberto Assagioli, Antony Sutich, Stanislav
Grof, Ken Wilber, Pierre Weil entre outros.
De acordo com Weil (1992), em 1969, surge a primeira revista anunciando ao mesmo
tempo o início da revolução transpessoal e a criação da Associação de Psicologia
Transpessoal dos Estados Unidos.
Inúmeros fatores precederam essa revolução e constituíram sua origem, sendo um
deles o progresso dos meios de comunicação que trouxe para o Ocidente o conhecimento dos
grandes mestres do Oriente, cujas escolas possuem metodologias de transmissão de
experiências que permaneceram intactas.
De acordo com Weil (1992), historicamente, diferentes definições vêm sendo dadas à
Psicologia Transpessoal. Genericamente ela trata do estudo de um estado de consciência em
que se dissolve a aparente fronteira entre o “eu” e o mundo exterior, em que desaparece o que
chamamos de pessoa e surge uma vivência que está além.
Para Saldanha (1997), a Psicologia Transpessoal é definida como o estudo e a
aplicação dos diferentes níveis de consciência em direção à unidade fundamental do Ser. Ela
favorece ao indivíduo a vivência da plena luz, de onde emerge o ser integral, vivenciando um
estado de mente mais lúcido, desperto.
A expressão transpessoal significa “além da pessoa” e, pode-se dizer que ela estuda os
estados de consciência, lidando mais especialmente com a “experiência cósmica” ou os
estados ditos “superiores” ou “ampliados de consciência”.
Segundo Saldanha (1997), essa nova ciência tem um caráter transdisciplinar
encontrando ligações com a física quântica e relativista; nas observações de Planch, Einstein,
49
Capra e Bohm, com a teoria dos sistemas de informação; com os estudos das estruturas
dissipativas de Prigogine, com os campos morfogenéticos do biólogo Sheldrake.
Também há ligações da Transpessoal com os estudos em neonatologia, embriologia,
genética e psiconeuroimunologia.
Conforme Weil (1992), a abertura transpessoal leva fatalmente a uma visão global e
integrativa de todas as disciplinas do conhecimento, evidenciando o espírito holístico que
domina atualmente o movimento transpessoal, no qual físicos, médicos, psicólogos, mestres
de Ioga, filósofos, líderes de escolas místicas, entre outros, trocam suas experiências e
aprendem uns com os outros.
Saldanha (1997) afirma que a visão de mundo, na transpessoal, é a de um todo
integrado, em harmonia, onde tudo é energia, formando uma rede de inter-relações de todos
os sistemas existentes no Universo.
Weil (1992) distingue quatro principais etapas na história da Psicologia
Transpessoal: a fase mística, a fase dos precursores, a fase transpessoal e a fase holística.
1) A fase mística engloba na Índia, os textos sagrados como os dos Vedas, Bhagavad
Gita, os Upanischads, os aforismos de Patanjali. Os sutras e textos tântricos hinduístas ou
budistas que contêm várias descrições da iluminação e dos caminhos obtidos graças à Ioga.
Na civilização judaico-cristã, a Bíblia contém inúmeras descrições de estados
místicos. Cristo referiu-se ao reino dos céus, prenunciando a existência de um potencial
contido no ser humano e capaz de provocar transformação interior e iluminação.
Conhecimentos dos egípcios, sumerianos, helênicos, romanos, e também do Islã que
tiveram seus místicos englobam-se nessa fase.
A Cabala judaica e os hassidims de onde provêm o Rosa Cruz de diferentes
tendências, a Teosofia de Madame Blavatsky e a Antroposofia de Rudolp Steiner incluem-se
nessa fase.
2) A fase dos precursores açambarca o estudo comparativo da experiência mística
feita por William James a si próprio.
A R. M. Bucke, psiquiatra canadense, publicou em 1900 um estudo de 43
depoimentos em seu livro Cosmic Consciousness, trazendo à luz traços diferentes desse
fenômeno como: a experiência da iluminação dita subjetiva, o êxtase, as revelações, o
sentimento de imortalidade, a perda do medo da morte, a perda do sentimento de pecado, o
caráter súbito da entrada nessa vivência e alguns dados pessoais, o caráter carismático
posterior e a transfiguração.
50
e remete a Bergson. O centro no nível da glândula pineal é conhecido pela “terceira visão”
pelos fisiologistas dos batráquios.
O sétimo centro que se situa na parte superior da cabeça, dissolve-se a separação
espaço/exterior e espaço/interior. É, portanto, o centro transpessoal propriamente dito, próprio
das escolas de Maslow, Assagioli, Graf-Durcheim entre outros. (WEIL, 1995, p. 40).
São eles de acordo Wel, D’Ambrósio e Crema (1993):
Unidade é a propriedade do que não pode ser dividido. A unidade cósmica refere-se ao
fim da dualidade, da polaridade, ou/ou. Sujeito e objeto são indissociáveis. Os sentimentos de
tensão e de ansiedade gerados pelo desconhecimento da unidade cósmica levam a uma baixa
da resistência imunológica, a patologias cardíacas, síndromes mentais desde a depressão a
psicose.
Ross assevera, de acordo com Saldanha (1997), que a morte, seja física ou emocional,
é vivenciada através de cinco etapas: negação, revolta, barganha, depressão e aceitação.
(ROSS apud SALDANHA, 1997).
No nível do ego, a pessoa não se identifica com o organismo total, mas apenas com
alguma representação mental do organismo, conhecido como auto-imagem ou ego.
Pensa-se que esse self desencarnado existe dentro do corpo; assim, as pessoas dizem
“Eu tenho um corpo”, em vez de “Eu sou um corpo”. Em certas circunstâncias, tal
experiência, fragmentada do próprio self pode ser ainda mais distorcida pela
alienação de certa facetas do ego, que podem ser reprimidas ou projetadas em outras
pessoas ou no meio ambiente. A dinâmica desses fenômenos é minuciosamente
descrita na psicanálise. (CAPRA, 1982, p. 361).
(1995), afirma que pôde conhecer relatos sobre ela. Por detrás desse tipo de experiência
cósmica há o vácuo, o Universo em sua forma não manifestada.
O Vácuo é definido por Grof (1987) pela experiência subjacente a toda a criação: ele
está além do tempo e do espaço, além de qualquer mudança, além das polaridades, do bem e
do mal, da luz e da sombra, da estabilidade e do movimento, da agonia e do êxtase. É um
estado além de qualquer conteúdo.
Para Saldanha (1997), esses conceitos cartográficos levam à uma nova visão
antropológica e gnosológica na qual a vida revela-se como algo infinito e se mostra através de
distintas mortes e renascimentos.
A morte biológica ou psicológica em uma mesma existência são retratadas na
psicologia transpessoal, resgatando um novo conceito de ego.
Um ego bem estruturado, mas flexível, que se expande e sob certas circunstâncias se
dissipa é forte o bastante para se permitir “morrer” em legítimas experiências do
transpessoal e renascer cada vez mais saudável. Todo esse processo converge
naturalmente para a vivência de unidade – o resgate da percepção de que somos
partes do todo e simultaneamente o todo está em nós. A Separação só ocorre na
dimensão mais concreta dos cinco sentidos. (SALDANHA, 1997, p. 8).
De acordo com Saldanha e Garcia (2008), esse corpo teórico é representado por uma
linha horizontal e outra vertical que se cruzam. O eixo experencial representa a integração da
razão, emoção, intuição e sensação. O eixo evolutivo representa a expressão da dimensão
superior da consciência, o supraconsciente. A intuição é uma função supra-racional.
Em nível terapêutico, é necessário trazer sempre o eixo experencial para que ele
favoreça a emergência dos níveis superiores da consciência.
O discurso linear racional transformado em experiência se faz através da razão,
descrição do fato relatado; da emoção, sentimento que acompanha; intuição, associações
livres; e sensação, como o corpo sente o fato, qual o sintoma, ser o sintoma.
O eixo evolutivo é denominado por Saldanha (1997) de Ordem Mental Superior.
Há um manancial de recursos interiores situado na região do superconsciente, sendo o
eu superior da pessoa inerente a essa região, sendo parte do indivíduo em evolução. Essa
instância psíquica apreende a realidade de forma lúcida, sabe aquilo que é necessário e melhor
para cada um em sua jornada no processo de cura mental e física.
61
Os símbolos da experiência transpessoal são técnicas criadas por Assagioli tidas como
exercícios psico-espirituais ou de meditação, obtendo-se resultados extraordinários.
Para indicar as experiências da via transpessoal, Assagioli utiliza símbolos, quais
sejam: introversão; aprofundamento; elevação; expansão ou ampliação da consciência;
símbolos do despertar; fogo; evolução e desenvolvimento; fortalecimento e intensificação;
amor; caminho, senda, peregrinação; transmutação, sublimação; renascimento-regeneração;
libertação; ressureição e o retorno.
63
A regressão é considerada uma abordagem interativa que deverá ter os sete passos
dessa modalidade para ser considerada uma psicoterapia de orientação transpessoal.
Saldanha (1997) destaca que o homem ainda não alcançou o limiar de sua evolução, e
os processos de abordagem transpessoal favorecem a emergência dessa nova consciência,
mais ampla, sábia, integrada, plena e desperta.
Belo Horizonte, em 1978, foi palco para o Quarto Congresso Internacional de
Psicologia Transpessoal. Stanislav Grof, ao presidir o comitê organizador, sugeriu retirar o
termo psicologia do título do congresso, por considerar o transpessoal como interdisciplinar.
Por conseguinte, o nome atual da Associação Transpessoal Internacional ter sido consolidada
após essa decisão, o que evidencia o espírito holístico que domina atualmente o movimento
transpessoal.
Atualmente, além de dois semestres dedicados à disciplina Psicologia Transpessoal, a
Universidade Federal de Minas Gerais possui nove disciplinas com orientação transpessoal.
Conforme Weil, D’Ambrosio e Crema (1993), ninguém pode pretender supremacia no
exercício de vivência em redes ou transdisciplinaridade, que parte do reconhecimento da
impossibilidade de abranger a realidade a partir de um só domínio, por mais capacitado que
possa ser o seu porta-voz. É preciso adquirir a ética da diversidade.
65
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como poder que transforma e anima tudo no microcosmo, bem como no mundo
exterior, é o hóspede divino do corpo mortal.
Brahman identifica-se com o Eu (atman) o aspecto superior daquilo que no Ocidente
chama-se de alma de um lado (a esfera mutável da psique – pensamentos, emoções e
elementos similares da consciência do ego) e de outro, o Eu anônimo, o Eu com E maiúsculo,
que não é de nenhum modo o ego limitado). (ZIMMER, 2005, p.66).
A experiência transpessoal, descrita pela Psicologia Transpessoal nesta pesquisa, tem
como uma das suas manifestações essenciais uma vivência segundo a qual o todo está em
todas as partes, o que coaduna com o pensamento de Edgar Morin que, ao anunciar o
princípio holográfico, afirma que o mundo está em nosso espírito, e este está em nosso
mundo. (MORIN apud RUMO À NOVA TRANSDISCIPLINARIDADE, 1989, p. 32).
Como Grof (1987) afirmou, a hipótese holográfica não tem a pretensão de solucionar
toda a fisiologia cerebral nem todos os problemas da Psicologia.
Os fenômenos transpessoais que podem mais facilmente ser relacionados com a teoria
holonômica são aqueles que envolvem elementos da realidade objetiva: identificação com
outras pessoas, animais, plantas e realidade inorgânica do passado, presente e futuro.
Como espaço e tempo estão contidos no domínio holográfico, haveria compatibilidade
com a observação de que experiências transpessoais desse tipo não estão ligadas pelas
limitações espaciais ou temporais comuns.
Viu-se no transcorrer da pesquisa que o corpo teórico da Psicologia Transpessoal foi
construído por psicólogos, psicanalistas, filósofos, psiquiatras e pessoas interessadas
efetivamente em contribuir para a formação do psicólogo em direção a uma espiritualização,
sempre tendo como enfoque as questões científicas e não religiosas, mas que certamente
contribuíram para pensar o homem, a sociedade e a ciência.
A Psicologia Transpessoal, através do estudo da cartografia da consciência, coaduna
seu conhecimento com o pensamento de William James, que definiu a Psicologia como sendo
a descrição e explanação sobre os estados da consciência, criando critérios da inefabilidade
em que as palavras são limitadas para descrever a dimensão da experiência das ditas
experiências místicas.
A partir desta pesquisa comprova-se que a Psicologia Transpessoal prima por trabalhar
com diferentes níveis de consciência e os concebe como fazendo parte da natureza da mente
humana, porque a emergência desses níveis de consciência podem ter fins terapêuticos.
72
Atesta-se que com o estudo da história dessa nova ciência há muitas contribuições
com a Psicologia, pelo motivo da Psicologia Transpessoal estar inserida dentro de um
contexto de mudanças e ampliações de conceitos da ciência.
A partir de todo este estudo, reconhece-se que a ciência clássica, a ciência do
racionalismo científico, circunscreve-se apenas ao estado da consciência de vigília, aquele em
que predomina o raciocínio lógico e das sensações físicas, e também do reducionismo.
Como, pela pesquisa, pôde-se observar que a crise de fragmentação que ameaça a
existência do homem no Planeta encontra-se na dualidade de base sujeito-objeto, própria do
paradigma newtoniano-cartesiano, são citados os principais documentos que encorajaram a
desenvolver uma teoria que constitui hoje a base de pesquisa, ensino e ação da Universidade
Holística Internacional que são: a Declaração de Veneza da Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura - Unesco (1986) que afirmou que a ciência chegou aos
confins e recomenda-se o desenvolvimento da transdicisplinaridade; a Declaração de
Vancouver da Unesco (1990), que reforça os termos da de Veneza, evidenciando o caráter
urgente em relação à sobrevivência da vida na Terra; e a Carta Magna da Universidade
Holística Internacional (1986) que anunciou o novo paradigma emergente onde a visão em
que o todo e cada uma das sinergias estão ligados.
Weil, D’Ambrosio e Crema (1993) relataram que a abordagem holística da realidade é
transdisciplinar e que, na Universidade Holística de Brasília, foi definida como
transdiciplinaridade o encontro de várias áreas do conhecimento entre cientistas e artistas,
poetas, filósofos e místicos, todos os “exilados” do império da razão.
O verdadeiro estado transpessoal é de natureza holística, abrangendo o mundo relativo
e dualista pessoal, e o estado absoluto transpessoal, eliminando a última dualidade. Os
mundos interior e exterior são vistos ao mesmo tempo como dimensões sagradas da pessoa e
que vão além de, através delas em suas relações na dimensão transpessoal.
Assim sendo, todos esses princípios expressam a visão holística e levam em conta
tanto as hipóteses advindas das descobertas mais recentes da ciência, quanto das descrições da
vivência transpessoal por seres privilegiados.
Vale ressaltar que, atualmente, além de dois semestres dedicados à disciplina
Psicologia Transpessoal, a Universidade Federal de Minas Gerais possui nove disciplinas
com orientação transpessoal.
Conforme Weil, D’Ambrosio e Crema (1993), ninguém pode pretender supremacia no
exercício de vivência em redes ou transdisciplinaridade, que parte do reconhecimento da
73
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