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Cap“tulo

Projeto Brasil D no DF:


um estudo de caso da construção de
narrativas interativas para televisão

Raphael Irerê Almeida


Leite

Introdução 175. Middleware é um


programa de compu-
tador utilizado para
O Projeto Brasil 4D fez parte das ações do Projeto Operador de Rede permitir a troca de
dados entre softwares
Nacional de Radiodifusão Pública Digital Interativa (RNRPDI), coorde- de diferentes lingua-
gens de programação
nado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), empresa gestora dos e em sistemas ope-
canais públicos de radiodifusão do Governo Federal. Esse projeto teve racionais diversos.
Sendo assim, o
duas etapas: 1ª Etapa: João Pessoa/PB e 2ª Etapa: Distrito Federal, e Ginga é um progra-
ma que permite o
ambas foram desenvolvidas durante o governo Dilma Rousseff. desenvolvimento de
aplicações interativas
para a TV que não se
Este capítulo trata da 2ª Etapa do Projeto Brasil 4D, que está in- limitem às linguagens
de programação e
serido no Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD). aos sistemas opera-
Esse Sistema possibilita t ansmissão digital em alta deinição HDTV cionais de hardwares,
como conversores,
e também em deinição pad ão SDTV ; t ansmissão digital simultânea aparelhos de TV ou
dispositivos móveis,
pa a ecepção i a, mó el e po tátil e inte ati idade, possibilitada pela como celulares.
tecnologia nacional desenvolvida em código aberto, chamada mid-
dleware175 Ginga176. 176. Arquitetura de
programação padrão
brasileira segundo o
1 Po tal da EBC t az o signiicado das uat o let as D e a missão Decreto nº 5.820, de
2006, para intera-
do Projeto Brasil 4D: tividade no Sistema
Brasileiro de Televi-
são Digital (SBTVD).
As quatro letras “D”, contidas na nomenclatura Brasil 4D,
resumem e representam a missão do projeto:

• Digital: universalização da televisão digital e de suas


potencialidades, de acordo com o Decreto nº 5.820/2006, que
estabeleceu as regras para implantação do Sistema Brasileiro
de Televisão Digital Terrestre. A televisão digital permite o
acesso da população, em canal aberto e gratuito, não apenas
ao conteúdo das emissoras, de forma interativa e com a oferta
de múltiplos canais;

• Desenvolvimento: com novas tecnologias de informa-


ção, promove a pesquisa, gera mudança de realidade e impul-
siona a sociedade;

• Diversidade: uma vez que, com a televisão digital em


todo o país, será possível ver e estimular a diversidade brasi-
leira, com seus diferentes sotaques e culturas;

• Democracia: ampliando o acesso aos conteúdos e servi-


ços oferecidos pelo poder público, por meio da interatividade
da TV digital.

(Portal EBC)

O primeiro teste de conteúdos interativos da TV pública federal foi


realizado em João Pessoa, Paraíba. Foi transmitido pela TV Brasil (EBC),
po inte médio do canal digital abe to TV Câma a , um canal público
da Câmara dos Deputados que ofereceu conteúdos audiovisuais inte-
rativos: dramaturgias e comédias de situação (sitcom) para orientar e
chamar atenção do público sobre os recursos interativos e conteúdos
extras referentes a cada programa.

Divididos em quatro áreas temáticas (Benefícios, Saúde, Trabalho e


Finanças), tiveram a dramaturgia desenvolvida de forma independente
po t ês uni e sidades: a Uni e sidade Católica de B asília UCB icou
com os vídeos sobre a área de saúde; a Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), com os vídeos sobre os benefícios; a Universidade
Federal da Paraíba (UFPB), com os vídeos sobre trabalho. Já o Banco
do B asil icou esponsá el po um aplicati o sob e inanças, mas sem
produto audiovisual. Essa 1ª Etapa do Projeto Brasil 4D foi patrocinada
pelo Banco Mundial e pela ECB, e contou com o apoio do Governo do
177. Disponível
gratui- Estado da Paraíba e da Prefeitura de João Pessoa. Da experiência re-
tamente na Internet
em: <https://tinyurl. sultou o li o Estudo de impacto socioeconômico sob e a TV digital
com/y87xjqkn>. pública inte ati a em João Pessoa , editado po Cast o .177
Em 2014, começaram os testes do Projeto Brasil 4D – Etapa Distrito
Federal. Para isso foram utilizados os recursos no canal de serviços
inte ati os t ansmitido pelo sinal do canal TV B asil . Dife entemente
do teste realizado em João Pessoa, na Paraíba, esse teste possuiu uma
padronização para a exibição e o acesso aos conteúdos interativos.
Ademais, a elaboração e a produção dos vídeos foram centralizadas.

Outra novidade foi a correção, a atualização e a mudança de dados,


textos e vídeos via transmissão da emissora. O projeto ainda ofereceu o
canal de retorno usando tecnologia 3G GSM.

Canal de serviços interativos

Para entrar nos conteúdos interativos, o público precisa estar as-


sistindo ao canal da TV Brasil e acionar o botão de interatividade do
controle remoto do conversor. Essa ação direciona para um canal de
serviços. Na tela inicial, a apresentadora explica quais são as informa-
ções que podem ser encontradas e como utilizar o controle remoto
para a interatividade.

Figura 1 - Menu inicial do canal de serviços


Fonte: EBC.

O canal de serviços foi dividido em seis áreas temáticas:


• Trabalho – informações sobre vagas de emprego e as
Agências do Trabalhador (em que são feitos o cadastro e
a busca de empregos), orientações sobre os documentos
necessários e seguro desemprego;
• Assistência Social – informações sobre: Carteira do Idoso;
Carta Social; Tarifa Social de Energia Elétrica; Isenção de
Taxa de Concurso; Telefone Popular; Fomento às Atividades
Produtivas Rurais; redução da contribuição previdenciária
para aposentadoria de dona de casa;
• Saúde – orientações sobre Carteira de Vacinação; endereços
de farmácia popular, postos de saúde e hospitais; campanhas
de prevenção a DST, Aids, Dengue; calendário de vacinação;
• Mulher – orientações sobre Os direitos da mulher; Lei Maria
da Penha, endereço das delegacias da mulher e Centro de
Referencia ao Atendimento à Mulher (CRAM); carreta da
mulher; orientações sobre amamentação, cuidados com o
bebê; Beneicio a iá el da gestante e nut iz;
• Banco do Brasil – orientações sobre serviços de consulta de
saldo da conta corrente e poupança e informações sobre o
Fundo de Financiamento Estudantil (FIES);
• Caixa Econômica – com orientações sobre calendário de
pagamento do benefício Bolsa Família e o Programa Minha
Casa Melhor.

Conteúdos audiovisuais digitais

Para atender essas áreas, foram desenvolvidos quatro tipos de con-


teúdos audiovisuais digitais interativos para o Projeto Brasil 4D, de for-
ma ue a na ati a d amatú gica possuísse um io conduto e plicando
todas as áreas e incentivasse o uso das aplicações interativas. São eles:

Dramaturgia – Uma série, aos moldes das telenovelas brasileiras,


most ando uma família com as mesmas ca acte ísticas dos benei-
ciários do programa: eles acabavam de receber o conversor digital do
projeto Brasil 4D. Aos poucos, descobrem as informações que podem
adquirir por meio da interatividade – que se encontra em casa e que é
acessível a todos –, e como essas informações podem auxiliar a supe-
ação das diiculdades. Cada episódio possui du ação de um minuto,
pa a ue o a ui o seja mais le e, pa a ue possa ica emba cado no
conversor e ser acessado quantas vezes for desejado.

Figura 2 - Dramaturgia da Família 4D


Fonte: EBC.
Tutoriais – Os tutoriais explicam sobre benefícios, condições de
acesso e utilização, documentos e endereços dos órgãos públicos. Seu
conteúdo é mais textual, com um resumo das informações, de forma a
pe miti ue a pessoa beneiciá ia chegue até o ó gão publico já com os
documentos e com informações prévias, para agilizar o atendimento.
Possui uma narração explicativa sobre cada tema, com a intermediação
de um apresentador ou uma apresentadora.

Figura 3 - Menu de Trabalho


Fonte: EBC.

Aplicativos – Permitem a consulta aos serviços oferecidos aos be-


neiciá ios. A fo ma de acesso ealizado é muito p ó ima do acesso a
partir da Internet. Entre os serviços oferecidos pelos aplicativos, estão:
a Consulta de Empregos e a Consulta de Saldo do Banco do Brasil.

Figura 4 - Aplicativo Vagas de Emprego


Fonte: EBC.

Jogos – Voltados pa a a i ação da info mação desen ol ida tanto


na dramaturgia quanto nos tutoriais. Possuem temas principais: os di-
reitos da mulher e dados sobre assistência social.
Figura 5 - Quiz sobre a Lei Maria da Penha
Fonte: EBC.

A construção das narrativas: elaboração conjunta


com as secretarias de governo

De acordo com Cosette Castro e Cristiana Freitas, a TV interativa


c ia possibilidades de na egação não linea dent o de ce tos tipos de
se iços, como na hipe mídia . Esse conceito de inte ação com o am-
biente narrativo audiovisual permite que a audiência se torne ativa no
processo comunicacional (CASTRO & FREITAS, 2010).

Nesse cenário de construção de narrativas para um público especí-


ico, é necessá io pensa no destinatá io, ainda mais conside ando-se
o dialogismo inerente a um ambiente interativo. Deve-se considerar o
grau de informação que possui, seus conhecimentos, suas opiniões e
convicções. Segundo Bakhtin:

P ois é isso que condicionará sua compreensão responsiva de meu


enunciado. Esses fatores determinarão a escolha do gênero do enun-
ciado, a escolha dos p ocedimentos composicionais e, po im, a esco-
lha dos recursos lingüísticos (sic), ou seja, o estilo do meu enunciado
(BAKHTIN, 1997, p. 322).

Foi, então, realizado um trabalho de sensibilização com a realização


de oicinas, pa a ue integ antes das sec eta ias pudessem au ilia no
desenvolvimento dos roteiros. O objetivo era mostrar para a equipe de
desenvolvimento dos roteiros como era a realidade das necessidades
expressas pela população. Queria-se, também, que fosse explicado
como os programas funcionam, quais suas condicionalidades e como o
serviço é prestado, para que a equipe pudesse retratar suas necessida-
des de maneira mais aproximada ao real.
N essas oicinas, os temas no teado es e am:
• histórico do projeto Brasil 4D e resultados obtidos nos testes
em João Pessoa, Paraíba;
• explicações sobre o que é TV digital;
• noções de programação e como funciona o middleware Ginga;
• noções sobre as possibilidades de interatividade;
• orientação sobre como os conteúdos seriam disponibilizados
para população.

Ao longo dos t abalhos da oicina, coo denadas pela pes uisado a


Cosette Castro, integrantes das secretarias de estado do Governo do
Distrito Federal explicaram quais são as maiores demandas da popu-
lação de acordo com cada uma das grandes áreas do canal de serviço.

As maio es diiculdades enf entadas pa a a p estação de se iço


estão relacionadas com a falta de informação, por parte da população,
sobre:
• onde buscar atendimento e informação;
• atualização cadastral, como endereço, informações sobre
renda e frequência escolar.

Segundo os elatos, a população identiica bai a demanda em se -


viços oferecidos pelo Governo do Distrito Federal (GDF), como carteira
do artesão e programas de transferência de renda e microcrédito. Os
servidores, por sua vez, avaliaram que há alta demanda por serviços
como saúde e vagas de emprego.

Foram desenvolvidas situações-problema para nortear os roteiros


e aplicativos voltados para população de baixa renda.

Como conta Paulo Freire, a maior preocupação para a elaboração


desses conteúdos é :

É então indispensável ao ato comunicativo, para que este


seja eiciente, o aco do ent e os sujeitos, ecip ocamente co-
municantes. Isto é, a expressão verbal de um dos sujeitos tem
ue se pe cebida dent o de um uad o signiicati o comum
ao outro sujeito (FREIRE, 1983, p. 45).
Inicialmente, a diiculdade maio se deu ao tenta ap o ima
termos utilizados no âmbito das secretarias (que são adequados aos
trâmites burocráticos) para:
1. uma linguagem da narrativa televisa;
2. para linguagem textual inerente a um aplicativo interativo
acessado desde a televisão;
3. para uma linguagem audiovisual interativa voltada para um
público de baixa renda e com pouco acesso ao mundo digital.

Neste ponto, é necessário resgatar os resultados das análises so-


bre os aspectos de usabilidade do projeto-piloto realizado na Paraíba
(CASTRO, 2013). O aplicativo sobre benefícios sociais, desenvolvido pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), apresentou o maior
interesse e utilização, com maior alcance das informações entre o pú-
blico-al o, e icou classiicado em º luga em te mos de facilidade de
uso. Com iconog aia cla a, inte face objeti a e linguagem di eta, te e
sua na egação diicultada po fato es como:
• A denominação dos benefícios oferecidos apresentava-se
numa linguagem distante do se iço p estado Cadast o
Único , pa a designa acesso ao cadast o do P og ama Bolsa
Família, e P estação continuada , pa a indica o di eito aos
trabalhadores idosos de aposentadoria).
• A porta de entrada ao conteúdo audiovisual era uma imagem
estática que abria acesso aos vídeos e aplicativos de Benefícios.
• Ausência de atalho de navegação durante a exibição do
episódio dramatúrgico (idem, p. 137).

Outras sugestões realizadas pelos entrevistados que participaram


do teste foram:
• Desenvolver versões mais orais/sonoras dos programas, para
aumentar a interação com as pessoas pouco ou não letradas.
• Desen ol e conteúdos especíicos pa a a fai a infantoju e-
nil, com mais oferta de jogos e brincadeiras.
• Reforçar o aspecto lúdico e o humor nas narrativas interati-
vas a serem utilizadas.
• Explorar mais a convergência tecnológica, incluindo outras
plataformas, como os celulares e os videojogos (ibid, p. 140).

Na 2ª Etapa do Projeto Brasil 4D realizada no Distrito Federal houve


tentativa de adequar o conteúdo às sugestões realizadas pelas pessoas
que participaram do teste e atender o pedido das secretarias de gover-
no pa a ue fossem utilizados os te mos oiciais dos benefícios, como
fo ma de i acostumando os beneiciá ios ao signiicado . Dessa fo ma,
foi deinido ue tanto na d amatu gia uanto nos tuto ias se iam eali-
zadas as efe ências comumente usadas pelos beneiciá ios pa a faze
parte da explicação oral e lúdica sobre as informações e, desta maneira,
realizar uma aproximação natural entre as duas necessidades.

Construção dramática

A dramaturgia passou a ser o eixo condutor de todo o conteúdo


interativo para abordar quatro eixos temáticos: Trabalho, Assistência
Social, Saúde e Mulher. Dessa maneira, os personagens vivenciariam
momentos relativos a cada tema de forma transversal, para, assim, sair
da situação de pobreza, ter acesso aos direitos e superar a situação de
vulnerabilidade realizando a sua Jornada do Herói (CAMPBELL, 2004).

A equipe de roteiristas, em conjunto com a Coordenação da EBC e


consulto ia, deiniu ue o pe il dos pe sonagens de e ia se o de uma
família que se aproximasse da situação socioeconômica das famílias
que iriam interagir com a TV digital:
• família parda, de baixa renda, cuja avó vem do Nordeste e o
pai da região de Goiás;
• núcleo familiar de base composto por seis pessoas: avó, pai,
mãe e t ês ilhos, sendo uma menina anos e dois meni-
nos (16 e 8 anos). Agregados à família temos uma tia (irmã da
mãe , um casal de izinhos, a namo ada no ilho do meio, um
amiguinho do ilho mais no o;
• a família é beneiciá ia dos p og amas Bolsa Família e do DF
sem Miséria, vive na comunidade Sol Nascente, na região
administrativa de Ceilândia, no Distrito Federal;
• a família tem pouco acesso à informação e enfrenta a luta diá-
ria pela sobrevivência, buscando melhores condições de vida,
em meio à pobreza e à violência da região em que reside.

Para fazer a primeira aproximação lúdica com o nome do Projeto


Brasil 4D, a família teria os sobrenomes: Donato Duarte Dias Dantas,
representando os 4Ds do projeto coordenado pela Empresa Brasil de
Comunicação, conforme comentado na primeira página deste capítulo.

A aproximação dos estágios da Jornada do Herói (à que se refere


Campbell) com a Família 4D são as seguintes:
Tabela 1 - A Jornada do Herói na Família 4D

Estágio Campbell Família 4D

O mundo no mal do
Apresentação da família e da
Mundo comum herói antes da história
sua realidade.
começar.

Um problema se
O chamado da O p o lema: a situação
apresenta ao herói: um
aventura inan ei a da família.
desaio ou a aventu a.

O he ói e usa ou
Reticência do demora a aceitar o
A família aos poucos vai se
herói ou Recusa desaio ou a aventu a,
aproximando da TV digital.
do chamado geralmente porque tem
medo.

Encontro com o O he ói en ont a um O anal de se viços inte ativo


mentor que o faz aceitar começa a orientar sobre os
mentor ou Ajuda o chamado e o informa, e passos necessários para a
sobrenatural treina para sua aventura. solução do(s) problema(s).

O anal de se viços é
O he ói a andona o
utilizado pela primeira
Cruzamento do mundo comum para
vez, ajudando a resolver
primeiro portal entrar no mundo especial
um problema de saúde na
ou mágico.
família.

Provações, O he ói enf enta testes,


aliados e encontra aliados e Vizinhos são apresentados
enfrenta inimigos, de ao canal de serviços da TV
inimigos ou forma que aprende interativa, família 4D orienta
A barriga da as regras do mundo outras pessoas.
baleia especial.

O he ói tem êxitos Benefícios antes ignorados


Aproximação durante as provações. são adquiridos pela família.

A namo ada do ilho mais


velho i a g ávida, nova
A maior crise da
Provação difícil aventura, de vida ou
preocupação sobre a renda
ou traumática e a saúde do neném e da
morte.
futura mãe, como o futuro
pai vai arrumar emprego.

Benefícios para a saúde


e transferência de renda
O he ói enf entou a garantem os cuidados
morte, sobrepôs-se ao seu ini iais ne essá ios. O
Recompensa medo e agora ganha uma rapaz começa cursos
recompensa (o elixir). p oissionalizantes e a
namorada segue com os
estudos.

A família começa a superar


sua vulne a ilidade. O
pai, então desempregado,
arruma emprego, a mãe
O he ói volta pa a asa e a avó conseguem um
Regresso com com o "elixir", e o usa para mi o édito pa a a i um
o elixir ajudar todos no mundo negó io; a ilha mais velha
comum. entra para a faculdade;
o ilho mais novo segue
estudando. O novo asal de
pais se prepara para a nova
fase da vida.

Fonte: Elabo ado pelo p óp io auto .


Conteúdos, aplicativos e serviços digitais
na TVD aberta e interativa

Existe a possibilidade de uso de segunda tela ou ainda a utiliza-


ção complementar com outros dispositivos, conforme estudos do
Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAVID)178, do Departamento 178. Laboratório de
Aplicações de Vídeo
de Informática (DI) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Digital (LAVID) da
Laboratório de Sistemas Multimídia (Telemídia)179, do Instituto de Universidade Federal
da Paraíba (UFPB).
Tecnologia de Software (ITS) do Departamento de Informática da Disponível em:
<http://www.lavid.
PUC-Rio. Contudo, devido à novidade do relacionamento com a inte- ufpb.br>.
ati idade, foi deinido pela coo denação da EBC ue e a necessá io
uma adaptação do público-alvo às possibilidades exclusivas desde o 179. Laboratório de
Sistemas Multimídia
aparelho de televisão. do Departamento de
Informática da PU-
C-Rio. Disponível em:
Dessa forma, os conteúdos, aplicativos e serviços digitais desen- <http://www.telemi-
dia.puc-rio.br/>.
volvidos deveriam aproveitar um gancho da dramaturgia para o seu de-
senvolvimento ou deveriam estar inseridos como parte da diegese180 da 180. A realidade
própria da narrativa
dramaturgia, na qual os personagens utilizariam essas possibilidades (PLATÃO, 2000)
de interação. Entre todos os serviços oferecidos, alguns foram priori-
zados na dramatização:
• o aplicativo de pesquisa de emprego;
• o jogo sobre os direitos da mulher;
• e informações sobre endereços dos postos de saúde, da
carreta da mulher, da farmácia popular e atualização do
Cadastro Único.

Esses conteúdos, aplicativos, jogos e serviços, ao serem apresen-


tados de maneira autorreferente, ainda assim não iriam gerar o que
Scolari chama de expansão narrativa (SCOLARI, 2009). Apesar de se
aproximar do conceito de narrativa de interstício, essas interatividades
são muito centradas na informação, não gerando uma narrativa pró-
pria; entretanto, seriam informações completas sobre o que foi citado
na dramaturgia.

Pelo mesmo motivo não poderiam ser chamadas de narrativas


transmídias. De acordo com Jenkins, esse conceito seria para narrativas
que utilizassem mais de uma plataforma de mídia (JENKIS, 2009). No
caso do Projeto Brasil 4D, a plataforma é a mesma, a TV, o que difere são
os conteúdos e as formas de interatividade.
A proposta do projeto é de ser um ativador cultural (LEVY, 1998)
que impulsiona o telespectador a decifrar e especular sobre o tema e
elaborar conteúdos, novas práticas e conceitos para a superação da sua
situação educacional, social e econômica.

A População na TV

Inovar as formas de participação das audiências e auxiliar a trans-


formação de sensibilidades permite que a televisão seja como um lugar
estratégico na dinâmica da cultura cotidiana (Martin-Barbero, 1999).
Essa foi e é a busca do Projeto Brasil 4D.

Entendendo que a produção de conteúdo das narrativas audiovi-


suais deve estar intimamente ligada à produção cotidiana de sentido,
o dia a dia das comunidades deve ser inserido em vídeos extras, apro-
eitando-se datas especíicas, como, po e emplo, o Dia Inte nacional
da Mulher. Uma sugestão é que os homens da comunidade sejam con-
vidados a fazer declarações para suas companheiras, junto com uma
campanha voltada para a data. Uma ação simples, que estimula a va-
lorização da mulher, faz pensar sobre o papel das mulheres e colabora
com a relação dos casais.

Outra forma de resgate do cotidiano da comunidade é a realização


de vídeos com as pessoas da própria comunidade que desenvolvem
grupos de apoio, como creches solidárias ou associações que sejam
ativas e participantes na construção de sentido e identidade local. Ou,
em termos culturais, a mostra de grupos que promovam a cultura local,
seja musical, g aites, teat o ou out as manifestações.

Sem medo de imp imi um ca áte egional ou especíico, esses


exemplos de ações solidárias e/ou culturais podem ser (re)produzidos,
posteriormente, nos outros locais que o projeto alcançar, de modo que
seja criada uma corrente de bons exemplos e de boas práticas cidadãs.
Não de entidades alheias à comunidade, mas de pessoas que fazem
parte do dia a dia de cada lugar.

Considerações inais

O Projeto Brasil 4D busca uma proposta de interatividade que passa


por vários momentos: não só reconhecer a nova forma de interagir com
a televisão, mas se apropriar dessa ferramenta. O primeiro contato das
famílias que participaram do Projeto Brasil 4D com o conversor, com o
novo controle e com a antena causaram certa estranheza e trouxeram
a ideia de que é um produto emprestado, apesar das orientações do
g upo de assistência social, dos instalado es e dos ídeos ai ma em
que os equipamentos pertencem à família. Com o passar do tempo, as
famílias foram se apropriando dos conteúdos audiovisuais interativos e
dos aparelhos.

Mais do que um novo aparelho, que faz com que a imagem e o áu-
dio i uem com uma ualidade maio , mais do ue conteúdos e t as,
a proposta do Projeto Brasil 4D é oferecer uma ferramenta para ser
apropriada e usada pelo público, pois o modo de interação das pessoas
com o aparelho e como ele fará parte do cotidiano da família e da co-
munidade é a potencialidade desse projeto.

Essa fo ma de ap op iação é uma das ele ões poste io es ue


este trabalho provoca. Não só os novos hábitos no uso do controle, mas
a construção de novas formas de relação com os conteúdos, aplicati-
vos, serviços e jogos. Trata-se de criar um espaço para a desconstrução
tele isi a, ue não é inal e de e passa po t ansfo mações constan-
tes181, seja por conta de necessidades de oferta e informação sobre as 181.Para esses pro-
cessos de transfor-
políticas públicas, seja pela transformação de relacionamento que a mações, ver Orozco
comunidade possui com o aparelho, devido a sua interação facilitada (2000, p. 116).

pelo controle remoto.

Permitir o acesso à informação dos direitos e deveres, sobre os be-


nefícios e obrigações sobre os serviços oferecidos pelo poder público,
aproximar essas informações da comunidade – esse é um caminho lon-
go, que se mostrou possível na 1ª Etapa, em João Pessoa, e se consolidou
na Etapa do Projeto Brasil 4D no Distrito Federal. E é isso que a Televisão
Digital Interativa permite: uma nova forma de lidar com a televisão.

Da parte da emissora pública, cabe tornar mais próxima a informa-


ção que antes não era acessível; e da parte da audiência, cabe construir
novas formas de participação, como uma ferramenta de emancipação,
problematizadora, lúdica, mas também analítica182, que possibilita uma 182. Sobre o papel
emancipatório da
estratégia de descobertas de soluções e encontros de atitudes. televisao, ver Orozco
(2001, p. 107).

Permitir e incentivar essa emancipação é um papel da TV pública


e aberta que se tornou digital e interativa e possui um vasto potencial
ainda a se e plo ado. Ent e os seus maio es desaios, estão: ecebe
os investimentos necessários para criar condições para que técnicos
e pesquisadores possam desenvolver tanto a tecnologia como o con-
teúdo audiovisual; o interesse político de assumir a responsabilidade
desse desenvolvimento, que, além de estratégico economicamente,
é humano, tendo em vista que a comunicação, mais do que meios ou
mensagens, constrói a sociedade e é por esta construída.

2efer(ncias bibliográicas

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