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Andiroba
Alinne A. de M. Souza, Larissa G. de Oliveira
alinne_adley@hotmail.com; larissaguimaraes.ramos@gmail.com.
Abstract. This article presents the production of biodiesel from corn, raw
materials chosen because of the large production of Goiás and encouraging new
production routes . The ethyl route for the production of biodiesel is established,
pointing parameters, equipment ( CSTR reactor ) and reagents ( heterogeneous
acid catalysis with niobic acid) that determine an industrial plant for biodiesel
production. For better understanding and context, it presents survey of references
on the factors that influence a biodiesel production plant .
1. Introdução
Diante da demanda crescente por combustíveis e a escassez dos recursos fósseis,
houve um aumento do interesse por fontes alternativas de energia. O aproveitamento de
óleos vegetais para produção de biodiesel vem se mostrando uma alternativa cada vez
mais viável e sustentável, por tratar de diminuir a emissão de poluentes na atmosfera.
O biodiesel é um combustível renovável e biodegradável, ambientalmente
correto, constituído de uma mistura de ésteres metílicos ou etílicos de ácidos graxos,
obtido da reação de transesterificação de qualquer triglicerídeo com um álcool de cadeia
curta, metanol ou etanol, na presença de um catalisador, neste processo além do
biodiesel também é extraída a glicerina, empregada para fabricação de sabonetes e
diversos outros cosméticos.
O Brasil é muito rico em espécies vegetais que podem produzir o biodiesel,
como por exemplo, milho, mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão
manso, óleo de andiroba e soja, dentre outras. O biodiesel pode substituir parcial ou
totalmente o diesel proveniente do petróleo em motores do ciclo diesel. Pode ser usado
puro ou misturado ao diesel, por exemplo, uma mistura com 6% de biodiesel ao diesel
de petróleo é chamada de B6 até o puro B100. [1,2]
No processo de transesterificação o óleo vegetal é neutralizado ou pré-tratado e,
posteriormente, irá reagir na transesterificação, juntamente com o metanol e o metilato
de sódio. A glicerina formada na reação é separada por decantação e purificada para
retirar traços de metanol e umidade. Depois de separado do glicerol ou glicerina, o
biodiesel é purificado. Finalmente o biodiesel é filtrado e está pronto para o uso, tanto
puro como misturado ao óleo diesel, sem necessidade de modificações no motor
utilizado.
2. Referencial Bibliográfico
2.1. Biodiesel
De acordo com a National Biodiesel Board (EUA), o biodiesel pode ser definido
como um derivado mono alquil éster de ácidos graxos de cadeia longa, provenientes em
sua grande maioria por óleos vegetais, cuja utilização está ligada a substituição de
combustíveis fósseis em motores de ciclo diesel. Pode ser usado puro ou misturado ao
diesel de petróleo, possui características semelhantes, no entanto, apresenta melhores
propriedades que o diesel derivado de petróleo visto que é um combustível renovável,
biodegradável, atóxico e livre de enxofre e compostos aromáticos. [1]
O Brasil tem posição de destaque no cenário internacional de biocombustíveis
devido ao seu potencial de produção e também ao sucesso alcançado com o
PROÁLCOOL, implantado em 1970, que entre acertos e erros, atingiu e superou suas
metas. [3]
Atualmente o Brasil é o segundo maior produtor de biodiesel, contando com 63
plantas produtoras autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para operação
no país, com uma capacidade de 17.712,95 m3/dia. Destas 63 plantas, 61 podem
comercializar o biodiesel produzido, correspondendo a 17.015,25 m3/ dia de
capacidade. [4]
Nesse contexto, o Governo vislumbrou a possibilidade – que, na prática, já está
se concretizando – de engajar agricultores familiares e produtores de regiões mais
pobres do País na cadeia produtiva do biodiesel. Isso ocorre mediante estímulos
tributários às empresas que adquirem oleaginosas produzidas por esses segmentos. [4]
2.2.Catálise Heterogênea Ácida
Catálise heterogênea é um termo usado para descrever a catálise na qual o
catalisador se encontra em uma fase diferente dos reagentes. Geralmente, o catalisador é
sólido e os reagentes e produtos se encontram na forma liquida e gasosa. [2]
O uso de catalisadores heterogêneos para a produção de biodiesel tende a
solucionar os problemas ocasionados pela catálise homogênea. Isso ocorre porque na
catálise heterogênea os catalisadores não são significativamente consumidos ou
dissolvidos na reação, sendo separados facilmente do produto final (biodiesel). Isso
resulta em um produto final sem resíduo do catalisador, possibilitando seu
reaproveitamento e sem a necessidade de tratamentos posteriores com água ou ácido
após a separação do catalisador.
Outras vantagens do uso de catalisadores heterogêneos é que eles possibilitam o
uso de álcoois de elevado peso molecular, facilitando a separação da glicerina dos
ésteres.
2.3.Matérias-primas para a produção de biodiesel
O Brasil é um país que por sua extensa área geográfica e clima tropical e
subtropical, favorece uma ampla diversidade de matérias-primas para a produção de
biodiesel. Destacam-se, dentre as principais matérias-primas com potencial para a
produção de biodiesel, as oleaginosas, como o algodão, amendoim, andiroba, dendê,
girassol, mamona, milho e pinhão manso e soja. São também consideradas matérias-
primas gorduras animais e óleos residuais. [3]
2.3.1.Óleo de Milho
O milho (Zea mays L.), é uma planta pertencente à família das gramíneas, e é
provavelmente o grão mais antigo cultivado nas Américas. É uma espécie anual, estival,
cespitosa, ereta, com baixo afilhamento, monóico-monoclina. [1] Era a principal fonte
de alimentos das civilizações desse continente. É uma planta tolerante e adaptável a
várias condições ambientais, a vários climas diferentes (de tropical a temperado),
altitudes diferentes e diferentes estações de crescimento para a planta. Para expressão de
seu máximo potencial produtivo, a cultura requer temperatura alta, ao redor de 24 e
30°C, radiação solar elevada e adequada disponibilidade hídrica do solo.
As espiguetas masculinas são reunidas em espigas verticiladas terminais. O grão
do milho é um fruto, denominado cariopse, em que o pericarpo está fundido com o
tegumento da semente propriamente dito. As espiguetas femininas se soldam num eixo
comum em que várias ráquis estão reunidas (sabugo) protegidas por brácteas (espiga de
milho). A flor feminina apresenta um único estigma (barba-do-milho).
Figura 2: Morfologia do Milho
É importante saber qual é a composição de cada óleo em termos de ácidos
graxos, quando ele for empregado na produção de biodiesel. No caso do óleo de milho,
os principais ácidos graxos que compõem são: linoleico (59,8%), oleico (25,8%),
palmítico (11%), esteárico (1,7%) e linolênico (1,1%). As condições ambientais podem
afetar a composição em ácidos graxos do óleo de milho, o qual é considerado uma
excelente fonte de ácidos graxos essenciais. A Tabela 1 mostra a composição percentual
dos ácidos graxos no óleo de milho. [3]
A alta estabilidade do óleo de milho, apesar do seu alto nível de insaturações, é
devido a distribuição dos ácidos graxos nas moléculas de triglicerídeos, onde 98% dos
ácidos graxos esterificados são oleico e linoleico.
Tabela 1: Composição em ácidos graxos do óleo de milho. [3]
2.4. Biorreatores
Diversos biorreatores podem ser utilizados, os princípios de funcionamento é
basicamente o mesmo, os principais biorreatores são; o biorreator batelada tanque
agitado (BSTR), biorreator continuo tanque agitado (CSTR), biorreator de leito fixo
(PBR) e o biorreator de leito fluidizado.
Biorreator contínuo tanque agitado (CSTR): Este é usado principalmente para
reações em fase liquida. É normalmente operado em estado estacionário,
consequentemente, a temperatura, a concentração ou a velocidade de reação dentro do
CSTR não depende do tempo ou da posição. Assim, a temperatura e a concentração são
as mesmas na saída como em qualquer outro ponto do tanque. [9]
Biorreator batelada tanque agitado (BSTR): é um tanque com agitação mecânica no
qual todos os reagentes são introduzidos no reator de uma única vez. Em seguida são
misturados e reagem entre si. Após um tempo, os produtos obtidos são descarregados de
única vez deste reator. [9]
Reatores de leito fixo: É um reator onde normalmente o meio reacional se encontra em
uma fase (líquida ou gasosa) e existe um catalisador na fase sólida. Normalmente,
também é chamado de reator catalítico de leito fixo, onde o catalisador sólido é
constituído de inúmeras e pequenas partículas depositadas ao longo do comprimento de
um tubo. [9]
Leito fluidizado: Trata-se de um tubo vertical onde pequenas partículas sólidas são
suspensas em uma corrente de fluxo de baixo para cima. Desta forma acontece a mistura
dentro do reator. [9]
3. Materiais e Métodos
3.1.Materiais
3.1.1.Reagentes
Óleo de milho;
Ácido nióbico (óxido de nióbio hidratado);
Hidróxido de sódio; e
Etanol anidro (98% Vetec).
3.2.Métodos de análise
3.2.1.Processo de produção do biodiesel
O processo mais utilizado para a produção de biodiesel é a reação de
transesterificação, e esse ocorre mediante a mistura de um éster de cadeia longa (Óleo
vegetal ou gordura) a um álcool, nesse caso o etanol, na presença do catalisador
escolhido. Como produto final tem-se a formação do biodiesel e do glicerol. A razão
molar álcool:óleo é o principal fator que influencia a conversão do biodiesel, sendo
neste trabalho usado uma razão de 6:1 buscando aumentar a taxa de conversão,
adicionando 1% de catalisador.
Figura 3: Reação de Transesterificação de óleos vegetais.
3.2.2.Catalisador Heterogêneo
Tempo : 2h;
3.3.3.Índice de Saponificação
O índice de saponificação, definido como o número de mg de hidróxido de
potássio necessário para neutralizar os ácidos graxos, resultantes da hidrólise de uma
grama da amostra. É importante, para demostrar a presença de óleos ou gorduras de alta
proporção de ácidos graxos de baixo peso molecular, em mistura com outros óleos e
gorduras.
3.4.2.Índice de cetano
Foi determinado baseado nos dados obtidos no processo de destilação para 10,50
e 90% de evaporados.
3.4.3.Teor de enxofre
O teor de enxofre foi feito utilizando um equipamento de Fluorescência de
Raios-X por energia dispersiva (EDX).
3.4.4.Glicerina livre
O método consiste em determinar o teor de glicerina. A amostra contendo
glicerina é saponificada, liberando a glicerina.
4. Resultados e Discussões
5. Conclusão
Neste relatório foi apresentado um estudo de caso do uso do óleo de milho como
matéria-prima para a obtenção de biodiesel. Sendo feita uma análise sobre a produção
gerada por meio deste, utilizando o biorreator CSTR, com condições de 78,5 °C, tempo
de reação de 2 horas e uma agitação magnética de 500 rpm, além da proposta de uma
planta para a produção de biodiesel.
A conversão do óleo de milho em ésteres etílicos foi de 90,9%. Este valor é
superior ao observado em catálise heterogênea, isso pode ser em função do catalisador
escolhido por este possuir uma alta atividade catalítica ou em função do óleo utilizado.
Quanto aos parâmetros químicos e físicos pode-se dizer que o biodiesel
apresenta-se com qualidade de acordo com os limites estabelecidos pela ANP. Sendo o
biodiesel obtido de fontes renováveis, matérias-primas abundantes no Brasil, a obten-
ção em escala industrial deste produto irá ocasionar geração de empregos e a redução da
dependência de importação de diesel consumido no país, como também a redução da
poluição atmosférica.
6. Referências
[1] DANTAS, M. B. Obtenção, caracterização e estudo termoanalítico de biodiesel de
milho. Tese (Mestrado). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2006.
[2] CARVALHO, A. K. F. Síntese de biodiesel por transesterificação pela rota etílica:
Comparação do desempenho de catalisadores heterogêneos. Tese (Mestrado). Universidade
de São Paulo, Lorena, 2011.
[3] DANTAS, M. B.; CONCEIÇÃO, M. M.; SILVA, F. C.; SANTOS, I. M. G.; SOUZA, A. G.
Obtenção de biodiesel através da transesterificação do óleo de milho: Conversão em
ésteres etílicos e caracterização físico-química. Rev. Biodoesel – o novo combustível do
Brasil, João Pessoa, p. 236 – 240, 2007.
[4] QUESSADA, T. P. Obtenção de biodiesel a partir de óleo de soja e milho utilizando
catalisadores básicos e ácido. Tese (Graduação). Universidade Estadual de Londrina,
Londrina 2007.
[5] SILVA, Q. C e. 2013. Produção Enzimática de Biodiesel a partir de Óleos Láuricos em
Reatores de Leito Fixo Duplo Estágio Incorporando Coluna Extratora do Glicerol
Formado como Subproduto. Tese (Mestrado). Universidade de São Paulo. Lorena, 2010.
[6] RAMOS, L.P.; SIVLA, F.R.; MANGRICH, A.S.; CORDEIRO, C.S. Tecnologias de
Produção de Biodiesel. Rev. Virtual de Quím., Curitiba, v. 3, n. 5, p. 384-405, out. 2011.
[7] MOTA, Claudio JA; SILVA, Carolina XA Da; GONÇALVES, Valter LC. Gliceroquímica:
novos produtos e processos a partir da glicerina de produção de biodiesel. Química Nova,
v.32, n.3, p.639-648, 2009.
[9] GONÇALVES, A. G. M. Estudo dirigido de cinético e reatores: tipos de reatores e suas
respectivas equações de balanço. Tese (Graduação). Universidade Federal do Amazonas.
Amazonas, 2010.