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P ARTE 1.

ESCRITURA

Neste capítulo, partimos da hipótese que ao optar por uma posição de indeterminação,
tanto a performance quanto a desconstrução, voltam-se para uma alteridade radical que
representa a própria condição de movimento do desejo de fluxo constante que nunca se
estabelece numa margem ou outra, no “eu” ou “outro”, vida ou arte porque, do contrário, se
extinguiria.

Já há algum tempo [...] diz-se 'linguagem' por ação, movimento, pensamento,


reflexão, consciência, inconsciente, experiência, afetividade etc. Há agora, a
tendência a designar por 'escritura' tudo isso e mais alguma coisa.
(DERRIDA, 1999, p.10)

Tendo em vista as mudanças que o conceito de linguagem tem sofrido nos últimos
anos, principalmente no que diz respeito a sua condição de expressão de um pensamento
metafísico, o deslocamento do conceito de escrita para o campo da
Desconstrução:
performance, nos leva a uma noção de texto mais abrangente, enquanto Operação própria ao
funcionamento do
tudo o que pode dar lugar a uma inscrição em geral, seja ele literal ou pensamento baseado
na lógica do
não. Texto que nas expressões cênicas pós-modernas, resultantes da deslocamento
incessante e
operação apropriativa, se configuram enquanto significante integrado a inarredável.

um complexo comunicativo. Margem: Lugar de


transbordamento. Não
Aliado a isso, partimos do princípio que a análise teórica da prescreve um limite
porque este se perde, é
performance, apesar de anárquica e, por princípio, fugir a qualquer continuidade fluida.
definição caracteriza-se por ser uma expressão cênica. Como bem coloca
Texto: Complexo
o encenador e teórico brasileiro Renato Cohen (2002, p.28) “um quadro comunicativo que
abrange elementos os
sendo exibido para uma plateia não caracteriza uma performance; alguém mais diversos como
sons, imagens,
pintando esse quadro, ao vivo, já poderia caracterizá-la”. palavras, gráficos,
objetos, sujeitos que
Performance que, como coloca ainda em seu prefácio a teórica funcionam como
significantes
norte-americana Roselee Goldberg (2006), ao tratar do aumento do integrados que
constituem um
numero de performers e dos espaços dedicados a sua realização no fim do sistema textual que
sempre está em
século XX, pode ser vista como o meio de expressão escolhido para a relação a outro.

articulação da diferença nos discursos sobre multiculturalismo e


globalização. Ou, como coloca o pesquisador inglês Nick Kaye:
A razão pela qual a performance serve particularmente à experiência pós-
moderna, é que ela compartilha com o Pós-Modernismo a recusa de ser
estabilizada, vacilando entre presença e ausência, entre deslocamento e
reinstalação. (apud CARLSON, 2009, p.155)

Esse caráter desestabilizante da pós-modernidade e que encontra eco na expressão


artística performance pode ser considerado como reflexo das mudanças pelas quais vem
passando a forma como concebemos o pensamento.

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