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apenas “ingressa na seara jurídica quando os (trinta por cento) dos relacionamentos
internautas vêm a se conhecer pessoalmente, virtuais transformaram-se em realidade,
passando o relacionamento do mundo virtual de forma que 3 em cada 10 pessoas não se
para o real”.19 Outros argumentam que o conformaram em manter apenas um caso
cônjuge que freqüenta chats de sexo ou sites virtual”.25 Três professores da Universidade
com conteúdos pornográficos viola o dever Tuiuti, do Paraná, empreenderam uma
de respeito, sem que a sua conduta possa pesquisa sobre sexo virtual e constataram
qualificar-se como infidelidade.20 um percentual no Brasil equivalente
ao norte-americano. Eles descobriram
O grupo que admite o sexo virtual como
que dos 135 respondentes, “(34,1%) já
motivo para divórcio reconhece que ainda que
marcaram encontro e mantiveram relações
não esteja descrito explicitamente no Código
sexuais com parceiros da internet”.26
Civil Brasileiro, este se constitui como
grave infração dos deveres do casamento, Nos Estados Unidos, 10% a 40% dos
especificamente os deveres de fidelidade divórcios são motivados por supostas
recíproca e de respeito e consideração traições virtuais.27 No caso do Brasil, nos
mútuos, previstos no artigo 1.566, incisos I e “grandes escritórios de advocacia, em 90%
VI, relativos ao direito de família.21 das separações são apresentadas cópias
de e-mails e mensagens de Messenger e
Para a juíza da 12ª Vara de Família do Rio
Orkut para configurar o que se chama de
de Janeiro, Mônica Feldeman Matos, o sexo
‘quase-adultério’”.28
virtual pode sim ser classificado como uma
infração ao dever de fidelidade.22 De sua parte, Segundo Loick Roch e Yannick
Washington Monteiro sustenta ser evidente Chatelain, autores do estudo In bed with
o retrocesso daqueles que concluem que a the web: Internet et le nouvel adultère, uma
infidelidade virtual não seria descumprimento em cada dez relações começa na internet
desse dever [fidelidade], por inexistir relação e 20% dos divórcios começam através de
sexual no plano virtual. Ele conclui que há conversas iniciadas num chat.29
muito o direito evoluiu para concluir que na
infidelidade importa a busca de satisfação Causas alegadas para o sexo virtual
sexual fora do par conjugal e não a relação
sexual propriamente dita.23 A pesquisa dos professores Regis,
Sob o ponto de vista de LucianoA. Teixeira, Antunes e Padilha da Universidade Tuiuti
quando um dos cônjuges ou conviventes, investigou os motivos apresentados pelos
à revelia do outro, pratica cibersexo, está 135 respondentes para a prática do cibersexo,
afrontando o princípio da fidelidade recíproca entre eles: timidez (53,9%); realização de
e do respeito mútuo, deveres estes, de ambos fantasias e fetiches (87,3%); anonimato
(Art. 1.566, I e V, CC). Ensejando, com tal (76,6%); estava excitado e não tinha um
ato, a dissolução da sociedade conjugal pela parceiro (69,9%); modo de conhecer pessoas
infringência do disposto no art. 1.573, VI, por para ter relações sexuais (70,8%); ainda não
conduta desonrosa, com exercício repetido iniciaram sua vida sexual (27,5%); porque
de prática de sexo virtual.24 têm problemas sexuais (19,2%).30
Segundo o psicanalista americano
Cibersexo e consumação do ato Dana Putnam, “A rede é um veículo
sexual extremamente sedutor porque dá às
pessoas o que lhes falta no mundo real”.31
Já existem algumas estatísticas que Tereza Vieira sustenta que “se o casal já
permitem ter uma noção. Pesquisa não vive bem, já não se comunica, já não
realizada nos EUA divulgou que “30% é cúmplice, a internet apenas acelera o
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móvel, uma propriedade que poderia ser que o evangelista Mateus emprega uma
despedida e tomada de volta quando bem frase equivalente, “desde a criação [do
entendesse. A lei destacava a dignidade mundo]” (Mt 13:35), para explicar a
e o valor da mulher, demonstrando, razão pela qual Jesus ensinava através de
implicitamente, que o marido que provocou parábolas. Conseqüentemente, para Jesus,
a sua “contaminação” estava em falta.72 a base para alguém saber o que deve fazer
ou não fazer encontra-se nas boas coisas
Jesus e o divórcio e novo que Deus fez “desde o princípio”.78 Isto
casamento em Mateus se aplica especialmente à questão da ética
matrimonial (Mt 19:3-9).
Esta passagem descreve parte do debate Na seqüência da resposta, Jesus cita
entre Jesus e os fariseus sobre a questão Gênesis 2:24. Esta iniciativa divina
do divórcio e novas núpcias. A discussão na Criação, que une um homem e uma
iniciou com a pergunta: “É lícito ao mulher, constitui-se num concerto de
marido repudiar a sua mulher por qualquer amor e fidelidade, exclusivo, monogâmico
motivo?” (v. 3). Os fariseus, naturalmente, e indissolúvel, que legitima o prazer
não desejavam aprender de Jesus. Eles sexual de ambos. Após haver evocado
queriam prová-lo, solicitando sua posição Gênesis 1:1; 27 e 2:24, Jesus acrescenta:
sobre a interpretação de Deuteronômio “Portanto, o que Deus ajuntou não o
24:1-4. Como já foi discutido acima, a separe o homem” (Mt 19:6). Para Jesus, o
expressão “coisa indecente”, hebraico ‘erwat casamento é mais que uma união humana
dabar, não se referia a adultério, mas a uma legal ou social. É uma instituição sagrada,
conduta desonrosa de exposição indecente, consumada por Deus.79 No original grego,
provavelmente de conotação sexual, mas o verbo “separe”, precedido do advérbio
não um relacionamento sexual ilícito. “não”, é um imperativo proibitivo. Desta
“Então, respondeu ele: Não tendes maneira, o imperativo é mais do que um
lido que o Criador, desde o princípio, os apelo ao intelecto. É um apelo à vontade.80
fez homem e mulher e que disse: Por esta Portanto, segundo o ensino de Jesus sobre
causa deixará o homem pai e mãe e se unirá Gênesis 1:1, 27, e 2:24, Deus espera que
a sua mulher, tornando-se os dois uma só o casamento seja uma união permanente
carne” (vv. 4, 5). Em Sua resposta, Jesus e indissolúvel. No plano original de Deus
conduz a atenção dos interlocutores para o para o matrimônio monogâmico, não
que o Criador fizera “desde o princípio”,73 há previsão para o divórcio.81 Assim,
para o plano primordial de Deus com o a expressão dos fariseus “por qualquer
homem,74 conforme as palavras de Gn motivo” torna-se irrelevante.82
1:27, 28.75 Observe-se que a frase “desde Após o arrazoado de Jesus, os
o princípio” é repetida no verso 8, quando fariseus perguntaram, “Por que mandou,
Jesus refuta a alegação dos fariseus: “Por então, Moisés dar carta de divórcio e
que mandou, então, Moisés dar carta de repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por
divórcio e repudiar?” (v. 7). A utilização da causa da dureza do vosso coração
expressão “desde o princípio” indica que é que Moisés vos permitiu repudiar
as palavras de Moisés (Dt 24:1) não tinham vossa mulher; entretanto, não foi assim
o mesmo status de Gn 1 e 2. O “ensino desde o princípio. Eu, porém, vos digo:
de Moisés não era um mandamento, quem repudiar sua mulher, não sendo
mas uma concessão”.76 Portanto, aquelas por causa de relações sexuais ilícitas,
palavras de Moisés eram transitórias, e casar com outra comete adultério e
aplicando-se apenas a certo período de o que casar com a repudiada comete
tempo e a um lugar.77 Cumpre salientar adultério” (Mt 19:7-9).
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 73
A referência dos fariseus a sangue não tenha sido retirado (Lv 17:13-
Deuteronômio 24:1 parece indicar que 16); (4) várias práticas sexuais ilícitas
os interrogantes mantinham a posição (Lv 18) que incluem incesto, adultério,
conservadora da escola rabínica de práticas homossexuais e bestialismo.cl
Shammai que interpretava ‘erwat dabar
Um estudo exaustivo da palavra permite
como relacionamento sexual ilícito e que se tenha uma noção mais abrangente
exposição [sexual] indecente. Como do seu sentido nas Escrituras. Porneia e
visto acima, a escola rabínica de “Hillel, outras palavras dela derivadas aparecem
mais tolerante, admitia como suficiente 107 vezes na LXX. Entre elas, encontra-
‘qualquer causa’”,83 como a queima da se a palavra hebraica zanah. Alguns
refeição pela esposa. dos casos em que zanah foi vertido por
Diante do acima exposto, pergunta-se, porneia na LXX estão: relações sexuais
qual é a implicação do sentido de ‘erwat com mulheres solteiras, entendidas no
dabar em Deuteronômio 24:1 para a sentido literal (Lv 19:29; Dt 22:21);
resposta que Jesus deu aos fariseus em relações sexuais com mulheres solteiras
Mateus 19:7-9 (cf. Mt 5:32) referente praticadas num contexto de liturgia
ao fundamento para o divórcio? Jesus religiosa pagã (Êx 34:16; Os 4:13, 14);
apresenta apenas uma única base legítima prostituição de mulheres casadas (Os 3:3;
para o divórcio: porneia (Mt 19:9; 5:32).84 Am 7:17; Gn 38:24); e relações sexuais de
A abrangência do sentido de porneia na homens israelitas com mulheres moabitas
Bíblia será estudada na próxima seção. praticadas num contexto de liturgia
religioso-pagã (Nm 25:1, 2; Êx 34:16).85
O sentido de porneia Porneia, na LXX, é também o
equivalente ao hebreu qedeshah, “prostituta
A expressão “relações sexuais ilícitas” ou prostituto sagrados” (Dt 23:17; Gn
é a tradução do grego porneia na versão 38:21), e mamzer, “bastardo” ou “filho de
Almeida Revista e Atualizada. O sentido incesto” (Dt 23:2). O substantivo porne
bíblico desta palavra é decisivo para a também serviu para traduzir o hebreu
compreensão da “cláusula excetiva” de zonah, “meretriz” em Js 2:1, conferindo a
Jesus referente ao divórcio. Para Davidson, porneia uma conotação de relacionamento
o uso de porneia sem algum tipo de promíscuo. Os demais usos de porneia na
qualificação em Mateus 19:9 é paralelo LXX tem sentido figurado.86
ao uso sem qualificativos em Atos 15:29,
quem tem uma ligação intertextual com Após esta breve noção sobre algumas
Levítico 17-18. Atos 15 apresenta uma palavras hebraicas traduzidas na LXX por
lista de quatro proibições para os gentios porneia, examinar-se-á as situações por
cristãos que foram prescritas pelo Concílio ela descritas no Novo Testamento (NT).
de Jerusalém: “que vos abstenhais das Semelhantemente ao AT, o NT se caracteriza
coisas sacrificadas a ídolos, bem como do pelo repúdio incondicional de todo intercurso
sangue, da carne de animais sufocados e não natural pré e extra-marital.
das relações sexuais ilícitas” (At 1:29). Tal como na LXX, porneia foi a
É admirável que esta mesma lista, nesta palavra empregada pelos escritores neo-
mesma ordem, com as principais quatro testamentários para identificar diversas
proibições legais aplicáveis aos israelitas situações relacionadas com atitudes
e estrangeiros apareça em Levítico 17-18: sexuais impróprias. O termo aparece 56
(1) sacrifícios aos demônios/ídolos (Lv vezes e define situações concretas quanto
17:7-9); (2) o beber sangue (Lv 17:10-12); ao comportamento sexual, ou é usada
(3) o comer qualquer tipo de carne cujo como qualificativo: o homossexualismo
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dos habitantes de Sodoma e Gomorra (Jd impura, no coração, já adulterou com ela”
7); o adultério (Mt 5:32; 19:9; Mc 7:21); a (Mt 5:28) vem despertando acalorados
relação incestuosa (1Co 5:1); as relações debates nos dias atuais. Alguns defendem
sexuais com prostituta (1Co 6:13, 18); as a posição de que o cibersexo seria um tipo
relações sexuais de homens israelitas com de “adultério espiritual”, o que justificaria
mulheres moabitas nos cultos pagãos (1Co o divórcio e novo casamento do cônjuge
10:8; Ap 2:14) e meretriz (Mt 21:31). “inocente”. O que o estudo acima sobre
Na verdade, porneia tem um sentido ‘erwat dabar poderia esclarecer?
generalizante, indicando “todo tipo de Se ‘erwat dabar em Deuteronômio
relação sexual ilícita”87, ou seja, “qualquer 24:1 se refere a algo que não é relação
das modalidades de impureza sexual, sexual ilícita, e se a palavra grega porneia
antes ou depois do casamento”cp. Isto é se refere a relações sexuais ilícitas, pode-
confirmado pela acepção da palavra no se concluir que, em Mateus 5:31-32, Jesus
grego88, pelo sentido das palavras hebraicas elevou o padrão do casamento acima do
que porneia significou na LXX, e, também que fora anteriormente estabelecido em
pelas situações por ela definidas no NT. Deuteronômio 24:1.92
A abrangência de porneia em At 15:22, Como base para o divórcio em Mateus
29, tem sido motivo de divergência entre 5:31-32, a palavra grega porneia funciona
os eruditos do NT. Alguns indicam que a como um não-sinônimo funcional
orientação conciliar aplicava-se a uniões equivalente de ‘erwat dabar. Fala-se de
matrimoniais proibidas pela legislação de Lv não-sinônimo porque os sentidos são
18.89 Outros entendem que porneia poderia diferentes. Enquanto a palavra grega
referir-se a vícios sexuais em geral, como porneia, isto é, relações sexuais ilícitascv, é
a prostituição institucionalizada dos cultos mais ampla do que a palavra grega moicheia
pagãos,90 ou ainda como uma proibição “adultério”, ela é menos abarcante do
moral, não apenas contra a fornicação como que a expressão hebraica ‘erwat dabar,
tal,91 mas contra o adultério, prostituição, que pode abranger não apenas relações
homossexualismo, incesto e bestialismo.
sexuais ilícitas, mas, também exposições
Deste modo, porneia, como indevidas de caráter menos grave. Assim,
cláusula excetiva em Mateus 19:9 e se “Moisés permitiu o divórcio por
5:32, abrange as seguintes situações: exposição indecente sem relações sexuais
relações sexuais com mulheres solteiras, ilícitas”, Jesus só o permite “se houver
praticadas privadamente, ou em rituais relações sexuais ilícitas”.93
religiosos; adultério-prostituição de
Parece que Jesus estava reagindo à
mulheres casadas, relações sexuais
escola de interpretação de Shammai que
promíscuas de homens em rituais pagãos,
homossexualismo, adultério, relação explanava ‘erwat dabar como “uma
sexual incestuosa, relação sexual com questão de nudez”. Por sua vez, Roy Gane
prostituta e bestialismo. Sem exceção, acredita que, para a escola de Shammai,
porneia na Bíblia, quando representa a expressão realmente indicava “uma
casos concretos, isto é, quando não é questão de exposição indecente”.94
utilizada em acepção simbólica, sempre Por Suas palavras em Mateus 19:9;
descreve algum tipo de coito sexual. 5:31-32, Jesus elimina todo o conjunto de
elaborações e especulações rabínicas sobre
Jesus e o divórcio em Mt 5:27-32 a passagem de Deuteronômio lembrando a
seus ouvintes que no Éden Deus instituiu
As palavras de Jesus “qualquer que um concerto que unia homem e mulher
olhar para uma mulher com intenção numa base permanente e indissolúvel.95
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 75
entre si, o que o torna um tipo de jogo mas- satisfação de estar anônimo; (4) o desejo
turbatório. O cibersexo pode ser comparado de realizar fantasias e fetiches; (5) busca de
com aqueles produtos cujo conteúdo poten- uma válvula de “escape” do estresse e das
cialmente nocivo foi retirado, como o café demais dificuldades da vida; (6) monotonia
descafeinado ou a cerveja sem álcool. Deste da vida conjugal; (7) preencher lacunas
modo, é um sexo sem sexo, pois não tem o afetivas; (8) desejo de variedade e diversão;
risco de contaminação de doenças sexual- (9) o prazer de exercitar o poder de sedução
mente transmissíveis ou de uma gravidez e conquista (aspectos que desaparecem
indesejada. O que de fato ocorre no encontro do casamento); (10) modo de conhecer
virtual é uma simulação de sexo. Os partici- pessoas para ter relações sexuais.
pantes podem chegar ao orgasmo, contudo A participação de pessoas cristãs em
não existe contato físico. No sexo virtual, cibersexo requer um posicionamento da
os internautas não se tocam, mas tocam-se igreja. Uma vez que o cônjuge ofendido
para o outro. Portanto, o orgasmo provocado comprove ou que o cônjuge envolvido
pela estimulação online seria o resultado de confesse este tipo de comportamento virtual,
uma masturbação assistida. teria a vítima ofendida o direito bíblico de se
A interação sexual via internet é divorciar e contrair novas núpcias?
um comportamento de alto risco para o A dúvida não é recente na igreja
casamento, já que algumas estatísticas têm adventista. Há onze anos, a Adventist
demonstrado que cerca de 30% das pessoas Review publicou a pergunta de um
que se relacionam virtualmente acabam por consulente: “Recentemente um homem
se envolverem sexualmente de forma física. de Nova Jersey requereu o divórcio de
Os juristas estão divididos quanto à sua esposa, alegando que ela cometeu
questão de o cibersexo ser ou não adultério. infidelidade por dezenas de vezes mediante
O primeiro grupo de doutrinadores não diálogos sexualmente explícitos pelo site
reconhece o cibersexo como adultério ‘America Online’. Ela e seu ‘amante’ nunca
porque lhe falta a conjunção carnal. O se encontraram, embora tenham planejado
segundo grupo admite que o sexo virtual fazê-lo. Sendo que não houve contato
é adultério e se constitui em motivo justo físico, nós, como adventistas do sétimo dia
para divórcio. consideramos isto como quebra do sétimo
mandamento e motivo para divórcio e
O testemunho de diversas pessoas novo casamento?” Após discorrer sobre
cujos cônjuges lhes foram virtualmente diversas situações reconhecidas pelo
“infiéis” é de sofrimento e dor intensa. Manual da Igreja como motivos válidos
Alguns psicólogos que trataram vítimas para divórcio e novo casamento, Calvin
destas situações afirmaram que o B. Rock, afirma: “Elas [atividades de
trauma é semelhante ao provocado por relacionamento sexual online] apontam
um adultério real. para um sério problema que, se não
O envolvimento crescente de pessoas corrigido, provavelmente podem levar à
com sexo virtual desperta naturalmente dissolução do lar, provocando um profundo
questionamentos. Quais seriam as causas trauma nas partes envolvidas. Mas eu não
deste fenômeno cibernético? Pesquisas com consigo ver nas razões permissíveis para
internautas praticantes e com terapeutas divórcio e novo casamento esta atividade
que atendem adictos e vítimas informam a que você se refere”.102
algumas das razões: (1) falta de interesse A breve análise de Deuteronômio 24:1-
sexual do parceiro (tensão sexual, numa 4; Mateus 19:3-9; 5:27-32 e 1 Coríntios
linguagem bíblica, “estar abrasado”); (2) 7:12-15, bem como o estudo de porneia
conflitos emocionais no casamento; (3) a nas Escrituras, também apontam para
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 77
uma resposta negativa. Ainda que sério, seria uma situação mais grave do que um
o cibersexo não se enquadra dentro dos diálogo com conteúdo sexual via internet.
motivos bíblicos reconhecidos como Sim, porque nudez com proximidade
válidos para divórcio e novo casamento. física é uma “mistura mais explosiva”. Os
Entre a escritura de Deuteronômio parceiros estão numa condição muito mais
24:1-4 por Moisés103 e o advento da favorável à consumação do adultério do
internet há uma lacuna de cerca de 3,5 mil que no relacionamento virtual.
anos. Embora separados por um período de A seguir, passa-se às considerações
tempo tão longo, seria possível classificar o sobre a resposta que Jesus deu aos fariseus
sexo virtual como uma atividade que estaria em Mateus 19:7-9 referente à ‘erwat dabar
dentro da abrangência de ‘erwat dabar? de Deuteronômio 24:1 e sua conexão
O sentido básico de ‘erwat no AT é com porneia como base para a cláusula
“nudez/exposição” e, geralmente, se refere excetiva do divórcio. Parece que os fariseus
aos órgãos genitais. Por sua vez, dabar tem interrogantes pertenciam à escola de
muitos significados, mas aqui, em parceria Shammai, que interpretava ‘erwat dabar de
com ‘erwat, tem o sentido de “coisa”. Deuteronômio 24:1 como relacionamento
sexual ilícito e exposição [sexual] indecente.
Seguramente, a expressão ‘erwat
A escola rabínica de Hillel, mais tolerante,
dabar (Dt 24:1) não poderia incluir
admitia como suficiente qualquer causa
adultério, visto que este crime tinha como
como a queima da refeição pela esposa.
punição a morte (Dt 22:22; Lv 20:10-18).
A evidência de que o foco é algo menos Em sua resposta, Jesus não se detém
do que relações sexuais encontra-se no uso sobre o mérito da discussão a respeito
da expressão ‘erwat dabar e não shakab dos motivos permitidos por Moisés para
‘im, “deitar-se com” (Lv 18:20), ou gillah o divórcio em Deuteronômio 24:1-4.
‘ervah, “descobrir a nudez” (Lv 18:6) ou Seu breve comentário é: “Por causa da
na’ap, “cometer adultério” (Ex 20:14). dureza do vosso coração é que Moisés
Para o erudito adventista Roy Gane, o tipo vos permitiu repudiar vossa mulher” (Mt
de “imodéstia” definida por ‘erwat dabar 19:8). Imediatamente, Ele conduz seus
poderia incluir: o não cobrir os braços ou a interlocutores para a teologia e ética do
cabeça em público; o banhar-se na presença casamento estabelecida no “princípio” (Gn
de um ou mais homens que não fossem seu 1:1, 27: 2:24) e confirma a indissolubilidade
marido; o ser beijada por outro homem; do concerto matrimonial (Mt 19:6).
o deixar-se acariciar por outro homem; o
insinuar-se sexualmente para alguém; o O verso 9 apresenta a cláusula excetiva:
“flertar”, tentando alguém a cobiçá-la. “Quem repudiar sua mulher, não sendo por
causa de relações sexuais ilícitas, e casar com
Visto que a expressão ‘erwat dabar outra comete adultério e o que casar com a
em Deuteronômio 24:1 é entendida repudiada comete adultério” (Mt 19:9). Ou
literalmente como a atitude da esposa que seja, ‘erwat dabar quando descreve a atitude
se descobre impropriamente, mas sem o da esposa que se descobre impropriamente,
contato físico das partes sexuais do seu mas sem o contato físico das partes sexuais
corpo com as de outra pessoa, poder-se-ia do seu corpo com as de outra pessoa, não
incluir o cibersexo dentro do seu escopo. constitui motivo para divórcio e novo
Confrontando-se a proximidade físi- casamento. A única razão aceitável para
ca entre a mulher e o parceiro que não um possível novo casamento seria a prática
fosse o marido (Dt 24:1) com o sexo de porneia. O contexto da passagem deixa
virtual, parece que a exposição pessoal subentendido que o novo casamento seria
da genitália feminina (‘erwat dabar), um direito do cônjuge inocente.
78 / Parousia - 2º semestre de 2007
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Ibid.
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Ibid.
cfm?fuseaction=ver&cod=60708, no dia 29 de 41
Teixeira, http://66.102.1.104/scholar?hl=pt-
outubro de 2007. BR&lr=&q=cache:k5bur0fErWwJ:www.cbeji.com.
26
Mônica F. Matos, citada por Marcio M. Pinto, br/br/downloads/secao/CIBERINFIDELIDADE.
http://www.alfa-redi.org/rdi-articulo.shtml?x=1505, doc+%22sexo+virtual%22+%22adult%C3%A9rio
27/10/2007. %22, 29/10/2007.
27
Washington Monteiro, citado por Hugo L. 42
http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/
Silva, “O direito da família e a internet – Infidelidade cgi-bin/PRG_0599.EXE/9888_4.PDF?NrOcoSis=
virtual: mito ou realidade com efeitos jurídicos”, 31463&CdLinPrg=pt, 29/10/2007.
pesquisa realizada na internet, no site, http://www. 43
Maheu e Subotnik, citados em http://www.
verbojuridico.net/doutrina/tecnologia/infidelidade- maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgi-bin/PRG_0599.
virtual.pdf, no dia 29 de outubro de 2007. EXE/9888_4.PDF?NrOcoSis=31463&CdLinPrg=pt,
28
Teixeira, http://66.102.1.104/scholar?hl=pt- 29/10/2007.
BR&lr=&q=cache:k5bur0fErWwJ:www.cbeji.com. 44
Ibid.
br/br/downloads/secao/CIBERINFIDELIDADE. 45
Pinheiro, http://veja.abril.uol.com.br/250106/
doc+%22sexo+virtual%22+%22adult%C3%A9rio p_076.html, 29/10/2007.
%22, 29/10/2007. 46
Ronaldo P. da Costa, citado por Pinheiro,
29
Vitor F. Kümpel, “Infidelidade virtual”, http://veja.abril.uol.com.br/250106/p_076.html,
Complexo Jurídico Damásio de Jesus, pesquisa re- 29/10/2007.
alizada na internet, no site, http://www.damasio.com. 47
Kalil, http://epoca.globo.com/edic/20010723/
br/?page_name=art_010_2004&category_id=32, no soci1a.htm, 24/10/2007.
dia 29 de outubro de 2007. 48
Salvo indicação contrária, todas as referências
30
Márcio R. Regis, Maria C. Antunes e Maria neste artigo são da Versão João Ferreira de Almeida,
da G. S. Padilha, “Sexo virtual e infidelidade: Revista e Atualizada (ARA) (São Paulo: Sociedade
concepções de usuários de salas de bate-papo (Cy- Bíblica do Brasil, 1993).
bersex and Infidelity: Conceptions of Chat Users)”, 49
Guilherme Kerr, Gramática Elementar da Lín-
AtlasPsico, pesquisa realizada na internet, no site, gua Hebraica (Philadelphia, PA: Jewish Publication
http://atlaspsico.com.br/COLUNA_ATLASP- Society, 1948), 123. Ver Paulo Mendes, Noções de
SICO_sexo_virtual_e_infidelidade.htm, no dia 29 Hebraico Bíblico (São Paulo: Vida Nova, 1986),
de outubro de 2007. 136. A própria tradução do hebraico azav pelo
31
Mariana Kalil, “Sexo on-line, rede do grego kataleipsei, conforme aparece na LXX de Gn
prazer”, Época, 23 de julho de 2001, pesquisa 2:24, foi vertida para o futuro. Assim também o fez
realizada na internet, no site, http://epoca.globo. Mateus, ao registrar as palavras de Jesus citando
com/edic/20010723/soci1a.htm, no dia 29 de Gn 2:24. Ver William F. Arndt e Wilbur Gingrich,
outubro de 2007. “Kataleipo”, A Greek-English Lexicon of the New
32
Pinheiro, http://veja.abril.uol.com.br/250106/ Testament (Chicago: The University of Chicago
p_076.html, 29/10/2007. Press, 1979); “Kataleipsei”, The Analytical Greek
33
Loick Roch e Yannick Chatelain, citados por Lexicon (Nova Iorque: Harper & Brothers, s.d.);
Silva, http://www.verbojuridico.net/doutrina/tecno- e Wesley J. Perschbacher, ed. The New Analytical
logia/infidelidadevirtual.pdf, 29/10/2007. Greek Lexicon (Peabody, MA: Hendrickson Publish-
34
Regis, Antunes e Padilha, http://atlaspsico. ers, 1992), 224.
com.br/COLUNA_ATLASPSICO_sexo_virtual_e_ 50
“Leave his father and his mother”, [Gn
infidelidade.htm, 29/10/2007. 2:24], Seventh-day Adventist Bible Commentary,
35
Dana Putnam, citado por Kalil, http://epoca. (SDABC) (Washington, DC: Review and Herald,
globo.com/edic/20010723/soci1a.htm, 29/10/2007. 1954), 1:227.
36
Tereza Vieira, citada por Hugo L. Silva, http:// 51
Beaumont W. Powers, Marriage and Divorce
www.verbojuridico.net/doutrina/tecnologia/infideli- The New Testament Teaching (Petersham, Austrália:
dadevirtual.pdf, 29/10/2007. Jordan Books, 1987), 26.
37
Young et al, citado em, http://www.max- 52
Derek Kidner, Gênesis, Série Cultura Bíblica
well.lambda.ele.puc-rio.br/cgi-bin/PRG_0599. (São Paulo: Vida Nova, 1991), 62. Powers, 30, 46.
EXE/9888_4.PDF?NrOcoSis=31463&CdLinPrg=pt, 53
Mendes, 174.
29/10/2007. 54
Gordon J. Wenham, Word Biblical Com-
38
Beatriz Mileham, “Cyber sex lures love cheats”, mentary (Waco, TX: Word Books, 1987), 71.
BBC News, pesquisa realizada na internet, no site, “Genesis 1-15”
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 81
55
Powers, 46. deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos
56
Preferiu-se a tradução da Versão de João Fer- de prata; e, uma vez que a humilhou, lhe será por
reira de Almeida Revista e Corrigida (ARC) porque mulher; não poderá mandá-la embora durante a sua
o verbo “ser” no hebraico é precedido por vav con- vida” (Dt 22:28, 29).
secutivo, por esta razão, hayah é mais bem traduzido 67
Tim Stafford, The Sexual Christian (Wheaton,
pelo futuro, conforme a conexão lógica determinada IL: Victor Books, 1989), 117.
pelo primeiro verbo hebraico do verso (azav) que 68
Richard M. Davidson, “Divorce and remar-
aparece no imperfeito. riage in Deuteronomy 24:1-4”, Journal of the Ad-
57
John Skinner, A Critical and Exegetical Com- ventist Theological Society 10 (1999): 4, 5.
mentary on Genesis, The International Critical 69
Roy Gane, Roy Gane, “Old Testament prin-
Commentary (Nova Iorque: Charles Scribner’s Sons, ciples relevant to divorce and remarriage”, Journal of
1910), 70. Para Paulo, em 1Co 6:16, a expressão the Adventist Theological Society, 12 (2001): 41.
“uma só carne” indica relações sexuais. 70
Earl, S. Kalland, Dicionário Internacional de
58
Bruce Vawter, On Genesis (Garden City, NY: Teologia do Antigo Testamento, Eds. R. Laird Harris,
Doubleday & Company, 1977), 75. A posição de Le- Gleason L. Archer Jr. e Bruce Waltke (São Paulo:
upold harmoniza-se com a de Vawter, pois segundo Vida Nova, 1998), 294-296. Ver “Dabar”.
este comentarista, o “tornar-se uma só carne” resulta 71
A versão Almeida Corrigida Fiel (ACF) tam-
na “completa identificação de uma personalidade bém traduziu ‘erwat ha’aretz por “nudez da terra”.
com outra, numa comunidade de interesses e objeti- 72
Duane L. Christensen, Word Biblical Com-
vos, uma união consumada no intercurso sexual” (H. mentary (Nashville, TN: Thomas Nelson, 2002),
C. Leupold, Exposition on Genesis [Grand Rapids, 543. “Deuteronomy 21:10-34:12”.
MI: Baker Book House, 1950], 1:137). 73
Ibid.
59
Natanael B. P. Moraes, Teologia e Ética do 74
Gane, 44.
Sexo para Solteiros:análise bíblico-histórica e pro- 75
Ibid.
posta adventista de educação sexual (Engenheiro 76
Abel Isaksson, Marriage and Ministry in the
Coelho, SP: Unaspress, 2000). New Temple: A Study with Special Reference to
60
J. Carl Laney, The Divorce Myth (Minneapolis, Matt. 19:13[sic]-12 and 1 Cor. 11:3-16, trans. By N.
MN: Bethany House Publishers, 1981), 26. Tomkinson with J. Gray, Acta Seminarii Neotesta-
61
Victor P. Hamilton, The Book of Genesis, mentici Upsaliensis, 24 (Lund: Geerup; Copenhagen:
Chapters 1-17, The New International Commentary Munsgaard, 1965), 26, citado por Davidson, em
on the Old Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, referência 10, 6.
1990), 181. 77
Gane, 44, 45.
62
Dwight H. Small, Design for Christian Marriage 78
Ibid., 45
(Old Tappan, NJ: Spire Books, 1971), 101-102. 79
Ibid.
63
Stanley Grenz, Sexual Ethics (Dallas, TX: 80
Ibid.
Word Publishing, 1990), 67. William E. Hulme, 81
Davidson, 5.
Building a Christian Marriage (Minneapolis, MN: 82
Ibid., 14.
Augsburg Publishing House, 1965), 89, e Sakae 83
Peter C. Craigie, New International Commen-
Kubo, Theology & Ethics of Sex (Nashville, TN: Re- tary on the Old Testament (Grand Rapids, MI: Eerd-
view and Herald, 1980, 39, 40, confirmam que o ato mans, 1976), 305. “The Book of Deuteronomy”
sexual é de fato a renovação do concerto conjugal. 84
Davidson, 20.
64
Gordon P. Hugenberger, Marriage as a Covenant 85
A expressão usada por Jesus, “desde o
(Leiden, Holanda: E. J. Brill, 1994), 240. Monford princípio” reflete Gn 1:1. Robert H. Gundry, Mat-
Harris também reconhece que, o “intercurso sexual, é thew (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1982), 378.
de fato um toque que confirma o concerto”. Monford Ver também W. D. Davies, e Dale C. Allison, Jr., A
Harris, “Pre-Marital Sexual Experience: A Covenantal Critical and Exegetical Commentary on the Gospel
Critique”, Judaism 19 (Primavera 1970): 142. É na According to Saint Matthew, International Critical
mesma linha de pensamento que Smedes notifica que o Commentary (Edinburgh: T&T Clark, 1997), 3:9.
sexo entre marido e mulher “sela um concerto pessoal 86
Juan Mateos, e Fernando Camacho, El Evangelio de
de vida”. Lewis B. Smedes, Mere Morality (Grand Mateo (Madri: Ediciones Cristiandad, 1981), 189-190.
Rapids, MI: Eerdmans, 1994), 166. 87
Davies e Allison afirmam que a menção de
65
Harris, 143. Gn 1:27 por Jesus, serve para confirmar o princípio
66
Observe-se que a lei de Moisés prescrevia a do casamento monogâmico, e, ao mesmo tempo,
realização de casamento quando houvesse relações combater a poligamia (3:10).
sexuais pré-maritais, o que por si, evidencia que, 88
Daniel Patte, The Gospel According to Mat-
de fato, o sexo é o sinal-juramento do concerto thew (Philadelphia, PA: Fortress Press, 1987), 265.
matrimonial, “Se um homem achar moça virgem, 89
G. Campbell Morgan, The Gospel Accord-
que não está desposada, e a pegar, e se deitar com ing to Matthew (Nova Iorque: Fleming H. Revel
ela, e forem apanhados, então, o homem que se Company, 1929), 237.
82 / Parousia - 2º semestre de 2007
90
Patte, 264. 105
Como exemplo de discordância de que porneia
91
Morgan, 237. inclui o sentido de relações sexuais pré-maritais,
92
“Por si mesmo o imperativo implica apenas ver: Bruce Malina, “Does Porneia Mean Fornica-
num apelo da vontade” (H. E. Dana, e J. R. Mantey, tion?”, Vetus Testamentum 14 (1972): 10-17. Para
A Manual Greek Grammar of the New Testament uma noção de que porneia inclui relações sexuais
[Nova Iorque: Macmillan, 1927], 175). pré-maritais, ver a refutação de Jensen ao ponto de
93
Segundo Davies e Allison, “desde o princípio” vista de Malina em: Joseph Jensen, “Does Porneia
relembra Gn 1:1. Isto vincula o matrimônio Mean Fornication? A Critique of Bruce Malina”,
monogâmico com as circunstâncias prevalecentes Vetus Testamentum 20 (1978): 161-184.
no mundo antes da entrada do pecado (3:9). 106
Gane, 47.
94
Gundry, Matthew, 379. Ver também Patte, 265. 107
Ver o estudo sobre a palavra porneia nas
95
Angelo Lancellotti, Comentário ao Evangelho páginas anteriores.
de São Mateus (Petrópolis, RJ: Vozes, 1980), 168. 108
Gane, 47.
96
Davidson, 7. 109
Ibid, 48.
97
Ibid., 7-8. 110
Ver, Ed Christian, “1 Corinthians 7:10-16:
98
Moraes, 70. divorce of unbelievers or reconciliation with unfaith-
99
Edwin Hatch, e Henry A. Redpath, A Concor- ful”, Journal of the Adventist Theological Society
dance to the Septuagint (Grand Rapids, MI: Baker 10 (1999): 44.
Book House, 1991). Ver “Porneia”. 111
Código civil, capítulo VIII, artigo 1.550, inciso
100
Bauer, ver “Porneia”. No mundo não-judeu V, pesquisa realizada na internet, no site http://www.
a palavra porneia indicava intercurso extra-marital planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm,
religioso ou secular. Homens casados tinham per- no dia 18 de novembro de 207.
missão para relações fora do casamento. Também 112
Ibid, 55.
havia muita tolerância quanto ao intercurso entre 113
Para uma melhor noção sobre a tradução de
rapazes e prostitutas. Friedrich Hauck e Siegfried
apistos por “infiel”, ver Christian, 52-63.
Schulz, Theological Dictionary of the New Testa- 114
Ibid, 57.
ment (TDNT), (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1971), 115
Ibid.
6:581-583. Ver “Porneia” 116
Ibid, 57-58. Grifos originais.
101
Russel N. Champlin, Novo Testamento Inter- 117
Ibid., 62.
pretado (NTI), (São Paulo: Milenium Distribuidora 118
Calvin B. Rock, “Applying ancient principles”,
Cultural, 1985), 3:315.
Adventist Review, 22 de agosto de 1996, 28 (1012).
102
Conforme lembrado por Champlin, porneia in- 119
“Authorship”, SDABC, 1:953. Ver, também,
dicava “qualquer contato sexual ilícito, não apenas de
pessoas solteiras... Essa palavra era constantemente Ellen G. White, Patriarcas e profetas, em Obras de El-
usada na literatura grega a fim de indicar qualquer len G. White (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
contato sexual proibido” (Ibid., 4:68). s.d.), 503, 1CD-Rom.
103
Frederick F. Bruce, Commentary on the Book
120
“Pecado não é apenas o ato exterior; ao
of the Acts, New International Commentary on the contrário, é também uma questão do coração que
New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, alcança profundamente os domínios do pensam-
1975), 315. Ele é seguido nesta interpretação por, ento” (Nisto cremos [Tatuí, SP: Casa Publicadora
I. Howard Marshal, Atos, Introdução e Comentário, Brasileira,1989], 395).
Série Cultura Bíblica (São Paulo: Mundo Cristão,
121
Ver, Silva, http://www.verbojuridico.
1985), 240; Hauck, e Schulz, “Porneia”, TDNT, net/doutrina/tecnologia/infidelidadevirtual.pdf,
6:592-593; Everett F. Harrison, Interpreting Acts 11/11/2007.
(Grand Rapids, MI: Academie Books, 1986), 250;
121
Ellen G. White, O Lar Adventista, 341,
Ernst Haenchen, The Acts of the Apostles (Philadel- pesquisa feita na internet, no site http://www.
phia, PA: The Westminster Press, 1971), 449; John ellenwhitebooks.com/comentario/, no dia 12 de
Stott, The Spirit, The Church and the World (Down- novembro de 2007.
ers Grove, IL: InterVarsity Press, 1990), 250. 122
O manual não emprega a palavra porneia, mas
104
G. H. C. Mcgregor, Interpreter’s Bible (Nova trata do seu sentido. Ver Manual da Igreja (Tatuí, SP:
Iorque: Abingdon, 1954), 9:203. Ver, também: SD- Casa Publicadora Brasileira, 2006), 205.
ABC, 6:311-312. Ver “Pollutions of Idols”. 123
Ibid.