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Traição virtual , porneia e novo


casamento

Natanael B. P. Moraes, Doutor em Teologia Pastoral


Professor de teologia aplicada no SALT, Unasp, Campus Engenheiro Coelho

Resumo: O presente artigo aborda a pós-modernidade com múltiplas conquistas


questão referente ao sexo virtual através da em todas as áreas do conhecimento
internet. Trata-se de uma atividade recente humano. Como exemplo no âmbito das
que tem provocado dor e sofrimento as comunicações, menciona-se a internet
suas vítimas. Lastimavelmente o problema que tem facilitado o acesso à informação,
tem afetado alguns membros da igreja transformando o planeta numa verdadeira
adventista. A situação desperta questões aldeia global.1
intrincadas como, seria o envolvimento Ciberespaço é outra palavra que chegou
com cibersexo um motivo justificado para ficar. Trata-se do mundo “virtual” no
para divórcio e novo casamento? Procura- qual as pessoas interagem por meio de redes
se, neste artigo, uma resposta advinda da de computadores. O termo foi inventado
análise de Deuteronômio 24:1; Mateus 19:3- por William Gibson no livro de ficção
9; 5:27-32 e 1 Coríntios 7:12-15. Estuda- científica Neuromancer, mas hoje em dia
se, também, a abrangência das atividades já faz parte da linguagem coloquial, usado,
descritas pela palavra grega porneia e suas por exemplo, como sinônimo da internet.2
aplicações ao tema discutido.
Para se ter uma noção do que é
Abstract: This article deals with the possível encontrar na internet, basta
question of virtual sex, as related to the acessar qualquer um dos denominados
internet. This is as a recent activity, that sites de busca. Tome-se como exemplo o
has stired up discussion and caused pain Google. O título “Artes e Entretenimento”
among the involved people. Unfortunately do diretório abrange os subtítulos
the problem has also affected Christians. “música, televisão, rádio” que por sua
Should the cibersex be considered as a vez se subdividem em outros subtítulos.
justification for divorce and remarriage? Assim, cada título se desdobra em
This is one of the difficult question that the outros subtítulos, aos milhões. A título
subject has arised. In this study the author de informação, em novembro de 2006,
seeks guidelines in the biblical texts of a internet contava com 100 milhões de
Deuteronomy 24:1; Mathew 19:3-9; 5:27- sites disponíveis.3
32 and 1 Corinthians 7:12-15. This articles A própria internet oferece informação
also gives attention also the meaning atualizada sobre os sites mais acessados
and reach of the Greek word porneia as it da rede. No Brasil, por exemplo, o
relates to the discussion of the topic. mais acessado é o Orkut, um site de
relacionamentos.4 Os chats ou sites de
Introdução “bate-papo’, onde os internautas podem
dialogar em tempo real, estão entre os
O mundo vive os primeiros anos do mais populares. Para se ter uma idéia,
terceiro milênio. São os novos tempos da cerca de 730 mil brasileiros freqüentam
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chamados, cyberaffairs, são percebidos comum, no domicílio conjugal; mútua


como relacionamentos românticos e/ou assistência; sustento, guarda e educação
sexuais que são iniciados via contato online dos filhos; respeito e consideração
e mantidos predominantemente através de mútuos”.12 Por sua vez, o código civil
conversas eletrônicas que ocorrem através reconhece seis razões que justificam o
de e-mails e comunidades virtuais, como divórcio, “adultério; tentativa de morte;
as salas de bate-papo, jogos interativos ou sevícia ou injúria grave; abandono
grupos de discussão online.5 voluntário do lar conjugal, durante um
Quando as pessoas usam conteúdos ano contínuo; condenação por crime
computadorizados, como textos, sons infamante; conduta desonrosa”.13 Em seu
ou imagens obtidas de algum software parágrafo único, o artigo 1.573 declara,
ou da internet com o objetivo de se “O juiz poderá considerar outros fatos
estimularem sexualmente, também estão que tornem evidente a impossibilidade
fazendo sexo virtual. da vida em comum”.14

Num sentido mais específico, sexo O primeiro grupo de doutrinadores


virtual é a interação entre pelo menos condiciona a ocorrência do adultério à
duas pessoas que trocam mensagens existência da conjunção carnal, ou seja, do
provocativas e eróticas entre si,6 o que faz coito vagínico. O segundo grupo admite
dele um tipo de “jogo masturbatório”.7 que a prática de qualquer ato sexual
Poder-se-ia comparar o cibersexo com inequívoco como coito anal, interfemural,
o café descafeinado, com o creme sem o “fellation in ore”, incluindo sexo virtual,
gordura e com a cerveja sem álcool. As constituem adultério.15
pessoas obtêm o produto e, ao mesmo Pela primeira corrente, considerada mais
tempo, retiram dele o elemento maligno. rigorosa, que se atém à obrigatoriedade
Deste modo, o “sexo virtual seria um de cópula, chega-se- à conclusão da
sexo sem sexo”,8 livre do risco de contrair impossibilidade de realização do ilícito,
uma doença sexualmente transmissível ou visto que não existe qualquer contato
enfrentar uma gravidez indesejada. A razão físico, dada a distância que separa os
é óbvia, no cibersexo os “participantes dois “parceiros sexo-virtuais”.16 Portanto,
não tocam o outro, mas tocam-se para o trata-se de um crime impossível. Mesmo
outro”.9 Assim, o orgasmo provocado pela considerando-se a tese pautada na prática
estimulação online seria o “resultado de dos atos libidinosos diversos da conjunção
uma masturbação assistida”.10 carnal, faltaria ainda um elemento
primordial, ou seja, o co-réu, haja vista
Sexo virtual e adultério que não se comete o crime de adultério
sozinho; trata-se de ilícito que exige o
Esta é uma discussão que está concurso necessário, ou ainda, de crime
dividindo juristas nesta nova área das bilateral ou de encontro.17
leis denominada de direito informático A advogada Priscila Corrêa da Fonseca,
ou direito eletrônico.11 Um grupo diz que especialista em direito de família do Brasil
sexo virtual é adultério, enquanto outro afirma que para “configurar o adultério é
grupo afirma que não é adultério. necessário provar a conjunção carnal. Já
Antes de considerar os pontos de vistas essa figura jurídica do ‘quase-adultério’
dos juristas, é preciso que se apresente a significa toda situação amorosa na qual
posição do código civil brasileiro sobre você não prova o sexo, mas prova o
o casamento, “São deveres de ambos os envolvimento amoroso”.18 Por sua vez,
cônjuges: fidelidade recíproca; vida em Tereza Vieira sustenta que o problema
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 67

apenas “ingressa na seara jurídica quando os (trinta por cento) dos relacionamentos
internautas vêm a se conhecer pessoalmente, virtuais transformaram-se em realidade,
passando o relacionamento do mundo virtual de forma que 3 em cada 10 pessoas não se
para o real”.19 Outros argumentam que o conformaram em manter apenas um caso
cônjuge que freqüenta chats de sexo ou sites virtual”.25 Três professores da Universidade
com conteúdos pornográficos viola o dever Tuiuti, do Paraná, empreenderam uma
de respeito, sem que a sua conduta possa pesquisa sobre sexo virtual e constataram
qualificar-se como infidelidade.20 um percentual no Brasil equivalente
ao norte-americano. Eles descobriram
O grupo que admite o sexo virtual como
que dos 135 respondentes, “(34,1%) já
motivo para divórcio reconhece que ainda que
marcaram encontro e mantiveram relações
não esteja descrito explicitamente no Código
sexuais com parceiros da internet”.26
Civil Brasileiro, este se constitui como
grave infração dos deveres do casamento, Nos Estados Unidos, 10% a 40% dos
especificamente os deveres de fidelidade divórcios são motivados por supostas
recíproca e de respeito e consideração traições virtuais.27 No caso do Brasil, nos
mútuos, previstos no artigo 1.566, incisos I e “grandes escritórios de advocacia, em 90%
VI, relativos ao direito de família.21 das separações são apresentadas cópias
de e-mails e mensagens de Messenger e
Para a juíza da 12ª Vara de Família do Rio
Orkut para configurar o que se chama de
de Janeiro, Mônica Feldeman Matos, o sexo
‘quase-adultério’”.28
virtual pode sim ser classificado como uma
infração ao dever de fidelidade.22 De sua parte, Segundo Loick Roch e Yannick
Washington Monteiro sustenta ser evidente Chatelain, autores do estudo In bed with
o retrocesso daqueles que concluem que a the web: Internet et le nouvel adultère, uma
infidelidade virtual não seria descumprimento em cada dez relações começa na internet
desse dever [fidelidade], por inexistir relação e 20% dos divórcios começam através de
sexual no plano virtual. Ele conclui que há conversas iniciadas num chat.29
muito o direito evoluiu para concluir que na
infidelidade importa a busca de satisfação Causas alegadas para o sexo virtual
sexual fora do par conjugal e não a relação
sexual propriamente dita.23 A pesquisa dos professores Regis,
Sob o ponto de vista de LucianoA. Teixeira, Antunes e Padilha da Universidade Tuiuti
quando um dos cônjuges ou conviventes, investigou os motivos apresentados pelos
à revelia do outro, pratica cibersexo, está 135 respondentes para a prática do cibersexo,
afrontando o princípio da fidelidade recíproca entre eles: timidez (53,9%); realização de
e do respeito mútuo, deveres estes, de ambos fantasias e fetiches (87,3%); anonimato
(Art. 1.566, I e V, CC). Ensejando, com tal (76,6%); estava excitado e não tinha um
ato, a dissolução da sociedade conjugal pela parceiro (69,9%); modo de conhecer pessoas
infringência do disposto no art. 1.573, VI, por para ter relações sexuais (70,8%); ainda não
conduta desonrosa, com exercício repetido iniciaram sua vida sexual (27,5%); porque
de prática de sexo virtual.24 têm problemas sexuais (19,2%).30
Segundo o psicanalista americano
Cibersexo e consumação do ato Dana Putnam, “A rede é um veículo
sexual extremamente sedutor porque dá às
pessoas o que lhes falta no mundo real”.31
Já existem algumas estatísticas que Tereza Vieira sustenta que “se o casal já
permitem ter uma noção. Pesquisa não vive bem, já não se comunica, já não
realizada nos EUA divulgou que “30% é cúmplice, a internet apenas acelera o
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processo e proporciona mais oportunidades sua própria concupiscência” (Tg 1:14). A


de conhecer novas pessoas com o intuito causa está dentro do ser humano sensual,
de colmatar lacunas afetivas”.32 lascivo e pecaminoso.
O denominado modelo “ACE” propõe
as variáveis Anonimato, Conveniência e Reações à traição virtual
Escape, que podem levar ao relacionamento
sexual online. O “anonimato” possibilita Aquele que se envolve com sexo
que as pessoas se engajem em conversas virtual com alguém pode minimizar sua
eróticas sem tanto receio de serem prática, contudo a “infidelidade” online
surpreendidas pelo cônjuge ou parceiro. A causa muito sofrimento naquele que a
“conveniência” dos programas interativos, descobre.38 Maheu e Subotnik defendem a
como o MSN e do próprio e-mail, das salas idéia de que apesar de não haver o contato
de bate-papo e de outros sites de discussão, face-a-face, ou até mesmo uma relação
abrem caminho para se conhecerem sexual real, a intenção de ter uma conexão
outras pessoas. Por fim, os romances e/ou secreta e erótica com alguém já define uma
comportamentos sexuais online podem infidelidade. A promessa de exclusividade
representar uma espécie de válvula entre os casais é sentida por estes como
de “escape” do estresse e das demais se fora quebrada, da mesma forma que na
dificuldades da vida real.33 infidelidade fora da internet.39

A pesquisadora Beatriz Mileham da Uma pesquisa realizada em junho


Universidade da Florida declarou que a de 2000 com 7 milhões de usuários
maioria das pessoas se aventura em salas aleatoriamente selecionados, visitantes do
de bate-papo por causa da monotonia, da site “msnbc.com”, chegou aos seguintes
falta de interesse sexual do parceiro ou por dados: 45% das mulheres entendem que
desejo de variedade e diversão. Segundo sexo virtual é infidelidade, e 40% dos
a pesquisadora, a maior reclamação dos homens tiveram a mesma opinião. Mas,
homens é a falta de sexo no casamento, nesta mesma pesquisa, 60% das pessoas
fato que também os leva a buscar aventuras que já tinham feito sexo virtual não o
na internet, além do que muitos deles consideram como uma violação dos
dizem que suas esposas estavam muito acordos maritais e não acham que estavam
envolvidas com os filhos, reduzindo seu sendo infiéis.40 Outra pesquisa apresentada
interesse por sexo.34 na última conferência anual da Sociedade
Britânica de Psicologia mostrou que 84%
Entre outros fatores, encontra-se o prazer dos entrevistados consideravam esse tipo
de exercitar o poder de sedução e conquista, de comportamento como traição.41
aspectos que compreensivelmente desa-
parecem do casamento.35 Outra causa, de Segundo o psiquiatra Ronaldo P. da
natureza mais biológica, seria o “furor Costa, da Sociedade Brasileira de Estudos
erótico”, alimentado pelo “anonimato” e em Sexualidade Humana, o sexo virtual “tem
pela “multiplicação de oportunidades”.36 um potencial tão devastador para afetar uma
É interessante destacar que num artigo união quanto se um dos cônjuges tivesse
acadêmico-secular, Luciano A. Teixeira sido pego na cama com outra pessoa”.42
apresenta outra causa, que pareceria mais de A sexóloga brasileira Maria Cristina
cunho religioso, “um ambiente corrompido Martins aprofundou-se no território das
pela concupiscência”.37 Na verdade, este é relações virtuais ao realizar uma enquete
o principal motivo que leva uma pessoa a com 140 mulheres americanas acima
se envolver com sexo virtual, “cada um é dos 21 anos. Perguntou-lhes: mulher
tentado, quando atraído e engodado pela casada que faz sexo pela internet trai o
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 69

marido? Os resultados foram apresentados O ato de deixar pai e mãe e unir-se à


no Congresso Mundial sobre Sexologia, esposa implica uma mudança de foco de
em Paris. Do total, 58% consideram traição lealdade, onde o cônjuge passa a ocupar
fantasiar com alguém que não seja o parceiro. o primeiro lugar nas afeições do outro
O índice das que rejeitam a idéia porque não cônjuge, em lugar da anterior lealdade
há contato físico é de 21%. “Mas a maioria devida aos pais.46 Isto não quer dizer
reclama da falta de comunicação com o que a responsabilidade para com os pais
companheiro”, conta Maria Cristina. E, ela cessa com o casamento, mas, sim, que
ainda acrescenta, “concordam que o sexo agora ele os deixa, a fim de unir-se à
na internet é uma forma de ser infiel sendo esposa. Esta norma matrimonial encerra
fiel”. É esta ambigüidade que tem embalado uma clara indicação de “transferência
as discussões jurídicas sobre o cibersexo ser de domicílio”,47 e, conseqüentemente, a
ou não ser adultério.43 formação de um novo núcleo familiar,
Conforme se pode constatar, existem conferindo à união matrimonial um
duas posições contrastantes a respeito das caráter de exclusividade.48
implicações do sexo virtual. De um lado estão O segundo verbo de Gênesis 2:24,
aqueles que defendem o ponto de vista de o hebraico davaq, precisa ser traduzido
que cibersexo não é adultério, porque não há por “apegar-se-á”, visto estar precedido
conjunção carnal; enquanto outros afirmem por um vav consecutivo. Por isso, sua
que o cibersexo, por si só, já é adultério, ainda tradução para o português precisa ser
que não consumado fisicamente. feita conforme o tempo do verbo anterior,
“apegar-se-á”.49 Assim, em Gênesis 2:24,
Sexo virtual à luz da Bíblia o caráter normativo do casamento está
Como já foi notificado acima, a internet fundamentado tanto pela construção
possibilitou o diálogo entre duas pessoas em verbal do hebraico, como pelo uso de azav
tempo real, quer seja próximo do interlocutor e davaq no concerto divino com Israel.
ou do outro lado do mundo. É óbvio que a É interessante que o livro de
Bíblia não trata diretamente da questão, visto Deuteronômio tem certa preferência
que ao ser escrita, não havia internet. Contudo pelo uso de davaq para explanar o
é preciso encontrar princípios que possam relacionamento pactual de Israel com
fundamentar uma resposta segura para os Deus (Dt 11:22; 30:20). Por sua vez, o
cristãos da atualidade. profeta Malaquias atesta o fato de que
o casamento é uma aliança indissolúvel
Princípios bíblicos fundamentais do (Ml 2:14). Além disto, Malaquias destaca
casamento a participação divina no casamento,
quando diz que o Senhor é a “testemunha”
O primeiro matrimônio foi ministrado da aliança matrimonial (Ml 2:14). Este
pelo Senhor que disse: “Por isso, deixa o aspecto normativo foi ratificado por
homem pai e mãe e se une à sua mulher, Jesus Cristo no NT, quando, depois de
tornando-se os dois uma só carne” (Gn citar Gênesis 1:27 e 2:24, estipula que
2:24).44 A melhor tradução do verbo hebraico “o que Deus ajuntou não o separe o
azav é “deixará” porque se encontra no homem” (Mt 19:6). Conseguintemente, o
qal imperfeito que comunica o sentido de emprego de davaq, associado com azav,
uma “ação não terminada e sempre a se em Gênesis 2:24, indica que o casamento
repetir”.45 Por esta razão, azav, em Gênesis é um relacionamento de amor exclusivo e
2:24, torna-se uma prescrição normativa indissolúvel a ser regulamentado por um
para o casamento, que indica uma mudança concerto,50 excluindo, desta maneira, o
de relacionamento entre pais e filhos. adultério e a poligamia.51
70 / Parousia - 2º semestre de 2007

A terceira declaração relevante de Antes, de se analisar a expressão, é


Gênesis 2:24 é “serão uma só carne”52, preciso estudar o sentido de cada palavra
hebraico basar echad. A expressão tem individualmente. ‘Erwat significa “nudez/
um amplo sentido. Além de intercurso exposição”, geralmente referindo-se as
sexual,53 há também outros aspectos partes das pessoas, particularmente os
incluídos. Observe-se que a palavra órgãos genitais, que segundo os padrões
“carne”, hebraico basar, refere-se ao todo, de modéstia, deveriam ser cobertos para
ou seja, a identidade, o coração, a alma da evitar que outras pessoas os vissem. Por
pessoa.54 Por isto, basar echad aponta para exemplo, aos sacerdotes era proibido
um relacionamento que abrange as pessoas subirem no altar do Senhor por degrau
como um todo, ou seja, físico-sexual, para que a “nudez”, ‘erwat deles não
emocional e espiritualmente. fosse exposta (Êx 20:26). O “descobrir a
nudez” de outra pessoa podia se referir a
A expressão “uma só carne” tem o
relações sexuais (Lv 20:18, 19). Assim,
sentido de um completo relacionamento
em Levítico 18 e 20 é proibido o incesto
entre marido e mulher, envolvendo os
pelo “descobrir a nudez/genitais” de
aspectos físico-sexual, emocional e
pessoas da família.58
espiritual, como também a formação
de uma nova família, e especialmente A segunda palavra da expressão é
a confirmação da indissolubilidade dabar, um tanto comum e que pode
do concerto entre homem e mulher na significar (1) a “palavra” de uma pessoa,
instituição matrimonial monogâmica, “comando”, “mensagem”; (2) “fato”,
consubstanciada mediante um juramento “assunto”, “coisa” acerca do qual
de lealdade permanente a ser repetido na alguém pode falar.59
formalização institucional de cada novo A combinação de ‘erwat dabar aparece
matrimônio.55 Portanto, no plano original em Deuteronômio 23:14, “para que ele
de Deus para o casamento não há previsão não veja em ti coisa indecente e se aparte
para o término da relação conjugal. de ti”. Na verdade, a expressão só aparece
O apóstolo Paulo também entendia estas duas vezes no Antigo Testamento
que o casamento é uma união permanente, (VT). Aqui (Dt 23;14), ‘erwat dabar está
indissolúvel. Contudo com a entrada conectada a outra expressão, “coisa má”,
do pecado, a morte de um dos cônjuges hebraico dabar ra‘ de Deuteronômio 23:9.
interrompe a indissolubilidade do pacto Já o uso da expressão em Deuteronômio
matrimonial. O cônjuge que permanece 24:1, e o emprego da expressão paralela
vivo está livre para se casar novamente ‘erwat ha’aretz, traduzida por “nudez da
(Rm 7:2, 3).56 terra” em Gênesis 42:9 (ARC)60 sugere
algum tipo de idiomatismo, tal como a
O divórcio em Dt 24:1-4 expressão portuguesa “ser pego com as
calças nas mãos”. A “‘coisa nua’, neste
Os termos de Deuteronômio 24:1- caso, é, em essência, o órgão genital
4 constituem-se num exemplo de lei feminino”.61 É interessante que em
casuística com três elementos. Os versos Lamentações 1:8, na personificação da
1 a 3 apresentam a prótase, enquanto o cidade de Jerusalém, aparece ‘erwat,
verso 4 aborda a apódose, que vem a ser a tendo sido traduzida por “nudez”, ou seja,
“algo vergonhoso e ofensivo”.62
legislação propriamente dita. A expressão
crucial é “coisa indecente”, hebraico ‘erwat Em Deuteronômio 23, Deus é quem se
dabar (v:1). O sentido da expressão tem ofende, mas no capítulo 24 é o homem quem
sido amplamente debatido entre os eruditos, fica ofendido. Em Deuteronômio 23:12-
desde a antigüidade até o presente.57 14, a “coisa exposta” é o excremento, mas
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 71

no capítulo 24:1, a mulher é que se expõe. a atitude da esposa que se descobre


Portanto, é mais natural pensar que a coisa impropriamente, mas sem o contato
exposta seja o corpo da mulher.63 físico das partes sexuais do seu corpo
com as de outra pessoa”.67 Assim sendo,
A interpretação mais natural de ‘erwat
este tipo de “imodéstia” poderia incluir
dabar em Deuteronômio 24:1 é exposição
vários procedimentos (ou negligência
indecente da mulher. Desde que a exposição
de ações convenientes), isto é, “o não
indecente que pudesse vir a ocorrer incluía
cobrir os braços ou a cabeça em público
relações sexuais, é lógico concluir que entre
ou banhar-se na presença de um ou mais
as classes de ofensas abrangidas por ‘erwat
homens que não fossem o seu marido” bt.
dabar pudesse estar “adultério” .64 Mas,
Outras “coisas indecentes” cometidas por
desde que o adultério tinha como punição
ela poderiam incluir atitudes impróprias
a pena de morte (Dt 22:22; Lv 20:10-18),
com outro homem como “beijá-lo,
a exposição indecente a que se refere
deixar que ele a acariciasse, insinuar-se
Deuteronômio 24:1 não deve ser este tipo
sexualmente, ou, por outro lado, ‘flertar’,
de atividade sexual. Para Abel Isaksson, a
tentando-o a cobiçá-la”.68
expressão ‘erwat dabar se constituía num
eufemismo para exposição indecente das A escola de Shammai enfatizava a
partes privadas da esposa.65 palavra ‘erwat, “nudez”, e interpretava
a frase como se referindo a falta de
Sob o Império Romano, a pena de
castidade conjugal. Para Shammai, ‘erwat
morte por adultério caiu em desuso. Veja-
incluía não apenas relacionamento sexual
se, por exemplo, João 8:3-11, onde os
ilícito, mas, também, exposição [sexual]
escribas e fariseus trouxeram a Jesus uma
indecente. Para Hillel, a ênfase recaía
mulher pega em adultério. Caso estivessem
em dabar, “coisa”, e interpretava a frase
sob uma teocracia, não haveria dúvida
como se referindo a qualquer indecência
sobre tal caso, seria pena de morte por
ou coisa desagradável ao esposo,
apedrejamento. A armadilha preparada para
inclusive se ela queimasse o seu prato
Jesus estava baseada na discrepância entre a
de alimento. Este motivo era suficiente
penalidade Mosaica e a penalidade adotada
para o marido repudiar a mulher e dar-
pelo Império Romano. É interessante
lhe carta de divórcio.69
lembrar que José, ao saber que Maria havia
engravidado e ele não era o pai da criança, A parte final do texto em Deuteronômio
resolveu deixá-la sem alarde. Se a pena de 24:4 traz a expressão “abominação
morte ainda estivesse em vigor, certamente perante o Senhor”. Era uma proibição
ela deveria sofrê-la.66 legal contra o retorno da mulher ao
primeiro marido, após haver se divorciado
Embora o termo ‘erwat dabar
dele, se casar com outro e então voltar
pudesse se referir a exposição indecente
a viver com ele. Aqui se encontra uma
em geral, envolvendo ou não relações
ligação com Levítico 18, onde há uma
sexuais, Deuteronômio 24:1 tem em
série de relações sexuais classificadas
mente exposição indecente sem relações
como “abominações” (adultério,
sexuais. A evidência de que o foco aqui
homossexualismo, bestialismo).70 Para
é algo menos do que relações sexuais
Craigie, “a intenção da legislação parece
encontra-se no uso da expressão ‘erwat
ser a de aplicar certas restrições na já
dabar e não shakab ‘im, “deitar-se com”
existente prática do divórcio”.71
(Lv 18:20), ou gillah ‘ervah, “descobrir
a nudez” (Lv 18:6) ou na’ap, “cometer Como se pode ver, Deuteronômio 24:1-
adultério” (Ex 20:14). “‘Erwat dabar 4 era uma lei que impedia ao homem que
poderia ser entendida literalmente como tratasse a mulher como se fosse um bem
72 / Parousia - 2º semestre de 2007

móvel, uma propriedade que poderia ser que o evangelista Mateus emprega uma
despedida e tomada de volta quando bem frase equivalente, “desde a criação [do
entendesse. A lei destacava a dignidade mundo]” (Mt 13:35), para explicar a
e o valor da mulher, demonstrando, razão pela qual Jesus ensinava através de
implicitamente, que o marido que provocou parábolas. Conseqüentemente, para Jesus,
a sua “contaminação” estava em falta.72 a base para alguém saber o que deve fazer
ou não fazer encontra-se nas boas coisas
Jesus e o divórcio e novo que Deus fez “desde o princípio”.78 Isto
casamento em Mateus se aplica especialmente à questão da ética
matrimonial (Mt 19:3-9).
Esta passagem descreve parte do debate Na seqüência da resposta, Jesus cita
entre Jesus e os fariseus sobre a questão Gênesis 2:24. Esta iniciativa divina
do divórcio e novas núpcias. A discussão na Criação, que une um homem e uma
iniciou com a pergunta: “É lícito ao mulher, constitui-se num concerto de
marido repudiar a sua mulher por qualquer amor e fidelidade, exclusivo, monogâmico
motivo?” (v. 3). Os fariseus, naturalmente, e indissolúvel, que legitima o prazer
não desejavam aprender de Jesus. Eles sexual de ambos. Após haver evocado
queriam prová-lo, solicitando sua posição Gênesis 1:1; 27 e 2:24, Jesus acrescenta:
sobre a interpretação de Deuteronômio “Portanto, o que Deus ajuntou não o
24:1-4. Como já foi discutido acima, a separe o homem” (Mt 19:6). Para Jesus, o
expressão “coisa indecente”, hebraico ‘erwat casamento é mais que uma união humana
dabar, não se referia a adultério, mas a uma legal ou social. É uma instituição sagrada,
conduta desonrosa de exposição indecente, consumada por Deus.79 No original grego,
provavelmente de conotação sexual, mas o verbo “separe”, precedido do advérbio
não um relacionamento sexual ilícito. “não”, é um imperativo proibitivo. Desta
“Então, respondeu ele: Não tendes maneira, o imperativo é mais do que um
lido que o Criador, desde o princípio, os apelo ao intelecto. É um apelo à vontade.80
fez homem e mulher e que disse: Por esta Portanto, segundo o ensino de Jesus sobre
causa deixará o homem pai e mãe e se unirá Gênesis 1:1, 27, e 2:24, Deus espera que
a sua mulher, tornando-se os dois uma só o casamento seja uma união permanente
carne” (vv. 4, 5). Em Sua resposta, Jesus e indissolúvel. No plano original de Deus
conduz a atenção dos interlocutores para o para o matrimônio monogâmico, não
que o Criador fizera “desde o princípio”,73 há previsão para o divórcio.81 Assim,
para o plano primordial de Deus com o a expressão dos fariseus “por qualquer
homem,74 conforme as palavras de Gn motivo” torna-se irrelevante.82
1:27, 28.75 Observe-se que a frase “desde Após o arrazoado de Jesus, os
o princípio” é repetida no verso 8, quando fariseus perguntaram, “Por que mandou,
Jesus refuta a alegação dos fariseus: “Por então, Moisés dar carta de divórcio e
que mandou, então, Moisés dar carta de repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por
divórcio e repudiar?” (v. 7). A utilização da causa da dureza do vosso coração
expressão “desde o princípio” indica que é que Moisés vos permitiu repudiar
as palavras de Moisés (Dt 24:1) não tinham vossa mulher; entretanto, não foi assim
o mesmo status de Gn 1 e 2. O “ensino desde o princípio. Eu, porém, vos digo:
de Moisés não era um mandamento, quem repudiar sua mulher, não sendo
mas uma concessão”.76 Portanto, aquelas por causa de relações sexuais ilícitas,
palavras de Moisés eram transitórias, e casar com outra comete adultério e
aplicando-se apenas a certo período de o que casar com a repudiada comete
tempo e a um lugar.77 Cumpre salientar adultério” (Mt 19:7-9).
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 73

A referência dos fariseus a sangue não tenha sido retirado (Lv 17:13-
Deuteronômio 24:1 parece indicar que 16); (4) várias práticas sexuais ilícitas
os interrogantes mantinham a posição (Lv 18) que incluem incesto, adultério,
conservadora da escola rabínica de práticas homossexuais e bestialismo.cl
Shammai que interpretava ‘erwat dabar
Um estudo exaustivo da palavra permite
como relacionamento sexual ilícito e que se tenha uma noção mais abrangente
exposição [sexual] indecente. Como do seu sentido nas Escrituras. Porneia e
visto acima, a escola rabínica de “Hillel, outras palavras dela derivadas aparecem
mais tolerante, admitia como suficiente 107 vezes na LXX. Entre elas, encontra-
‘qualquer causa’”,83 como a queima da se a palavra hebraica zanah. Alguns
refeição pela esposa. dos casos em que zanah foi vertido por
Diante do acima exposto, pergunta-se, porneia na LXX estão: relações sexuais
qual é a implicação do sentido de ‘erwat com mulheres solteiras, entendidas no
dabar em Deuteronômio 24:1 para a sentido literal (Lv 19:29; Dt 22:21);
resposta que Jesus deu aos fariseus em relações sexuais com mulheres solteiras
Mateus 19:7-9 (cf. Mt 5:32) referente praticadas num contexto de liturgia
ao fundamento para o divórcio? Jesus religiosa pagã (Êx 34:16; Os 4:13, 14);
apresenta apenas uma única base legítima prostituição de mulheres casadas (Os 3:3;
para o divórcio: porneia (Mt 19:9; 5:32).84 Am 7:17; Gn 38:24); e relações sexuais de
A abrangência do sentido de porneia na homens israelitas com mulheres moabitas
Bíblia será estudada na próxima seção. praticadas num contexto de liturgia
religioso-pagã (Nm 25:1, 2; Êx 34:16).85
O sentido de porneia Porneia, na LXX, é também o
equivalente ao hebreu qedeshah, “prostituta
A expressão “relações sexuais ilícitas” ou prostituto sagrados” (Dt 23:17; Gn
é a tradução do grego porneia na versão 38:21), e mamzer, “bastardo” ou “filho de
Almeida Revista e Atualizada. O sentido incesto” (Dt 23:2). O substantivo porne
bíblico desta palavra é decisivo para a também serviu para traduzir o hebreu
compreensão da “cláusula excetiva” de zonah, “meretriz” em Js 2:1, conferindo a
Jesus referente ao divórcio. Para Davidson, porneia uma conotação de relacionamento
o uso de porneia sem algum tipo de promíscuo. Os demais usos de porneia na
qualificação em Mateus 19:9 é paralelo LXX tem sentido figurado.86
ao uso sem qualificativos em Atos 15:29,
quem tem uma ligação intertextual com Após esta breve noção sobre algumas
Levítico 17-18. Atos 15 apresenta uma palavras hebraicas traduzidas na LXX por
lista de quatro proibições para os gentios porneia, examinar-se-á as situações por
cristãos que foram prescritas pelo Concílio ela descritas no Novo Testamento (NT).
de Jerusalém: “que vos abstenhais das Semelhantemente ao AT, o NT se caracteriza
coisas sacrificadas a ídolos, bem como do pelo repúdio incondicional de todo intercurso
sangue, da carne de animais sufocados e não natural pré e extra-marital.
das relações sexuais ilícitas” (At 1:29). Tal como na LXX, porneia foi a
É admirável que esta mesma lista, nesta palavra empregada pelos escritores neo-
mesma ordem, com as principais quatro testamentários para identificar diversas
proibições legais aplicáveis aos israelitas situações relacionadas com atitudes
e estrangeiros apareça em Levítico 17-18: sexuais impróprias. O termo aparece 56
(1) sacrifícios aos demônios/ídolos (Lv vezes e define situações concretas quanto
17:7-9); (2) o beber sangue (Lv 17:10-12); ao comportamento sexual, ou é usada
(3) o comer qualquer tipo de carne cujo como qualificativo: o homossexualismo
74 / Parousia - 2º semestre de 2007

dos habitantes de Sodoma e Gomorra (Jd impura, no coração, já adulterou com ela”
7); o adultério (Mt 5:32; 19:9; Mc 7:21); a (Mt 5:28) vem despertando acalorados
relação incestuosa (1Co 5:1); as relações debates nos dias atuais. Alguns defendem
sexuais com prostituta (1Co 6:13, 18); as a posição de que o cibersexo seria um tipo
relações sexuais de homens israelitas com de “adultério espiritual”, o que justificaria
mulheres moabitas nos cultos pagãos (1Co o divórcio e novo casamento do cônjuge
10:8; Ap 2:14) e meretriz (Mt 21:31). “inocente”. O que o estudo acima sobre
Na verdade, porneia tem um sentido ‘erwat dabar poderia esclarecer?
generalizante, indicando “todo tipo de Se ‘erwat dabar em Deuteronômio
relação sexual ilícita”87, ou seja, “qualquer 24:1 se refere a algo que não é relação
das modalidades de impureza sexual, sexual ilícita, e se a palavra grega porneia
antes ou depois do casamento”cp. Isto é se refere a relações sexuais ilícitas, pode-
confirmado pela acepção da palavra no se concluir que, em Mateus 5:31-32, Jesus
grego88, pelo sentido das palavras hebraicas elevou o padrão do casamento acima do
que porneia significou na LXX, e, também que fora anteriormente estabelecido em
pelas situações por ela definidas no NT. Deuteronômio 24:1.92
A abrangência de porneia em At 15:22, Como base para o divórcio em Mateus
29, tem sido motivo de divergência entre 5:31-32, a palavra grega porneia funciona
os eruditos do NT. Alguns indicam que a como um não-sinônimo funcional
orientação conciliar aplicava-se a uniões equivalente de ‘erwat dabar. Fala-se de
matrimoniais proibidas pela legislação de Lv não-sinônimo porque os sentidos são
18.89 Outros entendem que porneia poderia diferentes. Enquanto a palavra grega
referir-se a vícios sexuais em geral, como porneia, isto é, relações sexuais ilícitascv, é
a prostituição institucionalizada dos cultos mais ampla do que a palavra grega moicheia
pagãos,90 ou ainda como uma proibição “adultério”, ela é menos abarcante do
moral, não apenas contra a fornicação como que a expressão hebraica ‘erwat dabar,
tal,91 mas contra o adultério, prostituição, que pode abranger não apenas relações
homossexualismo, incesto e bestialismo.
sexuais ilícitas, mas, também exposições
Deste modo, porneia, como indevidas de caráter menos grave. Assim,
cláusula excetiva em Mateus 19:9 e se “Moisés permitiu o divórcio por
5:32, abrange as seguintes situações: exposição indecente sem relações sexuais
relações sexuais com mulheres solteiras, ilícitas”, Jesus só o permite “se houver
praticadas privadamente, ou em rituais relações sexuais ilícitas”.93
religiosos; adultério-prostituição de
Parece que Jesus estava reagindo à
mulheres casadas, relações sexuais
escola de interpretação de Shammai que
promíscuas de homens em rituais pagãos,
homossexualismo, adultério, relação explanava ‘erwat dabar como “uma
sexual incestuosa, relação sexual com questão de nudez”. Por sua vez, Roy Gane
prostituta e bestialismo. Sem exceção, acredita que, para a escola de Shammai,
porneia na Bíblia, quando representa a expressão realmente indicava “uma
casos concretos, isto é, quando não é questão de exposição indecente”.94
utilizada em acepção simbólica, sempre Por Suas palavras em Mateus 19:9;
descreve algum tipo de coito sexual. 5:31-32, Jesus elimina todo o conjunto de
elaborações e especulações rabínicas sobre
Jesus e o divórcio em Mt 5:27-32 a passagem de Deuteronômio lembrando a
seus ouvintes que no Éden Deus instituiu
As palavras de Jesus “qualquer que um concerto que unia homem e mulher
olhar para uma mulher com intenção numa base permanente e indissolúvel.95
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 75

Divórcio ou reconciliação? porneia. Ao considerar Mateus 5:32 sobre


o divórcio, à luz de Mateus 5:28, sobre
Alguns parecem à procura de um adultério, ele está buscando em Cristo a
apoio bíblico que justifique a tese de que o idéia de que o coração do adultério não é
cibersexo é um motivo justo para divórcio o ato físico, a porneia, mas a infidelidade
e novo casamento. Será que o esforço não espiritual ao concerto matrimonial. O
deveria ser feito noutra direção? Não deveria concerto, o juramento, é sagrado e se é
haver um interesse redobrado em promover prejudicado por qualquer tipo de dano,
perdão e reconciliação àquele que, de certo ocorre uma brecha que conduz à miséria,
modo, desrespeitou e entristeceu seu cônjuge a não ser que ocorra a reconciliação.98
ao se envolver com sexo virtual? Ainda sob a perspectiva de Christian,
Na verdade, Jesus disse que um “se um marido ama mais aos esportes,
homem pode se divorciar de sua esposa seus amigos ou sua carreira ele está sendo
adúltera, mas Ele também disse que antes infiel ao seu voto matrimonial. Se uma
de oferecer sua oferta, o crente deveria mulher se submete a intercurso sexual
reconciliar-se com seu “irmão” (Mt 5:24), sem alegria, sem se entregar, ou se ela
“amai os vossos inimigos” (Mt 5:44), e “se fantasia com outra pessoa, ela é infiel”.99
perdoardes aos homens as suas ofensas, Mas, Christian deixa bem claro que “eu
também vosso Pai celeste vos perdoará” não quero dizer que tal infidelidade se
(Mt 6:14). Deus utilizou a situação de constitua adultério. É, contudo, um pecado
Oséias que saía em busca de sua esposa- contra o voto matrimonial. Não é apenas
prostituta Gômer para revelar seu amor por causa de relações sexuais ilícitas que
pelo idólatra povo de Israel.96 marido e mulher devem se reconciliar”.100
O estudo de Ed Christian sobre apistos À luz desta noção de apistos, em 1Coríntios
lança luz sobre o debate acerca de ser ou não 7:12-15, poderia se incluir o sexo virtual
o sexo virtual motivo para divórcio e novo como infidelidade ao voto matrimonial, mas
casamento. De modo abalizado, ele procurou não um motivo que justificasse um novo
demonstrar que, em 1 Coríntios 7:12-15, a casamento. Antes de pensar em divórcio,
palavra grega apistos seria melhor traduzida seria melhor trabalhar por reconciliação.
por “infiel” do que por “incrédulo”.97
Seria bom deixar claro que se um
“Ora, aos casados, ordeno, não eu, homem é infiel ao concerto matrimonial,
mas o Senhor, que a mulher não se separe cometendo adultério no seu coração
do marido (se, porém, ela vier a separar- através de fantasias sensuais, ainda assim
se, que não se case ou que se reconcilie o concerto continua. Não foi quebrado nem
com seu marido); e que o marido não se dissolvido, todavia ele foi infiel ao pacto.
aparte de sua mulher. Aos mais digo eu, Se ele se arrepende e volta a ser fiel, o
não o Senhor: se algum irmão tem mulher concerto continua. Se um homem for infiel
incrédula, e esta consente em morar com fisicamente com outra pessoa, ainda assim
ele, não a abandone; e a mulher que tem o concerto pode continuar, mas é necessária
marido incrédulo e, este consente em viver reconciliação. Lembrando-se que pode
com ela, não deixe o marido” (1Co 7:10- haver grande dor e sofrimento.101
13). Observe-se que a ênfase de Paulo é
sobre a manutenção da indissolubilidade Sexo virtual, adultério e novo casamento
do casamento e reconciliação.
Sob o ponto de vista de Christian, Falando objetivamente, sexo virtual é
Paulo se inspirara no Sermão do Monte a interação entre pelo menos duas pessoas
para escolher a palavra apistos ao invés de que trocam mensagens de conteúdo sexual
76 / Parousia - 2º semestre de 2007

entre si, o que o torna um tipo de jogo mas- satisfação de estar anônimo; (4) o desejo
turbatório. O cibersexo pode ser comparado de realizar fantasias e fetiches; (5) busca de
com aqueles produtos cujo conteúdo poten- uma válvula de “escape” do estresse e das
cialmente nocivo foi retirado, como o café demais dificuldades da vida; (6) monotonia
descafeinado ou a cerveja sem álcool. Deste da vida conjugal; (7) preencher lacunas
modo, é um sexo sem sexo, pois não tem o afetivas; (8) desejo de variedade e diversão;
risco de contaminação de doenças sexual- (9) o prazer de exercitar o poder de sedução
mente transmissíveis ou de uma gravidez e conquista (aspectos que desaparecem
indesejada. O que de fato ocorre no encontro do casamento); (10) modo de conhecer
virtual é uma simulação de sexo. Os partici- pessoas para ter relações sexuais.
pantes podem chegar ao orgasmo, contudo A participação de pessoas cristãs em
não existe contato físico. No sexo virtual, cibersexo requer um posicionamento da
os internautas não se tocam, mas tocam-se igreja. Uma vez que o cônjuge ofendido
para o outro. Portanto, o orgasmo provocado comprove ou que o cônjuge envolvido
pela estimulação online seria o resultado de confesse este tipo de comportamento virtual,
uma masturbação assistida. teria a vítima ofendida o direito bíblico de se
A interação sexual via internet é divorciar e contrair novas núpcias?
um comportamento de alto risco para o A dúvida não é recente na igreja
casamento, já que algumas estatísticas têm adventista. Há onze anos, a Adventist
demonstrado que cerca de 30% das pessoas Review publicou a pergunta de um
que se relacionam virtualmente acabam por consulente: “Recentemente um homem
se envolverem sexualmente de forma física. de Nova Jersey requereu o divórcio de
Os juristas estão divididos quanto à sua esposa, alegando que ela cometeu
questão de o cibersexo ser ou não adultério. infidelidade por dezenas de vezes mediante
O primeiro grupo de doutrinadores não diálogos sexualmente explícitos pelo site
reconhece o cibersexo como adultério ‘America Online’. Ela e seu ‘amante’ nunca
porque lhe falta a conjunção carnal. O se encontraram, embora tenham planejado
segundo grupo admite que o sexo virtual fazê-lo. Sendo que não houve contato
é adultério e se constitui em motivo justo físico, nós, como adventistas do sétimo dia
para divórcio. consideramos isto como quebra do sétimo
mandamento e motivo para divórcio e
O testemunho de diversas pessoas novo casamento?” Após discorrer sobre
cujos cônjuges lhes foram virtualmente diversas situações reconhecidas pelo
“infiéis” é de sofrimento e dor intensa. Manual da Igreja como motivos válidos
Alguns psicólogos que trataram vítimas para divórcio e novo casamento, Calvin
destas situações afirmaram que o B. Rock, afirma: “Elas [atividades de
trauma é semelhante ao provocado por relacionamento sexual online] apontam
um adultério real. para um sério problema que, se não
O envolvimento crescente de pessoas corrigido, provavelmente podem levar à
com sexo virtual desperta naturalmente dissolução do lar, provocando um profundo
questionamentos. Quais seriam as causas trauma nas partes envolvidas. Mas eu não
deste fenômeno cibernético? Pesquisas com consigo ver nas razões permissíveis para
internautas praticantes e com terapeutas divórcio e novo casamento esta atividade
que atendem adictos e vítimas informam a que você se refere”.102
algumas das razões: (1) falta de interesse A breve análise de Deuteronômio 24:1-
sexual do parceiro (tensão sexual, numa 4; Mateus 19:3-9; 5:27-32 e 1 Coríntios
linguagem bíblica, “estar abrasado”); (2) 7:12-15, bem como o estudo de porneia
conflitos emocionais no casamento; (3) a nas Escrituras, também apontam para
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 77

uma resposta negativa. Ainda que sério, seria uma situação mais grave do que um
o cibersexo não se enquadra dentro dos diálogo com conteúdo sexual via internet.
motivos bíblicos reconhecidos como Sim, porque nudez com proximidade
válidos para divórcio e novo casamento. física é uma “mistura mais explosiva”. Os
Entre a escritura de Deuteronômio parceiros estão numa condição muito mais
24:1-4 por Moisés103 e o advento da favorável à consumação do adultério do
internet há uma lacuna de cerca de 3,5 mil que no relacionamento virtual.
anos. Embora separados por um período de A seguir, passa-se às considerações
tempo tão longo, seria possível classificar o sobre a resposta que Jesus deu aos fariseus
sexo virtual como uma atividade que estaria em Mateus 19:7-9 referente à ‘erwat dabar
dentro da abrangência de ‘erwat dabar? de Deuteronômio 24:1 e sua conexão
O sentido básico de ‘erwat no AT é com porneia como base para a cláusula
“nudez/exposição” e, geralmente, se refere excetiva do divórcio. Parece que os fariseus
aos órgãos genitais. Por sua vez, dabar tem interrogantes pertenciam à escola de
muitos significados, mas aqui, em parceria Shammai, que interpretava ‘erwat dabar de
com ‘erwat, tem o sentido de “coisa”. Deuteronômio 24:1 como relacionamento
sexual ilícito e exposição [sexual] indecente.
Seguramente, a expressão ‘erwat
A escola rabínica de Hillel, mais tolerante,
dabar (Dt 24:1) não poderia incluir
admitia como suficiente qualquer causa
adultério, visto que este crime tinha como
como a queima da refeição pela esposa.
punição a morte (Dt 22:22; Lv 20:10-18).
A evidência de que o foco é algo menos Em sua resposta, Jesus não se detém
do que relações sexuais encontra-se no uso sobre o mérito da discussão a respeito
da expressão ‘erwat dabar e não shakab dos motivos permitidos por Moisés para
‘im, “deitar-se com” (Lv 18:20), ou gillah o divórcio em Deuteronômio 24:1-4.
‘ervah, “descobrir a nudez” (Lv 18:6) ou Seu breve comentário é: “Por causa da
na’ap, “cometer adultério” (Ex 20:14). dureza do vosso coração é que Moisés
Para o erudito adventista Roy Gane, o tipo vos permitiu repudiar vossa mulher” (Mt
de “imodéstia” definida por ‘erwat dabar 19:8). Imediatamente, Ele conduz seus
poderia incluir: o não cobrir os braços ou a interlocutores para a teologia e ética do
cabeça em público; o banhar-se na presença casamento estabelecida no “princípio” (Gn
de um ou mais homens que não fossem seu 1:1, 27: 2:24) e confirma a indissolubilidade
marido; o ser beijada por outro homem; do concerto matrimonial (Mt 19:6).
o deixar-se acariciar por outro homem; o
insinuar-se sexualmente para alguém; o O verso 9 apresenta a cláusula excetiva:
“flertar”, tentando alguém a cobiçá-la. “Quem repudiar sua mulher, não sendo por
causa de relações sexuais ilícitas, e casar com
Visto que a expressão ‘erwat dabar outra comete adultério e o que casar com a
em Deuteronômio 24:1 é entendida repudiada comete adultério” (Mt 19:9). Ou
literalmente como a atitude da esposa que seja, ‘erwat dabar quando descreve a atitude
se descobre impropriamente, mas sem o da esposa que se descobre impropriamente,
contato físico das partes sexuais do seu mas sem o contato físico das partes sexuais
corpo com as de outra pessoa, poder-se-ia do seu corpo com as de outra pessoa, não
incluir o cibersexo dentro do seu escopo. constitui motivo para divórcio e novo
Confrontando-se a proximidade físi- casamento. A única razão aceitável para
ca entre a mulher e o parceiro que não um possível novo casamento seria a prática
fosse o marido (Dt 24:1) com o sexo de porneia. O contexto da passagem deixa
virtual, parece que a exposição pessoal subentendido que o novo casamento seria
da genitália feminina (‘erwat dabar), um direito do cônjuge inocente.
78 / Parousia - 2º semestre de 2007

Surge, então, a pergunta, estaria o exato da consumação do adultério?”, ou,


sexo virtual incluído no amplo sentido de então, tendo-se em vista uma relação
porneia? O estudo da palavra no AT e no presencial em que um dos parceiros é casado,
NT indica que ela descreve apenas casos em que momento se inicia o adultério? Seria
concretos de relações sexuais fora do com os olhares libidinosos, nas primeiras
casamento monogâmico: com mulheres conversas meigas, na primeira carícia, no
solteiras praticadas privadamente (sexo pré- primeiro beijo, na chegada ao motel ou local
marital) ou em rituais religiosos; adultério- ermo, no toque carnal, na penetração?105
prostituição de mulheres casadas, relações A mensagem de Jesus em Mateus 5:28
sexuais promíscuas de homens em rituais indica que o coração do adultério não é o ato
pagãos, homossexualismo, adultério, físico, a porneia, mas a infidelidade espiritual
incesto, prostituição e bestialismo. Visto ao concerto matrimonial. Contudo, no
que o cibersexo é um tipo de masturbação verso 32, Ele define objetivamente o ponto
e não uma relação sexual de fato entre determinante do adultério, é porneia, isto
duas pessoas, é evidente que não pode ser é, qualquer tipo de relacionamento sexual
incluído no escopo de porneia. físico consumado fora do casamento.
Falta rever o alegado argumento do Ellen G. White, por sua vez, reafirma a
“adultério espiritual” no qual o cibersexo noção bíblica de que porneia é a única razão
estaria incluído. Para Jesus, o “olhar para para o divórcio: “Nada senão a violação do
uma mulher com intenção impura, no leito matrimonial pode quebrar ou anular o
coração” (Mt 5:28) já é adultério. Então voto matrimonial.”106 O Manual da Igreja
seria correto concluir que a pessoa que no confirma a noção de porneia107 como
pensamento “fantasia” sexualmente com relação sexual ilícita e inclui “abuso sexual
outra que não é o seu cônjuge já liberou de crianças” como “motivo justo para
seu parceiro para se divorciar e se casar separação ou divórcio”.108
de novo? O contexto imediato de Mateus
5:27-32 deixa evidente que não. Embora Conforme o que foi analisado acima,
a “fantasia mental” se constitua numa pode-se dizer que, embora o sexo virtual
situação pecaminosa104, por si mesma não seja uma situação pecaminosa, incluída
justifica o divórcio e novo casamento. Em no conceito de ‘erwat dabar, e não uma
sua explanação aos fariseus, Jesus deixou relação sexual de fato (porneia), portanto
claro que, embora Moisés tenha permitido não é motivo para divórcio e novo
o divórcio por exposição indecente sem casamento. O testemunho de pessoas que
relações sexuais ilícitas (‘erwat dabar), tiveram seus cônjuges envolvidos com
Ele permite o divórcio apenas se houver sexo virtual é de sofrimento e dor. Mesmo
assim, a melhor solução sugerida pelas
relações sexuais ilícitas (porneia). Visto
Escrituras é a do perdão. Em lugar da
que o sexo virtual estaria incluído na
separação, a reconciliação. Caso o cônjuge
abrangência de ‘erwat dabar (Dt 24:1),
ofendido queira se divorciar, ele tem este
é óbvio que não constituiria motivo para
direito, mas por si mesmo, o cibersexo
divórcio e novo casamento.
não constituiria um motivo bíblico válido
A presente discussão sobre ser ou não para novo casamento.
o sexo virtual motivo de divórcio e novo
casamento se assemelha ao debate entre Conclusão
os fariseus, provavelmente partidários
da posição da escola de Shammai e os A discussão que divide juristas também
partidários da escola de Hillel. Seria mais chegou à igreja adventista. É bom saber
ou menos assim, “que ação inconveniente que a Bíblia, como regra de fé e prática,
de uma pessoa casada determina o ponto apresenta sólidos princípios orientadores
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 79

sobre o casamento, divórcio e novo 9; o sentido de porneia em Mateus 5:32


casamento que podem esclarecer as e demais passagens em que aparece nas
dúvidas suscitadas. De fato, o sexo virtual Escrituras; a orientação inspirada de Paulo
é uma atividade crescente na atualidade. ao perdão e à reconciliação em 1 Coríntios
Diversos são os motivos que levam uma 7:12-15 deixam claro que, embora grave
pessoa a se envolver, contudo o principal e pecaminoso, o cibersexo não é motivo
já foi notificado nas Escrituras: “Cada um suficiente para novo casamento. Se,
é tentado, quando atraído e engodado pela porventura, o cônjuge injuriado queira se
sua própria concupiscência” (Tg 1:14). divorciar, ele tem este direito, mas terá que
O estudo sobre a abrangência de ‘erwat permanecer só, a não ser que neste ínterim
dabar em Deuteronômio 24:1; a resposta de o outro quebre os votos matrimoniais e
Jesus à pergunta dos fariseus sobre repúdio, passe do virtual para a consumação real do
divórcio e novo casamento em Mateus 19:3- sexo com outra pessoa.

Referências

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Pesquisa realizada na internet, no site http:// 19
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Ibid.
Prg=pt, no dia 29 de outubro de 2007. 21
Ibid.
9
Ibid. 22
Pinheiro, http://veja.abril.uol.com.br/250106/
10
Ibid. p_076.html, 29/10/2007.
11
Marcio M. Pinto, “‘Adultério’ e infidelidade 23
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80 / Parousia - 2º semestre de 2007
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Ibid.
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Teixeira, http://66.102.1.104/scholar?hl=pt-
outubro de 2007. BR&lr=&q=cache:k5bur0fErWwJ:www.cbeji.com.
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27/10/2007. %22, 29/10/2007.
27
Washington Monteiro, citado por Hugo L. 42
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28
Teixeira, http://66.102.1.104/scholar?hl=pt- 29/10/2007.
BR&lr=&q=cache:k5bur0fErWwJ:www.cbeji.com. 44
Ibid.
br/br/downloads/secao/CIBERINFIDELIDADE. 45
Pinheiro, http://veja.abril.uol.com.br/250106/
doc+%22sexo+virtual%22+%22adult%C3%A9rio p_076.html, 29/10/2007.
%22, 29/10/2007. 46
Ronaldo P. da Costa, citado por Pinheiro,
29
Vitor F. Kümpel, “Infidelidade virtual”, http://veja.abril.uol.com.br/250106/p_076.html,
Complexo Jurídico Damásio de Jesus, pesquisa re- 29/10/2007.
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br/?page_name=art_010_2004&category_id=32, no soci1a.htm, 24/10/2007.
dia 29 de outubro de 2007. 48
Salvo indicação contrária, todas as referências
30
Márcio R. Regis, Maria C. Antunes e Maria neste artigo são da Versão João Ferreira de Almeida,
da G. S. Padilha, “Sexo virtual e infidelidade: Revista e Atualizada (ARA) (São Paulo: Sociedade
concepções de usuários de salas de bate-papo (Cy- Bíblica do Brasil, 1993).
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SICO_sexo_virtual_e_infidelidade.htm, no dia 29 Hebraico Bíblico (São Paulo: Vida Nova, 1986),
de outubro de 2007. 136. A própria tradução do hebraico azav pelo
31
Mariana Kalil, “Sexo on-line, rede do grego kataleipsei, conforme aparece na LXX de Gn
prazer”, Época, 23 de julho de 2001, pesquisa 2:24, foi vertida para o futuro. Assim também o fez
realizada na internet, no site, http://epoca.globo. Mateus, ao registrar as palavras de Jesus citando
com/edic/20010723/soci1a.htm, no dia 29 de Gn 2:24. Ver William F. Arndt e Wilbur Gingrich,
outubro de 2007. “Kataleipo”, A Greek-English Lexicon of the New
32
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33
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34
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“Leave his father and his mother”, [Gn
infidelidade.htm, 29/10/2007. 2:24], Seventh-day Adventist Bible Commentary,
35
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36
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37
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EXE/9888_4.PDF?NrOcoSis=31463&CdLinPrg=pt, 53
Mendes, 174.
29/10/2007. 54
Gordon J. Wenham, Word Biblical Com-
38
Beatriz Mileham, “Cyber sex lures love cheats”, mentary (Waco, TX: Word Books, 1987), 71.
BBC News, pesquisa realizada na internet, no site, “Genesis 1-15”
Traição virtual, porneia e o novo casamento / 81
55
Powers, 46. deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos
56
Preferiu-se a tradução da Versão de João Fer- de prata; e, uma vez que a humilhou, lhe será por
reira de Almeida Revista e Corrigida (ARC) porque mulher; não poderá mandá-la embora durante a sua
o verbo “ser” no hebraico é precedido por vav con- vida” (Dt 22:28, 29).
secutivo, por esta razão, hayah é mais bem traduzido 67
Tim Stafford, The Sexual Christian (Wheaton,
pelo futuro, conforme a conexão lógica determinada IL: Victor Books, 1989), 117.
pelo primeiro verbo hebraico do verso (azav) que 68
Richard M. Davidson, “Divorce and remar-
aparece no imperfeito. riage in Deuteronomy 24:1-4”, Journal of the Ad-
57
John Skinner, A Critical and Exegetical Com- ventist Theological Society 10 (1999): 4, 5.
mentary on Genesis, The International Critical 69
Roy Gane, Roy Gane, “Old Testament prin-
Commentary (Nova Iorque: Charles Scribner’s Sons, ciples relevant to divorce and remarriage”, Journal of
1910), 70. Para Paulo, em 1Co 6:16, a expressão the Adventist Theological Society, 12 (2001): 41.
“uma só carne” indica relações sexuais. 70
Earl, S. Kalland, Dicionário Internacional de
58
Bruce Vawter, On Genesis (Garden City, NY: Teologia do Antigo Testamento, Eds. R. Laird Harris,
Doubleday & Company, 1977), 75. A posição de Le- Gleason L. Archer Jr. e Bruce Waltke (São Paulo:
upold harmoniza-se com a de Vawter, pois segundo Vida Nova, 1998), 294-296. Ver “Dabar”.
este comentarista, o “tornar-se uma só carne” resulta 71
A versão Almeida Corrigida Fiel (ACF) tam-
na “completa identificação de uma personalidade bém traduziu ‘erwat ha’aretz por “nudez da terra”.
com outra, numa comunidade de interesses e objeti- 72
Duane L. Christensen, Word Biblical Com-
vos, uma união consumada no intercurso sexual” (H. mentary (Nashville, TN: Thomas Nelson, 2002),
C. Leupold, Exposition on Genesis [Grand Rapids, 543. “Deuteronomy 21:10-34:12”.
MI: Baker Book House, 1950], 1:137). 73
Ibid.
59
Natanael B. P. Moraes, Teologia e Ética do 74
Gane, 44.
Sexo para Solteiros:análise bíblico-histórica e pro- 75
Ibid.
posta adventista de educação sexual (Engenheiro 76
Abel Isaksson, Marriage and Ministry in the
Coelho, SP: Unaspress, 2000). New Temple: A Study with Special Reference to
60
J. Carl Laney, The Divorce Myth (Minneapolis, Matt. 19:13[sic]-12 and 1 Cor. 11:3-16, trans. By N.
MN: Bethany House Publishers, 1981), 26. Tomkinson with J. Gray, Acta Seminarii Neotesta-
61
Victor P. Hamilton, The Book of Genesis, mentici Upsaliensis, 24 (Lund: Geerup; Copenhagen:
Chapters 1-17, The New International Commentary Munsgaard, 1965), 26, citado por Davidson, em
on the Old Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, referência 10, 6.
1990), 181. 77
Gane, 44, 45.
62
Dwight H. Small, Design for Christian Marriage 78
Ibid., 45
(Old Tappan, NJ: Spire Books, 1971), 101-102. 79
Ibid.
63
Stanley Grenz, Sexual Ethics (Dallas, TX: 80
Ibid.
Word Publishing, 1990), 67. William E. Hulme, 81
Davidson, 5.
Building a Christian Marriage (Minneapolis, MN: 82
Ibid., 14.
Augsburg Publishing House, 1965), 89, e Sakae 83
Peter C. Craigie, New International Commen-
Kubo, Theology & Ethics of Sex (Nashville, TN: Re- tary on the Old Testament (Grand Rapids, MI: Eerd-
view and Herald, 1980, 39, 40, confirmam que o ato mans, 1976), 305. “The Book of Deuteronomy”
sexual é de fato a renovação do concerto conjugal. 84
Davidson, 20.
64
Gordon P. Hugenberger, Marriage as a Covenant 85
A expressão usada por Jesus, “desde o
(Leiden, Holanda: E. J. Brill, 1994), 240. Monford princípio” reflete Gn 1:1. Robert H. Gundry, Mat-
Harris também reconhece que, o “intercurso sexual, é thew (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1982), 378.
de fato um toque que confirma o concerto”. Monford Ver também W. D. Davies, e Dale C. Allison, Jr., A
Harris, “Pre-Marital Sexual Experience: A Covenantal Critical and Exegetical Commentary on the Gospel
Critique”, Judaism 19 (Primavera 1970): 142. É na According to Saint Matthew, International Critical
mesma linha de pensamento que Smedes notifica que o Commentary (Edinburgh: T&T Clark, 1997), 3:9.
sexo entre marido e mulher “sela um concerto pessoal 86
Juan Mateos, e Fernando Camacho, El Evangelio de
de vida”. Lewis B. Smedes, Mere Morality (Grand Mateo (Madri: Ediciones Cristiandad, 1981), 189-190.
Rapids, MI: Eerdmans, 1994), 166. 87
Davies e Allison afirmam que a menção de
65
Harris, 143. Gn 1:27 por Jesus, serve para confirmar o princípio
66
Observe-se que a lei de Moisés prescrevia a do casamento monogâmico, e, ao mesmo tempo,
realização de casamento quando houvesse relações combater a poligamia (3:10).
sexuais pré-maritais, o que por si, evidencia que, 88
Daniel Patte, The Gospel According to Mat-
de fato, o sexo é o sinal-juramento do concerto thew (Philadelphia, PA: Fortress Press, 1987), 265.
matrimonial, “Se um homem achar moça virgem, 89
G. Campbell Morgan, The Gospel Accord-
que não está desposada, e a pegar, e se deitar com ing to Matthew (Nova Iorque: Fleming H. Revel
ela, e forem apanhados, então, o homem que se Company, 1929), 237.
82 / Parousia - 2º semestre de 2007
90
Patte, 264. 105
Como exemplo de discordância de que porneia
91
Morgan, 237. inclui o sentido de relações sexuais pré-maritais,
92
“Por si mesmo o imperativo implica apenas ver: Bruce Malina, “Does Porneia Mean Fornica-
num apelo da vontade” (H. E. Dana, e J. R. Mantey, tion?”, Vetus Testamentum 14 (1972): 10-17. Para
A Manual Greek Grammar of the New Testament uma noção de que porneia inclui relações sexuais
[Nova Iorque: Macmillan, 1927], 175). pré-maritais, ver a refutação de Jensen ao ponto de
93
Segundo Davies e Allison, “desde o princípio” vista de Malina em: Joseph Jensen, “Does Porneia
relembra Gn 1:1. Isto vincula o matrimônio Mean Fornication? A Critique of Bruce Malina”,
monogâmico com as circunstâncias prevalecentes Vetus Testamentum 20 (1978): 161-184.
no mundo antes da entrada do pecado (3:9). 106
Gane, 47.
94
Gundry, Matthew, 379. Ver também Patte, 265. 107
Ver o estudo sobre a palavra porneia nas
95
Angelo Lancellotti, Comentário ao Evangelho páginas anteriores.
de São Mateus (Petrópolis, RJ: Vozes, 1980), 168. 108
Gane, 47.
96
Davidson, 7. 109
Ibid, 48.
97
Ibid., 7-8. 110
Ver, Ed Christian, “1 Corinthians 7:10-16:
98
Moraes, 70. divorce of unbelievers or reconciliation with unfaith-
99
Edwin Hatch, e Henry A. Redpath, A Concor- ful”, Journal of the Adventist Theological Society
dance to the Septuagint (Grand Rapids, MI: Baker 10 (1999): 44.
Book House, 1991). Ver “Porneia”. 111
Código civil, capítulo VIII, artigo 1.550, inciso
100
Bauer, ver “Porneia”. No mundo não-judeu V, pesquisa realizada na internet, no site http://www.
a palavra porneia indicava intercurso extra-marital planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm,
religioso ou secular. Homens casados tinham per- no dia 18 de novembro de 207.
missão para relações fora do casamento. Também 112
Ibid, 55.
havia muita tolerância quanto ao intercurso entre 113
Para uma melhor noção sobre a tradução de
rapazes e prostitutas. Friedrich Hauck e Siegfried
apistos por “infiel”, ver Christian, 52-63.
Schulz, Theological Dictionary of the New Testa- 114
Ibid, 57.
ment (TDNT), (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1971), 115
Ibid.
6:581-583. Ver “Porneia” 116
Ibid, 57-58. Grifos originais.
101
Russel N. Champlin, Novo Testamento Inter- 117
Ibid., 62.
pretado (NTI), (São Paulo: Milenium Distribuidora 118
Calvin B. Rock, “Applying ancient principles”,
Cultural, 1985), 3:315.
Adventist Review, 22 de agosto de 1996, 28 (1012).
102
Conforme lembrado por Champlin, porneia in- 119
“Authorship”, SDABC, 1:953. Ver, também,
dicava “qualquer contato sexual ilícito, não apenas de
pessoas solteiras... Essa palavra era constantemente Ellen G. White, Patriarcas e profetas, em Obras de El-
usada na literatura grega a fim de indicar qualquer len G. White (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
contato sexual proibido” (Ibid., 4:68). s.d.), 503, 1CD-Rom.
103
Frederick F. Bruce, Commentary on the Book
120
“Pecado não é apenas o ato exterior; ao
of the Acts, New International Commentary on the contrário, é também uma questão do coração que
New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, alcança profundamente os domínios do pensam-
1975), 315. Ele é seguido nesta interpretação por, ento” (Nisto cremos [Tatuí, SP: Casa Publicadora
I. Howard Marshal, Atos, Introdução e Comentário, Brasileira,1989], 395).
Série Cultura Bíblica (São Paulo: Mundo Cristão,
121
Ver, Silva, http://www.verbojuridico.
1985), 240; Hauck, e Schulz, “Porneia”, TDNT, net/doutrina/tecnologia/infidelidadevirtual.pdf,
6:592-593; Everett F. Harrison, Interpreting Acts 11/11/2007.
(Grand Rapids, MI: Academie Books, 1986), 250;
121
Ellen G. White, O Lar Adventista, 341,
Ernst Haenchen, The Acts of the Apostles (Philadel- pesquisa feita na internet, no site http://www.
phia, PA: The Westminster Press, 1971), 449; John ellenwhitebooks.com/comentario/, no dia 12 de
Stott, The Spirit, The Church and the World (Down- novembro de 2007.
ers Grove, IL: InterVarsity Press, 1990), 250. 122
O manual não emprega a palavra porneia, mas
104
G. H. C. Mcgregor, Interpreter’s Bible (Nova trata do seu sentido. Ver Manual da Igreja (Tatuí, SP:
Iorque: Abingdon, 1954), 9:203. Ver, também: SD- Casa Publicadora Brasileira, 2006), 205.
ABC, 6:311-312. Ver “Pollutions of Idols”. 123
Ibid.

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