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Conselho Nacional de Justiça

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO -


Autos:
0006560-26.2016.2.00.0000
Requerente: JOAO BOSCO PINTO DE FARIA e outros
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO -
Requerido:
TJSP

DECISÃO

Cuida-se de Procedimento de Controle Administrativo


proposto pelo SINDICATO DOS PROCURADORES DO ESTADO,
DAS AUTARQUIAS, DAS FUNDAÇÕES E DAS UNIVERSIDADES
PÚBLICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIPROESP, no
qual pretende seja sustada a execução do Comunicado Conjunto nº
379/2019, da Presidência e da Corregedoria Geral da Justiça do
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (dispõe
sobre a possibilidade de intimação pessoal dos Advogados Públicos
pela via eletrônica).

O requerente pleiteia, liminarmente, que este Conselho


determine que a intimação pessoal dos Advogados Públicos, pelo
Estadual paulista, ocorra com a efetiva entrega física dos autos
judiciais.

Para tanto, indica como precedente, a decisão monocrática


exarada pelo então Conselheiro Emmanoel Campelo, nos autos do
PCA 4199-36.2016.2.00.0000 que determinou ao Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul “que realize a intimação
pessoal dos Entes Públicos requerentes, mediante carga ou
remessa dos autos, nos processos físicos; e nos processos
eletrônicos disponibilize o acesso integral aos autos” (ID 2030840 –
daqueles autos).

Requer, liminarmente, a sustação da execução do


Comunicado Conjunto nº 379/2016, da Presidência do TJSP e
Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo,

(...)dada a sua manifesta ilegalidade e a urgente


necessidade de se assegurar o acesso físico dos
representantes do Estado em juízo aos autos judiciais (...)
determinando-se, por conseguinte, que a intimação pessoal
dos Advogados Públicos se perfaça mediante a efetiva
entrega física dos autos judiciais com vista à
repartição, tendo em vista que: a) a tradição judicial
física constitui elemento essencial da prerrogativa
processual prevista no art. 183, § 1º, do Novo Código de
Processo Civil; e b) é do Poder Judiciário o ônus de
entregar os autos pessoalmente aos órgãos de
Advocacia Pública, por ocasião de sua intimação,
independente do local físico onde se encontra situada a
sua respectiva sede.

Convidado a se manifestar sobre o pedido acautelatório, o


TJSP (ID 2066100) informa, entre outros relevantes argumentos,
que "o ato questionado é resultado de uma intensa negociação (...)
com a Procuradoria Geral do Estado - PGE para conciliar as
melhores alternativas para dar a efetiva e possível aplicação das
inovações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil".

No mérito, aduz o Tribunal que "não há como se apegar àquilo


que o sindicato requerente denomina de 'tradição judicial física'
(item 45, em detrimento à racionalidade que deve balizar o trato da
coisa pública".

É o que cabia relato, por ora. DECIDO.


O Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça
estabelece, em seu art. 25, XI, que os requisitos para a concessão
de medidas urgentes e acauteladoras, são: (a) existência de
fundado receito de prejuízo, (b) dano irreparável ou (c) risco de
perecimento do direito invocado.

Como se vê, os provimentos liminares, no âmbito do Conselho


Nacional de Justiça, são, na verdade, providências de natureza
cautelar que, a juízo do Conselheiro Relator, sejam necessárias ou
imprescindíveis para preservar direitos que estejam sob risco de
iminente perecimento, devendo o pedido estar acompanhado do
fumus boni iuris e do periculum in mora.

No presente caso, busca-se, liminarmente, a suspensão


Comunicado Conjunto nº 379/2016, da Presidência do TJSP e
Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, cujo teor
segue:

COMUNICADO CONJUNTO Nº 379/2016

(Protocolo CPA nº 2016/00042867 - STI)

A Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de


São Paulo e a Corregedoria Geral da Justiça COMUNICAM
aos Juízes de Direito, Coordenadores, Supervisores,
Chefes e demais funcionários, Advogados, Defensores
Públicos, Procuradores do Estado, Procuradores do
Município, Advogados da União e ao público em geral que:

1) O Novo Código de Processo Civil - NCPC (Lei nº


13.105/15) impôs ao Poder Judiciário a disponibilização de
inúmeras funcionalidades em seu sistema informatizado
oficial sem que houvesse a respectiva previsão de
acréscimo proporcional de verba orçamentária que lhe é
destinada;

2) O prazo de vacatio legis previsto no NCPC – 1 ano – foi


excessivamente exíguo, não permitindo que todas as
adaptações exigidas pela nova legislação pudessem ser
integral e tempestivamente concluídas;

3) A despeito das dificuldades denunciadas nos itens „1 e


„2 acima, a funcionalidade de citação/intimação eletrônica da
Fazenda Pública, prevista no art. 246, § 2º do NCPC, já está sendo
desenvolvida, apesar de não estar disponível para utilização com
o início da vigência do mencionado diploma normativo, no
próximo dia 18;

4) Enquanto não for disponibilizada funcionalidade mencionada


no item „3 acima, haverá período de transição em que não
existirá via oficial para citação/intimação eletrônica da Fazenda
Pública;

5) O art. 183 do NCPC exige que a Fazenda Pública deva ser


intimada pessoalmente de todos os atos processuais proferidos
durante a tramitação dos processos, bem como que a intimação
pessoal seja feita por meio de carga, remessa ou meio eletrônico;

6) Não há, pelos motivos já expostos, recursos humanos ou


orçamentários para realizar a remessa de todos esses processos
para fins de intimação;

7) Esse período inicial de vigência do NCPC, de transição, exigirá


que as partes litigantes e os magistrados atuem com paciência,
bom senso e razoabilidade, compreendendo as dificuldades
impostas pela ausência de tempo e recursos suficientes para
desenvolver e implementar todas as funcionalidades previstas na
nova legislação, incluindo-se, nesse contexto, a inexistência de
funcionalidade já disponível para citação/intimação eletrônica da
Fazenda Pública;

8) Os arts. 5º e 6º do NCPC impõem às partes litigantes o dever se


comportar de acordo com a boa fé e de cooperar com as demais
partes para se obter, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva, não se coadunando com tais deveres a exigência de
cumprimento de obrigação impossível – seja no tocante à remessa
à Fazenda de todos os processos nos quais tiver que ser intimada,
seja para exigir a intimação por via eletrônica por meio ainda não
disponível;

9) Ressalvado entendimento jurisdicional em sentido contrário,


não se recomenda a utilização de via alternativa para intimação
eletrônica, como o e-mail, por não assegurar o atendimento
integral das exigências da Lei nº 11.419/06;

10) As publicações realizadas pelo Diário Oficial Eletrônico


sempre permitiram que as Fazendas pudessem tomar
conhecimento dos atos processuais de forma tempestiva,
exercendo regularmente seu amplo direito de defesa e o
contraditório e que devem ser feitas por força do disposto no art.
272 do NCPC, demonstrando, portanto, sua eficácia;

11) Durante o período de transição, considerando as questões


expostas acima, e, em especial, a notória eficácia das intimações
por Diário Oficial Eletrônico da Fazenda Pública, que sempre
permitiu que exercesse regularmente sua defesa e contraditório
até a presente data, recomenda-se continuar a recorrer ao referido
meio de intimação, até que haja disponibilização de meio
eletrônico, já em desenvolvimento” (Diário da Justiça Eletrônico,
Caderno Administrativo, São Paulo, ano IX, edição 2079, sexta-
feira, 18 de março de 2016, p. 4 e 5).

Necessário consignar que as decisões exaradas no paradigma


trazido pelo requerente (PCA 4199-36.2016.2.00.0000), todavia, não
foram submetidas ao Plenário do Conselho Nacional de Justiça: a
liminar concedida não fora ratificada e a monocrática final pende de
julgamento de recurso administrativo interposto pelo TJRS.

Portanto, não há que se falar, no momento, em precedente do


Plenário do CNJ.

Por outro lado, nesta análise prefacial dos autos, tenho que
haveria perigo de dano reverso com o deferimento da liminar requestada,
considerando-se que a obstacularização que se criaria ao avanço
tecnológico inaugurado, oneraria, sobremodo, o TJSP. Mais ainda, quando
se indica que a solução estampada no ato questionado (que se pretende
imediata sustação) foi fruto de discussão e acordo entre o TJSP e a
PGE/SP.

Por todo exposto, não vislumbro requisito para a concessão da


medida pleiteada na petição inicial, razão pela qual INDEFIRO O
PEDIDO LIMINAR, determinando: a) a oitiva da Procuradoria Geral do
Estado de São Paulo sobre o ato impugnado (COMUNICADO CONJUNTO Nº
379/2016); b) intimação do TJSP para apresentação de eventuais
informações complementares, nos termos regimentais; c) intimação das
partes sobre o teor desta decisão.

Após, nova conclusão para decisão final.

Brasília, 13 de dezembro de 2016.

Conselheiro NORBERTO CAMPELO

Relator

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