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Educação à

distância para a
diversidade
Mara Sueli Simão Moraes
Arlindo Rebechi Junior
(orgs.)

Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


X1111x Título do livro: subtítulo entra após dois pontos / Nome do(s)
organizador(es) com sobrenome ao final (orgs). - - Cidade, XX:
Autor ou instituição, 20xx.
xx p. ; xx cm.

ISBN 978-85-XXXX-XXX-X

1. Nonnono nonon. 2. Nonono nono. 3. Nonono nonon. I. So-


brenome, Autor. II. Título.

CDD: XXX

Copyright© XXXXX, 2011


Apresentação

A coleção Produção de material didático para a diversidade é re-


sultado de um curso ofertado à distância, pelo sistema da Universidade
Aberta do Brasil/UNESP, aos professores e às professoras da rede pública
de ensino. A conjuntura histórica de mudanças e transformações sociais
está presente em todos os setores da vida social, exigindo das experiên-
cias individuais e coletivas um reinventar de nossas práticas. Trata-se de
um momento singular e complexo para aqueles que profissionalmente se
inserem nas instituições educacionais. Em um lado, estão os professores
e professoras de nossa rede pública de ensino, em nível fundamental e
médio, cuja missão, em meios às mudanças tecnológicas e diante dos
processos de comunicação contemporâneo que atingem sobremaneira
uma contingência significativa de nossos alunos, é criar um ambiente
pedagógico e didático vibrante, reflexivo e cidadão. A tarefa na univer-
sidade, com seus professores e pesquisadores, não é menor. Deste lado,
é preciso criar um intercâmbio efetivo com os demais níveis de ensino e
os seus agentes precisam ser propositivos neste diálogo: o conhecimen-
to formulado, debatido e sistematizado nas nossas instituições precisam
chegar às escolas e as melhores experiências devem ser democratizadas,
no sentido de ganharem visibilidade até, quem sabe, contribuírem para
uma política pública educacional.
São nessas circunstâncias que se nota a necessidade de investimen-
tos de grande monta para a formação continuada dos nossos professores
e professoras inseridos em escolas públicas por todo o Brasil. Este tipo de
ação pode induzir processos de mudanças significativas para as institui-
ções educacionais envolvidas, fomentando para os professores e profes-
soras participantes o acesso a novas competências, habilidades, práticas
pedagógicas e técnicas. Mas não só isso. Os cursos de formação con-
tinuada, quando bem realizados em sua proposta, conseguem formar
novas concepções didático-pedagógicas e novas visões mais críticas de
mundo, a partir das quais pode-se construir um olhar em direção a uma
sociedade mais justa e, portanto, com menos assimetrias sociais.
Dentro dessa perspectiva, a coleção, em todos os seus volumes, deli-
neou alguns propósitos, a destacar três deles: (1) os textos procuram, pela
linha teórica de cada autor, estimular um debate reflexivo sobre temas
contemporâneos da diversidade; (2) o conjunto de textos, cada um a seu
modo, procuram estimular a avaliação de materiais didáticos existentes
e de fácil acesso dos professores e professoras participantes, exigindo que
cada um destes profissionais seja também um pesquisador em seu próprio
métier; (3) é ainda papel destes textos fomentar um debate sobre a reali-
zação de projetos de produção de recursos didáticos, que, ao final, possa
resultar em elaborações de estratégias metodológicas em relação ao uso
de materiais didáticos em diferentes linguagens em temas da diversidade.
De modo geral, a partir de um contexto educacional, o tema da di-
versidade é o centro das discussões presentes na coleção. Para tal intento,
os organizadores e autores dos materiais aqui enfeixados buscaram lan-
çar um olhar sobre a diversidade a partir de uma ampla e sólida reflexão
sobre as variedades dos temas, dos conceitos e do uso crítico na sala de
aula das linguagens midiáticas, artísticas e dos problemas ampliados,
em seus em diferentes suportes e gêneros textuais. Sob uma perspectiva
transdisciplinar, a coleção compreende que todas essas novas formas de
linguagem devem ser debatidas por todos nas salas de aula e o profes-
sor precisa estar muito bem formado e atento para as mudanças e os
eventuais efeitos de crise advindos com essas novas formas de comuni-
cação e tecnologia. Estruturalmente, a coleção dividiu-se em 5 volumes:
(1) Educação à distância para a diversidade; (2) Concepções e análise do
material didático na perspectiva da diversidade; (3) O uso de linguagens
no ensino de temas da diversidade; (4) Produção didática sobre o tema
diversidade; (5) O uso de material didático voltado a temas da diversida-
de: avaliando o processo de ensino aprendizagem.
Tendo em vista o caráter didático do uso que essa coleção pode as-
sumir, todos os textos dos volumes foram pensados sob uma mesma es-
trutura. Em todos os volumes, os textos foram divididos em: Primeiras
palavras – uma introdução ao tema abordado; Problematizando o tema
– aqui se adota uma postura bastante crítica e os conceitos e os funda-
mentos teóricos pertinentes a cada uma das abordagens são expostos e
debatidos; Instrumentalizando o tema – trata-se do espaço privilegiado
para a reflexão sobre possíveis aplicações em sala de aula do que foi antes,
em termos teóricos, exposto; não à toa, sempre que pertinente, os auto-
res sugeriram o planejamento de atividades e a escolha de instrumentos
a serem adotados no trabalho realizado em sala de aula; Saiba mais...
– momento dos textos em que se expõe indicações para um maior apro-
fundamento crítico do debate realizado; completa a obra as referências
bibliográficas sugeridas e trabalhadas pelos autores.
Duas coisas ainda precisam ser colocadas quanto ao trabalho rea-
lizado pelos autores.
A primeira delas se refere ao aspecto vário e múltiplo da escrita
de cada um dos autores. A heterogeneidade dessas escritas, respeitadas
em toda sua dimensão linguageira, tornou-se uma marca profunda da
diversidade concentrada em nosso curso. A equipe formada por pesqui-
sadores de vários campos do saber demonstrou que é possível haver um
deslocamento de supostas áreas de conforto e criar uma efetiva contri-
buição social que se comprometa às diversas realidades, sejam locais,
regionais ou nacionais, de nossas instituições educacionais e de nossos
professores e de nossas professoras. Tudo isso vem refletir de modo posi-
tivo nos diferentes tons adotados na escrita dessa obra.
Em segundo lugar, é preciso ressaltar que a coleção, do início ao
fim, levou em conta o estabelecimento de um franco diálogo que efeti-
vamente aproximasse o professor e a professora a uma prática didática
mais emancipadora, estimulando, entre outras coisas, o uso crítico de
materiais e suportes disponíveis em bibliotecas (online e físicas), o uso de
repositórios eletrônicos do conhecimento (com revistas, jornais e outros
tipos de materiais), o uso da internet em suas potencialidades positivas.
Todos aqueles que participaram da organização e da produção des-
ta coleção e do curso ofertado esperam, sinceramente, que essa obra re-
presente para algum professor ou alguma professora uma contribuição
significativa em suas práticas. Mais que isso, represente um desafio a ser
enfrentado, levando os nossos alunos e alunas a uma duradoura emanci-
pação social e cultural.
Além de todos os textos produzidos, aqui também se inclui um CD
com as respectivas atividades apresentadas ao longo do curso. Nele, o
leitor terá acesso irrestrito às informações, podendo compreender a di-
nâmica desenvolvida nessa aplicação.

Boa leitura!

O volume preliminar, denominado Educação à distância para a di-


versidade, ressalta o papel da educação à distância no mundo contempo-
râneo, examinando-a na dinâmica da diversidade. A perspectiva adota-
da está sujeita a três dimensões: (1) a abordagem temática inicial tratada
no curso, com seus aspectos metodológicos, estruturais e avaliativos; (2)
uma reflexão inicial sobre os rumos da educação no contexto de EaD; (3)
o acesso, as ferramentas e o uso do ambiente virtual a ser utilizado.
É importante notar que, longe de uma abordagem tecnicista, a pro-
posta aqui é demonstrar que o ambiente virtual de aprendizagem pode se
tornar um importante instrumento de transformação. Enfim, um lugar
privilegiado para a formação continuada de professores e professoras.

Mara Sueli Simão Moraes


Arlindo Rebechi Junior
Sumário

Unidade 1 | Conhecendo o curso


1. Primeiras palavras.......................................................................11
2. Problematizando o tema.............................................................12
3. Instrumentalizando o tema..........................................................14
3.1 Estrutura do curso.....................................................................15
3.2 Currículo do curso.....................................................................17
3.3 Avaliação do curso....................................................................19

Unidade 2 | A educação a distância aproximando os alunos


1. Primeiras palavras.......................................................................25
1.1 C
 omo usar o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para
uma aprendizagem colaborativa................................................27
2. Problematizando o tema.............................................................28
2.1 A Presença Social na Educação a distância..............................28
3. Instrumentalizando o tema..........................................................32
3.1 Algumas regras importantes na comunicação virtual.................32

Unidade 3 | Introdução ao Moodle


1. Primeiras palavras.......................................................................37
1.1 O Moodle...................................................................................38
1.2 Metodologia..............................................................................38
2. Problematizando o tema.............................................................39
2.1 Aulas online...............................................................................39
2.2 A avaliação................................................................................40
2.3 O perfil do aluno online..............................................................40
2.4 Requisitos tecnológicos.............................................................43
3. Instrumentalizando o tema..........................................................44
3.1 Primeiro acesso ao Moodle.......................................................44
3.2 Material de apoio.......................................................................47
Unidade 1 |
Mara Sueli Simão Moraes
Mabi Katien Batista de Paula
Conhecendo
o curso

1. Primeiras palavras
O Curso de Produção de Material Didático para Diversidade
(PMDD), oferecido por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB),
visa oferecer formação continuada para profissionais da Educação Básica
que atuam na rede pública de ensino com vistas à avaliação, produção
de materiais didáticos, realização de projetos e elaboração de estratégias
metodológicas para o trabalho com os temas da diversidade: cidadania,
direitos humanos, gênero e relações étnico-raciais.
Você está convidado a participar e espera-se, com este curso, con-
tribuir para o seu trabalho pedagógico com os temas da diversidade, es-
pecialmente considerando as características locais e regionais da escola
onde atua e a singularidade de cada aluno.
Ao longo do estudo dos módulos você terá a oportunidade de refletir
sobre os temas trabalhados, estudando os conceitos e conhecendo a visão
de autores, debatendo posturas críticas e ideológicas e planejando estraté-
gias de trabalho com o uso das linguagens midiáticas, artísticas e outras
em diferentes suportes e gêneros na coletividade com seu tutor e colegas
da turma. Além dos conteúdos apresentados nos módulos, serão sugeri-
dos outros materiais de estudo, disponíveis em bibliotecas on-line e físicas,
como textos e vídeos. Utilize-os para aprofundar seus conhecimentos.
Todas as estratégias, a metodologia do curso, a estrutura, a descri-
ção dos módulos e demais informações você encontrará a seguir. Para
qualquer dúvida, entre em contato com o seu tutor ou por meio dos ca-
nais de comunicação disponíveis.

2. Problematizando o tema
O curso PMDD parte das especificidades da realidade brasileira,
para oferecer formação continuada aos professores, com o intuito de
atender ao preceito constitucional da educação de qualidade como um
direito de todo cidadão brasileiro e dever do Estado. Considera, ainda,
que a educação é direito de todos, como também direito de cada um nas
diferenças e singularidades que caracterizam o respeito à diversidade.
Os materiais didáticos se constituem em um ambiente ou obra or-
ganizada, que possui finalidade específica para o uso em uma situação
didática. Dessa forma, quando “bem escolhidos e usados, se de quali-
dade e adequados ao planejamento do professor, são grandes instru-
mentos de apoio no processo de ensino-aprendizagem” (ROJO, 2005,
p. 3). Vale lembrar que, historicamente, nosso país conta com grande
escassez de material didático e formação de professores para o trabalho
com os temas da diversidade: cidadania, direitos humanos, gênero, e
relações étnico-raciais.
Historicamente, registra-se dificuldade para se lidar com a temática
do preconceito e da discriminação racial/étnica. Na escola, muitas vezes,
há manifestações de racismo, discriminação social e étnica, por parte de
professores, de alunos, da equipe escolar, ainda que de maneira involun-
tária ou inconsciente. Essas atitudes representam violação dos direitos
dos alunos, professores e funcionários discriminados, trazendo consigo
obstáculos ao processo educacional pelo sofrimento e constrangimento
a que essas pessoas se veem expostas.

12 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


Movimentos sociais vinculados a diferentes comunidades étnicas
desenvolveram uma história de resistência a padrões culturais que es-
tabeleciam e sedimentavam injustiças. Gradativamente, conquistou-se
uma legislação antidiscriminatória, culminando com o estabelecimento,
na Constituição Federal de 1988, da discriminação racial como crime.
Mais ainda, há mecanismos de proteção e de promoção de identidades
étnicas, como a garantia, a todos, do pleno exercício dos direitos cultu-
rais assim como apoio e incentivo à valorização e difusão das manifesta-
ções culturais (BRASIL, 1997, p. 122).
O estabelecimento de uma política pública para o atendimento à
diversidade, incorporando às políticas educacionais, como o curso de
PMDD, pode colaborar para o desenvolvimento sustentável apoiado
na igualdade.

saiba mais…
O livro “Inclusão: um guia para educadores”, de Stainbak
& Stainback (1999) traz no capítulo 17 discussões sobre o cur-
rículo escolar pautado na diversidade. Para ler uma resenha
sobre esse livro, acesse o link: http://revistaescola.abril.com.
br/biblioteca-virtual/inclusao-guia-educadores-622013.shtml.

Alguns materiais já estão sendo utilizados para o trabalho com a


diversidade em sala de aula na Educação Básica e ao longo do curso você
terá contato com muitos deles. Para esse trabalho, podem-se citar as pu-
blicações da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversi-
dade e Inclusão (SECADI), cujo objetivo é contribuir para a valorização
das diferenças e da diversidade e promover a educação inclusiva, dispo-
nibiliza em seu site diversas publicações que podem ser utilizadas para
o trabalho com os temas da diversidade. Para conhecer as publicações,
acesse o endereço eletrônico: http://portal.mec.gov.br/index.php?op-
tion=com_content&view=article&id=13165&Itemid=913.

Unidade 1 | Conhecendo o curso 13


Outro exemplo há na Educação Matemática, onde o tema diver-
sidade pode ser trabalhado na resolução de Problemas Ampliados com
questionamentos a respeito do tema estruturador, de modo a possibili-
tar o exercício da análise crítica do mesmo. Dessa forma, a resolução de
Problemas Ampliados com questões sobre a diversidade não se esgota na
solução numérica encontrada, mas utiliza esse instrumento didático-pe-
dagógico (o questionamento) para possibilitar “reflexões e propostas de
ação para a sala de aula [...].” (MORAES, 2013).

saiba mais…
Para conhecer mais sobre o uso dos Problemas Ampliados,
leia o livro “Educação matemática e temas político-sociais”, de
MORAES etall (2008).

3. Instrumentalizando o tema
Este curso objetiva oferecer orientação e instrumentalizaçãopara
que você possa selecionar e analisar criticamente os materiais didáticos
para o trabalho com diversidade, bem como produzir os seus próprios
materiais. Assim, busca oferecer condições para que o professor possa:
• analisar criticamente diferentes recursos didáticos quanto aos
temas da diversidade;
• valorizar as diferentes funções dos recursos didáticos;
• identificar as potencialidades didáticas das linguagens e recur-
sos para contextos específicos abordando temas da diversidade;
• dominar metodologia de coleta, seleção, organização e análise
de materiais visando a produção de materiais didáticos para te-
mas da diversidade;
• valorizar o trabalho com as temáticas da diversidade;
• organizar projeto pedagógico com tema da diversidade;
• produzir recursos didáticos sobre temas da diversidade;

14 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


• avaliar a recepção e/ou participação dos educandos em pro-
cesso de produção de materiais didáticos sobre os temas da
diversidade.
A organização do curso visa oferecer a você, profissional da Educa-
ção Básica, um espaço para troca de experiências e ampla e sólida refle-
xão sobre os temas, conceitos e uso na sala de aula das linguagens midiá-
ticas e artísticas em diferentes suportes e gêneros, bem como reflexões
sobre o tema proposto. Para isso, o conteúdo do curso foi distribuído em
módulos de estudo, sendo um módulo inicial, que é denominado mó-
dulo 0 (zero), e quatro módulos que contemplam o conteúdo do curso,
formando uma coleção de livros.
O curso conta com a carga horária de 180 horas e a metodologia do
curso será realizada na forma semipresencial, com 40 horas de encontros
presenciais e 140 horas de interação à distância, via internet, por meio
da plataforma colaborativa Moodle. Está fundamentada na proposta de
desenvolvimento de um percurso de aprendizagem, que é finalizada com
a entrega de um projeto de intervenção para o trabalho com os temas da
diversidade, construído ao longo do curso.
O curso conta com o acompanhamento de um tutor on-line no Am-
biente Virtual de Aprendizagem (AVA), que fará a mediação da apren-
dizagem da turma e lhe auxiliará na compreensão dos conteúdos. Nos
polos presenciais, um tutor ficará disponível em horários estabelecidos
para auxiliar na realização das atividades, sanar possíveis dúvidas e me-
diar os encontros presenciais.
Acompanhe, a seguir, como está estruturado o curso.

3.1 Estrutura do curso

O curso PMDD está sendo desenvolvido com o apoio de três Polos


de Formação (Bálsamo, Franca e Itapevi) e é oferecido por meio do con-
vênio entre a CAPES/SECADI/UAB/MEC e a UNESP.
E como funciona esse convênio?
As instituições que integram a Universidade Aberta do Brasil (UAB)
ofertam os cursos, emitem certificação, realizam processos de seleção e

Unidade 1 | Conhecendo o curso 15


visitam os Polos de Formação, que oferecem o espaço físico de apoio
presencial e a infraestrutura tecnológica. Para este curso, a instituição
integrante da UAB é o Departamento de Matemática da Faculdade de
Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” –
UNESP, Campus de Bauru.
A figura 1 mostra como essa rede está regulamentada:

MEC
SECADI/CAPES

Unesp Municípios Pólos:


Faculdade de Bálsamo, Franca
Ciências/ Bauru e Itapevi
Figura 1: Estrutura da UAB para o desenvolvimento do curso

Além da infraestrutura física e tecnológica que compõe o convê-


nio para a oferta dos cursos, uma equipe técnico-pedagógica acompanha
todo o desenvolvimento do curso, desde o planejamento da concepção
pedagógica até a execução das ações previstas.
Na UNESP, há a presença do Coordenador da UAB, professor indi-
cado pela instituição para atuar na coordenação e apoio aos cursos ofe-
recidos pelo convênio com a CAPES/SECADI/UAB/MEC.
A equipe do curso PMDD é composta pelos seguintes profissionais:
• Coordenador do Curso: professor da UNESP responsável pela
elaboração e desenvolvimento do curso. Coordena o curso no
âmbito da UAB e no desenvolvimento de projetos de pesquisa
relacionados aos cursos.
• Coordenador de Tutoria: professor da UNESP vinculado à
UAB, que atua nas atividades de coordenação das atividades
de tutoria.
• Professor Conteudista: professor que atua nas atividades de
elaboração de material didático do curso, vinculado à UAB.

16 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


• Professor Revisor: profissional da UNESP vinculado à UAB
para atuar na revisão do material didático da coleção de livros
utilizada neste curso.
• Professor Formador: professor da UNESP vinculado à UAB,
que atua nas atividades de ensino, de desenvolvimento de pro-
jetos e de pesquisa, relacionadas aos cursos e programas im-
plantados no âmbito da UAB.
• Tutor Virtual: profissional selecionado pela UNESP vinculado
à UAB para o exercício das atividades típicas de tutoria no Am-
biente Virtual de Aprendizagem.
• Tutor Presencial: profissional selecionado pela UNESP em
conjunto com o Polo de Formação, vinculado à UAB, que es-
tabelece o contato com os cursistas para apoio nesses Polos de
Formação.
• Coordenador de Polo: professor responsável pela coordenação
do Polo de Formação de apoio presencial.

3.2 Currículo do curso

O currículo do curso PMDD tem como eixo estruturante a concep-


ção “Direito de Aprender de todos e de cada um”, originária da discussão
do campo da Educação para os Direitos Humanos, sem perder a pers-
pectiva do desenvolvimento humano desse campo. São trabalhados os
conceitos de dignidade humana, respeito às diferenças, reconhecimento
dos saberes distintos, tendo como base os temas da diversidade: cidada-
nia, direitos humanos, gênero e relações étnico-raciais, tendo em vista a
formação do aluno cidadão e o seu desenvolvimento científico e cultural.
Conheça, a seguir, os conteúdos abordados em cada módulo:
• Módulo 0: Material Didático para a Diversidade e Educação a
Distância. Esse módulo tem o objetivo de oferecer três dimen-
sões sobre:
a) A abordagem temática inicial do curso, com seus aspectos meto-
dológicos, estruturais e avaliativos;

Unidade 1 | Conhecendo o curso 17


b) A reflexão inicial sobre os rumos da educação no contexto de
Educação a Distância;
c) O acesso, as ferramentas e o uso do ambiente virtual a ser utilizado.

• Módulo 1: Concepções e análise do material didático na pers-


pectiva da diversidade. É o módulo de apresentação e discussão
dos fundamentos teóricos do curso. A abordagem dá especial
destaque para:
a) O conceito de diversidade e de diferença;
b) A reflexão em torno da diferença nas escolas;
c) Os conceitos de identidade e diferença;
d) O debate do gênero na escola;
e) O material didático na perspectiva da diversidade e da diferença.

• Módulo 2: O uso de linguagens no ensino de temas da diversidade


a) Este módulo prepara os professores para a reflexão em temas es-
pecíficos e transversais ao tema da diversidade. Estão previstos os
seguintes binômios reflexivos:
b) Diversidade e mídia educação;
c) Diversidade e cinema;
d) Diversidade e literatura;
e) Diversidade e linguagem jornalística;
f) Diversidade e fotografia;
g) Diversidade e problemas ampliados.

• Módulo 3: Produção didática sobre o tema diversidade. Neste


módulo serão debatidos, especificamente, os meios e os instru-
mentos disponíveis ao professor para a produção didática sobre
o tema diversidade. Na abordagem prevista serão tratados sob
dois aspectos principais:
a) A linguagem e os suportes dos materiais didáticos; o plano de
um curso; as atividades interdisciplinares; a pesquisa em dife-
rentes linguagens; formas de apresentação e difusão do material
didático;

18 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


b) O uso crítico do filme, da fotografia, do jornal e da publicidade
na sala de aula.

• Módulo 4: Utilização e avaliação da recepção dos materiais


didáticos sobre temas da diversidade. Para o módulo final do
curso, haverá a proposição de atividades ligadas à produção de
material didático baseado nas linguagens trabalhadas. Ainda,
nos encontros presenciais realizados nos Polos de Formação, os
cursistas apresentarão os projetos que desenvolveram nas esco-
las, no formato de planos de curso, atividades interdisciplina-
res, planos de unidades temáticas etc.

3.3 Avaliação do curso

A avaliação do curso será realizada mediante a frequência e o con-


ceito obtido por meio da realização das diversas atividades. São elas:

Frequência

Por ser um curso oferecido na modalidade semipresencial, a fre-


quência é registrada por meio do acesso ao Ambiente Virtual de Apren-
dizagem (AVA) Moodle e dos encontros presenciais. A carga do curso
é de 180 horas, sendo 40 horas realizadas presencialmente nos polos de
formação e 140 horas on-line, no ambiente Moodle.
Você precisa ter frequência mínima de 75% nos encontros presen-
ciais e no AVA. É importante lembrar que a frequência no AVA não é
registrada pelo tempo que você fica conectado, mas por meio da sua in-
teração e participação nas atividades propostas.
A fim de propiciar a interação, troca de experiências e de conheci-
mentos, a sua participação em fóruns e outras atividades colaborativas
deve contribuir com conteúdo que ajude a propiciar reflexão da turma e
atenda à proposta. A realização de atividades individuais, como produ-
ções textuais, por exemplo, também será contabilizada como frequência.

Unidade 1 | Conhecendo o curso 19


Conceito

O conceito mínimo para aprovação nos módulos do curso é de 7


pontos. Por isso, acompanhe todas as propostas de atividades e verifique
com atenção o critério de avaliação delas. Não deixe de realizar as ativi-
dades dentro do prazo.
Caso você não tenha entregado alguma atividade dentro do prazo
estabelecido, utilize o período de recuperação de atividades que será
oferecido imediatamente após a finalização do período de entrega.
A entrega das atividades após a finalização dos prazos contabiliza
frequência no curso, porém, o conceito máximo atribuído é de 8 pontos.

Atenção
As atividades já entregues dentro do prazo estabelecidos não po-
dem ser recuperadas e entregues novamente após a finalização do
prazo. A entrega das atividades só será aceita se for realizada até o
prazo de recuperação da unidade. Após esse período, não será con-
tabilizada a frequência e não será atribuído conceito.

Tipos de atividades propostas

Serão propostos, no curso, dois tipos de atividades: interação e pro-


dução dentro do AVA (fóruns, wiki, produção de texto, enquetes etc.) e
projeto a ser desenvolvido em sala de aula, ou outro espaço da escola,
utilizando as experiências adquiridas no curso.

20 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


Importante
Nem todas as atividades ou ferramentas disponibilizadas no am-
biente são avaliativas. Os fóruns de dúvida ou o café social devem
ser utilizados para interação com o tutor, demais cursistas da turma.
Não é contabilizada a frequência nestes espaços e não é atribuído
conceito. Você pode participar quantas vezes quiser e sentir necessi-
dade. As atividades avaliativas são identificadas por um código que
indica o módulo, a unidade (se houver) e a atividade. Por exemplo, a
Atividade 2/Unidade 1/Módulo 3 é nomeada da seguinte forma: M3-
UN1-AT2 (M – Módulo, UN – Unidade, AT –Atividade).

Cada módulo traz a proposta de realização de duas atividades obri-


gatórias, para serem realizadas dentro do ambiente virtual Moodle.

Organização dos encontros presenciais

Ao iniciar o curso, os cursistas participarão de um encontro pre-


sencial para conhecer a organização, metodologia do curso, formas de
avaliação e o ambiente Moodle. Esse encontro tem a duração de 8 horas
e ocorrerá nos Polos de Formação.
O final do Módulo 4 contará com a apresentação e entrega de proje-
tos desenvolvidos nas escolas, que devem ser em forma de planos de curso,
atividades interdisciplinares, os planos de unidades temáticas. Esse semi-
nário deve possibilitar a troca de informações entre os projetos desenvolvi-
dos. A carga horária para este encontro presencial é de 12 horas (1 ½ dia).
Além do encontro de apresentação dos seminários, ocorrerá um
encontro para que os cursistas avaliem o curso, em que será aplicado
um questionário para verificar o grau de satisfação e aceitabilidade do
cursista em relação ao curso, cuja carga horária será de 4 horas (½ dia).
Os demais encontros presenciais, cuja carga horária total é de 16 ho-
ras, serão distribuídos ao longo do curso a critério do professor-tutor pre-
sencial e do professor cursista. Sugerimos a distribuição de 4 encontros
presenciais de 4 horas, um encontro para o estudo cada módulo do curso.

Unidade 1 | Conhecendo o curso 21


Sugestões para organizar os seus estudos

Agora que você conheceu a estrutura, organização e metodologia


do curso, bem como o seu currículo, organize as suas atividades de estu-
do. Em um curso a distância é importante estabelecer uma frequência de
acesso no ambiente virtual de aprendizagem não somente para estudar
e realizar atividades avaliativas, mas também participar das atividades
colaborativas e colaborar com a turma. É desejável que você acesse a pla-
taforma todos os dias, pois algumas atividades exigem maior frequência
e participação pela característica dinâmica, como é o caso do fórum.
Distribua ao longo da sua semana os momentos para leitura dos tex-
tos, realização das atividades de produção, participação no Moodle, não
esquecendo de coletar subsídios para a realização de seu projeto final.

saiba mais…
Videoteca com a temática diversidade cultural da TV Es-
cola/Programa Salto Para o Futuro. Acesse: http://tvescola.
mec.gov.br/tve/videoteca-classifications?type=thematicA-
rea&thematicArea=576

22 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fun-


damental. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino de primeira à quarta sé-
rie- Apresentação dos Temas Transversais, pluralidade cultural. Brasília: MEC/
SEF, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/plurali-
dade.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2014.
MORAES, M. S. S. Contribuições das Pesquisas na Perspectiva da Pedagogia
Histórico-Crítica na Educação Matemática. 2013, 222f. Tese (Livre-docência)
– Faculdade de Ciências, UNESP, Bauru, 2013.
ROJO, R. Materiais Didáticos: escolha e uso. Boletim TV Escola/ Salto para
o Futuro, Brasília, v. 1, n. 14, p.3-11, ago. 2005. Disponível em: http://tvbrasil.
org.br/fotos/salto/series/151007MateriaisDidaticos.pdf. Aceso em: 14 jul. 2014.

Unidade 1 | Conhecendo o curso 23


Unidade 2 |
Emília de Mendonça Rosa Marques
Euro Marques Jr.
A educação
a distância
aproximando os
alunos

1. Primeiras palavras
A sociedade brasileira tem se beneficiado dos avanços das tecno-
logias de informação e comunicação, e os ambientes de redes de com-
putadores vêm se difundindo como uma alternativa viável em situações
de trabalho em grupo ou de aprendizado a distancia. A um custo rela-
tivamente baixo, uma escolha adequada de equipamentos e programas
pode produzir ótimos resultados, permitindo o compartilhamento de
recursos de informática, como bancos de dados e impressoras, além do
uso de som e vídeo, de maneira segura e rápida. Portanto, a educação a
distância (EAD) pode ser uma opção valiosa para o treinamento de fun-
cionários nas organizações e a formação de mão de obra qualificada nas
instituições de ensino, tirando proveito da infraestrutura de tecnologia
da informação (TI) já instalada nessas organizações.
A sociedade contemporânea está vivenciando a internacionaliza-
ção dos mercados em um formato de globalização que desafia as pessoas
e organizações a romperem com práticas ultrapassadas, estimulando o
exercício de desaprender e (re)aprender continuamente. Nesse contexto,
se passa a buscar o conhecimento de uma forma mais sistemática e eficaz,
resultando em melhorias na produtividade, inovação, competitividade e
um melhor relacionamento entre as pessoas. As escolas e universidades
tem se ajustado e desenvolvido estratégias para responder rapidamente
às mudanças nas tecnologias e na crescente demanda de interessados.
Diante deste cenário, a educação a distância através da Internet
(EAD ou E-learning) é um novo paradigma que abre muitas possibili-
dades para o uso das novas tecnologias de informação e comunicação
serem utilizadas para o ensino e treinamento de pessoas que teriam di-
ficuldade em acessar esse conteúdo de forma exclusivamente presencial,
seja pela distância à escola ou pela dificuldade de conciliar os horários de
estudo e trabalho. A educação a distância está crescendo em importância
no Brasil e no mundo, e juntamente com o crescimento do número de
instituições e estudantes envolvidos cresce também a necessidade de se
desenvolver a qualidade dos cursos dados nesta modalidade.
No Brasil, o sistema de EAD atende estudantes nos ensinos técnico,
profissionalizante e superior. De acordo com dados do Censo da Educa-
ção Superior de 2010, a EAD, que praticamente inexistia dez anos atrás,
já responde pelo percentual de 14,6% do total das matrículas na gradua-
ção. Entre 2009 e 2010 o crescimento de estudantes de cursos de gradua-
ção a distância foi de 10,9%, sendo que das aulas presenciais foi de 6,45%
no mesmo período, de acordo com o MEC.
As novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) podem
ser uteis para aprofundar os conhecimentos dos estudantes de diversas
maneiras, seja através de material didático multimídia on-line, sejam
através de debates on-line com seus colegas, professores e outros profis-
sionais da área, de maneira síncrona (ao mesmo tempo, como no telefo-
ne) ou assíncrona (a comunicação ocorre em momentos diferentes, como
numa carta enviada pelo correio).

26 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


1.1 Como usar o Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA) para uma aprendizagem colaborativa

De acordo com Kreijns, Kirschneret et al. (2003) a chave para a efi-


cácia da aprendizagem colaborativa é a interação social, e a falta dela é
um fator que causa o enfraquecimento da aprendizagem colaborativa.
Rice (1993) considera a presença social como o grau de percepção
da presença do outro em uma interação e a apreciação de um relacio-
namento interpessoal, enquanto que Garrison (1999) complementa di-
zendo que a presença social é a capacidade dos participantes de uma co-
munidade virtual possuem de se projetarem, social e emocionalmente,
como “pessoas reais” através do meio de comunicação usado.
Os fóruns de discussão são ferramentas importantes para intera-
ção no ambiente de aprendizagem virtual (AVA). Uma das metodolo-
gias utilizadas por pesquisadores para avaliar a qualidade da aprendi-
zagem tem sido fazer análise do conteúdo das mensagens escritas pelos
participantes dos fóruns dos cursos.
Existem muitos fatores que influenciam a aprendizagem à distância,
especialmente no ensino superior, e na pós-graduação, onde a comunicação
e a colaboração são necessárias para buscar o conhecimento. A presença so-
cial, entre outros fatores, é um conceito importante a ser facilitado, desen-
volvido e sustentado na educação a distância, uma vez que promove e apoia
a aprendizagem baseada na comunicação e interação entre os estudantes.
Considerando suas características inovadoras e a grande importân-
cia como mecanismo de democratização do conhecimento, a educação a
distância se constitui em uma modalidade de ação educativa de qualida-
de, capaz de desenvolver projetos pedagógicos com grande abrangência,
flexibilidade e agilidade, especialmente através do uso das novas tecnolo-
gias da informação e da comunicação.
Na atual sociedade da informação e do conhecimento, o aprendizado
e a interação entre indivíduos são um fator de grande importância para o
sucesso de empresas, instituições de ensino e outros setores do mercado de
trabalho (SCHUELTER, MENDONÇA et al., 2005). A educação a distân-
cia vem ao encontro de tais necessidades e é uma maneira importante de
atender grande número de estudantes de forma efetiva, com a vantagem de

Unidade 2 | A educação a distância aproximando os alunos 27


não reduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da amplia-
ção da clientela atendida. Segundo Nunes (1994), a escolha da educação a
distância, como meio de dotar as instituições educacionais com condições
para atender às novas demandas por ensino, treinamento ágil e de qualida-
de superior, tem por base o fato de ela ser capaz de atender com grande pers-
pectiva de eficiência, eficácia e qualidade aos anseios de universalização.
A modalidade de ensino a distância utilizando um ambiente de
aprendizagem virtual é um novo paradigma abrindo muitas possibili-
dades para o uso das novas tecnologias de informação e comunicação,
sendo também, ampliada pelo uso adequado delas.
O Design Instrucional é o campo do conhecimento que busca aprimorar
o planejamento e a aplicação dos métodos visando facilitar os processos de en-
sino-aprendizagem, tendo grande importância para a EAD. Já o Design de In-
teração é uma área do design especializada no projeto de artefatos interativos,
como websites, jogos eletrônicos e softwares. O foco do Design de Interação são
as relações humanas tecidas através dos artefatos interativos, que funcionam
também como meios de comunicação interpessoal. O Design Instrucional e o
Design de Interação podem ajudar a desenvolver as características do ambiente
virtual de aprendizagem para facilitar a aprendizagem colaborativa baseada
em computadores (Computer Supported Collaborative Learning - CSCL).
Nos últimos anos os estudiosos do campo de EAD têm dado des-
taque às interações sociais no ambiente de aprendizagem. Procurou-se
abordar o impacto destes fatores sociais sobre a EAD, com foco principal
nos processos de aprendizagem e de interação social. Uma vez que o re-
sultado está ligado ao contexto mais amplo das organizações de ensino,
esta revisão conduzirá a novos entendimentos e úteis sugestões sobre a
criação e gestão de cursos de EAD e configurações de fóruns.

2. Problematizando o tema

2.1 A Presença Social na Educação a distância

O conceito de presença social tem evoluído a partir da contribuição


de diversos pesquisadores, seu aparecimento data de 1976, quando a de-

28 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


finiram como o grau de importância entre dois comunicadores usando
um determinado meio de comunicação. Eles propuseram que os meios
de comunicação diferem em seu grau de presença social e que essas di-
ferenças têm um papel importante na forma como as pessoas interagem.
A proposta de Garrison define a presença social como a capacidade
dos participantes em se identificar com o grupo ou curso de estudo, se
comunicar com propósito em um ambiente de confiança, e desenvolver de
modo progressivo os relacionamentos pessoais e afetivos por meio da pro-
jeção de suas personalidades individuais. Essa definição é a que adotamos.
Apesar de ainda ser necessário muito trabalho no refino e com-
preensão da presença social no âmbito da aprendizagem virtual, Gar-
rison defende que esta é uma concepção essencial em uma abordagem
colaborativa para a aprendizagem construtivista. Segundo ele, a litera-
tura em torno do pensamento crítico fornece evidência de que é muito
difícil se alcançar uma compreensão profunda sobre um tema sem a co-
municação e interação entre as pessoas. Desconsiderar a Presença Social
é desconsiderar a importância da comunicação e da reflexão crítica em
uma sociedade conectada, baseada no conhecimento.
Na última década, vimos o surgimento dos ambientes virtuais de
aprendizagem. Inicialmente, esses ambientes eram um pouco mais do
que repositórios de documentos que os tutores enviavam para os estu-
dantes. Nesta mesma época chegava ao auge o Construtivismo, que é
uma das correntes teóricas da pedagogia empenhadas em explicar como
a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o de-
senvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre
o indivíduo e o meio. Enriquecidos em parte por teorias construtivistas
sociais de educação, os ambientes virtuais posteriores incluíram recur-
sos para a comunicação síncrona e assíncrona entre tutor-estudante e es-
tudante-estudante. Os estudos de Lambropoulos, Faulkner et al. (2012),
indicam a importância da conscientização social para um aprendizado
online efetivo, mostrando que a qualidade da participação ativa pode
ser aumentada com o uso de ferramentas. O papel do professor/tutor no
ambiente virtual ainda é fundamental para facilitar e apoiar tal engaja-
mento para a aprendizagem colaborativa.

Unidade 2 | A educação a distância aproximando os alunos 29


Existem ainda muitos outros fatores que influenciam a aprendizagem
à distância, especialmente no ensino superior onde a comunicação e a co-
laboração são necessárias para buscar o conhecimento. Entretanto perce-
be-se que a presença social, entre outros, é um conceito importante de ser
facilitado, desenvolvido e sustentado na educação superior à distância, uma
vez que promove e apoia a aprendizagem baseada na comunicação e intera-
ção entre os estudantes. Interessante observar que variáveis demográficas,
como gênero, experiência de aprendizagem online e situação de trabalho
não são apontados como fatores significativos em termos de influenciar na
presença social ou satisfação de aprendizagem. Enquanto a integração da
mídia e qualidade de ensino do instrutor/tutor foram variáveis significati-
vas da presença social e da satisfação do aprendizado. A interatividade entre
os participantes foi uma das principais variáveis associadas positivamente à
presença social, mas não da satisfação da aprendizagem (KIM et al., 2011).
A presença social é um fator importante para a compreensão das
relações psicológicas e emocionais entre os estudantes em cursos à dis-
tância, especialmente quando o construtivismo e a aprendizagem basea-
da na comunicação e interação entre os estudantes são enfatizados. Até
o momento, estudos sobre a presença social têm revelado quatro itens em
sua constituição, a saber: a atenção e apoio mútuos, a ligação afetiva, o
senso de comunidade e a comunicação aberta. Observa-se ainda que tais
estudos resultaram na criação e verificação científica de um instrumento
de mensuração da presença social.
Sabe-se também que a aprendizagem é fortemente relacionada à
percepção do usuário de pertencer a uma comunidade de aprendizagem,
bem como à percepção da presença, da consciência e da comunicação
(De Lucia, et al., 2009).
Outras pesquisas sugerem que as trocas de conhecimento e infor-
mação realizadas por computador (email ou fóruns) podem facilitar a
aprendizagem em grupo e a construção de conhecimento entre os estu-
dantes que estão em diferentes localizações geográficas. Um fato menos
conhecido, porém, é que tais trocas bem sucedidas dependem da intera-
ção social que ocorre entre os participantes. Essa interação social é cru-
cial, uma vez que afeta os processos cognitivos e sócios emocionais que
ocorrem durante a aprendizagem (VINAGRE, 2008).

30 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


Examinando-se as relações entre os níveis de aprendizagem colabo-
rativa, presença social e satisfação geral em um ambiente de aprendizagem
mista (presencial e online), percebidos pelos estudantes de um curso a dis-
tancia, pode-se obter dados indicando que suas percepções da aprendizagem
colaborativa têm relação estatisticamente positiva com a percepção da pre-
sença social e com a satisfação com o curso. Isto significa que os estudantes
que percebem altos níveis de aprendizagem colaborativa tendem a ser mais
satisfeitos com o seu curso a distância, do que aqueles que percebem baixos
níveis de aprendizagem colaborativa. Da mesma forma, estudantes com alta
percepção de aprendizagem colaborativa também percebem altos níveis de
presença social (SO e BRUSH, 2008). Além disso, a interação no curso tam-
bém pode ser relacionada ao desempenho do curso e à satisfação dos estu-
dantes. Finalmente, a presença social pode ser relacionada com a satisfação
do curso e à utilidade do mesmo (JOHNSON, HORNIK et al., 2008).
Alguns estudos mostram as diferenças existentes entre os estudan-
tes, dependendo de sua formação e experiência anterior. Os estudantes
de graduação, por exemplo, salientaram os aspectos sociais e práticos,
enquanto os estudantes de mestrado em maior medida enfatizaram os
aspectos cognitivos. A quantidade de interações espontâneas também
foi maior no grupo de graduação. Estes estudantes precisaram de mais
apoio dos outros, a fim de gerir os seus estudos em comparação com os
estudantes de mestrado (OSTLUND, 2008).
O nível de interação entre os estudantes e o professor/tutor e entre os
estudantes foi constatado como um fator significativo na determinação da
eficácia do método de ensino. A interação professor-estudante, que perpassa
o processo de aprendizagem, é muito importante para todos os estudantes.
Assim a formação dos tutores direcionada aos objetivos do curso
determina a adoção dos tipos esperados de tutoria. A este respeito, é pro-
veitoso para a obtenção de um comportamento adequado dos tutores
(presenciais e online) proporcionar-lhes uma formação específica.
A satisfação dos estudantes e a persistência são consideradas fatores
críticos de sucesso em cursos EAD, nos quais as atividades de ensino e
aprendizagem são realizadas online.
Visando uma comunicação virtual eficiente e eficaz, e ainda, que
proporcione altos níveis de presença social passamos a apresentar algu-

Unidade 2 | A educação a distância aproximando os alunos 31


mas regrasde comunicação importantes nos ambientes virtuais de apren-
dizagem (AVA). As regras aqui apresentadas integram um rol maior, que
hoje é conhecido como Netiqueta.

3. Instrumentalizando o tema

3.1 A
 lgumas regras importantes na comunicação
virtual

• Evitar escrever mensagens exclusivamente com letras maiús-


culas e grifos exagerados, pois esse formato significa “voz alta”
ou “grito”.
• O uso de recursos de formatação de texto, como cores, tama-
nho da fonte, tags especiais etc., em excesso pode desviar a
atenção dos leitores do objetivo do texto, assim deve ser utili-
zado com muito cuidado e sem exageros.
• É fundamental respeitar todos os participantes do curso, o que
certamente trará como consequência natural o respeito dos co-
legas. Gentilezas sinceras são igualmente importantes.
• Lembrar-se de que dialogar com alguém através do compu-
tador não isenta das regras comuns da sociedade, por exem-
plo, o respeito ao próximo.
• Usar sempre a força das ideias e dos argumentos nas conver-
sações. Apesar de compartilhar apenas virtualmente um am-
biente, ninguém é obrigado a suportar ofensas e má educação.
• Fazer sempre bom uso da língua portuguesa, ou seja, ortogra-
fia,  pontuação e concordância verbal corretas num texto. Ler
um texto sem pontuação, principalmente quando é grande,
gera desconforto, e, além disso, as chances dele ser mal inter-
pretado são muitas.
• Evitar escrever em outra língua quando não solicitado.
• Evitar ser arrogante ou inconveniente.

32 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


• Num fórum é importante não interromper um assunto que está
sendo tratado pelos colegas. Inicie novo assunto apenas se o an-
terior já estiver encerrado.
• Usar  de modo cuidadoso os emoticons  de letras, palavras e
coisas do gênero, pois pode desviar a atenção dos leitores, en-
tretanto em muitas situações são úteis para demonstração a
intenção do autor, transmitindo aos leitores suas emoções ao
pronunciar aquelas palavras ou ideias.
• Procurar ser o mais claro possível para não gerar confusão.
• Em fóruns e listas de discussão, deixar o papel de moderador
para o próprio moderador.
• Em textos muito longos, utilize parágrafos para facilitar a leitura.
• Evitar o uso demasiado do “internetês”.
• Não copiar textos de sites ou qualquer outra fonte que possua
conteúdo protegido por  registro  e que não permita cópias, e
sempre, mesmo com autorização de cópia, cite as fontes quan-
do utilizá-las.

Importante
Sendo a Netiqueta o conjunto das boas maneiras e normas gerais
de bom senso, que proporcionam o uso da internet de forma mais
educada, amigável, eficiente e agradável, é fundamental ressaltar que
em alguns casos, o descumprimento dessas regras pode representar
a perda de grandes oportunidades. 

saiba mais…
Netiqueta - regras de etiqueta na Internet.
Acesse http://www.dicasdeetiqueta.com.br/netiqueta/

Unidade 2 | A educação a distância aproximando os alunos 33


Referências Bibliográficas

DE LUCIA, A.  et al. Development and evaluation of a virtual campus on


Second Life: The case of SecondDMI. Computers & Education, v. 52, n. 1, p.
220-233, Jan 2009. ISSN 0360-1315.
GARRISON, D. R.; ANDERSON, T.; ARCHER, W. Critical Inquiry in a Tex-
t-Based Environment: Computer Conferencing in Higher Education. The In-
ternet and Higher Education, v. 2, n. 2–3, p. 87-105,  1999. ISSN 1096-7516.
JOHNSON, R. D.; HORNIK, S.; SALAS, E. An empirical examination of fac-
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ternational Journal of Human-Computer Studies, v. 66, n. 5, p. 356-369, May
2008. ISSN 1071-5819.
KIM, J.; KWON, Y.; CHO, D. Investigating factors that influence social pre-
sence and learning outcomes in distance higher education.  Computers &
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KREIJNS, K.; KIRSCHNER, P. A.; JOCHEMS, W. Identifying the pitfalls for
social interaction in computer-supported collaborative learning environ-
ments: a review of the research.Computers in Human Behavior, v. 19, n. 3, p.
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LAMBROPOULOS, N.; FAULKNER, X.; CULWIN, F. Supporting social awa-
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NUNES, I. B. Noções de Educação a distância. Revista Educação a distância,  1994. 
OSTLUND, B. Prerequisites for interactive learning in distance education:
Perspectives from Swedish students. Australasian Journal of Educational Tech-
nology, v. 24, n. 1, p. 42-56,  2008. ISSN 1449-3098.
RICE, R. E. Media appropriateness - using social presence theory to compare
traditional and new organizational media.  Human Communication Resear-
ch, v. 19, n. 4, p. 451-484, Jun 1993. ISSN 0360-3989.
SCHUELTER, G.; MENDONÇA, E. S.; SANTOS, S. A Complexidade nos Sis-
temas de Educação a distância: um enfoque nos ambientes virtuais de apren-

34 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


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nicos CONVIBRA.
SO, H. J.; BRUSH, T. A. Student perceptions of collaborative learning, social
presence and satisfaction in a blended learning environment: Relationships
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VINAGRE, M. Politeness strategies in collaborative e-mail exchanges. Com-
puters & Education, v. 50, n. 3, p. 1022-1036, Apr 2008. ISSN 0360-1315.

Unidade 2 | A educação a distância aproximando os alunos 35


Unidade 3 |
Emília de Mendonça Rosa Marques
Euro Marques Jr.
Introdução ao
Moodle

1. Primeiras palavras
Este texto tem o propósito de apresentar uma visão geral do am-
biente virtual de aprendizagem Moodle, que será utilizado durante este
curso como uma ferramenta de apoio pedagógico, complementando as
atividades presenciais e implementando as atividades à distância.
Por ser uma experiência nova, muitos participantes de cursos on-
line desconhecem os benefícios, os recursos e as exigências que advêm
desta modalidade de ensino. Por isso, pode existir uma discrepância en-
tre as expectativas do aluno e a realidade. Espera-se reduzir essa ansie-
dade através das informações e exemplos descritos aqui.
Este material fornece informações importantes relativas ao am-
biente de aprendizagem Moodle, bem como seu sistema de gestão de
aprendizagem (LMS – Learning Management System).
1.1 O Moodle

Moodle é um sistema de administração de atividades educacionais


através da criação de comunidades on-line em ambientes virtuais de
aprendizagem. Criada em 2001, pelo educador e cientista computacional
Martin Dougiamas, a plataforma está em desenvolvimento constante,
tendo como filosofia uma abordagem social construtivista da educação.
O Moodle é Open Source, ou seja, aberto, livre e gratuito. Isso sig-
nifica que ele pode ser carregado, utilizado, modificado e até distribuído.
Apesar de possuir um copyright, pode ter o seu código fonte alterado ou
desenvolvido para satisfazer necessidades específicas.
A palavra Moodle referia-se originalmente ao acróstico Modular
Object-Oriented Dynamic Learning Environment, (Ambiente de Apren-
dizagem Dinâmico e Modular Orientado a Objetos) que é especialmen-
te significativo para os programadores e acadêmicos da educação. É
também um verbo que descreve o processo de navegar despretensiosa-
mente por algo, enquanto se faz outras coisas ao mesmo tempo, num
desenvolvimento agradável e conduzido, freqüentemente, pela perspi-
cácia e pela criatividade.
Assim, o nome Moodle aplica-se tanto à forma como foi feito, como
à uma sugestiva maneira pela qual um estudante ou um professor pode-
ria integrar-se estudando ou ensinando num curso online.
Muitas universidades e escolas já utilizam o Moodle, não só para
cursos totalmente virtuais, mas também como apoio aos cursos presen-
ciais. Também é indicado para outros tipos de atividades que envolvem
formação de grupos de estudo, treinamento de professores e até desen-
volvimento de projetos. Existem outros setores, não ligados diretamente
à educação, que utilizam o Moodle como, por exemplo, empresas priva-
das, ONGs e grupos independentes que interagem na Internet.

1.2 Metodologia

A transmissão de conceitos teóricos num curso é fundamental, en-


tretanto igualmente importante é que os alunos saibam contextualizar
tais conceitos em sua área de atuação profissional.

38 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


Os cursos online que se utilizam da plataforma virtual Moodle são
concebidos num modelo pedagógico centrado no aluno, procurando que
este aprenda ensinando, compartilhando informações com os colegas de
curso e construindo o conhecimento pessoal e coletivo.
A construção social do conhecimento é apoiada em ferramentas dis-
ponibilizadas pelo próprio Moodle, como: fóruns de discussão, wikis e
mesmo o chat como forma de comunicação síncrona (ao mesmo tempo).
De forma a atender os diferentes estilos cognitivos de aprendizagem,
os conteúdos dos cursos são concebidos em sua maioria por uma equipe
multidisciplinar e disponibilizados em suporte digital contemplando do-
cumentos em formato texto (pdf e html) e/ou formato audiovisual.
Em todos os cursos são previstas atividades de autoestudo, indi-
viduais ou em grupo, sendo esperada uma participação ativa por parte
dos alunos.
Apoiando os cursos estão previstos dois tipos de tutoria:
• Tutoria ativa: que pressupõe um acompanhar de todo o pro-
cesso de aprendizagem do aluno e do grupo por parte do tutor,
garantindo um feedback construtivo e imediato, e
• Tutoria passiva: nos cursos ou nos módulos que apresentam
uma vertente de autoestudo mais acentuada, tendo o tutor, nes-
se caso, a função de assistir pontualmente às necessidades, dú-
vidas e problemas do aluno.
Independentemente da tutoria inerente ao respectivo curso, o par-
ticipante poderá recorrer ao apoio técnico de suporte que se encontra
sempre disponível para resolver questões de foro técnico e operacional
da plataforma.

2. Problematizando o tema

2.1 Aulas online

Uma sala de aula real não existe em cursos 100% online. Isso não
significa que o aluno se encontre isolado. Muito pelo contrário. Os cur-

Unidade 3 | Introdução ao Moodle 39


sos foram criados de forma a propiciar a maior interação possível entre
os colegas de curso e entre estes e o tutor.
O aluno tem flexibilidade na escolha do horário e local de acesso ao
curso. O seu ritmo de estudo é respeitado, entretanto o ritmo de estudo
do grupo, ditado pelas atividades propostas e pela interação gerada entre
colegas de curso, não deve ser desconsiderado.
Uma sala de aula online é delimitada não apenas pelos participan-
tes do curso, o tutor e os materiais de apoio, mas, também, pelas ativida-
des individuais e de grupo.
A construção do conhecimento de cada participante acontece, em
grande parte dos cursos, nos fóruns de discussão, pois se pode colocar
temas específicos para discussão e reflexão, os chamados Fóruns Temá-
ticos. Neles colocam-se perguntas e respostas, sugere-se material suple-
mentar pesquisado e encontrado na Internet.
A participação ativa (não somente reativa) nos fóruns e atividades
é fundamental para o sucesso da aprendizagem de cada um e de todos.

2.2 A avaliação

Nos cursos online, em geral, é privilegiada uma avaliação contínua


que preconiza a participação nos fóruns temáticos do curso e a realiza-
ção das atividades propostas que podem ser, por exemplo, a entrega de
um trabalho escrito, a realização de uma autoavaliação ou a colaboração
na redação de um texto de grupo no Wiki.
Em cursos à distância a avaliação pode acontecer exclusivamente
online, considerando o percurso do aluno e o seu desempenho e engaja-
mento ao longo do curso. Em alguns casos as avaliações são presenciais,
principalmente quando o curso tem caráter profissionalizante.

2.3 O perfil do aluno online

O aluno que pretende aprender online deve apresentar um perfil


com as seguintes características:

40 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


2.3.1 Motivação

• Apresenta automotivação.
• Tem capacidade de se automotivar.

2.3.2 Responsabilidade

• Assume responsabilidade pelo seu percurso de aprendizagem.


• Dita o seu ritmo de aprendizagem, mas tem em conta o ritmo
da aprendizagem do grupo.
• Cumpre prazos.

2.3.3 Organização

Gerencia de forma eficaz o seu tempo.

2.3.4 Autodidata

• Tem capacidade de construir de forma autônoma o seu conhecimento.


• Tem capacidade de identificar dentre os temas propostos aque-
les que ele domina, os que necessitam ser aprofundados e aque-
les para os quais necessita de apoio.

2.3.5 Ser social

• Valoriza a interação com os colegas de curso e as relações in-


terpessoais.
• Transmite as suas dificuldades e ansiedades aos colegas e tuto-
res de curso.

Importante: Algumas dicas para ser um aluno online de sucesso.


a) Motivação
• Descreva quais as suas motivações para o curso.
• Descreva as suas expectativas realistas para o curso.

Unidade 3 | Introdução ao Moodle 41


b) Gerenciamento do tempo
• Estabeleça planos de acesso ao curso, experimentação, apren-
dizagem e de lazer.
• Crie uma rotina adequada à aprendizagem e ao curso.
• Reserve tempo para acessar o curso.
• Reserve tempo de leitura do material de apoio.
• Reserve tempo (por dia ou semana) para realizar as atividades
declaradas obrigatórias como a entrega de um trabalho escrito
ou a realização de uma avaliação.
• Reserve tempo para ler e responder aos comentários, pergun-
tas, debates que estejam se desenvolvendo nos fóruns temáticos.
• Interação
• Não deixe que os e-mails se “amontoem”. Verifique diariamen-
te novas mensagens.
• Ao ler os e-mails tente tomar de imediato uma decisão iden-
tificando aqueles que são para conhecimento, os que podem
ser respondidos imediatamente e aqueles que precisam de um
tempo maior para que a resposta seja adequada. Coloque-se um
prazo de resposta e cumpra-o.
• Seja ativo e não sempre reativo.
• Coloque perguntas e tente responder aos colegas.
• Considere ainda as seguintes observações:
• Sempre que surgir uma dúvida, coloque-a no fórum. Não he-
site, não tenha vergonha, não acumule dúvidas. Todas as per-
guntas pertinentes ao curso são válidas e, com certeza, estarão
ajudando outros colegas que, ou não a fizeram, mas gostariam
ou nem mesmo sabiam que deveriam tê-la feito. Utilize tam-
bém perguntas como “Você pode explicar isso de outra forma?”
ou “Será possível dar um exemplo?”.
• Partilhe nos fóruns as suas experiências sobre educação a distância.
• O curso pretende ser o início de uma comunidade de aprendiza-
gem e assim sendo depende da participação de todos. Uma per-
gunta colocada no fórum, espera pela SUA resposta, assim como,
um comentário colocado no fórum, espera pelo SEU retorno.

42 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


Prepare-se para aceitar desafios. As suas respostas não serão sem-
pre as “certas”. É da discussão que surge a construção de novos conheci-
mentos, pessoais e do grupo.

2.4 Requisitos tecnológicos

2.4.1 Hardware e Software

• Computador com conexão à Internet.


• Navegador, aceitando cookies (Firefox, Chrome, Internet Ex-
plorer etc.).
• Conta de e-mail.
• Ferramentas do tipo Office (OpenOffice ou Office da Microsoft).
• Ferramenta para abrir arquivos com a extensão pdf (Acrobat
Reader).
• Ferramenta para descompactar arquivos com a extensão zip e/
ou rar (WinRar).
• Programa para executar arquivos de vídeo, áudio ou flash.

2.4.2 Conhecimentos básicos das tecnologias de informação


e comunicação

• Utilização de um navegador.
• Realização de pesquisa e obtenção de informação na Internet.
• Envio e recepção de e-mails.
• Formatação de texto.
• Criação e gerenciamento de pastas no disco rígido para arma-
zenamento do material do curso.

Unidade 3 | Introdução ao Moodle 43


3. Instrumentalizando o tema

3.1 Primeiro acesso ao Moodle

Cada participante será cadastrado na plataforma Edutec pela equi-


pe do projeto, de acordo com o polo, recebendo por e-mail um Nome de
Usuário (login) e uma senha provisória. O primeiro passo é acessar o site
http://edutec.unesp.br e digitar o login e a senha.

Este é o site que você deverá acessar sempre que desejar participar
do curso. Após acessar a plataforma EDUTEC, acesse o Ambiente Vir-
tual de Aprendizagem (AVA - Plataforma Moodle). Clique em “AVA”.

44 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


Acesse agora o curso de produção de material didático para diver-
sidade. Clique no link indicado.

Esta será a “sala de aula virtual” onde estarão disponíveis os mate-


riais didáticos, as atividades a serem realizadas e os fóruns de discussão
com seus colegas.

Unidade 3 | Introdução ao Moodle 45


Você pode editar seu perfil, completando as suas informações
pessoais, inserindo sua foto e criando uma senha pessoal definitiva.
Para isso, clique em “Minhas configurações de perfil” e depois em
“Modificar perfil”.

Após fazer as alterações, clique em “Atualizar perfil”.

46 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


Se houver dificuldade no uso da plataforma é recomendado que
você navegue no tópico 1 ‘Introdução ao Moodle’.
Caso ainda surja qualquer dúvida quanto ao uso do Moodle, escre-
va no ‘Fórum de Discussão de Educação à Distância’, que é destinado ao
auxílio com questões relacionadas ao uso do Moodle. Você pode tam-
bém entrar em contato com o Apoio Técnico de seu Polo.

Aproveite o Curso! Use a plataforma Moodle para interagir com


seus colegas e com a equipe do curso de Produção de Material Didá-
tico para Diversidade!

3.2 Material de apoio

Como o material do curso e de apoio poderá ser disponibilizado


em vários formatos (texto, som, figuras ou vídeos), esta etapa objetiva
conduzir você a uma maior familiaridade com estes formatos.
Cada um dos materiais disponibilizados ou produzidos pode se
utilizar de diversos programas diferentes, sendo que cada programa
designa ao material um tipo específico de arquivo. A caracterização
de cada arquivo é dada pela sua terminação (extensão). Por exemplo,
os textos escritos em versões mais antigas do Microsoft Word terão a
extensão ‘.doc’. Se o mesmo texto for escrito na versão mais nova do
Word, sua extensão será ‘.docx’. Neste caso é necessário ter a versão
mais nova do Word para abrir o arquivo e poder acessar seu conteúdo.

Unidade 3 | Introdução ao Moodle 47


Isso vale para todos os arquivos. Você sempre precisa ter o programa
adequado para abrir um arquivo.
O texto pode estar também em uma página na internet. Neste caso,
geralmente, estará com a extensão ‘.htm’ ou ‘.html’. O seu navegador da
internet é o programa que abre esses arquivos.
Pode-se também ter o conteúdo no formato de áudio. As extensões
podem ser ‘.mp3’, ‘.midi’ ou ‘.wav’, entre outras. O Media Player é um dos
programas que executam esses arquivos.
As figuras geralmente estão no formato ‘jpeg’, com a extensão ‘.jpg’,
que é adequado para o uso na internet pois proporciona uma compacta-
ção no tamanho do arquivo. As figuras podem ter sido criadas em má-
quinas fotográficas digitais e scanners, ou em programas como o Pho-
toshop. O tamanho do arquivo influencia no tempo que seu navegador
utilizará para abri-lo. Quanto menor o arquivo mais rapidamente ele
estará em condições de ser lido, visto ou editado.
Os vídeos podem estar no formato ‘mp4’, ‘avi’ ou ‘mov’, entre
outros. Às vezes o vídeo estará colocado em um site na internet como
o YouTube.
Os programas executáveis geralmente possuem a extensão ‘.exe’, e
os arquivos que foram compactados, para diminuir de tamanho, pos-
suem a extensão ‘.zip’ ou ‘.rar’.
É possível ter uma página na internet que tenha texto, figuras, sons
e vídeos, funcionando simultaneamente. Isso enriquece o aprendizado,
pois se pode utilizar diversos recursos para compartilhar o conhecimen-
to. Isso é chamado de multimídia.

Importante
Neste curso o Moodle será utilizado como repositório de arqui-
vos contendo materiais didáticos adicionais, evitando desta forma o
gasto com impressos e acelerando a distribuição deste material. Se-
rão disponibilizados na plataforma Moodle os textos, vídeos e apre-
sentações de PowerPoint, ou quais ficarão à disposição dos cursistas
durante todo o curso.

48 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


Os cursistas também poderão usar o Moodle para enviar os ar-
quivos com seus relatórios e outras atividades para serem avaliados
pelos formadores, que também utilizarão o Moodle para fornecer
feedback sobre cada trabalho.
O Moodle será utilizado para gerenciar os fóruns de discussão,
que são uma forma de comunicação onde todos os participantes do
curso, sejam os cursistas ou os tutores, podem se comunicar com to-
dos. Serão criados fóruns para questões gerais, de interesse de todos,
e outros fóruns específicos para cada turma e cidade.
Por centralizar as informações sobre o curso, o Moodle também
será útil para divulgar avisos gerais e convites para pesquisas. Além
disso, o Moodle permitirá a comunicação privada entre duas pes-
soas, facilitando a comunicação e deixando registradas as interações
dentro do ambiente.
Espera-se que todos possam aprofundar a experiência de uso do
Moodle com as ferramentas de cooperação, como a Wiki e o Fórum.
É importante investir uma carga horária maior no treinamento do
uso do Moodle, para aqueles que estão tendo acesso pela primeira vez
a uma plataforma de Educação a Distância. Este é um investimento
interessante, pois cada vez mais os cursos de educação continuada de
professores estarão disponíveis em sistemas de educação a distância.
Acredita-se que os cursistas terão uma experiência com o Mood-
le muito positiva, ressaltando que terão uma equipe disponível para
treinar os usuários e resolver problemas técnicos e operacionais de
forma rápida e eficiente.

saiba mais…
CEAD/UFJF. Conheça o Moodle. 2012.
Acesse: http://www.cead.ufjf.br/index.php?option=com_
content&view= article&id=238&Itemid=65

Unidade 3 | Introdução ao Moodle 49


Referências Bibliográficas

moodlebrasil.net (2008). Guia do Aluno Online. Disponível em: http://www.


moodlemais.com.br/file.php/1/Biblioteca/Guia_do_Aluno_de_EAD.pdf.
Acesso em: 16 de julho de 2012.
PALLOFF, R. M. e PRATT, K. O Aluno Virtual: um guia para trabalhar com
estudantes online, Porto Alegre/Brasil, Artmed, 2004.

50 Material Didático para a Diversidade | Módulo Preliminar


autores colaboradores

Emilia de Mendonça Rosa Marques

Pós-Doutorado na Universidade de Aveiro, Portugal, na área de Ensi-


no de Matemática com Tecnologias. Doutora em Engenharia Elétrica pela
FEEC/Unicamp (1999). Mestre em Álgebra pelo IMEEC/Unicamp (1990).
Graduada em Licenciatura em Matemática pela UNESP (1986). Professo-
ra do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências/UNESP/
Bauru. Membro do Centro de Educação Continuada em Educação Mate-
mática, Científica e Ambiental(Cecemca)/UNESP. Integrante da Coorde-
nadoria de Tutoria do Projeto Produção de Material Didático para a Di-
versidade/MEC/CAPES/UNESP/Bauru. Membro do Grupo de Pesquisa
Pedagogia Histórico-Crítica e o Ensino e Aprendizagem em Matemática/
CNPq. Atua na área de Ensino de Matemática com Tecnologias Digitais,
com ênfase na Formação de Professores, Ensino e Aprendizagem e Avalia-
ção em Matemática. Membro do Grupo de Pesquisa Ensino de Ciências e
Tecnologia Educacional, cadastrado no CNPq e certificado pela UNESP, o
qual é liderado pelo prof. Dr. Aguinaldo Robinson de Souza. A partir dos
referenciais teóricos da área de Tecnologia Educacional o grupo tem como
objetivo o planejamento e pesquisa de currículos, programas e atividades
que envolvam o uso da informática no ensino. E-mail: emilia@fc.unesp.br

Euro Marques Júnior


Doutorando em Engenharia de Produção pela USP. Mestrado em
Engenharia de Produção pela UNESP. MBA em Marketing pela FGV e
especialização em Gestão Pública pela UNESP. Graduado em Adminis-
tração pela UFV. Professor Universitário com experiência profissional na
área de Administração, com ênfase em Marketing, atuando principal-
mente nos seguintes temas: Educação a Distância, Gestão do Conheci-
mento, Gestão da Qualidade, Clima Organizacional, Organizações Pú-
blicas, Informática e Estatística. E-mail: euro@feb.unesp.br
Mabi Katien Batista de Paula

Mestre em Educação para a Ciência pelo Programa de Pós-gradua-


ção em Ensino de Ciências e Matemática na Universidade Estadual Paulista
UNESP/Bauru. Graduada em Licenciatura em Matemática pela Universi-
dade Estadual Paulista UNESP. Cursou Normal em Nível Médio no Cen-
tro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (CEFAM).
Especialista em Orientação Educacional na empresa MSTECH Educação e
Tecnologia. Docente na União das Instituições Educacionais do Estado de
São Paulo UNIESP. Possui experiência docente nos anos iniciais da Educação
Básica na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Membro do grupo
de pesquisa “Pedagogia Histórico-Crítica e o Ensino-Aprendizagem de Ma-
temática” – CNPq. Atua na área de Formação de Professores, Letramento em
Matemática, Tecnologia na Educação, Produção de Conteúdos Digitais de
Matemática e Temas Transversais e Matemática. E-mail: mabi@fc.unesp.br

Mara Sueli Simão Moraes

Livre-docente em Educação Matemática pela UNESP. Pós-Douto-


rado no Instituto Politécnico Setúbal/Portugal em Educação Matemáti-
ca. Doutorado e mestrado em Matemática pelo ICMC/USP/São Carlos.
Especialização em Ensino de Ciências e Matemática. Graduada em Mate-
mática, Ciências e Pedagogia. Professora da pós-graduação em Educação
para Ciência e do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciên-
cias/UNESP/Bauru. Coordenadora do Centro de Educação Continuada
em Educação Matemática, Científica e Ambiental(Cecemca)/UNESP.
Coordenadora Geral do Projeto Produção de Material Didático para Di-
versidade/MEC/CAPES/UNESP/Bauru. Líder do Grupo de Pesquisa Pe-
dagogia Histórico-Crítica e o Ensino e Aprendizagem em Matemática/
CNPq. Atua na área de Educação Matemática, com ênfase na Formação
de Professores, Ensino e Aprendizagem, Avaliação em Matemática e Te-
mas Transversais e Matemática. E-mail: msmoraes@fc.unesp.br

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