Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
3362
paralisiafacialgrave associada a erupção vesiculosa no canal auditivo
externo e às vezes na faringe e em outras partes do tegumento; com TRATAMENTO Paralisia de Bell
frequência, o VIII nervo craniano também é afetado. Paralisia facial
frequentemente bilateral ocorre na sarcoidose (Cap. 329) e na sín As medidas sintomáticas incluem (1) uso de fitaadesiva para bai
drome de Guillain-Barré (Cap. 385). A hanseníase frequentemente xar a pálpebra superior durante o sono e prevenir ressecamento
envolve o nervo facial,e neuropatia facialtambém ocorre no diabe da córnea e (2) massagem dos músculos enfraquecidos. U m ciclo
tes melito, nas doenças do tecido conectivo, incluindo a síndrome de glicocorticoides, como 60 a 80 mg de prednisona ao diaduran
de Sjõgren e amiloidose. A rara síndrome de Melkersson-Rosenthal teos primeiros 5 dias e depois reduzidos durante os 5 diasseguin
consiste em paralisiafacialrecorrente; edema facial(particularmente tes, reduz modestamente o período de recuperação e melhora o
labial) recorrente - e por fim permanente — ;e,com menor constân resultado funcional. Embora dois ensaios clínicos randomizados
cia, plicatura da língua. Sua causa é desconhecida. Os neuromas do de grande porte, recentemente publicados, não tenham encontra
acústico atingem o nervo facialpor compressão local. Infartos,lesões do nenhum benefício adicional dos agentes antiviraisvalaciclovir
desmielinizantes da esclerose múltipla e tumores são as lesões ponti- (1.000 mg ao dia, durante 5 a 7 dias) ou aciclovir (400 mg 5x/
nas comuns que interrompem as fibras do nervo facial; outros sinais dia, durante 10 dias) em comparação com os glicocorticoides iso
de envolvimento do tronco encefálico costumam estarpresentes. Os ladamente, a preponderância global das evidências sugere que a
tumores que invadem o osso temporal (do glomo carotídeo, coleste- terapiacom prednisona mais valaciclovirpode sermarginalmente
atoma, dermoide) podem produzir paralisia facial,porém o início é superior à prednisona isoladamente, sobretudo em pacientes com
insidioso ea evolução, progressiva. apresentação clínicagrave.
Todas essas formas de paralisia facial nuclear ou periférica têm
de ser distinguidas do tipo supranuclear. Na última, os músculos
frontal e orbicular do olho são menos acometidos do que os da par ■ OUTROS DISTÚRBIOS MOTORES FACIAIS
teinferior da face, pois os músculos faciais superiores são inervados O espasmo hemifacial consiste em contrações involuntárias, indo-
por vias corticobulbares de ambos os córtex motores, enquanto os lores e irregulares em um lado da face. A maioria dos casos parece
músculos faciais inferiores o são apenas pelo hemisfério oposto. Nas estar relacionada à compressão vascular do nervo facialem sua saída
lesões supranucleares, pode haver dissociação dos movimentos fa na ponte. Outros casos desenvolvem-se como uma seqüela da para
ciaisemocionais evoluntários, e com frequência coexiste algum grau lisia de Bell ou são secundários à compressão e/ou desmielinização
de paralisia do braço e da perna ou afasia (nas lesões do hemisfério por tumor, infecção ou esclerose múltipla. Os casos leves podem ser
dominante). tratados com carbamazepina, gabapentina ou, se esses fármacos fa
lharem, baclofeno. Injeções locais de toxina botulínica nos músculos
Avaliação laboratorial afetados podem aliviar os espasmos por 3 a 4 meses, e as injeções
O diagnóstico de paralisia de Bellem geral pode ser definido clinica podem ser repetidas. Os casos refratários devidos a compressão vas
mente em pacientes com (1) apresentação típica, (2)nenhum fator de cular geralmente respondem à descompressão cirúrgica do nervo
risco ou sintoma preexistente de outras causas de paralisia facial, (3) facial. O blefaroespasmo é um espasmo recorrente involuntário das
ausência de lesões cutâneas de herpes-zóster no canal auditivo exter pálpebras que ocorre em pessoas idosas como um fenômeno isolado
no e (4) exame neurológico normal, exceto o nervo facial. É essencial ou com graus variáveis de espasmo de outros músculos faciais. Os
dar atenção especial ao VIII nervo craniano, que segue próximo ao casos graves persistentes de blefaroespasmo podem ser tratados por
nervo facial na junção pontobulbar e no osso temporal, e aos demais injeção local de toxina botulínica no músculo orbicular do olho. A
nervos cranianos. Nos casos atípicos ou incertos, podem-se solici mioquimiafacial refere-se a uma atividade de ondulações finas dos
tara VHS, exames para detectar diabetes melito, título de anticorpos músculos faciais;pode sercausada por esclerose múltipla ou suceder
para doença de Lyme, enzima conversora da angiotensina e exames a síndrome de Guillain-Barré (Cap. 385).
de imagem do tórax para a possibilidade de sarcoidose, punção lom A hemiatrofiafacial ocorre principalmente em mulheres e ca
bar para uma possível síndrome de Guillain-Barré, ou RM. A R M racteriza-sepelo desaparecimento da gordura nos tecidos cutâneos e
com frequência mostra tumefação e captação de contraste pelo nervo subcutâneos em um lado da face. Em geral, começa na adolescência
facialna paralisia de Bell idiopática (fig.376.3). ou no início da idade adulta e é lentamente progressiva. Na sua for-
Figura 376.3 Imagens axial e coronal em T l, após gadolínio, com supres- temporal (setas), sem evidências de lesão de massa. Embora altamente sugestivos
são de gordura mostram captação linear regular difusa do nervo facial esquerdo, de paralisia de Bell, podem-se encontrar achados similares com outras etiologias,
envolvendo o joelho, a corda do tímpano e o segmento mastoide dentro do osso como doen-ça de Lyme, sarcoidose e disseminação maligna perineural.
3363
ma avançada, o lado acometido da face é magro, e a pele é fina, en a abdução e a adução. Também pode haver perda da sensibilidade
rugada e acastanhada. Os pêlos faciais podem encanecer e cair, e as no meato acústico externo e na face posterior do pavilhão auricular.
glândulas sebáceas tornam-se atrófícas. Pode ocorrer envolvimento Os ramos faríngeos de ambos os nervos vagos podem seracome
bilateral. Uma forma limitada de esclerose sistêmica (esclerodermia) tidos na difteria;a voz adquire um tom anasalado e ocorre regurgita
pode ser a etiologia de alguns casos. O tratamento é estético e con ção de líquidos pelo nariz durante a deglutição.
sisteem transplante de pele e gordura subcutânea. O nervo vago pode ser comprometido ao nível meníngeo por
processos neoplásicos e infecciosos e dentro do bulbo por tumores,
DISTÚRBIOS DOS OUTROS NERVOS CRANIANOS lesões vasculares (p.ex.,síndrome bulbar lateral)e doenças do neurô
nio motor. Também pode ser acometido por infecção pelo vírus vari-
■ NEURALGIA GLOSSOFARÍNGEA cela-zóster. A polimiosite e a dermatomiosite, que causam rouquidão
Esta forma de neuralgia envolve o IX (glossofaríngeo) e às vezes edisfagiapor acometimento direto de músculos laríngeos efaríngeos,
partes do X (vago) nervos cranianos. Assemelha-se à neuralgia do podem serconfundidas com doenças dos nervos vagos. Disfagia tam
trigêmeo em muitos aspectos, porém é bem menos comum. A dor é bém é um sintoma em alguns pacientes com distrofia miotônica. As
intensa eparoxística; origina-se de um lado da orofaringe, aproxima causas não neurológicas de disfagia são descritas no Cap. 38.
damente na fossa amigdalina. Em alguns casos, a dor localiza-se na Os nervos laríngeos recorrentes, em especial o esquerdo, são le-
orelha ou pode irradiar-se apartirda orofaringe para a orelha, devido sionados com maior frequência em decorrência de alguma doença
ao acometimento do ramo timpânico do nervo glossofaríngeo. A de intratorácica. Aneurisma do arco aórtico,dilatação do átrio esquerdo
glutição ou a tosse podem desencadear espasmos de dor. Não existe e tumores do mediastino e dos brônquios são causas muito mais fre
déficitsensorial ou motor demonstrável; o nervo glossofaríngeo su qüentes de paralisiaisoladada corda vocal do que os distúrbios intra
pre a sensação gustatória do terço posterior da língua e,juntamente cranianos. Contudo, um número substancial de casos de paralisia do
com o nervo vago, a sensação na faringe posterior. Relataram-se sin nervo laríngeo recorrente permanece idiopático.
tomas cardíacos - bradicardia ou assistolia, hipotensão e síncope. O Ao deparar-se com um caso de paralisia laríngea, o médico tem
tratamento clínico é semelhante ao da neuralgia do trigêmeo, e em de tentar determinar o local da lesão. Caso seja intrabulbar, em ge
geral a carbamazepina é a primeira escolha. Se a terapia farmacológi ralhaverá outros sinais, como disfunção cerebelar ipsolateral, perda
ca formalsucedida, os procedimentos cirúrgicos, incluindo descom da sensação de dor e temperatura na face ipsolateral e no braço e
pressão microvascular se houver compressão vascular evidente, ou na perna contralaterais e síndrome de Horner ipsolateral. Se a lesão
rizotomia das fibras glossofaríngeas e vagais no bulbo jugular, com for extrabulbar, com frequência os nervos glossofaríngeo e espinal
frequência logram êxito. acessório estarão comprometidos (síndrome do forame jugular). Se
Muito raramente, o herpes-zóster acomete o nervo glossofarín for extracraniana no espaço retroparotídeo ou lateral e posterior ao
geo. A neuropatia glossofaríngea em conjunto com paralisias dos processo condilar, pode haver uma combinação de paralisias dos IX,
nervos vago e acessório também pode acompanhar um tumor ou X, XI e XII nervos cranianos, além de síndrome de Horner (Quadro
aneurisma na fossa posterior ou no forame jugular. Rouquidão de 376.2). Na ausência de perda sensorial no palato e na faringe, bem
corrente de paralisiada corda vocal, alguma dificuldade à deglutição, como de fraqueza palatina ou disfagia, a lesão situa-se abaixo da ori
desvio do palato mole para o lado íntegro, anestesia da parede pos gem dos ramos faríngeos, o que deixa o nervo vago em uma posição
terior da faringe e fraqueza da parte superior dos músculos trapézio alta na região cervical; então, a localização habitual da doença é no
e esternocleidomastóideo compõem a síndrome do forame jugular mediastino.
(Quadro 376.2).
■ FRAQUEZA DO PESCOÇO
■ DISFAGIA E DISFONIA O comprometimento isolado do nervo acessório (XI nervo craniano)
Quando a parte intracraniana de um nervo vago (X nervo craniano) pode ocorrer em qualquer parte de seu trajeto,resultando em paralisia
é interrompida, o palato mole pende ipsolateralmente e não levan parcial ou completa dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio.
ta à fonação. Há perda do reflexo nauseoso no lado acometido, bem Mais comumente, o acometimento ocorre combinado com déficitsdo
como do “ movimento de cortina”da parede lateral da faringe, de IX e do X nervos cranianos no forame jugular ou após sua saída do
modo que os pilaresfauciais movem-se medialmente à medida que o crânio (Quadro 376.2). Descreveu-se uma forma idiopática de neu
palato levanta quando o paciente diz “
ah”.A voz parece rouca e ligei ropatia do acessório, similar à paralisia de Bell,que pode recidivar em
ramente anasalada, com a corda vocal imóvel a meio caminho entre alguns casos. A maioria dos pacientes recupera-se, mas não todos.
Fissura esfenoide (orbital superior) IIIIV, prim eira divisão do V, VI Tumores invasivos do osso esfenoide; aneurism as
Parede lateral do seio cavernoso III, IV, prim eira divisão do V, VI, m uitas vezes com Infecção, trom bose, aneurism a, ou fístula do seio cavernoso;
proptose tum ores invasivos dos seios paranasais e da sela turca; granulom a
benigno responsivo aos glicocorticoides
Espaço retroesfenoide 11,111, IV, V, VI Grandes tum ores da fossa craniana média
Ápice do osso petroso V, VI Petrosite; tum o res do osso petroso
Meato acústico interno VII, VIII Tumores do osso petroso (cistos dermoides, etc.); processos
infecciosos; neurom a do acústico
Ângulo pontocerebelar V, VII, VIII e, às vezes, IX Neuroma do acústico; m eningiom a
Forame jugular IX, X, XI Tumores e aneurism as
Espaço lateral e posterior ao IX, X, XI, XII Tumores da glândula parótida e do glom o carotídeo e tum ores
processo condilar m etastáticos
Espaço retroparotídeo posterior IX, X, XI, XII e síndrom e de Horner Tumores da glândula parótida, glom o carotídeo, linfonodos; tum or
metastático; adenite tuberculosa
3364