Вы находитесь на странице: 1из 12

1

DIREITO ELEITORAL

Professora Claudia Regina Robert de Jesus Chaves

2018 AULA 8 – Alistamento eleitoral e aquisição da capacidade política

Fases do processo eleitoral


1. Alistamento eleitoral;
2. Convenções para a escolha de candidatos;
3. Registro de candidaturas;
4. Propaganda política;
5. Votação e apuração de votos;
6. Proclamação dos eleitos e diplomação dos eleitos.
1. A CAPACIDADE POLÍTICA: CONCEITO E NOÇÕES PRELIMINARES

A existência material do direito eleitoral está vinculada à efetivação da democracia como regime político. Esta, por sua vez,
pressupõe a inclusão de adultos (sufrágio universal) e a participação efetiva do povo na vida política do Estado, dentre outros
requisitos. Para que haja democracia, portanto, e para que o direito eleitoral se materialize, é necessário que existam pessoas no
gozo de direitos políticos, exercendo o poder de sufrágio, dotadas, portanto, de capacidade política.

A capacidade política:

“aptidão pública reconhecida, pela ordem jurídica, ao indivíduo para integrar o poder de sufrágio nacional, adquirindo a cidadania
e ficando habilitado a exercê-la”.

A aquisição da capacidade política viabiliza o exercício dos direitos políticos.

Direito político:

É o direito de participar da organização e funcionamento do Estado.

É o poder de sufrágio.

O alistamento eleitoral compreende (art. 24 CE):

- Qualificação/processo de alistamento (verifica se a pessoa preenche os requisitos...).

- inscrição.

Em geral, o alistamento é realizados apenas para nacionais (porque um dos requisitos para a cidadania é a nacionalidade)

- Por isso que um dos requisitos para a cidadania é a nacionalidade.

Obs.: Os portugueses se alistam eleitoralmente no Brasil pela reciprocidade proclamada na CF/88.

O alistamento pode ser:

- Proibido

- Facultativo.

- Obrigatório.

O alistamento é proibido aos:

- Estrangeiros.

- Conscrito no serviço militar.

- Pessoas que possuem perdas ou suspensão do direito político (vedada a cassação)

Requisitos para se habilitar ao alistamento eleitoral

1
2

Aquele que está no gozo dos direitos políticos, no Brasil, habilita-se, com o alistamento eleitoral, a participar:

- De eleições,

- De consultas populares,

- Promover ação popular,

- Ingressar com projeto de iniciativa popular de lei,

- Ser nomeado para cargos públicos, exercer gozo em entidade sindical e exercer função de diretor ou redator-chefe em periódico.

A aquisição da capacidade política para os brasileiros, firmada a partir do alistamento eleitoral, é OBRIGATÓRIA:

- Para os maiores de 18 anos.

- Para os menores de 70 anos de idade.

A aquisição da capacidade política para os brasileiros, firmada a partir do alistamento eleitoral, é FACULTATIVA:

- Para os maiores de 16 anos e menores de 18 anos,

- Para os maiores de 70 anos.

- Para os analfabetos.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No 24º concurso para procurador da república, foi considerada falsa afirmativa que dispunha que “compreendem o alistamento
não obrigatório e ao voto obrigatório, porém o eleitor deve se vincular a uma circunscrição eleitoral havendo relação com o seu
domicílio, o qual se confunde com o domicílio civil”. Como acabamos de ver, o alistamento eleitoral é obrigatório para os
brasileiros, natos e naturalizados, maiores de 18 anos alfabetizados.

Com a aquisição da capacidade política, o indivíduo, se torna cidadão, no sentido estrito da palavra. Como assim?

Cidadania, em um sentido amplo: significa capacidade de titularizar direitos e obrigações.

Cidadania, em um sentido estrito: significa a capacidade para o exercício de direitos políticos, habilita-se, nos termos e
condições da lei, ao exercício da capacidade eleitoral ativa (votar) e capacidade eleitoral passiva (ser votado).

Aquisição da capacidade política para os brasileiros


Obrigatória Facultativa
Maiores de 18 anos e menores de 70 anos de idade. Jovens entre 16 e 18 anos de idade, maiores de 70 anos
e analfabetos.
Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso para promotor de justiça do estado de Santa Catarina, realizado em 2005, foi considerada falsa afirmativa que
dispunha que “Os analfabetos estão obrigados a promover o alistamento eleitoral, mas o voto é facultativo”. Não há obrigação de
alistamento eleitoral para analfabetos.

2. A AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA

Um dos três elementos fundamentais do Estado, ao lado do território e do poder soberano, é o povo.

Conceito de povo:

Grupo de indivíduos que guarda, com o Estado, vínculos jurídicos e políticos que vão além das próprias fronteiras estatais.

O povo, assim, guarda com o Estado um vínculo de identidade, do qual derivam direitos e obrigações relacionadas ao exercício
do poder e ao sufrágio, ao direito e ao dever de proteção recíproca. Um brasileiro esteja onde estiver no mundo, tem obrigações
para com o Brasil, da mesma forma que o Brasil tem a obrigação de zelar pela vida, pela dignidade e pela proteção de todos os
brasileiros, mesmo aqueles que vivem no exterior.

2
3

Conceito de população:

A população é um mero conceito demográfico, que engloba a soma de todas as pessoas que estão no território em determinado
momento, inclusive as estrangeiras, e exclui as nacionais que não estão no território estatal.

Um brasileiro que viaja pelo exterior, enquanto estiver fora do país, não integrará a população brasileira, mas continuará a ser
considerado povo.

Já um estrangeiro que reside no Brasil, sem ter sido naturalizado, será parte integrante da população brasileira, mas não do povo.

É o povo que tem a prerrogativa de exercer direitos políticos. É o povo que tem capacidade política, sendo, por isso mesmo,
elemento essencial do Estado.

Através das regras do chamado “direito de nacionalidade”, cada Estado define que é o seu povo. Para isso, são aplicados
critérios consagrados no âmbito do Direito Internacional, definidores dos conceitos de nacionalidade primária (também chamada
de originária), decorrente do nascimento, e nacionalidade secundária (também chamada de derivada), decorrente de um ato de
vontade, a naturalização.

Nacionalidade própria Nacionalidade secundária


Decorre de um fato natural, o nascimento. Decorre de um ato de vontade, a naturalização.
No Brasil, as normas referentes ao direito de nacionalidade estão previstas, fundamentalmente, no artigo 12 da Constituição
Federal de 1988, e subsidiariamente, no Estatuto do Estrangeiro (lei nº. 6.815/80).

SÃO CONSIDERADOS BRASILEIROS NATOS (NACIONALIDADE PRIMARIA) ART. 12, INCISO I CF/88:

- Os nascidos no país, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

- Os nascidos no exterior, de pai ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

- Os nascidos no exterior, de pai ou mãe brasileira, que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a
residir no Brasil e optem, a qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso para promotor de justiça do estado do Rio Grande do Norte, realizado em 2009, foi considerada verdadeira afirmativa
que dispunha que “Cidadão brasileiro nascido no exterior e registrado no consulado do Brasil pode ser candidato a presidente da
República”. Tal assertiva é correta porque tal cidadão, embora nascido no exterior, será considerado brasileiro nato.

Pode-se afirmar, assim, que em relação à nacionalidade primária, o Brasil admite tanto o jus solis como o jus sanguinis:

O jus solis é o critério do território, que defere nacionalidade aos nascidos no território do Estado.

O jus sanguinis é o critério do sangue, da família, que defere a nacionalidade primária aos nascidos fora do território com laços
familiares a nacionais (filhos de brasileiros nascidos no exterior).

De acordo com o inciso II do citado artigo 12, por sua vez, são considerados brasileiros naturalizados (nacionalidade
secundária), os que, na forma da lei (art. 112 da Lei nº. 6.815/80), adquiram a nacionalidade brasileira:

- Exigidos aos originários de países de língua portuguesa apenas residência no Brasil por um ano ininterrupto e idoneidade moral
(naturalização originária);

- E os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal,
desde que requeiram a nacionalidade brasileira (naturalização extraordinária, também chamada de quinzenária).

Tanto os brasileiros natos como os brasileiros naturalizados deverão, nos termos da lei, exercer direitos políticos.

A aquisição da capacidade política, para todos os brasileiros alfabetizados, inclusive os naturalizados, é obrigatória:

- aos maiores de 18 e menores de 70 anos de idade, conforme previsão do artigo 14 da Constituição Federal de 1988, salvo os
conscritos (art. 14, § 2º da CF/88), durante o período do serviço militar obrigatório (conscrito é aquele indivíduo recrutado para o
serviço militar obrigatório).

3
4

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; Regulamento
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º São inelegíveis para os mesmos cargos, no período subseqüente, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído nos seis meses anteriores ao pleito.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os
Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo
grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente,
no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
ou emprego na administração direta ou indireta .
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação,
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se
temerária ou de manifesta má-fé.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

Em concurso para o cargo de juiz de direito substituto do estado do Mato Grosso do Sul, realizado em 2010, havia uma questão
com o seguinte enunciado:

“o alistamento eleitoral não é:

a) facultativo para os naturalizados;

4
5

b) facultativo para os analfabetos;

c) facultativo para os maiores de setenta anos;

d) facultativo para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

e) obrigatório para os maiores de dezoito anos.”

A resposta correta foi a letra “a”, uma vez que os naturalizados são obrigados a se alistar.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

Já em concurso para delegado da polícia civil do estado de São Paulo, foi considerada falsa afirmativa que dispunha que “o
alistamento e o voto são obrigatórios para maiores de dezoito anos, alfabetizados ou não”.

Como visto, o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para o analfabeto.

O que a constituição leciona sobre o assunto?

Ainda segundo a Constituição Federal (artigo 12, § 2º), “a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição”.

São privativos de brasileiro nato, contudo, os seguintes cargos, conforme previsão do § 3º do artigo 12 da Carta Magna:

Cargos privativos de brasileiro nato


a) Presidente e vice-presidente da República;
b) Presidente da Câmara dos Deputados;
c) Presidente do Senado Federal;
d) Ministro do Supremo Tribunal Federal;
e) Cargos da carreira diplomática;
f) Oficial das Forças Armadas;
g) Ministro de Estado da Defesa.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de
seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República
Federativa do Brasil;
c)
os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira ;
c ) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
nº 3, de 1994)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa
apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b)
os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de trinta anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira .
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição .

5
6

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
Constituição .
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão
nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição
para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão
nº 3, de 1994)
Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No 23º concurso para procurador da república, foi considerada falsa afirmativa que dispunha que “o brasileiro naturalizado pode
ser candidato a Deputado Federal, mas não pode ser candidato a Senador”. Como visto, os únicos cargos privativos de brasileiro
nato são aqueles previstos no artigo 12, § 3º da Constituição Federal.

Português equiparado a brasileiro naturalizado artigo 12, § 1º da Constituição Federal.

Segundo a Carta Magna, “aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição”.

É a situação do chamado “português equiparado a brasileiro naturalizado”, disciplinada pelo Tratado de Amizade, Cooperação
e Consulta, assinado entre Brasil e Portugal em 22 de abril do ano 2000 (data em que se comemorou os 500 anos do
descobrimento do Brasil pelos portugueses) e promulgado pelo decreto nº. 3.927, de 19 de setembro de 2001.

Segundo o citado tratado, em seu artigo 17:

O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil só será reconhecido aos que tiverem três anos
de residência habitual e depende do requerimento à autoridade competente.

Além disso, dispõe o referido dispositivo normativo que a igualdade quanto aos direitos políticos não abrange as pessoas que, no
Estado da nacionalidade, tenham sido privadas de direitos equivalentes.

Por fim, estabelece o tratado que o gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos
mesmos direitos no Estado da nacionalidade. Assim, o brasileiro que, por ventura, estiver exercendo direitos políticos em
Portugal, em virtude do Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, terá seus direitos políticos no Brasil, suspensos, enquanto
permanecer nesta condição.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso para promotor de justiça do estado do Rio Grande do Norte, realizado em 2009, foi considerada falsa afirmativa que
dispunha que “um cidadão português que goze do estatuto da reciprocidade pode ser candidato a presidente da República”. Tal
afirmativa é falsa porque o português em tal situação será equiparado a brasileiro naturalizado, e não brasileiro nato, e o cargo de
presidente da república é acessível, apenas, a brasileiros natos.

ATENÇÃO!!!

É muito comum, nos dias de hoje, pessoas com mais de uma nacionalidade, os chamados “polipátridas”. Caso um brasileiro seja,
ao mesmo tempo, português, exercerá normalmente, este indivíduo, direitos políticos no Brasil e em Portugal, de forma

6
7

concomitante. Os direitos políticos do brasileiro somente serão suspensos, nos termos do Tratado de Cooperação, Amizade e
Consulta, caso o exercício desses direitos em Portugal decorra do referido documento.

3. O ALISTAMENTO ELEITORAL

O alistamento eleitoral, considerado a primeira etapa do processo eleitoral, é o ato pelo qual o indivíduo se habilita, perante a
Justiça Eleitoral, como eleitor e sujeito de direitos políticos, conquistando a capacidade eleitoral ativa.

A disciplina política do alistamento eleitoral, atualmente, encontra-se no Código Eleitoral (arts. 42 a 81) e, principalmente, na
Resolução TSE nº 21.538/03. Vale destacar, neste sentido, que o Código Eleitoral, promulgado em 1965, vinte e três anos,
portanto, antes da atual Constituição, encontra-se superado em vários aspectos, que serão destacados neste capítulo.

O alistamento eleitoral, segundo o artigo 42 do Código Eleitoral, se faz ediante a qualificação e a inscrição do eleitor

A qualificação é o ato através do qual o indivíduo faz prova que satisfaz as exigências legais para se tornar eleitor.

Já a inscrição é o registro da pretensão à condição de eleitor, realizada por servidor da Justiça Eleitoral a partir de postulação do
cidadão.

É através do preenchimento de formulário específico denominado RAE (requerimento de alistamento eleitoral) que se realiza a
postulação ao alistamento eleitoral. O RAE serve como documento de entrada de dados e é processado eletronicamente, em todo o
território nacional, por servidor da Justiça Eleitoral, na presença do eleitor.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso para técnico judiciário do TRE-ES, realizado em 2011, pelo CESPE, foi considerada falsa afirmativa que dispunha
que “É obrigatório que o requerimento de alistamento eleitoral (RAE) seja preenchido ou digitado na presença do requerente,
podendo ser impresso em sua ausência”.

Em relação ao cadastro de eleitores, mantido pela Justiça Eleitoral, vale destacar que, segundo a Resolução TSE nº 21.538/2003,
alterada pela Resolução TSE nº. 23.490/2016, o tratamento das informações pessoais assegurará a preservação da intimidade, da
vida privada, da honra e da imagem do cidadão, restringindo-se o acesso a seu conteúdo, excluindo-se de tal restrição os pedidos
relativos a procedimento previsto na legislação eleitoral, a ele relacionado ou de cujo atendimento resultem subsídios a sua análise,
e o acesso do eleitor a seus dados pessoais; de autoridade judicial, de órgão do Ministério Público e, desde que haja expressa
autorização legal para acesso aos dados mantidos pela Justiça Federal, de órgãos e agentes públicos ou outras entidades, vinculada
a utilização das informações obtidas às respectivas atividades funcionais, exclusivamente; de órgãos públicos, desde que
signatários de convênios com o Tribunal Superior Eleitoral – TSE, cujos objetos estejam alinhados às respectivas missões
institucionais, e de Termo de Compromisso e Manutenção de Sigilo – TCMS, na forma prevista pelo art. 18, parágrafo único, do
Decreto nº 7.845/2012.

O acesso de outros órgãos ou agentes públicos não indicados acima não incluirá informações pessoas relativas à intimidade, à vida
privada, à honra e à imagem, aí considerados ocupação, estado civil, escolaridade, telefone, impressões digitais, fotografia,
assinatura digitalizada e endereço. Tal restrição incidirá sobre outras informações cuja obtenção possa comprometer, mesmo que
indiretamente, as regras de proteção estabelecidas nesta resolução, sem prejuízo da confirmação da autenticidade e da unicidade do
registro de titular de inscrição eleitoral, desde que provido por ferramenta eletrônica ou serviço automatizado, na forma
regulamentada por ato normativo próprio.

Os tribunais e juízes eleitorais poderão, no âmbito de suas jurisdições, autorizar o fornecimento a interessados, desde que sem
ônus para a Justiça Eleitoral e disponíveis em meio eletrônico, de dados de natureza estatística levantados com base no cadastro
eleitoral, relativos ao eleitorado ou ao resultado de pleito.

3.1. Diferença entre alistamento, transferência, revisão e segunda via

De grande relevância é a distinção estabelecida entre alistamento eleitoral, revisão eleitoral e segunda via, prevista nos artigos 4º a
7º da Resolução nº 21.538/03, conforme a seguinte tabela:

Distinção entre alistamento eleitoral, transferência, revisão e segunda via


Quando o alistando requerer inscrição e em seu nome não for identificada
Alistamento inscrição em nenhuma zona eleitoral do país ou exterior, ou a única inscrição
localizada estiver cancelada por determinação de autoridade judiciária.
Transferência Ocorre sempre que o eleitor desejar alterar seu domicílio eleitoral. Neste caso, é

7
8

mantido o número do título de eleitor.


Ocorre quando o eleitor necessitar alterar local de
votação no mesmo município, ainda que haja
mudança de zona eleitoral, retificar dados
pessoais ou regularizar situação de inscrição
Revisão cancelada por falecimento,
duplicidade/pluralidade, deixar de votar em três Nos casos de revisão e
eleições consecutivas e revisão do eleitorado, segunda via, a data de
desde que comprovada a inexistência de outra domicílio do eleitor não será
inscrição regular ou suspensa para o eleitor. alterada.

Ocorre quando o eleitor estiver inscrito e em


situação regular na zona por ele procurada e
Segunda via
desejar apenas a segunda via do seu título
eleitoral, sem nenhuma alteração.
ATENÇÃO!!!

O eleitor com título cancelado só será obrigado a novo alistamento, recebendo novo número de título eleitoral, em caso de
cancelamento do título por determinação de autoridade judiciária. Quando o título eleitoral vier a ser cancelado por outros
motivos, terá direito, o eleitor, à manutenção do número originário do seu título.

3.2. Documentos necessários para o alistamento eleitoral

Para o alistamento, o requerente deverá apresentar um dos seguintes documentos do qual se infira a nacionalidade brasileira, de
acordo com previsto no art. 5º, 2º da Lei nº 7.444.85:

Documentos necessários para o alistamento eleitoral


a) carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do exercício
profissional;
b) certificado de quitação do serviço militar;
c) certidão de nascimento do serviço militar;
d) instrumento público do qual se infira, por direito, ter o requerente a idade mínima de 16 anos e do qual
constem, também, os demais elementos necessários à sua qualificação.
ELEITORES DE SEXO MASCULINO:

Para eleitores do sexo masculino maiores de 18 anos é obrigatória, no alistamento eleitoral (e não na transferência, revisão ou
segunda via) a apresentação do certificado de quitação do serviço militar.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

Em concurso para o cargo de analista judiciário do TRE-SE, realizado em 2007, foi considerada verdadeira afirmativa que
dispunha que “a apresentação de certificado de quitação do serviço militar é obrigatório para maiores de 18 anos, do sexo
masculino”.

ATENÇÃO!!!

É facultativo o alistamento, no ano em que se realizarem eleições, de menores com 15 anos de idade, desde que, na data da
eleição, já tenham completado 16 anos. O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado que não se alistar até
um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrição.
Tal multa, entretanto, não será aplicada caso o não-alistado venha a requerer sua inscrição eleitoral até o 151º dia anterior à eleição
subsequente à data em que completar 19 anos.

Como assim? Vou explicar:

Por determinação do art. 91 da lei 9.504/97, é proibido o alistamento no prazo de 150 dias antes das eleições.

Dessa forma, o ultimo dia para se requerer o alistamento é o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à data das eleições.
Portanto, aquele que completa 16 anos no ano das eleições pode se alistar, ainda que na data do requerimento não tenha ainda 15
anos.

8
9

Nessa hipótese, o titulo eleitoral só produzirá efeito com o implemento da idade.

Como esse assunto foi cobrado em concurso?

Em concurso para o cargo de técnico judiciário do TRE-ES, promovido pelo CESPE, em 2011, foi considerada verdadeira
afirmativa que dispunha que “o brasileiro nato, não alistado, que requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo quinquagésimo
primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em que completar dezenove anos fica isento de multa”.

3.3. O alistamento eleitoral no Código Eleitoral: principais informações

Como já destacado, historicamente o Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), em seus artigos 42 a 81, sempre foi considerado a
principal fonte normativa do alistamento eleitoral.

Ocorre que, com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, da Lei nº 9.504/97, o Código Eleitoral
tornou-se obsoleto em várias questões envolvendo esta temática.

Assim, para evitar erros e confusões, neste tópico destacadas as principais questões envolvendo o tema do alistamento eleitoral
disciplinadas pelo Código Eleitoral, muitas delas conflitantes com legislações posteriores e, portanto, inaplicáveis.

Logo no seu artigo 44, exige o Código Eleitoral que o requerimento de alistamento seja acompanhado de três retratos. Tal
exigência, contudo, não cabe mais, de acordo com o art. 6º da Lei nº. 6.996/82. O atual título eleitoral, inclusive, não tem mais a
foto do eleitor.

Art. 44. O requerimento, acompanhado de 3 (três) retratos, será instruído com um dos seguintes documentos, que não
poderão ser supridos mediante justificação:
I - carteira de identidade expedida pelo órgão competente do Distrito Federal ou dos Estados;
II - certificado de quitação do serviço militar;
III - certidão de idade extraída do Registro Civil;
IV - instrumento público do qual se infirá, por direito ter o requerente idade superior a dezoito anos e do qual conste,
também, os demais elementos necessários à sua qualificação;
V - documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originária ou adquirida, do requerente.
Parágrafo único. Será devolvido o requerimento que não contenta os dados constantes do modelo oficial, na mesma
ordem, e em caracteres inequívocos.

Art. 6º da Lei nº. 6.996/82:

Art 6º - O pedido de inscrição do eleitor será instruído com um dos seguintes documentos:
I - carteira de identidade;
II - certificado de quitação de serviço militar;
III - carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do exercício profissional;
IV - certidão de idade extraída do Registro Civil;
V - instrumento público do qual se infira, por direito, ter o requerente idade superior a 18 (dezoito) anos e do qual conste,
também, os demais elementos necessários à sua qualificação;
VI - documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originária ou adquirida, do requerente.
§ 1º - A restituição de qualquer documento não poderá ser feita antes de despachado o requerimento pelo Juiz Eleitoral.
§ 2º - Sempre que, com o documento, for apresentada cópia, o original será devolvido no ato, feita a autenticação pelo
próprio funcionário do Cartório Eleitoral, mediante aposição de sua assinatura no verso da cópia.
§ 3º - O documento poderá ser apresentado em cópia autenticada por tabelião, dispensando-se, nessa hipótese, nova
conferência com o documento original.
Da mesma forma, o artigo 45 do Código Eleitoral dispõe que os dados do eleitor deverão, no processo de alistamento, ser inseridos
em um documento chamado “folha individual de votação”. Com a informatização do processo de alistamento eleitoral, iniciada
com a lei nº 6.996/82, a citada “folha individual de votação” foi extinta.

A mesma foi substituída, conforme previsão do artigo 12 da lei nº 6.996/82, por listas de eleitores emitidas por computador.

Art. 45 do código eleitoral

Art. 45. O escrivão, o funcionário ou o preparador recebendo a fórmula e documentos determinará que o alistando date e
assine a petição e em ato contínuo atestará terem sido a data e a assinatura lançados na sua presença; em seguida, tomará
a assinatura do requerente na folha individual de votação" e nas duas vias do título eleitoral, dando recibo da petição e do
documento.
§ 1º O requerimento será submetido ao despacho do juiz nas 48 (quarenta e oito), horas seguintes.

9
10

§ 2º Poderá o juiz se tiver dúvida quanto a identidade do requerente ou sobre qualquer outro requisito para o alistamento,
converter o julgamento em diligência para que o alistando esclareça ou complete a prova ou, se for necessário, compareça
pessoalmente à sua presença.
§ 3º Se se tratar de qualquer omissão ou irregularidade que possa ser sanada, fixará o juiz para isso prazo razoável.
§ 4º Deferido o pedido, no prazo de cinco dias, o título e o documento que instruiu o pedido serão entregues pelo juiz,
escrivão, funcionário ou preparador. A entrega far-se-á ao próprio eleitor, mediante recibo, ou a quem o eleitor autorizar
por escrito o recebimento, cancelando-se o título cuja assinatura não for idêntica à do requerimento de inscrição e à do
recibo. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
O recibo será obrigatoriamente anexado ao processo eleitoral, incorrendo o juiz que não o fizer na multa de um a cinco
salários-mínimos regionais na qual incorrerão ainda o escrivão, funcionário ou preparador, se responsáveis bem como
qualquer deles, se entregarem ao eleitor o título cuja assinatura não for idêntica à do requerimento de inscrição e do
recibo ou o fizerem a pessoa não autorizada por escrito. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
§ 5º A restituição de qualquer documento não poderá ser feita antes de despachado o pedido de alistamento pelo juiz
eleitoral.
§ 6º Quinzenalmente o juiz eleitoral fará publicar pela imprensa, onde houver ou por editais, a lista dos pedidos de
inscrição, mencionando os deferidos, os indeferidos e os convertidos em diligência, contando-se dessa publicação o prazo
para os recursos a que se refere o parágrafo seguinte.
§ 7º Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição caberá recurso interposto pelo alistando, e do que o deferir
poderá recorrer qualquer delegado de partido.
§ 8º Os recursos referidos no parágrafo anterior serão julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral dentro de 5 (cinco) dias.
§ 9º Findo esse prazo, sem que o alistando se manifeste, ou logo que seja desprovido o recurso em instância superior, o
juiz inutilizará a folha individual de votação assinada pelo requerente, a qual ficará fazendo parte integrante do processo e
não poderá, em qualquer tempo, se substituída, nem dele retirada, sob pena de incorrer o responsável nas sanções
previstas no Art. 293.
§ 10. No caso de indeferimento do pedido, o Cartório devolverá ao requerente, mediante recibo, as fotografias e o
documento com que houver instruído o seu requerimento.
§ 11. O título eleitoral e a fôlha individual de votação sòmente serão assinados pelo juiz eleitoral depois de preenchidos
pelo cartório e de deferido o pedido, sob as penas do artigo 293. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 1966)
§ 12. É obrigatória a remessa ao Tribunal Regional da ficha do eleitor, após a expedição do seu título. (Incluído pela Lei
nº 4.961, de 1966)
Art. 12 da lei nº 6.996/82:

Art.12 - Nas seções das Zonas Eleitorais em que o alistamento se fizer pelo processamento eletrônico de dados, as folhas
individuais de votação serão substituídas por listas de eleitores, emitidas por computador, das quais constarão, além
do nome do eleitor, os dados de qualificação indicados pelo Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1º - Somente poderão votar fora da respectiva seção os mesários, os candidatos e os fiscais ou delegados de Partidos
Políticos, desde que eleitores do Município e de posse do título eleitoral.
§ 2º - Ainda que não esteja de posse do seu título, o eleitor será admitido a votar desde que seja inscrito na seção, conste
da lista dos eleitores e exiba documento que comprove sua identidade.
§ 3º - Os votos dos eleitores mencionados nos parágrafos anteriores não serão tomados em separado.
§ 4º - O voto em separado será recolhido em invólucro especial e somente será admitido quando houver dúvida quanto à
identidade ou inscrição do eleitor, ou quando da lista não constar nome de eleitor que apresentar título correspondente à
seção.
§ 5º - A validade dos votos tomados em separado, das seções de um mesmo Município, será examinada em conjunto pela
Junta Apuradora, independentemente da apuração dos votos contidos nas urnas.
Também o artigo 67 do Código Eleitoral, que dispõe que “nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será
recebido dentro dos cem dias anteriores à data da eleição”, tornou-se ultrapassado.

Conforme interpretação do citado dispositivo legal, permitia-se o alistamento eleitoral até 101 dias antes da eleição.

Hoje, contudo, de acordo com o previsto no artigo 91 da Lei nº. 9.504/97 (Lei das Eleições), o prazo para alistamento, revisão e
transferência de título, em ano eleitoral, encerra-se 151 dias antes do pleito. Nos termos da lei, “nenhum requerimento de
inscrição eleitoral ou de transferência eleitoral será recebido dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição”.

Art. 67 do Código Eleitoral

Art. 67. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos 100 (cem) dias
anteriores à data da eleição.

Art. 91 da Lei nº. 9.504/97

10
11

Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos cento e cinqüenta dias
anteriores à data da eleição.
Parágrafo único. A retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento eleitoral constitui crime, punível com
detenção, de um a três meses, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no
valor de cinco mil a dez mil UFIR.
Art. 91-A. No momento da votação, além da exibição do respectivo título, o eleitor deverá apresentar documento de
identificação com fotografia. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Parágrafo único. Fica vedado portar aparelho de telefonia celular, máquinas fotográficas e filmadoras, dentro da cabina
de votação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
O artigo 54 do Código Eleitoral, por sua vez, é inaplicável desde 1966, quando a lei nº 5.143/66 aboliu o imposto do selo.

Dispõe o referido dispositivo do CE que “o requerimento da segunda via, em qualquer das hipóteses, deverá ser assinado sobre
selos federais, correspondentes a dois por cento do salário mínimo da zona eleitoral de inscrição”.

Hoje em dia, em decorrência do previsto na lei nº 9.265/95, todos os documentos necessários ao alistamento eleitoral serão
fornecidos gratuitamente. A segunda via do título também será gratuita.

Art. 54. O requerimento de segunda via, em qualquer das hipóteses, deverá ser assinado sobre selos federais, correspondentes a
2% (dois por cento) do salário mínimo da Zona Eleitoral de inscrição.
 Lei nº 5.143/1966, art. 15: revoga a lei relativa ao imposto do selo; IN-STN nº 2/2009: dispõe sobre a GRU, e dá outras
providências; Res.-TSE nº 21975/2004, art. 4º: utilização obrigatória da GRU para recolhimento das multas eleitorais,
penalidades pecuniárias e doações de pessoas físicas ou jurídicas; Port.-TSE nº 288/2005: normas visando à arrecadação, ao
recolhimento e à cobrança das multas previstas no Código Eleitoral e em leis conexas, e à utilização da GRU.
 V. CF/1988, art. 7º, IV: vedação da vinculação do salário mínimo para qualquer fim; Res.-TSE nº 21538/2003, art. 85:
indica a base de cálculo para aplicação das multas previstas pelo Código Eleitoral e por leis conexas; art. 80, § 4º: estabelece
o percentual mínimo de 3% e o máximo de 10% do valor indicado pelo art. 85 para arbitramento da multa pelo não exercício
do voto; Lei nº 10.522/2002, art. 29: extingue a Ufir e adota como seu último valor o do dia 1º de janeiro de 1997,
correspondente a R$1,0641.
Parágrafo único. Somente será expedida segunda via ao eleitor que estiver quite com a Justiça Eleitoral, exigindo-se, para o que
foi multado e ainda não liquidou a dívida, o prévio pagamento, através de selo federal inutilizado nos autos.
O artigo 55, III do Código Eleitoral também se encontra revogado. Dispondo sobre transferência de título eleitoral, o citado
dispositivo prevê que a prova da residência no novo domicílio deverá ser atestada por autoridade policial ou provada por outros
meios convincentes. Hoje, de acordo com o artigo 8º, III da Lei nº. 6.996/82, basta, em regra, declaração do próprio eleitor para
a comprovação da residência (excepcionalmente, poderá ser exigida prova mais contundente).

Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao Juiz do novo domicílio sua transferência, juntando
o título anterior.
§ 1º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências:
I – entrada do requerimento no Cartório Eleitoral do novo domicílio até 100 (cem) dias antes da data da eleição;
 V. Lei nº 9.504/1997, art. 91, caput: fixação em 150 dias.
II – transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva;
 Lei nº 6.996/1982, art. 8º, II, e Res.-TSE nº 21538/2003, art. 18, II. Ac.-TSE nº 4762/2004: o prazo é contado
da inscrição imediatamente anterior ao novo domicílio.
III – residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela autoridade policial ou provada por outros
meios convincentes.
 V. Lei nº 6.996/1982, art. 8º, III: residência declarada, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor; Lei nº 7.115/1983,
art. 1º: a declaração firmada pelo próprio interessado ou por procurador, sob as penas da lei, presume-se
verdadeira.
 Ac.-TSE, de 13.10.2009, no RHC nº 136 e Ac.-TSE nº 196/1993: este inciso III foi derrogado pelo art. 8º, III, da
Lei nº 6.996/1982; Ac.-TSE, de 5.2.2013, no AgR-AI nº 7286: declaração subscrita por delegado de polícia
constitui requisito suficiente para comprovação da residência e autoriza a transferência de seu domicílio eleitoral.
§ 2º O disposto nos incisos II e III do parágrafo anterior não se aplica quando se tratar de transferência de título eleitoral
de servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência.
 Parágrafo com redação dada pelo art. 16 da Lei nº 4.961/1966.
 Ac.-TSE, de 18.9.2014, no AgR-REspe nº 101317 e, de 9.10.2012, no REspe nº 5389: a exigência de domicílio
eleitoral no mínimo um ano antes da eleição também se aplica aos servidores públicos militares, condição que não
se confunde com a transferência do título eleitoral, para os que forem removidos ou transferidos, prevista neste
parágrafo.
Como esse assunto foi cobrado em concurso?

11
12

No concurso para juiz de direito substituto do estado do Mato Grosso do Sul, realizado em 2008, foi considerada falsa afirmativa
que dispunha que “o domicílio eleitoral requer prova, a despeito de declaração escrita do eleitor”.

Apesar de contar com vários dispositivos inaplicáveis, o Código Eleitoral continua a ser importante na normatização do
procedimento do alistamento eleitoral.

Exemplo dessa relevância encontra-se na redação do artigo 49, que estabelece que os cegos alfabetizados deverão se alistar pelo
sistema Braille.

Art. 49. Os cegos alfabetizados pelo sistema Braille, que reunirem as demais condições de alistamento, podem qualificar-
se mediante o preenchimento da fórmula impressa e a aposição do nome com as letras do referido alfabeto.
§ 1º De forma idêntica serão assinadas a folha individual de votação e as vias do título.
 V. Lei nº 6.996/1982, art. 12, caput: a folha individual foi substituída por listas de eleitores emitidas no
processamento eletrônico de dados.
§ 2º Esses atos serão feitos na presença também de funcionários de estabelecimento especializado de amparo e proteção
de cegos, conhecedor do sistema Braille, que subscreverá, com o Escrivão ou funcionário designado, a seguinte
declaração a ser lançada no modelo de requerimento: "Atestamos que a presente fórmula bem como a folha individual de
votação e vias do título foram subscritas pelo próprio, em nossa presença".
 Lei nº 10.842/2004, art. 4º, caput: as atribuições da escrivania eleitoral passaram a ser exercidas privativamente
pelo chefe de cartório eleitoral.
 Lei nº 6.996/1982, art. 12, caput: substituição da folha individual de votação por listas de eleitores emitidas por
computador no processamento eletrônico de dados.
Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No 14º concurso para procurador da república, foi considerada falsa afirmativa que dispunha que “o alistamento e o voto são
vedados para os deficientes visuais e admitido para as pessoas portadores de deficiência física, mediante laudo por junta médica,
nos termos da lei”.

Também o artigo 48 faz referência a uma importante questão, ao dispor que “o empregado, mediante comunicação com 48 horas
de antecedência, poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo de salário e por tempo não excedente a dois dias, para o
fim de se alistar eleitor ou requerer transferência”.

Art. 48. O empregado mediante comunicação com 48 (quarenta e oito) horas de antecedência, poderá deixar de
comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário e por tempo não excedente a 2 (dois) dias, para o fim de se alistar eleitor
ou requerer transferência.
 CLT: "Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: [...] V – até 2 (dois)
dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva". Lei nº 8.112/1990: "Art. 97.
Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço: [...] II – por 2 (dois) dias, para se alistar como
eleitor".
Como esse assunto foi cobrado em concurso?

No concurso para analista judiciário do TRE-PB, realizado em 2007, foi considerada verdadeira afirmativa que dispunha que “o
empregado, mediante comunicação de 48 (quarenta e oito) horas de antecedência, poderá deixar de comparecer ao serviço sem
prejuízo de salário e por tempo não excedente a 2 (dois) dias, a fim de alistar-se eleitor ou requerer transferência”.

Já no concurso para técnico judiciário do TRE-MS, realizado em janeiro de 2013, foi considerada verdadeira afirmativa que
dispunha que “é assegurada ao empregado a falta justificada ao trabalho para fins de alistamento eleitoral, sem prejuízo de seu
salário”.

12

Вам также может понравиться