Вы находитесь на странице: 1из 1

A EXPRESSÃO "LESÃO GRAVE E DE DIFÍCIL REPARAÇÃO"

É bastante intrincada a interpretação dessa expressão inserida em


vários dispositivos do CPC, inclusive no artigo 798. Para compreendê-
la melhor, é importante observar que nela o legislador empregou a
conjunção aditiva “e”. Assim, deixou claro que não basta ser grave a
lesão ao direito; é essencial que a reparação dela seja difícil. A
palavra “lesão” significa dano, violação a direito da qual decorra
alguma repercussão negativa para o seu titular. O adjetivo “grave”
enuncia a intensidade da lesão que justifica a outorga da medida
jurisdicional, o que não deve ser confundido com uma antiga
classificação civilista sobre a intensidade da culpa, afinal, pode
ocorrer dano grave mesmo que o agente labore com culpa
levíssima. “Lesão grave” é lesão importante, penosa, trágica, de
dimensão tal que atinja intensamente o direito a ponto de sacrificá-lo
ou de dificultar-lhe sobremodo o exercício. Sob a perspectiva
processual, pode-se dizer que é todo dano capaz de frustrar a
efetividade do provimento definitivo, de influir na utilidade do
processo para comprometê-lo ou simplesmente tornar problemática a
satisfação do direito. São inúmeras as situações de lesão grave e
muitas delas são recordadas pela literatura para se fazer
compreender melhor. Exemplos dela são: a dissipação de bens do
devedor a fim de fraudar credores; a negativação indevida em órgão
de proteção ao crédito de que resulte restrição ou impedimento ao
consumo; a dilapidação de bens comuns pelo cônjuge que provoque
redução na meação do outro; a veiculação de reportagem jornalística
que importe ofensa à honra da pessoa. Interpretando a expressão
"difícil reparação", OVÍDIO BAPTISTA ensina que ela nada tem a ver
com a possibilidade de reparação monetária. Lançando veemente
crítica a decisões judiciais que expressam o contrário, ensina que se a
tutela de urgência somente fosse deferível quando impossível a
reparação indenitária, bastaria o agente ostentar condições
econômicas para estar autorizado a causar a lesão grave ao direito
alheio. Particularmente, acreditamos que a exigência de que a lesão
seja de difícil reparação associa-se com a problemática de
restabelecer perfeitamente a situação jurídica em que as partes se
encontravam antes da lesão, isto é, a dificuldade de restaurar “in
natura” o estado anterior ao dano. E isso não significa mesmo a
impossibilidade de ressarcimento de prejuízos pela via monetária.
_____________________
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. MACIEL, Daniel Baggio. Processo Cautelar. São Paulo: Editora Boreal,
2012.
2. SILVA, Ovídio Araújo Baptista da. Do Processo Cautelar. Rio de Janeiro:
Editora Forense, 2001.

Вам также может понравиться