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DATA – 19/08/2016
AULA 01
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Ementa:
Teoria da Constituição:
Constitucionalismo, neoconstitucionalismo, transconstitucionalismo;
Sentidos (concepções) de Constituições.
DIREITO CONSTITUCIONAL
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
1.1 – Constitucionalismo
É uma ideia clara de limitação do poder, para acabar com o poder absoluto. A ideia
inicial do constitucionalismo é acabar com a ideia de um Estado da política,
absoluto, autoritário, instaurando um Estado de direito constitucional.
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Ademais, é a primeira vez em que se pensa em direitos e garantias fundamentais,
de forma a buscar a universalização.
Fruto da Revolução Gloriosa (1688/1689) – Fruto das revoluções burguesas. Tem como
a limitação do poder foi através da ideia de característica a teoria da separação dos
supremacia do Parlamento. poderes.
1.2 –Neoconstitucionalismo
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Marcos/vetores do neoconstitucionalismo: são três grandes vetores:
Características:
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A busca pela concretização de direitos fundamentais, tendo como fundamento a
dignidade da pessoa humana.
Por fim, há uma nova teoria da interpretação, pois passamos a trabalhar com outros
métodos de interpretação que vão além dos métodos clássicos (literal, histórico,
finalístico e sistemático). Os métodos clássicos ainda existem, mas passam a
conviver com eles métodos mais sofisticados. Com isso temos: teoria da
argumentação; ponderação; princípio da proporcionalidade; teoria da integridade;
entre outros.
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1.3 – Transconstitucionalismo:
Ex.1: ADPF 101 – Importação de pneus usados. Essa mesma discussão estava
sendo enfrentada pelo Mercosul, OMC, OMS, OMMAmb (Organização Mundial do
Meio Ambiente), União Europeia.
Ex.2: ADPF 153 – foi ajuizada pela OAB, pedindo que a lei da anistia (6.683/79) não
fosse recepcionada pelo ordenamento jurídico brasileiro, porque era uma anistia de
mão dupla – anistia os presos políticos e os agentes da repressão que praticaram
crimes de tortura, desaparecimento de cadáveres, à época do regime militar. O STF
julgou improcedente a ADPF, entendendo que a referida lei da anistia foi
recepcionada pela CR/88. No mesmo ano de julgamento da referida ADPF, em
2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) julgou um caso que ficou
conhecido como Gomes Lund X Brasil, que discutia a guerrilha do Araguaia e as
práticas das Forças Armadas Brasileiras na referida guerrilha, no que tocava à morte
e desaparecimentos subversivos. A CIDH julgou de forma diversa do STF,
entendendo que a lei da anistia brasileira não pode ser obstáculo para a
investigação e punição dos agentes da repressão responsáveis por atos do regime
militar. Há uma decisão do STF em um sentido e uma decisão da CIDH em outro,
envolvendo o mesmo tema, o que é chamado de justiça de transição. A justiça de
transição é um caso de transconstitucionalismo, no qual ordenamentos jurídicos
internos e internacionais discutem, concomitantemente, problemas de natureza
constitucional envolvendo direitos fundamentais.
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Obs.2: Já que é o entrelaçamento de ordens jurídicas diversas, qual ordem jurídica
deve imperar? Para Marcelo Neves não deve haver a preponderância absoluta de
uma ordem sob as outras, pois a defesa é de que ocorram diálogos constitucionais
(conversações constitucionais/pontes de transição) para que decisões mais
legítimas e justas sejam tomadas. Defende uma posição de abertura e não de
fechamento (Alteridade X isolamento).
2.2 – Sentido político: Carl Schmitt escreveu em 1920, século XX, entendendo que
Constituição deve ser entendida como as decisões políticas fundamentais do povo
(poder constituinte). É aquilo que o povo decide politicamente. Esse conceito tem
outro nome, além de sentido político de Constituição também é chamado de
conceito decisionista. Neste sentido, a Constituição escrita são leis constitucionais,
mas sucumbem diante de sua ideia de Constituição.
2.3 – Sentido jurídico: Hans Kelsen, na segunda edição da Teoria Pura do Direito,
em 1960, trabalha a ideia de ênfase jurídica de Constituição. Outro autor que
defende esse sentido é o Konrad Hesse (autor do livro Força Normativa da
Constituição, de 1959). A Constituição deve ser entendida como norma prescritiva
de dever ser, que vincula condutas e rege o Estado e a sociedade. A Constituição
não é só uma folha de papel, sendo o documento que rege a sociedade, que vincula
em grau máximo em um ordenamento jurídico. Há uma ênfase jurídica no sentido de
Constituição. Ainda que haja transgressões e descumprimento, a Constituição
resiste.
2.4 – Sentido cultural: para Peter Häberle, a Constituição deve ser entendida como
um produto da cultura, sendo o reflexo de uma sociedade e do Estado em um
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determinado momento histórico. Nesses termos, a Constituição é condicionada pela
cultura. Porém, não vive a reboque do produto da cultura, sendo também uma
condicionante desta. Possui efeito modificador dentro da sociedade. Do contrário,
seria uma mera peça cultural.
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