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Acidente
Acidente
A seguradora ingressou com ação contra a proprietária do veículo que colidiu na traseira do veículo do
proprietário da apólice. Defendeu que o veículo da ré não mantinha a distância de segurança que lhe
permitisse deter a marcha, em violação ao CTB (clique aqui). Alegou, ainda, que o motorista do automóvel da
ré tinha ampla visibilidade do local sendo, desta forma, responsável pela colisão traseira.
No entendimento do desembargador Luiz Roberto Imperatore de Assis Brasil, relator do acórdão, pela leitura
dos autos é incontroverso que os dois veículos que seguiam na frente realizaram frenagem brusca, mas sem
colidirem, tendo o veículo do segurado abalroado a traseira do veículo que lhe precedia.
Em suma, foi o veículo segurado quem causou a primeira colisão na traseira, desencadeando os
abalroamentos sucessivos, diz o voto do relator. Dessa forma, foi o veículo do segurado que deu causa ao
abalroamento na sua traseira, pois se sua paralisação foi abrupta, repentina e extraordinária, de tal modo que
acabou colidindo no veículo a sua frente, não era exigível que o veículo que lhe seguia conseguisse evitar o
abalroamento, prosseguiu o magistrado.
Não obstante se presuma culpado o motorista que colide na traseira, no caso em tela tal presunção cede ante
a culpa superlativa do segurado.
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19/07/2018 Presunção de culpa de quem colide em traseira não prevalece em caso de engavetamento no trânsito - Migalhas Quentes
Caso em que desfeita a presunção de culpa de quem colidiu na traseira, pois evidenciado que foi o
motorista do veículo segurado o desencadeador das colisões sucessivas.
APELAÇÃO IMPROVIDA.
APELAÇÃO CÍVEL
Nº 70044102861
APELANTE
A.M.R.M.
APELADO
ACÓRDÃO
Relator.
RELATÓRIO
Em suas razões de recurso, sustenta que o automóvel segurado trafegava pela Avenida Castelo Branco
quando colidiu na traseira do veículo que seguia na sua frente. Diz que, na sequência, o automóvel da
ré, que vinha atrás, colidiu na traseira do veículo segurado. Defende que o veículo da ré não mantinha
distância de segurança que lhe permitisse deter a marcha, em violação ao Código de Trânsito Brasileiro.
Alega que o motorista do automóvel da ré tinha ampla visibilidade do local. Aduz que o condutor do
veículo segurado não teve tempo de sinalizar a ocorrência do acidente. Afirma que o veículo da ré foi o
responsável pela colisão traseira. Por fim, pede o provimento do apelo e a reforma da sentença.
É o relatório.
VOTOS
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19/07/2018 Presunção de culpa de quem colide em traseira não prevalece em caso de engavetamento no trânsito - Migalhas Quentes
A seguradora ingressou em juízo pretendendo, em síntese, o ressarcimento das despesas havidas com o
conserto do veículo segurado, que se envolveu em acidente de trânsito com o automóvel da ré.
Ao que se infere dos autos, no dia 11 de agosto de 2007, por volta das 16h10min, o veículo segurado
trafegava pela Avenida Castelo Branco, em Porto Alegre/RS, quando se deparou com alguns veículos
parados na via, não conseguindo deter a marcha sem colidir na traseira do veículo que lhe precedia,
tendo, na sequência, sido abalroado na traseira pelo automóvel da ré.
“Veículo 1 parou bruscamente na avenida, devido a um acidente já ocorrido na pista. Veículo 2 parou
bruscamente atrás do veículo 1, não havendo colisão. Veículo A não conseguindo parar, colidiu na
traseira do veículo 2, onde esse foi projetado na traseira do veículo 1. Veículo B não conseguiu parar,
colidindo na traseira do veículo A.”
Ainda, na Comunicação de Ocorrência realizada pelo condutor do veículo da ré constou (fl. 44):
“O veículo B (Brava) acabara de abalroar os veículos placas INY5677 (de Carina Stumpf Bes) e
IDE5446 (de Ifrain Roque Maciel) vindo a parar no meio da pista central da via. Acionei os freios para
evitar o choque, mas ainda houve o choque do veículo A (Fiat Uno) com a traseira do veículo B, já
parado na pista.”
Nesse passo, ao que se infere dos autos, é incontroverso que os dois veículos que seguiam na frente
realizaram frenagem brusca, mas sem colidirem, tendo o veículo do segurado abalroado na traseira do
veículo que lhe precedia.
Em suma: foi o veículo segurado quem causou a primeira colisão na traseira, desencadeando os
abalroamentos sucessivos.
Dessa forma, foi o veículo do segurado que deu causa ao abalroamento na sua traseira, pois se a sua
paralisação foi abrupta, repentina e extraordinária, de tal modo que acabou colidindo no veículo a sua
frente, não era exigível que o automóvel que lhe seguia conseguisse evitar o abalroamento.
Assim, não obstante se presuma culpado o motorista que colide na traseira, no caso em tela tal
presunção cede ante a culpa superlativa do segurado.
A respeito do tema, Arnaldo Rizzardo aponta que “Na seqüência de colisões, o responsável é aquele
condutor que inicia o desencadeamento dos choques” (A reparação nos acidente de trânsito. 9ª ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. p. 290). No mesmo sentido Wladimir Valler, in Responsabilidade
Civil e Criminal nos Acidentes Automobilísticos, 1ª. ed., Julex Livros, 1981, p. 229: “Em princípio,
porém, o primeiro a colidir contra a traseira do veículo que seguia à sua frente, deve ser havido como
responsável pelo acidente.”
Ora, se o condutor do veículo segurado trafegava de maneira descurada, de tal modo que colidiu na
traseira do automóvel que lhe precedia, é evidente que desencadeou também a colisão na sua traseira,
motivo pelo qual não pode ser atribuída qualquer conduta culposa ao motorista que seguia atrás.
Nesse sentido:
IMPROVIDO. (Apelação Cível Nº 598113348, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Ulderico Ceccato, Julgado em 22/10/1998)
DES. BAYARD NEY DE FREITAS BARCELLOS (PRESIDENTE E REVISOR) - De acordo com o(a)
Relator(a).
DES. ANTÔNIO MARIA RODRIGUES DE FREITAS ISERHARD - De acordo com o(a) Relator(a).
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