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MARÍLIA – 2017
INTRODUÇÃO
A palavra “curadoria” tem origem no verbo “curar”, que pode significar tanto
cuidar de um ser vivo doente a fim de torná-lo saudável novamente, quanto cuidar
de uma obra de arte de forma adequada para manter suas características
preservadas pelo maior tempo possível. “Curar” e “curadoria” foram, também,
transportados para o universo dos museus, sendo um curador aquele que seleciona
as obras que farão parte de uma exposição, de acordo com seu tema. Por sua
polissemia, no universo da Ciência da Informação, a palavra “curadoria” passou a
integrar novos conceitos, como o de “curadoria de conteúdos”, “curadoria digital” e
“curadoria de dados abertos”.
Curadoria de conteúdos é a que mais se assemelha à curadoria executada no
universo museológico. Trata-se da escolha de documentos ou objetos, bibliográficos,
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http://defciencia.iula.upf.edu/Microscopi
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http://defciencia.iula.upf.edu/
arquivísticos ou museológicos, em suportes analógicos ou digitais, que farão parte
de uma coleção ou exposição, em espaços físicos ou virtuais. A curadoria de
conteúdos adquire uma relevância especial no universo digital, pois a aparente
infinidade de espaços de armazenamento dos suportes digitais faz com que não
haja uma seleção adequada dos objetos digitais que devem necessariamente ser
armazenados, o que resulta numa quantidade excessiva de dados armazenados
sem necessidade. Não se deve confundir curadoria de conteúdos com a curadoria
digital.
Grande parte dos pesquisadores que se ocupam de questões de curadoria
digital está ligada a uma instituição britânica intitulada Digital Curation Center 3
(DCC). Seu trabalho é investigar e fornecer soluções para problemas comuns
enfrentados pelas instituições que produzem e armazenam informações em suportes
digitais e que precisam preservá-las pelo maior tempo possível, sem afetar sua
autenticidade e integralidade e, ainda, fornecer acesso adequado a elas. Esses
problemas envolvem: a dificuldade da preservação da informação digital frente à
chamada obsolescência tecnológica - o processo de substituição de tecnologias
atuais por inovações que ocasionam dificuldades de acesso a documentos
produzidos com tecnologias tornadas obsoletas; a fragmentação dos processos que
constituem o ciclo de vida dos objetos digitais – produção, armazenamento,
representação, atribuição de metadados, avaliação, preservação, disponibilização e
disseminação da informação – o que resulta na dificuldade de realizar esses
processos de acordo com o realizado nas etapas anteriores; a inexistência de um
planejamento de gerenciamento dos objetos digitais no momento de sua produção, o
que faz com que os processos realizados no ciclo de vida sejam dissociados e
inadequados.
Nesse contexto, a abordagem de ciclo de vida da curadoria digital é
recomendada por significar: um planejamento de gerenciamento do objeto digital
desde a sua produção, quando já são atribuídos a ele metadados de preservação
(informações destinadas a subsidiar ações de preservação, como a criação de
backups e conversões periódicas a formatos tecnológicos atualizados); atribuição de
metadados de organização e representação da informação (informações que
facilitam o acesso aos conteúdos); uma sistematização dos processos de
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http://www.dcc.ac.uk/
gerenciamento que perpassam o ciclo de vida do objeto digital, de forma interligada,
holística; a previsão de ações de avaliação periódica para evitar o armazenamento
de dados que poderiam ser descartados ou a perda de outros que deveriam ser
preservados. Tal abordagem pode ser graficamente representada da seguinte forma:
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http://defciencia.iula.upf.edu/ClubLexicografs
de diversas áreas do conhecimento, como educação, psicologia, línguas, linguística,
entre outras.
Uma vez que a plataforma Microscopi apresenta acesso aberto aos dados de
pesquisa coletados durante a execução do projeto, pode-se considerar o projeto
Jugando a Definir la Ciencia uma iniciativa de ciência aberta e, como tal, seus dados
de pesquisa devem contar com uma abordagem de curadoria digital adequada para
garantir o acesso, a preservação e a manutenção da integridade de seus dados para
acesso atual e futuro. Dessa forma, considera-se desejável a aplicação de uma
abordagem de curadoria digital para garantir a preservação, o acesso e o reuso
futuro desses dados de pesquisa.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ABBOT, D. What is digital curation? Digital Curation Centre, 2008. Disponível em:
<https://www.era.lib.ed.ac.uk/bitstream/handle/1842/3362/Abbott%20What%20is%20
digital%20curation_%20_%20Digital%20Curation%20Centre.pdf?sequence=2>.
Acesso em: 18 maio 2016.
ALBAGLI, S. Ciência aberta em questão. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A.
H. (Org.). Ciência aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio.
p. 09–26. Disponível em: <http://livroaberto.ibict.br/handle/1/1060>. Acesso em: 25
abr. 2017.
ESTOPÀ, R.; GAYA, M. C.. El Club Lexic y el Microscopio, plataformas en línea para
construir diccionarios científicos colaborativos en un proyecto universidad-escuela.
In: IV Congreso Internacional UNIVEST, 2013, Girona. Anais eletrônicos... Girona:
UdG, 2013. Disponível em: < http://dugi-doc.udg.edu/handle/10256/8140>. Acesso
em: 20 mar. 2016.
MACHADO, J. Dados abertos e ciência aberta. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.;
ABDO, A. H. (Org.). Ciência aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de
Janeiro: Unirio. p. 201-228. Disponível em: <http://livroaberto.ibict.br/handle/1/1060>.
Acesso em: 25 abr. 2017.