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Raça Ou Classe. Sobre A Desigualdade Brasileira
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Raça Ou Classe. Sobre A Desigualdade Brasileira
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Lua Nova
ISSN: 0102-6445
luanova@cedec.org.br
Centro de Estudos de Cultura Contemporânea
Brasil
Souza, Jessé
Raça ou classe? Sobre a desigualdade brasileira
Lua Nova, núm. 65, agosto, 2005, pp. 43-69
Centro de Estudos de Cultura Contemporânea
São Paulo, Brasil
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=67313614003
Como citar este artigo
Número completo
Sistema de Informação Científica
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*ESS£ 3OUZA
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*ESS£ 3OUZA
/ TEMA DA RELA ÎO ENTRE PRECONCEITO RACIAL E DESIGUALDA
DE SOCIAL ENTRE NØS TEM LONGA E VENERÉVEL TRADI ÎO !O MES
MO TEMPO COMO MOSTRA A RECENTE DISCUSSÎO PÞBLICA SOBRE
COTAS NAS UNIVERSIDADES CONFUSÎO INSEGURAN A E DESORIEN
TA ÎO DEMONSTRAM QUE ESTE TEMA ESTÉ LONGE DE SER ASSUNTO
PACÓlCO ! MEU VER ESSA CONFUSÎO SE RELACIONA TAMBÏM AO
MODO COMO O ASSUNTO VEM SENDO TRATADO NO DEBATE ACADÐ
MICO 2ElRO
ME Ì CONFUSÎO ENTRE AS DIMENSÜES EMPÓRICAS E
TEØRICAS DO TEMA E AS CONSEQàÐNCIAS DELETÏRIAS PARA A COM
PREENSÎO DESTE FENÙMENO NAS PRÉTICAS DAÓ DECORRENTES $OIS
ASPECTOS SALTAM AOS OLHOS DE QUEM ANALISA O DEBATE CORREN
TE SOBRE ESTE TEMA ENTRE NØS
/ PRIMEIRO DIZ RESPEITO Ì ÐNFASE EM TRABALHOS EMPÓ
RICOS DESTINADOS A DEMONSTRAR A SOBRE
REPRESENTA ÎO DOS
NEGROS EM TODOS OS ÓNDICES SOCIAIS NEGATIVOS %MBORA SEJA
NECESSÉRIO ANTES DE TUDO RECONHECER A IMPORTÊNCIA OPOR
0ARTO DO PRESSUPOSTO DE QUE A ESFERA POLÓTICA REAGIU NESTA QUESTÎO COMO
EM TANTAS OUTRAS Ì PROBLEMATIZA ÎO DO TEMA POR PARTE DE INTELECTUAIS SEJA EM
ARTICULA ÎO SEJA EM OPOSI ÎO AO MOVIMENTO NEGRO ORGANIZADO
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
TUNIDADE E PIONEIRISMO DESTE TIPO DE INVESTIGA ÎO TAMBÏM
SE FAZ NECESSÉRIO CIRCUNSCREVER OS SEUS LIMITES ! CONCOMI
TÊNCIA ENTRE OS DOIS FENÙMENOS MOSTRA SEM DÞVIDA UMA
CORRELA ÎO ENTRE ELES MAS NÎO hEXPLICAv POR QUE E COMO
ESTA CORRELA ÎO SE DÉ NEM TAMPOUCO ESCLARECE O PAPEL
RELATIVO DA VARIÉVEL RACIAL NA PRODU ÎO DA DESIGUALDADE /
RESULTADO DESTE TIPO DE INVESTIGA ÎO EMPÓRICA REPRESENTA
PORTANTO UMA QUESTÎO EM ABERTO QUE EXIGE TRABALHO INTER
PRETATIVO POSTERIOR E NÎO O QUE ACREDITO SEJA A SUPOSI ÎO DE
MUITOS A hRESPOSTAv A EXPLICA ÎO ANALÓTICA E CONCEITUAL DO
FENÙMENO ! CONFUSÎO ENTRE ESTES DOIS NÓVEIS DE ANÉLISE NO
ENTANTO CONFUSÎO ESTA DOMINANTE NA GRANDE IMPRENSA NA
MÓDIA EM GERAL NA DISCUSSÎO POLÓTICA E ATÏ NO AMBIENTE ACA
DÐMICO CRIA A ILUSÎO DE QUE A CAUSA DA DESIGUALDADE SOCIAL
BRASILEIRA Ï RACIAL E PONTO lNAL #OMO NÎO EXISTE APORTE
INTERPRETATIVO QUE ESPECIlQUE UMA HIERARQUIA DAS CAUSAS DA
DESIGUALDADE A VARIÉVEL RACIAL Ï PERCEBIDA TENDENCIALMENTE
COMO UM DADO ABSOLUTO E NÎO COMO UM DOS ELEMENTOS QUE
EXPLICAM A ESPECIlCIDADE DE NOSSA DESIGUALDADE
%M SEGUNDO LUGAR AINDA QUE INTIMAMENTE RELACIONA
DO AO PRIMEIRO ASPECTO CAUSA ESPÏCIE A ÐNFASE NO TEMA DAS
hRELA ÜES RACIAISv DESVINCULADAS DE UM QUADRO INTERPRETATI
VO MAIS AMPLO !INDA QUE SEJA DEFENSÉVEL A DIVISÎO DE TRABA
LHO INTELECTUAL QUE ESTE TIPO DE FRAGMENTA ÎO IMPLICA O QUE
NÎO ME PARECE DEFENSÉVEL Ï ISOLAR A VARIÉVEL RACIAL DO ESTUDO
#ARLOS (ASENBALG E .ELSON DO 6ALLE E 3ILVA SÎO DOIS EXPOENTES DESTA TRADI ÎO
QUE AJUDARAM A REPOR A QUESTÎO RACIAL NA ORDEM DO DIA ENTRE NØS
/S EXEMPLOS DESTA CONFUSÎO SÎO COTIDIANOS E REPETITIVOS ,EMBRO
ME DE UM
ARTIGO POR EXEMPLO NA COLUNA SEMANAL DO CIENTISTA POLÓTICO 3ÏRGIO !BRANCHES NA
6EJA CUJO CONTEÞDO ERA A INTERPRETA ÎO DA NOSSA DESIGUALDADE COMO TENDO COMO
CAUSA PRINCIPAL O DADO RACIAL %SSA INTERPRETA ÎO POR SUA hVISIBILIDADEv ALIADA Ì
CARÐNCIA DE UM DEBATE TEORICAMENTE SOlSTICADO SOBRE AS CAUSAS DA DESIGUALDADE
SOCIAL NO CONTEXTO PERIFÏRICO QUE POSSA SUPERAR AS ILUSÜES DO EMPIRICISMO
MERAMENTE QUANTITATIVO n O QUE OBVIAMENTE NÎO DEVE SER CONFUNDIDO COM
UMA CRÓTICA Ì INTEN ÎO EMPÓRICA QUE MARCA A SOCIOLOGIA n TORNA
SE CADA VEZ MAIS
DOMINANTE NAS CIÐNCIAS SOCIAIS BRASILEIRAS E POR EXTENSÎO TAMBÏM NO DEBATE
PÞBLICO
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
DAS CAUSAS DA DESIGUALDADE COMO FENÙMENO MAIS GERAL .ES
SE SENTIDO ACREDITO QUE O TEMA DA DESIGUALDADE SØ ADQUIRE
COMPREENSIBILIDADE SE VINCULADO AO TEMA DA ESPECIlCIDA
DE DE NOSSO PROCESSO DE MODERNIZA ÎO )SSO SIGNIlCA DIZER
QUE A DETERMINA ÎO DO PESO ESPECÓlCO DA VARIÉVEL RACIAL NO
TEMA MAIOR DA DESIGUALDADE SOCIAL COMO UM TODO EXIGE UM
QUADRO DE REFERÐNCIA TEØRICO AMPLO INCLUSIVO E TOTALIZADOR
! CONSTRU ÎO AINDA QUE PARCIAL E TENTATIVA DESTE REFE
RENCIAL TEØRICO EXIGE A MEU VER O RESGATE DO DEBATE ACERCA
DA OP ÎO CLASSERA A QUE MARCOU O DEBATE BRASILEIRO ACER
CA DESTA QUESTÎO EM MEADOS DO SÏCULO PASSADO / TEMA DA
IMPORTÊNCIA DA CLASSE SOCIAL TEM SIDO INJUSTAMENTE COLOCADO
EM UM PAPEL SECUNDÉRIO ENTRE NØS NO CONTEXTO DO DEBA
TE SOBRE A SINGULARIDADE DE NOSSA DESIGUALDADE COMO UMA
ESPÏCIE DE hRESÓDUO DO MARXISMO MECANICISTA E REDUTORv
E RELEGADO A UM SEGUNDO PLANO DE ANÉLISE !INDA QUE CON
CORDE COM A CRÓTICA AO REDUCIONISMO MARXISTA EM TODA A SUA
EXTENSÎO ESSE TIPO DE CRÓTICA ESQUECE MUITO FACILMENTE QUE
-ARX NÎO Ï O ÞNICO TEØRICO DAS CLASSES SOCIAIS E QUE CERTA
MENTE NÎO Ï O MAIS CRIATIVO E ATUAL NESTE TEMA
! CRÓTICA WEBERIANA AO CONCEITO DE CLASSE MARXISTA JÉ
NEGA O VÓNCULO DIRETO ESTABELECIDO POR -ARX ENTRE hSITUA ÎO
DE CLASSEv +LASSENLAGE E CERTO hINTERESSE DE CLASSEv 0ARA
7EBER Ï SEMPRE UMA QUESTÎO EMPÓRICA E ABERTA SABER
SE SE
ESTA CORRESPONDÐNCIA EFETIVAMENTE SE VERIlCA NÎO PODENDO
SER DECIDIDA A PRIORI 0ARA QUE ESTA CORRESPONDÐNCIA OCORRA
Ï NECESSÉRIO QUE EXISTA SUlCIENTE TRANSPARÐNCIA EM RELA ÎO
ÌS CAUSAS DA DESIGUALDADE PARA QUEM A SOFRE NEGATIVAMENTE
7EBER 3ABIDAMENTE 7EBER TAMBÏM ACRESCENTA AO
ASPECTO ECONÙMICO DA SITUA ÎO DE CLASSE O TEMA DA hSITUA ÎO
0ARECE SER GERAL ENTRE NØS A IMPRESSÎO DE QUE A ALUSÎO Ì CLASSE COMO
COMPONENTE PRINCIPAL DO PERTENCIMENTO SOCIAL ENVOLVE NECESSARIAMENTE O RAN O
REDUCIONISTA DO MARXISMO ! EXCELENTE RECENSÎO DESTA TRADI ÎO POR !NTÙNIO
3ÏRGIO 'UIMARÎES PARECE APONTAR NA MESMA DIRE ÎO 'UIMARÎES !NTÙNIO 3ÏRGIO
P
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
ESTAMENTALv 3TËNDISCHE ,AGE PARA DAR CONTA DE CARACTERÓSTI
CAS PARA ELE AINDA MARCADAS POR CONTEXTOS PRÏ
MODERNOS
+REIKEL MARCADOS PELA VALORIZA ÎO SOCIAL DA hHON
RAv 7EBER
0IERRE "OURDIEU VINCULA CRIATIVAMENTE AS HERAN AS MAR
XISTA E WEBERIANA NO TEMA CONFERINDO
LHES UM TOM ORIGINAL
E PESSOAL $E -ARX ELE RETIRA A TESE DA DETERMINA ÎO DE CLAS
SE DO COMPORTAMENTO HUMANO EM SOCIEDADE $E 7EBER
A NO ÎO DA BIDIMENSIONALIDADE DA ESTRATIlCA ÎO SOCIAL SOB
O CAPITALISMO SUBSTITUINDO O ASPECTO DA HONRA PELO TEMA
DO PRESTÓGIO ASSOCIADO AO CONHECIMENTO OU hCAPITAL CULTU
RALv COMO ELE PREFERE !O UNIR AMBOS OS PRINCÓPIOS E INTER
RELACIONÉ
LOS AO CONTRÉRIO DE 7EBER POR EXEMPLO QUE CRIA
UMA DISJUNTIVA ENTRE A ESTRATIlCA ÎO POR STATUS E PELA SITUA
ÎO ECONÙMICA "OURDIEU CONSTRØI UMA NO ÎO DE ESTRATIl
CA ÎO SOCIAL QUE COMBINA OS ASPECTOS ECONÙMICOS E SØCIO
CULTURAIS E VINCULA A SITUA ÎO DE CLASSE A UMA hCONDU ÎO DA
VIDAv ESPECÓlCA %STA hCONDU ÎO DA VIDAv REPRESENTA UMA
DADA ATITUDE EM RELA ÎO AO MUNDO EM TODAS AS DIMENSÜES
SOCIAIS NÎO SE RESTRINGINDO PORTANTO Ì SUBESFERA ECONÙMI
CA 3ERÉ ESTA CONDU ÎO DA VIDA ESPECÓlCA OU SEJA A DIMEN
SÎO WEBERIANA DO STATUS QUE PERMITIRÉ CONSTITUIR LA OS OBJE
TIVOS DE SOLIDARIEDADE POR UM LADO E DE PRECONCEITO POR
OUTRO 3ERÉ TAMBÏM ESTA CONDU ÎO DA VIDA OU ATITUDE EM
RELA ÎO AO MUNDO QUE PROPICIARÉ A JUSTIlCA ÎO DE PRIVILÏ
GIOS AO PERMITIR QUE ESTES hAPARE AMv COMO QUALIDADES INA
TAS DOS INDIVÓDUOS E NÎO COMO SOCIALMENTE DETERMINADOS
%STA CONCEP ÎO hSØCIO
CULTURALv 0ETER
-àLLER
DE CLASSE FAZ TODA A DIFEREN A POR OPOSI ÎO A UM CONCEI
TO ECONOMICISTA DE CLASSE PRECISAMENTE POR APONTAR PARA
FATORES hEXTRA
ECONÙMICOSv EXISTENCIAIS MORAIS E POLÓTICOS
SUBLIMINARES E SUBCONSCIENTES QUE CONSTROEM E PERMITEM
UM PADRÎO DE DESIGUALDADE QUE Ï O ÞNICO POSSÓVEL NO CON
TEXTO DE IGUALDADE FORMAL E DE DEMOCRACIA ABERTA TÓPICOS
DA MODERNA SOCIEDADE CAPITALISTA UM PADRÎO QUE PRESSU
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
PÜE OPACIDADE E INTRANSPARÐNCIA AO ESCONDER A FONTE SOCIAL
E PORTANTO hCONSTRUÓDAv DA DESIGUALDADE ! DESIGUALDADE
PASSA A SER JUSTIlCADA E NATURALIZADA NA MEDIDA EM QUE Ï
PERCEBIDA COMO RESULTADO DO hMÏRITOv E PORTANTO COMO
PRODUTO DE QUALIDADES INDIVIDUAIS
! QUESTÎO CENTRAL AQUI PARECE
ME PORTANTO SE REFERIR
A UMA DISCUSSÎO DOS PRESSUPOSTOS CULTURAIS E SOCIAS DA HIE
RARQUIA MORAL EFETIVAMENTE PREVALECENTES NAS SOCIEDADES
OCIDENTAIS TANTO CENTRAIS QUANTO PERIFÏRICAS COMO VEREMOS
AQUÏM E ALÏM DA APREGOADA CENTRALIDADE DA CATEGORIA DA
IGUALDADE COMO FUNDAMENTO DA LEGITIMA ÎO POLÓTICA EXPLÓ
CITA DESSAS SOCIEDADES %M #HARLES 4AYLOR A RECONSTRU ÎO
DESTA HERAN A TEØRICA E HISTØRICA SE CONSUMA SOB A FORMA
DE UMA GENEALOGIA DA HIERAQUIA MORAL SUBJACENTE AO RACIONALISMO
OCIDENTAL %MBORA ESTE SUBSTRATO MORAL ESTEJA PRESENTE EM
TODAS AS COMUNIDADES HUMANAS IMPORTA PERCEBER EM CADA
CASO A ESPECIlCIDADE DE CADA HORIZONTE CULTURAL OU CIVILI
ZACIONAL PARTICULAR %STE Ï O DESAlO QUE SE IMPÜE 4AYLOR
NO SEU !S FONTES DO SELF ! ESTRATÏGIA DE 4AYLOR Ï VIN
CULAR AS IDÏIAS E VISÜES DE MUNDO DESTINADAS A SE TORNAREM
DOMINANTES NO /CIDENTE Ì SUA INSTITUCIONALIZA ÎO /U SEJA
LONGE DE FAZER UMA hHISTØRIA DAS IDÏIASv O QUE LHE INTERESSA
Ï PERCEBER AS CONDI ÜES QUE LHE PERMITEM ElCÉCIA SOCIAL
$AÓ SEU EMPREEENDIMENTO SER A MEU VER CENTRAL PARA AS
CIÐNCIAS SOCIAIS
!O TENTAR RECONSTRUIR A HIERAQUIA VALORATIVA SUBJACENTE
AO RACIONALISMO OCIDENTAL E ÌS SUAS INSTITUI ÜES FUNDAMENTAIS
4AYLOR NA VERDADE ESTÉ PENETRANDO TERRENO PIONEIRO +ARL
-ARX FOI O PRIMEIRO A SE REFERIR NÎO A UMA HIERAQUIA VALORA
TIVA IMPLÓCITA AO CAPITALISMO MAS ÌS SUAS CONSEQàÐNCIAS OU
SEJA Ì PRODU ÎO DE UMA hIDEOLOGIA ESPONTÊNEAv COMO SEU
EFEITO PECULIAR -AS EM -ARX A IDEOLOGIA ESPONTÊNEA DO
CAPITALISMO Ï PRODUTO DA DESCONTINUIDADE ENTRE PRODU ÎO E
CIRCULA ÎO DE MERCADORIAS CRIANDO A ILUSÎO DA VENDA DA MER
CADORIA FOR A DE TRABALHO PELO SEU JUSTO VALOR )NEXISTE NO
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
ENTANTO EM -ARX A TEMATIZA ÎO DO HORIZONTE MORAL E SIMBØ
LICO QUE SERVE DE SUBSTRATO E LEGITIMA ÎO ÌS INSTITUI ÜES FUN
DAMENTAIS DO CAPITALISMO MUITO ESPECIALMENTE DO MERCADO
/ ENFOQUE MARXISTA Ï SISTÐMICO E SE CONCENTRA NAS VIRTUALIDA
DES E CONTRADI ÜES DA PRØPRIA ESFERA ECONÙMICA
%M -AX 7EBER APESAR DE SUA QUESTÎO CENTRAL SER PRECI
SAMENTE A ESPECIlCIDADE DO RACIONALISMO OCIDENTAL TANTO NO
SEU ARCABOU O MATERIAL QUANTO SIMBØLICO ESTE AUTOR JAMAIS
CONSEGUE TEORIZAR CRISTALIZA ÜES MORAIS PARA ALÏM DAS ÏTICAS
RELIGIOSAS MATERIAIS QUE ESTUDA NA SUA SOCIOLOGIA DAS RELIGIÜES
&ORMAS DE DOTA ÎO DE SENTIDO SOCIAL DE CARÉTER NÎO RELIGIOSO
NÎO SÎO CONSIDERADAS ATÏ MESMO POR CONTA DE SEU PONTO DE
PARTIDA CATEGORIAL PRISIONEIRO DO INDIVIDUALISMO METODOLØ
GICO QUE O IMPELE A PERCEBER O INDIVÓDUO ATOR COMO FONTE
ÞLTIMA DE TODA ATRIBUI ÎO DE SIGNIlCADO E MORALIDADE
.ESSE CONTEXTO SE AS CONTRIBUI ÜES DOS CLÉSSICOS SÎO
ESCASSAS TAMBÏM AS PERCEP ÜES DOMINANTES NA CIÐNCIA
SOCIAL CONTEMPORÊNEA NEGAM A DENSIDADE SIMBØLICA E VALO
RATIVA DA DINÊMICA INSTITUCIONAL / NOVO APARATO INSTITUCIO
NAL COERCITIVO E DISCIPLINADOR DO MUNDO MODERNO ANTES DE
TUDO REPRESENTADO PELO COMPLEXO FORMADO POR MERCADO
E %STADO Ï PERCEBIDO COMO INCORPORANDO UM PRINCÓPIO
ABSTRATO MEDIDO POR CRITÏRIOS DE ElCIÐNCIA ³ DESTE MODO
QUE TANTO 0ARSONS QUANTO (ABERMAS POR EXEMPLO IRÎO
PERCEBER A PARTIR DO CONCEITO DE SISTEMA A A ÎO CONJUNTA
DESSE COMPLEXO INSTITUCIONAL E PLEITEAR UMA LØGICA NORMATI
VAMENTE NEUTRA COMO FUNDAMENTO DE SEU FUNCIONAMENTO
%SSE hNATURALISMOv DE GRANDE PARTE DA TRADI ÎO SOCIOLØGICA
REPETE NA DIMENSÎO DA REmEXÎO SISTEMÉTICA O MESMO EFEI
TO DE DESCONHECIMENTO AO QUAL ESTAMOS SUBMETIDOS NA VIDA
COTIDIANA SOB EFEITO DA IDEOLOGIA ESPONTÊNEA DO CAPITALIS
MO ATRAVÏS DA EXTRAORDINÉRIA ElCÉCIA DE SUAS INSTITUI ÜES
FUNDAMENTAIS COMO MERCADO E %STADO
0ARA SE AVAN AR NESTE TEMA FUNDAMENTAL HÉ QUE SE RECU
PERAR O SENTIDO DE BUSCA DE SIGNIlCADOS OPACOS IMPLÓCITA NA
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
DISCUSSÎO MARXIANA DA IDEOLOGIA ESPONTÊNEA DO CAPITALISMO
PARA ALÏM DO QUE O PRØPRIO -ARX FOI CAPAZ DE PERCEBER
$ESSE MODO PASSA A SER FUNDAMENTAL RECAPITULAR A NO ÎO
OCIDENTAL HEGEMÙNICA DE VIRTUDE PARA A QUASE TOTALIDADE
DOS PENSADORES MODERNOS E CONTEMPORÊNEOS CONTROLE DA
RAZÎO SOBRE EMO ÜES E PULSÜES IRRACIONAIS INTERIORIZA ÎO
PROGRESSIVA DE TODAS AS FONTES DE MORALIDADE E SIGNIlCADO
E ENTRONIZA ÎO CONCOMITANTE DAS VIRTUDES DO AUTOCONTROLE
AUTO
RESPONSABILIDADE VONTADE LIVRE E DESCONTEXTUALIZADA E
LIBERDADE CONCEBIDA COMO AUTO
REMODELA ÎO EM RELA ÎO A
lNS HETERÙNOMOS / QUE ESTÉ EM JOGO AQUI Ï UMA NO ÎO
HISTORICAMENTE CONSTRUÓDA E CULTURALMENTE CONTINGENTE
DE PERSONALIDADE E DE CONDU ÎO DA VIDA QUE VAI SEPARAR E
UNIR POR VÓNCULOS DE SOLIDARIEDADE E PRECONCEITO PESSOAS E
GRUPOS SOCIAIS EM SUPERIORES E INFERIORES SEGUNDO CRITÏRIOS
QUE PASSAM A DEVER SUA OBJETIVIDADE INCONTESTÉVEL AO FATO
DE ESTAR INSCRITOS NA LØGICA OPACA E INTRANSPARENTE DE FUN
CIONAMENTO DE %STADO E MERCADO
°S GERA ÜES QUE NASCEM JÉ SOB A ÏGIDE DAS PRÉTICAS DIS
CIPLINARIZADORAS JÉ CONSOLIDADAS INSTITUCIONALMENTE ESSE
MODELO CONTINGENTE ASSUME A FORMA NATURALIZADA DE UMA
REALIDADE AUTO
EVIDENTE QUE DISPENSA JUSTIlCA ÎO 2ESPON
DER AOS IMPERATIVOS EMPÓRICOS DE %STADO E MERCADO PASSA
A SER TÎO ØBVIO QUANTO RESPIRAR OU ANDAR .ÎO CONHECEMOS
NENHUMA OUTRA FORMA DE SER E DESDE A MAIS TENRA INFÊNCIA
FOMOS FEITOS E CONTINUAMENTE REMODELADOS E APERFEI OADOS
PARA ATENDER A ESTES IMPERATIVOS ³ ESSA REALIDADE QUE PER
MITE E CONFERE CREDIBILIDADE ÌS CONCEP ÜES CIENTÓlCAS QUE
DESCONHECEM A LØGICA NORMATIVA CONTINGENTE DESSES hSUB
SISTEMASv %LA ASSUME A FORMA DE QUALQUER OUTRA LIMITA ÎO
NATURAL DA EXISTÐNCIA COMO A LEI DE GRAVIDADE POR EXEM
PLO CONTRA A QUAL NADA PODEMOS FAZER
-AS SE QUISERMOS IR ALÏM DAS APARÐNCIAS E DAS ILUSÜES
OBJETIVAS DA VIDA COTIDIANA DEVEMOS SUSPEITAR DO DISCURSO
LEGITIMADOR QUE ESSAS INSTITUI ÜES FAZEM SOBRE SI MESMAS
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
OU SEJA COMO SE AS MESMAS FOSSEM ESTRUTURAS OBJETIVAS E
NEUTRAS QUE EXPRESSAM PRINCÓPIOS MERITOCRÉTICOS E IGUALITÉ
RIOS !lNAL SERÉ A NO ÎO DE DISCIPLINA E CONTROLE DO CORPO
E DE SUAS EMO ÜES E NECESSIDADES QUE PASSARÉ A DIFERENCIAR
IMPERCEPTIVELMENTE CLASSES SOCIAIS GÐNERO ETNIAS ETC
! LUTA ENTRE CLASSES E FRA ÜES DE CLASSE VAI SER DECIDIDA
POR ESSA OPOSI ÎO ENTRE A ALMA OU RAZÎO n COMO LØCUS DAS
VIRTUDES DAS CLASSES DOMINANTES E O CORPO n COMO LØCUS
DAS VIRTUDES DOMINADAS E AMBÓGUAS DAS CLASSES INFERIORES n
COMO lCA CLARO NA OPOSI ÎO ENTRE TRABALHO INTELECTUAL E TRA
BALHO MANUAL QUE TORNA LEGÓTIMO QUE EM SOCIEDADES COMO
A BRASILEIRA O TRABALHO INTELECTUAL SEJA REMUNERADO ATÏ
VEZES MAIS QUE O TRABALHO MANUAL 0OR QUE JAMAIS NOS PER
GUNTAMOS ACERCA DA LEGITIMIDADE DE TAMANHA DESIGUALDA
DE 0RECISAMENTE O FATO DA QUESTÎO JAMAIS CHEGAR A SER FOR
MULADA O QUE DEMONSTRA SEU CARÉTER NATURALIZADO ILUSTRA A
ElCÉCIA DA HIERARQUIA MORAL A QUAL ESTAMOS ALUDINDO )LUS
TRA TAMBÏM DE QUE MODO UMA CONCEP ÎO NÎO ECONOMICIS
TA DE CLASSE PERMITE ABRANGER OS ASPECTOS SØCIO CULTURAIS DE
CLASSIlCA ÎO NO CAPITALISMO E NOS CONFRONTAR COM REALIDA
DES E MÉSCARAS INCOMUNS DA DESIGUALDADE 4AMBÏM TODAS
AS OUTRAS HIERARQUIAS SOCIAIS QUE PRESSUPÜEM SUPERIORIDADE
E INFERIORIDADE OU A NO ÎO DE MELHOR OU PIOR COMO A OPO
SI ÎO HOMEMMULHER E BRANCO E NEGRO ADQUIREM ElCÉCIA A
PARTIR DA MESMA HIERARQUIA COMO VEREMOS MAIS TARDE
%SSE CONJUNTO ARTICULADO E REFERIDO MUTUAMENTE DE VIR
TUDES PASSA A SER COM SEU CRESCENTE ANCORAMENTO INSTITUCIO
NAL O !LFA E ½MEGA DA ATRIBUI ÎO DE RESPEITO E DE RECONHE
CIMENTO SOCIAL POR UM LADO E PRESSUPOSTO OBJETIVO DA PRØ
PRIA AUTO ESTIMA INDIVIDUAL POR OUTRO %LE Ï O PRESSUPOSTO
DA NO ÎO MODERNA DE DIGNIDADE TANTO NO SENTIDO DA NO ÎO
JURÓDICA DE CIDADANIA COMO Ï O PRESSUPOSTO OCULTO E OPACO
TAMBÏM DO RESPEITO ATITUDINAL 4AYLOR O QUAL Ï PRÏ
E ULTRAJURÓDICO E DECIDE ACERCA DO PRESTÓGIO RELATIVO ENTRE
INDIVÓDUOS E CLASSES )SSO SIGNIlCA QUE %STADO E MERCADO
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
A PARTIR DE SEUS ESTÓMULOS ESPECÓlCOS AO PERFAZEREM O VIR
TUAL MONOPØLIO DAS CHANCES DE VIDA DE QUALQUER INDIVÓDUO
OU CLASSE SOCIAL DECIDEM DE FORMA OPACA E INTRANSPARENTE
NESSA NOVA LEITURA DA PRODU ÎO DE UMA hIDEOLOGIA ESPONTÊ
NEA DO CAPITALISMOv QUEM SÎO OS CLASSIlCADOS E OS DESCLAS
SIlCADOS SOCIAIS #LASSIlCADOS COM OS PRÐMIOS EQUIVALENTES
EM SALÉRIO STATUS OCUPACIONAL E PRESTÓGIO RELATIVOS SÎO OS
INDIVÓDUOS QUE LOGRAM SE ADAPTAR ÌS DEMANDAS IMPLÓCITAS
DO COMPLEXO ESTADOMERCADO $ESCLASSIlCADOS POR OUTRO
LADO SÎO TODOS AQUELES QUE NÎO ATENDEM A ESSAS DEMANDAS
ADEQUADAMENTE E SÎO CASTIGADOS POR BAIXOS SALÉRIOS E BAIXO
RESPEITO SOCIAL
!O PLEITEARMOS QUE O MECANISMO DE CLASSIlCA ÎO OU
RECONHECIMENTO SOCIAL OPERA A PARTIR DE ESTRUTURAS PRÏ
REmEXIVAS E OPACAS Ì CONSCIÐNCIA COTIDIANA ESTAMOS TOMAN
DO PARTIDO POR CONCEP ÜES ANTI
RACIONALISTAS E ANTIINTELECTUA
LISTAS QUE PERCEBEM A PRODU ÎO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL E
A ATRIBUI ÎO DE RECONHECIMENTO COMO UM CØDIGO CIFRADO
/ CONCEITO DE HABITUS EM "OURDIEU PERMITE AO CONTRÉRIO
DA TRADI ÎO RACIONALISTA E INTELECTUALIZANTE ENFATIZAR TODO
O CONJUNTO DE DISPOSI ÜES CULTURAIS E INSTITUCIONAIS QUE SE
INSCREVEM NO CORPO E QUE SE EXPRESSAM NA LINGUAGEM COR
PORAL DE CADA UM DE NØS TRANSFORMANDO POR ASSIM DIZER
ESCOLHAS VALORATIVAS CULTURAIS E INSTITUCIONAIS FORMADAS NO
CONTEXTO FAMILIAR E ESCOLAR EM SIGNOS DE CARNE E OSSO
/ PRESSUPOSTO DESSA CONCEP ÎO REVOLUCIONÉRIA NO ÊMBI
TO DAS CIÐNCIAS SOCIAIS PERMITE UNIR ASSIM COMO FAZ 4AYLOR
EM TEXTO PARTICULARMENTE BRILHANTE 4AYLOR 7ITTGENS
TEIN E "OURDIEU 4AYLOR NA REALIDADE APROXIMA "OURDIEU E
7ITTGENSTEIN TENDO EM VISTA UM ASPECTO FUNDAMENTAL DE
SUA PRØPRIA TEORIA QUE Ï A TENTATIVA DE ROMPER E SUPERAR A
CONCEP ÎO MENTALISTA DA EXPERIÐNCIA SOCIAL %SSA CONCEP ÎO
MENTALISTA Ï REPRESENTADA PELO DUALISMO MENTE
CORPO OU
SEJA PELA IDÏIA DE QUE A MENTE Ï UMA ENTIDADE DISTINTA DO
CORPO EMBORA DE ALGUM MODO hHABITEv O CORPO COMO UM
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
hFANTASMA DENTRO DE UMA MÉQUINAv 3MITH $ESDE
$ESCARTES ESSA CONCEP ÎO TORNOU SE ALGO COMO A DOUTRINA
OlCIAL SOBRE A RELA ÎO MENTECORPO 0ARA 4AYLOR TANTO 7IT
TGENSTEIN QUANTO "OURDIEU LOGRARAM DESENVOLVER CONCEP
ÜES QUE AJUDAM A PERCEBER ESSA RELA ÎO FUNDAMENTAL DE UM
OUTRO MODO 4AYLOR DIZ hSE 7ITTGENSTEIN NOS AJUDOU
A QUEBRAR A SERVIDÎO lLOSØlCA DO INTELECTUALISMO "OURDIEU
COME OU A EXPLORAR COMO A CIÐNCIA SOCIAL DEVE SER REFEITA
DESDE QUE LIVRE DE SEU PONTO DE PARTIDA DISTORCIDOv !QUI O
INIMIGO COMUM Ï A TENDÐNCIA RACIONALISTA E INTELECTUALISTA
DOMINANTE SEJA NA lLOSOlA SEJA NAS CIÐNCIAS SOCIAIS %NQUAN
TO A TRADI ÎO INTELECTUALISTA NESSES DOIS CAMPOS DO CONHECI
MENTO TENDE A PERCEBER A COMPREENSÎO DE UMA REGRA SOCIAL
POR EXEMPLO COMO UM PROCESSO QUE SE CONSUMA NO NÓVEL
DAS REPRESENTA ÜES E DO PENSAMENTO ABSTRAINDO SEU COM
PONENTE CORPØREO E CONTEXTUAL TANTO 7ITTGENSTEIN QUANTO
"OURDIEU ENFATIZAM O ELEMENTO DA hPRÉTICAv
/BEDECER A UMA REGRA Ï ANTES DE TUDO UMA PRÉTICA
APRENDIDA E NÎO UM CONHECIMENTO ! hPRÉTICAv PODE SER
ARTICULÉVEL OU SEJA ELA PODE EXPLICITAR RAZÜES E EXPLICA ÜES
PARA O SEU SER DESTE MODO E NÎO DE QUALQUER OUTRO QUAN
DO DESAlADA A ISTO MAS NA MAIOR PARTE DAS VEZES ESSE PANO
DE FUNDO INARTICULADO PERMANECE IMPLÓCITO COMANDANDO
SILENCIOSAMENTE NOSSA ATIVIDADE PRÉTICA E ABRANGENDO MUITO
MAIS QUE A MOLDURA DAS NOSSAS REPRESENTA ÜES CONSCIENTES
%SSE PONTO DE PARTIDA SEMELHANTE DOS DOIS AUTORES NÎO Ï UM
ASPECTO CONTINGENTE SECUNDÉRIO OU SUPERlCIAL %LE REPRESEN
TA AO CONTRÉRIO O ÊMAGO MESMO DA NOVIDADE RADICAL DESTES
AUTORES NO DEBATE CONTEMPORÊNEO 4ODO O ESFOR O CRÓTICO DE
AMBOS Ï DIRIGIDO Ì CRÓTICA DAS CONCEP ÜES lLOSØlCAS OU SOCIO
LØGICAS QUE ABSTRAEM INDEVIDAMENTE DO COMPONENTE RADICAL
MENTE SITUADO E CONTEXTUAL DA A ÎO HUMANA
/ QUE "OURDIEU TEM EM MENTE Ï A FORMA ÎO DE UM
HABITUS DE CLASSE PERCEBIDO COMO UM APRENDIZADO NÎO
INTENCIONAL DE DISPOSI ÜES INCLINA ÜES E ESQUEMAS AVALIA
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
TIVOS QUE PERMITEM AO SEU POSSUIDOR PERCEBER E CLASSIlCAR
NUMA DIMENSÎO PRÏ
REmEXIVA SIGNOS OPACOS DA CULTURA LEGÓ
TIMA %SSES lOS INVISÓVEIS INTERLIGAM E CIMENTAM TANTO AlNI
DADES E SIMPATIAS CONSTITUINDO TANTO AS REDES DE SOLIDARIE
DADES QUANTO REJEI ÜES POR ANTIPATIAS SOLDADAS PELO PRECON
CEITO DE CLASSE COR OU GÐNERO "OURDIEU
-AS FALTA Ì NO ÎO DE HABITUS EM "OURDIEU QUALQUER
CARÉTER DIACRÙNICO E HISTØRICO E PORTANTO QUALQUER PREOCU
PA ÎO COM O TEMA FUNDAMENTAL DO APRENDIZADO VALORATIVO
APENAS POSSÓVEL DE SER TEMATIZADO EM PERSPECTIVA HISTØRICA
!SSIM GOSTARIA DE PROPOR UMA SUBDIVISÎO INTERNA Ì CATEGO
RIA DO HABITUS DE TAL MODO A CONFERIR
LHE UM CARÉTER HISTØ
RICO MAIS MATIZADO INEXISTENTE NA ANÉLISE BOURDIEUSIANA
E ACRESCENTAR PORTANTO UMA DIMENSÎO GENÏTICA E DIACRÙ
NICA Ì TEMÉTICA DA CONSTITUI ÎO DO HABITUS !SSIM AO INVÏS
DE FALARMOS APENAS DE HABITUS GENERICAMENTE APLICANDO
O
A SITUA ÜES ESPECÓlCAS DE CLASSE NUM CONTEXTO SINCRÙNICO
COMO FAZ "OURDIEU ACHO MAIS INTERESSANTE E RICO PARA
MEUS PROPØSITOS FALAR DE UMA hPLURALIDADE DE HABITUSv QUE
SE CONSTITUEM HISTORICAMENTE
%STE FOI CERTAMENTE O CASO DO QUE GOSTARIA DE CHAMAR
DE hHABITUS PRIMÉRIOv ! BURGUESIA COMO A PRIMEIRA CLAS
SE DIRIGENTE NA HISTØRIA QUE TRABALHA LOGROU ROMPER COM
A DUPLA MORAL TÓPICA DAS SOCIEDADES TRADICIONAIS BASEADAS
NO CØDIGO DA HONRA E CONSTRUIR PELO MENOS EM UMA MEDI
DA APRECIÉVEL E SIGNIlCATIVA UMA HOMOGENEIZA ÎO DE TIPO
HUMANO A PARTIR DA GENERALIZA ÎO DE SUA PRØPRIA ECONO
MIA EMOCIONAL COMO VIMOS n DOMÓNIO DA RAZÎO SOBRE AS
EMO ÜES CÉLCULO PROSPECTIVO AUTO
RESPONSABILIDADE ETC
n TRANSFORMANDO O COMPORTAMENTO ECONÙMICO EM MODELO
PARA TODO O COMPORTAMENTO HUMANO DIGNO DE RESPEITO E
RECONHECIMENTO
³ ESTA ECONOMIA EMOCIONAL MUITO ESPECÓlCA QUE CHAMO
DE HABITUS PRIMÉRIO PARA ALUDIR AO CONJUNTO DE DISPOSI ÜES
QUE FUNCIONAM COMO REFERÐNCIA OBJETIVA AO VALOR DIFEREN
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
CIAL DOS SERES HUMANOS DE FORMA OPACA E INTRANSPARENTE
E QUE A PARTIR DA SUA GENERALIZA ÎO EFETIVA PERMITE POR
EXEMPLO A EFETIVIDADE SOCIAL DA NO ÎO DE CIDADANIA NESSAS
SOCIEDADES HOMOGENEIZADAS EM MEDIDA SIGNIlCATIVA !PESAR
DESTE HABITUS SE REFERIR A hINDIVÓDUOSv ELE NÎO IMPLICA OBVIA
MENTE EM QUALQUER DEFESA DO hINDIVIDUALISMOv COMO VALOR
OU EM APORTES hLIBERAISv QUE PERCEBEM O INDIVÓDUO COMO
A FONTE DE TODO SENTIDO E MORALIDADE -UITO AO CONTRÉRIO
SÎO CONSENSOS SOCIAIS E MORAIS INARTICULADOS QUE ESTIPULAM
INDEPENDENTEMENTE DA VONTADE INDIVIDUAL SEU VALOR RELATI
VO / SUJEITO AQUI Ï TODA A SOCIEDADE E SEU NÞCLEO NORMATI
VO INARTICULADO E NÎO OS INDIVÓDUOS ATORES
! PARTIR DAÓ TORNA
SE COMPREENSÓVEL PORQUE Ï O TRABALHO
ÞTIL PRODUTIVO E DISCIPLINADO QUE PARECE ESTAR POR TRÉS DA
hAVALIA ÎO OBJETIVA DO VALOR RELATIVOv DE CADA QUAL TAMBÏM
NA DIMENSÎO POLÓTICA DA CIDADANIA 0ARA ALÏM DA LETRA LEGAL
DA REGRA DA IGUALDADE Ï APENAS A PERCEP ÎO NA DIMENSÎO
PRÏ
REmEXIVA EM QUE ESTAMOS NOS MOVIMENTANDO NESTE TEXTO
MEDIADA POR SIGNOS OPACOS MAS IMEDIATAMENTE COMPREEN
SÓVEIS POR TODOS POSTO QUE INSCRITOS NO CORPO NA FORMA DE
ANDAR FALAR ETC DE QUE ESTAMOS TRATANDO COM SUJEITOS QUE
SÎO SUPORTES DE UMA hÏTICA DO DESEMPENHOv ADEQUADA AO TRA
BALHO ÞTIL E PRODUTIVO QUE GARANTE SEU RECONHECIMENTO SOCIAL
NÎO SØ NA ESFERA ECONÙMICA MAS EM TODAS AS OUTRAS DIMEN
SÜES DA VIDA SOCIAL )SSO EXPLICA POR QUE UMA DONA DE CASA POR
EXEMPLO PASSE A TER UM STATUS SOCIAL OBJETIVAMENTE hDERIVADOv
OU SEJA SUA IMPORTÊNCIA E RECONHECIMENTO SOCIAL DEPENDEM
DE SEU PERTENCIMENTO A UMA FAMÓLIA OU A UM hMARIDOv %LA
SE TORNA NESTE SENTIDO DEPENDENTE DE CRITÏRIOS ADSCRITIVOS JÉ
QUE NO CONTEXTO MERITOCRÉTICO DA hIDEOLOGIA DO DESEMPENHOv
ELA NÎO POSSUIRIA VALOR AUTÙNOMO +RECKEL
/ USO QUE FA O DA CATEGORIA BOURDIESIANA DE HABITUS Ï CONSCIENTEMENTE
HETERODOXO E NÎO PLEITEIO QUALQUER RELA ÎO DE hlDELIDADEv EM RELA ÎO AO
APARATO CONCEITUAL DESTE AUTOR COM O QUAL INCLUSIVE NÎO COMPARTILHO
DIVERSOS PRESSUPOSTOS ANALÓTICOS
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
/ MESMO FENÙMENO EXPLICA TAMBÏM QUE VAI SER O
PODER LEGITIMADOR DESSA hIDEOLOGIA DO DESEMPENHOv QUE
IRÉ DETERMINAR AOS SUJEITOS E GRUPOS SOCIAIS EXCLUÓDOS DE
PLANO PELA AUSÐNCIA DOS PRESSUPOSTOS MÓNIMOS PARA UMA
COMPETI ÎO BEM SUCEDIDA NA DIMENSÎO ECONÙMICA OBJE
TIVAMENTE TAMBÏM SEU NÎO RECONHECIMENTO SOCIAL E SUA
AUSÐNCIA DE AUTO ESTIMA SEJA NA DIMENSÎO POLÓTICA SEJA NA
DIMENSÎO EXISTENCIAL E PRIVADA ³ ESSE FENÙMENO QUE GOS
TARIA DE CHAMAR DE CONSTITUI ÎO SOCIAL DE UM hHABITUS PRE
CÉRIOv QUE ATINGE PROPOR ÜES DE FENÙMENO DE MASSAS EM
SOCIEDADES PERIFERICAMENTE MODERNIZADAS COMO O "RASIL
%STA PARECE ME CONSTITUIR A EFETIVA DISTIN ÎO ENTRE SOCIEDA
DES CENTRAIS E PERIFÏRICAS A PRODU ÎO EM MASSA DE UM ENOR
ME CONTINGENTE DE INADAPTADOS PERCEBIDOS ENQUANTO TAIS
POR MECANISMOS DE AVALIA ÎO SOCIAL PRÏ REmEXIVOS E OPACOS
MAS AO MESMO TEMPO PERCEPTÓVEIS POR TODOS NUMA DIMEN
SÎO CORPORAL E PRÏ REmEXIVA
)SSO IMPLICA QUE A hIDEOLOGIA DO DESEMPENHOv FUNCIO
NARIA ASSIM COMO UMA ESPÏCIE DE LEGITIMA ÎO SUBPOLÓTICA
INCRUSTADA NO COTIDIANO REmETINDO A ElCÉCIA DE PRINCÓPIOS
FUNCIONAIS ANCORADOS EM INSTITUI ÜES OPACAS E INSTRANSPAREN
TES COMO MERCADO E %STADO %LA Ï INTRANSPARENTE POSTO QUE
hAPARECEv Ì CONSCIÐNCIA COTIDIANA COMO SE FOSSE EFEITO DE
PRINCÓPIOS UNIVERSAIS E NEUTROS ABERTOS Ì COMPETI ÎO MERITO
CRÉTICA 3E MINHA ANÉLISE Ï CORRETA ESSE ESQUEMA INTERPRETA
TIVO PERMITIRIA EXPLICITAR TANTO A HIERARQUIA VALORATIVA E NOR
MATIVA SUBJACENTE AINDA QUE DE FORMA SUBLIMINAR E INTRANS
PARENTE AO FUNCIONAMENTO DE MERCADO E %STADO QUANTO A
FORMA PECULIAR ATRAVÏS DA QUAL ESSES SIGNOS OPACOS ADQUIREM
VISIBILIDADE SOCIAL AINDA QUE DE MODO PRÏ REmEXIVO
%SSE TIPO DE ABORDAGEM PERMITIRIA TAMBÏM DISCUTIR A
ESPECIlCIDADE DE SOCIEDADES PERIFÏRICAS COMO A BRASILEIRA
SEM APELAR PARA EXPLICA ÜES INTENCIONALISTAS E SUBJETIVISTAS
COMO NOS PARADIGMAS PERSONALISTAS OU PATRIMONIALISTAS QUE
SÎO OBRIGADAS A DEFENDER A EXISTÐNCIA UM NÞCLEO PRÏ MODER
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
NO PARA ESSAS SOCIEDADES DE MODO A TEMATIZAR SUAS MAZELAS
SOCIAIS %SSA EXPLICA ÎO ALTERNATIVA PARECE
ME MAIS CONVIN
CENTE NA MEDIDA EM QUE PERMITE TEMATIZAR MAZELAS SOCIAIS
COMO A NATURALIZA ÎO DA DESIGUALDADE OU A PRODU ÎO SOCIAL
MASSIlCADA DA SUBCIDADANIA SEM NEGAR IMPLICITAMENTE
COMO FAZEM AS EXPLICA ÜES PERSONALISTAS AINDA DOMINANTES
A COMPLEXIDADE E DINAMISMOS INEGÉVEIS DE UMA SOCIEDADE
PERIFÏRICA COMO A BRASILEIRA ³ PRECISAMENTE O DINAMISMO
DE INSTITUI ÜES IMPESSOAIS QUE REPRODUZEM UMA HIERAQUIA
IMPLÓCITA DO VALOR DIFERENCIAL DOS SERES HUMANOS QUE PER
MITE COMPREENDER A NATURALIZA ÎO SECULAR DE UMA DESIGUAL
DADE ABISSAL COMO A BRASILEIRA
! IDÏIA SIMPLES QUE PERCORRE TODO MEU ARGUMENTO NES
TE TEXTO Ï QUE MERCADO E %STADO NÎO SÎO APENAS GRANDEZAS
MATERIAIS REGIDAS POR CRITÏRIOS DE ElCÉCIA FORMAL MAS SIM
MATERIALIZA ÜES DE hCONCEP ÜES DE MUNDOv COM UMA HIE
RARQUIA MATERIAL PECULIAR E QUE ESTA Ï A FORMA ESPECIlCA
MENTE MODERNA DE CONSTRUIR DISTIN ÜES SOCIAIS E DE LEGITIMÉ
LAS !PESAR DA IDÏIA CENTRAL SER SIMPLES SUAS CONSEQàÐNCIAS
TEØRICAS SÎO INÞMERAS E DECISIVAS ! PARTIR DELA PODEMOS
POR EXEMPLO TER ACESSO A UMA NOVA CONCEP ÎO DO PROCESSO
DE MODERNIZA ÎO DE SOCIEDADES PERIFÏRICAS COMO A BRASILEI
RA -AX 7EBER NO lNAL DO SEU ESTUDO ACERCA DA RELIGIÎO DA
·NDIA AVAN A UMA INTUI ÎO A QUAL ME PARECE FUNDAMENTAL
PARA O NOSSO TEMA !O ANALISAR O CASO DO DESENVOLVIMENTO
DO CAPITALISMO NO *APÎO POR COMPARA ÎO COM O CASO HINDU
7EBER SALIENTA QUE A EXPANSÎO DO CAPITALISMO OU DO RACIO
NALISMO OCIDENTAL COMO ELE PREFERIA PARA A PERIFERIA DÉ
SE
TANTO MAIS PROFUNDAMENTE QUANTO MAIS O MODELO ASSUME A
FORMA DA EXPORTA ÎO DAS INSTITUI ÜES FUNDAMENTAIS DO /CI
DENTE COMO MERCADO COMPETITIVO E %STADO CENTRALIZADO
SOB A FORMA DE hARTEFATOS PRONTOSv 7EBER
3E ESTOU CORRETO ENTÎO A QUESTÎO PASSA A SER IDENTIlCAR
QUE CONCEP ÎO DE MUNDO Ï ESTA QUE Ï IMPORTADA DAS INSTI
TUI ÜES FUNDAMENTAIS DO MUNDO MODERNO PARA A PERIFERIA
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
1UE ESTAS INSTITUI ÜES TENHAM IMPOSTO SUA DINÊMICA APENAS
NO LONGO PRAZO NÎO INVALIDA O ARGUMENTO / RACIOCÓNIO SOCIO
LØGICO SE DIFERENCIA PRECISAMENTE POR PERMITIR CAPTAR DINÊMI
CAS DE DESENVOLVIMENTO DE LONGO PRAZO 3E ESTOU CERTO ISTO
SIGNIlCA QUE TODA UMA CULTURA E CONCEP ÎO DE MUNDO CON
TINGENTE ESTÉ ASSOCIADA Ì LØGICA INSTITUCIONAL DO CAPITALISMO
MODERNO 0ERCEBER ESTE ASPECTO CENTRAL Ï SUPERAR O TIPO DE
hESSENCIALISMO CULTURALISTAv TAMBÏM AINDA DOMINANTE ENTRE
NØS QUE DESVINCULA CULTURA DA ElCÉCIA INSTITUCIONAL QUE Ï
A ÞNICA INSTÊNCIA QUE PODE EXPLICAR DE QUE MODO CULTURA E
VALORES PODEM INmUENCIAR O COMPORTAMENTO HUMANO
! CONCEP ÎO DE MUNDO EXPORTADA PARA A PERIFERIA DO
CAPITALISMO Ï AQUELA QUE ANALISAMOS DETIDAMENTE ACIMA
MAS QUE SEMPRE VALE A PENA REPETIR CONTROLE DA RAZÎO SOBRE
EMO ÜES E PULSÜES IRRACIONAIS INTERIORIZA ÎO PROGRESSIVA DE
TODAS AS FONTES DE MORALIDADE E SIGNIlCADO E ENTRONIZA ÎO
CONCOMITANTE DAS VIRTUDES DO AUTOCONTROLE AUTO
RESPONSABI
LIDADE VONTADE LIVRE E DESCONTEXTUALIZADA E LIBERDADE CON
CEBIDA COMO AUTO
REMODELA ÎO EM RELA ÎO A lNS HETERÙNO
MOS ³ PRECISAMENTE ESTA NO ÎO HISTORICAMENTE CONSTRUÓDA
ALTAMENTE IMPROVÉVEL E CULTURALMENTE CONTINGENTE DE PER
SONALIDADE E DE CONDU ÎO DA VIDA QUE SE CONSTITUI NA %URO
PA ENTRE OS SÏCULOS 86)) E 86))) QUE PASSA A SER O NÞCLEO
DURO DA HIERARQUIA VALORATIVA INCRUSTADA DE FORMA OPACA E
INTRANSPARENTE NO FUNCIONAMENTO DESTAS INSTITUI ÜES FUNDA
MENTAIS %M OUTRAS PALAVRAS E WEBERIANAMENTE O PROTESTAN
TISMO ASCÏTICO QUE CONSTRØI ESSA NO ÎO CONTINGENTE E ÞNICA
DE AGÐNCIA HUMANA PASSA A TER AGORA COMO SUPORTE SECULAR
Ì LØGICA IMPESSOAL DE MERCADO E %STADO QUE REPRODUZ ATRA
VÏS DE ESTÓMULOS EMPÓRICOS COMO DINHEIRO E COER ÎO LEGAL O
MESMO TIPO DE INDIVÓDUO QUE ANTES A FÏ PRODUZIA
³ ESTA CONCEP ÎO DE SER HUMANO E ECONOMIA EMOCIO
NAL PECULIAR Ì CULTURA EUROPÏA QUE PORTANTO NADA TEM A VER
COM O PRECONCEITO NATURALISTA QUE VINCULA A hEUROPEIDADEv
A UM FENØTIPO OU TIPO FÓSICO DO INDIVÓDUO DE OLHOS AZUIS
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
E CABELOS LOIROS E QUE PODE PORTANTO TER COMO SUPORTE
MATERIAL MULATOS OU NEGROS COMO EFETIVAMENTE ACONTECE
NO 2IO DE *ANEIRO DA SEGUNDA METADE DO SÏCULO 8)8 QUE
SE IRÉ TRANSFORMAR NA CONCEP ÎO DOMINANTE DO VALOR DIFE
RENCIAL ENTRE OS SERES HUMANOS E GRUPOS SOCIAIS INTEIROS E
SEPARAR E UNIR POR VÓNCULOS DE SOLIDARIEDADE E PRECONCEITO
PESSOAS E GRUPOS SOCIAIS EM SUPERIORES E INFERIORES SEGUNDO
CRITÏRIOS QUE PASSAM A DEVER SUA OBJETIVIDADE INCONTESTÉVEL
AO FATO DE ESTAREM INSCRITOS NA LØGICA OPACA E INTRANSPAREN
TE DE FUNCIONAMENTO DE %STADO E MERCADO
/ LEITOR A ESTA ALTURA PODE MUITO BEM ESTAR SE PERGUN
TANDO COBERTO DE RAZÎO O QUE PRECISAMENTE ESTA RECONSTRU
ÎO ARGUMENTATIVA TEM A VER COM A ESPECIlCADE DO PRECON
CEITO RACIAL NO "RASIL E COM O PESO RELATIVO DA VARIÉVEL hCOR
DA PELEv NO TEMA DA SINGULARIDADE DE NOSSA DESIGUALDADE
³ QUE CONSIDERO QUE APENAS A PARTIR DESTA RECONSTRU ÎO
PODEMOS LEVAR NOSSA DISCUSSÎO PARA ALÏM DAS PSEUDO EVIDÐN
CIAS DO EMPIRICISMO NO TEMA RACIAL &OI A FALTA DESTE TRABALHO
CONCEITUAL ANTERIOR QUE DETERMINOU POR EXEMPLO AS AMBI
GàIDADES E AS CONTRADI ÜES INSOLÞVEIS QUE MARCAM A REmE
XÎO DE &LORESTAN NO SEU FUNDAMENTAL ! INTEGRA ÎO DO .EGRO
NA 3OCIEDADE DE #LASSES &ERNANDES & QUE ELE PRØPRIO
CONSIDERA SEU hMELHOR TRABALHOv &ERNANDES &
%STE PONTO Ï CENTRAL POSTO QUE SE Ï A REPRODU ÎO DE
UM hHABITUS PRECÉRIOv A CAUSA ÞLTIMA DA INADAPTA ÎO E MAR
GINALIZA ÎO DESSES GRUPOS COMO O PRØPRIO &LORESTAN PARECE
ACREDITAR PELO MENOS NA PARTE INICIAL DE SEU LIVRO NÎO Ï
hMERAMENTE A COR DA PELEv COMO CERTAS TENDÐNCIAS EMPI
6ER A DIMENSÎO DESCRITIVA DESTE ARGUMENTO EM &REYRE 'ILBERTO
&LORESTAN NA REALIDADE Ï INDECISO EM RELA ÎO AO PESO ESPECÓlCO DAS VARIÉVEIS
QUE ESTOU CHAMANDO DE CLASSE (ABITUS PRECÉRIO DA hRALÏv NEGRA E MULATA E DE
hRA Av %SSA AMBIGàIDADE NO ENTANTO Ï EXTREMAMENTE INTERESSANTE PARA MEUS
PROPØSITOS DE UMA RECONSTRU ÎO CRÓTICA DE SEU ARGUMENTO 0ARA UMA APRECIA ÎO
CRÓTICA EM DETALHE DA FUNDAMENTAL CONTRIBUI ÎO DE &LORESTAN A ESSA DISCUSSÎO VER
3OUZA *ESSÏ A E B
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
RICISTAS ACERCA DA DESIGUALDADE BRASILERA TENDEM HOJE A
INTERPRETAR 3E HÉ PRECONCEITO NESTE TERRENO E CERTAMEN
TE HÉ E AGINDO DE FORMA INTRANSPARENTE E VIRULENTA NÎO
Ï ANTES DE TUDO UM PRECONCEITO DE COR MAS SIM UM PRE
CONCEITO QUE SE REFERE A CERTO TIPO DE hPERSONALIDADEv OU
SEJA DE UM HABITUS ESPECÓlCO JULGADA COMO IMPRODUTIVA E
DISRUPTIVA PARA A SOCIEDADE COMO UM TODO
.OSSO CAMINHO ATÏ AQUI NOS PERMITE AGORA PERCEBER
QUE A HIERAQUIA MORAL INCRUSTRADA NA DINÊMICA INSTITU
CIONAL DO CAPITALISMO BASEADA COMO VIMOS NA OPOSI ÎO
MENTECORPO NÎO DETERMINA E LEGITIMA SIMPLESMENTE O
PRECONCEITO E A DESIGUALDADE DE CLASSE ATRAVÏS DA OPOSI ÎO
ENTRE TRABALHO INTELECTUAL E MANUAL %LA COMANDA TODAS AS
CLASSIlCA ÜES E DISTIN ÜES SOCIAIS NO CONTEXTO DA LEGITIMA
ÎO IMPESSOAL E OPACA DO CAPITALISMO 4AMBÏM A OPOSI ÎO
ENTRE OS GÐNEROS SEGUE O MESMO PADRÎO DA DISCRIMINA ÎO
DE CLASSE / HOMEM Ï DElNIDO COMO SUPERIOR EM RELA ÎO Ì
MULHER POR SER VISTO COMO PORTADOR DAS VIRTUDES INTELECTUAIS
E MORAIS SUPERIORES QUE CARACTERIZAM O DOMÓNIO DA MENTE
OU ALMA SOBRE AS NECESSIDADES ANIMAIS INFERIORES TÓPICAS DA
CORPORALIDADE
! MULHER POR OPOSI ÎO Ï PERCEBIDA COMO REPOSITÉRIA
DA SENSUALIDADE DOS AFETOS E DO MUNDO EMOCIONAL ASSOCIA
DO ÌS VIRTUDES AMBÓGUAS DA CORPORALIDADE ³ ESSA ASSOCIA
ÎO INCONSCIENTE E PRÏ REmEXIVA QUE A TORNA SUSPEITA AINDA
HOJE PARA EXERCER CARGOS DE COMANDO POR EXEMPLO $O
MESMO MODO A hRA A BRANCAv Ï ASSOCIADA Ì EUROPEIDADE
E SUA HERAN A CULTURAL DE CONTROLE DOS INSTINTOS E NECESSI
DADES CORPORAIS EM FAVOR DO AUTO CONTROLE E DISCIPLINA !
hRA A NEGRAv Ï CONSIDERADA INFERIOR PELA ASSOCIA ÎO AO hPRI
MITIVISMOv AFRICANO QUE Ï PERCEBIDO COMO REPOSITÉRIO DE
VALORES AMBÓGUOS COMO FOR A MUSCULAR E SENSUALIDADE
.ÎO Ï PORTANTO SE ESTOU CERTO O APEGO Ì HIERARQUIA
ANTERIOR QUE PRODUZ O RACISMO COMO TERMINA SENDO A CON
CLUSÎO DE &LORESTAN NO SEU LIVRO CITADO ANTERIORMENTE E O
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
TRANSFERE COMO hRESÓDUOv Ì ORDEM SOCIAL COMPETITIVA !l
NAL A ORDEM COMPETITIVA TAMBÏM NÎO Ï COMO VIMOS ANTES
hNEUTRAv NESTA DIMENSÎO DO PONTO DE PARTIDA MERITOCRÉTICO
COMO PARECE ESTAR IMPLÓCITO NO ARGUMENTO DE &LORESTAN !
ORDEM COMPETITIVA TAMBÏM TEM A hSUA HIERARQUIAv AINDA
QUE IMPLÓCITA OPACA E INTRANSPARENTE AOS ATORES E Ï COM
BASE NELA E NÎO EM QUALQUER hRESÓDUOv DE ÏPOCAS PASSADAS
QUE TANTO NEGROS QUANTO BRANCOS SEM QUALIlCA ÎO ADEQUADA
SÎO DESCLASSIlCADOS E MARGINALIZADOS DE FORMA PERMANENTE
.ÎO Ï Ì TOA NESSE SENTIDO QUE A LEGITIMA ÎO DA MARGI
NALIZA ÎO NOS DEPOIMENTOS COLIMADOS EM TODO O LIVRO PELO
AUTOR VENHA SEMPRE ACOMPANHADA DA MEN ÎO A ASPECTOS
CONSPÓCUOS DA HIERARQUIA VALORATIVA DO RACIONALISMO OCI
DENTAL MODERNO AUSÐNCIA DE ORDEM DISCIPLINA PREVISI
BILIDADE RACIOCÓNIO PROSPECTIVO ETC / CRITÏRIO OPERANTE
DE CLASSIlCA ÎODESCLASSIlCA ÎO ERA TÎO COLADO NA HIERAR
QUIA VALORATIVA IMPLÓCITA E IMPESSOAL DA NOVA ORDEM SOCIAL
QUE SE RECONHECIA EM VÉRIOS DEPOIMENTOS INCLUSIVE A COR
COMO ASPECTO SECUNDÉRIO #ONCEBIA SE POR EXEMPLO QUE
O NEGRO SE hMISTURASSE COM O BRANCO ATRASADO QUE ESTÉ Ì
SUA ALTURA MORAL INTELECTUALv &LORESTAN NO ENTANTO
PERMANECE PRESO Ì EXPLICA ÎO DOS hRESÓDUOSv E NÎO CONSE
GUE INCORPORAR VÉRIOS DESSES DEPOIMENTOS AO SEU QUADRO
EXPLICATIVO QUE SE TORNA CRESCENTEMENTE AMBÓGUO IMPRE
CISO E INCONCLUSIVO
5M OUTRO PONTO DE IMPRECISÎO QUE NO FUNDO DUPLICA A
AMBIGàIDADE EM RELA ÎO A OP ÎO CORHABITUS Ï A MEN ÎO A
COISAS COMO hMUNDO BRANCOv E hMUNDO NEGROv COMO SE FOS
SEM AMBOS REALIDADES ESSENCIAIS E INDEPENDENTES E COMO
SE A HIERARQUIA VALORATIVA QUE ARTICULASSE ESSA DISJUNTIVA NÎO
FOSSE NA REALIDADE ÞNICA E SUBORDINASSE TANTO hBRANCOSv
QUANTO hNEGROSv !PENAS A PARTIR DA EXPLICITA ÎO DA HIERAR
QUIA MORAL OPACA E INTRANSPARENTE A QUAL RECONSTRUÓMOS
ACIMA QUE Ï OPERADA PELA DINÊMICA DAS INSTITUI ÜES FUN
DAMENTAIS DO CAPITALISMO Ï QUE PODEMOS PERCEBER PRECI
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
SAMENTE EM QUAL CONTEXTO VALORATIVO E CLASSIlCATØRIO A COR DA
PELE FUNCIONA COMO ÓNDICE DE PRIMITIVIDADE PARA ALÏM DE
QUALQUER hCULTURALISMO ESSENCIALISTAv n POSTO QUE DESVINCULA
PRODU ÎO DE VALORES DE ElCÉCIA INSTITUCIONAL n QUE PERCEBE
A COR COMO hRESÓDUOv DE OUTRAS ÏPOCAS
.O CONTEXTO ESTAMENTAL E ADSCRITIVO DA SOCIEDADE ESCRA
VOCRATA A COR FUNCIONA COMO ÓNDICE TENDENCIALMENTE ABSO
LUTO DA SITUA ÎO SERVIL AINDA QUE ESTA TAMBÏM ASSUMISSE
FORMAS MITIGADAS COMO lCA CLARO NA EXPOSI ÎO DE &LORES
TAN .A SOCIEDADE COMPETITIVA A COR FUNCIONA COMO ÓNDICE
hRELATIVOv DE PRIMITIVIDADE n SEMPRE EM RELA ÎO AO PADRÎO
CONTINGENTE DO TIPO HUMANO DElNIDO COMO ÞTIL E PRODUTI
VO NO RACIONALISMO OCIDENTAL E IMPLEMENTADO POR SUAS INS
TITUI ÜES FUNDAMENTAIS n QUE PODE OU NÎO SER CONlRMADO
PELO INDIVÓDUO OU GRUPO EM QUESTÎO / PRØPRIO &LORESTAN
RELATA SOBEJAMENTE AS INÞMERAS EXPERIÐNCIAS DE INADAPTA
ÎO AO NOVO CONTEXTO DETERMINADAS EM PRIMEIRO PLANO POR
INCAPACIDADE DE ATENDER ÌS DEMANDAS DA DISCIPLINA PRODU
TIVA DO CAPITALISMO &ERNANDES &
.A REALIDADE PORTANTO NÎO Ï A CONTINUA ÎO DO PASSA
DO NO PRESENTE hINERCIALMENTEv QUE ESTÉ EM JOGO REALIDADE
ESTA DESTINADA A DESAPARECER COM O DESENVOLVIMENTO ECO
NÙMICO &ERNANDES & MAS A REDElNI ÎO hMODERNAv
DO NEGRO E DO DEPENDENTE OU AGREGADO BRASILEIRO RURAL E
URBANO DE QUALQUER COR COMO hIMPRESTÉVELv PARA EXERCER
QUALQUER ATIVIDADE RELEVANTE E PRODUTIVA NO NOVO CONTEX
TO QUE CONSTITUI O QUADRO DA NOVA SITUA ÎO DE MARGINALI
DADE .O PØLO POSITIVO Ï O MESMO FATO QUE TORNA POSSÓVEL
O n hEMBRANQUECIMENTOv DE INDIVÓDUOS NEGROS OU MULATOS
hEUROPEIZADOSv NO SENTIDO PRECISO DE ADO ÎO E INTERNALIZA
ÎO DE UMA ECONOMIA MORAL n QUE NÎO SE CONFUNDE COM
MEROS hBONS MODOSv n QUE Ï RESULTADO HISTØRICO E CONTIN
GENTE DA %UROPA ENQUANTO CIVILIZA ÎO ESPECÓlCA ³ PRECISA
MENTE PORQUE EM CONDI ÜES MODERNAS O PRECONCEITO RACIAL
Ï hRELATIVOv POSTO QUE DEPENDENTE E SECUNDÉRIO EM RELA
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
ÎO AO DADO PRIMÉRIO E MAIS IMPORTANTE DA INTERNALIZA ÎO
DA ECONOMIA EMOCIONAL QUE CARACTERIZAM AS CLASSES SOCIAIS
PRODUTIVAS E ÞTEIS NO CONTEXTO DO CAPITALISMO MODERNO
QUE Ï POSSÓVEL LITERALMENTE EM SOCIEDADES COMO A NOSSA
hEMBRANQUECERv
³ O MESMO FENÙMENO QUE TORNA COMPREENSÓVEL A TESE
DE /RACY .OGUEIRA ACERCA DO hPRECONCEITO DE MARCAv COMO
NOSSO MODO ESPECÓlCO DE MANIFESTAR PRECONCEITO RACIAL
POR OPOSI ÎO Ì DINÊMICA DO PRECONCEITO RACIAL DE ORIGEM
NORTE
AMERICANO .O TEXTO CLÉSSICO DE /RACY SOBRE O TEMA
.OGUEIRA O hPRECONCEITO DE MARCAv JÉ AMALGAMA
TRA OS FÓSICOS COMO A COR COM CARACTERÓSTICAS SOCIAIS DE PER
TENCIMENTO GRUPAL COMO COMPORTAMENTO SOCIAL E INSTRU
ÎO !PENAS O RESULTADO COMBINADO DOS DOIS FATORES DECIDE
ACERCA DA EXISTÐNCIA OU NÎO DA DISCRIMINA ÎO RACIAL .OGUEI
RA .ESSE CASO O DO PRECONCEITO DE MARCA TRATA
SE
DE UMA PRETERI ÎO RELATIVA QUE PERMITE PORTANTO FENÙME
NOS DE hEMBRANQUECIMENTO SOCIALv PARA OS INDIVÓDUOS QUE
EMBORA TENHAM COR NEGRA SÎO hEUROPEIZADOSv NO SENTIDO
DA INTERNALIZA ÎO DA ECONOMIA EMOCIONAL QUE Ï PRODUTO
HISTØRICO CONTINGENTE DA CULTURA EUROPÏIA JÉ DISCUTIDA NESTE
TEXTO .O CASO AMERICANO O EMBRANQUECIMENTO Ï IMPOSSÓVEL DADA
A EXCLUSÎO INCONDICIONAL DE TODO INDIVÓDUO QUE TENHA hSAN
GUE NEGROv EM SUA ASCENDÐNCIA SEM QUALQUER REFERÐNCIA A
TRA OS FÓSICOS
! ESTRATÏGIA CORRESPONDENTE AO hEMBRANQUECIMENTOv
WHITENING NO CASO AMERICANO Ï A hPASSAGEMv PASSING
QUANDO O INDIVÓDUO DE COR BRANCA DE ASCENDÐNCIA NEGRA
NEGA SISTEMATICAMENTE SUA ORIGEM 5MA DAS CAUSAS HISTØ
RICAS PARA A DIFEREN A NA PERCEP ÎO DO NEGRO EM CADA UMA
DAS SOCIEDADES ANALISADAS POR /RACY PARECE
ME DECORRER
.OGUEIRA /RACY P 5M BELO lLME RECENTE INTITULADO hREVELA ÜESv
E ESTRELADO POR !NTHONY (OPKINS NO PAPEL DE UM PROFESSOR UNIVERSITÉRIO QUE FEZ
O PASSING MOSTRA EXEMPLARMENTE O DRAMA EXISTENCIAL E SOCIAL DO PERSONAGEM
PRINCIPAL
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
DO DISTINTO PROCESSO HISTØRICO DE MODERNIZA ÎO NO "RASIL E
NOS %5! E DA INmUÐNCIA DESTE NA FORMA ÎO DOS RESPECTIVOS
hMITOS NACIONAISv / hMITO NACIONALv CUJO OBJETIVO PRIMOR
DIAL NÎO Ï SEU CONTEÞDO DE VERDADE MAS SIM SUA CAPACIDADE
DE CRIAR VÓNCULOS DE PERTENCIMENTO GRUPAL "ELLAH Ï
TALVEZ O COMPONENTE CENTRAL DE TODO PROCESSO DE .ATION
BUILDING DADO PRECISAMENTE SEU POTENCIAL DE CONSTRUIR E
CIMENTAR SOLIDARIEDADES A PARTIR DO COMPARTILHAMENTO DE
UMA hHISTØRIA COMUMv AINDA QUE FABRICADA MAIS OU MENOS
INTENCIONALMENTE COM ESTE OBJETIVO
.O CASO AMERICANO O NEGRO NÎO FAZ PARTE DO hMITO
NACIONALv DAQUELE PAÓS QUE SE PERCEBE COM TODA JUSTI A
COMO UMA DAS NA ÜES FUNDADORAS DA MODERNIDADE n JUN
TAMENTE COM &RAN A )NGLATERRA E UM POUCO MAIS TARDIA
MENTE A !LEMANHA n COMO MATRIZ CIVILIZATØRIA AUTÙNOMA
.O MITO FUNDADOR AMERICANO OS NEGROS SÎO PERCEBIDOS
COMO PARTICIPANTES TARDIOS E MARGINAIS -ARX O QUE
EXPLICA QUE ATÏ HOJE SEJAM TRATADOS POR INTELECTUAIS CON
SERVADORES E LIBERAIS COMO MEMBROS APARTADOS DA HISTØRIA
E DINÊMICA SOCIAL DAQUELE PAÓS .O CASO BRASILEIRO PAÓS DE
MODERNIZA ÎO TARDIA E EXØGENA OS NEGROS E MULATOS SEM
PRE PUDERAM SER ACEITOS COMO MEMBROS DA COMUNIDADE
NACIONAL DESDE QUE CONTRIBUIDORES EFETIVOS OU POTENCIAIS DO ESFOR
O MODERNIZADOR O GRANDE ELEMENTO GALVANIZADOR DA SOLI
DARIEDADE INTERNA BRASILEIRA DESDE A INDEPENDÐNCIA NACIO
NAL 0OR ISSO O NEGRO OU MULATO hEUROPEIZADOv SEMPRE
NO SENTIDO ESPECÓlCO QUE USO ESTE TERMO NESTE TRABALHO
PODE NO CONTEXTO BRASILEIRO hEMBRANQUECERv OU SEJA DES
FRUTAR DO RECONHECIMENTO SOCIAL QUE Ï ATRIBUTO ESPECÓlCO
DOS INDIVÓDUOS QUE SÎO PERCEBIDOS COMO PRODUTIVOS DISCI
PLINADOS E SOCIALMENTE ÞTEIS
1UASE DESNECESSÉRIO DIZER SE ESTE CAMPO DE REmEXÎO
NÎO FOSSE UM EXEMPLO CLÉSSICO DE PENSAMENTO CIENTÓlCO
COLONIZADO POR ELEMENTOS EMOCIONAIS POLÓTICOS E IRRACIO
NAIS DE TODA ESPÏCIE QUE AQUI PROCURO APENAS TENTAR EXPLI
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
CAR POR QUE FENÙMENOS SOCIAIS ACONTECEM COMO ACONTECEM
E NÎO DE QUALQUER OUTRO MODO E NÎO JULGÉ
LOS AVALIATIVA
MENTE -EU INTERESSE NÎO Ï PORTANTO hADAPTARv A REALIDA
DE SOCIAL A CERTAS VISÜES POLÓTICAS E MENOS AINDA DEFORMAR A
REALIDADE HISTØRICA A PARTIR DELAS %STOU CONVENCIDO QUE A
SOCIOLOGIA REALMENTE CRÓTICA NÎO SE CONSTRØI SOB O NÞCLEO DE
RESSENTIMENTO E DE FANTASIAS COMPENSATØRIAS QUE SÎO HOJE
APANÉGIO DE CERTAS ABORDAGENS hPOLITICAMENTE CORRETASv AS
QUAIS SUBSTITUEM EFETIVO APORTE ANALÓTICO POR INDIGNA ÎO MORAL
NÎO ACRESCENTANDO EM NADA PARA A COMPREENSÎO DO FENÙ
MENO E PORTANTO DAS SUAS CAUSAS EFETIVAS ! CRÓTICA SOCIAL
NÎO DEVE CELEBRAR O OPRIMIDO OU ROMANTIZAR SEU PASSADO E
SEU PRESENTE MAS VÐ
LO EM SUA MISÏRIA E NA GRANDEZA POS
SÓVEL DENTRO DELA DE MODO A QUE SE POSSA O QUE Ï APENAS
POSSÓVEL NESTE CONTEXTO TEMATIZAR AS CONDI ÜES PARA SUA
REDEN ÎO SOCIAL E POLÓTICA
%MBORA O TRABALHO DE /RACY AINDA QUE PIONEIRO E BRI
LHANTE SEJA DESCRITIVO OU SEJA ELE ELENCA AS DIFEREN AS NUM
CASO E NOUTRO SEM ANALISAR AS RAZÜES ESTRUTURAIS QUE PERMITI
RIAM EXPLICAR AS DIFEREN AS DE RESULTADO NOS DOIS CASOS SUAS
CONCLUSÜES SÎO IMEDIATAMENTE COMPREENSÓVEIS A PARTIR DA
DISCUSSÎO QUE EMPREENDEMOS ACERCA DO HABITUS COMO ELE
MENTO CLASSIlCADOR ENTRE NØS INDEPENDENTEMENTE DA COR /
PRECONCEITO NO "RASIL SERIA DE MARCA PRECISAMENTE PORQUE
A COR DA PELE OU TRA OS FÓSICOS SÎO ÓNDICES DE PRIMITIVIDADE
PASSÓVEIS DE SEREM hTORNADOS INVISÓVEIS SOCIALMENTEv DESDE
QUE O INDIVÓDUO DE COR SEJA PORTADOR DO HABITUS ADEQUADO
AO TRABALHO PRODUTIVO NAS CONDI ÜES DO MERCADO COMPETI
TIVO MODERNO 5M NEGRO OU MULATO INSTRUÓDO DISCIPLINA
DO INTELIGENTE E PRODUTIVO NESSE CONTEXTO TENDE A RECEBER
-UITO ILUSTRATIVO A ESTE RESPEITO Ï A CRÓTICA DE *ESSICA "ENJAMIN UMA DAS
MAIS IMPORTANTES E BRILHANTES FEMINISTAS CONTEMPORÊNEAS Ì POSTURA RESSENTIDA
DE ABORDAGENS FEMINISTAS QUE CELEBRAM E IDEALIZAM O OPRIMIDO ÌS CUSTAS DA
INVESTIGA ÎO CRITERIOSA DAS CAUSAS PROFUNDAS DO SEXISMO 6ER "ENJAMIN *ESSICA
P
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
UMA AVALIA ÎO SOCIAL POSITIVA DO MEIO INDEPENDENTEMENTE
DE SUA ASCENDÐNCIA OU TRA OS FÓSICOS
%STE FENÙMENO NÎO NEGA OBVIAMENTE A EXISTÐNCIA OU
A VIRULÐNCIA DO PRECONCEITO RACIAL %LE APENAS INDICA QUE
O MESMO Ï RELATIVO E DEPENDENTE DE UMA ESCALA DE VALORES
QUE EXISTE POR ASSIM DIZER POR TRÉS DA COR PERMITINDO SEPA
RAR ENTRE PESSOAS DE COR DIGNAS DE RECONHECIMENTO SOCIAL DE
OUTRAS INDIGNAS DO MESMO RECONHECIMENTO / QUE ME PARECE
IMPORTANTE AQUI EM TERMOS ANALÓTICOS Ï PERCEBER A EXISTÐNCIA
DE UM CØDIGO SOCIAL QUE SOBREDETERMINA O PRECONCEITO RACIAL
DEMOSTRANDO SEU CARÉTER SECUNDÉRIO VIS A VIS A HIERARQUIA VALO
RATIVA PRINCIPAL QUE TEM A VER COM UM CONCEITO SØCIO
CULTURAL
DE PERTENCIMENTO DE CLASSE QUE CONSTITUEM HABITUS RESPECTIVA
MENTE VALORIZADOS E DESVALORIZADOS SOCIALMENTE
.ESSE SENTIDO E ESTA Ï A PRINCIPAL TESE DESTE TRABALHO
A COR DA PELE Ï UM DADO SECUNDÉRIO NO CASO ESPECÓlCO DA
FORMA ÎO SOCIAL BRASILEIRA EM RELA ÎO AO HABITUS DE CLAS
SE )STO OBVIAMENTE NÎO SIGNIlCA DIZER QUE O PRECONCEITO
RACIAL NÎO EXISTA OU QUE SEJA DE IMPORTÊNCIA SECUNDÉRIA /
PRECONCEITO RACIAL Ï VIRULENTO E PERVERSO POSTO QUE FUNCIO
NA COMO ÓNDICE DE PRIMITIVIDADE ANTES DE QUALQUER CONTATO
SOCIAL / PRECONCEITO RACIAL DEVE SER COMBATIDO COMO POLÓ
TICA ESPECÓlCA EM QUALQUER ESFOR O DIRIGIDO E CONSEQàENTE
DE INCLUSÎO SOCIAL DE SETORES MARGINALIZADOS ENTRE NØS ³ DE
EXTREMA IMPORTÊNCIA NO ENTANTO POR RAZÜES TEØRICAS E PRÉ
TICAS QUE SE TENHA CLAREZA COM RELA ÎO Ì HIERAQUIA DAS CAUSAS
DA DESIGUALDADE ! CONFUSÎO ENTRE ESTES DOIS ASPECTOS DA DESI
GUALDADE DA CLASSE NO SENTIDO SØCIO
CULTURAL QUE ESTAMOS
DEFENDENDO E DO PRECONCEITO RACIAL Ï MUITAS VEZES OBSCU
RECIDA POR MOTIVOS hPOLÓTICOSv DADO QUE ACREDITA
SE A ATRI
BUI ÎO DA MARGINALIDADE DO NEGRO A CAUSAS OUTRAS QUE NÎO
A COR E O RACISMO EQUIVALERIA A ATRIBUIR A hCULPAv DA MESMA
Ì SUA VÓTIMA
/ CONTEÞDO POPULISTA DO hPOLITICAMENTE CORRETOv QUE
NA REALIDADE COLONIZA E SUBORDINA O VALOR CENTRAL DA CIÐNCIA
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
DE BUSCA INCONDICIONAL DA VERDADE EM FAVOR DE INTERESSES
POLÓTICOS QUE SE SUPÜEM INDISCUTÓVEIS E ACIMA DE QUALQUER
CRIVO CRÓTICO MOSTRA
SE AQUI EM TODA SUA ESSÐNCIA REATIVA
RESSENTIDA E CONSERVADORA /RA Ï PRECISAMENTE O ABANDONO
SECULAR DO NEGRO E DO DEPENDENTE DE QUALQUER COR Ì PRØ
PRIA SORTE A hCAUSAv ØBVIA DE SUA INADAPTA ÎO &OI ESTE ABAN
DONO QUE CRIOU CONDI ÜES PERVERSAS DE ETERNIZA ÎO DE UM
hHABITUS PRECÉRIOv QUE CONSTRANGE ESSES GRUPOS Ì UMA VIDA
MARGINAL E HUMILHANTE Ì MARGEM DA SOCIEDADE INCLUÓDA
0OR OUTRO LADO Ï NECESSÉRIO TER
SE CLAREZA TEØRICA E PRÉTI
CA ACERCA DAS CAUSAS REAIS DA MARGINALIZA ÎO ³ PRECISAMENTE
O TIPO DE EXPLICA ÎO QUE ENFATIZA COMO CAUSA PRIMEIRA DA
DESIGUALDADE O DADO SECUNDÉRIO DA COR n QUE PERMITIRIA
SUPOSTAMENTE ATRIBUIR A hCULPAv DA MARGINALIZA ÎO UNICA
MENTE AO PRECONCEITO n QUE JOGA ÉGUA NO MOINHO DA EXPLICA
ÎO ECONOMICISTA E EVOLUCIONISTA DE TIPO SIMPLES QUE SUPÜE
SER A MARGINALIZA ÎO ALGO TEMPORÉRIO MODIlCÉVEL POR ALTAS
TAXAS DE CRESCIMENTO ECONÙMICO AS QUAIS DE ALGUM MODO
OBSCURO TERMINARIA POR INCLUIR TODOS OS SETORES MARGINALIZA
DOS %STA EXPLICA ÎO AINDA Ï FRANCAMENTE DOMINANTE NOS
NOSSOS MEIOS INTELECTUAIS E POLÓTICOS FAZENDO COM QUE A ÞNICA
RESPOSTA Ì DESIGUALDADE E Ì hQUESTÎO SOCIALv ENTRE NØS SEJA DE
! MEU VER EXISTE UMA RELA ÎO INTERNA ENTRE A AUSÐNCIA DE APORTES
INTERPRETATIVOS QUE ATENTEM PARA A IMPORTÊNCIA DOS FATORES SØCIO
CULTURAIS E
O hFETICHISMO DA ECONOMIAv QUE GRASSA ENTRE NØS TANTO NA ACADEMIA QUANTO
NO DEBATE POLÓTICO ³ O FETICHISMO DA ECONOMIA QUE FAZ COM QUE ESPEREMOS
DO DESENVOLVIMENTO ECONÙMICO AQUILO QUE ELE NUNCA DEU n O "RASIL MESMO
FOI O PAÓS DE MAIOR DESENVOLVIMENTO ECONÙMICO DO GLOBO ENTRE E
SEM MUDAN A EFETIVAMENTE SIGNIlCATIVA NOS SEUS PADRÜES DE DESIGUALDADE
SOCIAL QUE CONTINUOU EXCLUINDO A MAIOR PARTE DA POPULA ÎO DOS BENEFÓCIOS
DA MODERNIZA ÎOn NEM VAI DAR ³ CLARO QUE ISSO TORNA TAREFA DE ECONOMISTAS
n QUE PELA MESMA RAZÎO SÎO OS INTERLOCUTORES PRIVILEGIADOS ENTRE NØS DA RELA ÎO
ESPECIALISTASPÞBLICO n EXPLICAR O QUE ELES NÎO SABEM NEM FORAM PREPARADOS
PARA SABER CONTRIBUINDO AO lM E A CABO PARA A POBREZA DO DEBATE POLÓTICO
ENTRE NØS ³ INTERESSANTE NOTAR QUE O ARGUMENTO DE QUE TUDO DEPENDE DO
CRESCIMENTO ECONÙMICO Ï RACIOCÓNIO DOMINANTE TAMBÏM ENTRE CIENTISTAS
SOCIAIS n LEMBRO
ME DE UMA INTERVEN ÎO DE 7ANDERLEY 'UILHERME DOS 3ANTOS
PRECISAMENTE COM ESTE TÓTULO hTUDO DEPENDE DO CRESCIMENTO ECONÙMICOv NO
JORNAL / 'LOBO DE ALGUNS MESES ATRÉS
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
CONTEÞDO TØPICO E ASSISTENCIALISTA !lNAL SE NÎO EXISTE UM
FOSSO EXISTENCIAL MORAL E POLÓTICO ENTRE INCLUÓDOS E EXCLUÓDOS
BASTA UMA PEQUENA AJUDA ECONÙMICA PERMANENTE OU PASSA
GEIRA PARA QUE SE RESOLVA A SITUA ÎO /U AINDA SE A DESIGUAL
DADE Ï hRACIALv E PONTO lNAL BASTA UMA POLÓTICA DE COTAS PARA
COMBATERMOS A DESIGUALDADE !SSISTENCIALISMO E POPULISMO
ESTÎO DE MÎOS DADAS NESTE CAMINHO
%SSE TIPO DE EXPLICA ÎO DESCURA DOS ASPECTOS MORAIS E
POLÓTICOS QUE SÎO IMPRESCINDÓVEIS A UMA REAL ESTRATÏGIA INCLU
SIVA %M NENHUMA DAS SOCIEDADES MODERNAS QUE LOGROU
HOMOGENEIZAR E GENERALIZAR EM MEDIDA SIGNIlCATIVA UM
TIPO HUMANO PARA TODAS AS CLASSES COMO UMA PRÏ
CONDI ÎO
PARA UMA EFETIVA E ATUANTE IDÏIA DE CIDADANIA CONSEGUIU
ESTE INTENTO COMO EFEITO COLATERAL UNICAMENTRE DO DESEN
VOLVIMENTO ECONÙMICO $ENTRE AS SOCIEDADES DESENVOLVIDAS
INCLUSIVE Ï A MAIS RICA DENTRE ELAS OS %5! A QUE APRESEN
TA MAIOR ÓNDICE DE DESIGUALDADE E EXCLUSÎO 3CALON
!S SOCIEDADES QUE LOGRARAM DE FORMA ElCAZ HOMOGENEIZAR
SUAS CONDI ÜES SOCIAIS EM MEDIDA SIGNIlCATIVA O lZERAM A
PARTIR DA DISSEMINA ÎO EFETIVA DE CONCEP ÜES MORAIS E POLÓ
TICAS INCLUSIVAS E IGUALITÉRIAS QUE PASSAM A FUNCIONAR COMO
hIDÏIAS
FOR Av NESSAS SOCIEDADES ³ A EXPLICA ÎO QUE ATRIBUI
A MARGINALIDADE DOS GRUPOS EXCLUÓDOS A hRESÓDUOSv A SEREM
CORRIGIDOS POR VARIÉVEIS ECONOMICAMENTE DERIVADAS n DOMI
NANTES NÎO SØ EM &LORESTAN MAS EM TODO O DEBATE NACIONAL
TEØRICO E PRÉTICO ACERCA DO TEMA DAS CAUSAS E DOS REMÏDIOS
DA DESIGUALDADE AINDA HOJE n QUE MELHOR CONTRIBUI PARA
SUA PERMANÐNCIA E NATURALIZA ÎO .ESSE SENTIDO O ESCLARE
CIMENTO TEØRICO E ANALÓTICO DAS HIERAQUIAS DA DESIGUALDADE
PODE AJUDAR E ILUMINAR POLÓTICAS PÞBLICAS CONCRETAS QUE
TENHAM EFETIVAMENTE INTERESSE DE SUPERAR O BINÙMIO ASSIS
TENCIALISMOPOPULISMO
.ÎO Ì TOA O %STADO MAIS POPULISTA DA FEDERA ÎO O 2IO DE *ANEIRO Ï O
CAMPEÎO DAS POLÓTICAS DE COTAS
,UA .OVA 3áO 0AULO
2A½A OU CLASSE 3OBRE A DESIGUALDADE BRASILEIRA
*ESS£ 3OUZA
Ï PROFESSOR DE #IÐNCIAS 3OCIAIS DA 5NIVERSIDADE %STADUAL
.ORTE &LUMINENSE 5%.&
2EFERãNCIAS "IBLIOGRÕlCAS
"%,,!( 2OBERT 4HE BROKEN COVENANT !MERICAN CIVIL RELIGION IN A TIME OF TRIAL
#HICAGO 4HE #HICAGO 5NIVERSITY 0RESS
"%.*!-). *ESSICA 4HE BONDS OF LOVE PSYCHOANALYSIS FEMINISM AND THE PROBLEM
OF DOMINATION .OVA 9ORK 0ANTHEON "OOKS
"/52$)%5 0IERRE 4HE LOGIC OF PRAXIS 3TANFORD 3TANFORD 5NIVERSITY 0RESS
&%2.!.$%3 &LORESTAN ! INTEGRA ÎO DO NEGRO NA SOCIEDADE DE CLASSES 6OL ) E ))
3ÎO 0AULO TICA
&%2.!.$%3 &LORESTAN ENTREVISTAS DO -!)3 3ÎO 0AULO 0UBLIFOLHA
&2%92% 'ILBERTO 3OBRADOS E MUCAMBOS 2IO DE *ANEIRO 2ECORD
'5)-!2Ä%3 !NT¯NIO 3£RGIO #LASSES RA AS E DEMOCRACIA ED 3ÎO 0AULO
+2%#+%, 2EINHAD 0OLITISCHE SOZIOLOGIE DER SOZIALEN UNGLEICHHEIT &RANKFURT
#AMPUS
-!28 !NTHONY -AKING RACE AND NATION ! COMPARIISONOF THE 5NITED 3TATES
3OUTH !FRICA AND "RASIL #AMBRIDGE #AMBRIDGE 5NIVERSITY 0RESS
./'5%)2! /RACY h0RECONCEITO RACIAL DE MARCA E PRECONCEITO RACIAL DE
ORIGEMv )N 4ANTO PRETO QUANTO BRANCO %STUDOS DE RELA ÜES RACIAIS 3ÎO 0AULO
1UEIROZ
0%4%2
-â%,,%2 (ANS 3OZIALSTRUKTUR UND LEBENSSTILLE &RANKFURT 3UHRKAMP
3#!,/. #ELI h7AHRNEHMUNG VON UNGLEICHHEITEN EINE INTERNATIONAL
VERGLEICHENDE ANALYSEv NO PRELO )N "25.+(/234 (AUKE #/34!
3£RGIO 3/5:! *ESS£ EDS $IE PERIPHEREN MODERNE &RANKFURT #AMPUS
3-)4( .ICHOLAS #HARLES 4AYLOR -EANING MORALS AND MODERNITY #AMBRIDGE
0OLITY 0RESS
3/5:! *ESS£ ! CONSTRU ÎO SOCIAL DA SUBCIDADANIA 0ARA UMA SOCIOLOGIA POLÓTICA
DA MODERNIDADE PERIFÏRICA -INAS 'ERAIS 5&-' A
????????????? .ÎO RECONHECIMENTO E SUBCIDADANIA OU O QUE Ï hSER
GENTE )N ,UA .OVA N B
4!9,/2 #HARLES h4O &OLLOW A 2ULEv )N #RAIG #ALHOUN %DWARD ,I0UMA
,UA .OVA 3áO 0AULO
*ESS£ 3OUZA
-OISHE 0OSTONE EDS "OURDIEU CRITICAL PERSPECTIVES #HICAGO 5NIVERSITY OF
#HICAGO 0RESS
????????????? 3OURCES OF THE SELF 4HE MAKING OF THE MODERN IDENTITY #AMBRID
GE (ARVARD 5NIVERSITY 0RESS
7%"%2 -AX $IE WIRTSCHAFTSETHIK DER WELTRELIGIONEN (INDUISMUS UND BUDDHIS
MUS 4àBINGEN *#" -OHR
????????????? 7IRTSCHAFT UND GESELLSCHAFT "ERLIN +IEPENHEUER UND
7ITSCH
,UA .OVA 3áO 0AULO
2ESUMOS !BSTRACTS
0!24% )
2!Ü! /5 #,!33% 3/"2% ! $%3)'5!,$!$% "2!3),%)2!
*%33 3/5:!
/ TEMA DA DESIGUALDADE NO "RASIL SØ PODE SER COMPREENDIDO
Ì LUZ DA ESPECIlCIDADE DE NOSSO PROCESSO DE MODERNIZA ÎO
)SSO SIGNIlCA DIZER QUE A DETERMINA ÎO DO PESO ESPECÓlCO
DA VARIÉVEL RACIAL EXIGE UM QUADRO DE REFERÐNCIA TEØRICO
AMPLO INCLUSIVO E TOTALIZADOR ! CONSTRU ÎO AINDA QUE
TENTATIVA DESSE REFERENCIAL TEØRICO EXIGE RESGATAR O DEBATE
BRASILEIRO ACERCA DESSA QUESTÎO EM MEADOS DO SÏCULO
PASSADO $EFENDE
SE AQUI QUE O PROBLEMA DA CLASSE SOCIAL
TEM SIDO INJUSTAMENTE RELEGADO NO CONTEXTO DO DEBATE
ACERCA DA SINGULARIDADE DE NOSSA DESIGUALDADE
0ALAVRAS
CHAVE 2A A #LASSE 3OCIAL $ESIGUALDADE 0ENSAMENTO
3OCIAL "RASILEIRO
2!#% /2 #,!33 /. 4(% "2!:),)!. ).%15!,)49
4HE SUBJECT OF INEQUALITY IN "RAZIL CAN ONLY BE UNDERSTOOD IN THE
LIGHT OF THE PARTICULARITY OF OUR MODERNIZATION PROCESS 4HIS MEANS
THAT THE CATCHING OF THE SPECIlC WEIGHT OF THE RACE FACTOR REQUIRES A
LARGE INCLUSIVE AND HOLISTIC THEORETICAL FRAMEWORK )T ALSO REQUIRES A
REASSESSMENT OF THE "RAZILIAN DEBATE ABOUT THAT ISSUE OCCURRED IN THE
MIDDLE OF THE LAST CENTURY 4HIS ARTICLE ARGUES THAT THE SOCIAL CLASS
PROBLEM HAS BEEN UNFAIRLY UNDERESTIMATED IF WE TAKE IN ACCOUNT THE
CONTEXT OF THE DEBATE ABOUT OUR INEQUALITY
+EYWORDS 2ACE 3OCIAL #LASS )NEQUALITY "RAZILIAN 3OCIAL 4HOUGHT
,UA .OVA 3áO 0AULO
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