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Resumo
O presente trabalho apresenta uma pesquisa histórica sobre Painéis Centrais de Mostradores
utilizados em automóveis. Para desenvolvimento do estudo foi realizado um levantamento
histórico de Painéis Centrais de Mostradores, visando analisar cronologicamente a evolução
das suas principais características técnicas e simbólicas. O processo de pesquisa aplicado foi
desenvolvido por meio das seguintes etapas: levantamento documental dos produtos desde
sua origem até os dias atuais; análise técnica e simbólica dos produtos levantados;
apresentação do estado da arte do produto e tendências. O trabalho possui o objetivo de
analisar a evolução e direcionar o projeto de novos Painéis Centrais de Mostradores.
Abstract
This paper presents a historical research of Car Dashboards. For the study development a
historical survey is applied, aiming to analyze the chronological development of product
technical and symbolical key factors. The applied research process is directed through the
following steps: build up of a documental survey of the products from its origins to the
present day; development of a technical and symbolic analysis of the products surveyed;
presentation of the state of the art and product future trends. The main objective of the
research is to analyze the product evolution and guide future designs of Car Dashboards.
Introdução
Procedimentos de Pesquisa
A história dos Painéis Centrais de Mostradores utilizados em carros (car clusters) está
diretamente ligada à história do automóvel. É necessário lembrar, quando nos referimos a este
componente, que o automóvel é uma máquina e quando este surgiu no final do século XIX a
relação automóvel/máquina era mais próxima, pois os carros da época ainda não possuíam
características simbólicas e estéticas como as apresentadas hoje.
É difícil encontrar um consenso de qual foi o primeiro automóvel construído, mas é
vastamente compreendido no meio automotivo que os primeiros automóveis com motor de
combustão interna foram feitos na Alemanha por Karl Benz e Gottlieb Daimler, em 1886
(LARICA, 2003).
Figura 1: Réplica do Benz Patent Motorwagen – Primeiro automóvel a gasolina. Criado e patenteado por Karl
Benz na Alemanha em 1886. (Fonte: PEREIRA, 2011)
Porém, algumas décadas depois, foi Henry Ford que revolucionou a maneira de
produção de automóveis em larga escala, introduzindo a linha de montagem. Nesse sistema o
chassi se movimentava pela fábrica e cada operário montava um só tipo de peça ou conjunto,
aumentando extraordinariamente a eficiência na produção.
Figura 2: Ford Modelo T, produzido por Henry Ford entre 1908 e 1927. (Fonte: MODELT, 2011)
Após a Segunda Guerra Mundial a economia dos Estados Unidos sofreu um grande
aquecimento, devido ao grande comércio de produtos e serviços com a Europa, que se
reconstruía após o conflito. Os produtos industriais daquele país refletiam o momento
econômico enfrentado, e possuíam características estéticas exageradas e extravagantes. Tanto
os carros da época como os seus Painéis Centrais de Mostradores, como podem observar na
figura 5, apresentam características estéticas que chamam atenção pelo exagero das formas.
Este modelo de Painel Central de Mostradores do Buick Super Sedan, de 1948, é
caracterizado pela forma arredondada dos mostradores, a textura cromada dos materiais
usados e as letras e números pintados em dourado. O uso de forma circular nos mostradores
com um ponteiro central que marca as seções divididas radialmente é uma característica
tecnológica da época, que era aplicada em mostradores de máquinas em geral desde o começo
da era industrial.
Passando pelo painel do Buick Super Sedan de 1948 e saltando para o final da década
de 1950 é possível observar, na figura 6, um Painel Central de Mostradores de um caminhão
da marca Chevrolet produzido nos Estados Unidos em 1959. Esse modelo de painel também
apresenta as características estéticas e tecnológicas usadas no modelo do Buick Super Sedan
de 1948 (figura 5). O aspecto cromado e a forma em V são características marcantes deste
painel.
Já na década de 1960, representado aqui pelo painel do Ford Falcon 1965 (figura 7), é
possível analisar paralelamente este com os outros dois apresentados anteriormente.
Realizando uma comparação pode-se observar um grande salto estético. Os modelos das
décadas de 40 e 50 apresentam o conjunto de mostradores separado, com vários círculos,
sendo cada um responsável por uma única função. Já no modelo de Painel Central de
Instrumentos do Ford Falcon de 1965 é claramente observado o agrupamento dos
mostradores. Outra característica importante de ser observada é a forma do velocímetro, que
assim como a forma total do painel, passa a ter formato horizontal, sendo os números
dispostos um ao lado do outro, formando uma linha reta. Outros dois mostradores laterais
ainda continuam com a forma circular anterior.
Nesta terceira etapa do trabalho será realizada uma análise do Estado de Arte do
produto. Esta análise foi feita por meio de levantamento dos Painéis Centrais de Mostradores
de automóveis fabricados atualmente. Também foi feita nesta etapa do produto algumas
considerações quanto as Tendências de Design para o produto. As imagens usadas neste
tópico para a avaliação do Estado da Arte e Tendências dos modelos de Painéis Centrais de
Mostradores foram obtidas através do portal Car Body Design (CAR BODY DESIGN, 2007),
que é um portal especializado em design automotivo.
Figura 10 – Painel Central de Mostradores do Honda Civic 2006. (Fonte: CAR BODY DESIGN, 2007)
Figura 11 – Painel Central de Mostradores do Maybach 2003. (Fonte: CAR BODY DESIGN, 2007)
Figura 12 – Painel Central de Mostradores do Porsche Cayman S 2006. (Fonte: CAR BODY DESIGN, 2007)
esportividade transmitida pela sua forma e a simetria total do painel. Outro ponto importante
neste modelo é o uso de instrumentos de formas circulares, com ponteiros como o principal
componente de transmissão de informação ao usuário. Essa característica pode ser definida
como de extrema tradição e conservadorismo do produto, que tem estes como valores
fundamentais para a marca Porsche. Sendo assim, o uso de displays digital não é usado
vastamente neste modelo.
Figura 13 – Painel Central de Mostradores do BMW Série 3 Cupê 2006. (Fonte: CAR BODY DESIGN, 2007)
A partir das análises feitas anteriormente foi constatado um grande paradoxo dos
Painéis Centrais de Mostradores atuais: a relação entre o analógico e o digital.
Vários modelos de painéis analisados neste trabalho apresentam um grande número de
mostradores digitais. Como exemplo extremo do uso de mostradores digitais, podemos citar
os modelos Citroën C3 e Citroën C6, ilustrados nas figuras 14 e 15. Estes dois painéis
utilizam uma grande quantidade de mostradores digitais, chegando a até a passar uma
sensação de que o usuário pilota um veículo futurista de filmes de ficção científica.
Figura 14 – Painel Central de Mostradores do automóvel Citroën C3. (Fonte: PEREZ, 2008)
Figura 15 – Painel Central de Mostradores do automóvel Citroën C6. (Fonte: 4RODASPT, 2011)
Considerações Finais
para consulta, auxiliando estes profissionais na execução de projetos da área. Estudantes, que
também sejam interessados na área automotiva e que pretendam desenvolver projetos de
Painéis Centrais de Mostradores, também devem se servir deste estudo como etapa inicial de
seus projetos, obtendo informações importantes para o entendimento global do produto.
É necessário também citar as limitações propostas neste trabalho, que se deu em vários
aspectos, como a necessidade de explorar outros Painéis Centrais de Mostradores que também
são relevantes para o entendimento da evolução global deste produto. A necessidade de
relacionar painéis de automóveis de uma mesma marca também é um ponto que deve ser
citado, sendo esta uma oportunidade de desenvolvimento de novas pesquisas. Outro ponto
importante da pesquisa e o seu caráter generalista, apontando a necessidade de estudos
subseqüentes que possam analisar aspectos mais específicos de Painéis Centrais de
Mostradores de marcas e automóveis específicos. Análises mais profundas sobre visualização,
legibilidade e iconografia dos painéis também são citados como oportunidades de
melhoramento e continuidade da pesquisa.
Referências
CAR BODY DESIGN. Site do portal Car Body Design. Disponível em <www.carbodydesign.com/>.
2007. Acesso em: 21 de out. 2007.
LARICA, Neville Jordan. Design de Transportes – Arte em Função da Mobilidade. 1ª Edição. Rio
de Janeiro. Editora PUC Rio. 2003.
MEDEIROS, M. C.; LANDIM, P. C. Brasil x Finlândia : histórico e comparativo do design sob a ótica
da sustentabilidade. In: Anais do 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design.
São Paulo, Brasil. 2010.
MODELT. Site da Frontenac Motor Company. The Model T Ford. Disponível em <
http://www.modelt.ca/background.html>. 2010. Acesso em: 14 de mar. 2011.
OLIVEIRA, T.; ARAÚJO, K. Do Cachaço à Branquinha: um estudo histórico e gráfico dos rótulos de
cachaça pernambucanos. In: Anais do 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em
Design. São Paulo, Brasil. 2010.
PEREIRA, Fabiano. Site do portal Best Car Web Site. A Invenção da Liberdade. Disponível em <
http://www2.uol.com.br/bestcars/ph2/225b.htm>. 2006. Acesso em: 14 de mar. 2011.