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Orlando Morando

Prefeito de São Bernardo do Campo 2017-2020


Programa de Governo

Sumário

Apresentação

1. Os Fundamentos do Programa de Governo

2. Situação atual e perspectivas do Desenvolvimento Humano de São Bernardo do Campo

3. Diretrizes para São Bernardo voltar a ser a Cidade das Oportunidades

3.1 Oportunidades Econômicas

3.1 Oportunidades de Desenvolvimento e Inclusão Social,

3.3 Oportunidades Territoriais e Ambientais

3.4 Oportunidades Políticas e Institucionais


UMA GESTÃO FOCADA EM TRAZER AS OPORTUNIDADES DE VOLTA PARA SÃO BERNARDO

Este plano de governo, com suas diretrizes, foi feito de São Bernardo para São Bernardo. Aqui
estão os resultados das ideias, sugestões, reclamações, necessidades, sensações e orientações
vindas da nossa população, da sociedade civil, das instituições organizadas, de todos aqueles
que se interessam pelo desenvolvimento humano da nossa gente. O próximo prefeito de São
Bernardo do Campo terá muito trabalho pela frente, e nós temos a certeza de que se esse
trabalho for feito com o olhar da nossa população, realizado junto com o povo de São
Bernardo, os desafios serão superados e nós viveremos dias melhores, com mais
oportunidades e esperança.

Quero lembrar que apresento aqui apenas as diretrizes do nosso plano de governo, pois todas
as nossas propostas serão apresentadas ao longo de nossa campanha, juntamente com o
nosso plano de governo completo e detalhado.

São Bernardo vem caindo em qualidade de vida, principalmente nesses últimos dois anos,
período em que o desemprego assolou a nossa população e deixou mais de 70 mil pessoas
desesperançadas e sem perspectivas de melhoria em curto prazo, a nossa saúde foi
abandonada, nossas crianças tiveram a merenda cortada nas escolas e a cidade se
transformou em um canteiro de obras paradas, um desperdício de mais de R$ 1 bilhão em
dinheiro público.

Ver São Bernardo nessa situação e com esse modelo equivocado de gestão aumenta ainda
mais a nossa vontade e o nosso dever de trabalhar e melhorar a cidade em que vivemos. O que
temos aqui é fruto de muito trabalho e, principalmente, de uma nova forma de enxergar a
cidade, por meio do olhar da nossa gente, que sabe, mais do que ninguém, o que São Bernardo
precisa. Esse é o intuito do projeto Nossa São Bernardo, que percorreu os quatro cantos da
cidade para ouvir a nossa população com o objetivo de construir o melhor programa de
governo que a essa cidade já viu.

Dediquei-me a vida toda a esta cidade com carinho e atenção, cidade em que nasci e cresci,
onde construí minha família e estou educando meus filhos com a esperança de vê-los crescer
com saúde, segurança, alegria e vontade de viver.

Ao longo dos últimos 15 anos, tenho trabalhado incansavelmente para melhorar a nossa
cidade e a vida da nossa gente. Para aproximar o trabalhador do emprego, trouxemos a Fatec
e o Via Rápida Emprego para São Bernardo, criando novos caminhos profissionais para jovens
e adultos. Conseguimos dar um novo lar para milhares de famílias com a entrega de 2.164
moradias por meio da CDHU e do Programa Casa Paulista. Como presidente da Comissão do
Transporte do Estado de São Paulo, concluímos os trechos sul e leste do Rodoanel para trazer
mais desenvolvimento para São Bernardo e para a região do Grande ABC. Nosso próximo
desafio, agora, é iniciar a linha 18 do Metrô. Com o objetivo de promover mais saúde para as
mulheres, criei a Lei nº 15.689/15, que garante, gratuitamente, a todas as mulheres do Estado
de São Paulo o programa permanente de prevenção e combate ao câncer de mama. Para
aumentar a segurança em São Bernardo, conseguimos investimentos que resultaram em novas
viaturas para a polícia e bases comunitárias móveis na cidade, ampliação das corporações nas
ruas, criação do 8º Distrito Policial, no Grande Alvarenga, e companhias da Polícia Militar. Com
um olhar social sobre a nossa gente, conseguimos recursos para as entidades sociais de São
Bernardo, que fazem um grande trabalho, ajudando os que mais precisam. Ao todo, foram 24
entidades atendidas. E para garantir mais transparência na gestão e moralizar os quadros
públicos, criei o projeto Ficha Limpa Paulista, que hoje é referência em todo o País. De tão
séria, a proposta foi instituída em 11 estados brasileiros. Um projeto para varrer a corrupção e
limpar o Brasil!

Sonho com uma São Bernardo mais justa, humana e com oportunidades para todos, onde os
serviços básicos funcionem e atendam os que mais precisam, e tenho certeza de que, com a
forte parceria que tenho com Governador do Estado e a participação de toda a população,
definiremos o caminho certo e as prioridades da nossa administração.

Promover o desenvolvimento e o bem-estar de todos os são-bernardenses é o meu dever e a


minha determinação, e tenho certeza de que juntos estabeleceremos a capacidade e a
vontade indispensáveis para realizar estas diretrizes.

Tornar tudo isso possível é o nosso ideal.

Este é o meu objetivo como gestor público e o meu compromisso de honra com a nossa cidade
e a nossa gente. Obrigado!

ORLANDO MORANDO

Apresentação

a) Na Política:

• O desgoverno tomou conta do Brasil;


• A grave crise econômica não está sendo contornada;
• Com este modelo de governo no Brasil, imposto pelo PT nos últimos 14 anos,
chegaremos em 2020 mais pobres do que estávamos em 2010;
• Os serviços básicos, como saúde, educação, transporte, saneamento básico, entre
outros, estão sendo comprometidos por conta da paralisação do Governo, das
investigações contra as maiores empreiteiras do País e pela crise fiscal da União;
• Nosso povo sente-se abandonado, traído, desiludido e frustrado por esse quadro de
incompetência, irresponsabilidade e corrupção.

Qual é o sentimento da população sobre o futuro de São Bernardo?

• O pessimismo é o sentimento que predomina na população de nosso município. A


principal causa deste sentimento deve-se ao fato de que São Bernardo encontra-se no
centro, no coração da crise do Brasil;
• A estrutura econômica do município, fundamentada no setor automobilístico, está
completamente atrelada ao comportamento macroeconômico do País.
• São Bernardo do Campo é o berço do PT. E ainda tem um Governo Municipal petista. E
a cidade, assim como o Brasil vem sendo governada há 8 anos por esse modelo que
destruiu a economia da cidade, acabou com os empregos, endividou a prefeitura e
paralisou a cidade com inúmeras obras inacabadas.
b) Na Economia:

• A economia de SBC está paralisada e atravessa a maior crise dos últimos 20 anos;
• Entre 2008 e 2013, o PIB do município manteve-se estagnado, com um crescimento pífio
de 0,8%. Nesse mesmo período, o PIB industrial apresentou uma queda sem precedentes,
de quase 20%;
• Já, desde 2011, os efeitos da atual crise são sentidos com muita intensidade no
município. Entre 2011 e 2013, segundo o IBGE, o PIB de SBC teve uma queda de 6,4%.
Na indústria, a queda foi ainda maior, de 21,3%;
• No ano passado foram fechadas mais de 18 mil vagas de emprego formal em SBC,
sendo que mais da metade, no setor industrial (9.121). Em 2016, a crise continua se
aprofundando. Nos dois primeiros meses deste ano já foram fechadas 2.627 vagas com
carteira assinada;
• O desemprego na cidade afeta quase 70 mil pessoas, o maior contingente dos últimos 15
anos.

c) Na Política e Gestão Pública:

• O desgoverno que tomou conta do Brasil também tomou conta de SBC, principalmente
nos últimos 4 anos;
• Obras paradas, déficit, ineficiência administrativa e corrupção são as marcas do jeito de
governar do PT em SBC. É um modelo de gestão que traz atraso e miséria para nossa
cidade;
• Obras importantes para o futuro da cidade estão paradas, gerando grave prejuízo às
contas públicas do município e, principalmente, ao cidadão. Entre elas destacam-se:

✓ Estrada do Alvarenga;
✓ Obras de canalização no Pery Ronchet;
✓ Piscinões (Paço, Rudge Ramos);
✓ Museu do Trabalhador;
✓ CEU Silvina;
✓ Creches Ferrazópolis 1 e 2;
✓ Ampliação da ETA Rio Grande;
✓ Reforma do sistema de drenagem da Vila Vivaldi.

• O atual prefeito vai entregar a Prefeitura de SBC com um déficit superior a R$ 2,5
bilhões, uma das maiores dívidas per capita entre as cidades do País.

d) No Social:

Atualmente a população do município vem enfrentando problemas que se agravam cada


vez mais e afetam a qualidade de vida do cidadão, entre eles:

• Alto nível de desemprego;


• Mau atendimento na saúde pública do município;
• Deficiência na gestão da educação municipal, que se manifesta no atraso da entrega dos
uniformes e materiais escolares, corte e má qualidade da merenda, violência nas escolas e
estruturas defasadas;
• Aumento da insegurança nas ruas;
• Piora das condições do trânsito e do transporte público.
1. Os Fundamentos do Programa de Governo

O Programa de Governo fundamenta-se nos princípios do Desenvolvimento Humano


Sustentável proposto pelo PNUD como conceito que realça o papel da capacidade e das
oportunidades das pessoas para escolher o rumo de suas vidas. Neste conceito, o
desenvolvimento de uma sociedade concebe-se como um processo que amplia de forma
sustentável a liberdade de escolha das pessoas para construir seus próprios futuros; o ser
humano entendido como um sujeito ativo na definição de um projeto de vida de acordo
com as aspirações que valorem como desejáveis.

O desenvolvimento humano foi concebido com o propósito de superar as visões que


centram o progresso e o bem-estar das pessoas no desfrute de um nível mínimo de renda,
riqueza ou bens materiais esquecendo elementos sociais, culturais, ambientais e políticos
que desempenham um papel relevante na gestação de uma sociedade com maiores níveis
de qualidade da vida humana. Contrário aos conceitos tradicionais de desenvolvimento, o
enfoque de desenvolvimento humano articula o bem-estar e a qualidade de vida com a
liberdade que se concretiza em oportunidades efetivas, as quais devem ter as pessoas
para eleger um estilo de vida que valore para ele mesmo. Neste sentido, o progresso
social se alcança quando o conjunto das pessoas dispõe das capacidades humanas para
aproveitar as oportunidades que lhes permitem obter um nível de vida digna.

De acordo com os anteriores princípios do desenvolvimento humano, nosso Programa de


Governo reconhece que a verdadeira riqueza de São Bernardo do Campo encontra-se em
nossa gente. Nesse sentido, o objetivo central de nosso governo será aumentar as
oportunidades e capacidades para que nossa população possa manter e ampliar as
alternativas de escolha que lhe permitam desfrutar de uma vida plena, produtiva e criativa.
Especialmente daremos atenção aos setores mais desprotegidos e necessitados que têm
sido historicamente excluídos dos benefícios do progresso obtido pelo município durante
os últimos anos.

Nessa direção, entendemos que, no desenvolvimento humano, o melhoramento das


condições econômicas das pessoas não é um fim em si mesmo, senão um meio para que
elas possam ter maiores oportunidades de viver a vida que desejam. O crescimento do
nível de renda de uma sociedade não se traduz de maneira automática em maiores
índices de qualidade de vida, pois, na maioria dos casos, resulta em aumento da
desigualdade e concentração da riqueza. Assim, é importante que o crescimento
econômico seja transformado em maiores oportunidades de acesso à saúde, educação,
esporte e lazer, segurança pública, moradia digna, transporte público, meio ambiente
saudável, participação política, entre outras. Igualmente, é necessário que a oferta de
serviços sociais básicos, como educação e saúde, seja oferecida de forma equitativa e
com qualidade, de maneira que permita à maioria das pessoas não só desfrutar de
melhores condições de vida, senão também aproveitar as oportunidades de emprego e
renda. Assim, as diferentes dimensões do desenvolvimento humano se complementam e
retroalimentam mutuamente. Por exemplo, um jovem de nosso município que tenha baixos
níveis de educação formal e de qualificação profissional terá poucas oportunidades de
conseguir emprego bem-remunerado, além de participar ativamente nos processos
decisórios de sua comunidade e de conhecer de forma crítica sua realidade. Suas
possibilidades de progresso ficam comprometidas pela limitação de aproveitar as
oportunidades que lhe oferece a sociedade. De igual maneira, se um jovem precisa de
tratamento médico e não recebe atenção oportuna e de qualidade por parte do sistema
municipal de saúde, pode ter seus estudos e sua capacidade de trabalhar comprometidos,
afetando suas possibilidades futuras de desfrutar de melhores condições de vida.
Por isso nosso Programa de Governo olha as pessoas de forma integral e coloca o ser
humano no centro das políticas e ações que nos propomos implantar durante os próximos
quatro anos na Administração Municipal de São Bernardo de Campo. Desta forma,
assumimos o compromisso com um modelo de desenvolvimento que tem como propósito
enfrentar os principais problemas que ameaçam e limitam o bem-estar de nossa
população e que restringem as capacidades e oportunidades das pessoas de desenvolver
um projeto de vida com autonomia, responsabilidade, respeito das normas de convivência
social e sustentabilidade ambiental. Em consequência, as distintas políticas e ações que
conformam o presente Programa de Governo e que foram discutidas e definidas em
conjunto com a sociedade em distintos espaços de participação, estruturam-se nas
seguintes dimensões de geração de oportunidades que possibilitam o desenvolvimento
humano:

1.1 Oportunidades de Emprego e Renda

A geração de oportunidades de emprego e renda permite que as pessoas possam


desfrutar de uma vida digna e, ao mesmo tempo, contribuam na geração de riqueza
coletiva em sua sociedade. Os rendimentos provenientes do emprego permitem aos
trabalhadores e suas famílias atenderem as despesas necessárias para a subsistência,
além de promoverem o acesso aos serviços de saúde, educação, lazer e moradia,
aspectos que são essências para alcançar maiores níveis de qualidade de vida. De igual
forma, o trabalho possibilita que as pessoas ampliem suas oportunidades de eleição e
participação ativa na vida econômica, social e cultural de suas comunidades, além de
fortalecer a autoestima. Por outra parte, os trabalhos comunitários e voluntários
relacionados com a participação nos assuntos comunitários e de cuidados a outras
pessoas contribuem a reforçar os laços de convivência social e familiar. Porém, para que o
emprego contribua de forma efetiva ao desenvolvimento humano e ao melhoramento da
qualidade de vida, tem que ser produtivo, adequadamente remunerado, gratificante e
possibilitar a potencialização das capacidades e aspirações dos trabalhadores, suas
famílias e suas comunidades.

O emprego é um instrumento essencial na geração de oportunidades para que as pessoas


possam sair da pobreza e desfrutem de uma vida melhor. Porém, a possibilidade que tem
a população carente de chegar ao mercado de trabalho depende tanto do crescimento
econômico como das oportunidades de educação e formação profissional. Os jovens que
completaram seus estudos com formação técnica ou superior encontram-se mais
capacitados do que os jovens que só tiveram a oportunidade de estudar no ensino básico
para preencher as melhores vagas. Quanto mais oportunidades de formação, maiores
serão as chances dos jovens conquistarem o primeiro emprego em condições mais
vantajosas em termos de remuneração, estabilidade e possibilidade de desenvolvimento
profissional. Sem educação e formação profissional, os jovens terão menos oportunidades
para conquistar e se manter no emprego.

Desemprego, subemprego e informalidade são as opções disponíveis para os cidadãos do


futuro que não contam com as oportunidades de receber uma educação completa e de
qualidade. Com a mudança adequada, vamos reverter o círculo vicioso da pobreza e da
vulnerabilidade social.

O desemprego constitui um dos mais severos problemas de exclusão social. Rendimentos


inexistentes, insuficientes e instáveis levam as famílias a sofrer graves privações em
diversos aspetos das suas vidas, como na educação, na saúde, na moradia e no lazer.
Além disso, para a sociedade em seu conjunto, os potenciais das capacidades humanas
ficam subexploradas como consequência do desemprego e do subemprego. Entre os
diferentes grupos populacionais, as mulheres e os jovens são os mais vulneráveis perante
as situações de crise econômica e queda do mercado do trabalho. No caso dos jovens,
sua vulnerabilidade encontra-se associada com as elevadas competências, experiência e
habilidades exigidas pelas empresas num mundo econômico cada vez mais competitivo e
de elevados avanços tecnológicos. Em contextos de recessão da economia, as
dificuldades de conseguir o primeiro emprego aumentam e se agravam quando os
trabalhadores jovens não contam com a suficiente qualificação. Pelo lado das mulheres,
além do desemprego, devem enfrentar o fenômeno persistente da discriminação laboral no
que se refere a salário, condições de trabalho e oportunidades de progressão profissional.

Nosso compromisso é retomar a capacidade de geração de emprego e renda de São


Bernardo do Campo mediante o incentivo da atração de novos empreendimentos e a
promoção de oportunidades de qualificação e formação profissional das populações mais
vulneráveis, como os jovens, as mulheres e os portadores de deficiência. Esse desafio
deve considerar as grandes dificuldades advindas da profunda estagnação econômica que
atravessa o País e que tem afetado profundamente o crescimento econômico de nosso
município. Outro fator a ser considerado são as aceleradas transformações no mundo do
trabalho determinadas pela globalização e pelas revoluções tecnológicas e, em especial,
pela revolução digital. Essas revoluções tecnológicas geram alterações na estrutura do
mercado de trabalho através de novas formas de contratação e subcontratação, novas
condições laborais, novos negócios e modelos empresariais. São Bernardo do Campo tem
um importante caminho a ser trilhado nesse campo. É preciso aproveitar e promover com
mais intensidade as oportunidades de novos setores se desejamos construir uma
sociedade mais competitiva e com maiores níveis de inclusão produtiva de sua população,
condições essenciais para retomar os avanços no desenvolvimento humano de nosso
município.

1.2 Oportunidades Sociais

Nosso Programa de Governo fundamenta-se no princípio de que as pessoas são a


verdadeira riqueza de São Bernardo do Campo. Nesse sentido, o modelo de
desenvolvimento que promoveremos durante o próximo período de governo terá como
propósito central a geração de oportunidades no acesso aos serviços sociais básicos que
possibilitem que as pessoas e suas famílias possam obter um nível de vida digna e de um
entorno social mais justo, inclusivo e solidário.

A desigualdade no acesso aos serviços sociais básicos se constitui numa das principais
limitações para o desenvolvimento humano, pois restringe as capacidades e escolhas das
pessoas para decidir sobre o próprio futuro e para participar ativamente na vida social. As
grandes disparidades nos rendimentos, na educação, na saúde e demais dimensões do
desenvolvimento humano colocam em situação de vulnerabilidade e contribuem para a
formação de grupos marginalizados e excluídos, afetando sua qualidade de vida e
limitando suas capacidades para desfrutar de uma vida plena. As pessoas e famílias mais
pobres e excluídas são as que mais sofrem com os rigores das crises econômicas,
epidemias e calamidades ambientais. Porém o acesso equitativo aos serviços sociais
básicos também deve considerar as pessoas e famílias que possuem um adequado nível
de vida, mas que podem vir a enfrentar dificuldades por circunstancias de ordem social e
individual. Esse é precisamente o grande desafio que enfrentamos no cenário atual da
profunda crise econômica que afeta o País e nosso município e que tem deixado em
situação de desemprego inúmeros trabalhadores. Eles precisam de políticas públicas que
promovam tanto o desenvolvimento econômico como sua proteção perante a situação de
vulnerabilidade em que se encontram.

Temos a convicção de que a promoção de oportunidades de acesso aos serviços sociais


essências é uma poderosa ferramenta nos propósitos de avançar no desenvolvimento
humano, na diminuição das desigualdades sociais e no enfrentamento dos problemas
derivados da pobreza e da exclusão social. O acesso a serviços de saúde de qualidade
reduz a mortalidade materna e infantil e aumenta a expectativa de vida e as possibilidades
de desfrutar de uma vida saudável. O ensino de qualidade permite o desenvolvimento de
competências cruciais que são necessárias para uma cidadania ativa, a empregabilidade e
a produtividade. Os serviços de assistência, inclusão social e segurança alimentar são
essenciais para atender e proteger as pessoas e famílias mais vulneráveis. A promoção
da cultura, do esporte e do lazer contribui para o bem-estar e a coesão social. Finalmente,
a segurança cidadã permite que as pessoas e a sociedade sejam protegidas de ameaças
às integridades física e material, podendo desenvolver suas iniciativas e atividades livres
do medo e da desconfiança.

As anteriores oportunidades devem ser promovidas levando em consideração que as


necessidades das pessoas por serviços sociais dependem do curso de vida e das
vulnerabilidades específicas que enfrentem por suas condições individuais, culturais e
sociais. Existem fases das vida das pessoas em que precisam de maior proteção e
amparo por parte dos serviços sociais do Estado. São os casos das crianças, dos jovens
e dos idosos, que requerem de políticas públicas específicas na educação, na saúde e na
assistência social. Cuidar das necessidades desses grupos será uma das prioridades de
nosso Governo.

Finalmente, devemos ampliar e reforçar o acesso aos serviços de assistência, proteção e


inclusão social, principalmente das famílias que se encontram em situação de
vulnerabilidade e riscos, ou seja, famílias em pobreza extrema, pessoas portadoras de
deficiência que não são atendidas, pessoas com dependência química, pessoas em
situação de abandono, famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de
direitos e grupos discriminados em termos étnicos, culturais e sexuais. Assim, nosso
Programa de Governo dará especial atenção à implantação e ao fortalecimento dos
programas e ações que visam reconhecer e garantir os direitos de pessoas e grupos
sociais de maior vulnerabilidade e tradicionalmente discriminados. Esse propósito é
essencial se desejamos avançar no desenvolvimento humano eliminando as restrições ou
barreiras para que toda a população de São Bernardo do Campo tenha a oportunidade de
uma participação sociocultural ativa e tenha uma vida digna, com pleno exercício da
cidadania.

1.3 Oportunidades de viver numa cidade digna e ambientalmente sustentável

O modelo de ocupação e uso do território e dos recursos ambientais tem um impacto


significativo no desenvolvimento humano, gerando condições favoráveis ou desfavoráveis
para seu melhoramento no longo prazo. Ditas condições correspondem a um conjunto de
elementos que se relacionam com as necessidades essenciais das pessoas e do
funcionamento da vida social, econômica e cultural da sociedade como são a
disponibilidade de serviços domiciliares essenciais, a qualidade da mobilidade urbana, o
acesso a equipamentos urbanos coletivos, moradia digna, espaços de lazer, meio
ambiente saudável, entre outros. Corresponde ao Estado regular o desenvolvimento
territorial, urbano e ambiental com a finalidade de enfrentar as distorções e desequilíbrios
que limitam a produtividade, competitividade e a qualidade de vida de nossa população.
Assim, deve planejar de forma articulada as políticas de habitação, de melhoramento do
entorno urbano, de recuperação e revitalização dos espaços públicos, de mobilidade e de
uso e proteção dos recursos ambientais.

Pelas consequências que têm na qualidade de vida da população e na promoção das


oportunidades para o desenvolvimento humano sustentável, a política de controle e
preservação ambiental será uma prioridade em nosso Programa de Governo. Pensar na
sustentabilidade ambiental de São Bernardo implica contemplar a interação entre o
desenvolvimento da cidade com o uso de seus recursos naturais renováveis e com a
capacidade de gestão ambiental do poder público, das organizações, da sociedade e da
população em geral em âmbitos críticos como os recursos hídricos, os ecossistemas
estratégicos, a gestão integral dos resíduos sólidos, a preservação da biodiversidade,
dentre outros elementos. Adicionalmente, não podemos esquecer que a promoção da
sustentabilidade é um dever do poder público. O processo de urbanização em nosso
município e na região tem relegado as populações mais pobres aos espaços mais
susceptíveis aos desastres naturais e ao contato com processos de polução ambiental que
impactam diretamente na saúde e nas condições de vida em geral. Nesse sentido, a
integração das políticas ambientais com as políticas de assistência e inclusão social é um
elemento essencial para a promoção eficaz do desenvolvimento humano sustentável no
município.

Por outro lado, as políticas de mobilidade também têm uma forte contribuição na melhoria
da qualidade de vida da população pelo seu impacto na redução do desperdiço de tempo
no trânsito, na diminuição da polução ambiental. Adicionalmente, a redução dos custos de
transporte, derivada dos menores tempos de viagem e do incremento da oferta de
transporte público, aumenta potencialmente a competitividade das empresas e melhora a
qualidade de vida dos trabalhadores. Porém este não é o caso de São Bernardo, onde o
modelo de mobilidade tem privilegiado o transporte automotor individual em detrimento do
transporte coletivo e dos meios não motorizados. É urgente uma reorientação das políticas
que estimulem um transporte com menores custos sociais, econômicos e ambientais
através da promoção de um sistema multimodal de mobilidade integral que articule
diferentes meios de transporte de forma equilibrada com o entorno urbano e o meio
ambiente.

1.4 Oportunidades Políticas e Institucionais

Se não contamos com organizações públicas, privadas e comunitárias institucionalmente


fortes e indivíduos politicamente ativos e comprometidos com o enfrentamento de nossos
grandes problemas sociais e com a exigência de seus direitos, é difícil melhorar as
condições de bem-estar coletivo e construir uma sociedade mais justa e igualitária.

Por este motivo, nosso Programa de Governo fundamenta-se no fortalecimento da


capacidade de governo e na redistribuição de responsabilidades e competências entre as
diferentes organizações que têm como missão a defesa dos interesses públicos. Mas
nossa proposta vai mais à frente do fortalecimento individual de nossas organizações; tem
como objetivo a construção de redes institucionais de cooperação para trabalhar
coordenadamente no enfrentamento de problemas sociais específicos. Isto significa que
cada nível de governo deve trabalhar nos espaços onde tem maior eficiência e eficácia
com papéis e responsabilidades bem definidas. Uns e outros cooperando para o ataque
de problemas concretos e todos unidos no grande projeto comum construído em
consenso.

A consolidação dessa rede de governos exige tanto o fortalecimento da capacidade de


governo da administração municipal como a promoção da inclusão política dos cidadãos e
a participação ativa das organizações sociais, do setor produtivo e da sociedade civil.
O objetivo de nosso Programa de Governo é promover uma ativa inclusão política de
nossas comunidades, pois temos a firme convicção de que a exclusão política que deixa
de fora das decisões, da deliberação, da gestão e do desenvolvimento social as
comunidades e cidadãos reforça os privilégios das minorias e mantém as diferenças
sociais. Assim, a concentração do poder político limita as oportunidades que os cidadãos
têm para determinar quem deve governar e com que apoio, com quais princípios e
propostas, além de restringir a possibilidade de fiscalizar e censurar as autoridades. A
exclusão política também refere-se à dificuldade que tem a sociedade de acessar a
informação de forma transparente sem manipulações.
A exclusão política limita o exercício da cidadania; impossibilita os cidadãos de participar
ativamente nas decisões que os afetam, exigir a defesa de seus direitos e que seus
interesses sejam legitimamente representados nas instâncias de governo. Nesse sentido,
a exclusão política reforça as outras dimensões de exclusão discutidas na medida em que
as comunidades mais pobres e excluídas não criam e fortalecem consciência política
sobre a natureza e causa de seus problemas e na maneira como devem exigir seus
direitos e ser representados nos centros de decisão. A limitação dos direitos políticos se
reproduz com as práticas políticas tradicionais de clientelismo, corrupção e apropriação
patrimonial das instituições e bens públicos.

Temos a firme convicção que não existe um pleno desenvolvimento das capacidades e
liberdades humanas em São Bernardo do Campo, os cidadãos têm restrições em
participar ativamente na construção de objetivos comuns e nas ações para realizá-los. Por
este motivo, continuaremos avançando na promoção dos valores e princípios da
democracia participativa.

O processo de expansão das liberdades inclui as dinâmicas sociais, econômicas, políticas


e ambientais necessárias para garantir uma variedade de oportunidades para as pessoas,
bem como o ambiente propício para cada um exercer na plenitude seu potencial.

De acordo com os anteriores princípios do desenvolvimento humano, nosso Programa de


Governo reconhece que a verdadeira riqueza de São Bernardo do Campo se encontra em
nossa gente. Nesse sentido, o objetivo central de nosso Governo será aumentar as
oportunidades e capacidades para que nossa população possa manter e ampliar as
alternativas de escolha que lhe permite desfrutar de uma vida plena, produtiva e criativa.
Especialmente daremos atenção aos setores mais desprotegidos e necessitados que têm
sido historicamente excluídos dos benefícios do progresso obtido pelo município durante
os últimos anos.

2. Situação Atual do Desenvolvimento Humano de São Bernardo do Campo

São Bernardo do Campo, um dos sete municípios que formam a Região do Grande ABC, é
reconhecida como a cidade da indústria. Possui uma área de 406,18 km², abrangendo
quase 50% do território do Grande ABC, 5% da Região Metropolitana de São Paulo e
0,2% do Estado de São Paulo.

Em 2015, de acordo com estimativa do SEADE, a cidade tinha uma população de 791.459
habitantes, sendo 48,32% do sexo masculino e 51,68% do sexo feminino; e apenas 1,6%
da população é rural. A densidade demográfica é de 1.995 hab./km², e sua população
representa 30% dos habitantes que moram no ABC.

Enquanto no período 2000-2010 a população do município cresceu a uma taxa média


anual de 0,85%, no período 2010-2015 essa taxa diminuiu para 0,68%. Valor que é inferior
aos registrados pelo estado (0,87%) e pela Região Metropolitana do Estado de São Paulo
(0,78%). No que tange à composição racial da população, registrou-se no Censo 2010
(IBGE) que os habitantes são-bernardenses se declararam: 64,4% de cor branca; 28,7%
de cor parda; 5% de cor preta; 1,8% de cor amarela; e 0,1% se declararam indígenas.

Segundo dados de 2015 do SEADE, a população de crianças e jovens menor de 15 anos


é 150.892 habitantes ou 19,07% do total da população; e a proporção de idosos (60 anos
ou mais) é de 98.192 pessoas ou 12,4% do total. Observa-se que a população menor de
15 anos tem descido desde o ano 2000, quando representava 25,92%, enquanto a
população de idosos tem aumentado de forma progressiva, pois nesse mesmo ano
representava 6,89%.

A população em idade de trabalhar (entre 15 e 64 anos) aumentou entre 2000 e 2015 de


69,63% para 72,97%, respectivamente. Isso é um incremento de 3,34 pp (pontos
percentuais). Proporcionalmente, a população inativa (pessoas com menos de 14 anos e
mais de 65 anos) decresceu de 30,37% para 27,03% no mesmo tempo de referência. Isso
significa que nesse período de 15 anos ocorreu uma diminuição considerável na Razão de
Dependência (a relação entre a população considerada inativa sobre a população
potencialmente produtiva) de 43,6% para 37,0%. Mas essa razão de dependência
econômica diminuiu em decorrência da menor dependência de jovens, haja vista que a de
idosos aumentou. Esses resultados geram uma forte pressão para a formulação e a
implementação de políticas nas áreas de saúde e de previdência social, mas também
geram aumento da demanda por emprego no município.

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano do PNUD, durante os últimos vinte


anos o município de São Bernardo do Campo realizou progressos significativos no Índice
de Desenvolvimento Humano (IDHM), chegando a ocupar, em 2010, a 28ª posição entre
os 5.565 municípios brasileiros. Efetivamente, o IDH do município passou de 0,64, em
1991, a 0,74 em 2000, e em 2010 cresceu para 0,805, um crescimento de 25% entre o
primeiro e o último ano. Desta forma, São Bernardo do Campo localiza-se na faixa de
desenvolvimento humano muito alto (IDHM entre 0,800 e 1), nível alcançado só por 44
municípios do Brasil e por 22 do Estado de São Paulo. No contexto da Região
Metropolitana de São Paulo, só cinco municípios registram um IDHM muito alto, sendo
liderados por São Caetano do Sul (0,862) , que ostenta o maior desenvolvimento do Brasil,
seguido por Santo André (0,815), Santana de Parnaíba (0,814), São Bernardo do Campo
(0,805) e São Paulo (0,805). É importante observar que três das anteriores localidades
pertencem ao ABC Paulista, mostrando que o conjunto desta região ocupa um lugar
destacado no desenvolvimento no estado e no País.

Conforme os três componentes fundamentais que determinam as oportunidades de uma


sociedade, o IDH 2010 do município mostra que:

- O IDH Longevidade foi 0,861, um resultado muito alto. Este componente que mede a
saúde da população através da capacidade de ter uma vida longa e saudável é medido
pelo indicador de expectativa de vida, que nos são-bernardenses atinge os 76,6 anos,
valor acima do Brasil (73,9 anos) e do Estado de São Paulo (75,6 anos).
- O IDH Educação foi 0,752. Este componente é explicado por: (i) a taxa de analfabetismo
da população de 15 anos e mais de idade que foi 3,04%, resultado abaixo do Brasil
(9,91%) e do estado (4,32%); (ii) a expectativa de anos de estudo no município que foi
10,2 anos, acima do país (9,5 anos) e quase igual ao do Estado de São Paulo (10,3 anos),
e (iii) a escolaridade da população de 18 anos ou mais de idade com Ensino Fundamental
completo que atingiu no município 70,2% e no estado, 54,9%. Por outro lado, em relação à
escolaridade da população de 25 anos e mais, 16,9% possuíam Ensino Fundamental e
Médio completos, e 19,2% possuíam o Ensino Superior completo.
- O IDH Renda atingiu um valor de 0,807. Esse resultado é evidenciado pelo valor de
renda per capita média que alcançou os R$1.212,65 no município, acima da média obtida
no Estado de São Paulo com R$ 1.084,46 e no Brasil com R$ 793,87, ou seja, nossa
cidade gera uma riqueza que não chega para todos.

3. Diretrizes para São Bernardo voltar a ser a Cidade das Oportunidades


3.1 Oportunidades Econômicas

O Brasil atravessa hoje uma das maiores crises nas áreas econômica, política, social e
moral de sua história recente. Em 2014 o PIB do Brasil teve uma queda de quase -4,0% e
em 2016 o crescimento negativo será ao redor de -3,5%. São dois anos continuados de
recessão econômica, situação que não se apresentava desde os anos 30 do século
passado. Além disso, no ano passado foram fechadas mais de 1,5 milhão de vagas de
emprego formal no País. O desemprego tomou conta do País e está empobrecendo as
famílias. A taxa de desemprego nacional se encontra perto de 10%, a maior dos últimos 10
anos. São 10 milhões de pessoas sem emprego, isso corresponde a 2,5 milhões de
famílias que hoje sofrem com desemprego. Para piorar as coisas, o fantasma da inflação
voltou a assombrar as famílias brasileiras. No final de 2014, de acordo com valores médios
nacionais, o quilo da batata valia R$ 2,18 e hoje não sai por menos de R$ 5,00, uma alta
de quase 130%. No caso do tomate, antes valia R$ 3,57/quilo e hoje não sai por menos de
R$ 6,00, uma alta de 70%. A carne, a mesma coisa, antes valia R$ 18,74/quilo e hoje, R$
22,98, um incremento de 23%. A mesma coisa ocorre com verduras, frutas, arroz, feijão e
demais bens essenciais para a alimentação do brasileiro. Desse modo, o Brasil segue
andando para trás, não avança, e o principal responsável por este retrocesso tem sido o
governo federal do partido PT.

Vivemos em uma região que é nacionalmente conhecida pela força industrial. Para se ter
uma ideia, São Bernardo tem o 14º maior PIB do Brasil. Isso tudo graças à garra e à
determinação do nosso povo. Mas hoje a situação é crítica: infelizmente são empresas
deixando a cidade em busca de incentivos ofertados em outras regiões. Isso está afetando
o crescimento da economia de nosso município e tem aumentado o desemprego. Segundo
dados do IBGE, o PIB real do nosso município tem caído de forma acentuada nos últimos
anos: no período 2010-2013 decresceu 6,2%; além disso, no mesmo período apresentou-
se um declínio dramático no PIB per capita real de 8,1%.

No ranking do PIB municipal paulista, já ocupou o 3º lugar em 2010, e em 2013 caiu para o
5º lugar, sendo ultrapassado por São Paulo, Osasco, Campinas e Guarulhos. E, embora
seu PIB per capita real em 2013 (R$59.150 em reais correntes) seja ainda superior ao da
RM de São Paulo (R$45.613), do Estado de São Paulo (R$39.122) e do Brasil (R$25.655),
no ranking do PIB per capita caiu do posto 21º em 2010 para o 29º lugar em 2013.

O município contribuiu em 2013 com 2,8% no PIB do Estado de São Paulo, valor que
representa uma queda de 0,5 ponto percentual em relação a 2010, quando essa
participação foi maior, 3,3%. O mesmo acontece com a sua participação no PIB da RM de
São Paulo, de 5,8% em 2010 para 5,0% em 2013, e no PIB do ABC Paulista de 44,6%
para 41,5%, respectivamente. Temos que ter um compromisso com a retomada do
crescimento.

Em relação à estrutura setorial do PIB, o desempenho da indústria é um setor que já teve


grande destaque na nossa economia, mas hoje vemos uma situação totalmente diferente.
Segundo dados do IBGE, a participação da indústria no PIB do município caiu de 45,3%
para 35,2% entre 2010 e 2013; a produção da indústria são-bernardense recuou de 2012
para 2013 quando a taxa média de crescimento real do valor adicionado desse setor teve
uma queda de 11,1%, um crescimento negativo ainda maior que no ABC (-7,6%), na RM
de São Paulo (-3,9%) e em São Paulo (-2,8%). Essa recessão é evidente na redução do
consumo de energia na indústria. Assim, enquanto em 2010 o setor industrial consumiu
1.712.942 MWh, em 2014 apresentou uma queda desse consumo de 8%, quando diminuiu
para 1.575.853 MWh. De outra parte, a crise econômica do município também se reflete
no crescimento negativo das exportações são-bernardenses, atingindo -6,25% durante o
período 2014 a 2015, decréscimo que foi ainda maior nas importações, com -31,35%. Do
mesmo modo, tem caído a participação das exportações do município no total das
exportações do Estado de São Paulo: em 2015 atingiu 7,9%, já em 2006 chegou até 9,8%.
O Valor Adicionado Fiscal (VAF) de São Bernardo do Campo, tendo por base dados de
2014 da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, foi de R$ 31.825 milhões; isto
representa uma queda no crescimento do VAF municipal de aproximadamente 4% em
relação a 2013, quando foi R$ 33.095 milhões. Isso é preocupante sendo que as
Atividades Indústria, Comércio e Serviços são as responsáveis pelo maior ou menor VAF
do município: em 2012 foi 40,4%, 34,1% e 25,5%, respectivamente, mas a participação da
Indústria já foi superior no ano 2000 quando atingiu 60%, enquanto a participação do
Comércio e dos Serviços vem aumentando.

Esse retrocesso no VAF evidencia a forte e rápida desaceleração do crescimento da


atividade econômica municipal, com consequências na queda do repasse do ICMS ao
município, enfraquecendo ainda mais as finanças públicas. A Secretaria da Fazenda do
Estado de São Paulo repassou ao município no ano 2015 R$ 786,2 milhões referentes aos
25% constitucionais da distribuição do ICMS, já descontados os 20% do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais
da Educação, o Fundeb. Essa é uma queda de 9,24% em comparação ao repassado no
ano de 2013, que foi R$ 866,3 milhões.

Nosso município, lembrado no passado como a terra do bom emprego e das


oportunidades e lugar de gente honrada e produtiva, vive um período turbulento que,
infelizmente, acaba ferindo diretamente os nossos trabalhadores com o desemprego e
estabelece um clima de insegurança do trabalhador. A onda de centenas de demissões
em São Bernardo do Campo é preocupante e está deixando famílias desamparadas. São
Bernardo está perdendo o posto de “celeiro de bons empregos”. As demissões não
param: São Bernardo lidera o ranking de desemprego nos sete municípios do ABC. O
saldo de emprego no município (contratações menos desligamentos), no último ano, foi
negativo, pois foram eliminados 18.745 postos de trabalho, seguido de Diadema com
9.372 trabalhadores demitidos e Santo André com 8.953. E é lamentável que só nestes
primeiros quatro meses de 2016 já tenham sido afastadas 5.392 pessoas de seus postos
de trabalho em nosso município. No acumulado, são quase 70 mil trabalhadores em São
Bernardo do Campo que não têm emprego hoje: o total de desempregados no município
passou de 44.285 em março de 2015 a 69.290 em março de 2016, um incremento de
56,5%. Em junho já ultrapassamos a casa dos 70 mil desempregados. O maior
desemprego dos últimos 10 anos.

Por outro lado, o número de empregos formais – com carteira registrada – em São
Bernardo do Campo foi estimado em 263.070 pessoas em abril de 2016. Essa é uma
diminuição de quase 10% se comparado com o ano 2013 quando alcançou os 292.028;
isto é, menos 28.958 empregos formais em 3 anos.

A indústria de transformação foi o setor com o maior incremento na eliminação de postos


de trabalho. As indústrias estão preferindo se instalar no interior de São Paulo, pois não
sentem confiança na atual administração do município. Um levantamento do sindicato da
construção civil revela um ritmo de 50 cortes por dia aqui em São Bernardo. Nos últimos
12 meses as montadoras demitiram 11.200 trabalhadores, sendo 1.400 neste ano.
Precisamos retomar o título de "a cidade da oportunidade". Precisamos ser mais
agressivos para garantir que as nossas empresas fiquem aqui. São Bernardo precisa
voltar a ser a cidade da oportunidade, a terra do bom emprego! O Poder Público tem que
dar o exemplo. É isso que vamos fazer! Empresas de renome estão deixando a nossa
cidade rumo ao interior de São Paulo, porque a crise criada pelo PT não foi capaz de
segurar as nossas empresas. E o mesmo tem acontecido com quem sempre trabalhou
aqui. Observamos muitos moradores tendo que trabalhar em São Paulo e em outras
cidades, buscando oportunidades que não existem mais por aqui.

Segundo dados do Observatório Econômico da Universidade Metodista, a indústria do


Grande ABC opera com uma ociosidade de 44% em relação à sua capacidade instalada.
Na Mercedes-Benz, esse percentual chega perto de 50% e a empresa já afastou 3.100
trabalhadores de São Bernardo. A principal causa é a queda em 35,3% da venda de
veículos novos, como ônibus e caminhões, neste primeiro quadrimestre de 2016 (dados da
Fenabrave). Além disso, uma empresa tradicional de São Bernardo está correndo o risco
de fechar as portas por causa da má gestão da nossa cidade e do País. A Karmann Ghia,
fabricante de autopeças, é mais uma das inúmeras empresas com dificuldades financeiras,
e vários funcionários já se encontram com os salários atrasados e o poder público
municipal não se mexe do jeito eficiente.

De acordo com dados do SEADE/CAGED, o volume de emprego formal na indústria –com


carteira registrada – recuou 21,5% no município: enquanto em 2011 atingiu 103.647
empregos formais, em 2016 caiu para 81.340 empregos. Nosso município está assim,
atravessando um processo de desindustrialização evidenciado claramente pelos dados do
PIB e do emprego formal, mudando, portanto, sua estrutura produtiva. Enquanto no ano
2000 a participação do emprego industrial no total do volume de empregos na cidade foi
46,7%, em 2016 caiu para 31%. Entretanto, o setor serviços incrementa sua participação
de 38,4% para 49,2% nesses mesmos anos, mostrando um quadro de maior terceirização
da economia municipal; e o setor comércio incrementa de 11,6% para 16,3%. Esse é um
grande desafio para nosso governo.

São Bernardo precisa gerar emprego e renda urgentemente; gerar mão de obra qualificada
e atrair empresas. Temos um compromisso com o crescimento desta cidade. São
Bernardo vai resgatar sua força. É com esse entusiasmo que nós vamos retomar o
caminho do desenvolvimento. Precisamos de muita união e ações para superar a crise
econômica e política que vivemos. É hora de arregaçar as mangas e lutar pela retomada
do crescimento. Fazer acontecer! Temos que resgatar a oportunidade, porque quando
você gera emprego, você produz riqueza. Quem está empregado consome, quem
consome gera mais imposto, a cidade cria um ciclo positivo para todos. Nós queremos
nossa história de sucesso.

Diretrizes:

- Promover o desenvolvimento econômico sustentável e o fortalecimento da estrutura


produtiva e empresarial de São Bernardo, com programas e ações que visem à geração
de emprego e renda, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida da nossa gente e
fazer com que a nossa cidade volte a ser a terra das oportunidades;

- Consolidar o Parque Tecnológico de São Bernardo, com a implantação de um Centro de


Inovação Tecnológica, que atuará de forma integrada com uma Incubadora de Empresas e
as empresas participantes dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), estimulando o contato
direto entre empresas, instituições de pesquisas e o mercado, e incentivando o
empreendedorismo local, através da destinação de espaços para a instalação de startups;

- Reestruturar os Arranjos Produtivos Locais para que eles se tornem autossustentáveis,


gerando um comprometimento das empresas participantes, facilitando convênios,
financiamentos e outras vantagens, além de incentivar o diálogo entre as empresas do
mesmo território, visando o crescimento da produção e competitividade;

- Criar grupos de relacionamento multissetorial, fomentando negócios entre os


participantes e estreitando o caminho entre oferta e demanda;
- Implantar o empreendedorismo no Ensino Médio, em parceria com a Educação, por meio
da inserção de novas disciplinas que desenvolvam o comportamento empreendedor nas
crianças e jovens antes de elas ingressarem no mercado de trabalho;

- Reestruturar a Sala do Empreendedor, reunindo todos os órgãos municipais para agilizar


e desburocratizar o processo de abertura de empresas, além de atender e oferecer cursos
de aperfeiçoamento ao empresário, incluindo o Banco do Povo;

- Criar o Banco de Imóveis para investidores e empreendedores, agilizando as opções de


imóveis disponíveis para o empreendedor na decisão de abertura do seu novo negócio;

- Reestruturar a Central de Trabalho e Renda, implantando, inclusive, novas unidades


móveis para atuarem nos bairros e periferias, visando à aproximação do empregador com
as pessoas que buscam uma oportunidade de trabalho;

- Organizar feiras e eventos setoriais para estimular os negócios e o desenvolvimento


empresarial;

- Promover o turismo de negócios e trabalhar no fortalecimento e na divulgação das rotas


gastronômicas, ecológicas, culturais, e de lazer e entretenimento;

- Atualizar o mapeamento das indústrias e comércio da região, inclusive por


georreferenciamento, com o objetivo de fortalecer as empresas de São Bernardo e criar
novas oportunidades de emprego;

- Regulamentar a aplicação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e implantar o


Sistema Integrado de Licenciamento (SIL) com o objetivo de criar políticas específicas de
apoio ao setor, como inovação, benefícios fiscais e estruturas de atendimento, além de
diminuir a burocracia, através da unificação da liberação para obter o certificado de
licenciamento integrado (CETESB, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária);

- Desburocratizar a abertura e o funcionamento dos estabelecimentos que não apresentem


risco ou prejuízo para o município e a população por meio da liberação imediata do alvará
de funcionamento para negócios de baixo risco;

- Estudar a viabilidade de um projeto de tratamento tributário diferenciado com a


implantação de uma taxa única para abertura e manutenção das empresas no município;

- Implantar um programa de incentivos fiscais com a finalidade de atrair novas empresas e


gerar empregos em São Bernardo.

3.2 Oportunidades de Desenvolvimento e Inclusão Social


• Assistência e Inclusão Social

No município de São Bernardo, a desigualdade social tem persistido. Efetivamente, a


concentração da renda se manteve inalterada entre 2000 e 2010, pois o coeficiente de Gini
permanece em 0,54 (o Gini é medido numa escala de 0 a 1, e, quanto mais próximo de 1
é, mais desigualdade).
A renda domiciliar per capita em São Bernardo atingiu em 2010 os R$ 333,33, sendo que a
proporção de pessoas pobres com renda domiciliar per capita inferior a R$140,00 (a
preços de 2010), passou de 5,72%, em 1991 para 3,54%, em 2010. Mas a desigualdade
no município é evidenciada mais profundamente na diferencia desse nível de renda
domiciliar per capita entre as regiões do município. Assim, temos em 2010 regiões, como
Nova Petrópolis e Planalto (Instituto Metodista de Ensino Superior-IMS), onde a renda é
muito acima da média, pois chega a R$ 802,50, e regiões com renda de só R$ 173,33,
como Riacho Grande, Jardim Represa Florestal/Núcleo 48, Jardim Nossa Senhora de
Fátima/Núcleo 15, Alves Dias/Dos Casa: Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano III, Alves Dias/Dos Casa: Centro Universitário FEI, Ferrazópolis/Montanhão: Escola
Estadual Professor Carlos Pezzolo e Do Tico. Isso representa uma grande diferença
absoluta entre regiões de R$ 629,20 reais na renda média domiciliar.

No caso da pobreza e extrema pobreza, é evidente que houve uma redução percentual em
São Bernardo do Campo. Segundo o Censo de 2010, 3,54% da população estava em
condição de pobreza, em comparação com 7,71% em 2000. Isto é uma redução de 4,17
pp. Estima-se também no Censo 2010 que existam 26.267 famílias pobres.

A redução da extrema pobreza foi um pouco menor, com queda de 1,07 pp, situando-se
em 0,99% em 2010, sendo que em 2000 atingiu 2,06%. No entanto, há o risco da
população vulnerável à pobreza, que atinge um valor importante de 13,2%, e das crianças,
que alcança quase 24%. Nas circunstâncias atuais de incremento considerável na taxa de
desemprego, as famílias em situação de vulnerabilidade são as que mais sofrem,
aumentando a probabilidade de ingressar na faixa de pobreza e miséria.

De outra parte, vale destacar que a pobreza e a miséria se concentram em determinadas


regiões do município, evidenciando-se graves problemas de inequidade e exclusão social
que são persistentes e precisam de programas sociais de focalização. Efetivamente, há
regiões com taxas de extrema pobreza bem acima da média do município (0,99%), como
Vila do Bosque/Núcleo 57 e Alvarengas: Escola Municipal Manoel Torres de Oliveira,
ambos com 6,07%; e regiões também com população extremamente pobre, atingindo
taxas de aproximadamente 4,7%, como Riacho Grande, Jardim Represa Florestal/Núcleo
48, Jardim Nossa Senhora de Fátima/Núcleo 15, Alves Dias/Dos Casa: Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano III, Alves Dias/Dos Casa: Centro Universitário FEI
Ferrazópolis/Montanhão: Escola Estadual Professor Carlos Pezzolo e Do Tico.

Em relação às pessoas pobres, temos regiões com taxas de pobreza muito acima de 12%,
quando a taxa média no município é 3,54%; são eles: Riacho Grande, Jardim Represa
Florestal/Núcleo 48, Jardim Nossa Senhora de Fátima/Núcleo 15, Alves Dias/Dos Casa:
Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano III, Alves Dias/Dos Casa: Centro
Universitario FEI, Ferrazópolis/Montanhão: Escola Estadual Professor Carlos Pezzolo, Do
Tico, Montanhão, Alves Dias/Dos Casa: Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano II, Ferrazópolis/Montanhão: Favela Cabeça de Vaca, Alves Dias/Dos Casa:
Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano I e Detroit / Núcleo 11.

De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, em maio


de 2016, havia no município 42.040 famílias inscritas no Cadastro Único para Programas
Sociais, embora a estimativa seja 44.344 famílias de baixa renda e 26.267 famílias pobres.
Além disso, só 69,7% das famílias pobres recebem o benefício do Programa Bolsa Família
(PBF).
Uma das mais importantes determinantes da distribuição da renda é derivada do trabalho.
Nesse sentido, o que está acontecendo no mercado de trabalho é uma boa indicação do
que acontece com a renda familiar e com a ameaça de entrar na pobreza, uma vez que
para a maioria das pessoas toda a sua renda vem de sua capacidade de trabalho e das
condições de acesso e qualidade do emprego. No entanto, a crise econômica e o
desemprego no Brasil pela recessão e o modelo de governo do PT, no País e em São
Bernardo do Campo, seguramente, têm impactado nos últimos anos na perda de renda
das famílias, o que agrava ainda mais o risco de pobreza. De acordo com o SEADE, o
número de desempregados em São Bernardo do Campo chegou a 69.290 pessoas em
março de 2016. Essa situação ameaça afetar o progresso que temos alcançado no
desenvolvimento humano integral de São Bernardo do Campo.

Por isso, através da consolidação na implementação do Sistema Único de Assistência


Social (SUAS), queremos avançar na consolidação do modelo de assistência, inclusão
social e segurança alimentar que atenda e proteja as pessoas e famílias mais vulneráveis
e em situação de risco social, com base nas suas necessidades e características
particulares que permitam eliminar as barreiras de discriminação, que perpetuam a
desvantagem e limitam o desenvolvimento humano no nosso município.

De acordo com informações de 2015 do SEADE, a proporção de idosos (pessoas com 60


anos ou mais) no município tem aumentado de forma considerável nos últimos quinze
anos, passando de 6,9% em 2000 para 12,4% em 2015. Esse é um reflexo das mudanças
na estrutura etária da sociedade brasileira, e que se apresenta com maior força nos
municípios mais desenvolvidos do País, como é o caso dos municípios do Grande ABC.
De acordo com projeções realizadas pelo IBGE, espera-se que a população acima de 60
anos no Estado de São Paulo passe de 13,54% em 2016 a 21% em 2030.

São Bernardo do Campo apresentou, em 2015, um índice de envelhecimento de 65,07, ou


seja, para cada 100 jovens (menores de 15 anos) há 65 pessoas com 60 anos ou mais
(em 2000 esse índice foi apenas 26,6). Esse valor elevado em 2015 indica que a transição
demográfica encontra-se em estágio avançado no município; e reflete também a redução
dos níveis de fecundidade, o aumento da esperança de vida e a pressão sobre políticas
públicas nas áreas de saúde e de previdência social. Por outro lado, o índice de
dependência de idosos é também um indicador relevante, porque mostra o "esforço"
econômico da população economicamente ativa e determina o domínio dos cuidados
continuados aos idosos. Em 2015 essa taxa de dependência atingiu um valor de 10,9, isto
é, para cada 100 pessoas ativas economicamente, há quase 11 idosos (esse valor em
2000 já foi 6,4). Segundo o Censo 2010, a taxa de analfabetismo dos idosos (pessoas de
60 anos e mais) alcança no município 10,36%. Mas em algumas regiões essa taxa mais
que se duplica, atingindo entre 20 e 29%, como Cooperativa (20,03%), Alvarenga
(23,71%), Batistini (24,09%) e Montanhão (28,98%). Este indicador mostra também a
situação de vulnerabilidade da população idosa, que é mais crítica nas regiões mais
pobres do município.

Um fator importante a ter em conta também na situação dos idosos do município é a


renda. O status socioeconômico de muitos idosos no município está se deteriorando, em
parte devido à falta geral de sistemas de segurança social com ampla cobertura,
debilidades do sistema de saúde, ausência de uma política de habitação que ofereça a
possibilidade de estabelecer um agregado familiar independente e pela inexistência de
instrumentos de integração social e intergeneracional. Assim, segundo informações do
Censo 2010, o valor do rendimento nominal médio mensal total do município é R$
1.795,00 (a partir dos 10 anos e mais de idade). No entanto, as pessoas de 60 a 69 anos
residentes no município recebem um valor que é inferior à média total, alcançando R$
1.753,00; e numa condição mais severa estão as pessoas com 70 anos ou mais, pois
recebem na média mensal apenas R$ 985,00. Destaca-se o Bairro dos Casa, Alves Dias,
Cooperativa, Cinco, Ferrazópolis, Alvarenga, Batistini e Montanhão como as regiões do
município com um valor do rendimento nominal médio mensal dos idosos abaixo da média.
Por exemplo, em Montanhão as pessoas de 60 a 69 anos recebem só R$ 912,00 e as
pessoas com 70 anos ou mais, R$ 691,00.

Por outro lado, segundo dados de 2015 do SEADE, estima-se que a população de 0 a 14
anos no município representa 19,1% do total da população, as pessoas entre 15 e 19 anos
representam 7,5% e a população entre 15 e 29 anos, 24,1%. Se comparada com o ano
2000, esses três grupos de população apresentaram uma redução nas suas taxas de
crescimento: até a idade de 14 anos teve a maior queda com -17%, em seguida foi a
redução da população entre 15 e 19 anos com -14% e, por fim, a população entre 15 e 29
anos diminuiu aproximadamente -5%.

De acordo com o Censo de 2010, 1,91% das crianças do município estão em situação de
extrema pobreza; 7,11%, em situação de pobreza e aproximadamente 24%, em condição
de vulnerabilidade à pobreza. Esse é um risco bastante alto que afeta o desenvolvimento
integral das nossas crianças. Um total de 8.486 crianças e adolescentes com idades entre
10 e 17 anos estavam em condição de trabalho infantil, o que representa 9% dessa
população total. De forma desagregada, 1,9% tinha de 10 a 13 anos; 7,7% entre 14 e 15
anos e 25% entre 16 e 17 anos. 61,7% da população de 14 a 17 anos trabalhavam em
condições precárias, sendo que 46,7% eram empregados sem carteira de trabalho
assinada, 7,9% eram conta própria e empregadores e 7,1% não eram remunerados.

De acordo com as estatísticas vitais em saúde do Seade, a taxa de mortalidade infantil no


município foi 9,9 por mil nascidos vivos, valor que está dentro da meta recomendada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e abaixo das obtidas pela Região Metropolitana
(11,41) e o Estado de São Paulo (11,43). No entanto, as mães adolescentes (com menos
de 18 anos) aumentaram para 5,61% em 2014, sendo que em 2013 foi 5,49%. Segundo o
PNUD, com base no Censo Demográfico de 2010, as estatísticas de mulheres que tiveram
filhos por idades são: 0,62% tinham 10 a 14 anos e 4,1% tinham 15 a 17 anos. Das
pessoas de 15 a 24 anos, 4,95% que não estudam nem trabalham são vulneráveis à
pobreza.

De acordo com o IBGE-Censo 2010, em São Bernardo do Campo moram


aproximadamente 195.008 pessoas com deficiência, ou 25,5% da população total. Os dois
tipos mais comuns de deficiência são: visual, que representa 81% da população deficiente
(aproximadamente 158 mil pessoas); motora, que representa 23,1% (45 mil pessoas); e
auditiva 19,1% (37.283 pessoas). As principais causas das deficiências nas pessoas são
por doenças em geral, acidentes, doenças genéticas ou hereditárias, complicações no
parto e condições de saúde e violência. Representa um problema de exclusão a falta de
programas para atenção e cuidados das pessoas com deficiência, a exclusão no trabalho,
as insuficientes instalações desportivas e de programas desportivos e as difíceis
condições de acessibilidade e deslocamento nas ruas, parques, praças e locais públicos.
Há falta de respeito com os cadeirantes e pessoas com deficiência. Por exemplo, algumas
rampas instaladas em parques têm degraus no final. Isso são obstáculos. Também não há
piso tátil para cegos, e semáforos da cidade precisam ainda de sinais sonoros. Esses são
problemas de saúde pública. A atenção para a população deficiente torna-se indispensável
diante da necessidade de uma boa assistência.

De acordo com informações do DATASUS do Ministério da Saúde, em 2014 foram


notificados 1.099 casos de violência física contra a mulher e 116 casos de estupro. As
cinco varas cíveis do Fórum de São Bernardo recebem, por dia, até 10 pedidos de
medidas protetivas para mulheres que estão em situação de vulnerabilidade e sob ameaça
física, moral e psicológica. Por mês, o volume de pedidos nas mesas dos juízes pode
chegar a 300, e há aproximadamente 1.500 casos relacionados à violência doméstica em
andamento no município. Os casais são os principais perpetradores, e grande parte dos
casos trata-se de mulheres com crianças, que são população economicamente
dependente, o que afeta a manutenção da violência baseada no gênero. Em 2013, nas
regiões de Alvarenga e Montanhão foram registrados 384 e 233 casos de violência contra
a mulher.

A falta de segurança é constante na vida de quem mora em São Bernardo do Campo e,


infelizmente, isso ocorre ainda mais com as mulheres. É preciso criar políticas públicas de
atendimento contundentes, que olhem de forma especial para o público feminino. Não se
pode admitir que meninas, adolescentes e mulheres da cidade não se sintam seguras ao
se deslocar de um lugar para outro, seja a pé ou de carro. Pior ainda quando delitos e falta
de respeito acontecem dentro do transporte público coletivo. Fragilizadas, as mulheres
ainda são alvo fácil nas ruas escuras, que não contam com iluminação apropriada,
principalmente nos bairros afastados, onde a presença de policiais é escassa. É preciso
dar um basta nessa dura realidade. É hora de dar um basta nisso tudo. Vamos lutar pelo
fim da violência contra a mulher.

Segundo o Censo 2010 do IBGE, 5% dos habitantes são-bernardenses declararam-se de


cor preta e 0,1%, como indígenas. A época da escravidão no Brasil deixou marcas
profundas na nossa história. Durante esse período, pelo menos 3 milhões de negros foram
trazidos da África para trabalhar aqui em condições sub-humanas. Muitos morreram. Mas
ainda temos muito que evoluir na questão da consciência negra. É triste, ainda hoje,
acontecerem muitos casos de discriminação. Episódios assim devem ser abolidos e
punidos, pois a diversidade é o que torna a vida bela. Respeitar o próximo é respeitar a
vida. Devemos trabalhar por reduzir as disparidades sociodemográficas e
socioeconômicas que apresentam esses grupos populacionais de nosso município a partir
da promoção, prevenção, manutenção e restauração de direitos diferenciais, no âmbito
das políticas públicas. Devemos promover estratégias orientadas ao reconhecimento da
cultura étnica e o reforço das relações interculturais baseadas no respeito pela diferença.

Diretrizes:

- Criar alternativas que solucionem os problemas enfrentados pela população e fazer com
que todos tenham melhor qualidade de vida e bem-estar mediante a satisfação de suas
necessidades sociais fundamentais de saúde, segurança, educação, assistência social,
cultura, esporte, lazer, turismo e de políticas públicas inclusivas;

- Alterar a lei de criação da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc),


adequando a legislação municipal à legislação do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS);

- Implantar de forma efetiva a Vigilância Socioassistencial, monitorando e avaliando as


entidades de caráter educativo e compartilhado de forma que propicie a execução das
ações com padrões e condutas estabelecidos pela Sedesc em toda rede conveniada, com
o desembolso financeiro efetivamente compatível à ação proposta;

- Ampliar o número de CRAS e das equipes que atendem os centros de referência,


acrescentando uma equipe para atender a área rural do Riacho Grande, no Pós-Balsa;

- Implementar o Atendimento de Proteção Social Básica para o Idoso através do Serviço


de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;

- Rever a lei de isenção do IPTU, utilizando critérios de renda e vulnerabilidade social já


contemplados no Cadastro Único, gerando agilidade e economia;
- Garantir apoio técnico aos Conselhos de São Bernardo (CMAS e CMDCA), melhorando a
qualidade do atendimento da rede conveniada, padronizando os modelos de formulários
utilizados e trazendo mais agilidade na tramitação dos processos e deliberações;

- Reordenar o Programa Oportunidades, mantendo ações que complementem e


qualifiquem os Serviços da Assistência Social e promovam a superação de
vulnerabilidades;

- Desprecarizar os vínculos trabalhistas, alocando funcionários efetivos na coordenação e


no atendimento à população e adequando-se à legislação;

- Fortalecer o pacto federativo no SUAS;

- Promover ações e projetos voltados para os jovens, mulheres, idosos, pessoas com
deficiência e outros grupos.

• Saúde

Dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), dois estão focados na saúde
das mães e crianças. Na verdade, as bases para uma boa saúde dependem de uma
evolução favorável da gravidez, do parto e dos primeiros anos de vida. Por isso, é
importante analisar a saúde das mulheres grávidas e crianças em seus primeiros anos de
vida. Começando com as mães, nas estatísticas vitais e de saúde de 2014 do SEADE,
podemos observar que São Bernardo do Campo apresentou uma taxa de mortalidade
materna de 17,68 por 100 mil nascidos vivos, abaixo da meta estabelecida por ODM para
o Brasil: 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Assim, de mais de 30,9 por 100 mil nascidos
vivos em 2000 para menos de 18 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2014 representa
uma redução dessa taxa de quase 42% em 14 anos.

Quanto ao estado de saúde nos primeiros anos de vida, a sua análise é relevante, porque
os efeitos do que acontece durante estes podem ser duradouros e permanentes em alguns
casos. A taxa de natalidade é de 14,39 por mil habitantes, valor acima dos municípios de
São Caetano do Sul (12,31) , Ribeirão Pires (12,42) e Santo André (13,31). Se comparado
com os municípios do ABC Paulista, em 2014 a taxa de fecundidade geral foi alta no
município, alcançando 49,68 por mil mulheres entre 15 e 49 anos, só superado por
Diadema (54,11). O índice de gravidez precoce é de 5,61%, sendo que São Caetano do
Sul, Santo André e Ribeirão Pires têm resultados mais baixos, 1,73%, 4,74% e 4,94%
respectivamente.

A nutrição adequada da mãe e do bebê influenciam de forma relevante o desenvolvimento


futuro da criança, pois o baixo peso ao nascer pode levar a complicações, como
deficiências e problemas de audição ou visuais. Em São Bernardo do Campo a
percentagem de recém-nascidos com baixo peso (com menos de 2,5 kg) tem permanecido
constante na última década, variando entre 9,34% em 2004 e 9,55% em 2014. No entanto,
Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires têm melhores resultados: 7,88% e 8,85%,
respectivamente. Com relação à mortalidade infantil, em 2014 a taxa foi 9,99 por mil
nascidos vivos, acima de São Caetano do Sul com 7,03. Entre 2011 e 2014 manteve-se
estável e não melhorou, pois no primeiro ano atingiu 9,88 por mil nascidos vivos, embora
valha ressaltar que a meta do ODM para esse caso é de 15,3 óbitos por mil nascidos
vivos; por isso, de forma positiva, a cidade mais do que cumpriu essa meta. Por outro lado,
a taxa de mortalidade na infância (crianças menores de 5 anos) foi 11,49 por mil nascidos
vivos, quando em São Caetano do Sul foi 8,11. Esses valores alertam sobre a
necessidade de maiores investimentos sociais para essa fase do ciclo de vida. Sobre as
causas de mortalidade, devemos mencionar que, globalmente, diarreias e doenças
respiratórias são as principais ameaças para a vida das crianças com idades
compreendidas entre um mês e cinco anos; além disso, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) estima que a desnutrição em crianças gere um terço da mortalidade infantil. Em
nosso município, 74% dos óbitos infantis são por causas evitáveis.

A taxa de mortalidade de jovens e adultos, de 15 até 34 anos, é 100,96 por cem mil
habitantes. Esse valor é elevado, haja vista a taxa obtida por São Caetano do Sul (58.82).
A principal causa de mortalidade em São Bernardo do Campo foram as doenças do
aparelho circulatório, com 35,5% dos óbitos. Em seguida, as neoplasias, responsáveis por
18,7% dos óbitos, as doenças do aparelho respiratório com 11,6% e em quarto lugar no
ranking da mortalidade geral no município estão as causas externas (por acidentes e
violência) com 10,8%. A AIDS gera uma deterioração progressiva do sistema imunitário
que carrega o vírus e diminui a capacidade do organismo de combater algumas infecções
e doenças. Deste modo, o vírus tem o potencial de afetar a qualidade de vida dos doentes.
A mortalidade associada a esta doença aumentou entre 2010 e 2014, passando de 3,66 a
4,33 por cem mil habitantes. Isto é um aumento de 28 para 34 óbitos por AIDS em cinco
anos. Dado que a meta dos ODM para este indicador é interromper, até 2015, a
propagação e diminuir a incidência de HIV/aids, o município precisa, com urgência, de
esforços adicionais para reduzir a mortalidade associada a essa doença.

O deficiente planejamento e a deficiente gestão pública geram esses problemas sérios de


saúde que na atualidade apresenta o município. Nosso município sofre com a péssima
organização e a aplicação inadequada e irresponsável de recursos que vem ocasionando
a piora dos serviços de Saúde Pública. Em consequência, temos graves problemas de
insuficientes leitos e insuficiente pessoal médico, deficiente atenção médica, falta de
remédios, filas de espera intermináveis para consulta médica, demora no agendamento de
consultas e exames e uma precária e mal-equipada infraestrutura. Temos que dar
atendimento digno a quem mais merece: a população que paga impostos e espera que o
serviço básico seja prestado.

Informações do DATASUS apontam uma queda de 2.499 para 1.528 leitos de internação
na década 2005-2015, o que equivale a 38,8% de redução. Em 2005 o município tinha 726
leitos de internação na Gestão Municipal para uso exclusivo do SUS (Sistema Único de
Saúde), já em 2015 esse número diminuiu para 569 -uma queda de 21,6%. Em relação
aos leitos não SUS, essa redução foi ainda maior no mesmo período: de 1.773 para 959
leitos, ou seja, uma queda de 46%. Assim, o número de leitos de internação disponíveis
por mil habitantes no São Bernardo do Campo está aquém da orientação da Organização
Mundial da Saúde (OMS), de 3 a 5 leitos para cada mil habitantes. Efetivamente, em 2014,
segundo dados do SEADE, a oferta no município corresponde a uma média de 1,95 leitos
hospitalares por mil habitantes – ou 0,72 por mil habitantes no SUS. O Estado de São
Paulo e a Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, têm média de 2,25 e 2,11
para mil habitantes, respectivamente. Em São Caetano do Sul a média é de 3,73 leitos
para mil habitantes.

Em 2013, a Prefeitura entregou o Hospital das Clínicas de São Bernardo.


A população criou uma expectativa, mas acabou se frustrando. Hoje em dia o hospital
opera apenas com 12% de sua capacidade para cirurgias. A Administração Municipal fez
um empréstimo no Banco Interamericano de Desenvolvimento de US$ 59 milhões de
dólares, cerca de R$ 209,5 milhões, para a reforma do PS Central em hospital de
urgência. Uma dívida que será paga em 30 anos, pois a gestão municipal atual já
acumulou nos últimos seis meses endividamento superior a R$ 634,1 milhões.

Moradores do município reclamam frequentemente também da falta de médicos ou de


profissionais da saúde que ameaçam ir embora, como nos bairros Vila União, Montanhão
ou Riacho Grande. Não adianta construir prédios para chamar a atenção quando não há
atenção de pessoal médico, não há medicamentos ou Unidades Básicas de Saúde (UBSs)
mais equipadas, com mão de obra qualificada e gestão funcional.

Segundo dados do DATASUS, em fevereiro de 2016 o município contava com 2.011


médicos, número insuficiente para atender as necessidades de atenção à saúde da
população. Essa informação revela a dramática situação de déficit de médicos e
especialistas. Os dados revelam que apenas tem crescido nos últimos 8 anos o número de
anestesiologistas, cirurgiões gerais, radiologistas, médicos do trabalho ou
endocrinologistas. Por exemplo, de acordo com a SEADE, o número de dentistas
registrados no CRO/SP teve uma queda de quase 4% entre 2010 e 2014, passando de
1.540 a 1.483 dentistas, respectivamente. Isso representa uma redução de 4,03 a 3,77
dentistas por dois mil habitantes. Da mesma forma, o número de médicos registrados em
2015 no CRM/SP no São Bernardo do Campo corresponde a uma média só de 1,6
médicos por mil habitantes, resultado que tem se mantido quase igual desde o ano 2000,
quando esse valor atingiu 1,4 médicos por mil habitantes. Os resultados em 2015 na
Região Metropolitana de São Paulo e o Estado de São Paulo são superiores com média
de 3,2 e 2,7 médicos para mil habitantes, respectivamente. Mas em São Caetano do Sul a
média é mais alta, atinge 5,24 médicos para mil habitantes. Além disso, segundo
informações do DATASUS, a taxa de Cobertura das Equipes de Atenção Básica em
agosto de 2015 atingiu 65,5% da população, enquanto em São Caetano do Sul foi 98,4% e
em Mauá, 72% da população.

Temos que trabalhar para um novo modelo de gestão em saúde pública, que tenha como
alicerces responsabilidade, transparência e respeito por nossa população em São
Bernardo do Campo. Não mais saúde precária.

Diretrizes:

- Implantar um novo modelo de gestão na saúde de São Bernardo, que garanta melhores
resultados e mais eficiência na saúde pública do município;

- Construir Unidades Básicas de Saúde (UBSs) no Silvina e no Pós-Balsa, esta última, 24h
e com UTI móvel;

- Implementar o Prontuário Único Eletrônico, integrando as informações do paciente em


uma única fonte de dados, possibilitando o acesso em qualquer unidade;

- Concluir a implementação do sistema de Tecnologia da Informação em todas as


Unidades de Saúde;

- Contratar mais médicos de São Bernardo com o objetivo de ampliar e melhorar o


atendimento à população nas Unidades de Saúde;

- Reativar o Pronto-Socorro (PS) no Taboão;

- Implantar especialidades no Hospital de Clínicas para o seu pleno funcionamento;

- Reformar e adequar as Unidades de Saúde, promovendo mais conforto, acessibilidade e


segurança aos usuários;

- Renovar e recuperar os equipamentos médico-hospitalares, visando maior eficiência e


qualidade nos diagnósticos e redução no tempo de espera para a realização de exames;
- Implantar Ambulatórios de Alta Resolutividade para que no mesmo dia e local o paciente
possa passar em consulta, determinar diagnóstico e procedimento necessário, realizar
exames complementares e realizar a intervenção;

- Reduzir as taxas de mortalidade infantil a um dígito;

- Fomentar a criação de uma Central Regional de Regulação de Ofertas de Serviços de


Saúde;

- Ampliar a atuação do Programa de Saúde da Família, promovendo ações preventivas e


de atenção básica, principalmente à população idosa;

- Fortalecer a parceria entre a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Desenvolvimento


Social e Cidadania, para que os Centros de Referência ao Idoso possam ser estruturados
como Polos Especializados em Geriatria e Gerontologia;

- Capacitar constantemente todos os profissionais da saúde, estabelecendo novas


parcerias com instituições de ensino e fortalecer a ação do Plano de Capacitação do
Servidor, garantindo educação continuada aos profissionais;

- Fortalecer a Assistência ao Servidor, ampliando a rede de serviços credenciados e


assegurando o atendimento integral e adequado;

- Implementar protocolos assistenciais em todas as unidades, uniformizando o


atendimento e promovendo ações integradas;

- Avançar na utilização do Protocolo de Manchester em todas as Unidades de Urgência e


Emergência;

- Fortalecer a Atenção Básica garantindo o acesso às consultas, exames, terapias e


medicamentos;

- Promover encontros temáticos de Saúde e Cidadania em áreas estratégicas do


município, com rede de serviços adequada às necessidades da comunidade local e com
garantia de encaminhamento para as especialidades, quando detectada as necessidades;

- Realizar campanhas permanentes de prevenção;

- Intensificar as ações de saúde bucal e fortalecer a parceria entre as secretarias de Saúde


e Educação visando estender a um maior número possível de pessoas as ações voltadas
à prevenção;

- Implementar o Serviço de Odontologia Hospitalar para cuidados aos pacientes


oncológicos e em cuidados semi-intensivos e intensivos, contribuindo para a prevenção de
infecções e agravos;

- Resgatar, reestruturar e ampliar o serviço de equoterapia no município, trabalhando em


conjunto com os CAPS;

- Implantar um Sistema de Telemedicina em todas as Unidades de Saúde, visando suprir a


falta de especialistas e agilizar o diagnóstico preciso;

- Implantar letreiros luminosos em pontos estratégicos da cidade com o objetivo de


informar os tempos estimados de espera para atendimentos nas principais Unidades de
Pronto Atendimento, possibilitando que o paciente opte, em caso de urgência, pelo local
adequado e mais conveniente;
- Implantar serviço de agendamento eletrônico, possibilitando o agendamento pelo próprio
paciente de consultas e exames;

- Implantar um novo sistema de acompanhamento e monitoramento de pacientes inseridos


nos programas especiais, por meio de um software implementado em suas próprias
residências, favorecendo o controle sem interferir no seu cotidiano;

- Implementar em pontos diversificados de São Bernardo painéis informando o balanço


mensal da saúde, promovendo a transparência na gestão e dando ao cidadão a
oportunidade de acompanhar a execução do plano de governo.

• Educação

A educação é base de tudo, mas vivemos em um país onde, infelizmente, há pouco


investimento nessa área. Nos últimos anos, a situação ficou estacionada. Não é isso que
desejamos e merecemos. Países evoluídos investem forte em educação, mas esse é um
caminho longo onde o resultado só se vê no tempo. Não basta apenas construir escolas, é
necessário estimular a criança, inserir o hábito da leitura, tornar o ambiente educacional
agradável e investir na qualidade da educação. Esses são os nossos desafios. Eu acredito
nesse País. Com educação, tudo se constrói.

De acordo com o Censo de 2010 (IBGE), em São Bernardo do Campo a taxa de


analfabetismo da população de 15 anos e mais foi de 3,0%, o que representa que
aproximadamente 23.254 pessoas não sabem ler nem escrever um bilhete simples. Por
outro lado, São Caetano do Sul e Santo André tem taxas de analfabetismo mais baixas,
1,6% e 2,8%, respectivamente. No entanto, também é perturbador que existam regiões
com taxas de analfabetismo bem mais altas se comparadas com a média de nosso
município, do Estado de São Paulo (4,3%) e da Região Metropolitana de São Paulo
(3,6%). Essas taxas variam entre 7,0 e 10,4%, como são Alvarengas: Escola Municipal
Manoel Torres de Oliveira, Transmissão da Mercedes/Núcleo 22, Detroit/Núcleo 11,
Riacho Grande, Naval II, Do Tico, Jardim Claudia/Núcleo 18, Alves Dias/Dos Casa: Escola
Municipal Padre José Maurício, Biquinha (Núcleo 43) e Jardim Nossa Senhora de
Fátima/Núcleo 15.

Segundo também Censo 2010 (IBGE), 78% da população de 18 anos ou mais do


município tem Ensino Fundamental completo; 61% possuem Ensino Médio completo e
22,4% têm Ensino Superior completo. Todos são valores acima do Brasil, Estado de São
Paulo e Região Metropolitana de São Paulo.

Educação Infantil. Em relação à Educação Inicial, toda criança de 0 a 5 anos tem o direito
de estar matriculada em uma escola. Mas, em São Bernardo, a insuficiência de vagas em
creches é um dos inúmeros problemas enfrentados pelo povo da nossa cidade, porque as
unidades existentes no município não atendem a alta demanda de crianças entre 0 e 3
anos, principalmente nos bairros mais periféricos e, consequentemente, mais carentes.
Tem casos de mães entrando na justiça para poder matricular o filho e assim poder sair
para trabalhar. Os dados são reveladores dessa situação. Em 2014, a taxa de atendimento
escolar das crianças de 0 a 3 anos de idade foi só 35,3%. Esse resultado mostra que há
aproximadamente 24.325 crianças nessa faixa estária fora do sistema escolar e que nossa
cidade ainda está longe de atingir a meta de cobertura de 50% na Creche estabelecida no
Plano Nacional de Educação 2014-2024. Em 2015, a Rede Municipal de São Bernardo é
responsável por 69% das matriculas na Creche. Além disso, São Bernardo do Campo
ocupa o posto 135 dos 645 municípios do Estado de São Paulo em cobertura escolar na
Creche, sendo que São Caetano do Sul ocupa o 5º lugar com 56,9% de atendimento.
Estamos ainda longe de alcançar esse município do ABC Paulista. A cobertura na Pré-
Escola (4 a 5 anos de idade) também não atinge a meta de 100% do Plano Nacional de
Educação, por quanto em 2010 foi 92,8%. E em relação às matriculas na Pré-Escola, em
2015 a Rede Municipal é responsável por quase 85% na cidade.

Segundo dados do Censo Escolar 2014 (MEC/INEP), em São Bernardo do Campo há um


total de 212 escolas de Educação Infantil do ensino regular, das quais 109 pertencem à
rede municipal (51,4%) e 103, à rede privada (48,6%). Isto significa que as instituições que
prestam atendimento educacional às crianças de 0 a 5 anos distribuem-se quase de igual
modo entre as redes municipal e privada. No entanto, a alta demanda por Educação
Infantil pela população de baixa renda, especialmente na Creche, mostra a necessidade
preeminente de ampliar, significativamente, a oferta de vagas e a construção de novas
instituições na rede municipal de ensino.

Em 2010, em média, 54,02% das crianças entre 0 e 5 anos de idade frequentavam a


escola. Contudo, há regiões da cidade com taxas abaixo da média do município, com
apenas 29% de atendimento escolar, como Vila do Bosque/Núcleo 57 e Alvarengas:
Escola Municipal Manoel Torres de Oliveira. E regiões com uma taxa de atendimento de
quase 80%, como Balneária/Rio Grande, Ferrazópolis/Montanhão: Residencial Athenas II,
Ferrazópolis/Montanhão: Conjunto Residencial Tiradentes, Assunção: Escola Estadual
Doutor João Firmino Correa de Araújo/Escola Municipal Gildo Dos Santos, Jordanopólis:
Arte Manha e Safadeza Recreacao Infantil/Moska Escola de Artes e Bailados S/C Ltda-Me,
Taboão/Paulicéia/Jordanópolis: Escola Estadual Professor Ismael da Silva Junior,
Assunção: Escola Municipal de Educação Básica Maria Ines Favero de Oliveira,
Demarchi/Parque Espacial : Parque Portaria Swiss Park, Assunção: Condomínio Edifício
Ouro Preto e Assunção: COHAB I Av. Pres. João Café Filho.

Os dados referentes a 2014 do SEADE em relação à formação dos docentes que atuam
na Creche apontam que 97,42% têm formação de Ensino Superior ou Magistério
Completo. Em detalhe, 97,72% dos docentes com esse nível de formação atuam nas
Redes Pública e Conveniada e 96,14%; na rede privada. E em relação à formação de
Auxiliares de Creche, 96,76% têm formação de Ensino Médio Completo. Por outra parte, o
número médio de alunos por profissional na Creche nas Redes Pública e Conveniada é
8,47 alunos por profissional e na Rede Privada é de 2,76 alunos por profissional. Na Pré-
Escola, 98,26% dos docentes têm Ensino Superior ou Magistério completo e o número de
alunos por profissional é 15,32, sendo que nas Redes Pública e Conveniada há 23,62
alunos por profissional e na Rede Privada são 4,88 alunos por profissional. Assim, verifica-
se que o maior número de alunos por profissional na Creche e na Pré-Escola encontra-se
na rede pública municipal. Isso pode afetar a qualidade do atendimento educacional.

Ensino Fundamental. De acordo com a Constituição Brasileira, o Ensino Fundamental é


obrigatório e gratuito. No art. 208, inciso 1º, que preconiza a garantia de sua oferta, afirma:
“O acesso ao ensino obrigatório é direito público subjetivo”, e seu não oferecimento pelo
Poder Público ou sua oferta irregular implica responsabilidade da autoridade competente.
Em São Bernardo do Campo, conforme dados do Censo Escolar 2014 (MEC/INEP), há
201 instituições que ministram o Ensino Fundamental, sendo 75 escolas da rede
municipal, 70 escolas da rede estadual e 56 escolas da rede privada.

A matrícula total no Ensino Fundamental da população entre 6 e 14 anos de idade caiu


18,1%, passando de 121.826 no ano 2000 para 99.777 alunos em 2014. Esse resultado é
coerente com a diminuição de 18,6% da população nessa mesma faixa etária. A matrícula
nos anos iniciais (1º ao 5º ano) do Ensino Fundamental sofreu entre 2004 e 2014 uma
redução em torno de -5,2%, sendo que na rede municipal houve um decréscimo de -13,1%
e na rede particular de -53,4%. A matrícula nos anos finais também tem registrado uma
redução importante de -19,3%, uma vez que na rede estadual a queda foi de -26,1% e na
rede privada de -27,3%.

Da outra parte, em 2014, a taxa bruta de frequência nos anos iniciais do Ensino
Fundamental atingiu 110% e nos anos finais alcançou 111%. Esses resultados acima de
100% indicam que uma parte da população matriculada no Ensino Fundamental está em
situação de defasagem idade-série. Efetivamente, a distorção idade-série no Ensino
Fundamental é 6,6%, da qual 7,7% está na rede pública, 11,9% na rede estadual, 4,1% na
rede municipal e 2,1% na rede particular. Assim, os dados revelam que a maior defasagem
se apresenta nos anos finais e na rede pública. Um dos principais problemas que geram a
distorção idade-série é o baixo desempenho dos alunos em atraso escolar quando
comparados aos alunos regulares, condição que se evidencia no momento das avaliações
nacionais do Ensino Fundamental; também tem como consequência o alto impacto na
gestão financeira do sistema educacional.

Em 2014, a taxa de reprovação no Ensino Fundamental atingiu 4,8%, sendo maior nos
anos finais, com 7,7%, enquanto nos anos iniciais foi apenas 2,3%. Em relação à taxa de
abandono escolar nesse nível de ensino, em 2014 alcançou 0,8%, sendo também maior
nos anos finais, com 1,6%, enquanto nos anos iniciais foi 0,1%. E o resultado mais
preocupante de abandono escolar é na rede pública, atingindo até 2% nos anos finais. Em
relação à qualidade do aprendizado no Ensino Fundamental do município, o resultado do
IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2013 da rede municipal nos
anos iniciais foi 6,0, ocupando o posto 187 dos 645 municípios do Estado de São Paulo e
mostrando um cumprimento da meta estabelecida para 2013 de 5,9. No entanto, o
município de São Caetano do Sul atingiu um índice surpreendente de 6,6.

Considerando-se dados da Prova Brasil – que tem como nota máxima 350 para Língua
Portuguesa e 375 para Matemática – constata-se que a média obtida em 2013 nas
escolas da Rede Municipal de São
Bernardo do Campo em Língua Portuguesa no 5º ano foi 212,28, resultado superior ao
alcançado em 2007 quando atingiu 191,52, mas ainda baixo em relação ao esperado na
nota máxima de 350. Já na prova de Matemática no 5º ano, o resultado em 2013 foi
226,91 contra 208,73 em 2007, mas um valor também abaixo do esperado na nota
máxima. Em relação à nota de Língua Portuguesa na Prova Brasil em 9º ano, em 2013 a
Rede Estadual atingiu 246,91 contra 237,62 em 2007 e em Matemática obteve um
resultado de 250,15 versus 247,63 em 2007. Em ambos os períodos, 2007 e 2013, a
média tanto da Rede Municipal quanto da Rede Estadual se manteve sempre acima da
média do Estado de São Paulo, mas abaixo dos resultados de São Caetano do Sul. Em
2013, 10,8% dos alunos atingiram o nível abaixo do básico na Prova Brasil em Língua
Portuguesa (5º ano) na Rede Municipal, embora em São Caetano do Sul tenha sido só
4,5% e em Ribeirão Pires, 6,3%. Em Matemática (5º ano), na Rede Municipal, 15,2% dos
alunos atingiram o nível abaixo do básico na Prova Brasil, contra 3,0% em São Caetano do
Sul e 13,14% em Ribeirão Pires.

Kit Escolar e Merenda nas Escolas

Um grande problema que afeta a educação de São Bernardo desde 2013 até hoje é o
atraso na entrega de uniforme e material escolar nas escolas municipais. Essa situação,
que é inadmissível, prejudica aproximadamente 85 mil alunos da rede pública municipal.
No meio do ano escolar, quase a metade dos alunos ainda está sem uniforme escolar e,
em alguns casos, só recebeu pares de meias. É um desrespeito que evidencia o deficiente
planejamento e a falta de compromisso no sistema educacional da rede municipal. Em
consequência, a qualidade da educação é afetada.
Outro problema atual são as graves falhas na merenda escolar. A Prefeitura de São
Bernardo do Campo cortou a merenda a crianças entre cinco e dez anos de idade que
estejam na Pré-Escola e no Ensino Fundamental da rede pública municipal. Os alunos que
estudam no período matutino não têm mais direito ao café da manhã e os que estudam à
tarde, apenas com o lanche do intervalo, sem direito ao almoço. Ainda pior, pais
denunciam que está proibido mandar lanche de casa na mochila de seus filhos.

A Prefeitura de SBC pagou mais de R$ 4 milhões para empresa investigada pelo Ministério
Público na compra da merenda escolar. São Bernardo foi a que mais pagou dinheiro para
a Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), de Bebedouro (SP), que é investigada
por desvios de verba.

Ensino Médio

Segundo dados divulgados no Censo Educacional do MEC/INEP, em São Bernardo do


Campo há três modalidades de Ensino Médio: turmas regulares do Ensino Médio, Ensino
Médio Integrado e Ensino Médio Normal/Magistério. A redes pública e privada de Ensino
Médio possuem 96 unidades escolares, sendo que a maior parte dessas escolas, 65,5%
(68 escolas) faz parte da rede pública estadual.

De acordo com dados do Censo Escolar/MEC, houve um crescimento tímido de 7,2%


alunos matriculados entre 2007 e 2014, passando de 35.066 para 37.578 alunos,
respectivamente. Contudo, a partir de 2010, quando a matricula atingiu um pico de 38.093
alunos, observa-se um declínio no número de matrículas efetivadas, representando uma
queda nos quatro anos últimos de -1,35%. A matrícula do Ensino Médio por esfera
administrativa revela que a rede estadual respondeu em 2014 por 31.553 matrículas,
quase 84% do total das matrículas, e a rede particular matriculou 6.045 alunos, isto é, o
restante 16% das matrículas.

Segundo dados do SEADE de 2014, a taxa de frequência líquida foi 84,11% (proporção de
pessoas entre 15 e 17 anos que estuda no Ensino Médio, em relação à população
correspondente a essa faixa etária). Comparando-se a população residente em São
Bernardo do Campo na faixa etária entre 15 e 17 anos (idade apropriada para cursar o
Ensino Médio) que é de 35.064 pessoas, essa se apresenta muito menor que o total de
alunos matriculados nesse nível de ensino, que é 37.578. Isso mostra que muitos desses
alunos matriculados atualmente no Ensino Médio têm idade superior a 17 anos,
evidenciando problemas de reprovação e abandono no Ensino Fundamental e no Ensino
Médio, situações que potencializam também o problema de distorção idade/série. No caso,
pode-se inferir que esses jovens sintam a necessidade de trabalhar e migrem para a
Educação de Jovens e Adultos (EJA).

De acordo também com dados do SEADE, em 2014 a taxa de reprovação no município em


Ensino Médio atingiu o 14,6%, sendo 16,4% na rede pública estadual e 5,5% na rede
privada. A taxa de abandono escolar diminui de 4,3% em 2013 para 3,8% em 2014, e na
rede pública estadual cai também de 5,1% a 4,4% no mesmo período. No entanto, de
forma geral, o abandono torna-se preocupante nos anos iniciais do Ensino Médio, pois
quem consegue chegar à 3ª série desse nível de ensino é raro que abandone seus
estudos. O desempenho dos alunos que atingiram o nível adequado ou avançado no
Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) no Ensino
Médio caiu entre 2012 e 2013. Em Língua Portuguesa diminuiu de 30,3% em 2012 a
28,5% em 2013. O resultado em Matemáticas foi 5,9% a 4,97% no mesmo período.

Educação Especial
A Constituição Federal estabelece o direito de as pessoas com necessidades educacionais
especiais receberem educação preferencialmente na rede regular de ensino. Segundo
dados divulgados no Censo Educacional do MEC/INEP, no município há 9 escolas que
oferecem Educação Especial-modalidade substitutiva: 6 na rede privada e 3 na rede
pública municipal. Quanto aos dados referentes à matrícula, em 2014 havia 520
estudantes matriculados na Educação Especial, um incremento de 18,2% contra 2013
quando havia 440 matriculados. Segundo estrutura administrativa, 329 alunos estavam na
rede particular e 191 na rede pública municipal. E, segundo nível de ensino, 191 alunos
estavam matriculados no Ensino Fundamental da rede municipal e 319 no Ensino
Fundamental da rede particular.

Ensino Profissionalizante

De acordo com dados do Censo Escolar 2014 (MEC/INEP), no município há 15 escolas de


Educação Profissional, sendo uma da rede estadual e 14 da rede privada. No mesmo ano,
as escolas contavam com 7.669 alunos matriculados em Ensino Profissionalizante de
Nível Técnico. O aumento no crescimento foi 14,2%, em relação a 2005 quando foram
matriculados 6.714 alunos. No município, a relação entre a matricula no Ensino
Profissionalizante sobre o tamanho da população entre 15 e 24 anos de idade é 6,2%,
resultado baixo se comparado com São Caetano do Sul (11,7%) e Santo André (10,2%).
Isso mostra que nesses dois municípios do ABC Paulista há uma maior cobertura e
importância do Ensino Profissionalizante que nosso SBC.

Ensino Superior

O Plano Nacional de Educação 2014-2024 estabelece na Meta 12 que até 2024 deverá se
elevar a taxa líquida de matrícula na educação superior para trinta e três por cento da
população de dezoito a vinte e quatro anos. No entanto, segundo dados do Censo 2010
(IBGE), a taxa de frequência líquida em São Bernardo do Campo foi 20,11%, ocupando o
terceiro lugar entre os munícipios da Região Metropolitana de São Paulo, mas depois de
São Caetano do Sul com 35,89% (município que já superou a meta nacional) e de Santo
André com uma taxa de 25,9%. De acordo com informações do SEADE, as matrículas
registradas em 2014 no município foram 53.250, sendo que 87,5% das matriculas dos
cursos de graduação presencial são na rede privada (46.780 matriculados); 6% na rede
federal; 4,5% na rede municipal e 1,7% na rede estadual.

Diretrizes

- Ampliar o número de vagas em creches;

- Criar o Programa Creche 100%;

- Garantir a entrega do material e do uniforme escolar de qualidade no início do ano letivo


e a compra de material e equipamentos adaptados;

- Desenvolver programas para fortalecer o protagonismo infantil;

- Garantir merenda completa e de qualidade para os alunos;


- Transformar o parque Cidade da Criança em um parque educativo, que irá atender as
crianças da rede municipal de ensino, com novas atrações e equipamentos voltados para
o aprendizado e o lazer;

- Disponibilizar cursos profissionais para alunos da EJA;

- Promover a alfabetização efetiva aos sete anos de idade, com atividades de reforço em
todos os anos do Ensino Fundamental I;

- Criar o projeto Articulador Educacional e Comunitário, com profissionais que atuem como
interlocutores entre a escola, família e comunidade;

- Levar tecnologia para dentro das salas de aula com a criação do Programa Aluno.com;

- Promover formação continuada de professores e gestores em torno de um trabalho


articulado entre os três eixos municipais, bem como entre o município e o estado no
atendimento aos alunos do Ensino Fundamental;

- Fomentar a discussão com a rede de ensino sobre o Estatuto do Magistério;

- Implantar o Programa Escola de Portas Abertas, que vai promover a abertura das
escolas em parceria com a comunidade e associações de bairro nos finais de semana;

- Implantar a Escola de Pais em parceria com universidades e empresas da região;

- Promover a adequação de espaços municipais e construção de prédios para atendimento


às creches;

- Elaborar um currículo municipal contemplando todos os eixos do aprendizado,


oferecendo uma base comum de conhecimentos a todos os estudantes da rede de ensino
de São Bernardo;

- Inserir na matriz curricular uma língua estrangeira (inglês ou espanhol) desde a


Educação Infantil.

• Segurança Pública

O homicídio é um dos crimes mais violentos e mais preocupantes, uma vez que atenta
contra a vida. Em São Bernardo do Campo, tal crime vem sofrendo uma queda bastante
acentuada desde 2001 até 2015, quando a taxa de homicídios dolosos passou de 37,23 a
6,19 homicídios por cem mil habitantes, respectivamente. Se compararmos a evolução dos
homicídios do nosso município com os dados do estado e da região, observa-se que
seguem a mesma tendência de queda. Embora em 2015 a taxa de homicídios em São
Bernardo tenha sido menor que no estado (8,7) e que no total da grande ABC (7,7). Se
comparado com os municípios do ABC, a taxa de homicídios de São Bernardo é também
muito menor que a apresentada em Rio Grande da Serra (14,9) e em Diadema (11,9),
municípios com as maiores taxas da região. No entanto, São Caetano do Sul (3,3) e
Ribeirão Pires (4,3) apresentam melhores resultados que nosso município.
Outro problema de violência que ameaça a vida das pessoas em São Bernardo é a
violência letal no trânsito. De acordo com dados do Infosiga (Sistema de Informações
Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), a taxa de mortes
provocadas por acidentes de trânsito no município atinge um valor elevado de 11,2 por
cem mil habitantes. Entre 2000 e 2015 morreram, em média, 96 pessoas por ano, vítimas
do trânsito são bernardense. Assim, nesse período de quinze anos, os óbitos por
acidentes de transporte aumentaram de 68 para 98 vítimas fatais, um incremento de 44%.
Entre janeiro e maio de 2016, 25 pessoas perderam a vida no município por acidentes de
trânsito. Além disso, de forma preocupante, das 251 mortes por acidente de trânsito
registradas no Grande ABC em 2015, um número de 89 vítimas foi em São Bernardo,
sendo, assim, responsável o município por 35,4% dos óbitos por acidentes de trânsito no
ABC. Outro dado preocupante é o fato de São Bernardo ocupar em 2015 o 4º lugar em
óbitos por acidentes de trânsito no estado, depois de São Paulo, Guarulhos e Campinas.
As informações do Infosiga indicam que os pedestres são de longe as maiores vítimas
fatais da violência no transito (32 mortes em 2015), seguidos de motociclistas (25) e
automóveis (20). E o tipo de acidente que mais matou neste último ano foram as colisões
(37) e os atropelamentos (32).

Outro problema de segurança pública em SBC são os roubos, delito que durante os
últimos três anos vem experimentando um crescimento acelerado. Entre 2012 e 2015 o
número de ocorrências passou de 5.458 a 8.118, representado uma taxa de crescimento
média anual de 14,7%. Igual tendência se observa na grande ABC, onde as ocorrências
por roubo cresceram a uma taxa média anual de 15,9% neste mesmo período. Como
consequência, a taxa de roubos por 100 mil habitantes em São Bernardo passou de 704
casos por 100 mil habitantes em 2012 a 1.026 em 2015, um incremento de quase 46%.
Porém, dentro dos municípios do ABC, Diadema é quem vem experimentando o maior
crescimento nas taxas de roubos, que saltou de 980 em 2012 a 1.705 em 2015. Na
comparação com os outros municípios do ABC Paulista, São Bernardo apresentou em
2015 um índice superior ao do Rio Grande da Serra (296,1), Ribeirão Pires (619,6), São
Caetano do Sul (631,5) e Mauá (857,8).

Por outro lado, embora os furtos tenham diminuído entre 2012 e 2014, novamente
crescem em 2015, quando a taxa de furtos por 100 mil habitantes no município atinge um
valor de 902, taxa superior à registrada na Grande ABC (886). Se comparado com os
municípios do ABC, esse resultado nosso município só é superado por Santo André
(997,6) e São Caetano do Sul (946,9).

Em São Bernardo do Campo o segundo delito com maior incidência em termos relativos
são os furtos e roubos de veículos. As taxas deste tipo de delito são maiores que as
registradas no estado e configuram a categoria com mais altas taxas de notificação entre
os crimes contra o patrimônio. Em 2015 apresentaram-se no município 618 furtos e roubos
de veículos por cem mil habitantes, valor superior ao registrado no estado com 440 furtos
e roubos de veículos por cem mil habitantes. Já no Grande ABC foi superior com 749.

Segundo os registros da plataforma social colaborativa “Onde Fui Roubado”, a qual


mapeia as denúncias feitas de maneira anônima de roubos, furtos e outros tipos de crimes
em mais de 800 cidades brasileiras, São Bernardo do Campo é a 22ª cidade com mais
registros de denúncias no Brasil até junho de 2016. De acordo com esses registros, os
celulares são os objetos mais roubados nosso município, seguido da carteira e os
documentos. Os bairros com maior número de registros são, em ordem, Centro, Paulicéia,
Nova Petrópolis, Baeta Neves, Assunção, Rudge Ramos, Jardim do Mar, Vila Santa Luzia,
Santa Terezinha e Alvarenga.

Diretrizes
- Formular a Política Pública Municipal de Segurança Pública e Convivência Cidadã, em
ação conjunta com a sociedade civil organizada e com os governos estadual e federal,
com a finalidade de viabilizar o planejamento, a gestão, o acompanhamento e a avaliação
de estratégias integradas voltadas à prevenção e à repressão da violência, criminalidade e
insegurança, além de diminuir os problemas de convivência cidadã no âmbito municipal;

- Fortalecer a Guarda Civil Municipal por meio de reforço e capacitação de efetivos,


melhoramento da capacidade organizativa e de atuação e fortalecimento dos sistemas de
comunicação e locomoção;

- Fazer de São Bernardo referência de cidade inteligente em segurança pública, com


ações que visem fortalecer e ampliar o sistema de monitoramento eletrônico a fim de
responder de forma rápida e oportuna as ocorrências e eventuais incidentes e riscos de
violência urbana;

- Em parceria com o governo do estado, integrar os sistemas de informação e


comunicação, inclusive os sistemas de radiofrequência, da Guarda Civil Municipal
com o da Polícia Militar e demais órgãos relacionados à Segurança Pública e à gestão
urbana;

- Aprimorar ações e serviços de prevenção, atendimento e tratamento da violência


doméstica, em coordenação e integração da Secretaria de Segurança com as demais
áreas da Prefeitura de São Bernardo;

- Valorizar os Conselhos Comunitários de Segurança Pública;

- Promover polos culturais e esportivos, com o intuito de criar ocupação para os nossos
jovens e fazer com que eles se distanciem do mundo do crime.

• Cultura

Diretrizes

- Promover a cultura em São Bernardo 365 dias por anos;

- Revitalizar monumentos, praças, teatros, bibliotecas e museus;

- Trazer apresentações de grupos artísticos do estado para a cidade, bem como dos
artistas locais;

- Criar o programa O Professor Também Vai;

- Criar a Noitada Cultural;

- Resgatar a Orquestra Sinfônica;

- Promover concursos em diversas áreas e apresentações de alunos formandos do Centro


Integrado de Educação e Cultura;
- Criar um programa de atividades diferenciadas para a terceira idade, como, por exemplo,
coral e inclusão digital;

- Promover parceria com a Educação para a criação, nas escolas, de bandas e fanfarras,
tendo o resultado da aprendizagem musical dos alunos exibido em eventos cívicos;

- Promover a formação continuada em Arte e Cultura para professores da rede municipal;

- Criar uma agenda de exposição e oferta de oficinas culturais para o público em geral;

- Realizar a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem e Procissão dos Carroceiros;

- Realizar a Festa do Imigrante;

- Promover o Baile da Cidade;

- Promover o prêmio “Destaques de São Bernardo”;

- Publicar mensalmente nossa agenda de eventos e atrações culturais;

- Resgatar as Festas de Santo Antônio e São Bartolomeu;

- Revitalizar a Estrada Velha;

- Construir, em parceria com a Educação, um Centro Integrado de Educação e Cultura,


que contará com escola de artes, teatro, música e dança, núcleo de tecnologia avançada e
pinacoteca;

- Construir, em parceria com a Educação, o Meio Ambiente e uma Universidade, um


Centro de Referência em Sustentabilidade, que contará com escola de Ecologia,
laboratórios e incubadoras de plantas nativas.

• Esporte e Lazer

Diretrizes

- Construir um Centro Esportivo no Grande Alvarenga;

- Construir um Parque Aquático;

- Contribuir para o desenvolvimento econômico e tecnológico da cadeia produtiva do


esporte, atividade física e lazer;

- Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento na área esportiva;

- Promover educação continuada na rede profissional da cadeia produtiva do esporte;

- Fomentar as Ligas Municipais e criar novas ligas;


- Fomentar o esporte olímpico e radical, contribuindo para a projeção, a universalização e
a internacionalização do esporte de nossa cidade;

- Otimizar o uso da Chácara Silvestre;

- Criar oito núcleos de lutas olímpicas, como judô, tae kwon do, boxe, etc.;

- Criar oito centros de tênis de mesa, xadrez e damas;

- Criar centro de futsal;

- Melhorar o Estádio 1º de Maio;

- Construir os Centros Esportivos-Bairros;

- Implantar academias de praça pública;

- Cobrir as quadras externas e reformar a piscina do Baetinha;

- Criar o Circuito Municipal de Esportes Radicais;

- Ampliar a oferta de modalidades dos Jogos Escolares;

- Organizar o Gran Prix de Mountain Bike e BMX;

- Promover as corridas de montanha no Parque Estoril e na Estrada Velha;

- Organizar os Jogos Municipais da Terceira Idade e os Jogos Interempresas;

- Resgatar a Meia Maratona de São Bernardo, recuperando sua importância no cenário


esportivo;

- Promover atividade física e esportiva especial em áreas de maior vulnerabilidade social;

- Criar o programa Mulheres em Ação;

- Criar o programa Cidadania na Praça, incentivando a reocupação das quadras esportivas


de praças públicas.

3.3 Oportunidades Territoriais e Ambientais

• Sustentabilidade Ambiental

Dos 406,18 Km² que possui o território municipal de São Bernardo, 67% está inserido em
área protegida, sendo que 53,6% (217 Km²) é área de proteção ambiental aos mananciais
e 14% (56 Km²) é área de Reserva Florestal do Parque Estadual da Serra do Mar. Além
disso, 18,6% (ou 75,8 Km²) correspondem ao espelho d’água da Represa Billings, o maior
reservatório de abastecimento da RMSP. Outro dado importante é que aproximadamente
30% do nosso território está urbanizado.

Mesmo com tais privilégios naturais, nosso município sofre graves problemas ambientais,
como degradação e desmatamento da Mata Atlântica, poluição dos mananciais e da
Represa Billings e perda da qualidade das águas. São várias as causas que estão
fragilizando nosso meio ambiente. Em primeiro lugar, as ocupações irregulares com
assentamentos precários, sem infraestrutura ou serviços, lançando efluentes de esgotos
domésticos, principalmente nas áreas de proteção de mananciais, nas margens da
Represa e nas áreas com Mata Atlântica. Essa é uma população de baixa renda que não
tem opções de moradia digna. Em segundo lugar, as atividades indústrias em São
Bernardo geram resíduos industriais não tratados que são lançados às águas. Em terceiro
lugar, os problemas das águas de enchentes. Em quarto lugar, nosso baixo nível de
consciência ambiental que nos leva ao desrespeito das leis ambientais. E, por último, a
baixa capacidade administrativa do município para gerir a Política Municipal de Meio
Ambiente de SBC e, assim, atuar de maneira efetiva nas áreas de proteção, deter a
degradação e a extinção de áreas verdes, além de carecer de uma visão integrada e de
longo prazo da preservação ambiental.

A Política Municipal de Meio Ambiente promoverá o direito fundamental de todos os


cidadãos de São Bernardo ao meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado. Terá
como referência os compromissos históricos assumidos pelo nosso País nas últimas
décadas em Convenções, Agendas e Acordos, visando à promoção do desenvolvimento
com sustentabilidade social, econômica e ambiental. A construção de uma São Bernardo
sustentável será entendida como um dever do Poder Público e da coletividade visando
recuperar a degradação ambiental verificada no território por meio do incentivo à adoção
de boas práticas socioambientais sustentáveis com o envolvimento, a atuação e a
intervenção de todos com o objetivo de alcançar indicadores de qualidade ambiental e um
município cada vez melhor para as presentes e futuras gerações.

Diretrizes

- Resgatar, modernizar e ampliar o Programa de Pavimentação Ecológica nos bairros, criar


indicadores de sustentabilidade e avaliar a redução dos impactos ambientais decorrentes
de ações sustentáveis nos bairros localizados em áreas de proteção aos mananciais da
Bacia Hidrográfica Billings e difundir a informação sobre a necessidade do processo
permanente de recuperação ambiental;

- Articular e integrar o processo de regularização fundiária, em particular dos loteamentos


irregulares em áreas de proteção aos mananciais, com o conceito de recuperação
ambiental, visando criar um padrão urbano ambiental sustentável de uso e ocupação do
solo em cada bairro, associado a indicadores de sustentabilidade para recuperação e
conservação da Represa Billings;

- Tratar e transformar a várzea da foz do Rio Alvarenga em uma wetland para monitorar a
recuperação ambiental da sub-bacia do Alvarenga-Lavras, que apresenta os maiores
indicadores de uso e ocupação do solo e comprometimento da função ecológica para
produção de água na Bacia Hidrográfica da Billings, no território do município;
- Estudar a viabilidade de implantação do IPTU Verde;

- Planejar, desenvolver e implantar um Parque Escola da Juventude na área do antigo


Jardim Falcão, visando a promoção da cidadania, da consciência ambiental e da cultura da
sustentabilidade;

- Promover a efetividade da recuperação ambiental do solo no Jardim das Oliveiras com o


menor impacto socioambiental possível;

- Identificar e quantificar o estoque de massa verde urbana, avaliar o déficit e estabelecer


os critérios de adensamento da arborização por meio do Plano Verde “São Bernardo Mais
Saudável”;

- Dar conhecimento à sociedade sobre a importância da coleta seletiva de resíduos sólidos


de todas as fontes geradoras de resíduos por meio de ampla campanha socioeducativa;

- Desenvolver e aplicar o Sistema de Informação da Qualidade Ambiental para que seja


um instrumento de informação da sociedade sobre a qualidade do ambiente e os níveis de
salubridade urbana;

- Efetivar a elaboração do PDPA – Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental Local,


estabelecido pela Lei da Billings, e ampliar sua abrangência para todo o território;

- Incentivar e apoiar a atividade de reciclagem de RCCD - Resíduos de Construção Civil e


Demolição, e estabelecer a obrigatoriedade do consumo de produtos reciclados na
construção civil, visando a reintegração ambiental dos recursos naturais;

- Resgatar e efetivar o Viveiro Escola da Reserva da Biosfera com o objetivo de promover


a capacitação de jovens em práticas agroflorestais e oferecer oportunidades de trabalho e
renda;

- Rever, atualizar e implantar as compensações ambientais referentes à implantação do


Rodoanel Mário Covas no território do município.

• Moradia popular

Segundo o Plano Local de Habitação de Interesse Social de São Bernardo Do Campo –


PLHIS, no ano 2010 havia no município 266.217 domicílios particulares permanentes, dos
quais 90.437 correspondem a assentamentos precários e/ou irregulares (localizados em
272 assentamentos).

Desses últimos, 86.820 são assentamentos precários e/ou irregulares, 3.429 são conjuntos
habitacionais irregulares promovidos pelo Poder Público que necessitam somente da
intervenção de Regularização Específica e 188 são domicílios não permanentes em
alojamentos (removidos de assentamentos precários). Os chamados assentamentos
concentram-se, na sua maior parte, nas macrorregiões de Montanhão, Alvarenga e
Batistini, seguidas de Riacho Grande, Cooperativa,Centro e Rudge Ramos. De forma
preocupante, mais da metade dos assentamentos precários estão localizados na Área de
Proteção aos Mananciais, especialmente na macro-região de Alvarenga. Os restantes se
encontram fora da Área de Proteção, especialmente na macrorregião de Montanhão.
Todas essas famílias vivem em condições inadequadas e de precariedade tanto em
relação aos domicílios quanto à posse da terra. Dessas 90.437 unidades domiciliares,
52.356 estão em situação precária e 38.081, em condição de irregularidade. Assim,
segundo o PLHIS 2010, dos 86.820 assentamentos precários e/ou irregulares, 12.675 só
demandam Regularização Fundiária; 31.811 precisam de obras complementares de
infraestrutura e urbanização simples sem e com remoções; 33.119 carecem de toda
infraestrutura e 2.028 domicílios são assentamentos irregulares não consolidáveis,
precisando de remanejamento ou reassentamento (remoção total).

O déficit habitacional quantitativo em relação aos assentamentos precários alcança os


20.625 domicílios e o déficit quantitativo nos bairros regulares é de 12.955 unidades
habitacionais. Outro problema nos assentamentos precários é a existência de 2.803
famílias que vivem em coabitação familiar (não voluntária).

O déficit qualitativo ou inadequação habitacional nos assentamentos precários e/ou


irregulares atinge os 69.624 domicílios. Desse total, 100% têm problemas de irregularidade
fundiária, 76,8% carecem de infraestrutura e 9,8% com adensamento excessivo de
moradores. Já a inadequação habitacional nos bairros regulares alcança os 51.625
domicílios, dos quais 10,88% têm problemas fundiários, 9,8% com adensamento excessivo
e 8,69% carecem de infraestrutura.

Segundo cálculos do PLHIS, estima-se que a demanda futura por novas moradias em São
Bernardo do Campo seja de 84.955 no período 2010-2023. Isso significa que há uma
projeção de que o total de domicílios formados nesses 13 anos cresça 32%, passando de
266.217 em 2010 para 351.170 domicílios novos em 2023.

Diretrizes

- Garantir moradia digna aos munícipes de São Bernardo do Campo;

- Construir novas moradias populares, fazer parceria com bancos para financiamentos
voltados a pessoas de baixa renda, criar um programa de atendimento especial para essas
pessoas, com psicólogos e assistentes sociais;

- Promover um grande programa de Urbanização de Favelas, levando moradia digna,


saneamento básico, iluminação, pavimentação, calçamento e equipamentos públicos à
população, transformando essas comunidades em bairros e concedendo títulos de posse
às famílias;

• Mobilidade Urbana

O município de São Bernardo do Campo é atravessado pelas rodovias Imigrantes e


Anchieta, as quais ligam a Região Metropolitana de São Paulo à Região Metropolitana da
Baixada Santista. Além disso, o Rodoanel Mário Covas atravessa as Áreas de Proteção
aos Mananciais das Represas Billings e Guarapiranga e permite que nosso município se
comunique com o interior paulista e a região Sul do Brasil. Essas interconexões
rodoviárias constituem uma vantagem de comunicação para nosso município e impactam
nosso desenvolvimento econômico e nossa integração com o resto do País.
Porém, na atualidade, temos graves problemas de trafego caótico, que são demonstrados
pela evolução no crescimento da frota veicular em São Bernardo do Campo. Segundo
estatísticas publicadas pelo Denatran, em 2010 havia 448.285 veículos licenciados na
cidade e em 2015 aumentou para 567.178, um crescimento absoluto da frota total de
quase 119 mil veículos, que, em termos percentuais, significa um aumento de 26,5% em
cinco anos. Nesse período, a frota de automóveis cresceu 22,5% e a de motocicletas e
assemelhados, aproximadamente 32%. Assim, na atualidade, há 2 automóveis por
habitante, quando em 2010 havia 2,4. O expressivo aumento de veículos particulares
mostra a sua alta dependência para a mobilidade da população são-bernardense, o que
está gerando uma saturação do trafego veicular em SBC, não apenas nos horários de
pico, mas até nos horários de vale. Esse fato está impactando na qualidade de vida e na
segurança viária da população, como conflitos no trânsito, poluição ambiental pelo
incremento do consumo de combustíveis e emissões associadas (gases de estufa),
poluição sonora e mortes e ferimentos provocados por acidentes de trânsito.

De acordo com dados do Plano Diretor de Transporte Urbano – PDTU, do município, em


2009 os são-bernardenses realizaram diariamente na cidade mais de 1,6 milhões de
viagens entre veículos privados e transporte público, sendo que os dois principais motivos
foram trabalho (47,1%) e educação (32,5%). Também, 73% da população deslocou-se por
meios motorizados: 36% em automóveis particulares, 34% em modos coletivos e 18% em
ônibus municipal de SBC.

Essa realidade mostra que o sistema de transporte urbano não atende satisfatoriamente
as necessidades de mobilidade da população e não integra a cidade. Alto número de
pessoas utilizam o serviço de transporte público, mas com baixa qualidade: é pouco
confortável, tarifas não são justas, tempos de viagem são elevados, existe sobreposição
de linhas municipais e intermunicipais, há desequilíbrio na oferta de várias linhas,
insuficientes terminais de intercâmbio, muitas linhas com insuficientes veículos, o que
ocasiona dispersão da frota, e custos operacionais elevados e não competitivos em
relação ao automóvel particular.

Outros problemas relacionados com a mobilidade em SBC são: deficiente gestão da


operação e fiscalização do serviço de transporte oferecido pelo município, infraestrutura e
sinalização com deficiências, um transporte coletivo desorganizado e mal-estruturado com
ausência de pontos de parada e deficiente traçado de rotas para atender os bairros, assim
como desorganização na movimentação de veículos no centro, onde existe uma alta
densidade de oferta, especialmente na Av. Faria Lima, com escassa oferta nos fins de
semana e pouca prioridade do transporte coletivo na infraestrutura viária. E outro grave
problema são as obras paradas pelo PT, que travou o começo das obras da Linha-18
Bronze do Metrô que chegará a São Bernardo.

Diretrizes

- Agilizar e dar celeridade na implantação do Programa de Transporte Urbano e do


Programa de Integração Urbana;

- Promover alterações no sistema público de transporte coletivo para ampliar e melhorar o


atendimento à população;

- Modernizar o sistema de semáforos para aumentar a fluidez do tráfego e melhorar o


controle do trânsito;
- Criar dispositivos para aumentar a segurança viária;

- Padronizar o mobiliário urbano da cidade, de forma a minimizar a poluição visual urbana


existente;

- Implementar sistema de minianéis viários regionais;

- Trabalhar em parceria com os governos federal e estadual para trazer o metrô para São
Bernardo.

3.4 Oportunidades Políticas e Institucionais

Estamos convencidos do fortalecimento da governabilidade democrática com vistas a uma


institucionalidade municipal sólida e efetiva, que aproxime a gestão pública dos interesses
e demandas da cidadania e que atue com transparência pública, como um Direito
Constitucional de saber a verdade sobre arrecadação, gastos e prioridades.

No entanto, o oportunismo e a corrupção são doenças que caracterizam administradores


públicos que agem de forma duvidosa e gerenciam em favor próprio, passando por cima
de leis e de regras éticas e morais. Essas doenças devem ser combatidas e eliminadas de
nossas sociedades em todos os campos. O bom administrador público tem de saber como
aplicar – de forma correta – todo o dinheiro arrecadado com impostos. Esse recurso, que
pertence aos cidadãos são-bernardenses, deve ser revertido em prosperidade e em um
melhor viver para nossa sociedade. Mas queremos uma sociedade que caminhe integrada
e de mãos dadas para virar esse jogo.

Por isso, a nossa missão é administrar com transparência e coragem, compromissado com
o bem comum e pensando sempre na qualidade de vida e no desenvolvimento integral da
nossa gente, sem oportunismo e com mais trabalho. É um compromisso público com São
Bernardo do Campo: temos que investir bem para fazer mais. Vamos apresentar a conta e
o valor que temos para gastar. Investir para sobrar dinheiro. Vamos restaurar a confiança
da cidadania. Eficiência na execução! Transparência na Gestão! Assim alcançaremos os
nossos objetivos de uma cidade digna de se morar.

Diretrizes

- Implantar políticas de modernização administrativa, contribuindo para melhor integrar os


serviços direcionados à garantia dos direitos do cidadão, facilitando o acesso, a inclusão
digital e o acompanhamento social;

- Revisão e adequação dos canais e locais de atendimento à população;

- Desburocratizar, melhorar a qualidade e a produtividade e dar transparência aos serviços


públicos oferecidos ao cidadão;
- Dotar a Prefeitura de São Bernardo de instrumentos tecnológicos modernos para facilitar
a interação entre os entes necessários à uma adequada governança da cidade;

- Proporcionar e agilizar o acesso dos serviços públicos ao munícipe;

- Melhorar o planejamento e a integração das políticas públicas, tendo como foco o


cidadão;

- Implantar o programa Acessa São Bernardo por meio de cartão de acesso e quiosques
de atendimento eletrônico nos equipamentos públicos para solicitações de serviços e
acompanhamento das mesmas por parte dos munícipes;

- Implementar locais adequados de atendimento à população de modo a facilitar seu


atendimento;

- Executar o redesenho de fluxos e competências administrativas devido às diversas


reformas administrativas ocorridas, que dificultam o andamento interno das solicitações da
população;

- Realizar gerenciamento das políticas setoriais baseado na informatização e em


indicadores de desempenho;

- Dar continuidade à implantação do Sistema de Informações Georreferenciadas.

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