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ELETRONICA DE POTÊNCIA 

 
CONVERSORES  
CC‐CC RESSONANTES 
ISOLADOS 
 
 
Prof. Ivo Barbi 
Universidade Federal de Santa Catarina 

Agosto de 2015 

 
 

APRESENTAÇÃO 
 
O  presente  documento  reúne  relatórios 
produzidos  por  pós‐graduandos  do  Programa  de 
Engenharia Elétrica da UFSC, que cursaram ao longo 
de  vários  anos,  a  disciplina  que  ministrei,  
denominada COMUTAÇÃO SUAVE. 
 
 
 
Florianópolis, 11 de agosto de 2015. 
INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

ANÁLISE, PROJETO E SIMULAÇÃO DO CONVERSOR


SÉRIE RESSONANTE MEIA-PONTE MODIFICADO EM
CONDUÇÃO CONTÍNUA COM COMUTAÇÃO ZVS

Responsável pelo Trabalho:


Alceu André Badin, Eng. (INEP/EEL – UFSC)

Monitora:
Fabiana Pöttker de Souza Dra. (INEP/EEL – UFSC)

Professor Orientador:
Prof. Ivo Barbi Dr. Ing. (INEP/EEL – UFSC)

Julho/2003

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

Sumário

SUMÁRIO 2

I – INTRODUÇÃO 3

II – ANALISE TEÓRICA 4

ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 4
PRINCIPAIS DE FORMAS DE ONDA 7
COMUTAÇÕES NAS CHAVES S1 E S2 8
EQUACIONAMENTO 9
DETERMINAÇÃO DAS CONDIÇÕES INICIAIS 15
LIMIAR DA RELAÇÃO VO/VI 15
LIMIAR DA CONDUÇÃO CONTINUA 16
CARACTERÍSTICA DE SAÍDA 16

III – PROJETO 18

IV - SIMULAÇÃO DO CIRCUITO 19

V – CONCLUSÃO 25

VI – BIBLIOGRAFIA 25

VII – ANEXO I 26

PROJETO E DIMENSIONAMENTO 26

VIII - ANEXO II 28

ARQUIVO DE SIMULAÇÃO 28

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -2


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

I – Introdução
Este trabalho tem por finalidade analisar qualitativamente e quantitativamente,
projetar e simular uma variação topologia do conversor série ressonante meia ponte
mostrado na Figura 1.

D1
S1 C1
D8

Lr D3 Vo D4
Vi

+
ILr D5 D6
Cr
D2 D7
S2 C2 VCr
-

Figura 1 – Variação topológica do conversor série ressonante meia-ponte.

Nesta configuração o conversor será abordado para o funcionamento sob


condução contínua e com componentes ideais. Nestas circunstâncias o circuito apresenta
todas as comutações suaves, devido aos capacitores C1 e C2, operando assim com baixas
perdas de comutação, possibilitando a utilização de freqüências elevadas.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -3


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Eletrônica de Potência III

II – Analise Teórica

Etapas de Funcionamento

1a Etapa (t0, t1): No instante anterior ao início desta etapa, a corrente e a tensão
sobre Lr e Cr são zero. S1 esta fechada e S2 cortada. Então se estabelece uma corrente pelo
pela malha assinalada na Figura 2. A comutação é suave já que a corrente inicial sobre a
chave é zero e cresce senoidalmente.
Nesta etapa a fonte Vi fornece energia para Vo, Lr e Cr. A corrente sobre o
indutor Lr tem evolução senoidal até que Cr atinge o valor de Vi. Neste momento termina
esta etapa de funcionamento. A tensão ao final dessa etapa sobre Cr é Vi e a corrente sobre
o Indutor Lr é I0.

D1
S1 C1
D8

Lr D3 Vo D4
Vi

ILr D5 D6
D2 Cr +
S2 C2
D7
VCr
-

Figura 2 – 1a Etapa de Funcionamento do Circuito

2a Etapa (t1, t2): Está etapa está representada na Figura 3. O diodo D8 entra em
condução estabelecendo uma corrente pela malha D3, Vo, D6, D8, S1 e Lr. A corrente
sobre o indutor Lr decresce em rampa, entregando energia para a carga Vo.
Durante esta etapa não há corrente sobre o capacitor Cr, portanto a tensão VCr
sobre o capacitor mantém-se com o valor de Vi. Esta etapa termina quando a chave S2 é
aberta.

D1 D8
S1 C1

Lr D3 Vo D4
Vi

ILr D5 D6
Cr
+
D2 D7
S2 C2 VCr
-

Figura 3 – 2a Etapa de Funcionamento do Circuito

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -4


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Eletrônica de Potência III

3a Etapa (t2, t3): Está etapa inicia com o corte da chave S1. Nesse instante a
tensão sobre a chave é zero devido a inércia de tensão do capacitor C1, que inicia sua carga
nesse instante. Neste mesmo instante C2 descarrega-se e ambos os capacitores assumem a
corrente do indutor Lr. As correntes que circulam pelo circuito ficam como mostradas na
Figura 4.
Durante esta etapa ocorre devolução de parte da energia de C2 para a fonte Vi. O
termino se dá quando a tensão sobre o capacitor C2 atinge tensão 0V.

D1 D8
S1 C1

Lr D3 Vo D4
Vi

ILr D5 D6
Cr
+
D2 D7
S2 C2 VCr
-

Figura 4 – 3a Etapa de Funcionamento do Circuito

4a Etapa(t3, t4): Quando a tensão sobre o capacitor C2 chega a zero, o diodo D2


entra em condução e estabelece uma corrente no sentido assinalado na Figura 5. O Indutor
fornece energia para carga Vo e devolve uma parcela para a fonte Vi. Durante este período
a chave S2 é habilitada sob tensão zero, mas não entra em condução. O término desta etapa
se dá quando a corrente sobre o indutor se extingue, colando em corte os diodos D2 e D8.

D1 D8
S1 C1

Lr D3 Vo D4
Vi

ILr D5 D6
Cr
+
D2 D7
S2 C2 VCr
-

Figura 5 – 4a Etapa de Funcionamento do Circuito

5a Etapa(t4,t5): Quando a corrente sobre o indutor atinge o valor zero o capacitor


Cr que está carregado com a tensão Vi estabelece uma corrente na malha mostrada na
Figura 6. A corrente sobre o indutor inverte-se e evolui de forma senoidal e a tensão VCr
decresce cossenoidalmente até atingir zero, quando então é dada por encerrada esta etapa.
Durante este período o capacitor Cr fornece energia para a carga Vo.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -5


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Eletrônica de Potência III

D1 D8
S1 C1

Lr D3 Vo D4
Vi

ILr D5 D6
Cr
+
D2 D7
S2 C2 VCr
-

Figura 6 – 5a Etapa de Funcionamento do Circuito

6a Etapa(t5,t6): No instante em que a tensão sobre o capacitor Cr atinge zero o


diodo D7 é colocado em condução assumindo a corrente ILr, estabelecendo a malha
mostrada na Figura 7. A corrente sobre o indutor decresce em rampa e entrega energia para
a carga Vo. Esta etapa termina quando a chave S2 é cortada.

D1 D8
S1 C1

Lr D3 Vo D4
Vi

ILr D5 D6
Cr
+
D2 D7
S2 C2 VCr
-

Figura 7 – 6a Etapa de Funcionamento do Circuito

7a Etapa(t6,t7): Está etapa inicia com o corte da chave S2. Nesse instante a tensão
sobre a chave é zero devido a inércia de tensão do capacitor C2 que está em paralelo com a
chave. O capacitor C1 carrega-se e C2 descarrega-se e ambos assumem a corrente do
indutor Lr. As correntes que circulam pelo circuito ficam como mostradas na Figura 8.
Durante esta etapa ocorre devolução de parte da energia de C1 para a fonte Vi. O
termino se dá quando a tensão sobre o capacitor C1 atinge tensão 0V.

D1 D8
S1 C1

Lr D3 Vo D4
Vi

ILr D5 D6
Cr
+
D2 D7
S2 C2 VCr
-

Figura 8 – 7a Etapa de Funcionamento do Circuito

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -6


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8a Etapa(t7, t8): Quando a tensão sobre o capacitor C1 chega a zero, o diodo D2


entra em condução e estabelece uma corrente no sentido assinalado na Figura 9. O Indutor
fornece energia para carga Vo e devolve uma parcela para a fonte Vi. Durante este período
a chave S1 é habilitada sob tensão zero, mas não entra em condução. O término desta etapa
se dá quando a corrente sobre o indutor se extingue, colando em corte os diodos D1 e D7,
iniciando assim outro período de funcionamento.

D1 D8
S1 C1

Lr D3 Vo D4
Vi

ILr D5 D6
Cr
+
D2 D7
S2 C2 VCr
-

Figura 9 – 8a Etapa de Funcionamento do Circuito

Principais de Formas de Onda

Na Figura 6 são apresentadas as principais formas de onda do circuito, durante um


período de comutação, com indicação dos intervalos de tempo correspondentes a cada etapa
de funcionamento.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -7


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Vi

Vcr
0
t

ILr 0
t

IS2
0
t

IS1
0
t

IVo
0 t

S1 S2
0 t
t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8

Figura 10 – Principais formas de onda do circuito

Comutações nas chaves S1 e S2

A corrente e a tensão na entrada em condução da chave S1 é mostrada na Figura


11.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -8


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VS1

S1 I S1

Comando
t

Figura 11 – Corrente e tensão na chave S1 na entrada em condução

Observa-se que na entrada em condução a tensão e a corrente sobre a chave são


nulas, pois o diodo D1 está em condução. Portanto, a perda de nesta comutação para a
chave S1 é zero

A corrente e a tensão na saída em condução da chave S1 é mostrada na Figura 12.


I S1
VS1

S1

Comando
t

Figura 12 – Corrente e tensão na chave S1 na saída em condução


Devido a presença do capacitor C1, a tensão na saída em condução da chave S1 é
inicialmente zero, e sobe em rampa até o valor de Vi, no mesmo momento em que a
corrente decresce rapidamente até zero. Ou seja, o capacitor C1 atrasa a tensão em relação
a corrente sobre S1, possibilitando assim baixas perdas nesta comutação.
Devido a simetria apresentada pelo circuito, S1 e S2 apresentam correntes e
tensões idênticas e defasadas. Sendo assim, as comutações na chave S2 são idênticas a S1,
apresentando baixas perdas.

Equacionamento

Para facilitar o equacionamento desta topologia ressonante considerar-se-á que as


etapas de carga e descarga dos capacitores C1 e C2 são em intervalos muito pequenos e que
a corrente no indutor Lr não muda durante este período.

1a Etapa:

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -9


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No instante t0 a chave S1 está fechada, logo, tem-se o circuito equivalente


apresentado na Figura 11.
Lr Vo
1 2

Vi ILr
+
Cr VCr
-

Figura 11 – Circuito equivalente para 1a etapa


O circuito é representado pelas equações (1) e (2).

di Lr
Vi  VCr (t )  Lr  VO (1)
dt
dVC
I Lr (t )  Cr (2)
dt
Sabendo-se que as condições iniciais da 1a etapa são nulos e resolvendo o sistema
de equações diferencias dado por (1) e (2) obtém-se VCr(t) e ILr(t) representados pelas
expressões (3) e (4), respectivamente.

VCr (t )  (Vi  VO ) cos( wo t )  Vi  Vo (3)


(Vi  VO ) sen( wo t )
I Lr (t )  (4)
Lr
Cr
Definindo:
L
z (5)
C

Tem-se então:
(V  VO ) sen( wo t )
I Lr (t )  i (6)
z
A partir da expressão (3) é possível determinar o instante t1, que é o momento em
que se dá por encerrada desta etapa de funcionamento. Atribuindo t0=0 e sabendo-se que
está etapa finaliza quando a tensão sobre Cr chega a Vi (VCr=Vi), tem-se que:
 Vo 
ar cos 
 (Vo  Vi) 
t1  (7)
wo

Definido-se z(t) como:


z (t )  VCr (t )  jzI Lr (t ) (8)

Obtém-se a expressão (9) para esta etapa de funcionamento.


z1 (t )  (Vi  VO )e  jwot  Vi  VO (9)

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -10


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2a Etapa:

No instante t1 o diodo D8 entra em condução, logo, tem-se o circuito equivalente


apresentado na Figura 12.
Lr Vo
1 2

ILr

Figura 12 – Circuito equivalente para 2a etapa

O circuito é então representado pela equação (10):


di
VO  Lr Lr (10)
dt

Sabendo-se que a condição inicial da 2a etapa é ILr=IL0 e resolvendo a equação


diferencial (23) obtém-se ILr(t) representado pela expressão (11).

VO
I Lr (t )  I Lo  (t 2  t1 ) (11)
Lr

Sabendo-se que t2 é o instante em que S1 é cortada, e desprezando o tempo morto,


sabendo-se que t4 é metade do período de chaveamento, temos que:

Ts I Lr
t2   L1 (12)
2 Vo  Vi

z2(t) obtém-se a partir da expressão (8), para esta etapa de funcionamento temos
então:
z 2 (t )  Vi  jzI Lr (t ) (13)

4a Etapa:

No instante t3 os diodos D1 e D8 estão conduzindo, logo, tem-se o circuito


equivalente apresentado na Figura 13.
Lr Vo

ILr
Vi

Figura 13 – Circuito equivalente para 2a etapa

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -11


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O circuito é então representado pela equação (14):


di
VO  Vi  Lr Lr (14)
dt

Sabendo-se que a condição inicial da 4a etapa é ILr=IL1 e resolvendo a equação


diferencial (xx) obtém-se ILr(t) representado pela expressão (15).

VO  Vi
I Lr (t )  I L1  (t 4  t 3 ) (15)
Lr

Analisando as formas de onda apresentas anteriormente, tem que t4 é metade do


período de chaveamento, sendo apresentado na equação (16).
T
t4  s (16)
2

z4(t) obtém-se a partir da expressão (8), para esta etapa de funcionamento temos
então:
z 4 (t )  Vi  jzI Lr (t ) (17)

5a Etapa:

No instante t4 a chave S2 está conduzindo, logo, tem-se o circuito equivalente


apresentado na Figura 14.
Lr Vo
1 2

ILr
+
Cr VCr
-

Figura 14 – Circuito equivalente para 5a etapa


O circuito é representado pelas equações (18) e (19).

di Lr
Vo  VCr (t )  Lr (18)
dt
dVC
I Lr (t )  Cr (19)
dt
Sabendo-se que as condições iniciais da 5a etapa é ILr e resolvendo o sistema de
equações diferencias dado por (18) e (19) obtém-se VCr(t) e ILr(t) representados pelas
expressões (20) e (21), respectivamente.

VCr (t )  (Vo  Vi ) cos( wo t )  Vo (20)


(Vi  VO ) sen( wo t )
I Lr (t )  (21)
Lr
Cr

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -12


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Tem-se então:
(V  VO ) sen( wo t )
I Lr (t )  i (22)
z

Similarmente a 1a etapa tem-se que:


 Vo 
ar cos 
Ts  (Vo  Vi) 
t5   (23)
2 wo

Obtém-se a expressão (24) para esta etapa de funcionamento.


z 5 (t )  (Vi  VO )e  jwot  VO (24)

6a Etapa:

No instante t1 o diodo D7 entra em condução, logo, tem-se o circuito equivalente


apresentado na Figura 15.
Lr Vo
1 2

ILr

Figura 15 – Circuito equivalente para 6a etapa

O circuito é então representado pela equação (25):


di
VO  Lr Lr (25)
dt

Sabendo-se que a condição inicial da 5a etapa é ILr=IL0 e resolvendo a equação


diferencial (25) obtém-se ILr(t) representado pela expressão (26).

VO
I Lr (t )   I Lo  (t 6  t 5 ) (26)
Lr

Sabendo-se que t2 é o instante em que S2 é cortada, desprezando o tempo morto, e


que t4 é metade do período de chaveamento, temos que:

I L1 Lr
t 6  Ts  (27)
Vo  Vi

z6(t) obtém-se a partir da expressão (8), para esta etapa de funcionamento temos
então:

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -13


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z 6 (t )  Vi  jzI Lr (t ) (28)

8a Etapa:

No instante t7 os diodos D1 e D7 estão conduzindo, logo, tem-se o circuito


equivalente apresentado na Figura 16.
Lr Vo

ILr
Vi

Figura 16 – Circuito equivalente para 8a etapa

O circuito é então representado pela equação (29):


di
VO  Vi  Lr Lr (29)
dt

Sabendo-se que a condição inicial da 8a etapa é ILr=IL1 e resolvendo a equação


diferencial (29) obtém-se ILr(t) representado pela expressão (30).

VO  Vi
I Lr (t )   I L1  (t 4  t 3 ) (30)
Lr

Analisando as formas de onda apresentas anteriormente, tem que t8 é igual do


período de chaveamento, sendo apresentado na equação (31).
t 8  Ts (31)

z8(t) obtém-se a partir da expressão (8), para esta etapa de funcionamento temos
então:
z 4 (t )  Vi  jzI Lr (t ) (32)

A partir das equações (9), (13), (17), (24), (28) e (32) obtém-se o plano de fase
completo para a estrutura em questão, representado pela Figura 17.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -14


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ILr
IL0

IL1
Vo Vi
0 Vi-Vo VCr

-IL1

-IL0
Figura 17 - Plano de fase completo

Determinação das Condições Iniciais

A partir das equações (6) e (7) podemos determinar a primeira condição inicial do
Indutor, sabendo-se que a tensão final do capacitor Cr na 1a etapa é igual a tensão Vi. Logo,
tem-se que:
2
 Vo 
I L0  (Vi  VO ) 1    (33)
 Vo  Vi 

A partir das equações (7), (11) e (12) determina-se a corrente IL1 apresentada na equação
(34).

 Vo 
(Vo  Vi )Vo arccos 
I L1
(V  VO )
 i
V T (V  Vo )
Vi  2VoVi  o s i
2
  Vo  Vi  (34)
Vi 2Vi Lr ViWo Lr

Limiar da relação Vo/Vi

Através do plano de fase, é possível determinar a relação Vo/Vi limitante para o


funcionamento adequado da estrutura em condução continua. Observa-se, que para existir a
1a etapa a seguinte condição apresentada na equação (35) deve ser satisfeita.

V i  2 (V i  V o ) (35)

Logo tem-se a seguinte relação:

Vi
Vo  (36)
2

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -15


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Desta maneira obtém-se que a relação q que é definida como Vo/Vi, é deve ser
maior que 0,5.

Limiar da condução continua

Analisando a corrente da 2a etapa de funcionamento pode-se determinar o limite


da condução continua. Nota-se que a corrente final desta etapa deve ser maior que zero.
Portanto, igualando a zero a corrente final desta etapa, que é IL1, temos que:

 Vo 
(Vo  Vi )Vo arccos 
(V  VO )
0 i
V T (V  Vo )
Vi  2VoVi  o s i
2
  Vo  Vi  (36)
Vi 2Vi Lr ViWo Lr

seja, a definição:
f
o  s (37)
fo

Onde fs é a freqüência de chaveamento e fo é a freqüência de ressonância dada por


Lr e Cr.
Utilizando a relação q, as equações (36) e (37), obtém-se que:


o  (38)
1  2q  q 
 arccos 
q  q 1

Nota-se que a equação (38) determina o limite entre a condução continua e


descontinua da topologia estudada. Para qualquer o inferior a condução será continua, e
para o superior será descontínua.

Característica de Saída

A característica de saída é determinada através da corrente média de saída (Iomed)


em função da variação dos parâmetros do circuito. Para obter Iomed devemos integrar a
função da corrente de saída (Io(t)). Io(t) é a corrente ILr(t) retificada. Logo, Iomed(t) é dada
pela seguinte expressão:

  q 
Vi     o arccos  
Vi  o   q  1      q   
I omed    o 1  2q q  1  q(q  1)    o arccos  
z 2z o   q  1   
 
Vi 1  2q   
   o 1  2q  q    o arccos q   
2z     
  q  1   
(39)

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -16


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Parametrizado Iomed pela expressão (40) pode-se esboçar a característica de saída


deste circuito em função de q e o, representada pela Figura 18. Neste representação já é
apresentada a região de condução descontinua, onde as curvas apresentadas já não são
válidas.

  q 
    o arccos  
 o   q  1      q   
I omed    o 1  2q q  1  q(q  1)    o arccos  
 2z o   q  1   
 
1  2q   
   o 1  2q  q    o arccos q   
2     
  q  1   
(40)

Característica Externa
0.5
o=0.9
o=0.8 o=1
0.45
o=0.7
0.4
o=0.6
0.35

0.3 o=0.5

0.25
q o=0.4
0.2
o=0.3
0.15 CCM
0.1 DCM
0.05

0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
Iomed

Figura 18 – Característica externa

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -17


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III – Projeto
A fim de obter uma simulação para comprovar os resultados teóricos, deseja-se
dimensionar os componentes de um conversor série ressonante com a topologia apresentada
neste trabalho. Os semicondutores e fontes utilizadas serão ideais, bem como os
componentes armazenadores de energia. Estes, porém, terão seus valores determinados
pelas especificações de projeto dadas abaixo:

Especificações:

 Vi = 200V;
 Vo = 40V;
 Po= 1200W;
 fs = 40KHz.

O calculo para determinação dos valores de Lr e Cr encontram-se no Anexo I.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -18


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IV - Simulação do Circuito
Para comprovação da analise teórica simulou-se o circuito em questão no software
Pspice 9.2. Os valores dos componentes utilizados são os obtidos no projeto em anexo, na
planilha do MathCad. Os semicondutores e os demais componentes do circuito foram
idealizados. O circuito simulado é apresentado na Figura 19.

S1
+ + 1n
V1 = 0 V1 D1
V2 = 10
- - C1
TD = 12.5u
TR = 1n
TF = 1n D8
PW = 12u
PER = 25u R1
1Meg
DS1
0

D3 D5

Vi Lr
1 2 Vo
200 40
9.61u

D4 D6

S2
+ + Cr
V1 = 0 V2 D7
V2 = 10
- - D2 C2
TD = 0 806.5n
TR = 1n 1n
TF = 1n
PW = 12u R2 DS2
PER = 25u
1Meg

Figura 19 – Circuito simulado

Na Figura 20 são apresentadas as formas de onda da tensão no capacitor


ressonante (Cr) e da corrente no indutor ressonante (Lr). Observa-se que são similares aos
resultados obtidos na analise teórica. A tensão máxima sobre o capacitor Cr é de
200V,equivalente a tensão Vi, sendo assim o esperado pela analise teórica. A corrente
obtida tem um pico máximo de 50A.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -19


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

200V

100V

-29V
V(D5:1)
50A

0A

-50A
1.1856ms 1.2000ms 1.2200ms 1.2400ms 1.2600ms 1.2800ms
I(Lr)
Time
Figura 20 – Tensão sobre o capacitor ressonante Cr e corrente sobre o indutor ressonante Lr

Na Figura 21, é apresentado o plano de fase para o par ressonante Cr e Lr.


Observa-se que a forma é equivalente ao determinado na analise teórica.

1.0A

0A

-1.0A
-0.2V 0V 0.2V 0.4V 0.6V 0.8V 1.0V 1.2V
I(Lr)*3.45/200
V(D5:1)/200

Figura 21 – Plano de fase para o circuito simulado

Os esforços das chaves S1 e S2 são apresentados nas Figuras 22 e 23,


respectivamente. As tensões são equivalentes, obviamente, para os diodos que se encontram
em antiparalelo com as S1, respectivamente. Nota-se que a tensão máxima para ambas as
chaves é de 200V, ou seja a tensão Vi, conforme analise teórica. A corrente de pico para
chave S1 é de 50A bem como para a chave S2.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -20


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

200V

100V

-24V
V(S1:3,Ds1:2)
50A

25A

0A

0.9869ms 1.0000ms 1.0200ms 1.0400ms 1.0600ms 1.0763ms


I(S1:3)
Time

Figura 22 – Tensão e corrente sobre a chave S1

200V

100V

0V
V(Ds1:2,0)
50A

25A

0A

0.9869ms 1.0000ms 1.0200ms 1.0400ms 1.0600ms 1.0763ms


I(S2:3)
Time
Figura 23 – Tensão e corrente sobre a chave S2

Na Figura 24 são apresentadas as correntes eficazes nas chaves S1 e S2. Verifica-


se que nas chaves S1 e S2 a corrente eficaz é de aproximadamente 22,8A.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -21


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

30A

20A

10A

0A
rms(I(S1:3))
30A

20A

10A

0A
0.82ms 0.90ms 1.00ms 1.10ms 1.20ms 1.30ms 1.40ms 1.50ms
rms(I(S2:3))
Time
Figura 24 – Correntes eficazes nas chaves S2 e S1.

As correntes nos diodos D1 D8 são mostrados na Figura 25.

80A

40A

0A
I(D8)
15A

10A

5A

-2A
1.45ms 1.46ms 1.47ms 1.48ms 1.49ms 1.50ms
I(D1)
Time

Figura 25 – Correntes eficazes nas chaves S2 e S1.

Na figura 26 é apresentada em detalhe a comutação ZVS sobre a chave S1. Nota-


se que quando a chave é cortada a corrente se anula e a tensão cresce de zero até a tensão
Vi, devido a presença do capacitor C1 que estava descarregado.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -22


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

244V

200V

100V

0V

1.37444ms 1.37448ms 1.37452ms 1.37456ms 1.37460ms


V(S1:3,Ds1:2) I(S1:3)*10
Time
Figura 26 – Comutação ZVS sobre a chave S1.

A Corrente média sobre a carga foi de 29,2A , o que é praticamente os 30A


calculado no projeto. A forma de onda da corrente média instantânea sobre a carga é
apresentada na Figura 27.

40A

20A

0A
0.8ms 0.9ms 1.0ms 1.1ms 1.2ms 1.3ms 1.4ms 1.5ms
avg(I(Vo))
Time
Figura 27 – Correntes média instantânea na carga Vo.

Nas Figuras 28 e 29 são apresentadas as formas de onda das potências média


instantânea de entrada e de saída. Observa-se que em regime a potência absorvida pela
carga Vo é de aproximadamente 1200W, e a potência entregue pela fonte Vi é de 1240W.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -23


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

1.5KW

1.0KW

0.5KW

0W
0.8ms 0.9ms 1.0ms 1.1ms 1.2ms 1.3ms 1.4ms 1.5ms
avg(W(Vo))
Time
Figura 28 – Potência média instantânea absorvida na carga Vo.

2.0KW

1.5KW

1.0KW

0.5KW

0W
0.806ms 0.900ms 1.000ms 1.100ms 1.200ms 1.300ms 1.400ms 1.500ms
-avg(W(Vi))
Time
Figura 29 – Potência média instantânea entregue pela fonte Vi.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -24


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Eletrônica de Potência III

V – Conclusão
O conversor da família série ressonante com comutação ZVS analisado neste
trabalho apresentou resultados satisfatórios.
A faixa de operação deste conversor em condução continua, como mostrado na
Característica de Saída, é de uma variação de q de 0 a 0,5 e para uma variação de o em
função de q, como mostrados nas regiões de condução continua e condução descontínua.
Se utilizarmos um q acima de 0,5 o Diodo D8 não entrará em condução e as etapas de
funcionamento serão diferentes, apresentando assim outra característica de saída.
Similarmente, se utilizarmos uma região de operação DCM etapas de operação serão
suprimidas e a característica externa não mais será a apresentada nesta analise.

Analisando as comutações verifica-se que ambas as chaves S1 e S2 tem, tanto da


entrada em condução como no corte, comutações suaves sob zero de tensão (ZVS). Este
comportamento garante baixas perdas de comutação possibilitando operar o conversor com
freqüências de comutação elevadas.
Observou-se que a corrente média de saída, na região de operação descrita
apresenta duas regiões: uma diretamente proporcional e a o e outra inversamente
proporcional a o. Na transição entre essas duas regiões existem pontos em que a corrente
média de saída não se altera para qualquer variação de o entre 0 e 1.

VI – Bibliografia
[01] BARBI, Ivo. Souza, Fabiana Pöttker. Conversores CC-CC Isolados de Alta
Freqüência com Comutação Suave. Edição dos Autores, Florianópolis.

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -25


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Eletrônica de Potência III

VII – Anexo I
Projeto e dimensionamento

Projeto e Dimensionamento do Conversor Série Ressonante


com comutação ZVS

Especificações de projeto:

Vi  200V

Vo  40V

Po  1200W

3
fs  40 10 Hz

Para determinar a corrente média de saída determina-se pela seguinte expressão:


Po
Io 
Vo Io  30A

Seja :

 o  0.7
logo :

fs 4
fo  fo  5.714  10 Hz
o

Vo
q 
Vi
q  0.2
X  acos  
q

 q  1

Pela expressão da corrente média parametrizada de saída é dada por:

  o      o X 1  2 q
Iomedp       o 1  2 q  ( q  2)  q  ( q  1)      o X      o 1  2 q  q      o X 
   2   o 2 

Iomedp  0.518

A corrente media é desejada é:

Io  30A

sabendo que:

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -26


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Eletrônica de Potência III

2
 Iomedp Vi. 
Lr    Cr
 Io 
Sabendo que a frequencia de ressonancia é da da por:
1
fo
2  Lr Cr

1
fo
1
2
 2 
2   Iomedp   Cr 
2 Vi. 2
 2 
 Io 

Temos que:

1 Io
Cr  
2 Iomedp Vi fo 

7
Cr  8.065  10 F

Tem - se então:
2
 Iomedp Vi 
Lr     Cr
 Io 
6
Lr  9.618  10 H

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -27


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Eletrônica de Potência III

VIII - Anexo II
Arquivo de Simulação
**** INCLUDING topologia_01-SCHEMATIC1.net ****
* source TOPOLOGIA_01
D_D4 N19702 N19790 Dbreak
D_DS2 N19580 0 Dbreak
V_V1 N20386 N19994
+PULSE 0 10 12.5u 1n 1n 12u 25u
D_D3 N19790 N19484 Dbreak
V_Vo N19484 N19702 40
L_Lr N19576 N19790 9u
D_D7 0 N19584 Dbreak
D_D2 0 N19576 Dbreak
X_S1 N20386 N19994 N19828 N27908 SCHEMATIC1_S1
C_C1 N19576 N19828 1n
D_D5 N19584 N19484 Dbreak
C_C2 0 N19576 1n
V_V2 N19496 N20152
+PULSE 0 10 0 1n 1n 12u 25u
R_R2 0 N20152 1Meg
C_Cr N19584 0 806.5n
V_Vi N19828 0 200
D_D8 N19584 N19828 Dbreak
D_D6 N19702 N19584 Dbreak
X_S2 N19496 N20152 N19576 N19580 SCHEMATIC1_S2
D_DS1 N27908 N19576 Dbreak
R_R1 0 N19994 1Meg
D_D1 N19576 N19828 Dbreak

.subckt SCHEMATIC1_S1 1 2 3 4
S_S1 3 4 1 2 Sbreak
RS_S1 1 2 1G
.ends SCHEMATIC1_S1

.subckt SCHEMATIC1_S2 1 2 3 4
S_S2 3 4 1 2 Sbreak
RS_S2 1 2 1G
.ends SCHEMATIC1_S2

**** RESUMING topologia_01-schematic1-serie1.sim.cir ****


.END

**** 07/29/03 20:05:40 ********* PSpice 9.2 (Mar 2000) ******** ID# 1 ********

** Profile: "SCHEMATIC1-serie1" [
C:\Alceu\Mestrado\conversores_ressonantes_alta_freq\Trabalho2\simulacao\topologia_01-
schematic1-s

**** Diode MODEL PARAMETERS

******************************************************************************
Dbreak
IS 10.000000E-15
RS 100.000000E-06
CJO 100.000000E-15

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -28


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

**** 07/29/03 20:05:40 ********* PSpice 9.2 (Mar 2000) ******** ID# 1 ********
** Profile: "SCHEMATIC1-serie1" [
C:\Alceu\Mestrado\conversores_ressonantes_alta_freq\Trabalho2\simulacao\topologia_01-
schematic1-s

**** Voltage Controlled Switch MODEL PARAMETERS

******************************************************************************

Sbreak
RON 100.000000E-06
ROFF 1.000000E+06
VON 1
VOFF 0
JOB CONCLUDED

Conversor Série Ressonante com comutação ZVS em condução contínua -29


INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

ANÁLISE, PROJETO E SIMULAÇÃO DO CONVERSOR


SÉRIE RESSONANTE MEIA-PONTE MODIFICADO

Responsável pelo Trabalho:


Alceu André Badin, Eng. (INEP/EEL – UFSC)

Professor Responsável:
Prof. Ivo Barbi Dr. Ing. (INEP/EEL – UFSC)

Julho/2003

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
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Eletrônica de Potência III

Sumário

SUMÁRIO 2

I – INTRODUÇÃO 3

II – ANALISE TEÓRICA 4

ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 4
PRINCIPAIS DE FORMAS DE ONDA 5
EQUACIONAMENTO 7
DETERMINAÇÃO DAS CONDIÇÕES INICIAIS 12
CARACTERÍSTICA DE SAÍDA 12

III – PROJETO 17

IV - SIMULAÇÃO DO CIRCUITO 18

V – CONCLUSÃO 24

VI – BIBLIOGRAFIA 24

VII – ANEXO I 25

PROJETO E DIMENSIONAMENTO 25

VIII - ANEXO II 27

ARQUIVO DE SIMULAÇÃO 27

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -2


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Eletrônica de Potência III

I – Introdução
Este trabalho tem por finalidade analisar, equacionar, projetar e simular uma
variação topologia do conversor série ressonante meia ponte mostrado na Figura 1.

S1
D1 D3 D5
Vo

Vi L

S2

D4 D6
D7 C
D2

Figura 1 – Variação topológica do conversor série ressonante meia-ponte.

Nesta configuração o conversor será abordado para o funcionamento sob


condução descontinua e com componentes ideais. Nestas circunstancias o circuito apresenta
todas as comutações suaves, ou seja, com baixas perdas de comutação, possibilitando assim
a utilização de freqüências elevadas.
Esta estrutura foi proposta pelo Prof. Ivo Barbi apenas com objetivos didáticos de
estudo para os conversores série ressonantes. Apesar de possuir um funcionamento
adequado não é uma estrutura empregada na prática.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -3


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

II – Analise Teórica

Etapas de Funcionamento

1a Etapa (t0, t1): No instante anterior ao início desta etapa, a corrente e a tensão
sobre Lr e Cr são zero, e S2 e S1 estão bloqueadas. Então, S1 é comandada a conduzir,
estabelecendo uma corrente pelo pela malha assinalada na Figura 1. A comutação é suave já
que a corrente inicial sobre a chave é zero.
Nesta etapa a fonte Vi fornece energia para Vo, Lr e Cr. A corrente sobre o
indutor Lr cresce senoidalmente até que Cr atinge tensão (Vo-Vi) então a corrente decresce
senoidalmente novamente até zero. Neste momento termina esta etapa de funcionamento. A
tensão sobre Cr é VC0.

S1
D1 D3 D5
Vo

Vi Lr

S2 ILr
D4 D6 Cr +
D7 VCr
D2 -

Figura 1 – 1a Etapa de Funcionamento do Circuito

2a Etapa (t1, t2): Está etapa está representada na Figura 2. A tensão VCr sobre o
capacitor coloca D5 D4 e D1 em condução, fechando circuito conforme assinalado na
Figura 2. A corrente sobre o indutor decresce e cresce senoidalmente até atingir zero. Neste
momento os diodos D1, D4 e D5 são bloqueados. Neste momento encerra-se esta etapa de
funcionamento. A tensão sobre o capacitor Cr neste instante é igual a VC1.
Durante esta etapa ocorre devolução de energia para Vi e S1 deve ser bloqueada.
Neste caso a comutação é suave, já que o diodo D1 está em condução, sendo assim tensão
sobre a chave zero.

S1
D1 D3 D5
Vo

Vi Lr

S2 ILr
D4 D6 Cr
+
D7 VCr
D2 -

Figura 2 – 2a Etapa de Funcionamento do Circuito

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -4


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

3a Etapa (t2, t3): Está etapa inicia com o corte dos diodos D1, D4 e D5 e termina
quando S2 é comandada a conduzir. Durante está etapa não há corrente no circuito e a
tensão sobre o capacitor mantém-se inalterada

4a Etapa(t3, t4): Está etapa inicia quando S2 é colocada em condução, sendo uma
comutação suave devida a corrente inicial zero. Durante está etapa a corrente flui no
circuito conforme mostrado na Figura 3. A corrente ILr cresce em modulo senoidalmente até
que VCr atinge o valor de Vo. A partir deste momento a corrente volta a decrescer até VCr
igual a zero, quando D7 então entra em condução e esta etapa é dada por finalizada. Ao
final desta etapa a tensão sobre Cr é zero e a corrente sobre Lr é IL0.

S1
D1 D3 D5
Vo

Vi Lr

ILr
S2
D4 D6 Cr +
D7 VCr
D2 -

Figura 3 – 4a Etapa de Funcionamento do Circuito

5a Etapa(t4,t5): está representada na Figura 4. no instante t4 o diodo D7 entra em


condução e a energia armazenada em Lr é transferida para Vo. A corrente nesta etapa
decresce em modulo de IL0 até zero. Quando a corrente se extingue o diodo D7 é bloqueado.
Após esse período a chave S2 deve ser comandada a cortar, sendo está mais uma comutação
suave, já que a corrente é zero sobre a chave. A corrente no circuito é nula assim como a
tensão sobre o capacitor Cr, permanecendo inalterados até S1 ser colocada em condução,
iniciando novamente a 1a etapa de funcionamento.

S1
D1 D3 D5
Vo

Vi Lr

ILr
S2
D4 D6
Cr +
D7 VCr
D2 -

Figura 4 – 5a Etapa de Funcionamento do Circuito

Principais de Formas de Onda

Na Figura 6 são apresentadas as principais formas de onda do circuito, durante um


período de comutação, com indicação dos intervalos de tempo correspondentes a cada etapa
de funcionamento.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -5


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Eletrônica de Potência III

VC0
VCr (Vc1)

ILr
0

ID1
0

(Vi) (Vi-Vo)
VS1 (Vi+Vo-Vc1)

IS1
0

VS2 (Vi)
(VC1-Vo)
(Vo)
0

IS2
0

Io
0

S1 S2
0
t0 t1 t2 t3 t4 t5

Figura 6 – Principais formas de onda do circuito

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -6


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Eletrônica de Potência III

Equacionamento

1a Etapa:

No instante t0 a chave S1 está fechada, logo, tem-se o circuito equivalente


apresentado na Figura 7.

Lr Vo
1 2

Vi ILr
+
Cr VCr
-

Figura 7 – Circuito equivalente para 1a etapa


O circuito é representado pelas equações (1) e (2).

di Lr
Vi  VCr (t )  Lr  VO (1)
dt
dVC
I Lr (t )  Cr (2)
dt
Sabendo-se que as condições iniciais da 1a etapa são nulos e resolvendo o sistema
de equações diferencias dado por (1) e (2) obtém-se VCr(t) e ILr(t) representados pelas
expressões (3) e (4), respectivamente.

VCr (t )  (Vi  VO ) cos( wo t )  Vi (3)


(Vi  VO ) sen( wo t )
I Lr (t )  (4)
Lr
Cr
Definindo:
L
z (5)
C

Tem-se então:
(V  VO ) sen( wo t )
I Lr (t )  i (6)
z
A partir da expressão (6) é possível determinar o instante t1, que é o momento em
que se dá por encerrada desta etapa de funcionamento. Atribuindo t0=0 e sabendo-se que
está etapa finalizasse quando a corrente sobre o indutor Lr chega a zero (ILr(t)=0A), tem-se
que:

t1  (7)
wo

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -7


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Eletrônica de Potência III

Definido-se z(t) como:


z (t )  VCr (t )  jzI Lr (t ) (8)

Obtém-se a expressão (9) para esta etapa de funcionamento.


z1 (t )  (Vi  VO  VC 0 )e  jwot  Vi  VO (9)

A partir da expressão (9) obtém-se o plano de fase para está 1a etapa de


funcionamento, conforme mostrado na Figura 8.

ILr*z/E

z (t)
1

V VC0

0
VCr/E
(Vi-Vo)

Figura 8 – Plane de fase para 1a etapa de funcionamento

2a Etapa:

No instante t1 o diodo D1 está conduzindo, logo, tem-se o circuito equivalente


apresentado na Figura 8.
Lr Vo
1 2

Vi ILr
+
Cr VCr
-

Figura 9 – Circuito equivalente para 2a etapa

O circuito é então representado pelas equações (10) e (11):


di
Vi  VCr (t )  Lr Lr  VO (10)
dt
dVC
I Lr (t )  Cr (11)
dt

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -8


Instituto de Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência III

Sabendo-se que as condições iniciais da 2a etapa são ILr=0 e VCr=VC0 e resolvendo


o sistema de equações diferencias dado por (10) e (11) obtém-se VCr(t) e ILr(t) representados
pelas expressões (12) e (13), respectivamente.

VCr (t )  (Vi  VO  VC 0 ) cos( wo t )  Vi  VO (12)

(Vi  VO  VC 0 ) sen( wo t )
I Lr (t )   (13)
z

A partir da expressão (13) é possível determinar o instante t2, que é o momento em


que se dá por encerrada esta 2a etapa de funcionamento. Sabendo-se que t1=/wo e que está
etapa finalizasse quando a corrente sobre o indutor Lr chega a zero novamente (ILr(t)=0A),
tem-se que:
 2
t 2  t1   (14)
wo wo

z2(t) obtém-se a partir da expressão (8), para esta etapa de funcionamento temos
então:
z 2 (t )  (Vi  VO  VC 0 )e  jwot  Vi  VO (15)

A partir da expressão (15) obtém-se o plano de fase para esta 2a etapa de


funcionamento, conforme mostrado na Figura 10.

ILr*z/E

VC1 (Vi+Vo) VC0

0
VCr/E

Figura 10 – Plane de fase para 2a etapa de funcionamento

3a Etapa:

Nesta etapa de funcionamento não existe corrente em nenhuma malha do


conversor, portanto a tensão do capacitor permanece inalterada. VC1. O fim desta etapa se
dá quando a chave S2 é disparada, logo completou-se meio período de chaveamento (Ts).,
logo o instante final desta etapa (t3) é dado por:

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -9


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Eletrônica de Potência III

Ts
t3  (16)
2

4a Etapa:

No instante t3 a chave S2 entra em condução, logo, tem-se o circuito equivalente


apresentado na Figura 11, para esta etapa.
Lr Vo
1 2

ILr
+
Cr VCr
-

Figura 11 – Circuito equivalente para 4a etapa


O circuito é então representado pelas equações (17) e (18):
di
0  VCr (t )  Lr Lr  VO (17)
dt
dVC
I Lr (t )  Cr (18)
dt

Sabendo-se que as condições iniciais da 2a etapa são ILr=0 e VCr=VC1 e resolvendo


o sistema de equações diferencias dado por (17) e (18) obtém-se VCr(t) e ILr(t) representados
pelas expressões (19) e (20), respectivamente.

VCr (t )  (VO  VC1 ) cos(wo t )  VO (19)

(VO  VC1 ) sen( wo t )


I Lr (t )   (20)
z

A partir da expressão (20) é possível determinar o instante t4, que é o momento em


que se dá por encerrada esta 4a etapa de funcionamento. Sabendo-se que t3=Ts/2 e sabendo-
se que está etapa finalizasse quando a tensão sobre o capacitor Cr chega a zero (VCr(t)=0V),
tem-se que:
 VO 
arccos 
1  VO  Ts  V  V 
t 4  t3  arccos    O C 1
(21)
wo  O
V  VC1  2 wo

z3(t) obtém-se a partir da expressão (8), para esta etapa de funcionamento temos
então:
z 3 (t )  (VO  VC1 )e  jwot  VO (22)

A partir da expressão (22) obtém-se o plano de fase para esta 2a etapa de


funcionamento, conforme mostrado na Figura 12.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -10


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ILr*z/E

Vo VC1

0
VCr/E

VC2

Figura 12 – Plano de fase para 4a etapa de funcionamento

5a Etapa:

No instante t4 o diodo D7 entra me condução, logo, tem-se o circuito equivalente


apresentado na Figura 13.
Lr Vo
1 2

ILr

Figura 13 – Circuito equivalente para 5a etapa

O circuito é então representado pela equação (23):


di
VO  Lr Lr (23)
dt

Sabendo-se que as condições iniciais da 5a etapa são ILr=IL0 e VCr=0V e


resolvendo a equação diferencial (23) obtém-se ILr(t) representado pela expressão (24).

VO
I Lr (t )   I Lo  (t 5  t 4 ) (24)
Lr

A partir da expressão (20) é possível determinar o instante t5, que é o momento em


que se dá por encerrada esta 5a etapa de funcionamento. Sabendo-se que t4 é dada pela
expressão (21) e sabendo-se que está etapa finalizasse quando a corrente sobre Lr atinge
zero (ILr(t)=0A), tem-se que:

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -11


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Eletrônica de Potência III

 VO 
arccos 
Ts  O
V  VC1  I Lr
t5    L0 (25)
2 wo Vo

z4(t) obtém-se a partir da expressão (8), para esta etapa de funcionamento temos
então:
z 4 (t )  jzI Lr (t ) (26)

A partir das equações (9), (15), (22) e (26) obtém-se o plano de fase completo para
a estrutura em questão, representado pela Figura 14.

ILr*z/E

VC2 Vo VC1 (Vi+Vo) VC0


0 (Vi-Vo)
VCr/E

Figura 14 - Plano de fase completo

Determinação das Condições Iniciais

Do plano de fase da Figura 14, obtém-se a expressão (27) que determina a tensão
sobre o capacitor Cr no final da 1a Etapa.
VC 0  2(Vi  VO ) (27)

A partir da condução do diodo D1 quando inicia a segunda etapa de operação, a


tensão sobre o capacitor decresce desde VC0 até VC1. Partindo da expressão (15) podemos
determinar VC1:
VC1  2(Vi  VO )  2(Vi  VO )  4VO (28)

A tensão VC2 por inspeção a partir da Figura 14, pode-se perceber que é nula.

Característica de Saída

A característica de saída é determinada através da corrente média de saída (Iomed)


em função da variação dos parâmetros do circuito. Para obter Iomed devemos integrar a
função da corrente de saída (Io(t)). Io(t) é a corrente ILr(t) retificada. Logo, Iomed(t) é
determinado pela seguinte expressão:

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -12


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Eletrônica de Potência III

 t1 (Vi  VO ) sen( wo t ) t2
(V  VO  VC 0 ) sen( wo t ) 
 dt  
1  0
t z
dt   i
t1
z 
I omed (t )   t  (29)
2  4 (VO  VC1 ) sen( wo t ) t5 VO 
     I Lo  t.dt 
 t3 z t4
Lr 

Resolvendo as integrais obtém-se a corrente média de saída dada pela expressão


(30).
2Vi
I omed  (30)
2 wo zTs
2

Definindo-se fs. fo, o e q pelas Expressões (31), (32), (33) e (34):

f o  2wo (31)
1
fs  (32)
Ts
f
o  s (33)
fo
V
q O (34)
Vi

Tem-se que:

2Vi  o
I omed  (35)
z

Observando a expressão (35) observa-se que a corrente média de saída independe


da tensão da tensão de saída Vo, e naturalmente da relação q, para um Vi constante. Este
tipo de comportamento equivale a uma fonte de corrente ideal, onde a corrente de saída é
determinada pela relação o entre as freqüências de chaveamento (fs) e freqüência de
ressonância (fo) dado pelo par Lr e Cr.
Parametrizado Iomed pela expressão (36) pode-se esboçar a característica de saída
deste circuito em função de q e o, representada pela Figura 15.
2 o
I omed  (36)

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -13


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Característica de Saída
0.35

    


0.3

0.25

0.2

q
0.15

0.1

0.05

0
0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4
Iomed

Figura 15 - Plano de fase completo

Observa-se que a característica de saída apresentada na Figura 15 apresenta


valores de q apenas de 0 a 0,33. A partir de q = 0,33 o conversor não opera mais com as
mesmas etapas de funcionamento apresentadas na analise teórica. Temos que:

VC 0  2(Vi  VO ) (37)

Para que ocorra a segunda etapa de operação é necessário que a tensão no


capacitor satisfaça a restrição apresentada na equação (38).

VC 0  Vi  VO (38)

Substituindo (37) em (38), e fazendo as devidas manipulações matemáticas


obtém-se que:

Vi  3VO (39)

Para 0,33 < q < 0,5 tem-se Vi<3Vo, logo não ocorre a segunda etapa de operação.
Portanto, VC0=VC1, logo:
VC1  2(Vi  VO ) (40)

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -14


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Para que ocorra a 4a etapa de funcionamento VC1 deve ser maior que Vo para que
os diodos entrem em condução e ocorra a etapa como descrita na analise teórica. A partir da
expressão (40) temos então que:
VC1  VO  2(Vi  VO )  VO (41)
Portanto:
3V
Vi  O (42)
2

Portanto, para q>0,66 a 4a etapa não acontece, e o capacitor permanece


indefinidamente com a tensão VCI. A corrente de saída, neste caso é zero e o conversor não
opera. Entretanto, para o capacitor descarregar-se por completo na 4 etapa é necessário que
Vo seja inferior a Vi/2.
Então, para 0,33 < q < 0,5 temos que a corrente média de saída parametrizada é
dada por:
(8  7 q )  o
I omed  (43)
4

Com a expressão (43) pode-se traçar a característica de saída para vara variação de
0,33<q<0,5 , como apresentada na Figura 16. Valores superiores de q tem como
conseqüência uma corrente zero de saída, pois o capacitor ressonante entra em regime com
uma carga constante, não entrando mais o circuito em condução.

Característica de Saída
0.5

0.45

0.4

0.35

0.3

0.25     


q
0.2

0.15

0.1

0.05

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35
Iomed

Figura 16 - Plano de fase completo

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -15


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Conversor Série Ressonante em condução descontinua -16


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III – Projeto
A fim de obter uma simulação para comprovar os resultados teóricos, deseja-se
dimensionar os componentes de um conversor série ressonante com a topologia apresentada
neste trabalho. Os semicondutores e fontes utilizadas serão ideais, bem como os
componentes armazenadores de energia. Estes, porém, terão seus valores determinados
pelas especificações de projeto dadas abaixo:

Especificações:

 Vi = 200V;
 Vo = 40V;
 Po= 640W;
 fs = 40KHz.

O calculo para determinação dos valores de Lr e Cr encontram-se no Anexo I .


Observa-se que para um eventual projeto desta topologia, para construção de um protótipo
ou produto, poderia realizar uma otimização do valor de Lr. Pela expressão (36) abaixo, que
é equivalente a equação (35), apenas com manipulações matemáticas, obtém-se uma
corrente de saída que depende apenas da tensão de entrada, da freqüência de chaveamento,
e do capacitor ressonante. Portanto, o valor do capacitor Cr é definido pela corrente média
de saída, ou seja, para as mesmas especificações de projeto haverá apenas um valor de
capacitor adequado.

I omed  4Vi f s Cr (44)

Isso implica também que quanto menor for o valor do indutor ressonante Lr maior
será o pico de corrente e menor será o tempo de condução pois com a diminuição de Lr
aumenta-se fo. Para um projeto otimizado pode-se calcular uma relação entre corrente de
pico e indutância ressonante, que reduza o custo do projeto.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -17


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IV - Simulação do Circuito
Para comprovação da analise teórica simulou-se o circuito em questão no software
Pspice 9.2. Os valores dos componentes utilizados são os obtidos no projeto em anexo, na
planilha do MathCad. Os semicondutores e os demais componentes do circuito foram
idealizados. O circuito simulado é apresentado na Figura 17.

S1
+ +
V1 = 0 V1 D1
V2 = 10
- -
TD = 12.5u
TR = 1n
TF = 1n
PW = 7u
PER = 25u R1
1Meg
DS1
0

D3 D5

Lr
Vi 1 2 Vo
200 40
2.85uH

D4 D6

S2
+ +
V1 = 0 V2 D7 Cr
V2 = 10
- - D2
TD = 0 500nF
TR = 1n
TF = 1n
PW = 7u R2 DS2
PER = 25u
1Meg

Figura 17 – Circuito simulado

Na Figura 17 são apresentadas as formas de onda da tensão no capacitor


ressonante (Cr) e da corrente no indutor ressonante (Lr). Observa-se que são similares aos
resultados obtidos na analise teórica. As tensões iniciais de cada etapa de funcionamento
são VC0 = 319V e VC1=173V, muito próximos aos resultados determinados analiticamente,
320V e 160V, respectivamente.
A corrente obtida tem um pico máximo de 66A. Este pico, pode ser reduzido
alterando-se o valor do Indutor Lr, e por conseqüência, a freqüência de ressonância fo.
Naturalmente, o valor do indutor será maior mas a corrente máxima diminuirá e por
conseqüência os semicondutores terão custos menores. A partir disso pode-se chegar a um
valor ideal de corrente x volume do indutor e obter um projeto de menor custo.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -18


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400V

0V

-400V
V(D5:1)

50A

0A

SEL>>
-60A
340.0us 350.0us 360.0us 370.0us 380.0us 388.4us
I(Lr)
Time

Figura 18 – Tensão sobre o capacitor ressonante Cr e corrente sobre o indutor ressonante Lr

Na Figura 19, é apresentado o plano de fase para o par ressonante Cr e Lr.


Observa-se que a forma é equivalente ao determinado na analise teórica.

916m

500m

-500m

-988m
0 0.40 0.80 1.20 1.59
2.35*I(Lr)/V(Vi:+)
V(D5:1)/V(Vi:+)

Figura 19 – Plano de fase para o circuito simulado

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -19


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Os esforços das chaves S1 e S2 são apresentados nas Figuras 20 e 21,


respectivamente. As tensões são equivalentes, obviamente, para os diodos que se encontram
em antiparalelo com as S1, respectivamente. Nota-se que a tensão máxima para ambas as
chaves é de 200V, ou seja a tensão Vi, conforme analise teórica. A corrente de pico para
chave S1 é de 65A e para a chave S2 é de 55A.

200V

0V

V(S1:3,S1:4)

50A

0A

-60A
361.6us 370.0us 380.0us 390.0us 400.0us
I(S1:3)
Time

Figura 20 – Tensão e corrente sobre a chave S1

200V

0V

V(Ds1:2,S2:4)

50A

0A

-60A
361.6us 370.0us 380.0us 390.0us 400.0us
I(S2:3)
Time

Figura 21 – Tensão e corrente sobre a chave S2

Na Figura 22 são apresentadas as correntes eficazes nas chaves S1 e S2. Verifica-


se que na chave S1 a corrente eficaz é de aproximadamente 19A e na chave S2 é de 18A.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -20


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20A

10A

0A
rms(I(S2:3))
20A

10A

0A
0s 200us 400us 600us 800us
rms(I(S1:3))
Time
Figura 22 – Correntes eficazes nas chaves S2 e S1.

As correntes do na Chave S2, no diodo D1 e na chave S2 são mostrados na Figura


23. Os períodos de condução são complementares e formam a corrente total que passa pela
carga e pelo indutor Lr.

100A

0A

-100A
I(S2:3)

200A

-93A
-I(D1)
50A
0A
-50A
361.6us 370.0us 380.0us 390.0us 400.0us
I(S1:3)
Time

Figura 23 – Correntes eficazes nas chaves S2 e S1.

Na figura 24 é apresentada em detalhe um período da forma de onda da corrente


retificada sobre a carga Vo. A corrente de pico é de aproximadamente 65A.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -21


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60A

40A

20A

0A
385us 388us 392us 396us 400us 404us 408us
I(Vo)
Time

Figura 24 – Correntes instantânea sobre Vo.

A Corrente média sobre a carga foi de 15,8A , o que é praticamente os 16A


calculado no projeto. A forma de onda da corrente média instantânea sobre a carga é
apresentada na Figura 25.

20A

10A

0A

-10A
0s 200us 400us 600us 800us
avg(I(Vo))
Time
Figura 25 – Correntes média instantânea na carga Vo.

Nas Figuras 26 e 27 são apresentadas as formas de onda das potências média


instantânea de entrada e de saída. Observa-se que em regime a potência absorvida pela
carga Vo é de aproximadamente 630W, e a potência entregue pela fonte Vi é de 680W.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -22


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800W

400W

0W

-400W
0s 200us 400us 600us 800us
avg(W(Vo))
Time
Figura 26 – Potência ativa média instantânea absorvida na carga Vo.

2.0KW

1.0KW

0W
0s 200us 400us 600us 800us
-avg(W(Vi))
Time
Figura 26 – Potência ativa média instantânea entregue pela fonte Vi.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -23


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V – Conclusão
O conversor da família série ressonante apresentado neste trabalho apresentou
resultados satisfatórios. Como outras topologias série ressoante ele tem um funcionamento
interessante sob condução descontinua, comportando-se como uma fonte de corrente ideal.
A faixa de operação deste conversor em condução continua, como mostrado na
Característica de Saída, é de uma variação de q de 0 a 0,33 e para uma variação de o de 0 a
0,5. Se utilizarmos um q fora desta faixa obteremos um comportamento diferente do
circuito, não mais apresentando uma corrente de saída constante em função da carga.
Similarmente, se utilizarmos um o acima de 0,5 o circuito entra em modo de condução
continua, passando a operar então com outra característica de saída.
Analisando as comutações verifica-se que ambas as chaves S1 e S2 tem, tanto da
entrada em condução como no corte, comutações suaves com corrente zero (ZCS) sobre os
respectivos componentes. Este comportamento garante baixas perdas de comutação o que
possibilita operar o conversor com freqüências de comutação maiores.
Através da analise teórica e comprovação por simulação notou-se que o D2
apresentado no circuito inicial, não entra em condução em nenhuma etapa de
funcionamento em condução descontinua. A presença deste componente é indiferente para
este conversor operando em condução descontinua, podendo ser descartado.
Observou-se que a corrente média de saída, na região de operação descrita,
depende apenas da tensão de entrada, da freqüência de chaveamento e do capacitor
ressonante. Com esse comportamento, pode-se então otimizar o valor de Lr para obter um
dimensionamento ideal com relação ao custo.
Esta estrutura abordada neste trabalho, foi proposta pelo Prof. Ivo Barbi apenas
com objetivos didáticos de estudo para os conversores série ressonantes. Apesar de possuir
um funcionamento adequado, como comprovado, não é uma estrutura empregada na
prática. Outras estruturas da família série ressonante apresenta resultados melhores, e
possivelmente com rendimento superior.

VI – Bibliografia
[01] BARBI, Ivo. Souza, Fabiana Pöttker. Conversores CC-CC Isolados de Alta
Freqüência com Comutação Suave. Edição dos Autores, Florianópolis.

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -24


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VII – Anexo I
Projeto e dimensionamento
Projeto e Dimensionamento do Conversor Série Ressonante
Especificações de projeto:

Vi 200 V

Vo 40 V

Po 640 W

40 10 Hz
3
fs

Para determinar a corrente média de saída determina-se pela seguinte expressão:


Po
Io
Vo I o  16 A

Seja :
 o 0.3
logo :

fs 5
fo f o  1.333 10 Hz
 o
Pela expressão da corrente média de saída, temos que:

V i 2  o
2

Lr  Cr
I o  Cr 10  1.1 10  1 10
9 9 8

Para Verificar a relação entre Lr e Cr, traça-se o gráfico de Lr x Cr:

10

Lr 0

10
10 10 10 9 9 9
9.985 10 9.99 10 9.995 10 1 10 1.0005 10 1.001 10
Cr

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -25


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Portanto verifica-se que Lr depende apenas da frequencia de ressonancia que se deseja


Utilizar.

Sabendo que a frequencia de ressonancia é da da por:


1
fo
2    Lr Cr
temos que:
1
fo
2
 o
4 V i
2  Cr2
2
Io

1 I
Cr  o
4  V i o fo

7
Cr  5 10 F

Substituindo Cr na equação de Lr temos que:

1 
Lr V  o
i
f o  Io
2

6
Lr  2.85 10 H

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -26


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VIII - Anexo II
Arquivo de Simulação

*Analysis directives:
.TRAN 0 0.8ms 0 0.1u SKIPBP
.OPTIONS ABSTOL= 1.0n
.OPTIONS RELTOL= 0.01
.PROBE V(*) I(*) W(*) D(*) NOISE(*)
.INC ".\topologia_01-SCHEMATIC1.net"

**** INCLUDING topologia_01-SCHEMATIC1.net ****


* source TOPOLOGIA_01
D_D4 N19702 N19790 Dbreak
D_DS2 N19580 0 Dbreak
V_V1 N20386 N19994
+PULSE 0 10 12.5u 1n 1n 7u 25u
D_D3 N19790 N19484 Dbreak
V_Vo N19484 N19702 40
L_Lr N19576 N19790 2.85uH
D_D7 0 N19584 Dbreak
D_D2 0 N19576 Dbreak
X_S1 N20386 N19994 N19828 N27908 SCHEMATIC1_S1
D_D5 N19584 N19484 Dbreak
V_V2 N19496 N20152
+PULSE 0 10 0 1n 1n 7u 25u
R_R2 0 N20152 1Meg
C_Cr N19584 0 500nF
V_Vi N19828 0 200
D_D6 N19702 N19584 Dbreak
X_S2 N19496 N20152 N19576 N19580 SCHEMATIC1_S2
D_DS1 N27908 N19576 Dbreak
R_R1 0 N19994 1Meg
D_D1 N19576 N19828 Dbreak

.subckt SCHEMATIC1_S1 1 2 3 4
S_S1 3 4 1 2 Sbreak
RS_S1 1 2 1G
.ends SCHEMATIC1_S1

.subckt SCHEMATIC1_S2 1 2 3 4
S_S2 3 4 1 2 Sbreak
RS_S2 1 2 1G
.ends SCHEMATIC1_S2

**** RESUMING topologia_01-schematic1-serie1.sim.cir ****


.END

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Eletrônica de Potência III

**** Diode MODEL PARAMETERS

*************************************************************************
*****
Dbreak
IS 10.000000E-15
RS 100.000000E-06
CJO 100.000000E-15

**** 07/08/03 21:02:52 ********* PSpice 9.2 (Mar 2000) ******** ID# 1
********

** Profile: "SCHEMATIC1-serie1" [

**** Voltage Controlled Switch MODEL PARAMETERS

Sbreak
RON 100.000000E-06
ROFF 1.000000E+06
VON 1
VOFF 0

Conversor Série Ressonante em condução descontinua -28


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Departamento de Engenharia Elétrica

Instituto de Eletrônica de Potência

Relatório:
Equacionamento por Etapas de Operação e Simulação de um
Conversor Série Ressonante em Modo de Condução Contínua

Acadêmicos: Aniel Silva de Morais


Diego Santos Greff
Kleber César Alves de Souza

Professor: Ivo Barbi, Dr. Ing.

JUNHO/2004
1

A) Cálculo da Primeira Etapa de Operação do Conversor Série Ressonante.

Fig. 1 – Primeira etapa de operação.

A partir do estado topológico apresentado na Fig. 1 obtém-se as equações:


VI
V1  (1.1)
2
V1  VCr  t   VL  t   V0  0 (1.2)

diL  t 
VL  t   Lr  (1.3)
dt
dvCr  t 
iC  t   iL  t   Cr  (1.4)
dt
Substituindo (1.3) em (1.2).
diL  t 
V1  V0   VCr  t   Lr  0 (1.5)
dt
Para as condições iniciais:
VCr  0   VC 0
 (1.6)
iL  0   0
Aplicando a transformada de Laplace às equações (1.3) e (1.4).
VL  s   Lr  s  iL  s   iL  0    Lr  s  iL  s  (1.7)

iL  s   Cr   s VCr  s   VC 0  (1.8)

Substituindo (1.8) em (1.7).


VL  s   Lr  s  Cr   s  VCr  s   VC 0   (1.9)

VL  s   Lr  Cr  s 2 VCr  s   Lr  Cr  s VC 0 (1.10)

Aplicando a transformada de Laplace à equação (1.5) e substituindo (1.10).


2

V1  V0   V
Cr  s   Lr  Cr  s 2 VCr  s   Lr  Cr  s VC 0  0 (1.11)
s

VCr  s    Lr  Cr  s 2  1   Lr  Cr  s VC 0 


V1  V0  (1.12)
s

 Lr  Cr  s VC 0 
V1  V0 
VCr  s   s (1.13)
Lr  Cr  s 2  1
Definindo:
1
0  (1.14)
Lr  Cr

1
0 2  (1.15)
Lr  Cr
Tem-se:


s VC 0

V1  V0 
0 2
s
VCr  s   2
(1.16)
s
1
0 2


s VC 0

V1  V0   0
0 2
0 2 s
VCr  s   (1.17)
s 2
 0 2 
0 2

 s  VC 0 
V1  V0   0 2
VCr  s   s (1.18)
s  0
2 2

 s VC 0 V1  V0   0
2

VCr  s    (1.19)
s 2  0 2 s   s 2  0 2 

Para se obter o valor da tensão no capacitor em função do tempo, deve-se adotar


os procedimentos abaixo:
0 2 A Bs C
  (1.20)
s   s  0
2 2
 s  s 2  0 2 

Para encontrar o termo A, faz-se:


A 0  s  Bs  C 
2

 (1.21)
s s  s 2  0 2 
3

0 2  s   B  s  C 
A (1.22)
 s 2  02  s 0

A 1 (1.23)
Para encontrar o termo B, faz-se:
Bs C 0 2 A
  (1.24)
 s  0  s   s  0  s
2 2 2 2

Para A=1.

B  s  C 0   s  0 
2 2 2

 (1.25)
 s 2  0 2  s   s 2  0 2 
Bs C s2
 (1.26)
 s 2  02  s   s 2  02 
B  s  C  s (1.27)
 B  1
 (1.28)
C  0
Conclusão:
0 2 1 s
  2 (1.29)
s   s  0  s  s  0 2 
2 2

Substituindo (1.29) em (1.19)

 s  1 s 
VCr  s   VC 0   2   V  V      (1.30)
 s  0   s  s  0  
2 1 0 2 2

Aplicando a transformada inversa de Laplace à equação (1.30):


VCr  t   VC 0   cos 0t    V1  V0   1  cos 0t   (1.31)

VCr  t    V1  V0   V1  V0  VC 0   cos 0t  (1.32)

Substituindo (1.32) em (1.4) obtemos iL  t  :

dvCr  t 
iL  t   Cr   Cr  V1  V0  VC 0     sin 0t    0  (1.33)
dt
Definindo:

Lr
Z (1.34)
Cr

Multiplicando (1.33) por (1.34):


4

iL  t   Z  0  Z  Cr  V1  V0  VC 0   sin 0t  (1.35)

Sabendo que:
Lr 1 Lr
Z  0    (1.36)
Cr Lr  Cr Cr  Lr  Cr

1
Z  0  (1.37)
Cr
Substituindo (1.37) em (1.35):
iL  t   Z   V1  V0  VC 0   sin 0t  (1.38)

Plano de fase:
Z1 t   VCr  t   j  iL  t   Z (1.39)

A Fig. 2 apresenta o plano de fase da segunda etapa de operação.

Fig. 2 – Plano de fase da primeira etapa.

B) Cálculo da Segunda Etapa de Operação do Conversor Série Ressonante.

Para as condições iniciais:


VCr  0   VC1
 (1.40)
iL  0   I1
5

Fig. 3 – Segunda etapa de operação.

A partir do estado topológico apresentado na Fig. 3 obtemos as equações:


V1  V0   VCr  t   VL  t   0 (1.41)

Aplicando a transformada de Laplace às equações (1.3) e (1.4) e aplicando os


valores de (1.40).
VL  s   Lr   siL  s   I1  (1.42)

iL  s   Cr   s  VCr  s   VC1  (1.43)

Substituindo (1.43) em (1.42).

  
VL  s   Lr   s  Cr   s  VCr  s   VC1   I1 

(1.44)

VL  s   Lr  Cr  s 2  VCr  s   Lr  Cr  s  VC1  Lr  I1 (1.45)

Aplicando a transformada de Laplace à equação (1.41) e substituindo (1.45).


V1  V0   V
Cr  s   Lr  Cr  s 2VCr  s   Lr  Cr  s VC1  Lr  I1  0 (1.46)
s

VCr  s   Lr  Cr  s 2  1 
V1  V0   L  Cr  s VC1  Lr  I1 (1.47)
r
s
V1  V0   L  Cr  s  VC1  Lr  I1
r
VCr  s   s (1.48)
Lr  Cr  s 2  1
Tem-se:
V1  V0   0 2  s VC1  Lr  I1  0 2
s  0 2 0 2 0 2
VCr  s   (1.49)
s2
1
0 2
6

V1  V0   0 2  s VC1  Lr  I1  0 2
s  0 2 0 2 0 2
VCr  s   (1.50)
 s 2  02 
0 2

V1  V0   0 2  s V  Lr  I1  0 2
C1
VCr  s   s (1.51)
s 2  0 2

0 2 s 0 2
VCr  s   V1  V0    VC1   L  I (1.52)
s   s 2  0 2  s 2  0 2 s  0 2
r 1 2

Substituindo (1.29) em (1.19):


1 s   s   0 
VCr  s   V1  V0     2   V     L  I     2 2
(1.53)
 s  s  0    s  0   s  0 
2 C 1 2 2 r 1 0

Aplicando a transformada inversa de Laplace em (1.53).


VCr  s   V1  V0   1  cos 0t    VC1  cos 0t   Lr  I1  0  sin 0t  (1.54)

Sabendo que:
Lr Lr
Lr0   Z (1.55)
Lr Cr Cr

VCr  s   V1  V0   V1  V0  VC1   cos 0t   I1  Z  sin 0t  (1.56)

Substituindo (1.56) em (1.4) obtemos iL  t  :

dvCr  t 
iL  t   Cr   Cr  V1  V0  VC1   sin 0t   0  I1  Z  cos 0t   0  (1.57)
dt
Multiplicando (1.57) por (1.34):
iL  t   Z  Z  Cr  0  V1  V0  VC1   sin 0t   I1  Z  cos 0t   (1.58)

Sabendo que:
Lr Cr Lr
Z  C r  0    Cr  1 (1.59)
Cr Lr  Cr Cr  Lr  Cr

Z  C r  0  1 (1.60)
Substituindo (1.60) em (1.58):
iL  t   Z  V1  V0  VC1   sin 0t   I1  Z  cos 0t  (1.61)

Plano de fase:
Z1 t   VCr  t   j  iL  t   Z (1.62)
7

A Fig. 4 apresenta o plano de fase da segunda etapa de operação.

Fig. 4 – Plano de fase da segunda etapa.

C) Equações da Terceira e Quarta Etapas de Operação do Conversor Série


Ressonante

As condições iniciais da terceira etapa são:


VCr  0   VC 0
 (1.63)
iL  t   0
A partir do estado topológico apresentado na Fig. 5 obtemos as equações (1.64)
para a tensão no capacitor e (1.64) para a corrente no indutor.
VCr  t    V1  V0   V1  V0  VC 0   cos 0t  (1.64)

iL  t   Z   V1  V0  VC 0   sin 0t  (1.65)

Fig. 5 - Terceira etapa de operação.

Para a quarta etapa as condições iniciais são:


8

VCr  0   VC1
 (1.66)
iL  0    I1
A partir do estado topológico apresentado na Fig. 5 obtemos as equações (1.64)
para a tensão no capacitor e (1.64) para a corrente no indutor.

Fig. 6 – Quarta etapa de operação.

VCr  s   V1  V0   V1  V0  VC1   cos 0t   I1  Z  sin 0t  (1.67)

iL  t   Z  V1  V0  VC1   sin 0t   I1  Z  cos 0t  (1.68)

D) Condições Iniciais

Agrupando-se o plano de fase da primeira e da segunda etapa em um mesmo


diagrama, obtém-se a representação ilustrada na Fig. 7.

Fig. 7 – Plano defase da primeira e da segunda etapas.

A partir da Fig. 7 e de algumas considerações pode-se obter as seguintes


relações:
9

VI
V1 
2
 r  0  t1
 0    (1.69)
  0  t 2
V0
q
V1
Observando o plano de fase da Fig. 7, pode-se deduzir algumas equações de
extrema importância.

R1  VC 0  1  q (1.70)

I1  Z
sin  r   (1.71)
R1

I1
sin  r   (1.72)

VC 0  1  q 
VC1  V1  V0 
 cos  r   (1.73)
R1

VC1  1  q
cos  r   (1.74)
V C0 1  q 
 
2
 V1  V0   VC1 
2
R22  I1 (1.75)

I 
2 2
R2  1  VC1  1  q  (1.76)

Sabe-se que:
R2  VC 0  V1  V0  (1.77)

R2  VC 0  1  q (1.78)
Portanto, substituindo (1.70) em (1.78) obtém-se (1.79).
R2  R1  2  q (1.79)
Substituindo (1.76) em (1.79) encontra-se:

I 
2 2
R1  2  q  1  VC1  1  q  (1.80)

De (1.72) obtém-se:
I1  R1  sin  r  (1.81)

De (1.74) obtém-se:
10

VC1  R1  cos  r   1  q (1.82)

Substituindo (1.81) e (1.82) em (1.80), tem-se:

 R  sin      R1  cos  r   1  q   1  q 


2 2
R1  2  q  1 r (1.83)

 R1  2  q    R1  sin  r     R1  cos  r   2 
2 2 2
(1.84)

R12  4  R1  q  4  q 2  R12  sin  r   R12  cos  r   4  R1  cos  r   4


2 2
(1.85)

 2 2

R12  sin  r   cos  r   1  R1   4  cos  r   4  q   4  4  q 2  0 (1.86)

R1   4  cos  r   4  q   4  4  q 2  0 (1.87)

4  4  q 2
R1  (1.88)
4  cos  r   4  q

q2 1
R1  (1.89)
cos  r   q

Substituindo (1.70) em (1.89) resulta:


q2 1
VC 0  1  q  (1.90)
cos  r   q

q2 1
VC 0   q 1 (1.91)
cos  r   q

 q  1   q  1   q  1   cos  r   q 
VC 0  (1.92)
cos  r   q

q  1  cos  r   q
VC 0   q  1  (1.93)
cos  r   q

Através da equação (1.94) tem-se a tensão inicial no capacitor parametrizada.


 cos  r   1 
VC 0   q  1    (1.94)
 cos  r   q 
Substituindo (1.89) em (1.81).
q2 1
I1   sin  r  (1.95)
cos  r   q

Substituindo (1.89) em (1.82).


q2 1
VC1   cos  r   1  q (1.96)
cos  r   q
11

 q  1   q  1  cos  r    q  1   cos  r   q 
VC1  (1.97)
cos  r   q

  q  1  cos  r    cos  r   q  
VC1   q  1    (1.98)
 cos  r   q 

 q  cos  r   cos  r   cos  r   q 


VC1   q  1    (1.99)
 cos  r   q 

 cos  r   1 
VC1  q   q  1    (1.100)
 cos  r   q 

VC1  q  VC 0 (1.101)

E) Cálculo da Característica de Saída ( qxI 0 med )Ψr e Ψo


I 0 med  2  I 0 medD  I 0 medCH  (1.102)

Onde, o valor médio das correntes nos interruptores e nos diodos é obtido pelas
equações:
t
1 1
 iD  t   dt
TS 0
I 0 medD  (1.103)

t2
1
I 0 medCH  
TS  i  t  dt
0
CH (1.104)

Definindo:


A  VC1  q  1 
B  I1

C  VC 0  q  1 
 r  0  t1
  0  t2 (1.105)
    0
d r
dt 
0
d 0
dt 
0
Sabe-se que:
iLD  t   iLr  t   C  sin 0t  (1.106)
12

iCH  t   A  sin 0t   B  cos 0t  (1.107)

2
TS  (1.108)
S
s f s
0   (1.109)
0 f 0
Substituindo (1.109), (1.108), (1.105), e (1.106) em (1.103) tem-se:
r
 d
I 0 medD  S   C  sin  r   r (1.110)
2 0 0

0
I 0 medD  C 1  cos  r   (1.111)
2
Substituindo (1.108), (1.107) e (1.105) em (1.104).
S  d
I 0 medCH     A  sin    B  cos     (1.112)
2 0 0
0
I 0 medCH    A  1  cos  0    B  sin  0   (1.113)
2 
A partir de (1.102) e substituindo (1.111) e (1.113).
  
I 0 med  2   0  C  1  cos  r    0   A  1  cos   0    B  sin   0    (1.114)
 2 2 
0
I 0 med    A  1  cos   0    B  sin   0   C  1  cos  r    (1.115)
 
Sabendo que:
0TS  2   r     2   r    0  (1.116)

2
0   2   r    0  (1.117)
S

  r    0 (1.118)
0

 0  r    (1.119)
0

 0  r    (1.120)
0
Observando o diagrama de fase podemos obter a seguinte relação.

I1
tan  0   (1.121)
VC1  q  1
13

 I1 
 0  arc tan  0 (1.122)
 VC1  q  1 
Substituindo (1.120) em(1.122) obtém-se:

    I1 
 r      arc tan  0 (1.123)
 0   VC1  q  1 
Os ábacos dos ângulos Ψr e Ψo são traçados nas Fig. 8 e Fig. 9. O ângulo Ψr é
obtido algebricamente pela expressão (1.123) e o ângulo Ψo da expressão (1.122).

Fig. 8 – Ângulo Ψr em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro.

Fig. 9 - Ângulo Ψo em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro.


14

A característica de saída, apresentada na Fig. 10, foi traçada utilizando a


expressão (1.115). Uma característica importante deste conversor que merece destaque é
a auto-proteção do mesmo contra curto-circuito na carga (q=0), caso tenha sido
devidamente projetado.

Fig. 10 – Característica de saída.

F) Simulação do Conversor Série Ressonante em Modo de Condução Contínua


De maneira a comprovar o desempenho de tal conversor foi reproduzido o
exemplo 2.3.5 da referência [1], pág.57, firmando-se sobre os aspectos e resultados de
simulação em ORCAD®. Para a simulação foram empregadas as seguintes
especificações:
Vi = 400V
Vo’=120V
fS = 40kHz

o = 0,87
q = 0,6
Cr = 28,9976F
Lr = 413,233H
Vco = 889,173V
A seguir, apresenta-se na Fig. 11 o esquemático do conversor simulado.
15
S1
+ +
- - V1 = 0 Vgate1
V2 = 5
Sbreak TD = 0
V1 TR = 10ns
200Vdc D5 D6 D1 D1s TF = 10ns
Dbreak Dbreak Dbreak Dbreak PW = 11us
0 PER = 25us
Cr Lr Vo
1 2 120Vdc
28.998n 413.23u S2
+ +
- - V1 = 0 Vgate2
V2 D8 D7 V2 = 5

Modo
200Vdc Dbreak Dbreak Sbreak TD = 12.5us
TR = 5ns
D2s TF = 5ns
Contínuo D2
Dbreak
Dbreak PW = 11us
PER = 25us

Fig. 11 – Esquemático do conversor série ressonante simulado.

1.0KV

0.5KV

0V

-0.5KV

-1.0KV
9.9360ms 9.9440ms 9.9520ms 9.9600ms 9.9680ms
V(Cr:1,Cr:2)
Time

Fig. 12 – Tensão no capacitor.

8.0A

4.0A

0A

-4.0A

-8.0A
9.9327ms 9.9400ms 9.9500ms 9.9600ms 9.9700ms 9.9800ms
I(Lr)
Time

Fig. 13 – Corrente no indutor.


16

7.2A

4.0A

0A

-4.0A

-7.0A
9.9360ms 9.9440ms 9.9520ms 9.9600ms 9.9680ms
I(D1) -I(D1s) -I(D2) I(D2s)
Time

Fig. 14 – Distribuição temporal da corrente no indutor sobre os semicondutores.

600

400

200

-200
9.9322ms 9.9360ms 9.9440ms 9.9520ms 9.9600ms 9.9680ms
V(V1:+,D6:1) I(D1s)*30
Time

Fig. 15 – Tensão e corrente sobre a chave S1.

600

400

200

-200
9.9322ms 9.9360ms 9.9440ms 9.9520ms 9.9600ms 9.9680ms
V(D6:1,0) I(D2s)*30
Time

Fig. 16 – Tensão e corrente sobre a chave S2


17

8.0A

6.0A

4.0A

2.0A

0A
9.9462ms 9.9500ms 9.9550ms 9.9600ms 9.9650ms 9.9700ms 9.9750ms 9.9800ms
I(Vo)
Time

Fig. 17 – Corrente na fonte Vo, ou seja na carga.

8.0A

4.0A

0A

-4.0A

-8.0A
-2.0KV -1.5KV -1.0KV -0.5KV 0V 0.5KV 1.0KV 1.5KV 2.0KV
I(Lr)
V(Cr:1)- V(Cr:2)

Fig. 18 – Plano de fase da tensão no capacitor pela corrente no indutor.

O plano de fase presente na Fig.18 valida os planos de fase obtidos nas análises
qualitativas. Na Fig.19 comprova-se a a propriedade de auto-regulação da corrente de
carga em caso de curto-circuito, nesta foram traçados quatro valores diferentes de
tensão na carga para o mesmo conversor projetado: Vo’ = 0V, para q=0; Vo’ = 40V,
para q=0,2; Vo’ = 80V, para q=0,4 e Vo’ = 120V, para q=0,6.
18

Vo [V] 150
Io [A]
q = 0,6

100
q = 0,4
q=0
q = 0,2
q = 0,4
50 q = 0,2 q = 0,6

q=0
0
9.0ms 9.1ms 9.2ms 9.3ms 9.4ms 9.5ms 9.6ms 9.7ms 9.8ms 9.9ms10.0ms
avg(I(Vo)*15) V(D6:2,D7:1)
Time
Fig. 19 – Corrente média na carga para diferentes valores de tensão na carga, ou valores de q.

Tabela 1 – Valores de corrente média na carga em relação a diferentes valores de ganho q.


Io’med [A] Io’med [A]
Vo’ [V] q
Simulado Calculado
0 0 4,87 4,91
40 0,2 4,77 4,84
80 0,4 4,49 4,60
120 0,6 4,00 4,17

Observando-se a Tabela 1, novamente confirma-se a singular característica do


conversor série ressonante em relação a manutenção da corrente de carga mesmo sendo
esta um curto-circuito, e valida-se ainda a característica de saída do conversor série
ressonante operando em modo de condução contínua, vide Fig. 10, obtida
numericamente.
19

Referência Bibliográfica

[1] BARBI, Ivo; DE SOUZA, Fabiana Pöttker. Conversores CC-CC Isolados de Alta
Freqüência com Comutação Suave .. Florianópolis: Edição dos Autores, 1999.
Instituto de Eletrônica de Potência
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico

Universidade Federal de Santa Catarina

RELATORIO 2
CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM
COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) E SAÍDA
EM FONTE DE TENSAÕ

Aluno: Edward Fuentealba Vidal

Agosto/2003

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 1

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 2

II. ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE CONDUÇÃO CONTÍNUA................... 2


II.1 Etapas de Funcionamiento ........................................................................................................ 3
1a Etapa t 0  t  t1 ........................................................................................................................... 3
2a Etapa t1  t  t 2 ........................................................................................................................... 4
3a Etapa t 2  t  t 3 .......................................................................................................................... 4
4a Etapa t 3  t  t 4 .......................................................................................................................... 5
5a Etapa t 4  t  t 5 .......................................................................................................................... 6
6a Etapa t 5  t  t 6 .......................................................................................................................... 6
7a Etapa t 6  t  t 7 .......................................................................................................................... 7
8a Etapa t 7  t  t 8 .......................................................................................................................... 8

III. FORMAS DE ONDA BÁSICAS .................................................................................. 9

IV. EQUACIONAMENTO ............................................................................................... 10


IV.1. 1a Etapa t 0  t  t1 .............................................................................................................. 10
Plano de Fase da 1ª Etapa .............................................................................................................. 11
IV.2. 2a Etapa t1  t  t 2 ............................................................................................................... 12
IV.3. 3a Etapa t 2  t  t 3 .............................................................................................................. 13
IV.4. 4a Etapa t 3  t  t 4 .............................................................................................................. 13
IV.5. 5a Etapa t 4  t  t 5 .............................................................................................................. 14
Plano de Fase da 5ª Etapa .............................................................................................................. 15
IV.6. 6a Etapa t 5  t  t 6 .............................................................................................................. 16
IV.7. 7a Etapa t 6  t  t 7 .............................................................................................................. 16
IV.8. 8a Etapa t 7  t  t 8 .............................................................................................................. 17
IV.9. Plano de Fase completo e tensões no capacitor Ressonante ................................................ 18

V. CARACTERÍSTICA DE SAÍDA ................................................................................. 19

VI. METODOLOGÍA E EXEMPLO DE PROJETO ......................................................... 20


Resultados da Simulação ............................................................................................................... 21

VII. CONCLUSÕES ........................................................................................................ 23

VIII. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 23

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 2

I. INTRODUÇÃO [2]

Nas últimas décadas muitos esforços vêm sendo empregados para encontrar
conversores cc-cc isolados que processem efetivamente a energia e que
apresentem as seguintes características: (i) alta densidade volumétrica de potência;
(ii) baixa interferência eletromagnética (EMI) e (iii) baixo custo. Para atender ao item
(i) é necessário que o conversor opere com baixas perdas de condução e de
comutação. Desta forma obtém-se alto rendimento e conseqüentemente reduz-se o
volume dos dissipadores. Por outro lado, para se reduzir o volume dos
transformadores e filtros, é necessário aumentar a freqüência de chaveamento.
Entretanto, este procedimento produz duas desvantagens: aumento das perdas de
comutação e da poluição eletromagnética (devido à grandes di/dt e dv/dt). Desta
forma, é indispensável o uso de técnicas de comutação suave para se contornar os
problemas acima mencionados.

É importante salientar ainda, que os circuitos de comutação suave devem atuar


como supressor de EMI, para atender a especificação (ii).

Existem várias configurações possíveis, porém neste trabalho será abordada a


configuração apresentada na fig. 1, considerando uma freqüência de chaveamento
abaixo da freqüência de ressonância.

iS1
S1 D8
D1 C1

D3 D4

Lr
+
Vi V o’
-

D5 D6

D7 Cr
S2 D2 C2

Fig. 1 Conversor Serie Resonante CC-CC.

II. ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE CONDUÇÃO


CONTÍNUA

No modo de condução contínua as duas conmutações de entrada em condução, são


suaves, do tipo ZCS e as comutações do bloqueio são ZVS. Assim practicamente
não há perdas por comutação.

Definendo o sentido da corrente pela indutância e a polaridad da tensão no


capacitor, o circuito apresentado na fig. 2 se emplea para definir as etapas de
funcionamento.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 3

iS1
S1 D8
D1 C1

D3 D4

Lr
+
Vi Vo’
-

iLr
D5 D6

+
D7 Cr
S2 D2 C2

Fig. 2 Circuito emplegado para o análise.

II.1 Etapas de Funcionamiento

1a Etapa t 0  t  t1

 As condições iniciais são, iLr  t 0   0 e VCr (t 0 )  0


 No instante t0 a chave S1 entra em condução sem perda de comutação pois a
corrente é nula no instante t0.
 A corrente no indutor cresce senoidalmente, até cargar o capacitor Cr com Vi.
 O capacitor C2 fica carregado com tensão Vi.
 A fonte transfere energía para a carga.

Na fig. 3 tem-se o circuito representativo desta etapa.

iS1
S1 D8
D1 C1

D3 D4

Lr
+
Vi V o’
-

iLr
D5 D6

+
D7
S2 D2 C2 Cr VCr
-

Fig. 3 Circuito emplegado para o análise da 1a etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 4

2a Etapa t1  t  t 2

 As condições iniciais são, iLr  t1   I1 e VCr  t1   Vi


 No instante t1 a tensão no capacitor Cr é Vi colocando em condução o diodo,
D8.
 A corrente no indutor decrece linealmente até I2.
 A tensão no capacitor não muda.

Na fig. 4 tem-se o circuito representativo desta etapa.

iS1
S1 D8
D1 C1

D3 D4

Lr
+
Vi Vo’
-

iLr
D5 D6

+
D7 Cr
S2 D2 C2

Fig. 4 Circuito emplegado para o análise da 2a etapa.

3a Etapa t 2  t  t 3

 As condições iniciais são, iLr  t 2   I2 e VCr  t 2   Vi


 No instante t2 S1 é bloqueado, produzindo a carga de capacitor C1 e
descarrega de C2, em comutação ZVS
 Suponse que este intervalo dura um tempo muito corto. A final desta etapa
VC1  Vi e VC2  0 .
 A corrente não muda de valor.
 O capacitor continua carregado com tensão Vi.

Na fig. 5 tem-se o circuito representativo desta etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 5

iS1 +
S1 D8
D1 C1
VC1
-
D3 D4

Lr
+
Vi Vo’
-

iLr
D5 D6

+ +
D7
S2 D2 C2 VC2 Cr

- -

Fig. 5 Circuito emplegado para o análise da 3a etapa.

4a Etapa t 3  t  t 4

 As condições iniciais são, iLr  t 3   I2 e VCr  t 3   Vi


 No instante t3 a tensão no capacitor C2 atinge a zero, conduzindo o diodo D2.
Mientras conduz D2, é comandado S2 mais não conduz.
 A corrente decrece linalmente até atingir a zero, producendo o bloqueio de
D8.
 O capacitor C1 fica carregado com VC1  Vi .
 O capacitor Cr, no muda sua tensão (Vi)

Na fig. 6 tem-se o circuito representativo desta etapa.

iS1 +
S1 D8
D1 C1
VC1
-
D3 D4

Lr
+
Vi Vo’
-

iLr
D5 D6

+ +
D7
S2 D2 C2 VC2 Cr

- -

Fig. 6 Circuito emplegado para o análise da 4a etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 6

5a Etapa t 4  t  t 5

 As condições iniciais são, iLr  t 4   0 e VCr  t 4   Vi


 No instante t4 o diodo D8 bloquea, invertendo o sentido da corrente iLr .
 A corrente crece senoidalmente, até –I1. quando bloquea S2.
 O capacitor fornece energía para a carga, iniciandose uma etapa ressonante
de descarga, até atingir a zero.

Na fig. 7 tem-se o circuito representativo desta etapa.

iS1 +
S1 D8
D1 C1
VC1
-
D3 D4

Lr
+
Vi Vo’
-

iLr
D5 D6

+ +
D7
S2 D2 C2 VC2 Cr

- -

Fig. 7 Circuito emplegado para o análise da 5a etapa.

6a Etapa t 5  t  t 6

 As condições iniciais são, iLr  t 5   I1 e VCr  t 5   0


 Em t5 a tensão no capacitor atinge a zero, colocando D7 em condução.
 A corrente iLr , decrece linealmente até –I2, quando é bloqueado S2.

Na fig. 8 tem-se o circuito representativo desta etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 7

iS1 +
S1 D8
D1 C1
VC1
-
D3 D4

Lr
+
Vi Vo’
-

iLr
D5 D6

+ +
D7
S2 D2 C2 VC2 Cr

- -

Fig. 8 Circuito emplegado para o análise da 6a etapa.

7a Etapa t 6  t  t 7

 As condições iniciais são, iLr  t 6   I2 e VCr  t 6   0


 Em t6 é bloqueado S2, provocando a carga de C2 e descarga de C1, em
comutação ZVS.
 Suponse que este intervalo dura um tempo muito corto. A final desta etapa
VC1  0 e VC2  Vi .
 A corrente não muda de valor.

Na fig. 9 tem-se o circuito representativo desta etapa.

iS1 +
S1 D8
D1 C1
VC1
-
D3 D4

Lr
+
Vi Vo’
-

iLr
D5 D6

+ +
D7
S2 D2 C2 VC2 Cr

- -

Fig. 9 Circuito emplegado para o análise da 7a etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 8

8a Etapa t 7  t  t 8

 As condições iniciais são, iLr  t 7   I2 e VCr  t 7   0


 Em t7 a tensão no capacitor C1 atinge a zero, provocando a condução do
diodo D1.
 A corrente iLr , atinge a zero en forma lineal.
 Durante está etapa é comanda S1, mais não conduz.

Na fig. 10 tem-se o circuito representativo desta etapa.

iS1 +
S1 D8
D1 C1
VC1
-
D3 D4

Lr
+
Vi Vo’
-

iLr
D5 D6

+ +
D7
S2 D2 C2 VC2 Cr

- -

Fig. 10 Circuito emplegado para o análise da 8a etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 9

III. FORMAS DE ONDA BÁSICAS

As formas de onda mais importantes, com indicação dos intervalos de tempo


correspondentes, para as condições idealizadas descritas na seção II, estão
representadas na fig. 11.
t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8
iLr Ip
I1

I2

t
-I2

-I1

VCr

Vi

0
t
VS1

iS1

VS2
iS2

t
Com.  S1

Com.  S2 t

t
t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8
Fig. 11 Formas de onda básicas

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CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 10

IV. EQUACIONAMENTO

Nesta seção são obtidas as expressões de VCr  t  e iLr  t  para os diferentes


intervalos de tempo.

IV.1. 1a Etapa t 0  t  t1

 i  t   0
Seja as seguintes condições iniciais:  Lr 0
 VCr  t 0   0

O circuito apresentado na fig. 12, caracteriza está etapa.


+
Lr -

S1 iLr

+ +
Vi Cr VCr
- -

Fig. 12 Circuito equivalente da 1ª etapa.

Do circuito equivalente, obtém-se as expressões (1) e (2)

diLr  t 
Vi  Lr  V0  VCr  t   0 (1)
dt

dVCr  t 
iLr  t   Cr (2)
dt

Aplicando a transformada de Laplace às equações (1) e (2) obtém-se (3) e (4)

Vi  V0
 Lr sILr  s   ILr  0    0
s (3)

ILr  s   Cr  sVCr  s   VCr  0   (4)

evaluando as condições iniciais e definido-se 0  1 , e substituindo (4) em


Lr Cr
(3). obtém-se (5)

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 11

VCr  s  
 Vi  V0  02 (5)

s s2  02 
Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (5), obtém-se (6).

VCr  t    Vi  V0    Vi  V0  cos  0 t  (6)

Reemplazado a equação (2) em (6) e derivando,obtém-se (7)

iLr  t  z   Vi  V0  sen  0 t  (7)

Esta etapa termina quando a tensão no capacitor alcanza Vi. Pode-se então calcular
sua duração, como mostrado nas equações (8) e (9)

Vi   Vi  V0    Vi  V0  cos  0 t1    Vi  V0  1  cos  0 t1   (8)


1   V0 
t1  arccos   (9)
0  Vi  V0 

Plano de Fase da 1ª Etapa

Seja a expressão (10)

z1  t   VCr  t   jiLr  t  z (10)

Substituindo (6) e (7) em (10), obtém-se (11)

z1  t    Vi  V0    Vi  V0  e  j0 t (11)

O plano de fase correspondente está representado na fig. 13.


iLr z

Ip
I1

I2

R1

0 Vi-V0 Vi 2Vi-2V0

VCr
Fig. 13 Plano de Fase da 1ª etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 12

Da figura tém-se.
R1  Vi  V0 (12)

IV.2. 2a Etapa t1  t  t 2

 i  t   I1
Seja as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   Vi

O circuito apresentado na fig. 14, caracteriza está etapa.

S1 D8
Vo
+ -
Lr

iLr

Fig. 14 Circuito equivalente da 2ª etapa.

Do circuito equivalente, obtém-se as expressões (13)

diLr  t 
Lr  V0  0 (13)
dt

Integrando e evaluando obtem-se


V0
iLr  t   I1  t (14)
Lr

Esta etapa termina quando a corrente no indutor descende a I2, quando a chave S1
bloqueia. Pode-se então calcular sua duração, como mostrado nas equações (15) e
(16)

V0
I2  I1  t 2 (15)
Lr

t 2 
I1  I2  Lr
(16)
V0

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 13

IV.3. 3a Etapa t 2  t  t 3

Nesta etapa o intervalo de tempo é muito rápido, portanto a corrente no indutor e


tensão no capacitor não mudan de valor. O capacitor C1 se carga com Vi e o
capacitor C2 se descarrega até atingir a zero

iLr  t   I2 (17)

VCr  t   Vi (18)

IV.4. 4a Etapa t 3  t  t 4

 i  t   I2
Seja as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   Vi

O circuito apresentado na fig. 15, caracteriza está etapa.

Vi D8

Vo
+ Lr -

D2
iLr

Fig. 15 Circuito equivalente da 4ª etapa.

A corrente no indutor fica definida por (19)

diLr  t 
Lr  V0  Vi  0 (19)
dt

Integrando e evaluando obtem-se

iLr  t   I2 
 V0  Vi  t
(20)
Lr

Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge a zero. Pode-se então
calcular sua duração, como mostrado nas equações (21) e (22)

 V0  V i
0  I2  t 4 (21)
Lr

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CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 14

I2  Lr
t 4  (22)
 V0  Vi 
IV.5. 5a Etapa t 4  t  t 5

 i  t   0
Seja as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   Vi

O circuito apresentado na fig. 16, caracteriza está etapa.


Vo
+
Lr -

iLr

+
S2 Cr

Fig. 16 Circuito equivalente da 5ª etapa.

Do circuito equivalente, obtém-se as expressões (23) e (24)

diLr  t 
Lr  V0  VCr  t   0 (23)
dt

dVCr  t 
iLr  t   Cr (24)
dt

Aplicando a transformada de Laplace às equações (23) e (24) obtém-se (25) e (26)

V0
 Lr sILr  s   ILr  0    VCr  t   0
s (25)

ILr  s   Cr  sVCr  s   VCr  0   (26)

evaluando as condições iniciais e definido-se 0  1 , e substituindo (26) em


Lr Cr
(25). obtém-se (27)

V0 02 sVi
VCr  s    (27)

s s2  02  s 2
 02 
Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (27), obtém-se (28).

VCr  t   V0   Vi  V0  cos  0 t  (28)

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CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 15

Reemplazado a equação (28) em (24) e derivando,obtém-se (29)

iLr  t  z    Vi  V0  sen  0 t  (29)

Esta etapa termina quando a tensão no capacitor fica em zero. Pode-se então
calcular sua duração, como mostrado nas equações (8) e (9)

0  V0   Vi  V0  cos  0 t 5  (30)
1  V0 
t 5  arc cos   (31)
0  Vi  V0 

Plano de Fase da 5ª Etapa

Seja a expressão (32)

z 2  VCr  t   jiLr  t  z (32)

Substituindo (28) e (29) em (32), obtém-se (33)

z 2  t   V0   Vi  V0  e  j0 t (33)

O plano de fase correspondente está representado na fig. 17.


iLr z

0 V0 Vi

R2

-I2
Vi
-I1
Ip
VCr
Fig. 17 Plano de Fase da 5ª etapa.

Da figura tém-se.
R2  Vi  V0 (34)

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 16

IV.6. 6a Etapa t 5  t  t 6

i  t   I1
Seja as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   0

O circuito apresentado na fig. 18, caracteriza está etapa.


Vo
+ -
Lr

iLr

S2 D7

Fig. 18 Circuito equivalente da 6ª etapa.

A corrente no indutor fica definida por (35)

diLr  t 
Lr  V0  0 (35)
dt

Integrando e evaluando obtem-se


V0
iLr  t   I1  t (36)
Lr

Esta etapa termina quando a corrente no indutor aumenta a -I2, quando a chave S2
bloqueia. Pode-se então calcular sua duração, como mostrado nas equações (37) e
(38)

V0
I2  I1  t 6 (37)
Lr

t 6 
I1  I2  Lr
(38)
V0

IV.7. 7a Etapa t 6  t  t 7

Nesta etapa o intervalo de tempo é muito rápido, portanto a corrente no indutor e


tensão no capacitor não mudan de valor. O capacitor C1 se descarrega até atingir a
zero e o capacitor C2 se carga com Vi.

iLr  t   I2 (39)

VCr  t   0 (40)

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CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 17

IV.8. 8a Etapa t 7  t  t 8

i  t   I2
Seja as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   0

O circuito apresentado na fig. 19, caracteriza está etapa.


Vo
D1 + Lr -

iLr

Vi D7

Fig. 19 Circuito equivalente da 8ª etapa.

A corrente no indutor fica definida por (41)

diLr  t 
Lr  V0  Vi  0 (41)
dt

Integrando e evaluando obtem-se

iLr  t   I2 
 V0  Vi  t
(42)
Lr

Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge a zero. Pode-se então
calcular sua duração, como mostrado nas equações (43) e (44)

0  I2 
 V0  Vi  t (43)
8
Lr

I2  Lr
t 8  (44)
 V0  Vi 

Deste trabalho é possivél no considerar as etapas 3 e 7, por tener elas uma duração
muito corta, mais se apresentaron para que o relatorio ficara mas ordenado.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 18

IV.9. Plano de Fase completo e tensões no capacitor Ressonante

Agrupando os dois planos de fase em um mesmo diagrama, obtém-se a fig.20.


ILrZ

R1

Vo Vi
0
Vi-Vo 2Vi-2Vo
VCr

R2

Fig. 20 Plano de fase final.

Da figura 20 pode-se obter a tensão máxima, siendo está;

VCrMAX  t   Vi (45)

V0
O valor limite da relação , tambén obtém-se da figura 20, considerando,
Vi
Vi   2Vi  2V0  (46)

resolvendo a equação (46), obtén-se (47)

Vi
V0  (47)
2
Por tanto,

V0 1
qmax   (48)
Vi 2

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CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 19

V. Característica de Saída

Para o calculo da caracteristica de saída, se calcula a corrente media da fig. 21.

iLr Ip
I1

I2

Ip
I1
Iomed
I2

A1
A2
A3
t1 t2 t3 t

Fig. 21 Calculo corrente media na carga

Calculando-se o area A1, A2 e A3. Sumando e dividiendo por o periodo (T), obtem-
se a corrente media na carga. Multiplicando-se a corrente por a impedancia
caracteristica Zo e dividiendo pela tensão de entrada (Vi), obtem-se a corrente media
na carga parametrizada apresentada na equação (49),

0    q     1  0  q   
I0med    1  2q  q  2   q  q  1   a cos     1  acos    
2   0  q  1     4    q  1   
(49)
    q  
 0 1  2q q  q  acos    1  2q 
4  0  q  1 

O trabalho considera o conversor operando em condução continua, logo para definir


o limite da condição descontinua consideramos a equação (50), que apresenta éste
limite.

q
0  (50)
 q 
q  acos    1  2q
 q  1

A fig.21 apresenta a caracteristica de saída, representada pela equacão (49) e pela


equação (50) que mostra o límite da condução descontinua.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 20

0.5
Limite condução descontinua

0.4
o=0,9

o=0,8
0.3
q
o=0,7

o=0,6
0.2
o=0,5
o=0,4
0.1 o=0,3

0
0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

I´omed
Fig. 21 Caracteristica de saída

VI. Metodología e Exemplo de Projeto

Sejam as seguintes especificações:

Vi  200V , V0  40V , P0  1200 W e fs  40kHz . Se determinara os valores de Lr


e Cr, simulando o circuito e compravando os resultados da análise teórica e do
dimensionamento.

fs
Escolhendo-se uma relação de freqüências 0  de 0,75 e como 0  1
f0 Lr Cr
reemplazando em (51) temos a primeira relação.

fs max 40000
f0    53333,33 Hz (51)
0 0,7

Lr Cr  8,9052  1012 (52)

Considerando q=0,2 obtém-se I0med  0,518 da equação (49),

V0'  Vi  q  40 V (53)

N1 V0' 40
  1 (54)
N2 V0 40

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 21

N2
I'0med  I0   30 A (55)
N1

Com o valor de I'0med , obtém-se uma relação para Lr e Cr.

2
Lr  I'0med  Vi 
   11,9252 (56)
Cr  I'0med 
Assim:

Cr  864,1475 nF (57)

Lr  10,305 H (58)

Resultados da Simulação

O programa de simulação utilizado foi Pspice V. 9.2. Os interruptores são


modelados por chaves ideales com Ron=0,01  e Roff=1E6  e os diodos com
Rs=0,01 .

Os resultados são mostrados nas figuras 22, 23, 24, 25 e 26.


50A

200V
40A

30A

150V 20A

10A

100V 0A

-10A

-20A
50V

-30A

-40A
0V

-50A
9.90ms 9.91ms 9.92ms 9.93ms 9.94ms 9.95ms 9.96ms 9.97ms 9.98ms 9.99ms 10.00ms 9.90ms 9.91ms 9.92ms 9.93ms 9.94ms 9.95ms 9.96ms 9.97ms 9.98ms 9.99ms 10.00ms
V(D4a:2,0) I(L1a)
Time Time

(a) (b)
250V
Fig.22 (a) Tensão no capacitor e (b) corrente no indutor. 250

VS2
200V 200

100V 100

IS2

SEL>>
-0V 0
V(S3a:3,S3a:4) I(S3a:3)
250

200 VS1

-100V

100

-200V IS1

-250V 0
9.90ms 9.91ms 9.92ms 9.93ms 9.94ms 9.95ms 9.96ms 9.97ms 9.98ms 9.99ms 10.00ms 9.90ms 9.91ms 9.92ms 9.93ms 9.94ms 9.95ms 9.96ms 9.97ms 9.98ms 9.99ms 10.00ms
V(L1a:1,D4a:2) V(S1a:3,S1a:4) I(S1a:3)
Time Time

(a) (b)
Fig.23 (a) Tensão Vab e (b) Detalhe da conmutação nas chaves.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 22

200
VS1 200
VS2

150
150

100 100

50 50

IS2
IS1

0
0
9.948957ms 9.949200ms 9.949600ms 9.950000ms 9.950400ms 9.950800ms 9.951200ms
9.9616ms 9.9618ms 9.9620ms 9.9622ms 9.9624ms 9.9626ms 9.9628ms 9.9630ms 9.9632ms 9.9634ms 9.9636ms V(S3a:3,S3a:4) I(S3a:3)
V(S1a:3,S1a:4) I(S1a:3) Time
Time

(a) (b)
Fig.24 (a) Zoom da conmutação na chave S1 (b) idem S2.

2.0KW 60A

1.8KW

50A

1.5KW

40A

1.2KW

30A

0.9KW

20A
0.6KW

10A
0.3KW

0W 0A
9.90ms 9.91ms 9.92ms 9.93ms 9.94ms 9.95ms 9.96ms 9.97ms 9.98ms 9.99ms 10.00ms 9.90ms 9.91ms 9.92ms 9.93ms 9.94ms 9.95ms 9.96ms 9.97ms 9.98ms 9.99ms 10.00ms
AVG(W(Voa)) W(Voa) AVG(I(Voa)) I(Voa)
Time Time

(a) (b)

Fig.25 (a) Potência na fonte V0' e (b) corrente na fonte V0' .

Como o conversor foi disenhado para operar com uma potência de 1200 W, da
simulação obtém-se uma potência de saída 1200W. Portanto nostro conversor tem
um rendimento de 100% (idealizando as chaves e diodos). A corrente media na
fonte V0' é de 30 A
200A

100A

0A

-100A

-200A
-0.1V 0V 0.1V 0.2V 0.3V 0.4V 0.5V 0.6V 0.7V 0.8V 0.9V 1.0V 1.1V
I(L1a)*3.453
V(D4a:2,0)/200

Fig.26 Diagrama de fase da simulação.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SERIE RESSONANTE COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 23

VII. Conclusões

Do presente relatorio obtém-se as seguintes conclusões:

 Este conversores não tem-se perdas de conmutação em condução contínua,


dado que as chaves são bloqueadas quando a tensão por elas é zero (ZVS) e
emtran em condução cuando a corrente por elas é zero (ZCS). Más tem
perdas de condução, as quales dependen da corrente que circula por os
elementos resistivos. Uma buena eleção é controlar ambas perdas, para
melhorar o rendimento do conversor.
 Para a operação en condução contínua q fica definido para valores menores
de 0,5 e Iomed para valores mayores que 0,3 e menores que 1.
 Do plano de fase obtém-se as máximas tensões no capacitor. Se pode olhar
na fig.26 que o máximo valor do capacitor é 200 V, que é definido pelo valor
da fonte.
 As chaves S1 e S2 devem ser comandadas quando os diodo D1 e D2 estan
conduzindo respectivamente.
 A considerar uma freqüência de chaveamento maior, deve-se tener
consideração nas chaves a emplegar e a interferência eletromagnética
provocada pelo conversor.

VIII. Bibliografia

[1] Barbi Ivo. Pöttker de Souza Fabiana “Conversores CC-CC Isolados de Alta
Frecuencia com Comutação Suave”. 1a Edição. INEP. Departamento de
Engenharia Eléctrica, UFSC. 1999. Florianopolis SC – Brasil.

[2] Baggio José E., Pinheiro José R. “Conversores cc-cc isolados zvs com
intercalação da modulação por deslocamento de fase”. Anais do XIII
Congresso Brasileiro de Automática – CBA 200 2000.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Instituto de Eletrônica de Potência
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico

Universidade Federal de Santa Catarina

RELATORIO 1
CONVERSOR RESSONANTE SERIE

Aluno: Edward Fuentealba Vidal

Julho/2003

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
Variação modelo Conversor Serie Ressonante 1

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 2

I. INTRODUÇÃO

Estes conversores utilizan um circuito série ressonante, que propicia conmutação nõ


dissipativa nas chaves. A disminuição das perdas por conmutação possibilita um
aumento na freqüência de chaveamento, reduzindo o volumen peso dos elementos
reativos. Entretanto, as perdas porcondução nas chaves aumentam devido à circulação
de uma energía reativa proveniente do circuito[1].

Existem várias configurações possíveis, porém neste trabalho será abordada a


configuração apresentada na fig. 1.
D1

D3 D4

Lr
+
Vo ’
-
S1

D5 D6

Vi S2 D7 Cr
D2

Fig. 1 Conversor Serie Resonante CC-CC.

II. ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE CONDUÇÃO


DESCONTÍNUA

No modo de condução descontínuo as duas conmutações de entrada em condução e


bloqueio, são suaves, do tipo ZCS. Assim practicamente não há perdas por comutação.

Definendo o sentido da corrente pela indutância e a polaridad da tensão no capacitor, o


circuito apresentado na fig. 2 se emplea para definir as etapas de funcionamento.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 3

D1

D3 D4

+ Lr - +
Vo ’
-
S1 iLr

D5 D6

+ +
Vi S2 D7 Cr VCr
D2
- -

Fig. 2 Circuito emplegado para o análise.

II.1 Etapas de Funcionamiento

1a Etapa t 0  t  t1

 As condições iniciais são, iLr  t 0   0 e VCr  t 0   VC0


 No instante t0 a chave S1 entra em condução sem perda de comutação pois a
corrente é nula no instante t0.
 A corrente no indutor cresce senoidalmente e decrece até atingir zero.
 O capacitor que estava carregado com tensão VC0 , se carga até VC1 .
 A fonte transfere energía para a carga.

Na fig. 3 tem-se o circuito representativo desta etapa.


D1

D3 D4

+ Lr - +
Vo ’
-
S1 iLr

D5 D6

+ +
Vi S2 D7 Cr VCr
D2
- -

Fig. 3 Circuito emplegado para o análise da 1a etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 4

2a Etapa t1  t  t 2

 As condições iniciais são, iLr  t1   0 e VCr  t1   VC1


 No instante t1 a corrente no indutor inverte de polaridade y o diodo D1 conduz.
Nesta estapa S1 debe ser bloqueada com perda de comutação nula.
 A corrente no indutor cresce senoidalmente e decrece até atingir zero.
 O capacitor que estava carregado com tensão, VC1 se descarrega até VC2 .
 A carga transfere energía para a fonte.

Na fig. 4 tem-se o circuito representativo desta etapa.


D1

D3 D4

+ Lr - +
Vo ’
-
S1 iLr

D5 D6

+ +
Vi S2 D7 Cr VCr
D2
- -

Fig. 4 Circuito emplegado para o análise da 2a etapa.

3a Etapa t 2  t  t 3

 As condições iniciais são, iLr  t 2   0 e VCr  t 2   VC2


 No instante t2 a corrente no indutor atinge zero.
 O diodo D1 Bloquea. Como nenhuma chave conduz, pois S1 foi bloqueada e
ainda não existe ordem de comando para S2.
 O capacitor continua carregado com uma tensão constante VC2 .

Na fig. 5 tem-se o circuito representativo desta etapa.

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Variação modelo Conversor Serie Ressonante 5

D1

D3 D4

+ Lr - +
Vo ’
-
S1
iLr  0
D5 D6

+ +
Vi S2 D7 Cr VCr
D2
- -

Fig. 5 Circuito emplegado para o análise da 3a etapa.

4a Etapa t 3  t  t 4

 As condições iniciais são, iLr  t 3   0 e VCr  t1   VC2


 No instante t3 se fecha S2, cortocircuitando a fonte.
 A corrente no indutor crece negativamente en forma senoidal, até um valor I1 ,
onde la tensão do capacitor é zero.
 O capacitor que estava carregado com tensão, VC2 se descarrega até VC3 . Mas
como a tensão no capacitor inverte de polaridade, quando pasa por zero coloca o
diodo em condução fixando VC3  0

Na fig. 6 tem-se o circuito representativo desta etapa.


D1

D3 D4

+ Lr - +
Vo ’
-
S1
iLr
D5 D6

+ +
Vi S2 D7 Cr VCr
D2
- -

Fig. 6 Circuito emplegado para o análise da 4a etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 6

5a Etapa t 4  t  t 5

 As condições iniciais são, iLr  t 4   I1 e VCr  t1   0


 No instante t4 o diodo D7 conduz, fizando a tensão no capacitor igual a zero.
 A corrente atinge a zero linealmente.

Na fig. 7 tem-se o circuito representativo desta etapa.


D1

D3 D4

+ Lr - +
Vo ’
-
S1
iLr
D5 D6

+ +
Vi S2 D7 Cr VCr
D2
- -

Fig. 7 Circuito emplegado para o análise da 5a etapa.

6a Etapa t 5  t  t 6

 As condições iniciais são, iLr  t 2   0 e VCr  t 2   0


 A corrente no indutor e tensão no capacitor são cero.
 Nesta estapa S2 debe ser bloqueada com perda de comutação nula.

Na fig. 8 tem-se o circuito representativo desta etapa.


D1

D3 D4

+ Lr - +
Vo ’
-
S1
iLr  0
D5 D6

+ +
Vi S2 D7 Cr VCr
D2
- -

Fig. 8 Circuito emplegado para o análise da 6a etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 7

III. FORMAS DE ONDA BÁSICAS

As formas de onda mais importantes, com indicação dos intervalos de tempo


correspondentes, para as condições idealizadas descritas na seção II, estão
representadas na fig. 9.
iLr t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6
Ip1

Ip2 t

I1

VCr VC1

VC2

VC0
t
VS1

iS1

VS2
iS2

t
Com.  S1

Com.  S2 t

t
t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6
Fig. 9 Formas de onda básicas

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 8

IV. EQUACIONAMENTO

Nesta seção são obtidas as expressões de VCr  t  e iLr  t  para os diferentes intervalos
de tempo.

IV.1. 1a Etapa t 0  t  t1

 i t  0
Seja as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   VC0

O circuito apresentado na fig. 10, caracteriza está etapa.


Vo’
+
Lr -

S1 iLr

+ +
Vi Cr VCr
- -

Fig. 10 Circuito equivalente da 1ª etapa.

Do circuito equivalente, obtén-se as expressões (1) e (2)

diLr  t 
Vi  Lr  V0'  VCr  t   0 (1)
dt
dV  t 
iLr  t   Cr Cr (2)
dt

Aplicando a transformada de Laplace às equações (1) e (2) obtém-se (3) e (4)

Vi  V0'
 Lr sILr  s   ILr  0    VCr  s   0 (3)
s
ILr  s   Cr sVCr  s   VCr  0   (4)

evaluando as condições iniciais e definido-se 0  1 , e substituindo (4) em (3).


Lr Cr
obtén-se (5)

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 9

VCr  s  
 V  V    sV
i
'
0
2
0 C0
(5)
ss    s   
2 2
0
2 2
0

Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (5), obtém-se (6).

VCr  t    Vi  V0'    Vi  V0'  VC0  cos  0 t  (6)

Reemplazado a equação (2) em (6) e derivando,obtém-se (7)

iLr  t  z   Vi  V0'  VC0  sen  0 t  (7)

Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge a zero. Pode-se então calcular
sua duração, como mostrado nas equações (8) e (9)

V  V
i
'
0  VC0  sen  0 t1   0 (8)


0 t1    t1  (9)
0

Plano de Fase da 1ª Etapa

Seja a expressão (10)

z1  t   VCr  t   jiLr  t  z (10)

Substituindo (6) e (7) em (10), obtén-se (11)

z1  t    Vi  V0'    Vi  V0'  VC0  e j0 t (11)

O plano de fase correspondente está representado na fig. 11.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 10

iLr z

Ip1

R1

VC0 Vi-V0' VC1

VCr
Fig. 11 Plano de Fase da 1ª etapa.

Da figura tém-se.

R1  Vi  V0'  VC0 (12)

VC1  2Vi  2V0'  VC0 (13)

IV.2. 2a Etapa t1  t  t 2

 i t  0
Seja as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   VC1

O circuito apresentado na fig. 12, caracteriza está etapa.


Vo’
D1 +
Lr -

iLr

+ +
Vi Cr VCr
- -

Fig. 12 Circuito equivalente da 2ª etapa.

Do circuito equivalente, obtén-se as expressões (14) e (15)

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 11

diLr  t 
Vi  Lr  V0'  VCr  t   0 (14)
dt

dVCr  t 
iLr  t   Cr (15)
dt
Aplicando a transformada de Laplace às equações (14) e (15) obtém-se (16) e (17)

Vi  V0'
 Lr sILr  s   ILr  0    VCr  s   0 (16)
s
ILr  s   Cr sVCr  s   VCr  0   (17)

evaluando as condições iniciais e definido-se 0  1 , e substituindo (17) em (16).


Lr Cr
obtén-se (18)

VCr  s  
 V  V    sV
i
'
0
2
0 C1
(18)
s s    s   
2 2
0
2 2
0

Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (18), obtém-se (19).

VCr  t    Vi  V0'    Vi  V0'  VC1  cos  0 t  (19)

Reemplazado a equação (19) em (15) e derivando,obtém-se (20)

iLr  t  z   Vi  V0'  VC1  sen  0 t  (20)

Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge a zero. Pode-se então calcular
sua duração, como mostrado nas equações (21) e (22)

V  V
i
'
0  VC1  sen  0 t 2   0 (21)


0 t 2    t 2  (22)
0

Plano de Fase da 2ª Etapa

Seja a expressão (23)

z 2  t   VCr  t   jiLr  t  z (23)

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 12

Substituindo (19) e (20) em (23), obtén-se (24)

z1  t    Vi  V0'    Vi  V0'  VC1  e j0 t (24)

O plano de fase correspondente está representado na fig. 13.


iLr z

VC2 Vi+V0' VC1

R2

Ip2

VCr
Fig. 13 Plano de Fase da 2ª etapa.

De a figura tém-se,

R2  VC1  Vi  V0'  Vi  3V0'  VC0 (25)

VC2  4V0'  VC0 (26)

IV.3. 3a Etapa t 2  t  t 3

Como não circula corrente e à tensão no capacitor fica constante, as equações que
representan está etapa são (27) e (28)

iLr  t   0 (27)

VCr  t   VC2 (28)

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 13

IV.4. 4a Etapa t 3  t  t 4

 i t  0
Seja as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   VC2

O circuito apresentado na fig. 14, caracteriza está etapa.


Vo’
S2
+
Lr -

iLr

+
Cr VCr
-

Fig. 14 Circuito equivalente da 4ª etapa.

Como o circuito da 4ª etapa é analogo à 2ª etapa, se empregan as mismas equações,


modificando as condições iniciais e cortocircuitando a fonte Vi. Desta forma a tensão no
capacitor e à corrente no indutor saõ apresentadas por as equações (29) e (30)

VCr  t    V0'    V0'  VC2  cos  0 t  (29)

iLr  t  z   V0'  VC2  sen  0 t  (30)

Esta etapa termina quando o capacitor troca de polaridad, polarizando o diodo D7 e


fixando em suas terminales uma tensão de zero volts.

V   V
'
0
'
0  VC2  cos  0 t   0 (31)

1  V' 
t 4  arccos  ' 0  (32)
0  V0  V2 

Plano de Fase da 4ª Etapa

Seja a expressão (33)

z3  t   VCr  t   jiLr  t  z (33)

Substituindo (29) e (30) em (33), obtén-se (34)

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 14

z3  t    V0'    V0'  VC2  e j0 t (34)

O plano de fase correspondente está representado na fig. 15.


iLr z

VC3 0 V0' VC2

R3
R3

I1

VCr
Fig. 15 Plano de Fase da 4ª etapa.

De a figura tém-se,

R3  VC2  V0'  3V0'  VC0 (35)

VC3  2V0'  VC0 (36)

Como a tensão VC3 apresenta um valor negativo, nos indica que o capacitor muda de
polaridade, no instante que muda de polaridade o diodo D7 conduz fixando sua tensão
en zero. Como na 5ª etapa a tensão do capacitor é cero, nesta etapa o plano de fase
deve fechar, Asim VC0=0.

Da figura 15, obtém-se (37)

I1  2 2V0' (37)

IV.5. 5a Etapa t 4  t  t 5

iLr  t   2 2V0'  iLr  t   0


Seja as seguintes condições iniciais:    
 VCr  t   0  VCr t  VC2

O circuito apresentado na fig. 16, caracteriza está etapa.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


Variação modelo Conversor Serie Ressonante 15

Vo’
S2
+
Lr -

iLr

D7

Fig. 16 Circuito equivalente da 5ª etapa.

A corrente no indutor fica definida por (38)

'
V
iLr  t   2 2V0'  0 t 5 (38)
L

Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge a cero.

V0'
2 2V  '
0 t 5  0 (39)
L
t 5  2 2  L (40)

II. BIBLIOGRAFIA

[1] Barbi Ivo. “Electrônica de Potência”. 4ta Edição. INEP. Departamento de


Engenharia Eléctrica – CTC- UFSC. 2002. Florianopolis SC – Brasil.

Edward Fuentealba Vidal – Electrónica de Potencia III


CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Instituto de Eletrônica de Potência

CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO EM


CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA
Responsáveis pelo Trabalho:

Elói Agostini Jr.


Gleyson Luiz Piazza
Juliano Bedin
Márcio Silveira Ortmann
Diogo Cézar Coelho

Professor Responsável:

Ivo Barbi, Dr. Ing. (INEP/EEL – UFSC)

Junho/2006

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
Introdução

Introdução

A primeira etapa do presente trabalho tem como objetivo analisar três métodos de obtenção
da característica de saída do Conversor Série Ressonante operando em condução continua.

Em seguida será obtida a expressão que representa a característica do Conversor operando


no modo descontínuo através da análise exata.

Por fim, tendo como finalidade a comprovação dos resultados obtidos, será realizado o
dimensionamento dos parâmetros do conversor nos dois modos de operação.

2
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

1. Representar a característica externa do conversor série ressonante operando com freqüência de


chaveamento menor que a freqüência de ressonância empregando os seguintes métodos:

(a) análise exata


(b) análise simplificada
(c) por simulação

Discutir as diferenças entre as características geradas pelos três métodos.

1.1 Análise Exata

______
0  (1  q)(1  q) 
I ´0med    A(1  cos(  0 ))  Bsen(  0 )   (1  cos( r )) 
  q  cos( r ) 
(0.1)

Onde:

q 1  q cos( r ) 
A  1
q  cos( r )

(0.2)
(1  q)(1  q )
B sen( r )
q  cos( r )
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

0

_______
I ´o med
Fig. 1. 1 - Característica de saída real.

1.2 Análise Aproximada

A característica de saída do conversor série ressonante também pode ser obtida a partir de um
método aproximado no domínio da freqüência. Assim, o ábaco aproximado de característica de saída é
traçado a partir da relação (1.3).

_______ zI ´0med 1  q2
I ´0med  
V1   r  s  (0.3)
  
4*0.637  s r 
Sendo:

fs
0  (0.4)
fr

Assim:

4
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

_______ zI ´0med 1  q2
I ´0med  
V1   1 0  (0.5)
  
4*0.637  0 1 

O ábaco aproximado, obtido com a equação(0.5) é apresentado na Fig. 1.2.

0

_______
I ´o med
Fig. 1. 2 - Característica de saída aproximada.

1.3 – Característica de Saída por Simulação

O ábaco da característica de saída foi obtido também a partir de diversos ensaios em


simulação. Os componentes utilizados nas simulações são todos ideais.
Para cada valor de 0 foram feitos seis ensaios com valores de q variando de 0.05 à 0.9.
Os resultados são apresentados na Fig. 1. 3.

5
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

0

_______
I ´o med
Fig. 1. 3 - Característica de saída obtida por simulação.

1.4 – Discussão dos Resultados Obtidos

A Fig. 1. 4 apresenta a comparação dos ábacos exato e aproximado obtidos anteriormente. Os


traços mais finos referem-se ao ábaco exato. Observa-se facilmente que o erro introduzido na
metodologia simplificada aumenta com o aumento do ganho estático. Para relações de freqüência
menores o erro também é maior.

6
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

0

_______
I ´o med
Fig. 1. 4 - Comparação entre os gráficos de característica de saída exato e simplificado

Na Fig. 1. 5 é apresentada a comparação entre o ábaco exato e o obtido por simulação.


Neste caso, observa-se que o erro envolvido é muito pequeno, estando relacionado principalmente
à interpolação das amostras obtidas nos ensaios.

7
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

0

_______
I ´o med
Fig. 1. 5-Comparação entre os gráficos de característica de saída exato e simulado

2. Deduzir a expressão que representa a característica externa do conversor operando no modo


descontínuo. Obter a mesma característica por simulação e discutir os resultados

Para traçar a característica de saída desta estrutura operando em condução descontinua é necessário
determinar a sua corrente média de saída.

Desta forma, é necessária a análise das etapas de funcionamento da estrutura idealizada do conversor
para obter as corrente média da etapa e a condição inicial da próxima etapa.

2.1 Primeira Etapa – (t0, t1)

Considerando a estrutura operando em regime permanente, a primeira etapa inicia-se com a entrada
em condução de S1 sem perda de comutação, pois iLr(t0) = 0. O capacitor que estava com uma tensão
negativa, começa a descarregar.

8
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

V1 S1 D1
VCr iLr
+

_
A VO B
Cr Lr

V1 S2 D2

Fig. 2. 1 - Primeira Etapa de Operação.

Essa etapa termina quando a corrente no indutor se anula.

2.2 Segunda Etapa – (t1,t2)

No instante t1 a corrente iLr anula-se e passa a circular em sentido contrário levando o diodo D1 a
entrada em condução e “habilitando” o bloqueio do interruptor S1. No início desta etapa tem-se que:

VCr(t2) = VC0
iLr(t2) = 0

V1 S1 D1
_ VCr iLr
+

A VO B
Cr Lr

V1 S2 D2

Fig. 2. 2 - Segunda Etapa de Operação.

O interruptor S1 deve ser bloqueado a partir do instante t1 para que haja a comutação não dissipativa.

2.3 Terceira Etapa – (t2,t3)

9
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Quando a corrente no indutor atinge zero no instante t2, nenhuma chave conduz, pois S1 foi bloqueada
e ainda não existe ordem de comando para S2. Na Fig. 2. 3 tem-se a representação desta etapa. Essa
etapa termina quando a chave S2 é comandada a conduzir.

Fig. 2. 3 - Terceira Etapa de Operação

2.4 Quarta Etapa – (t3, t4)

No instante t3, que equivale à metade do período de chaveamento, S2 é habilitada, como mostrado na
Fig. 2. 4. A entrada em condução desta chave é suave, pois a corrente é zero no instante t3.

V1 S1 D1
_ VCr iLr
+

A VO B
Cr Lr

V1 S2 D2

Fig. 2. 4 - Quarta Etapa de Operação.

2.5 Quinta Etapa – (t4, t5)

No instante t4 a corrente no indutor se inverte, e D2 entra em condução, como indicado na Fig 5.44.
Durante este intervalo S2 deve ser bloqueada. Assim seu bloqueio é não dissipativo, pois enquanto o
diodo conduz a tensão na chave é zero.

10
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 2. 5 - Quinta Etapa de Operação.

2.6 Sexta Etapa – (t5, t6)

Quando a corrente no indutor atinge zero no instante t6, nenhuma chave conduz, pois S2 foi bloqueada
e ainda não existe ordem de comando para S1. Na Fig. 2. 6 tem-se a representação desta etapa.
Essa etapa termina quando a chave S1 é comandada a conduzir, inicializando-se outro período de
funcionamento.

Fig. 2. 6 - Sexta Etapa de Operação.

2.7 Equacionamento e Planos de Fase


Por ser o circuito simétrico, será analisado apenas meio período de operação.

1ª Etapa (t0,t1)

Condições iniciais:

11
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

iLr (t0 )  0

VCr (t0 )  VC 0

A equação (2.1) é obtidas pela análise do circuito para a primeira etapa de funcionamento.

Vi
 VCr (t )  VLr  Vo  0 (2.1)
2
d
iLr (t )  iCr (t )  Cr VCr (t ) (2.2)
dt

Sendo

Vi
V1  (2.3)
2

Obtém-se:

d
V1  VCr (t )  Lr iLr (t )  Vo (2.4)
dt

Aplicando a transformada de Laplace em (2.1) e (2.2), obtém-se:

iLr ( s )  s  Cr  VCr ( s )  Cr VC 0 (2.5)

V1 V
 VCr ( s )  s  Lr  iLr ( s )  o (2.6)
s s

Sabendo que:

1 1
0  Lr  Cr 
Lr  Cr 0 2

Substituindo (2.5) em (2.6):


12
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

 s  VC 0 0  V1  Vo 
2

VCr ( s )  

0 2  s 2 s 0 2  s 2  (2.8)

Aplicando a transformada inversa de Laplace em (2.8):

VCr (t )  (V1  Vo  VC 0 ) cos(0t )  V1  Vo (2.9)

Derivando e multiplicando por Cr (2.9) obtém-se:

iLr (t )  z  V1  Vo  VC 0    sen(0t ) 


(2.10)

Plano de Fase da Primeira Etapa

Define-se:

z1 (t )  VCr (t )  j.z.iLr (t ) (2.11)

Substituindo-se as equações obtidas na análise da primeira etapa tem-se:

   
z1 (t )  V1  V0  V1  V0  VC1 cos(0t )  j V1  V0  VC1 sen(0t ) (2.12)

Sabe-se que:

cos(0t )  jsen(0t )  e  j0t (2.13)

Assim:

z1 (t )  V1  V0  V1  V0  VC1  e j0t (2.14)


R1  V1  V0  VC1 (2.15)

Com base nesta equação pode-se determinar o plano de fase para a primeira etapa de operação, que é
dado por Fig. 2. 7:
13
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 2. 7 - Plano de Fase Primeira Etapa.

2ª Etapa (t1,t2)

Condições iniciais:

iLr (t1 )  0

VCr (t1 )  VC 0

Do circuito equivalente obtém-se as expressões (2.16) e (2.17)

d
V1  VCr (t )  Lr iLr (t )  Vo (2.16)
dt
d
iLr (t )  Cr VCr (t ) (2.17)
dt

Aplicando a transformada de Laplace em (2.16) e (2.17), tem-se:

iLr ( s )   s  Cr  VCr ( s )  Cr VC 0 (2.18)


e
V1 V
 VCr ( s )  s  Lr  iLr ( s )  o (2.19)
s s

Substituindo (2.18) em (2.19), obtém-se (2.20) :

s  VC 0 0 2  V1  Vo 
VCr ( s )  

0 2  s 2 s 0 2  s 2  (2.20)

14
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Aplicando a anti-transformada de Laplace em (2.20) :

VCr (t )  (V1  Vo  VC 0 ) cos(0t )  V1  Vo (2.21)

Derivando e multiplicando por Cr (2.21) obtém-se:

iLr (t )  z  V1  Vo  VC 0    sen(0t )  (2.22)

Plano de Fase da Segunda Etapa

z2 (t )  VCr (t )  j.z.iLr (t ) (2.23)

O que fornece:

   
z2 (t )  V1  V0  V1  V0  VC 0 cos(0t )  j V1  V0  VC 0 sen(0t ) (2.24)

Utilizando novamente a igualdade (2.13): Tem-se:

z2 (t )  V1  V0  V1  V0  VC 0  e j0t (2.25)

R2  V1  V0  VC 0 (2.26)

Com a equação anterior determina-se o plano de fase da segunda etapa de operação, que é dado por:

Fig. 2. 8 - Plano de Fase Segunda Fase.

Plano de Fase Completo e Tensões no Capacitor Ressonante

15
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

O plano de fase das etapas 3 e 4 são obtidos por simetria com as etapas 1 e 2 respectivamente.

Fig. 2. 9 Plano de Fase Completo.

Com base no gráfico anterior e nas equações de R1 e R2 é possível determinar as tensões VC1 e VC2.

VC1  VC 0  2 R2 (2.27)

Assim:

  
VC1  VC 0  2 VC 0  V1  V0  VC 0  2 V1  V0  (2.28)

De modo semelhante:

VC 0  V1  V0  R1 (2.29)

Assim:
   
VC1   V1  V0  R1  2 V1  V0  VC1  V1  V0  V1  3V0 (2.30)

16
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

VC1  2V0
VC 0  VC1  2 R2  VC1  2VC 0  2(V1  V0 )  2V0  2VC 0  2(V1  V0 ) (2.31)
VC 0  2V1

Cálculo da Corrente Média de Saída

Para se obter a corrente média de saída será analisada a forma de onda da corrente no indutor para o
modo de operação descontínua. Na carga, a parcela de corrente que forma a área A2 tem o sinal
contrário, sendo esta área positiva.

Fig. 2. 10 Correntes no Indutor e na Saída.

A partir do conhecimento das áreas A1 e A2 pode-se determinar a corrente média na carga da seguinte
maneira:

2  A1  A2 
I 0 méd  (2.32)
TS
1  2 I P1
A1 
0 0
I P1sen(0t )d (0t ) 
0 (2.33)

17
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

, onde I P1 é a corrente de pico da região que contorna A1. Tem-se:

V1  V0
I P1  (2.34)
z
Logo:

V1  V0
A1 
 . f .z (2.35)

De maneira análoga:

1  2I P 2
A2 
0 0
I P 2 sen(0t )d (0t ) 
0 (2.36)

onde I P1 é a corrente de pico da região que contorna A1. Tem-se:

V1  V0
IP2  (2.37)
z

Logo:

V1  V0
A2 
 . f .z (2.38)

Assim:

4V1 f S
I 0 méd 
 .z f 0 (2.39)

Parametrizando tem-se:

I 0 méd z 4 f S
I 0 méd  
V1  f0 (2.40)

18
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Representação Gráfica dos Resultados da Análise

A característica de saída foi traçada utilizando a expressão (2.40). Observa-se que para uma
 fs 
determinada relação de freqüências  0  f o  , a corrente média de saída independe do ganho
estático, ou seja, tem-se uma característica de fonte de corrente ideal, como está representado na
fig.xx.

0.8

0.6

q
0.4
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8
_______
I ´o med
Fig. 2. 11 – Característica de saída do conversor operando em modo descontínuo (análise exata)

19
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

q
0

_______
I ´o med
Fig. 2. 12 - hehehe

Exercício 3

Os parâmetros utilizados na simulação são os mostrados abaixo.


As especificações serão mostradas abaixo:
Vi = 400V
Vo = 24V
Pomax = 480W
Pomin = 48W
fsmax = 50kHz

20
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

_____
VC 0 (1  q)[1  cos( r )]
VC 0  
V1 q  cos( r )
_____
VC 0  4.447 (3.1)
VC 0  889.55V

__
I1 z (1  q )(1  q )
I1   sen( r )
V1 q  cos( r )
__
I1  2.64 (3.2)
I1  4.22 A

Determinação dos esforços nos componentes:

Corrente de pico na chave:

_____ iS pico z  q 1  q cos( r )   (1  q)(1  q)


iS pico   1   sen(0ta )  sen( r ) cos(0ta )
V1  q  cos( r )  q  cos( r )
_____
iS pico  4.048 (3.3)
iS pico  6.478 A

Corrente média na chaves:

_____ I Smed z fs / f0
I Smed    A[1  cos(  0 )]  Bsen(  0 )
V1 2
_____
I Smed  0.986 (3.4)
I Smed  1.578 A

Corrente eficaz na chave:

21
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

 2 sen(  0 )  
 A  (  0 )    2 AB( sen(  0 )) 2  
____ I Sef z f s / fo   2  
I Sef  
V1 4  2  sen2(  0 )  
 B  (  0 )   
  2  
____
I Sef  1.87 (3.5)
I Sef  3 A

Corrente de pico nos diodos do conversor


______ I D z (1  q)(1  q )
I Dpico  pico 
V1 q  cos( r )
______
I Dpico  2.8 (3.6)
I Dpico  4.48 A

Corrente média nos diodos do conversor

______ I Dmed z f s / f 0  1  q 1  q  


I Dmed     1  cos( r ) 
V1 2  q  cos( r ) 
______
I Dmed  0.246 (3.7)
I Dmed  0.394 A

Corrente média nos diodos da ponte retificadora

______ I DRmed z ______ ______


I DRmed   I Smed  I Dmed
V1
______
I DRmed  1.3 (3.8)
I DRmed  2.08 A

Simulações:

22
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 3. 1 - Corrente no indutor ressonante.

Fig. 3. 2 - Tensão nos terminais AB do circuito.

23
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 3. 3 - Tensão no capacitor ressonante.

24
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 3. 4 - Tensão e corrente nas chaves.

Fig. 3. 5 - Tensão e corrente nos diodos da ponte retificadora.

25
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 3. 6 - Plano de fase do circuito.

Fig. 3. 7 – Corrente média na carga.

4 Repetir o exercício 3, para o conversor operando no modo de condução descontínua


Esforços nas chaves:
26
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Corrente de Pico:

I s pico z
I s pico   1  q  I s pico  1.6
V1
(4.1)
I s pico  12.06 A

Corrente média:

I smed z 1  q fs
I smed    I smed  0.245
V1  f0
(4.2)
I smed  1.85 A

Corrente eficaz:

I smed z 1 q fs
I sef    I sef  0.554
V1 2 f0
(4.3)
I smed  4.18 A

Esforços nos Diodos em Antiparalelo com as chaves

Corrente de Pico:

I Dpico z
I D pico   1  q  I Dpico  0.4
V1
(4.4)
I D pico  3.02 A

Corrente média:

I Dmed z 1  q fs
I Dmed    I Dmed  0.0611
V1  f0
(4.5)
I Dmed  0.461A

Corrente eficaz:

27
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

I Sef z 1 q fs
I Def    I Def  0.138
V1 2 f0
(4.6)
I Def  1.04 A

Esforços Diodos Ponte Retificadora

Corrente de Pico:

I DRpico z
I DRpico   1  q  I DRpico  1.6
V1
(4.7)
I DRpico  2.56 N1  I DRpico  12.06 A
N2

Corrente média:

I DRmed z
I DRmed   I Smed  I Dmed  I DRmed  0.3061
V1
(4.8)
I DRmed  0.354 N1  I DRmed  2.31A
N2

Corrente eficaz:

   
I DRef z 2 2
I DRef   I Sef  I Def  I DRef  0.571
V1
(4.9)
I DRef  4.3 N1
N2

Resultados das Simulações:

28
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 4. 1 - Corrente média de saída.

Fig. 4. 2 - Tensão AB.

29
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 4. 3 - Corrente no indutor.

30
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 4. 4 - Tensão no capacitor.

Fig. 4. 5 - Tensão e corrente no interruptor.

31
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 4. 6 - Tensão e corrente nos diodos da ponte retificadora.

32
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE OPERANDO
EM CONDUÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA

Fig. 4. 7 - Plano de fase do circuito.

33
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Instituto de Eletrônica de Potência

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento


da Tensão do Capacitor Ressonante

Responsáveis pelo Trabalho:

Diogo Cesar Coelho


Eloi Agostini Junior
Gleyson Luiz Piazza
Juliano Bedin
Márcio S. Ortmann

Professor Responsável:

Ivo Barbi, Dr. Ing. (INEP/EEL – UFSC)

Setembro/2006

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis – SC


Tel.: (048) 3331.9204 - Fax: (048) 3234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
Instituto de Eletrônica de Potência

Sumário

1 Introdução ....................................................................................................................... 3
2 Análise do Conversor ..................................................................................................... 3
2.1 Etapas de Operação ................................................................................................ 3
2.2 Formas de Onda ...................................................................................................... 6
2.3 Equacionamento ..................................................................................................... 8
2.4 Definição da Faixa de Operação........................................................................... 11
2.5 Característica de Saída do Conversor ................................................................... 15
2.6 Esforços nos Semicondutores ............................................................................... 16
2.6.1 Correntes de Pico, Média e Eficaz nas Chaves Principais e nos Diodos
Retificadores ................................................................................................................. 16
2.6.2 Correntes de Pico, Média e Eficaz nas Chaves Auxiliares ........................... 17
2.6.3 Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos Grampeadores .................... 18
2.6.4 Representação Gráfica dos Esforços nos Semicondutores ........................... 19
3 Metodologia e Exemplo de Projeto .............................................................................. 23
3.1 Resultados de Simulação ...................................................................................... 26
3.1.1 Potência Nominal ......................................................................................... 26
3.1.2 Potência Mínima ........................................................................................... 26
3.1.3 Plano de Fase ................................................................................................ 29
4 Considerações Finais .................................................................................................... 30
Bibliografia ........................................................................................................................... 30

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 2


Instituto de Eletrônica de Potência

1 Introdução

O conversor série ressonante com grampeamento da tensão do capacitor propicia


a comutação não dissipativa nas chaves e evita que a tensão sobre o capacitor ressonante
alcance valores maiores do que a fonte de alimentação. A comutação suave permite que
se eleve a freqüência de comutação, reduzindo o volume e peso dos elementos reativos.
Este trabalho aborda uma das configurações deste tipo de conversor,
empregando o controle PWM. Desta forma a característica mais indesejável dos
conversores estudados anteriormente, a modulação em freqüência, é eliminada. Serão
analisadas as etapas de operação, o equacionamento e posteriormente, para que se possa
comprovar os resultados obtidos, o projeto e simulação da estrutura.

2 Análise do Conversor

2.1 Etapas de Operação

Considera-se para a análise teórica da estrutura, representado na Fig. 2.1, que todos
seus componentes são ideais e o filtro de saída é substituído por uma fonte de tensão
constante ideal, cujo valor é igual ao valor da tensão de carga. O circuito analisado está
referido ao lado primário do transformador e está operando no modo de condução
descontinua.

Fig. 2.1 – Conversor Série Ressonante CC-CC PWM

1.ª Etapa: (to,t1) iLr(t0) = 0 vCr2 (t0) = 0 vCr1 (t0) = Vi


No instante to o interruptor S4 já está comandado e S1 é então comandado a
entrar em condução como mostrado da Fig. 2.2. Assim a corrente no indutor Lr cresce
linearmente. A duração desta etapa controla a potência transferida para a carga.

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Fig. 2.2 – Primeira etapa.

2.ª Etapa: (t1,t2) iLr(t1) = I1 vCr2 (t1) = 0 vCr1 (t1) = Vi


No instante t1 a chave S4 é bloqueada sob tensão nula, como mostrado na Fig.
2.3. Durante esta etapa as tensões nos capacitores e corrente no indutor evoluem de
forma ressonante. Esta etapa termina no instante t3, quando VCr2 atinge a tensão Vi.

Fig. 2.3 – Segunda etapa.

3.ª Etapa: (t2,t3) iLr(t2) = I2 vCr2 (t2) = Vi vCr1 (t2) = 0


No instante t 2, quando VCr2 (t2) = Vi , DG1 entra em condução como mostrado na
Fig. 2.4. A corrente iLr(t) decresce linearmente e a tensão nos capacitores é mantida
grampeada em 0 e Vi. Entre o instante t2 e t3 habilita-se S3. Esta etapa termina quando
iLr(t) atinge zero.

Fig. 2.4 – Terceira etapa.

4.ª Etapa: (t3,t4) iLr(t3) = 0 vCr2 (t3) = Vi vCr1 (t3) = 0


Nesta etapa a corrente no indutor Lr anula-se e DG1 se bloqueia. A chave S1 é
aberta após o instante em que iLr se anula. Na Fig. 2.5 tem-se a representação desta
etapa. Como ainda não há sinal de comando para o interruptor S2 a estrutura encontra-se
em repouso.

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Fig. 2.5 – Quarta etapa.

5.ª Etapa: (t4,t5) iLr(t4) = 0 vCr2 (t4) = Vi vCr1 (t4) = 0


No instante t4 o interruptor S2 é comandado a entrar em condução como
mostrado da Fig. 2.6. Assim a corrente no indutor Lr cresce linearmente. A duração
desta etapa controla a potência transferida para a carga.

Fig. 2.6 – Quinta etapa.

6.ª Etapa: (t5,t6) iLr(t5) = - I1 vCr2 (t5) = Vi vCr1 (t5) = 0


No instante t5 a chave S3 é bloqueada sob tensão nula, como mostrado na Fig.
2.7. Durante esta etapa as tensões nos capacitores e corrente no indutor evoluem de
forma ressonante. Esta etapa termina no instante t6, quando VCr1 atinge a tensão Vi.

Fig. 2.7 – Sexta etapa.

7.ª Etapa: (t6,t7) iLr(t6) = - I2 vCr2 (t6) = 0 vCr1 (t6) = Vi


No instante t 6, quando vCr1 (t6) = Vi , DG2 entra em condução como mostrado na
Fig. 2.8. A corrente iLr(t) decresce linearmente e a tensão nos capacitores é mantida
grampeada em Vi e 0. Entre o instante t6 e t7 habilita-se S4. Esta etapa termina quando
iLr(t) atinge zero.

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Fig. 2.8 – Sétima etapa.

8.ª Etapa: (t7,t8) iLr(t7) = 0 vCr2 (t7) = 0 vCr1 (t7) = Vi


Nesta etapa a corrente no indutor Lr anula-se e DG2 se bloqueia. A chave S2 é
aberta após o instante em que iLr se anula. Na Fig. 2.9 tem-se a representação desta
etapa. Como ainda não há sinal de comando para o interruptor S1 a estrutura encontra-se
em repouso.

Fig. 2.9 – Oitava etapa.

2.2 Formas de Onda

As formas de onda mais relevantes são apresentadas na Fig. 2.10. São


apresentadas as formas de onda de corrente no indutor Lr e nos diodos grampeadores, as
tensões e correntes nos interruptores S1 a S4 e o comando dos interruptores.

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iLr
Imax
I2
I1

-I1
-I2

-Imax

vS4
Vi
iS4

t
vS3
Vi
iS3

iS1 vS1 iS1 t


Vi

t
Vi
vS2 iS2

iDG t
I3 iDG1 iDG2

t
Comando
de S1

Comando t
de S2

Comando t
de S3

Comando t
de S4

t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t
Fig. 2.10 – Formas de onda básicas.

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2.3 Equacionamento

1.ª Etapa: (to,t1) iLr(t0) = 0 vCr2 (t0) = 0 vCr1 (t0) = Vi


Analisando o circuito equivalente desta etapa obtêm-se as seguintes relações:

diLr
VLr  (Vi  V ´o )  Lr (2.1)
dt

(Vi  V ´o )t
iLr (t )  (2.2)
Lr

VCr 2 (t )  0 V (2.3)

Normalizando as expressões (2.2) e (2.3), obtém-se (2.4) e (2.5):

iLr (t )  0 (1  q )t (2.4)

VCr 2 (t )  0 V (2.5)

Essa etapa controla a transferência de energia para a carga. A duração desta


etapa, definida pelo circuito de controle, é dada por (2.6).

DT
t1  t1  (2.6)
2

A corrente no indutor no final desta etapa é dada por (2.7).

I1  iLr (t1 )  0 (1  q)t1


D (2.7)
I1  (1  q)
0

2.ª Etapa: (t1,t2) iLr(t1) = I1 vCr2 (t1) = 0 vCr1 (t1) = Vi


Do circuito equivalente, obtém-se para a malha interna a expressão (2.8).

Vi  VCr1  VCr 2 (2.8)

Sabendo que:

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Cr  Cr1  Cr 2  Cr  2Cr 2
dvcr1 (t )
iCr1 (t )  Cr1
dt
dv (t )
iCr 2 (t )  Cr 2 cr 2 (2.9)
dt
iLr (t )  iCr 2 (t )  iCr1 (t )
t2  t2  t1

Derivando a malha interna, encontra-se (2.10).

icr 2 (t )  icr1 (t ) (2.10)

Assim,

iLr (t )  2iCr 2 (t ) (2.11)

Do circuito equivalente da malha externa obtém-se a expressão (2.12).

Vi  V ´o VLr  VCr 2
d 2 vCr 2 (t ) (2.12)
(Vi  V0 )  Lr Cr  VCr 2 (t )
dt 2

Utilizando a transformada de Laplace na equação acima para as condições


iniciais desta etapa obtém-se (2.13).

(Vi  V ´0 )
 Lr Cr [ s 2VCr 2 ( s )  sVCr 2 (0)  V 'Cr 2 (0)]  VCr 2 ( s )
s
(Vi  V ´0 ) I1
VCr 2 ( s )   (2.13)
sLr Cr ( s  0 ) Cr ( s  0 2 )
2 2 2

(Vi  V ´0 )0 Lr I10 2


VCr 2 ( s )  
s ( s 2  0 2 ) ( s 2  0 2 )

No domínio do tempo obtemos a equação (2.14).

VCr 2 (t )  (Vi  V ´o )(1  cos 0 (t  t1 ))  zI1 s e n 0 (t  t1 ) (2.14)

A equação normalizada é dada (2.15).

D
VCr 2 (t )  (1  q )  (1  q ) cos 0 (t  t1 )  (1  q) s e n 0 (t  t1 ) (2.15)
0

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A corrente no indutor é dada por (2.16).

dvCr 2 (t )
iLr (t )  Cr
dt
(2.16)
 D 
iLr (t )  Cr  0 (Vi  V ´o ) s e n 0 (t  t1 )  0 (Vi  V ´o ) cos 0 (t  t1 ) 
 0 

A corrente do indutor normalizada:

D
iLr (t )  (1  q) s e n 0 (t  t1 )  (1  q) cos 0 (t  t1 ) (2.17)
0

Esta etapa termina quando vCr2 atingir Vi em t  t2 . Com esta condição obtém-se
a expressão (2.18).

D
1  (1  q)  (1  q) cos 0 t2  (1  q) s e n 0 t2 (2.18)
0

Utilizando relações trigonométricas na expressão (2.18) encontra-se (2.19).

 
 
1  1 q  
t2  sen  tg 1 ( 0 )  (2.19)
0  D 
2 D 
 (1  q ) 1    
   0  

A partir de (2.6), (2.9) e (2.19), obtém-se (2.20).

t2  t2  t1
 
 
1  1 q   DT (2.20)
t2  sen  tg 1 ( 0 )  
0  D 
2 D  2
 (1  q ) 1    
   0  

A corrente no indutor no final desta etapa é dada por (2.21).

D
I 2  iLr (t2 )  (1  q) s e n 0 t2  (1  q) cos 0 t2 (2.21)
0

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3.ª Etapa: (t2,t3) iLr(t2) = I2 vCr2 (t2) = Vi vCr1 (t2) = 0


A tensão do capacitor e corrente no indutor para a terceira etapa:

VCr 2 (t )  Vi (2.22)

V ´0
iLr (t )  I 2  (t  t3 ) (2.23)
Lr

Normalizando as equações (2.22) e (2.23), obtém-se (2.24) e (2.25).

VCr 2 (t )  1 (2.24)

iLr (t )   q0 (t  t3 )  I 2 (2.25)

Esta etapa termina quando iLr atingeir zero. Portanto, sua duração é dada por
(2.26).

iLr (t3 )  I 3  0
0   q0 t3  I 2 (2.26)
I2
t3 
q0

4.ª Etapa: (t3,t4) iLr(t3) = 0 vCr2 (t3) = Vi vCr1 (t3) = 0


Nesta etapa os estados da terceira etapa apresentados permanecem inalterados.
O equacionamento das demais etapas é igual ao apresentado anteriormente.

2.4 Definição da Faixa de Operação

A mínima freqüência de chaveamento é definida pela faixa audível do ser


humano, ou seja, 20kHz. A máxima freqüência de chaveamento é aquela que garante o
funcionamento do conversor em condução descontínua de corrente para garantir a
comutação não dissipativa nos semicondutores. Nesta freqüência o intervalo
Ts
  t1  t2  t3  é igual a zero, pois não existe tempo morto. Assim:
2

Ts
 t1  t2  t3 (2.27)
2

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Após algumas manipulações, tem-se que:


o 
o t1  o t2  o t3 (2.28)

A partir da equação (2.28) é possível plotar um gráfico da máxima relação entre


a freqüência de chaveamento e a freqüência de ressonância, como é mostrado na Fig.
2.11.

Faixa de Operação
1 D = 0,1
0,2 0,3

0,9
0,4
0,8 0,5

0,7
0,6
0,6
fsmax/fo

0,7
0,5

0,4 0,8

0,3

0,2 0,9

0,1

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
q

Fig. 2.11 Máxima relação entre a freqüência de chaveamento e a freqüência de ressonância.

A Fig. 2.11 não é suficiente para delimitar uma região de operação. Uma outra
equação que deve ser usada para definir a faixa de operação é (2.31). A partir de um
determinado valor da razão cíclica, na segunda etapa de funcionamento, o capacitor não
consegue se carregar até a tensão da fonte. Isto porque a energia acumulada no indutor
ressonante não é suficiente. Assim, existe um Dmin para que o circuito funcione

corretamente. Este Dmin é calculado da seguinte forma: A corrente do indutor

ressonante deve se anular no exato momento que um dos capacitores atinge Vi no final
da segunda etapa.
Tem-se a condição (2.29):

VCr 2 (t2 )  1 iLr (t2 )  0 (2.29)

O t2 foi obtido fazendo VCr 2 (t2 )  1 . Logo, basta substituir t2 na equação
(2.21) quando ela for igual a zero.

D
0  (1  q) s e n 0 (t2 )  (1  q ) cos 0 (t2 ) (2.30)
0

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Resolvendo o sistema (2.30), chega-se a equação (2.31):

D
tan o t2  (2.31)
o

Encontra-se, então, a razão cíclica, que será a mínima, para que equação (2.31)
seja respeitada. A Fig. 2.12 apresenta um ábaco para encontrar a mínima razão cíclica
de operação para um conversor previamente projetado.

Razão Cíclica Mínima

0,8

0,6
0,7

0,5

0,4

0,3

0,2
0,1
1  o = 0,9
0,9

0,8

0,7

0,6
Dmin

0,5

0,4
.
0,3

0,2

0,1

0
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

Fig. 2.12 – Razão Cíclica Mínima em função do ganho estático q, tendo o como parâmetro.

Com o conversor operando na mínima razão cíclica, a terceira e a quarta etapa,


que seriam a desmagnetização do indutor e o tempo morto, respectivamente, não
existem.
Conclui-se a partir da Fig. 2.12 que para q < 0,5 não existe Dmin , ou seja, não há
preocupação com a diminuição da razão cíclica para q < 0,5.
A Fig. 2.13 mostra a máxima relação entre a freqüência de chaveamento e a de
ressonância para o Dmin , ou seja, apenas mudando os eixos da Fig. 2.12.

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Faixa de Operação
1 D = 0,1
0,2 0,3

0,9
0,4
0,8 0,5

0,7
0,6
0,6

fsmax/fo
0,7
0,5

0,4 0,8

0,3

0,2 0,9

0,1

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
q

Fig. 2.13 – Máxima relação entre a freqüência de chaveamento e a freqüência de ressonância, levando-
se em conta o Dmin .

A faixa de operação ficará, então, definida pelas equações (2.28) e (2.31), que
geram respectivamente as Fig. 2.11 e Fig. 2.13 e unidas formam o gráfico da Fig. 2.14.
Esta figura apresenta um ábaco onde se verifica a máxima freqüência de chaveamento
que se pode operar o conversor projetado. Desta forma, forma-se uma região de
operação abaixo de cada curva.

Faixa de Operação
1 D = 0,1
0,2 0,3

0,9
0,4
0,8 0,5

0,7
0,6
0,6
fsmax/fo

0,7
0,5

0,4 0,8

0,3

0,2 0,9

0,1

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

q
Fig. 2.14 – Relação entre a máxima freqüência de chaveamento e a freqüência de ressonância em função
do ganho estático q, tendo a razão cíclica como parâmetro.

Analisando o gráfico da Fig. 2.14 nota-se que o conversor deve operar em um


ponto que esteja na região abaixo da curva usada para o projeto, caso contrário ele não
funcionará corretamente. A partir disso pode-se dizer que é que a máxima razão cíclica
que se pode operar é Dmax  q .

Uma boa opção de projeto seria utilizar-se de um o baixo e um q alto. Assim,


haverá uma boa gama de curvas D para que se possa operar o conversor.

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2.5 Característica de Saída do Conversor

A corrente que circula na fonte V 'o é igual à corrente no indutor ressonante


retificada. Assim calcula-se seu valor médio, dado por (2.32).

2  t1
I o1 (t )dt   I o2 (t )dt   I o3 (t )dt 
t2 t3
I omed  
T  0 t1 t2 
(2.32)

As equações parametrizadas de cada etapa estão definidas pela expressão (2.33).

I o1 (t )  0 (1  q )t
D
I o2 (t )  (1  q ) s e n 0t  (1  q ) cos 0t (2.33)
0
D
I o (t )  q0 (t )  (1  q ) s e n 0 (t2 )  (1  q) cos 0 (t2 )
3
0

A característica de saída do conversor é determinada com a relação obtida


resolvendo as integrais de (2.32). Na Fig. 2.15 é apresentada a característica de saída em
função do ganho estático q, tendo a razão cíclica como parâmetro, e para valores
definidos de μ0.

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 15


Instituto de Eletrônica de Potência

1 1

q q
D=0.9
0.8 0.8 0.8
0.7

0.6
D=0.9
0.6 0.5 0.6
0.8

0.4 0.7

0.6
0.4 0.4
0.3
0.5

0.4
0.2 0.2 0.2
0.3

0.1 0.2
0.1
0 0 0 0
0.5 1 1.5 2 2.5 3 0.5 1 1.5 2 2.5 3

I ´0 med I ´0 med
(a) (b)

1 1

q q
0.8 0.8

0.6 0.6

D=0.9

0.8
0.4 0.4 D=0.9
0.7
0.8
0.6
0.7
0.5 0.6
0.2 0.4 0.2 0.5
0.4
0.3
0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0
0 0 0
0.5 1 1.5 2 2.5 3 0.5 1 1.5 2 2.5 3

I ´0 med I ´0 med
(c) (d)

Fig. 2.15 – Característica de saída, tendo a razão cíclica como parâmetro e para: (a) μ0=0,1 (b) μ0=0,3
(c) μ0=0,5 (a) μ0=0,8

2.6 Esforços nos Semicondutores

2.6.1 Correntes de Pico, Média e Eficaz nas Chaves Principais e


nos Diodos Retificadores

A partir da representação gráfica das etapas de operação do circuito, pode-se


determinar as correntes nas chaves S1 , S2 e nos diodos da ponte retificadora. A partir da
equação da segunda etapa, determina-se o tempo em que ocorre o máximo valor da
corrente, dado pela expressão (2.34).

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 16


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D
iLr (t )  (1  q) s e n ot  (1  q) cos o t
o
(2.34)
diLr (t )
0
dt

Desta forma, encontra-se o tempo t pico representado por (2.35):

s e n ot pico o
 tg 1ot pico 
cos ot pico D
(2.35)
  
ot pico  tg 1  o 
D 

Substituindo t pico na equação (2.33), obtém-se a expressão (2.36) que representa

a corrente máxima nas chaves principais e diodos retificadores.

     D    
I S 1,2 pico  I DR pico  (1  q) s e n  tg 1  o    (1  q) cos  tg 1  o  
   D   o    D 
(2.36)
 2 D2
I S 1,2 pico  I DR pico  (1  q) 1 
o 2

A corrente média das chaves é representada por (2.37), onde cada chave conduz
meio ciclo de operação.

I o med
I S 1,2 med  I DR med  (2.37)
2

E a corrente eficaz nos interruptores é dada por (2.38):

I o eficaz
I S 1,2 eficaz  I DR eficaz  (2.38)
2

Onde a corrente eficaz de carga é:

2  t1
    
I o1 (t ) dt   I o2 (t ) dt   I o3 (t ) dt 
2 t2 2 t3 2
I oeficaz  
T  0 t1 t2 
(2.39)

2.6.2 Correntes de Pico, Média e Eficaz nas Chaves Auxiliares

A corrente de pico nas chaves auxiliares é dada por (2.40).

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 17


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I S 3,4 pico  I1  (1  q)o t1


D (2.40)
I S 3,4 pico  I1  (1  q)
o

E a corrente média para as mesmas chaves é determinada a partir da equação da


primeira etapa de operação, representadas pela equação (2.41).

t
1 1
I S 3,4med  I 01 med   (1  q )o tdt
T 0
(2.41)
 D2
I S 3,4med  (1  q )
4 o

Para a corrente eficaz, tem-se a equação (2.42).

t
1 1
I S 3,4eficaz  I 01 eficaz    (1  q)ot  dt
2

T 0
(2.42)
2
3 D D 
I S 3,4eficaz  (1  q )   
3 2  o 

2.6.3 Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos


Grampeadores

A corrente de pico dos diodos grampeadores (DG) é igual a corrente do indutor


no final da segunda etapa de operação, representado por (2.43).

D
I DG pico  I 2  (1  q ) s e n 0 (t2 )  (1  q ) cos 0 (t2 ) (2.43)
0

onde t2 é dado por (2.19).


A corrente média de DG é determinado pela equação da terceira etapa de
operação. Sabendo que a corrente da terceira etapa é dada por (2.25), assim:

t
1 3 D 
I DGmed  I 03 med  
T 0
  q0t  (1  q ) sin 0t 
0
(1  q) cos 0t  dt

(2.44)

Para a Corrente eficaz utiliza-se a equação dada por (2.45).

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 18


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t 2
1 3 D 
I DGeficaz  I 03 eficaz  
T 0
  q0t  (1  q ) s e n 0t 
0
(1  q ) cos 0t  dt

(2.45)

2.6.4 Representação Gráfica dos Esforços nos Semicondutores

Os ábacos da corrente média e eficaz nas chaves principais e auxiliares e a


corrente média nos diodos grampeadores são traçados nesta seção. Observa-se nos
ábacos que os esforços dos semicondutores diminuem com o aumento da relação de
freqüência μ0.
3 3
I S 1,2med I S1,2med
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 D=0.9
2.5 2.5

I DRmed I DRmed
2 2

1.5 1.5

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 D=0.9


1 1

0.5 0.5

0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
q q
(a) (b)

3 3
I S1,2med I S1,2med
2.5 2.5

I DRmed I DRmed
2 2

1.5 1.5
D=0.9
0.8
0.7
0.6
1 0.5 1 D=0.9
0.8
0.4 0.7
0.3 0.6
0.5
0.2 0.4
0.3
0.5
0.1
0.5 0.1 0.2

0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
q q
(c) (d)

Fig. 2.16 – Corrente média normalizada nas chaves principais (S1 e S2) e diodos retificadores, em função
do ganho estático q, tendo a razão cíclica como parâmetro e para: (a) μ0=0,1 (b) μ0=0,3 (c) μ0=0,5
(a) μ0=0,8

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 19


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I S1,2ef I S1,2ef
8 8

6 6

D=0.9
0.8
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 D=0.9
4 4 0.7
0.6
0.5
0.4
2 2 0.3
0.2
0.1

0 0
0 0.2 0.4 0.6
0 0.2 0.4 0.6
q q
(a) (b)

I S 1,2ef I S1,2ef
8 8

6 6

D=0.9
4 4
0.8
0.7
0.6

2
0.5
2 0.8 D=0.9
0.4 0.6 0.7
0.3 0.40.5
0.3
0.2 0.2
0.1
0.1

0 0
0 0.1 0.2 0.3 0 0.1 0.2 0.3
q q
0.4 0.5 0.4 0.5

(c) (d)

Fig. 2.17 – Corrente eficaz normalizada nas chaves principais (S1 e S2) e diodos retificadores, em função
do ganho estático q, tendo a razão cíclica como parâmetro e para: (a) μ0=0,1 (b) μ0=0,3 (c) μ0=0,5
(a) μ0=0,8

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 20


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I S 3,4med D=0.9 I S 3,4med


6 D=0.9
2
0.8
0.8

1.5
4 0.7
0.7

0.6
1 0.6

2 0.5 0.5

0.4 0.5 0.4

0.3 0.3
0.2 0.2
0 0.1
0 0.1

q
0 0.2 0.4 0.6 0.8 0 0.2 0.4 0.6 0.8
q
(a) (b)

I S 3,4med
1.5
I S 3,4med
D=0.9
0.8 D=0.9

1 0.8 0.8
0.6

0.7 0.7

0.4
0.6 0.6

0.5
0.5
0.5
0.2
0.4
0.4
0.3
0.3 0.2
0.2 0.1
0.1 0
0 0 0.2 0.4 0.6 0.8
0 0.2 0.4 0.6 0.8
q q
(c) (d)

Fig. 2.18 Corrente média normalizada nas chaves auxiliares (S3 e S4), em função do ganho estático q,
tendo a razão cíclica como parâmetro para: (a) μ0=0,1 (b) μ0=0,3 (c) μ0=0,5 (a) μ0=0,8

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 21


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I S 3,4ef D=0.9 I S 3,4ef


8 0.8
D=0.9
3

0.7 0.8
6
0.7
0.6 2
0.6
4 0.5
0.5
0.4
1 0.4
2 0.3
0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8
q
0 0.2 0.4 0.6 0.8
q
(a) (b)

I S 3,4ef I S 3,4ef
2
D=0.9 D=0.9

0.8 1 0.8
1.5
0.7 0.7

0.6 0.6
1
0.5 0.5 0.5

0.4 0.4
0.5
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8
q 0 0.2 0.4 0.6 0.8
q
(c) (d)

Fig. 2.19 – Corrente eficaz normalizada nas chaves auxiliares (S3 e S4), em função do ganho estático q,
tendo a razão cíclica como parâmetro e para: (a) μ0=0,1 (b) μ0=0,3 (c) μ0=0,5 (a) μ0=0,8

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Instituto de Eletrônica de Potência

I DGmed I DGmed
8 8

6 6

4 4

D=0.9

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 D=0.9 0.7
0.8
2 2 0.6
0.5
0.4
0.3
0. 2
0.1
0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8
0 0.2 0.4 0.6 0.8
q q
(a) (b)

I DGmed I DGmed
8 8

6 6

4 4

D=0.9
2 0.70.8
2 D=0.9
0.6 0. 8
0.4 0.5 0.6 0.7
0.3 0.5
0.1 0.2 0.3 0.4
0.1 0.2

0 0
0.2 0.4 0.6
q 0.2 0.4 0.6
q
(c) (d)

Fig. 2.20 – Corrente média normalizada nos diodos grampeadores, em função do ganho estático q, tendo
a razão cíclica como parâmetro e para: (a) μ0=0,1 (b) μ0=0,3 (c) μ0=0,5 (a) μ0=0,8

3 Metodologia e Exemplo de Projeto

Nesta seção serão apresentados uma metodologia e exemplo de projeto do


conversor em estudo. Através das expressões determinadas nas seções anteriores serão
projetados o indutor e o capacitor ressonante, e determinados os esforços nos
semicondutores. Foi utilizado o programa Mathcad para gerar as planilhas de cálculos.

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 23


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Especificações
Vi  200V Vo  25 V Io  5 A Po  125 W Pomin  25 W fs  20000 Hz

Projeto Potência Nominal

o  0.1 Escolhe-se uma relação de freqüências que permite uma ampla faixa de
variação de corrente média na saída.

fs 5
fo  fo  2  10 Hz
o

2
 1   13 2
LC    LC  6.333  10 s Tem-se então um valor para o produto LC.
 2 fo 
q  0.7 A partir da característica de saída, escolhe-se um q onde a variação da
corrente média de saída com a razão cíclica apresenta maior
linearidade. Um q elevado garante pouco esforço nos semicondutores.

Vol  q  Vi Vol  140 V Tensão no primário do transformador.

Vol
n  n  5.6 Relação de espiras do transformador.
Vo

D  0.6 Escolher um D próximo, porém abaixo, de q. Desta forma matém-se a


característica PWM do conversor.

Iomed  q  D  o   2.446 Observando a característica de saída, para os valores de q e D


escolhidos, tem-se o valor da corrente média refletida ao
primário parametrizada.

 Iomed q  D  o   Vi 
2
LsC    LsC  547.96 Conhecendo a corrente média refeltida
Io
  ao primário e usando a expressão da
 n  corrente parametrizada, chega-se à
raiz da razão de L e C. (LsC = L/C).

LC 9 Cr  10
Cr  Cr  1.452  10 F  7.261  10 F Com o produto LC e a
LsC 2 razão L/C, calcula-se o
capacitor e indutor
4 ressonante.
Lr  Cr  LsC Lr  4.361  10 H

Tempo Morto em graus


O tempo morto em graus é calculado como sendo a diferença entre 180 e a soma da 1ª, 2ª
e 3ª etapa.

m  180   ot1 D  o   ot2 q  D  o   ot3 q  D  o    o 


360
m  24.991
2

m
mf  mf  12.495 Metado do tempo morto em graus, onde haverá o bloqueio
2 de S1 e S2.

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 24


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omax( q  D)  0.601 A partir do gráfico da faixa de operação, obtem-se a máxima relação


de freqüência fsmax/fo.

5 Máxima freqüência de chaveamento em


fsmax  omax ( q  D )  fo fsmax  1.201  10 Hz que o circuito projetado possa operar
garantindo a condução descontínua e,
portanto a comutação suave.

Simulacão

Vi  200 V Tensão de entrada.

4
fs  2  10 Hz Freqüência de chaveamento.

4  D 180 4  108
Ângulo de bloqueio das Chaves PWM (S3 e S4).
3  D 180  180 3  288

1  ceil  180  mf  1  168


Ângulo de bloqueio das Chaves FM (S1 e S2).
2  ceil  360  mf  2  348

Vol  140 V Tensão no primário do transformador.

Cr  10
 7.261  10 F Valor da capacitância C1 e C2 (Cr = C1 + C2).
2

 4
Lr  4.361  10 H Valor da indutância.

LsC  547.96  Valor da impedância.

Projeto Potência Mínima

Pomin
Iomin  Iomin  1 A Corrente mínima na carga.
Vo

Vo
Iomin   0.179 A Corrente mímina no primário do transformador.
Vol

Vo
Iomin   LsC
Vol Corrente mínima parametrizada no
Iomedmin  Iomedmin  0.489 primário do transformador.
Vi
Observando a característica de saída, para os valores de q e
Dmin  q  o   0.263 Iomed = Iomedmin , tem-se o valor da razão cíclica D para
operação em potência mínima.

Simulacão

Para simulação em potência mínima altera-se apenas o ângulo de bloqueio das chaves S3
e S4.

4min  ceil Dmin q  o   180 4min  48 Angulo de bloqueio das Chaves PWM
(S3 e S4).
3min  ceil Dmin q  o   180  180 3min  228

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 25


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3.1 Resultados de Simulação

O programa de simulação utilizado foi o PSIM. Todos os componentes foram


considerados ideais e as formas de onda parametrizadas. A Fig. 3.1 apresenta o circuito
simulado.

Fig. 3.1 – Circuito simulado.

3.1.1 Potência Nominal

Na Fig. 3.2 é apresentada a tensão no capacitor Cr2 e a corrente no indutor. Já na


Fig. 3.3 tem-se a tensão VAB e a corrente na carga (fonte V´0). Na Fig. 3.4 e na Fig. 3.5
são mostradas as correntes e as tensões nos interruptores S1, S2, S3 e S4. Na Fig. 3.6
tem-se a corrente e tensão nos diodos grampeadores DG1 e DG2. Observa-se que tanto a
entrada em condução como o bloqueio destes semicondutores é suave. Finalmente na
Tabela 1 é mostrado um comparativo entre os valores calculados e simulados, que
devido aos pequenos erros apresentados, valida a análise teórica.

3.1.2 Potência Mínima

Na Fig. 3.7 é apresentada a tensão no capacitor Cr2 e a corrente no indutor. Já na


Fig. 3.8 tem-se a tensão VAB e a corrente na carga (fonte V´0). Na Fig. 3.9 e na Fig. 3.10
são mostradas as correntes e as tensões nos interruptores S1, S2, S3 e S4. Na Fig. 3.11
tem-se a corrente e tensão nos diodos grampeadores DG1 e DG2. Observa-se que tanto a
entrada em condução como o bloqueio destes semicondutores é suave. Finalmente na
Tabela 2 é mostrado um comparativo entre os valores calculados e simulados, que
devido aos pequenos erros apresentados, valida a análise teórica.

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 26


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IL(t) Io(t)

VC2(t)

VAB(t)

Fig. 3.2 – Corrente parametrizada no indutor e no Fig. 3.3 – Corrente na carga e tensão entre os
capacitor Cr2. pontos AB parametrizada.

IS4(t)
IS1(t)

VS1(t) VS4(t)

VS2(t) VS3(t)

IS2(t) IS3(t)

Fig. 3.4 – Detalhe da tensão e corrente Fig. 3.5 – Detalhe da tensão e corrente
parametrizada no interruptor S1 e S2. parametrizada no interruptor S3 e S4.

Calculado Simulado
IDG1(t)
I ´omed 2,446 2,444
VDG1(t) I S 1,2 med 1.223 1.222
I S 1,2 ef 2.152 2.151
VDG2(t)
I S 1,2 pico 5.663 5.661
I DGmed 0.359 0.358
IDG2(t)
I DGef 1.160 1.158
Fig. 3.6 – Detalhe da tensão e corrente
parametrizada no diodo DG1 e DG2. I DGpico 5.619 5.610
I S 3,4 med 0.848 0.848
I S 3,4 ef 1.788 1.788
I S 3,4 pico 5.655 5.652
Tabela 1 – Comparativo entre valores calculados
e simulados.

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 27


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Io(t)

VC2(t)

VAB(t)
IL(t)

Fig. 3.7 – Corrente parametrizada no indutor e no Fig. 3.8 – Corrente na carga e tensão entre os
capacitor Cr2. pontos AB parametrizada.

IS1(t)
IS4(t)

VS1(t) VS4(t)

VS2(t)
VS3(t)

IS2(t)
IS3(t)

Fig. 3.9 – Detalhe da tensão e corrente Fig. 3.10 – Detalhe da tensão e corrente
parametrizada no interruptor S1 e S2. parametrizada no interruptor S3 e S4.

Calculado Simulado
I ´omed 0.489 0.501
IDG1(t)

I S 1,2 med 0.244 0.251


VDG1(t)
I S 1,2 ef 0.643 0.655
I S 1,2 pico 2.497 2.531
VDG2(t) I DGmed 0.065 0.067
IDG2(t) I DGef 0.323 0.330
I DGpico 2.397 2.427
Fig. 3.11 – Detalhe da tensão e corrente
parametrizada no diodo DG1 e DG2. I S 3,4 med 0.163 0.167
I S 3,4 ef 0.519 0.529
I S 3,4 pico 2.479 2.509
Tabela 2 – Comparativo entre valores simulados e
calculados.

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 28


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3.1.3 Plano de Fase

A Fig. 3.12 apresenta o plano de fase simulado para estrutura estudada neste
trabalho.

Fig. 3.12 – Plano de fase.

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 29


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4 Considerações Finais

O presente trabalho apresentou o estudo de uma configuração do conversor série


ressonante CC-CC PWM, que apresenta grampeamento da tensão dos capacitores
ressonantes. Foram apresentadas as etapas de operação, equacionamento, diagrama de
fase e a característica de saída do conversor no modo de condução descontínua. Com
este estudo foi possível compreender o comportamento da estrutura.
A simulação apresentada comprova o estudo realizado. As formas de onda da
corrente no indutor e da tensão no capacitor estão condizentes com o esperado. A
comutação das chaves PWM (S3 e S4) realizou-se de modo suave, do tipo ZCS e ZVS
na entrada em condução e do tipo ZVS e no bloqueio. Para as chaves S1 e S2 , a entrada
em condução do tipo ZCS e a o bloqueio ZCS e ZVS. O comportamento da estrutura,
apresentado no diagrama de fase foi comprovado e a característica de saída do
conversor esteve dentro do esperado, tudo isso valida o estudo realizado.

Bibliografia

BARBI, IVO; SOUZA, FABIANA PÖTTKER DE; - “Conversores CC-CC Isolados


de Alta Freqüência com Comutação Suave – 1a Edição. INEP. Departamento de
Engenharia Elétrica, UFSC. 1999. Florianópolis SC – Brasil.

Conversor Série Ressonante PWM-ZCS com Grampeamento da Tensão do Capacitor Ressonante 30


Instituto de Eletrônica de Potência
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico

Universidade Federal de Santa Catarina

ANÁLISE E PROJETO DO CONVERSOR SÉRIE


RESSONANTE DA SEGUNDA PROVA

Aluno: Jean Paulo Rodrigues


Prof.: Ivo Barbi

Florianópolis, 04 de agosto de 2003

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3
2.1 – Primeira Etapa (t0,t1) .......................................................................................................... 4
2.2 – Segunda Etapa (t1,t2) .......................................................................................................... 6
2.3 – Terceira Etapa (t2,t3)........................................................................................................... 7
2.4 – Quarta Etapa (t3,t4) ............................................................................................................. 8
2.5 – Quinta Etapa (t4,t5) ............................................................................................................. 9
2.6 – Sexta Etapa (t5,t6) ............................................................................................................. 10
2.7 – Sétima Etapa (t6,t7) ........................................................................................................... 11
2.8 – Oitava Etapa (t8,t9) ........................................................................................................... 12
3 – FORMAS DE ONDA ......................................................................................................... 13
4 – PLANO DE FASE .............................................................................................................. 14
5 – CARACTERÍSTICA DE SAÍDA ....................................................................................... 15
6 – PROJETO DO CONVERSOR ........................................................................................... 21
7 – SIMULAÇÃO DO CONVERSOR ..................................................................................... 23
8 – CONCLUSÃO .................................................................................................................... 27
9 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 28

2
1 – INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo a realização do estudo de um conversor ressonante com
comutação suave (ZVS), mostrado na Fig.1, operando no modo de condução contínua.
Os conversores ressonantes tem grande importância em eletrônica pois possuem
comutação não dissipativa nas chaves, diminuindo as perdas em comutação. Isto possibilita o
aumento da freqüência de chaveamento e diminuição de peso e volume do indutor e capacitor
ressonante. Porém estes componentes reativos aumentam as perdas em condução.
A seguir serão apresentadas as etapas de operação, características de saída e projeto do
conversor.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr
V0
Vi

D5 D6

S2 D2 C2 D7 Cr

Fig.1 – Circuito série ressonante estudado.

3
2 – ETAPAS DE OPERAÇÃO

2.1 – Primeira Etapa (t0,t1)

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr
V0
Vi

D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.2 – Primeira etapa de operação.

Vo
+
Lr -

S1 iLr

+ +
Vi Cr VCr
- -

Fig.3 – Circuito equivalente da primeira etapa.

vCr(t0) = 0; iLr(t0) = 0; vCr(t1) = Vi; iLr(t1) = I1; vC1(t) = 0; vC2(t) = Vi;

di L (t) dvC (t)


v L (t)  L ; i C (t)  C ;
dt dt

1
0  (2.1.1)
L r .Cr

d 2 v Cr (t)
Vi  V0  v Cr (t)  L r Cr
dt 2

Vi  V0 i L (t 0 )
 VCr (s)  L r Cr s 2 VCr (s)  L r Cr sv Cr (t 0 )  L r Cr r (2.1.2)
s Cr

4
Substituindo (2.1.1) em (2.1.2), obtém-se (2.1.3).

Vi  V0  V  V  2

VCr (s)   VCr (s)  0 2 i 2 0 (2.1.3)


 s 
2
s  s  0 
s 1  2 
 0 

Decompondo (2.1.3) em frações parciais:

0 2 (Vi  V0 ) A.s  B C
 2 
s(s 2  0 2 ) s  0 2 s

0 2 (Vi  V0 )  A.s 2  B.s  C.s 2  C.0 2

C  Vi  V0 ; B  0; A  (Vi  V0 )

(Vi  V0 ).s Vi  V0
VCr (s)    (2.1.4)
s 2  0 2 s

v Cr (t)  (Vi  V0 ) cos 0 t  Vi  V0 (2.1.5)

i Lr (t)  Cr 0 (Vi  V0 )sen0 t (2.1.6)

v Cr (t1 )  Vi  (Vi  V0 ) cos  0 .t1_ 0   Vi  V0

 V0 
cos 1  
t1_ 0   Vi  V0  (2.1.7)
0

  V0  
I1  i Lr (t1 )  Cr 0 (Vi  V0 )sen  cos 1   
  Vi  V0  

Pelo diagrama de fase também se obtém I1.

Vi 2  2Vi V0
z.I1  (Vi  V0 ) 2  V0 2  I1 
z

Vi (Vi  2V0 )
I1  (2.1.8)
z

5
2.2 – Segunda Etapa (t1,t2)

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0
Vi

D5 D6 +
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig. 4 – Segunda etapa de operação.

Vo
S1 +
Lr -

iLr

D8

Fig.5 – Circuito equivalente da segunda etapa.

v Cr (t) = Vi ; iLr(t1) = I1; iLr(t2) = I2; vC1(t) = 0; vC2(t) = Vi;

di Lr (t) V0 .t
v Lr (t)  V0  L r  i Lr (t)  I1  (2.2.1)
dt Lr

L r (I1  I 2 )
t 2 _1  (2.2.2)
V0

V0 .t 2 _1 V0 .t 2 _1
(I1  I 2 )   I 2  I1  (2.2.3)
Lr Lr

6
2.3 – Terceira Etapa (t2,t3)

D8
S1 D1 C1
D3 D4
V0
Lr

Vi

D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.6 – Terceira etapa de operação.

Considerando iL aproximadamente constante, igual a I2, neste curto intervalo de tempo


desta etapa (iLr(t3)  iLr(t2)).

vCr(t) = Vi;

vC1(t2) = 0; vC1(t3) = Vi;

vC2(t2) = Vi; vC2(t3) = 0;

Fig.7 – Carga e descarga dos capacitores C1 e C2.

7
2.4 – Quarta Etapa (t3,t4)

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Vcr
-

Fig.8 – Quarta etapa de operação.

Vo
+
Lr -

D2 iLr

-
Vi D8
+

Fig.9 – Circuito equivalente da quarta etapa.

v Cr (t) = Vi ; iLr(t3) = I2; iLr(t4) = 0; vC1(t) = Vi; vC2(t) = 0;

(Vi  V0 ).t
i Lr (t)  I 2  (2.4.1)
Lr

L r .I 2
t 4 _ 3  (2.4.2)
(Vi  V0 )

8
2.5 – Quinta Etapa (t4,t5)

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi

D5 D6
+
S2 Cr
D2 C2 D7 Vcr
-

Fig.10 – Quinta etapa de operação.

Vo
-
Lr
+

S2 iLr

+
Cr VCr
-

Fig.11 – Circuito equivalente da quinta etapa.

vCr(t4) = Vi; iLr(t4) = 0; vCr(t5) = 0; iLr(t5) = -I1; vC1(t) = Vi; vC2(t) = 0;

V0  vCr (t)  v Lr (t)

d 2 v Cr (t)
V0  vCr (t)  L r Cr
dt 2

V0 i L (t 4 )
 VCr (s)  L r Cr s 2 VCr (s)  L r Cr sv Cr (t 4 )  L r Cr r
s Cr

 s2  s2
V0  s.VCr (s). 1  2   2 Vi
 0  0

V0 0 2  s 2 Vi   2  s2 
 s.VCr (s)  0 2 
0  0 

9
V0 0 2 s.V
VCr (s)   2 i 2
s.  s  0  s  0
2 2

V0 .s V s.V
VCr (s)    0 2 i 2
s  0
2 2
s s  0

v Cr (t)   Vi  V0  cos 0 t  V0 (2.5.1)

i Lr (t)  Cr 0  Vi  V0  sen0 t (2.5.2)

v Cr (t 5 )  0  (Vi  V0 ) cos 0 t  V0

 V0 
cos 1  
 Vi  V0 
t 5 _ 4   t1 (5.2.3)
0

Substituindo (2.5.3) em (2.5.2):

i Lr (t 5 )  I1 (2.5.4)

2.6 – Sexta Etapa (t5,t6)

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi

D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.12 – Sexta etapa de operação.

10
Vo
S2 -
Lr
+

iLr

D7

Fig.13 – Circuito equivalente da sexta etapa.

v Cr (t) = 0 ; iLr(t5) = -I1; iLr(t6) = -I2; vC1(t) = Vi; vC2(t) = 0;

di Lr (t) V0 .t
v Lr (t)  V0  L r  i Lr (t)   I1  (2.6.1)
dt Lr

L r (I1  I 2 )
t 6 _ 5   t 2 _1 (2.6.2)
V0

2.7 – Sétima Etapa (t6,t7)

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr
V0
Vi

D5 D6 +
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.14 – Sétima etapa de operação.

iLr(t7)  iLr(t6)

vCr(t) = 0;

vC1(t6) = Vi; vC1(t7) = 0;

vC2(t6) = 0; vC2(t7) = Vi;

11
Fig.15 – Carga e descarga dos capacitores C1 e C2.

2.8 – Oitava Etapa (t8,t9)

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.16 – Oitava etapa de operação.

Vo
+
Lr -

D1 iLr

-
Vi D7
+

Fig.17 – Circuito equivalente da oitava etapa.

v Cr (t) = 0 ; iLr(t7) = -I2; iLr(t8) = 0; vC1(t) = 0; vC2(t) = Vi;

di Lr (t)  Vi  V0  .t
v Lr (t)  Vi  V0  L r  i Lr (t)  I 2  (2.8.1)
dt Lr

L r .I 2
t 8 _ 7   t 4 _ 3 (2.8.2)
(Vi  V0 )

12
3 – FORMAS DE ONDA

Fig.18 – Corrente no indutor ressonante e tensão no capacitor ressonante.

Fig.19 – Corrente na saída do conversor.

13
4 – PLANO DE FASE

Fig. 20 – Plano de fase do conversor.

A partir do plano de fase da Fig. 20 percebe-se que:

V0  2(Vi  V0 )  V0  2V0  2Vi  2Vi  V0

V0
Logo o limiar da relação  q  0,5 . (4.1)
Vi

14
5 – CARACTERÍSTICA DE SAÍDA

A característica de saída é calculada a partir da corrente média da saída do conversor.


Integrando-se a corrente de saída, mostrada na Fig.19, e dividindo pelo período de
chaveamento encontra-se Io .

A1  A 2  A 3
Io  (5.1)
Ts
2

Integrando-se (2.1.6) de 0 à t1_ 0 encontra-se (5.2).

t1 _ 0
Ip
A1  
0
I p .sen(0 t)dt   . cos(0 .t1_ 0 )  cos(0) 
0 

tem-se: v Cr  t1_ 0   Vi  (Vi  V0 ).cos(0 .t1_ 0 )  Vi  V0

V0   V0 
  cos(0 t1_ 0 )  cos 1    0 t1_ 0
Vi  V0  Vi  V0 

I p  V0  I p  V  Vi  V0  I p   Vi 
A1     1    0   
0  Vi  V0  0  Vi  V0  0  Vi  V0 

Vi  V0 Vi V
A1  .  A1  i (5.2)
0 z Vi  V0 0 z

Ts
Definindo:  t1_ 0  t 2 _1  t 4 _ 3 ;
2
fs
0  ; (5.4)
f0

V0
q ; (5.5)
Vi

 V0 
0 t1_ 0    cos 1   (5.6)
 Vi  V0 

15
Vi  Vi  2V0 
I1  (5.7)
z

Vi  V0 V0 V
I2  .t 2 _1 I1  I 2  .t 2 _1  I 2  I1  0 .t 2 _1
Lr Lr Lr

Vi  V0 V V  V0 Vi  Vi  2V0  V0  Ts 
.t 4 _ 3  I1  0 .t 2 _1 i .t 4 _ 3   .   t1_ 0  t 4 _ 3 
Lr Lr Lr z Lr  2 

Vi  V0 Vi  Vi  2V0  V0 Ts V0  V0
.t 4 _ 3   .  .  .t 4 _ 3
Lr z L r 2 L r 0 L r

Vi Vi  Vi  2V0  V0 Ts V0 
.t 4 _ 3   
Lr z 2L r L r 0

Vi  2V0
Vi VT V
t 4 _ 3  .L r  0 s  0
z 2Vi Vi 0

1  2q.L r qTs q
t 4 _ 3   
z 2 0
 f 
 2  2  0 
  Ts  1  2q.L r fs 1  2q.z
t 4 _ 3  q    q 
 0 2  z  20  z0
 
 

q   1  2q 1  2q q   
t 4 _ 3          (5.8)
0  0  0 0 0   0 

Vi  V0 V  V0  q   1  2q 
I2  .t 4 _ 3  i .     
Lr Lr  0  0  0 

Vi  V0 q   1  2q 
I2  .0 .       
z  0  0  0 

Vi  V0    
I2   1  2q  q      (5.9)
z   0 

16
Ts T
 t1_ 0  t 2 _1  t 4 _ 3  t 2 _1  s  t1_ 0  t 4 _ 3
2 2

f0
2  2
Ts  1  2q q   fs 1  2q q  
t 2 _1          t 2 _1      
2 0 0 0  0  20 0 0  0 
1    1  2q q  
t 2 _1         (5.10)
0   0  0 0  0 

1    1  2q
t1_ 0      1  q   (5.11)
0   0  0

Vi  Vi  2V0  Vi  V0    
I1  I 2    1  2q  q     
z z   0 

Vi  V0  Vi  Vi  2V0    
I1  I 2    1  2q  q     
z   Vi  V0   0  

Vi  V0  1  2q   
I1  I 2    1  2q  q     
z  1  q  0  

(I1  I 2 ) Ts
A2  .t 2 _1 t 2 _1   t1_ 0  t 4 _ 3
2 2

A2 
 I1  I2   Ts  t  
A3 
I 2 t 4 _ 3
 2 1_ 0   t 4 _ 3 
2    2

A2 
 I1  I2   Ts  t  I1t 4 _ 3 I 2 t1_ 0
2 1_ 0  2  2
2  

A 2  A3 
 I1  I2   Ts  t  I1t 4 _ 3
 1_ 0 
2 2  2

f0
2  2
Ts T  fs    1
 t 0  s     
2 2 0 20  0  0

17
1    I1t 4 _ 3
A 2  A3       I1  I 2  
20   0  2

I1.t 4 _ 3 Vi  Vi  2V0   1  2q q   
      
2 2z  0 0   0  

I1.t 4 _ 3 Vi 1  2q    
  1  2q  q     
2 20 z   0 

Vi  1  2q   
I1  I 2  1  q    1  2q  q     
z  1  q   0  

Vi       
I1  I 2   1  2q  1  q   1  2q  q      
z    0   

Vi        
      
A 2  A3       1  2q  1  q   1  2q  q        1  2q  1  2q  q     
20 z   0     0      0 
(5.12)

2  A1  A 2  A 3 
Io    t 4 _ 3 .0
Ts

Vi    
A1     1  2q  q      (5.13)
0 z   0 

Substituindo (5.13) em (5.12):


V    
20 z   0 

A 2  A 3  i     1  2q  1  q  .  1  2q.   (5.14)

Somando-se (5.2) e (5.14), obtém-se (5.15).

Vi     
A1  A 2  A3  2     
20 z   0 
 
1  2q  1  q  .  1  2q.  (5.15)

18
2Vi f s     
Io  2     
2z.2f 0    0 
 1  2q  1  q  .  1  2q.  

Vi0     
Io  2     
2z   0 
 1  2q  1  q  .  1  2q. 

Io z 0     
Io ( 0 , q)   2     
Vi 2    0 
 1  2q  1  q  .  1  2q.   (5.16)

0.5

0.4
q

q
0.3
q

q 0.2

0.1

0 0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
0 Io( 0.1  q)  Io( 0.2  q)  Io( 0.3  q)  Io( 0.4  q)  Io( 0.5  q)  Io( 0.6  q)  Io( 0.7  q)  Io( 0.8  q)  Io( 0.9  q) 1

Fig.21 – Gráfico da equação (5.16).

19
Como estamos interessados que o conversor opere no modo de condução contínua para
ter comutação ZVS, excluiremos a região de condução descontínua.
Observa-se na Fig.18 que fazendo I2 = 0 tem-se o modo de condução crítico.

Igualando I2 a zero, equação (5.8), e isolando o obtém-se o limite de condução


contínua.


0  (5.17)
1  2q  q 
 cos 1  
q  q 1 

Fig.22 – Característica de saída do conversor.

20
6 – PROJETO DO CONVERSOR

Dado Vi = 200V, Vo = 40V e Po = 1200W, deseja-se determinar Lr e Cr.

V0
q  q  0, 2
Vi

P0
I0   I0  30A
V0

Escolheremos uma alta freqüência de chaveamento para diminuirmos os tamanhos do


indutor e capacitor, menor Lr e Cr. A freqüência é limitada pela tecnologia da chave.
A relação entre a freqüência de chaveamento e a freqüência de ressonância, como
mostra a Fig.23, pode variar de 0,57 a 1.

Escolhemos f s  20KHz e  0  0,9 .

Fig.23 – Valores possíveis de o para q = 0,2.

21
fs
f0   f 0  22, 22KHz
0

0     V0         V0     
Io (0 , q)  .  2    cos 1     1  2q  1  q  .  1  2q  q   cos 1      
2    
  0  i
V  V 0    0  i
V  V0     
      V0   
 0 . 1  2q.  1  2q  q   cos 1    
2 
  0  Vi  V0   

 Io  0,594

Io .z Vi
Io   z  Io .  z  3, 66
Vi Io

Lr
z2   L r  z 2Cr (6.1)
Cr

1
 2f 0  
2
(6.2)
L r Cr

Substituindo (6.1) em (6.2) obtém-se (6.3).

1
Cr  (6.3)
2f 0 z

C r  1,957F

Substituindo (6.3) em (6.1) obtém-se (6.4).

z
Lr  (6.4)
2f 0

L r  26, 21F

22
7 – SIMULAÇÃO DO CONVERSOR

V1
S1
PER = 50u + +
PW = 24.9u - -
TD = 0 D8
TF = 1n D1 C1 Dbreak
TR = 1n Dbreak
V2 = 15 0.2n
V1 = 0
D3 D4

Lr
Vi 26.21uH Vo
1 2

200Vdc V2 S2 40Vdc
+ +
- -
PER = 50u D5 D6
TD = 25u
PW = 24.9u
TF = 1n D2 C2 D7 Cr
TR = 1n 1.957uF
V2 = 15 0.2n
V1 = 0

Fig.24 – Circuito do conversor projetado.

50A

0A

-50A
4.90ms 4.92ms 4.94ms 4.96ms 4.98ms 5.00ms
I(Lr)
Time

Fig.25 – Corrente no indutor de ressonância.

23
200V

100V

0V
4.90ms 4.92ms 4.96ms 5.00ms
V(D7:2)
Time

Fig.26 – Tensão no capacitor de ressonância.

29.42
40A

0A
4.90ms 4.92ms 4.94ms 4.96ms 4.98ms 5.00ms
AVG(I(Vo)) I(Vo)
Time

Fig. 27 – Corrente na saída e seu valor médio.

24
200

100

0
297.8us 320.0us 360.0us 380.0us
I(D13)*5 V(S1:3,D2:2)
Time

Fig. 28 – Tensão e corrente na chave S1.

200

100

348.15us 350.00us 360.00us 362.96us


I(D13)*5 V(S1:3,D2:2)
Time

Fig.29 – Entrada em condução da chave S1.


200

100

0
374.902us 374.903us 374.904us 374.905us
I(D13)*5 V(S1:3,D2:2)
Time

Fig.30 – Bloqueio da chave S1.

25
As chaves S1 e S2 apresentam baixas perdas de comutação, pois entram em condução e
bloqueiam com tensão nula (ZVS). O conversor também tem a vantagem de entrar em
condução com corrente zero nas chaves.

Fig.31 – Plano de fase do conversor simulado.

26
8 – CONCLUSÃO

Observa-se na característica de saída da Fig.22 que variando q=Vi/V0 a corrente de


saída também varia. Logo o conversor não tem característica de fonte de corrente ideal. Isto
implica que qualquer variação de q altera a resposta do sistema.
A variação da corrente deve ser controlada pela variação da freqüência, variando o.
Os capacitores C1 e C2 de mesmo valores fazem com que a tensão seja nula durante a
comutação (ZVS).
O diodo D7 impede que o capacitor se carregue com tensão negativa.
O diodo D8 grampeia a tensão no capacitor, limitando-a no valor da fonte de entrada
Vi.
O conversor possui um q máximo de 0,5. Acima deste valor é necessário o uso de um
transformador.
O estudo deste conversor foi de grande valor no aprendizado da análise de
novos conversores.

27
9 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

[1] Barbi, Ivo; Souza, Fabiana Pöttker de – Conversores CC-CC Isolados de Alta
Freqüência com Comutação Suave, INEP - UFSC (1999);

28
Instituto de Eletrônica de Potência
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico

Universidade Federal de Santa Catarina

ANÁLISE E PROJETO DE UM CONVERSOR


SÉRIE RESSONANTE

Aluno: Jean Paulo Rodrigues


Prof.: Ivo Barbi

Florianópolis, 11 de agosto de 2003

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
SUMÁRIO

1 – Introdução ..................................................................................................................... 2
2 – ETAPAS DE OPERAÇÃO........................................................................................... 3
2.1 – Primeira Etapa ........................................................................................................ 3
2.2 – Segunda Etapa ........................................................................................................ 4
2.3 – Terceita Etapa ........................................................................................................ 6
2.4 – Quarta Etapa........................................................................................................... 6
2.5 – Quinta Etapa........................................................................................................... 8
2.6 – Sexta Etapa............................................................................................................. 9
3 – FORMAS DE ONDA ................................................................................................... 9
4 – CARACTERÍSTICA DE SAÍDA ............................................................................... 10
4.1 – Cálculo da Corrente Média .................................................................................. 10
5 – PROJETO DO CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE ............................................ 13
6 – SIMULAÇÕES ........................................................................................................... 14
7 – COMPARAÇÕES DOS RESULTADOS................................................................... 16
8 – COMENTÁRIO FINAIS ............................................................................................ 17

1
1 – INTRODUÇÃO
Neste trabalho serão equacionadas as etapas de operação de um
conversor série ressonante operando no modo de condução descontínua,
mostrado na Fig.01, bem como as suas principais formas de onda, plano de
fase, condições iniciais iL(ti) e vc(ti), a duração de cada etapa de operação,
característica de saída, projeto e simulações do conversor.

Fig.01 – Topologia do conversor série ressonante que será estudado.

iL(t0) = 0
vc(t0) = 0

2
2 – ETAPAS DE OPERAÇÃO

2.1 – Primeira Etapa

Fig. 02 – 1ª etapa de operação (t0, t1).

Na 1ª etapa o capacitor é carregado.

iLr(t0) = 0
VCr(t0) = 0

di Lr (t ) dVCr (t )
Lr  V0  VCr (t )  Vi  0 i Lr (t )  Cr
dt dt

Vi  V0
 SLr i Lr (s )  VCr (s ) i Lr (s )  Cr SVCr (s )  VCr (t0 )
S

Vi  V0
 S 2Lr CrVCr (s )  VCr (s )
S 1 1
0   Lr Cr  2
V  V0 Lr Cr 0
VCr (s )(S 2Lr Cr  1)  i
S

Vi  V0 2 Vi  V0
VCr (s )(S 2   02 )  0  VCr (s )  02
S S(S   0 )
2 2

VCr (t )  Vi  V0 (1  cos( 0 t )) (eq. 2.1.1)

dVCr (t ) Cr
i Lr (t )  Cr  i Lr (t )  Vi  V0sen 0 t
dt Lr Cr
Cr 1

Lr Z

3
i Lr (t )Z  (Vi  V0 )sen 0t (eq. 2.1.2)

iLr(t1) = 0
VCr(t1) = VC0

0 t1  

t1 
0

VC 0  Vi  V0 (1  cos( ))

VC 0  2(Vi  V0 ) (eq. 2.1.3)

2.2 – Segunda Etapa

Fig. 03 – 2ª etapa de operação (t1, t2).

Na 2ª etapa, uma parte da energia do capacitor é devolvida para a fonte


Vi.

iLr(t1) = 0
VCr(t1) = VC0

di Lr (t )
Lr  V0  VCr (t )  Vi  0
dt
dVCr (t )
i Lr (t )  Cr
dt

Vi  V0
 SLr i Lr (s )  VCr (s ) i Lr (s )  Cr SVCr (s )  VCr (t1 )
S

4
Vi  V0
 S 2Lr CrVCr (s )  SLr CrVC 0  VCr (s )
S
V  V0
VCr (s )(S 2Lr Cr  1)  i  SLr CrVC 0
S
1 1
0   Lr Cr  2
Lr Cr 0

Vi  V0 2
VCr (s )(S 2   02 )   0  SVC 0
S
Vi  V0 V
VCr (s )  02  S 2 C 0 2
S(S   0 )
2 2
(S   0 )

VCr (t )  Vi  V0  (Vi  V0  VC 0 cos( 0 t )) (eq. 2.2.1)

dVCr (t ) Cr
i Lr (t )  Cr  i Lr (t )  (Vi  V0  VC 0 )sen 0 t
dt Lr Cr
1 Cr 1
0Cr  Cr 
Lr Cr Lr Z

i Lr (t )Z  (Vi  V0  VC 0 )sen 0t (eq. 2.2.2)

iLr(t2) = 0
VCr(t2) = VC1

0 t 2  


t 2  (eq. 2.2.3)
0

VC1  Vi  V0  (Vi  V0  VC 0 )cos( )


VC1  2Vi  2V0  VC 0 onde VC 0  2(Vi  V0 )

VC1  4Vo (eq. 2.2.4)

5
2.3 – Terceita Etapa

Fig. 04 - 3ª etapa de operação (t2, t3).

iL(t3) = iL(t2) = 0
vc(t3) = vc(t2) = VC1

Na terceira etapa a corrente permanece nula.

2.4 – Quarta Etapa

Fig. 05 – 4ª etapa de operação (t3, t4).

Na 4ª etapa o capacitor se descarrega.

iLr(t3) = 0
vcr(t3) = VC1

diLr (t) dv Cr (t)


0  L r .  Vo  v Cr (t) -iLr (t)  Cr .
dt dt
Vo
=-s.Lr .iL (s)+VCr (s) iLr (s)  s.Cr .VCr (s)  Cr .VC1
s
VO
 s2 .Lr .Cr .VCr (s)  s.Lr .Cr .VC1  VCr (s)
s

6
Vo
 s.Lr .Cr .VC1  VCr (s).Lr .Cr .(s2  o2 )
s
Vo .o2 s.V
VCr (s)   2 C1 2
s.(s  o ) s  o
2 2

v Cr (t)  Vo .(1  cos o t)  VC1.cos o t

v Cr (t)  (Vo  VC1 ).cos o t  Vo (eq. 2.4.1)

dv Cr (t)
 (Vo  VC1 ).o .seno t
dt

iLr (t).z  (Vo  VC1 ).seno t (eq. 2.4.2)

v Cr ( t 4 )  0
(Vo  VC1 ).cos o t 4  Vo
Vo
cos o t 4 
Vo  VC1

 Vo 
cos1  
 Vo  VC1 
t 4  (eq. 2.4.3)
o

v cr (t 4 )  0
iLr (t 4 )  I1

  Vo  
I1.z  (Vo  VC1 ).sen  cos1    (eq. 2.4.4)

  Vo  VC1  

Substituindo (eq. 2.2.4) em (eq. 2.4.4):

3.Vo   1 
I1  .sen  cos1    (eq. 2.4.5)
z   3 

7
2.5 – Quinta Etapa

Fig. 06 – 5ª etapa de operação (t4, t5).

Na 5ª etapa o indutor se descarrega.

iLr(t4) = -I1
vcr(t4) = 0

Etapa linear de descarga de Lr.

Vo
iLr (t)  I1  .t
Lr
iLr (t 5 )  0

Vo
0  I1  .t 5
Lr

I1.Lr
t 5 
Vo

8
2.6 – Sexta Etapa

Fig. 07 – 6ª etapa de operação (t5, t6).

Na 6ª etapa o circuito permanece com corrente nula. Quando S1 for


habilitado o capacitor será carregado novamente.

iL(t6) = 0
vc(t6) = 0

3 – FORMAS DE ONDA

Fig. 08 – Corrente no indutor e tensão no capacitor.

9
Fig. 09 – Plano de fase da tensão no capacitor com a corrente do indutor
normalizada.

4 – CARACTERÍSTICA DE SAÍDA

4.1 – Cálculo da Corrente Média

2. T 
o  2..fo  o   o 
To 2 o

Integrando a eq. 2.1.2 de 0 à To/2:



o

S1  i
0
Lr (t).dt

2.(Vi  Vo )
S1  (eq. 4.1.1)
z.o

Integrando a eq. 2.2.2 de 0 à To/2:



o

S2  i
0
Lr (t).dt

10
2.(Vi  3.Vo )
S2  (eq. 4.1.2)
z.o

Integrando a eq. 2.4.2 de 0 à t4:


 Vo  1 
cos1   cos1  o 
 Vo  VC1  3
o o

S3  
0
iLr (t).dt  
0
iLr (t).dt

3.Vo 3.Vo   1   3.Vo 4


.cos(o .t)| 1 1o  
0
S3  . 1       .
z.o cos  
 
3
z.o   3   z.o 3
o

4.Vo
S3  (eq. 4.1.3)
z.o

Integrando a eq. 2.5.2 de 0 à t5:

I1.t 5 I12 .Lr


S4  
2 2.Vo
Substituindo I1 da eq. 2.4.5:

2
  1 1    2 2 1 1  
 3.Vo .sen  cos 3    9.Vo .sen  cos 3   z
    .L    .
 o
r
  
2
z z
   
S4     S4   
2.Vo 2.Vo
 1
9.Vo 2 .sen2  cos1 
S4   3
2.o .z

4.Vo
S4  (eq. 4.1.4)
2.z.o

1
Iomed  (S1  S2  S3  S 4 ).
Ts

11
 2.(Vi  Vo )  2.(Vi  3.Vo )  4.Vo  4.Vo 
Iomed  fs .  
 z.o 
 4V  8Vo  4.Vo  4.Vo 
Iomed  fs .  i 
 z.o 
4.V.f
Iomed  i s
 4.V.fi s .Cr
z.o
4.f 4.fs
Iomed  s 
o 2..fo

2.o
Iomed  (eq. 4.1.5)

Fig. 10 – Característica externa.

12
5 – PROJETO DO CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE
Dados: Vi = 200V, Vo = 40V, Po = 640W e fs = 40000Hz
Cr = ?
Lr = ?

Po
Iomed   16A
Vo

4.V.f
Iomed  i s
 4.V.f
i s .C  C = 500nF
z.o

omáx = 0,5 para que a corrente no diodo D1 chegue a zero, comutação


suave.

fs
fomin   fomin  80KHz
omáx
o 1 1
fo    Lrmáx   Lrmáx  7,91uH
2. 2.. Lr .Cr 4. .fo min2 .Cr
2

Foi escolhido o = 0,45.

o 2
Lr   Lr  6,41uH
4.2 .fs 2 .Cr

13
6 – SIMULAÇÕES

Fig. 11 – Circuito simulado

O tempo máximo de condução da chave PWmáx é:


T 1 1
PWmáx  o    6,25us
2 2.fomáx 160000
Porém deixamos as chaves habilitadas durante 10us

Fig. 12 – vCr, ILr e Iomed .

14
Fig. 13 – iS1, iD1, is2 e iD2.

Fig. 14 – Diagrama de fase de ILr em relação à vCr.

Nota-se na figura 14 o regime transitório que não foi mostrado na figura 9.


A tensão negativa no capacitor proporcional a corrente quando o diodo
D3, que está em paralelo com o capacitor, está conduzindo deve-se à resistência
série deste diodo.

15
7 – COMPARAÇÕES DOS RESULTADOS
Modificando a resistência série do diodo dbreak do Pspice de 0.1 para 0.001,
temos os seguintes resultados simulados:

Parâmetro Calculado Simulado


VCr(t1) = VC0 2(Vi  V0 )  320V 315V
VCr(t2) = VC1 VC1  4Vo  160V 170V
Ipico (primeira etapa) (Vi  Vo ).z 1  44,7A 44,1A
Ipico (segunda etapa) (Vi  Vo  VC 0 ).z 1  -22,3A -20,1A
Ipico (quarta etapa) (Vo  VC1 ).z 1  33,5A -35,7A
iLr (t 4 ) I1  -31,6A -33A
1
t 5 t 5  I1.Lr .(Vo )  5us 4.8us
i s .C  16A
Io_médio 4.V.f 15,99A

16
8 – COMENTÁRIO FINAIS
Foi possível comprovar os resultados obtidos nos cálculos através da
simulação no PSpice, porém nota-se pequenas diferenças devido a algumas não
idealidades consideradas pelo simulador, como resitência série do diodo que
está em paralelo com o capacitor que provoca uma tensão VCr negativa.
O trabalho teve grande importância para a fixação do método de projeto
de um conversor, que começa com as etapas de operação, equacionamento de
cada etapa, cálculo do projeto e simulação do mesmo.

17
Instituto de Eletrônica de Potência
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico

Universidade Federal de Santa Catarina

CONVERSOR RESSONANTE SÉRIE


Modo de Condução Descontínua

Professores: Ivo Barbi


Fabiana Pöttker de Souza
Aluno: Joabel Moia

Florianópolis, julho de 2003.

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
Indice:

1. Introdução ................................................................................................ 3

2. Etapas de Funcionamento: ..................................................................... 4


2.1. 1ª Etapa (t0, t1): ......................................................................................... 4
2.2. 2ª Etapa (t1, t2): ......................................................................................... 4
2.3. 3ª Etapa (t2, t3): ......................................................................................... 5
2.4. 4ª Etapa (t3, t4): ......................................................................................... 5
2.5. 5ª Etapa (t4, t5): ......................................................................................... 6
2.6. 6ª Etapa (t5, t6): ......................................................................................... 6

3. Equacionamento: ..................................................................................... 8
3.1. Plano de Fase da Primeira Etapa................. Erro! Indicador não definido.
3.2. Plano de Fase da Segunda Etapa ........................................................... 10
3.3. Plano de Fase da Quarta Etapa ............................................................. 12
3.4. Plano de Fase da Quinta Etapa.............................................................. 14
3.5. Plano de Fase Completo. ........................................................................ 14

4. Formas de Onda Básicas ....................................................................... 15

5. Característica de Saída ......................................................................... 16


5.2. Calculo da Corrente Média .................................................................... 17

6. Projeto e Simulação ............................................................................... 20

7. Conclusão ............................................................................................... 24

8. Bibliografia ............................................................................................ 24

2
1. Introdução
Será apresentado neste trabalho o estudo analítico de um conversor série ressonante, com um
diodo em paralelo com o capacitor ressonante Cr, no qual pode ser visualizado na Fig.01.
O fato de poder trabalhar com um conversor com comutação não dissipativo, é que o rendimento
da estrutura aumenta e poder operar com freqüência maior, ocasionando a diminuição do circuito em
peso, volume e custo.
Será apresentado também, um projeto do conversor para uma dada potência de saída, tensão de
entrada, tensão de saída e a freqüência de comutação dos interruptores. Por último, realizar-se-á, com
o dados feito no projeto, uma simulação para comprovar o estudo teórico.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr
V0
Vi
D5 D6
S2 D2 C2 D7 Cr

Fig.01 – Circuito Ressonante Série.

3
2. Etapas de Funcionamento:
A análise será feita para o modo condução contínua (CCM). Neste modo, a corrente do
indutor Lr não se extingue.

2.1- 1ª Etapa (t0, t1):

No instante t0 a chave S1 entra em condução. Esta é a etapa ressonante de carga do capacitor


ressonante Cr. A corrente no indutor cresce senoidalmente e a tensão do capacitor que é nula começa
a carregar até Vi. Durante esta etapa de funcionamento a fonte de entrada transfere energia a carga.
Na Fig.02, tem-se o circuito apresentando esta etapa, que acaba quando a tensão do capacitor
ressonante atingir o valor de Vi e o diodo D8 entra em condução.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr
V0
Vi

D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.02 – Primeira Etapa.

2.2- 2ª Etapa (t1, t2):

No instante t1 a tensão do capacitor ressonante atinge Vi e o diodo D8 entra em condução.


Nesta etapa o indutor ressonante Lr começa a se descarregar linermente. A tensão no capacitor
ressonante é constante no valor de Vi . Esta etapa acaba quando a chave S1 for desabilitada no
instante t2. Na Fig.03, está representada a etapa de funcionamento descrita.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi

D5 D6 +
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.03 – Segunda Etapa.

4
2.3- 3ª Etapa (t2, t3):

No instante t2, a chave S1 é bloqueada. A tensão no capacitor ressonante permanece


constante com o valor Vi. Quando a chave S1 é bloqueada o capacitor C1 que se encontra
descarregado começa a se carregar e o capacitor C2 que se encontra carregado com tensão Vi começa
a se descarregar.Esta etapa termina quando a tensão de C2 atinge zero e o diodo D2 entra em
condução. Na Fig.04 está representada esta etapa de funcionamento.

D8
S1 D1 C1
D3 D4
V0
Lr

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.04 – Terceira Etapa.

2.4- 4ª Etapa (t3, t4):

No instante t3 a tensão de C2 atinge zero, colocando o diodo D2 em condução. Neste instante


a chave S2 deve ser habilitada com comutação suave ZVS, pois a tensão sobre a mesma é nula. A
corrente no indutor continua a se descarregar linearmente e a tensão no capacitor ressonante
permanece constante com o valor Vi. Esta etapa de funcionamento termina quando a chave S2 for
habilitada a conduzir. Na Fig.05, tem-se a representação desta etapa de funcionamento.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Vcr
-

Fig.05 – Quarta Etapa.

5
2.5- 5ª Etapa (t4, t5):

No instante t4 a chave S2 entra em condução e se inicia a etapa ressonante de descarga do


capacitor ressonante Cr e o diodo D8 é bloqueado no começo desta etapa. A corrente no indutor
evolui senoidalmente. Na Fig.06 tem-se a representação do circuito desta etapa. Esta etapa termina
quando a tensão no capacitor ressonante for nula e coloca o diodo D7 em condução.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi
D5 D6
+
S2 Cr
D2 C2 D7 Vcr
-

Fig.06 – Quinta Etapa.

2.6- 6ª Etapa (t5, t6):

No instante t5 a tensão no capacitor ressonante é nula colocando o diodo D7 em condução.


Nesta etapa o indutor ressonante Lr começa a se descarregar linermente novamente. Na Fig.07, tem-
se o circuito apresentando esta etapa, que acaba quando a chave S2 é comandada a bloquear.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.07 – Sexta Etapa.

6
2.7- 7ª Etapa (t6, t7):

No instante t6 a chave S2 é comandada a bloquear. Quando a chave S2 é bloqueada, o


capacitor C2 que se encontra descarregado começa a se carregar e o capacitor C1 que se encontra
carregado com tensão Vi começa a se descarregar. Esta etapa termina quando a tensão de C1 atinge
zero e o diodo D1 entra em condução. A tensão sobre Cr permanece nula. Na Fig.08 está representada
esta etapa de funcionamento.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.08 – Sétima Etapa.

8ª Etapa (t7, t8):

No instante t7 quando a tensão em C1 atingir zero, o diodo D1 entra em condução. Neste


instante que a chave S1 deve ser habilitada com comutação suave ZVS, pois a tensão sobre ela é
nula. A corrente se descarrega linearmente até atingir zero e a tensão no capacitor ressonante
permanece constante com valor nulo. Esta é a ultima etapa de funcionamento em um período. Na
Fig.09, tem-se a representação desta etapa de funcionamento.

D8
S1 D1 C1
D3 D4
V0
Lr

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.09 – Oitava Etapa.

7
3. Equacionamento:
Nesta parte serão obtidas as expressões da tensão no capacitor Vcr(t) e da corrente do indutor
iLr(t), para cada etapa de funcionamento do conversor. A terceira e a sétima etapa serão consideras
instântaneas sem grandes prejuízos no resultado final.

3.1- 1ª Etapa (t0, t1):


 iLr  t 0   0
Assumindo as seguintes condições iniciais: 
 VCr  t 0   0
Na Fig.10 tem-se o circuito equivalente da primeira etapa, de onde se obtém as expressões
(1) e (2).
Vo
+
Lr -

S1 i Lr

+ +
Vi Cr VCr
- -

Fig.10 – Circuito 1ª Etapa

diLr  t 
Vi  Lr  V0'  VCr  t   0 (1)
dt

dVCr  t 
iLr  t   Cr
dt (2)

Aplicando a transformada de Laplace as equações (1) e (2), obtém-se (3) e (4).

Vi  V0'
 Lr sILr  s   ILr  0    VCr  s   0 (3)
s

ILr  s   Cr sVCr  s   VCr  0   (4)

Com as condições iniciais e definido-se 0  1 , e substituindo em (4) e (3) obtém-


Lr Cr
se (5).

VCr  s  
V  V 
i
'
0
2
0
(5)
s s   
2 2
0

Aplicando-se a antitransformada de Laplace à equação (5), obtém-se (6).

8
VCr  t    Vi  V0'    Vi  V0'  cos  0 t  (6)

Derivando a equação (6), e multiplicando-a por Cr obtém-se a equação (7), que é a corrente
no indutor parametrizada em função de z.

iLr  t  z   Vi  V0'  sen  0 t  (7)

Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge a zero. Pode-se então calcular sua
duração, como mostrado nas equações (8) e (9).

 V  V  sen   t   0
i
'
0 0 1 (8)

0 t1    t 1  (9)
0

3.2- 2ª Etapa (t1, t2):


 iLr  t   0
Assumindo as seguintes condições iniciais: 
 VCr  t   VC1

Na Fig.11 tem-se o circuito equivalente da segunda etapa, de onde se obtém as expressões


(14) e (15).
Vo
S1 +
Lr -

iLr

D8

Fig.11 - Circuito equivalente da 2ª etapa.

diLr  t 
Vi  Lr  V0'  VCr  t   0 (14)
dt

Aplicando a transformada de Laplace às equações (14) e (15) obtém-se (16) e (17).

Vi  V0'
 Lr sILr  s   ILr  0    VCr  s   0 (16)
s

ILr  s   Cr sVCr  s   VCr  0   (17)

9
Do mesmo modo que na primeira etapa, com as condições iniciais e definido-se
0  1 , e substituindo (17) em (16), obtém-se (18).
Lr Cr

VCr  s  
 V  V    sV
i
'
0
2
0 C1
(18)
s s    s   
2 2
0
2 2
0

Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (18), obtém-se (19).

VCr  t    Vi  V0'    Vi  V0'  VC1  cos  0 t  (19)

Derivando a equação (19), e multiplicando-a por Cr obtém-se a equação (20), que é a


corrente no indutor parametrizada em função de z.

iLr  t  z   Vi  V0'  VC1  sen  0 t  (20)

Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge zero. Pode-se então calcular sua
duração, como mostrado nas equações (21) e (22).

V  V
i
'
0  VC1  sen  0 t 2   0 (21)


0 t 2    t 2  (22)
0
Nota-se que a duração da 1ª etapa e da 2ª etapa são iguais, pois a freqüência de ressonância
não varia.

3.2. Plano de Fase da Segunda Etapa

Com a expressão (23) definida como:

z1  t   VCr  t   jiLr  t  z (23)

E substituindo (19) e (20) em (23), obtém-se (24).

z1  t    Vi  V0'    Vi  V0'  VC1  e j0 t (24)

O plano de fase correspondente está representado na Fig.11, de onde se obtém as expressões


(25) e (26).

10
iLr z

VC2 Vi+V0' VC1

R2

Ip2

VCr
Fig.11- Plano de Fase da 2ª etapa.

R2  VC1  Vi  V0'  Vi  3V0' (25)

VC2  4V0' (26)

3ª Etapa (t2, t3):


Nesta etapa de funcionamento da estrutura, a corrente no indutor é nula e a tensão no
capacitor é Vc2.
4ª Etapa (t3, t4):
 iLr  t   0
Assumindo as seguintes condições iniciais: 
 VCr  t   VC2

Na Fig.12 tem-se o circuito equivalente da segunda etapa.


Vo
+
Lr -

D2 iLr

-
Vi D8
+

Fig.12 - Circuito equivalente da 4ª etapa.

Pode-se notar que nesta etapa, o circuito equivalente é semelhante a 2ª etapa, sem a fonte de
entrada (Vi) no circuito. Por esta razão as equações da tensão no capacitor e da corrente no indutor
são idênticas à da 2ª etapa, fazendo Vi nulo. As equações (27) e (28) são respectivamente a tensão no
capacitor e a corrente no indutor.

11
VCr  t    V0'    V0'  VC2  cos  0 t  (27)

iLr  t  z   V0'  VC2  sen  0 t  (28)

Esta etapa termina quando a tensão no capacitor se anula, e assim pode-se obter a duração
deste intervalo, através de (29) e (30).

V   V
'
0
'
0  VC2  cos  0 t   0 (29)

1  V' 
t 4  arccos  ' 0  (30)
0  V0  V2 

3.3. Plano de Fase da Quarta Etapa

Com a expressão (31) definida como:

z3  t   VCr  t   jiLr  t  z (31)

E substituindo (27) e (28) em (31), obtém-se (32).

z3  t    V0'    V0'  VC2  e  j0 t (32)

O plano de fase correspondente está representado na Fig.13, de onde se obtém as expressões


(33) e (34).

iLr z

VC3 0 V0' VC2

R3
R3

I1

VCr
Fig.13 - Plano de Fase da 4ª etapa e 5ª etapa.

12
R3  VC2  V0'  3V0' (33)

VC3  2V0' (34)

Nota-se pelo gráfico da Fig.13 que a tensão do capacitor é cortado abruptamente para zero
(5ª etapa). Isto acontece pelo fato da tensão do capacitor estar passando por zero e colocando o diodo
D7 em condução, curto-circuitando o capacitor. A corrente no indutor, no entanto, não é nula e sai de
um valor I1 até zero.
Para se obter o valor de I1, utiliza-se o próprio plano de fase da Fig.13, no qual tira-se a
seguinte figura geométrica:

Fig.14 – Triângulo para o calculo de I1.

Da Fig.14, obtém-se (35).

I1  2 2V0' (35)

5ª Etapa (t4, t5):


i  t   2 2V0'
Assumindo as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   0

Na Fig.15 tem-se o circuito equivalente da segunda etapa.


Vo’
S2
+
Lr -

iLr

D7

Fig.15 - Circuito equivalente da 5ª etapa.

Através do circuito da Fig.15, obtém-se o valor da corrente no indutor. Nota-se que o


circuito equivalente é formado somente pela fonte da carga e pelo indutor, ou seja, é um
circuito de primeira ordem, representada por (36) e a tensão no capacitor é nula.

13
V0'
iLr  t   2 2V0'  t 5 (36)
L

Esta etapa termina quando a corrente no indutor se anula e assim pode-se obter a duração
desta etapa através de (37) e (38).

V0'
2 2V0'  t 5  0 (37)
L

t 5  2 2  L (38)

3.4. Plano de Fase da Quinta Etapa

O plano de fase da quinta etapa esta representa da Fig.13 juntamente com a da quarta fase. A
reta onde a tensão no capacitor é nula e a corrente é I1 até onde a corrente se anular, representa o
plano de fase da quinta etapa.

6ª Etapa (t5, t6):

Nesta etapa de funcionamento da estrutura circuito série ressonante, é caracterizada pela


tensão no capacitor corrente no indutor nula.

3.5. Plano de Fase Completo.

Com os planos de fases feitos de todas as etapas de funcionamento, pode-se obter o plano de
fase completo do circuito série ressonante, juntando todos os planos de fase etapa por etapa. Na
Fig.16 tem-se o plano de fase completo.

14
Lr
iLr
Cr

Ip1

R1

0 Vo’ VC2 Vi+Vo’ VC1


Vi-Vo’
R2 VCr

Ip2
R3

I1

Fig.16 – Plano de Fase Completo.

4. Formas de Onda Básicas


Com as equações da tensão do capacitor e da corrente do indutor em todas as etapas de
funcionamento, pode-se obter as formas de onda básicas do circuito da Fig01. Na Fig17, apresenta
estas formas de onda.

15
Fig.17 – Formas de onda básicas.

5. Característica de Saída
Analisando a Fig.16 (plano de fase completo), pode-se obter as correntes de pico de cada etapa.
Notar que estas correntes estão parametrizadas em função de z. As equações estão em (39), (40),
(41), (42).

16
Ip1  Ip1z  R1  Vi  V0' (39)
Ip2  Ip2 z  R2  Vi  3V0' (40)
Ip3  Ip3 z  R3  3V0' (41)
I1  I1 z  2 2 V 0' (42)

Isolando a corrente em (39), (40), (41), (42), obtém-se (43), (44), (45), (46).

Vi  V0'
Ip1  (43)
z

Vi  3V0'
Ip2  (44)
z

3V0'
Ip3  (45)
z

2 2V0'
I1  (46)
z

5.2. Calculo da Corrente Média

Para calcular a corrente média na carga, primeiramente será calculada a área da corrente
em cada etapa de funcionamento. Na Fig 18, apresenta as áreas a serem calculadas.

Fig.18 – Corrente no indutor.


 Cálculo da A1
Para o calculo da A1, basta integrar a função da corrente no período t1, que esta apresentada
em (47).

17
t1
Ip1
A1  I sen  0 t dt   cos  0 t1   cos  0  
0 
p1 (47)
0

Como 0 t1   , obtém-se a equação (48) para a área A1.

Vi  V0'
A1  (48)
f0 z

 Cálculo da A2
Para o calculo da A2, basta integrar a função da corrente no período t2, que esta apresentada
em (49).

t 2
Ip2
A2   Ip2sen  0 t dt  
0
cos  0 t 2   cos  0  
0 
(49)

Como 0 t 2   , obtém-se a equação (50) para a área A2.

Vi  3V0'
A2  (50)
f0 z

 Cálculo da A4
Para o calculo da A4, basta integrar a função da corrente no período t4, que esta apresentada
em (51).

t 4
Ip4
A4  I sen  0 t dt   cos  0 t 4   cos  0  
0 
p4 (51)
0

 1
Como 0 t 4  arccos   , obtém-se a equação (52) para a área A4.
3

2V0'
A4  (52)
f0 z

 Cálculo da A5
Para o calculo da A5 e observando a área 5 na Fig.18, nota-se que é igual ao um triângulo, de
modo que fica simples o cálculo de A5. A equação (53) mostra a área 5.

18
I1  t 5 2V0'
A5   (53)
2 f0 z

Para calcular a corrente média na carga, basta somar as áreas calculadas e dividir pelo período de
chaveamento T. A equação (54) apresenta a corrente média na carga.

I'0med 
 A1  A 2  A 4  A 5  (54)
T

Com (54) e parametrizando a corrente média, obtém-se (55).

I'0med  z 2 fs 2
I'0med    0 (55)
Vi  f0 

Onde,
fs
0  (56)
f0

Com (55) e variando a relação de freqüências (56) e com a relação (57), pode-se
traçar um gráfico, no qual é apresentado na Fig.19. Este gráfico representa a característica
de saída.

V0'
q (57)
Vi

19
Fig.19 – Característica de Saída.

6. Projeto e Simulação

Com as especificações dadas Vi  200V , V0  40V , P0  640W e fs  40kHz . Com


estes valores, pode-se dimensionar o capacitor ressonante Cr e o indutor ressonante Lr. Em seguida
será simulado com a ajuda do SPICE para a comprovação teórica.

 Cálculo do indutor e do capacitor


fs
Escolhendo um 0  = 0,40 e como 0  1 , obtém-se uma relação em (58) e
f0 Lr Cr
(59) decorrente de (58).

fs max 40000
f0    100000 Hz (58)
0 0,40

Lr Cr  2.533  1012 (59)

Fazendo q = 0.2, obtém-se outra relação.

V0'  Vi  q  40 V (60)

20
N1 V0' 40
  1 (61)
N2 V0 40

N2
I'0med  I0   16 A (62)
N1
Com o valor de I'0med , obtém-se uma outra relação para Lr e Cr.

2
Lr  I'0med  Vi 
   10,645
Cr  I'0med 
(63)

Com (59) e (63), tem-se.

Cr  500 nF (64)

Lr  5,32 H (65)

Com estes valores do capacitor e do indutor, pode-se com auxilio de um simulador (SPICE)
comprovar a análise teórica realizada.

Simulação:

Como a intenção da simulação é comprovar a análise teórica realizada, os modelos das


chaves não são MOSFET ou um semicondutor existente e sim chaves ON/OFF, assim como os
diodos usados.
Na Fig.20, tem-se o circuito que foi simulado.

Vd1

40Vdc
PW = 11u
PER = 25u S1
+ +
D1 D3 D4
- -
Sbreak L1
0 200Vdc 1 2

A 5.32u
Vd2 V1 S2
+ + D5 D6
- -
Sbreak
C1 D7
TD = 12.5u D2 500nF
PW = 11u 0
PER = 25u

0
Fig.20 – Circuito simulado no SPICE.

21
Resultados da Simulação:
Na Fig.21, tem-se a tensão no capacitor e a corrente no indutor. Comparando a
Fig.17 com a Fig.21, nota-se que o resultado da simulação é muito idêntico ao obtido na
análise teórica, de modo que comprova que a análise esta correta.

(a) (b)
Fig.21 – Tensão no capacitor (a) e corrente no indutor (b).

Na Fig.22, tem-se a tensão Vab e a tensão no interruptor S1. Nota-se que há uma
queda de tensão na tensão Vab, ocasionada pela resistência interna das chaves, que no caso
foi utilizada 0.1 para realizar a simulação.

(a) (b)
Fig.22 0 Tensão Vab e tensão no interruptor S1.

Na Fig.23, tem-se a corrente no interruptor S1 e a corrente no interruptor S2.

22
(b)
(a)
Fig.23 – Corrente no interruptor S1(a) e corrente em S2(b).

Na Fig.24, tem-se a corrente na carga e a potência na carga. Através da simulação


observou-se o valor da corrente média da carga que ficou em aproximadamente 15,2 A e a
potência da carga ficou em aproximadamente em 608 W. Estes valores estão próximos das
especificações. A diferença entre eles é ocasionada pelas perdas que o conversor apresenta,
no caso as chaves e os diodos terem resistências internas.

(a) (b)

Fig.24- Corrente na carga (a) e potência na carga (b).

23
7. Conclusão

Um dos grandes problemas dos conversores que afeta seu rendimento é a comutação
dissipativa dos interruptores. Por esta razão se busca maneiras de realizar a comutação suave
das chaves.
No decorrer deste trabalho, foi apresentado um circuito que busca a comutação suave,
circuito ressonante série, no modo de condução descontinua, onde todas as comutações são
não dissipativa.
Realizou-se a análise do conversor, como as etapas de funcionamento, o
equacionamento do circuito, juntamente com os digramas de fases de cada etapa e a
característica de saída do conversor. Este último item, de grande importância para o
dimensionamento dos componentes do circuito e principalmente para seu entendimento.
Realizou-se também, para comprovar a análise teórica, um projeto do capacitor ressonante e
do indutor ressonante e, por fim, simulou-se o conversor para comparar a teoria com o
simulado.
O projeto do conversor proposto esteve dentro do especificado, no qual foram analisadas
a potência e a corrente média na carga do mesmo. Observa-se que as formas de ondas do
obtido na teoria e no simulado são parecidas, mas não idênticas, pelo simples fato de o
circuito analisado teoricamente ser ideal e na simulação, tentou-se idealizar todos os
componentes, mas os interruptores e os diodos apresentam uma resistência interna, no qual
modifica os valores da potência e da corrente média de saída. Em bancada, notaria-se que
esta diferença seria maior ainda em relação ao circuito ideal.
Pode-se concluir, que este trabalho foi de grande valia para, primeiramente, afirmar que
o estudo teórico é muito importante a se determinar qualquer tipo de conversor, seu
equacionamento, sua característica de saída e seu entendimento de funcionamento. E a
simulação é uma ferramenta muito útil para perceber se esta seguindo um caminho certo.

8. Bibliografia

[1] Barbi Ivo. Pöttker de Souza Fabiana “Conversores CC-CC Isolados de Alta
Freqüência com Comutação Suave”. Edição dos Autores. INEP. Departamento de
Engenharia Elétrica, UFSC. 1999. Florianópolis SC – Brasil.

24
Instituto de Eletrônica de Potência
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico

Universidade Federal de Santa Catarina

CONVERSOR RESSONANTE SÉRIE


Modo de Condução Descontínua

Professores: Ivo Barbi


Fabiana Pöttker de Souza
Aluno: Joabel Moia

Florianópolis, julho de 2003.

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
Indice:

1. Introdução ................................................................................................ 3

2. Etapas de Funcionamento: ..................................................................... 4


2.1. 1ª Etapa (t0, t1): ......................................................................................... 4
2.2. 2ª Etapa (t1, t2): ......................................................................................... 4
2.3. 3ª Etapa (t2, t3): ......................................................................................... 5
2.4. 4ª Etapa (t3, t4): ......................................................................................... 5
2.5. 5ª Etapa (t4, t5): ......................................................................................... 5
2.6. 6ª Etapa (t5, t6): ......................................................................................... 6

3. Equacionamento: ..................................................................................... 6
3.1. Plano de Fase da Primeira Etapa............................................................. 8
3.2. Plano de Fase da Segunda Etapa ........................................................... 10
3.3. Plano de Fase da Quarta Etapa ............................................................. 11
3.4. Plano de Fase da Quinta Etapa.............................................................. 13
3.5. Plano de Fase Completo. ........................................................................ 14

4. Formas de Onda Básicas ....................................................................... 15

5. Característica de Saída ......................................................................... 16


5.2. Calculo da Corrente Média .................................................................... 16

6. Projeto e Simulação ............................................................................... 19

7. Conclusão ............................................................................................... 23

8. Bibliografia ............................................................................................ 23

2
1. Introdução
Será apresentado neste trabalho o estudo analítico de um conversor série ressonante, com um
diodo em paralelo com o capacitor ressonante Cr, no qual pode ser visualizado na Fig.01. Este
circuito apresenta uma característica muito importante, que é o fato de operar com freqüência de
chaveamento menor que a freqüência ressonante, propiciando comutação suave ZCS na saída de
condução das chaves (modo de condução continua).
O fato de poder trabalhar com um conversor com comutação não dissipativo, é que o
rendimento da estrutura aumenta e poder operar com freqüência maior, ocasionando a diminuição
do circuito em peso, volume e custo.
Será apresentado também, um projeto do conversor para uma dada potência de saída, tensão de
entrada, tensão de saída e a freqüência de comutação dos interruptores. Por último, realizar-se-á,
com o dados feito no projeto, uma simulação para comprovar o estudo teórico.

D1
D3 D4

Lr Vo

S1

Vi S2
D5 D6
D2 D7 Cr

Fig.01 – Circuito Ressonante Série.

3
2. Etapas de Funcionamento:
A análise será feita para o modo condução descontinua (DCM). Neste modo, todas as
comutações são suaves, tanto na entrada em condução dos interruptores, como no bloqueio
dos mesmos.

2.1. 1ª Etapa (t0, t1):

No instante t0 a chave S1 entra em condução com comutação suave, pois a corrente neste
instante é nula. A corrente no indutor cresce senoidalmente e a tensão do capacitor também é nula
começa a carregar até Vc1. Durante esta etapa de funcionamento a fonte de entrada transfere energia
a carga. Na Fig.02, tem-se o circuito apresentando esta etapa, que acaba quando a corrente no
indutor se inverte de sentido.

D1
D3 D4

Lr Vo

S1

Vi S2
D5 D6 Cr +
D2 D7 Vcr

Fig.02 – Primeira Etapa.

2.2. 2ª Etapa (t1, t2):

No instante t1 a corrente no indutor se inverte, e do diodo D1 começa a conduzir. Durante


este intervalo a chave S1 deve ser bloqueada, assim seu bloqueio é suave (não dissipativo), pois a
tensão na chave é zero. O capacitor começa a descarregar e no final desta etapa atinge Vc2. Esta
etapa também acaba quando a corrente no indutor chega a zero no instante t2. Na Fig.03, está
representada a etapa de funcionamento descrita.

D1
D3 D4

Lr
Vo

S1

Vi S2
D5 D6
D7
Cr
+
D2 Vcr
-

Fig.03 – Segunda Etapa.

4
2.3. 3ª Etapa (t2, t3):

No instante t3, a corrente no indutor passa por zero e nenhuma chave está habilitada a
conduzir, pois a chave S1 foi bloqueada e na chave S2 não há ordem de comando. A tensão no
capacitor permanece constante, com o valor Vc2. Esta etapa termina quando S2 é comandada a
conduzir. Na Fig.04 está representada esta etapa de funcionamento.

D1
D3 D4

Lr Vo

S1 iLr=0

Vi S2
D5 D6 Cr +
D2 D7 Vcr
-

Fig.04 – Terceira Etapa.

2.4. 4ª Etapa (t3, t4):

No instante t3 a corrente no indutor é nula e S2 é habilitada com comutação suave. Na


Fig.05 tem-se a representação do circuito desta etapa e a direção da corrente (senoidal) do indutor.
O capacitor descarrega novamente e sua tensão no final da etapa é nula, quando o mesmo habilita a
entrada do diodo D7 em condução.

D1
D3 D4

Lr Vo

S1

Vi
S2 D5 D6 Cr +
D2 D7 Vcr

Fig.05 – Quarta Etapa.

2.5. 5ª Etapa (t4, t5):

No instante t5, o diodo D7 começa a conduzir a corrente do indutor e a tensão no capacitor


neste intervalo é nula, pois o diodo D7 curto circuita o mesmo. A corrente neste intervalo não é mais
senoidal, mas é uma reta com inclinação positiva, pois há somente o indutor e a fonte de entrada
formando o circuito equivalente. Na Fig.06 tem-se a representação do circuito desta etapa.
Esta etapa termina quando a corrente atinge o zero.

5
D1
D3 D4

Lr Vo

S1 iLr=0

Vi S2
D5 D6 Cr +
D2 D7 Vcr
-

Fig.06 – Quinta Etapa.

2.6. 6ª Etapa (t5, t6):

No instante t5 a corrente passa por zero e a tensão no capacitor é nula. Neste intervalo é que
a chave S2 deve ser bloqueada com comutação não dissipativo. Na Fig.07, tem-se o circuito
apresentando esta etapa, que acaba quando a chave S1 é habilitada a conduzir e começa outro
período.

D1
D3 D4

Lr Vo

S1 iLr=0

Vi S2
D5 D6 Cr +
D2 D7 Vcr
-

Fig.07 – Sexta Etapa.

3. Equacionamento:
Nesta parte serão obtidas as expressões da tensão no capacitor Vcr(t) e da corrente do
indutor iLr(t), para cada etapa de funcionamento do conversor.

1ª Etapa (t0, t1):


 iLr  t   0
Assumindo as seguintes condições iniciais: 
 VCr  t   0
Na Fig.08 tem-se o circuito equivalente da primeira etapa, de onde se obtém as expressões
(1) e (2).

6
Vo’
+
Lr -

S1 iLr

+ +
Vi Cr VCr
- -

Fig.08 – Circuito 1ª Etapa

diLr  t 
Vi  Lr  V0'  VCr  t   0 (1)
dt

dVCr  t 
iLr  t   Cr
dt (2)

Aplicando a transformada de Laplace às equações (1) e (2), obtém-se (3) e (4).

Vi  V0'
 Lr sILr  s   ILr  0    VCr  s   0 (3)
s

ILr  s   Cr sVCr  s   VCr  0   (4)

Com as condições iniciais e definido-se 0  1 , e substituindo em (4) e (3) obtém-


Lr Cr
se (5).

VCr  s  
V  V 
i
'
0
2
0
(5)
s s   
2 2
0

Aplicando-se a antitransformada de Laplace à equação (5), obtém-se (6).

VCr  t    Vi  V0'    Vi  V0'  cos  0 t  (6)

Derivando a equação (6), e multiplicando-a por Cr obtém-se a equação (7), que é a corrente
no indutor parametrizada em função de z.

iLr  t  z   Vi  V0'  sen  0 t  (7)

Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge a zero. Pode-se então calcular sua
duração, como mostrado nas equações (8) e (9).

 V  V  sen   t   0
i
'
0 0 1 (8)

7

0 t1    t1  (9)
0

3.1. Plano de Fase da Primeira Etapa

Com a expressão (10) definida como:

z1  t   VCr  t   jiLr  t  z (10)

E substituindo (6) e (7) em (10), obtém-se (11)

z1  t    Vi  V0'    Vi  V0'  e j0 t (11)

O plano de fase correspondente está representado na Fig.09, de onde se obtém as expressões


(12) e (13).

Fig.09 - Plano de Fase da 1ª etapa.

R1  Vi  V0' (12)

VC1  2Vi  2V0'


(13)

2ª Etapa (t1, t2):


 iLr  t   0
Assumindo as seguintes condições iniciais: 
 VCr  t   VC1

Na Fig.10 tem-se o circuito equivalente da segunda etapa, de onde se obtém as expressões


(14) e (15).

8
Vo’
D1 +
Lr -

iLr

+ +
Vi Cr VCr
- -

Fig.10 - Circuito equivalente da 2ª etapa.

diLr  t 
Vi  Lr  V0'  VCr  t   0 (14)
dt

dVCr  t 
iLr  t   Cr (15)
dt

Aplicando a transformada de Laplace às equações (14) e (15) obtém-se (16) e (17).

Vi  V0'
 Lr sILr  s   ILr  0    VCr  s   0 (16)
s

ILr  s   Cr sVCr  s   VCr  0   (17)

Do mesmo modo que na primeira etapa, com as condições iniciais e definido-se


0  1 , e substituindo (17) em (16), obtém-se (18).
Lr Cr

VCr  s  
 V  V    sV
i
'
0
2
0 C1
(18)
s s    s   
2 2
0
2 2
0

Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (18), obtém-se (19).

VCr  t    Vi  V0'    Vi  V0'  VC1  cos  0 t  (19)

Derivando a equação (19), e multiplicando-a por Cr obtém-se a equação (20), que é a


corrente no indutor parametrizada em função de z.

iLr  t  z   Vi  V0'  VC1  sen  0 t  (20)

Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge zero. Pode-se então calcular sua
duração, como mostrado nas equações (21) e (22).

9
V  V
i
'
0  VC1  sen  0 t 2   0 (21)


0 t 2    t 2  (22)
0
Nota-se que a duração da 1ª etapa e da 2ª etapa são iguais, pois a freqüência de ressonância
não varia.

3.2. Plano de Fase da Segunda Etapa

Com a expressão (23) definida como:

z1  t   VCr  t   jiLr  t  z (23)

E substituindo (19) e (20) em (23), obtém-se (24).

z1  t    Vi  V0'    Vi  V0'  VC1  e  j0 t (24)

O plano de fase correspondente está representado na Fig.11, de onde se obtém as expressões


(25) e (26).
iLr z

VC2 Vi+V0' VC1

R2

Ip2

VCr
Fig.11- Plano de Fase da 2ª etapa.

R2  VC1  Vi  V0'  Vi  3V0' (25)

VC2  4V0' (26)

3ª Etapa (t2, t3):


Nesta etapa de funcionamento da estrutura, a corrente no indutor é nula e a tensão no
capacitor é Vc2.

10
4ª Etapa (t3, t4):
 iLr  t   0
Assumindo as seguintes condições iniciais: 
 VCr  t   VC2

Na Fig.12 tem-se o circuito equivalente da segunda etapa.


Vo’
S2
+
Lr -

iLr

+
Cr VCr
-

Fig.12 - Circuito equivalente da 4ª etapa.

Pode-se notar que nesta etapa, o circuito equivalente é semelhante a 2ª etapa, sem a fonte de
entrada (Vi) no circuito. Por esta razão as equações da tensão no capacitor e da corrente no indutor
são idênticas à da 2ª etapa, fazendo Vi nulo. As equações (27) e (28) são respectivamente a tensão
no capacitor e a corrente no indutor.

VCr  t    V0'    V0'  VC2  cos  0 t  (27)

iLr  t  z   V0'  VC2  sen  0 t  (28)

Esta etapa termina quando a tensão no capacitor se anula, e assim pode-se obter a duração
deste intervalo, através de (29) e (30).

V   V
'
0
'
0  VC2  cos  0 t   0 (29)

1  V' 
t 4  arccos  ' 0  (30)
0  V0  V2 

3.3. Plano de Fase da Quarta Etapa

Com a expressão (31) definida como:

z3  t   VCr  t   jiLr  t  z (31)

E substituindo (27) e (28) em (31), obtém-se (32).

z3  t    V0'    V0'  VC2  e  j0 t (32)

11
O plano de fase correspondente está representado na Fig.13, de onde se obtém as expressões
(33) e (34).

iLr z

VC3 0 V0' VC2

R3
R3

I1

VCr
Fig.13 - Plano de Fase da 4ª etapa e 5ª etapa.

R3  VC2  V0'  3V0' (33)

VC3  2V0' (34)

Nota-se pelo gráfico da Fig.13 que a tensão do capacitor é cortado abruptamente para zero
(5ª etapa). Isto acontece pelo fato da tensão do capacitor estar passando por zero e colocando o
diodo D7 em condução, curto-circuitando o capacitor. A corrente no indutor, no entanto, não é nula
e sai de um valor I1 até zero.
Para se obter o valor de I1, utiliza-se o próprio plano de fase da Fig.13, no qual tira-se a
seguinte figura geométrica:

Fig.14 – Triângulo para o calculo de I1.

Da Fig.14, obtém-se (35).

I1  2 2V0' (35)

12
5ª Etapa (t4, t5):
i  t   2 2V0
'
Assumindo as seguintes condições iniciais:  Lr
 VCr  t   0

Na Fig.15 tem-se o circuito equivalente da segunda etapa.


Vo’
S2
+
Lr -

iLr

D7

Fig.15 - Circuito equivalente da 5ª etapa.

Através do circuito da Fig.15, obtém-se o valor da corrente no indutor. Nota-se que


o circuito equivalente é formado somente pela fonte da carga e pelo indutor, ou seja, é um
circuito de primeira ordem, representada por (36) e a tensão no capacitor é nula.

V0'
iLr  t   2 2V0'  t 5 (36)
L

Esta etapa termina quando a corrente no indutor se anula e assim pode-se obter a duração
desta etapa através de (37) e (38).

V0'
2 2V  '
0 t 5  0 (37)
L

t 5  2 2  L (38)

3.4. Plano de Fase da Quinta Etapa

O plano de fase da quinta etapa esta representa da Fig.13 juntamente com a da quarta fase.
A reta onde a tensão no capacitor é nula e a corrente é I1 até onde a corrente se anular, representa o
plano de fase da quinta etapa.

6ª Etapa (t5, t6):

Nesta etapa de funcionamento da estrutura circuito série ressonante, é caracterizada pela


tensão no capacitor corrente no indutor nula.

13
3.5. Plano de Fase Completo.

Com os planos de fases feitos de todas as etapas de funcionamento, pode-se obter o plano
de fase completo do circuito série ressonante, juntando todos os planos de fase etapa por etapa. Na
Fig.16 tem-se o plano de fase completo.

Lr
iLr
Cr

Ip1

R1

0 Vo’ VC2 Vi+Vo’ VC1


Vi-Vo’
R2 VCr

Ip2
R3

I1

Fig.16 – Plano de Fase Completo.

14
4. Formas de Onda Básicas
Com as equações da tensão do capacitor e da corrente do indutor em todas as etapas de
funcionamento, pode-se obter as formas de onda básicas do circuito da Fig01. Na Fig17, apresenta
estas formas de onda.

Fig.17 – Formas de onda básicas.

15
5. Característica de Saída
Analisando a Fig.16 (plano de fase completo), pode-se obter as correntes de pico de cada etapa.
Notar que estas correntes estão parametrizadas em função de z. As equações estão em (39), (40),
(41), (42).

Ip1  Ip1z  R1  Vi  V0' (39)


Ip2  Ip2 z  R2  Vi  3V '
0 (40)
Ip3  Ip3 z  R3  3V0' (41)
I1  I1 z  2 2 V 0' (42)

Isolando a corrente em (39), (40), (41), (42), obtém-se (43), (44), (45), (46).

Vi  V0'
Ip1  (43)
z

Vi  3V0'
Ip2  (44)
z

3V0'
Ip3  (45)
z

2 2V0'
I1  (46)
z

5.2. Calculo da Corrente Média

Para calcular a corrente média na carga, primeiramente será calculada a área da corrente
em cada etapa de funcionamento. Na Fig 18, apresenta as áreas a serem calculadas.

Fig.18 – Corrente no indutor.

16
 Cálculo da A1
Para o calculo da A1, basta integrar a função da corrente no período t1, que esta
apresentada em (47).

t1
Ip1
A1  I sen  0 t dt   cos  0 t1   cos  0  
0 
p1 (47)
0

Como 0 t1   , obtém-se a equação (48) para a área A1.

Vi  V0'
A1  (48)
f0 z

 Cálculo da A2
Para o calculo da A2, basta integrar a função da corrente no período t2, que esta
apresentada em (49).

t 2
Ip2
A2   Ip2sen  0 t dt  
0
cos  0 t 2   cos  0  
0 
(49)

Como 0 t 2   , obtém-se a equação (50) para a área A2.

Vi  3V0'
A2  (50)
f0 z

 Cálculo da A4
Para o calculo da A4, basta integrar a função da corrente no período t4, que esta
apresentada em (51).

t 4
Ip4
A4  I sen  0 t dt   cos  0 t 4   cos  0  
0 
p4 (51)
0

 1
Como 0 t 4  arccos   , obtém-se a equação (52) para a área A4.
3

2V0'
A4  (52)
f0 z

17
 Cálculo da A5
Para o calculo da A5 e observando a área 5 na Fig.18, nota-se que é igual ao um triângulo,
de modo que fica simples o cálculo de A5. A equação (53) mostra a área 5.

I1  t 5 2V0'
A5   (53)
2 f0 z

Para calcular a corrente média na carga, basta somar as áreas calculadas e dividir pelo período de
chaveamento T. A equação (54) apresenta a corrente média na carga.

I'0med 
 A1  A 2  A 4  A 5  (54)
T

Com (54) e parametrizando a corrente média, obtém-se (55).

I'0med  z 2 fs 2
I'0med    0 (55)
Vi  f0 

Onde,
fs
0  (56)
f0

Com (55) e variando a relação de freqüências (56) e com a relação (57), pode-se
traçar um gráfico, no qual é apresentado na Fig.19. Este gráfico representa a característica
de saída.

V0'
q (57)
Vi

18
Fig.19 – Característica de Saída.

6. Projeto e Simulação

Com as especificações dadas Vi  200V , V0  40V , P0  640W e fs  40kHz . Com


estes valores, pode-se dimensionar o capacitor ressonante Cr e o indutor ressonante Lr. Em seguida
será simulado com a ajuda do SPICE para a comprovação teórica.

 Cálculo do indutor e do capacitor


fs
Escolhendo um 0  = 0,40 e como 0  1 , obtém-se uma relação em (58) e
f0 Lr Cr
(59) decorrente de (58).

fs max 40000
f0    100000 Hz (58)
0 0,40

Lr Cr  2.533  1012 (59)

Fazendo q = 0.2, obtém-se outra relação.

V0'  Vi  q  40 V (60)

19
N1 V0' 40
  1 (61)
N2 V0 40

N2
I'0med  I0   16 A (62)
N1
Com o valor de I'0med , obtém-se uma outra relação para Lr e Cr.

2
Lr  I'0med  Vi 
   10,645
Cr  I'0med 
(63)

Com (59) e (63), tem-se.

Cr  500 nF (64)

Lr  5,32 H (65)

Com estes valores do capacitor e do indutor, pode-se com auxilio de um simulador (SPICE)
comprovar a análise teórica realizada.

Simulação:

Como a intenção da simulação é comprovar a análise teórica realizada, os modelos das


chaves não são MOSFET ou um semicondutor existente e sim chaves ON/OFF, assim como os
diodos usados.
Na Fig.20, tem-se o circuito que foi simulado.

Vd1

40Vdc
PW = 11u
PER = 25u S1
+ +
D1 D3 D4
- -
Sbreak L1
0 200Vdc 1 2

A 5.32u
Vd2 V1 S2
+ + D5 D6
- -
Sbreak
C1 D7
TD = 12.5u D2 500nF
PW = 11u 0
PER = 25u

0
Fig.20 – Circuito simulado no SPICE.

20
Resultados da Simulação:
Na Fig.21, tem-se a tensão no capacitor e a corrente no indutor. Comparando a
Fig.17 com a Fig.21, nota-se que o resultado da simulação é muito idêntico ao obtido na
análise teórica, de modo que comprova que a análise esta correta.

(a) (b)
Fig.21 – Tensão no capacitor (a) e corrente no indutor (b).

Na Fig.22, tem-se a tensão Vab e a tensão no interruptor S1. Nota-se que há uma
queda de tensão na tensão Vab, ocasionada pela resistência interna das chaves, que no caso
foi utilizada 0.1 para realizar a simulação.

(a) (b)
Fig.22 0 Tensão Vab e tensão no interruptor S1.

Na Fig.23, tem-se a corrente no interruptor S1 e a corrente no interruptor S2.

21
(b)
(a)
Fig.23 – Corrente no interruptor S1(a) e corrente em S2(b).

Na Fig.24, tem-se a corrente na carga e a potência na carga. Através da simulação


observou-se o valor da corrente média da carga que ficou em aproximadamente 15,2 A e a
potência da carga ficou em aproximadamente em 608 W. Estes valores estão próximos das
especificações. A diferença entre eles é ocasionada pelas perdas que o conversor apresenta,
no caso as chaves e os diodos terem resistências internas.

(a) (b)

Fig.24- Corrente na carga (a) e potência na carga (b).

22
7. Conclusão

Um dos grandes problemas dos conversores que afeta seu rendimento é a comutação
dissipativa dos interruptores. Por esta razão se busca maneiras de realizar a comutação
suave das chaves.
No decorrer deste trabalho, foi apresentado um circuito que busca a comutação suave,
circuito ressonante série, no modo de condução descontinua, onde todas as comutações são
não dissipativa.
Realizou-se a análise do conversor, como as etapas de funcionamento, o
equacionamento do circuito, juntamente com os digramas de fases de cada etapa e a
característica de saída do conversor. Este último item, de grande importância para o
dimensionamento dos componentes do circuito e principalmente para seu entendimento.
Realizou-se também, para comprovar a análise teórica, um projeto do capacitor ressonante
e do indutor ressonante e, por fim, simulou-se o conversor para comparar a teoria com o
simulado.
O projeto do conversor proposto esteve dentro do especificado, no qual foram
analisadas a potência e a corrente média na carga do mesmo. Observa-se que as formas de
ondas do obtido na teoria e no simulado são parecidas, mas não idênticas, pelo simples fato
de o circuito analisado teoricamente ser ideal e na simulação, tentou-se idealizar todos os
componentes, mas os interruptores e os diodos apresentam uma resistência interna, no qual
modifica os valores da potência e da corrente média de saída. Em bancada, notaria-se que
esta diferença seria maior ainda em relação ao circuito ideal.
Pode-se concluir, que este trabalho foi de grande valia para, primeiramente, afirmar que
o estudo teórico é muito importante a se determinar qualquer tipo de conversor, seu
equacionamento, sua característica de saída e seu entendimento de funcionamento. E a
simulação é uma ferramenta muito útil para perceber se esta seguindo um caminho certo.

8. Bibliografia

[1] Barbi Ivo. Pöttker de Souza Fabiana “Conversores CC-CC Isolados de Alta
Freqüência com Comutação Suave”. Edição dos Autores. INEP. Departamento de
Engenharia Elétrica, UFSC. 1999. Florianópolis SC – Brasil.

23
Instituto de Eletrônica de Potência
Departamento de Engenharia Elétrica
Centro Tecnológico

Universidade Federal de Santa Catarina

CONVERSOR RESSONANTE SÉRIE


(Comutação ZVS)
Modo de Condução Contínua

Professores: Ivo Barbi


Fabiana Pöttker de Souza
Aluno: Joabel Moia

Florianópolis, agosto de 2003.

Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC


Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br
Indice:

1. Introdução .............................................................................................. 3

2. Etapas de Funcionamento: ................................................................ 4


2.1- 1ª Etapa (t0, t1): ........................................................................................ 4
2.2- 2ª Etapa (t1, t2): ........................................................................................ 4
2.3- 3ª Etapa (t2, t3): ........................................................................................ 5
2.4- 4ª Etapa (t3, t4): ........................................................................................ 5
2.5- 5ª Etapa (t4, t5): ........................................................................................ 6
2.6- 6ª Etapa (t5, t6): ........................................................................................ 6
2.7- 7ª Etapa (t6, t7): ........................................................................................ 6
2.8- 8ª Etapa (t7, t8): ........................................................................................ 7

3. Equacionamento:.................................................................................. 8
3.1- 1ª Etapa (t0, t1): ........................................................................................ 8
3.2- 2ª Etapa (t1, t2): ........................................................................................ 9
3.3- 3ª Etapa (t2, t3): ...................................................................................... 10
3.4- 4ª Etapa (t3, t4): ...................................................................................... 10

4. Plano de Fase Completo. .................................................................... 11

5. Formas de Onda Básicas .................................................................... 13

6.- Característica de Saída ...................................................................... 13

6. Analise qualitativa da comutação ..................................................... 20

7. Projeto e Simulação ............................................................................. 21

8. Conclusão ............................................................................................... 25

9. Bibliografia ............................................................................................. 25

2
1. Introdução
Será apresentado neste trabalho o estudo analítico de um conversor ressonante, com um diodo (D7)
em paralelo com o capacitor ressonante Cr e com um diodo (D8) de grampeamento, no qual pode ser
visualizado na Fig.01. Este conversor tem a característica de operar com comutação suave do tipo
ZVS, ou seja, comutação com tensão nas chaves nula.
O fato de poder trabalhar com um conversor com comutação não dissipativo, é que o rendimento
da estrutura aumenta e poder operar com freqüência maior, ocasionando a diminuição do circuito em
peso, volume e custo.
Será apresentado também, um projeto do conversor para uma dada potência de saída, tensão de
entrada, tensão de saída e a freqüência de comutação dos interruptores. Por último, realizar-se-á, com o
dados feito no projeto, uma simulação para comprovar o estudo teórico.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr
V0
Vi
D5 D6
S2 D2 C2 D7 Cr

Fig.01 – Circuito Ressonante.

3
2. Etapas de Funcionamento:
A análise será feita para o modo condução contínua (CCM). Neste modo, a corrente do indutor Lr
não se extingue. As comutações são suaves do tipo ZVS (Zero Voltage Switching) no bloqueio e ZCS
(Zero Current Switching) na entrada em condução , com poucas perdas de rendimento do conversor.

2.1- 1ª Etapa (t0, t1):

No instante t0 a corrente no indutor ressonante passa por zero e a chave S1 que já se estava
habilitada começa a conduzir. Esta é a etapa ressonante de carga do capacitor ressonante Cr. A corrente
no indutor cresce senoidalmente e a tensão do capacitor que é nula começa a carregar até Vi. Durante
esta etapa de funcionamento a fonte de entrada transfere energia a carga. Na Fig.02, tem-se o circuito
apresentando esta etapa, que acaba quando a tensão do capacitor ressonante atingir o valor de Vi e o
diodo D8 entra em condução.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr
V0
Vi

D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.02 – Primeira Etapa.

2.2- 2ª Etapa (t1, t2):

No instante t1 a tensão do capacitor ressonante atinge Vi e o diodo D8 entra em condução.


Nesta etapa o indutor ressonante Lr começa a se descarregar linearmente. A tensão no capacitor
ressonante é constante no valor de Vi . Esta etapa acaba quando a chave S1 for desabilitada no instante
t2. Na Fig.03, está representada a etapa de funcionamento descrita.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi

D5 D6 +
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.03 – Segunda Etapa.

4
2.3- 3ª Etapa (t2, t3):

No instante t2, a chave S1 é bloqueada. A tensão no capacitor ressonante permanece constante


com o valor Vi. Quando a chave S1 é bloqueada o capacitor C1 que se encontra descarregado começa a
se carregar e o capacitor C2 que se encontra carregado com tensão Vi começa a se descarregar. Este
bloqueio da chave S1 é com tensão nula, ou seja, suave ZVS. Esta etapa termina quando a tensão de C2
atinge zero e o diodo D2 entra em condução. Na Fig.04 está representada esta etapa de funcionamento.

D8
S1 D1 C1
D3 D4
V0
Lr

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.04 – Terceira Etapa.

2.4- 4ª Etapa (t3, t4):

No instante t3 a tensão de C2 atinge zero, colocando o diodo D2 em condução. Neste instante a


chave S2 deve ser habilitada com comutação suave ZCS, pois a corrente na mesma é nula. A corrente
no indutor continua a se descarregar linearmente e a tensão no capacitor ressonante permanece
constante com o valor Vi. Esta etapa de funcionamento termina quando a corrente no indutor inverter
de sentido e a chave S2 conduz. Na Fig.05, tem-se a representação desta etapa de funcionamento.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Vcr
-

Fig.05 – Quarta Etapa.

5
2.5- 5ª Etapa (t4, t5):

No instante t4 a corrente do indutor inverte de sentido, a chave S2 entra em condução e se inicia


a etapa ressonante de descarga do capacitor ressonante Cr e o diodo D8 é bloqueado no começo desta
etapa. A corrente no indutor evolui senoidalmente. Na Fig.06 tem-se a representação do circuito desta
etapa. Esta etapa termina quando a tensão no capacitor ressonante for nula e coloca o diodo D7 em
condução.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi
D5 D6
+
S2 Cr
D2 C2 D7 Vcr
-

Fig.06 – Quinta Etapa.

2.6- 6ª Etapa (t5, t6):

No instante t5 a tensão no capacitor ressonante é nula colocando o diodo D7 em condução.


Nesta etapa o indutor ressonante Lr começa a se descarregar linearmente novamente. Na Fig.07, tem-se
o circuito apresentando esta etapa, que acaba quando a chave S2 é comandada a bloquear.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi

D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.07 – Sexta Etapa.

2.7- 7ª Etapa (t6, t7):

No instante t6 a chave S2 é comandada a bloquear. Quando a chave S2 é bloqueada, o capacitor


C2 que se encontra descarregado começa a se carregar e o capacitor C1 que se encontra carregado com
tensão Vi começa a se descarregar. Do mesmo modo que a 3ª etapa, a comutação da chave S2 é com
tensão nula, ou seja, suave ZVS. Esta etapa termina quando a tensão de C1 atinge zero e o diodo D1

6
entra em condução. A tensão sobre Cr permanece nula. Na Fig.08 está representada esta etapa de
funcionamento.

D8
S1 D1 C1
D3 D4

Lr V0

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.08 – Sétima Etapa.

2.8- 8ª Etapa (t7, t8):

No instante t7 quando a tensão em C1 atingir zero, o diodo D1 entra em condução. Neste


instante que a chave S1 deve ser habilitada com comutação suave ZCS, pois a corrente na chave é nula.
A corrente se descarrega linearmente até atingir zero e a tensão no capacitor ressonante permanece
constante com valor nulo. Esta é a ultima etapa de funcionamento em um período. Na Fig.09, tem-se a
representação desta etapa de funcionamento.

D8
S1 D1 C1
D3 D4
V0
Lr

Vi
D5 D6
+
S2 D2 C2 D7 Cr Vcr
-

Fig.09 – Oitava Etapa.

7
3. Equacionamento:
Nesta parte serão obtidas as expressões da tensão no capacitor Vcr(t) e da corrente do indutor
iLr(t), para cada etapa de funcionamento do conversor. Pela similaridade do conversor, será analisado
somente meio período de operação.

3.1- 1ª Etapa (t0, t1):


 iLr  t 0   0

 iLr  t1   I1

 VCr  t 0   0
Assumindo as seguintes condições iniciais e finais: 
 VCr  t1   Vi

 Vc 2 (t)  Vi
 Vc1  t   0
Na Fig.10 tem-se o circuito equivalente da primeira etapa, de onde se obtém as expressões (1)
e (2).
Vo
+
Lr -

S1 i Lr

+ +
Vi Cr VCr
- -

Fig.10 – Circuito 1ª Etapa

diLr  t 
Vi  Lr  V0'  VCr  t   0 (1)
dt

dVCr  t 
iLr  t   Cr
dt (2)

Aplicando a transformada de Laplace as equações (1) e (2), obtém-se (3) e (4).

Vi  V0'
 Lr sILr  s   ILr  0    VCr  s   0 (3)
s

ILr  s   Cr sVCr  s   VCr  0   (4)

Com as condições iniciais e definido-se 0  1 , e substituindo em (4) e (3) obtém-se


Lr Cr
(5).

8
VCr  s  
V  V 
i
'
0
2
0
(5)
s s   
2 2
0

Aplicando-se a antitransformada de Laplace à equação (5), obtém-se (6).

VCr  t    Vi  V0'    Vi  V0'  cos  0 t 


(6)

Derivando a equação (6), e multiplicando-a por Cr obtém-se a equação (7), que é a corrente no
indutor parametrizada em função de z.

iLr  t  z   Vi  V0'  sen  0 t 


(7)

Esta etapa termina quando a tensão no capacitor Vcr é igual a Vi. Pode-se então calcular sua
duração, como mostrado nas equações (8) e (9).

Vi  Vi  V0 (1  cos( 0 t )) (8)

1   V0  
t1  ar cos   (9)
 0   Vi  V0  

3.2- 2ª Etapa (t1, t2):


iLr  t 0   I1;iLr  t1   I2

 VCr  t 0   Vi
Assumindo as seguintes condições iniciais e finais: 
 Vc 2 (t)  Vi
 Vc1  t 0   0

Na Fig.11 tem-se o circuito equivalente da segunda etapa, de onde se obtém a expressão (10).
Vo
S1 +
Lr -

iLr

D8

Fig.11 - Circuito equivalente da 2ª etapa.

di Lr (t )
Lr  Vi  0 (10)
dt

9
Separando e integrando a expressão (10) e como o tempo de duração desta etapa de
funcionamento é t2 conforme as expressões (11) e (12).

V0 di Lr (t )
  (11)
Lr dt
t2 I2

 V dt  Lr  di
t1
0
I1
Lr  (t 2  t1 )V0  Lr(I2  I1 ) (12)

Com a expressão (12), pode-se obter a corrente I2 em função de I1 e do tempo de duração desta
etapa, através da expressão (13).
v0
I2  I1  t2 (13)
Lr
A corrente do indutor Lr em função do tempo é representada pela expressão (14).
v0
i Lr (t )  I1  t 2 (14)
Lr

3.3- 3ª Etapa (t2, t3):

Nesta etapa de funcionamento da estrutura, a corrente no indutor e a tensão no capacitor serão


consideradas constantes, pois se assume que a carga do capacitor C1 e a descarga do capacitor C2 são
instantâneas. Isto pode ser feito sem grande prejuízo nos valores finais.

3.4- 4ª Etapa (t3, t4):


iLr  t 3   I2

iLr  t 4   0

Assumindo as seguintes condições iniciais e finais:  VCr  t   Vi
  
 Vc1 t  Vi
V t  0
 c2
Na Fig.12 tem-se o circuito equivalente da segunda etapa.
Vo
+
Lr -

D2 iLr

-
Vi D8
+

Fig.12 - Circuito equivalente da 4ª etapa.

10
Pode-se notar que nesta etapa, o circuito equivalente é semelhante a 2ª etapa, com a fonte de
entrada (Vi) no circuito. Por esta razão as equações da tensão no capacitor e da corrente no indutor são
idênticas à da 2ª etapa, acrescido de Vi. As equações (15) e (16) são respectivamente o tempo de
duração desta etapa e a corrente no indutor.

LrI2
t 4  (15)
Vi  V0

(Vi  V0 )
i Lr (t )  I2  t 4 (16)
Lr

Como dito anteriormente, pela similaridade do conversor, as outras etapas são similares.
Somente uma ressalva deve ser observada, que no primeiro meio período o capacitor ressonante se
carrega até a tensão atingir o valor da fonte de entrada e no segundo meio período o capacitor
ressonante se descarrega até a tensão atingir o valor nulo.

4. Plano de Fase Completo.


Com o equacionamento feito de todas as etapas de funcionamento, pode-se obter o plano de
fase completo do conversor. Na Fig.13 tem-se o plano de fase completo.

Fig.13 – Plano de Fase Completo.

11
Nota-se pelo gráfico da Fig.13 que a tensão do capacitor fica com valor constante em Vi Isto
acontece pelo fato da tensão do capacitor atingir o valor de VI e colocar o diodo D8 em condução.
Quando a corrente do indutor passa por zero, o capacitor se descarrega novamente até chegar em zero,
colocando o diodo D7 em condução.
A partir do gráfico da Fig.13, pode-se obter as expressões de R1 e R2, conforme (19) e (22)

Z1  VCr (t)  iLr (t).Z (17)

Z1  (Vi  V0 )  (Vi  V0 )e jo t (18)

R1  Vi  V0 (19)

Z 2  VCr (t)  iLr (t).Z (20)

Z2  V0  (Vi  V0 )e jo t (21)

R2  Vi  V0 (22)

Observando ainda o gráfico do plano de fase, nota-se que a tensão máxima no capacitor Cr é a
própria tensão da fonte de entrada, ou seja:
Vcrmax= Vi

Do mesmo modo, pode-se determinar a relação V0/Vi. Observa-se pela Fig.13, a relação abaixo
(23)

Vi  2(Vi  V0 )  Vi  2Vi  2V0 )


 Vi  2V0 (23)
V0 1

Vi 2

Assim, para o bom funcionamento da estrutura, a relação de V0/Vi esta expressa em (24).

V0 1
 (24)
Vi 2

12
5. Formas de Onda Básicas
Com as equações da tensão do capacitor Cr e da corrente do indutor Lr em todas as etapas de
funcionamento, e pela simetria do conversor pode-se obter as formas de onda básicas do circuito da
Fig01. Na Fig.14, apresenta estas formas de onda.

Fig.14 – Formas de onda básicas.

6.- Característica de Saída

Analisando a Fig.15, onde esta representada a corrente de carga Io, que é a corrente do indutor Lr
retificada, pode-se obter a corrente média que passa pela carga. Para obtenção desta corrente será
calculada a área definida na Fig.15, calculadas em partes, pois sendo que esta área é composta por três
áreas, A1, A2 e A3.

Fig15. - Corrente Io na carga.

13
 Cálculo da A1
A área A1 corresponde a primeira etapa de funcionamento da estrutura.
Para o calculo da A1, basta integrar a função da corrente no período t1, que esta apresentada em (25).
t1
Ip
A1   Ip .sen(0 t)dt   .cos(0 .t1 )  cos(0) (25)
t0
0

Com a expressão (9) calculada anteriormente da primeira etapa, obtém-se a expressão (26).

  V0 
cos1    0 t1 (26)
 Vi  V0 

Substituindo (26) em (25), tem-se (27).

Ip   V0  I   V  Vi  V0  Ip   Vi 
A1     1   p  0    (27)
0  Vi  V0  0  Vi  V0  0  Vi  V0 

Desenvolvendo (27), obtém-se (28) e finalmente a expressão da área A1 em (29).

Vi  V0 Vi
A1  . (28)
0 z Vi  V0
Vi
A1  (29)
0 z

 Cálculo da A2 e A3
A área A1 corresponde a segunda etapa de funcionamento da estrutura.
Nesta etapa algumas considerações serão feitas, como as expressões (30), (31) e (32).

Ts
 t1  t 2  t 4 ; (30)
2
f
0  s ; (31)
f0
V
q 0; (32)
Vi

Com a analise da segunda etapa de funcionamento da estrutura se obtém a expressão (33).

(I1  I2 )
A2  .t 2 (33)
2

Para a obtenção de I1, observa-se o gráfico da Fig.13, onde se pode tirar a figura geométrica
representada na Fig.16.

14
Fig.16 – Triângulo para calcular I1.

Através da Fig.16, resulta a expressão (34).

Vi  Vi  2V0 
I1  (34)
z

E definindo (35).
  V0 
0 t1    cos1   (35)
 Vi  V0 

Da quarta etapa tem-se expressão para I2, em (36) e (37).

Vi  V0
I2  .t 4 (36)
Lr
V V
I1  I2  0 .t 2  I2  I1  0 .t 2 (37)
Lr Lr

Igualando as expressões (36) e (37), tem-se (38)

Vi  V0 V Vi  V0 Vi  Vi  2V0  V0  Ts 
.t 4  I1  0 .t 2  .t 4   .   t1  t 4  (38)
Lr Lr Lr z Lr  2 

Desenvolvendo (38).

Vi  V0 Vi  Vi  2V0  V0 Ts V0  V0
.t 4   .  .  .t 4
Lr z Lr 2 Lr 0 Lr

15
Vi Vi  Vi  2V0  V0 Ts V0 
.t 4   
Lr z 2Lr Lr 0

Vi  2V0
Vi V0 Ts V0 
t 4  .Lr  
z 2Vi Vi0

1  2q.Lr qTs q
t 4   
z 2 0
 f 
 2  2 0 
  Ts  1  2q.Lr fs 1  2q.z
t 4  q     q 
 0 2  z  20  z0
 
 

q    1  2q 1  2q q   
t 4          
0  0  0 0 0  0 

Vi  V0 V  V0  q   1  2q 
I2  .t 4  i .     
Lr Lr  0  0  0 

Vi  V0 q    1  2q 
I2  .0 .       
z  0  0  0 

Vi  V0    
I2   1  2q  q     
z   0  

Ts T
 t1  t 2  t 4  t 2  s  t1  t 4
2 2

f0
2  2
Ts  1  2q q    fs 1  2q q   
t 2          t 2      
2 0 0 0  0  20 0 0  0 

1    1  2q q   
t 2         
0  0  0 0  0 

16
1    1  2q
t 2      1  q 
0  0  0

Vi  Vi  2V0  Vi  V0    
I1  I2    1  2q  q     
z z   0  

Vi  V0  Vi  Vi  2V0    
I1  I2    1  2q  q     
z   Vi  V0   0  

Vi  V0  1  2q   
I1  I2    1  2q  q     
z  1  q  0  

Com as equações apresentadas acima, pode-se obter as expressões das áreas A2 e A3.

(I1  I2 ) Ts
A2  .t 2 t 2   t1  t 4
2 2

A2 
I1  I2   Ts  t  
A3 
I2 t 4
 2 1   t 4 
2    2

A2 
I1  I2   Ts  t  I1t 4 I2 t 4
2 1  2  2
2  

A2  A3 
I1  I2   Ts  t  I1t 4
2 1  2
2  

f0
2  2
Ts T  fs    1
 t1  s      
2 2 0 20  0  0

1    I1t 4
A2  A3      I1  I2  
20  0  2

I1.t 4 Vi  Vi  2V0   1  2q q   
      
2 2z  0 0  0  

17
I1.t 4 Vi 1  2q    
  1  2q  q     
2 20 z   0  

Vi  1  2q   
I1  I2  1  q   1  2q  q     
z  1  q  0  

Vi       
I1  I2   1  2q  1  q   1  2q  q      
z    0   

Vi          
A2  A3     1 2q  1 q  1 2q  q   1 2q  1 2q  q  (39)
20z  0     0    0 

Nota-se que a expressão (39) é a soma das áreas A2 e a área A3, de modo que vai ser de grande
utilidade para o cálculo da corrente média Io a seguir.

Para calcular a corrente média na carga, basta somar as áreas calculadas e dividir pelo período
de chaveamento T. A equação (40) apresenta a corrente média na carga.

I0med  2
 A1  A 2  A 3  (40)
T
Considerando   t 4 .0 e com as expressões (29) e (39) e desenvolvendo-as, tem-se (41).

Vi
A1 
0 z
   
   1  2q  q     
  0  

Vi    
A2  A3     
20 z  0
 
1  2q  1  q  .  1  2q. 
 

Vi     
A1  A 2  A 3  2     
20 z   0
 
1  2q  1  q .  1  2q. 
 

2Vfi s     
Iomed  2     
2z.2f0   0
 
1  2q  1  q .  1  2q.
 

18
Vi0     
Iomed 
2z
2     
  0 
 
1  2q  1  q .  1  2q. 

(41)

Com (41) e parametrizando a corrente média, obtém-se (42).

Io z 0     
Iomed   2     
Vi 2   0 
 
1  2q  1  q .  1  2q. 

(42)

Com (42) e variando a relação de freqüências (31) e com a relação (32), pode-se traçar um
gráfico, no qual é apresentado na Fig.17. Este gráfico representa a característica de saída. Nota-se no
gráfico que os valores e q, estão abaixo de 0.5, pois como foi calculado anteriormente na expressão
(24), que é o limiar da relação V0/Vi.

Fig.17 – Característica de Saída.

Através da Fig.17, observa-se o comportamento graficamente da expressão (42). Entretanto,


através de simulações do circuito ficou comprovado que esta característica de saída possui um limite
para que funcione para o modo de condução contínua. Este limite foi determinado fazendo-se a
corrente I2 igual a zero e calculando novamente as áreas. O resultado é uma reta que limita então o
funcionamento para o modo de condução contínua. Deste modo, obteve-se novamente um gráfico da
característica de saída, podendo ser visualizado na Fig.18, onde se pode observar o limite dos modos
de condução continua e descontinua.

19
Fig.18 – Característica de Saída (Limites entre DCM e CCM).

6. Analise qualitativa da comutação


A analise qualitativa da comutação das chaves S1 e S2 é feita na entrada em condução e no
bloqueio das mesmas. Observa-se nas etapas de funcionamento apresentado anteriormente que as
comutações nos dois interruptores são não dissipativa, ou seja, suave. Nota-se também que as
comutações dos interruptores são do tipo ZVS no bloqueio das mesmas, caracterizada pelo fato de
haver capacitores em paralelo com as chaves. E na entrada em condução, as comutações das chaves
são do tipo ZCS, pois a corrente sobre as mesmas é nula, caracterizado pelo fato do diodo haver diodos
em paralelo com as chaves. Na Fig.19, tem-se a graficamente a comutação das chaves, no caso, a
tensão e a corrente no momento da comutação.

Fig.19 – Comutação dos Interruptores (tensão e corrente em S1).

20
7. Projeto e Simulação

Com as especificações dadas Vi  200V , V0  40V , P0  1200W e fs  40kHz . Com


estes valores, pode-se dimensionar o capacitor ressonante Cr e o indutor ressonante Lr. Em seguida será
simulado com a ajuda do SPICE para a comprovação teórica.

 Cálculo do indutor e do capacitor


fs
Escolhendo um 0  = 0,80 como 0  1 , obtém-se uma relação em (43) e
f0 Lr Cr
(44) decorrente de (43) e das relações de Cr e Lr com a freqüência.

fs max 40000
f0    50000 Hz (43)
0 0,40

Lr Cr  10.13  10 12 (44)

Como q = 0.2, obtém-se outra relação.

V0'  Vi  q  40 V (45)

N1 V0' 40
  1 (46)
N2 V0 40

Com a expressão (47), tem-se a corrente Io, através da potência dada.


V0
P0   I0  30A (47)
I0
Com (47) se obtém (48).
N
I'0med  I0  2  30A (48)
N1
Com o valor de I'0med , calculada através da expressão (42), obtém-se uma outra relação para Lr
e Cr em (49).

Io z 0     
Iomed   2     
Vi 2   0
 
1  2q  1  q .  1  2q. 
 
Iomed  0,541

2
Lr  I'0med  Vi 
   13
Cr  I'0med  (49)

Com (44) e (49), tem-se.

21
Cr  883 nF (50)

Lr  11,5 H (51)

Com estes valores do capacitor e do indutor, pode-se com auxilio de um simulador (SPICE)
comprovar a análise teórica realizada.

Simulação:

Como a intenção da simulação é comprovar a análise teórica realizada, os modelos das chaves
não são MOSFET ou um semicondutor existente e sim chaves ON/OFF, assim como os diodos usados.
Na Fig.20, tem-se o circuito que foi simulado.

V1
S1
PER = 25u + +
PW = 12.4u D8
- -
TD = 0 D1 C1
R3
0.2n
10meg D13
D3 D4

Vi Lr Vo
1 2

200Vdc 11.5uH 40
V2 S2
+ +
D5 D6
PER = 25u
- -
TD = 12.5u
PW = 12.4u D2 C2 D7 Cr
R4
D20 0.2n 883nF
10meg

Fig.20 – Circuito simulado no SPICE.

Resultados da Simulação:
Na Fig.21, tem-se a tensão no capacitor e a corrente no indutor. Comparando a Fig.14
com a Fig.21, nota-se que o resultado da simulação é muito idêntico ao obtido na análise
teórica, de modo que comprova que a análise esta correta.

22
(a) (b)
Fig.21 – Tensão no capacitor (a) e corrente no indutor (b).

Na Fig.22, tem-se a tensão no interruptor S1 e o detalhe da comutação. Nota-se que a


comutação é não dissipativa, pois quando a tensão esta subindo para o valor da tensão de
entrada a corrente já é nula. Esta representada o bloqueio da chave S1, que é comutação suave
do tipo ZVS. As formas de onda da chave S2 são idênticas, porém estão defasadas de 180º da
chave S1.

(a) (b)
Fig.22 Tensão e corrente no interruptor S1 (a) e detalhe da comutação (b).

Na Fig.23, tem-se a corrente na carga e a potência na carga. Através da simulação


observou-se o valor da corrente média da carga que ficou em aproximadamente 29,3 A e a
potência da carga ficou em aproximadamente em 1.17 KW. Estes valores estão próximos das
especificações. A diferença entre eles é ocasionada pelas perdas que o conversor apresenta, no
caso as chaves e os diodos terem resistências internas.

23
(a) (b)
Fig.23- Corrente na carga (a) e potência na carga (b).

Pode-se ainda, através da simulação, plotar o plano de fase completo do conversor, conforme a
Fig. 24. Comparando a Fig.24 com a Fig.13, os planos de fase são idênticas, de modo que a analise
feita esta correta.

Fig.24 – Plano de fase completo simulado.

24
8. Conclusão
Um dos grandes problemas dos conversores que afeta seu rendimento é a comutação dissipativa
dos interruptores. Por esta razão se busca maneiras de realizar a comutação suave das chaves.
No decorrer deste trabalho, foi apresentado um circuito que busca a comutação suave, circuito
ressonante série com um diodo grampeador, no modo de condução continua, onde todas as comutações
são não dissipativa, ZVS no bloqueio e ZCS na entrada em condução das mesmas.
Realizou-se a análise do conversor, como as etapas de funcionamento, o equacionamento do
circuito, juntamente com o digrama de fase completo e a característica de saída do conversor. Este
último item, de grande importância para o dimensionamento dos componentes do circuito e
principalmente para seu entendimento. Realizou-se também, para comprovar a análise teórica, um
projeto do capacitor ressonante e do indutor ressonante e, por fim, simulou-se o conversor para
comparar a teoria com o simulado.
O projeto do conversor proposto esteve dentro do especificado, no qual foram analisadas a
potência e a corrente média na carga do mesmo. Observa-se que as formas de ondas do obtido na teoria
e no simulado são idênticas.
Pode-se concluir, que este trabalho foi de grande valia para, primeiramente, afirmar que o estudo
teórico é muito importante a se determinar qualquer tipo de conversor, seu equacionamento, sua
característica de saída e seu entendimento de funcionamento. E a simulação é uma ferramenta muito
útil para perceber se esta seguindo um caminho certo.

9. Bibliografia
[1] Barbi Ivo. Pöttker de Souza Fabiana “Conversores CC-CC Isolados de Alta
Freqüência com Comutação Suave”. Edição dos Autores. INEP. Departamento de
Engenharia Elétrica, UFSC. 1999. Florianópolis SC – Brasil.

25
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SANTA CATARINA

Instituto de Eletrônica de Potência

Dissertação de Mestrado
Relatório Técnico 01

Odair José Custodio

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC


Departamento de Engenharia Elétrica
16 de março de 2012

Orientador
Ivo Barbi, Dr. Ing.
UFSC / INEP

Co-Orientador
Telles B. Lazzarin, Dr.
IFSC
Sumário

1 Conversor Paralelo Ressonante 1


1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Topologia do PRC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3 Funcionamento do PRC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3.1 Razão Cı́clica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Funcionamento para D = 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4.1 Etapas de funcionamento para q < 1 . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4.2 Equacionamento para q < 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4.3 Parametrização das equações da corrente . . . . . . . . . . . . 10
1.4.4 Funcionamento para q > 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.4.5 Condição crı́tica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.4.6 Máxima corrente média de saı́da . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.4.7 Frequência máxima de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . 13
1.4.8 Variação da frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.4.9 Exemplo de projeto com variação da frequência . . . . . . . . 15
1.5 Funcionamento para D < 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.5.1 Etapas de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.5.2 Equacionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.5.3 Parametrização das equações da corrente . . . . . . . . . . . . 21
1.5.4 Condição crı́tica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

ii
Capı́tulo 1

Conversor Paralelo Ressonante

1.1 Introdução
O presente trabalho é dedicado ao estudo e projeto de um conversor CC-CC para
ser utilizado na alimentação de um TWTA (Travellig Wave Tube Amplifier ). Este
equipamento é utilizado para amplificar um sinal elétrico de frequência muito alta,
na faixa de Giga-Hertz, tipicamente para gerar sinais de microondas.
O TWTA é composto de vários elementos que necessitam de alimentações com
tensões distintas, sendo que estas tensões estão na ordem dos kilo-Volts.
Outro fator a ser destacado é que o TWTA é alimentado em tensão, ou seja, a
caracterı́stica de saı́da do conversor que o alimenta é a de uma fonte de tensão.

1.2 Topologia do PRC


Como a tensão de alimentação do conversor está em torno de 300V e a tensão de
saı́da precisa estar na casa dos kilo-Volts, este conversor deve possuir um ganho muito
elevado. A colocação de um transformador com elevada relação de transformação
facilita a obtenção deste ganho e provê isolação ao conversor.
Pesquisando a literatura disponı́vel, (citar referência), um transformador operando
com relação de transformação elevada e em altas frequências (de 20kHz até 150kHz)
é modelado pelo circuito equivalente mostrado na figura 1.1, sendo que todos os
parâmetros estão refletidos para o primário.

Figura 1.1: Modelo equivalente de um transformador operando em alta frequência


e com alta tensão.

O parâmetro Lm indica a indutância de magnetização, Ld indica a indutância de

1
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 2

dispersão e C indica a capacitância existente entre as espiras que, no caso deste tipo
de transformador, não pode ser desprezada por conta do elevado número de espiras
necessário para gerar a alta tensão no secundário.
Para aproveitar os parâmetros intrı́nsecos do transformador, uma topologia que
se mostra bastante adequada para esta aplicação é a Paralelo Ressonante (PRC -
Parallel Resonant Converter ), com saı́da em Tensão, que é mostrada na figura 1.2.
Observa-se que o modelo do transformador foi integralmente utilizado nesta
topologia, sendo que a indutância magnetizante foi suprimida porque não tem in-
fluência significativa no funcionamento.

Figura 1.2: Topologia do Conversor Ressonante Paralelo.

Uma grande vantagem que esta topologia possui é a possibilidade de ter comu-
tação suave em todos os semicondutores, desde que o sentido da corrente em Lr seja
adequado.

1.3 Funcionamento do PRC


A primeira análise do funcionamento do PRC desconsidera o fenômeno da comutação
e a existência de tempo morto.
Em algumas etapas de funcionamento (que serão explicadas mais adiante), os
elementos Cr e Lr ficam em série, formando um circuito ressonante, cuja frequência
natural de oscilação é dada pela equação 1.1.
1
f0 = √ (1.1)
2π Cr · Lr
São definidas algumas variáveis auxiliares que serão usadas na parametrização
das equações:
V0
q= (1.2)
V1
fs
µ0 = (1.3)
f0
A equação 1.2 indica o ganho estático do conversor. A equação 1.3 indica a
relação entre a frequência de comutação fs e a frequência f0 .
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 3

Será feito inicialmente o estudo considerando que os pulsos de comando dos dois
braços estão sempre defasados de 180 graus. Na sequência, será feito o estudo para
a modulação Phase-Shift.
Verifica-se que a diferença de tensão entre os pontos a e b (tensão vab ) é uma
onda quadrada com 2 nı́veis (+V1 e −V1 ) no caso de 180 graus de defasagem e com
3 nı́veis (+V1 , 0 e −V1 ) nos outros casos.
O par LC por sua vez pode ser entendido como um filtro “passa-baixa” de segunda
ordem onde o ganho para frequências maiores do que f0 cai a 40dB por década.
A análise e os gráficos serão feitos considerando que a tensão de saı́da é constante
para preservar a caracterı́stica da carga.

1.3.1 Razão Cı́clica


A razão cı́clica adotada neste estudo é definida como a defasagem entre os pulsos
de comando dos dois braços (Phase-Shift). No caso da defasagem ser 180 graus, D
é igual a 1.

Figura 1.3: Definição da Razão Cı́clica.

1.4 Funcionamento para D = 1


1.4.1 Etapas de funcionamento para q < 1
Será feito inicialmente a análise para razão cı́clica igual a 1 e ganho estático menor
do que 1.

Primeira Etapa
A primeira etapa de funcionamento inicia quando os interruptores S1 e S4 são aciona-
dos. O circuito resultante é mostrado na figura 1.4. As condições iniciais desta etapa
são: iLr = −I1 e vCr = −V0 .
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 4

Figura 1.4: Circuito resultante na primeira etapa.

Nesta etapa, a tensão sobre a indutância Lr é igual a V1 + V0 e a sua corrente


aumenta1 linearmente de −I1 até 0.
A corrente de saı́da i0 é igual a corrente em Lr havendo, portanto, transferência
de energia para a carga. O restante da energia acumulada em Lr retorna para a
fonte visto que o sentido da corrente nela é positivo (ou negativo??? VALIDAR!!!!).
A tensão no capacitor não sofre variação e a duração desta etapa é ∆t1 .
No plano de fase, esta etapa é representada pela linha reta vertical que vai de
−Z.I1 até 0.

Segunda Etapa
A segunda etapa inicia quando a corrente na indutância chega a zero. Como a
corrente da carga na etapa 1 é igual a da indutância, no momento que a mesma é
zerada, os diodos se bloqueiam visto que a tensão sobre o capacitor é −V0 . Desta
forma a corrente iLr circula pelo capacitor Cr e não há corrente para a carga.
O circuito resultante nesta etapa é mostrado na figura 1.5.

Figura 1.5: Circuito resultante na segunda etapa.

Nesta etapa ocorre ressonância entre a indutância e a capacitância onde a tensão


no capacitor varia de −V0 até +V0 e a corrente no indutor varia de 0 até I2 não
havendo transferência de energia para a carga.
A duração desta etapa é ∆t2 . No plano de fase, esta etapa é representada pelo
semi-circulo com centro em (V1 , 0), posição inicial (−V0 , 0) e posição final (+V0 , Z.I2 ).
O raio deste semi-circulo é V1 + V0 .
1
O módulo do valor da corrente diminui, indicando que a energia armazenada está diminuindo
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 5

É importante observar que tanto o valor final da corrente nesta etapa (I2 ) quanto
a duração da mesma (∆t2 ) dependem somente dos parâmetros Lr, Cr, V1 e V0 , ou
seja, não dependem da frequência de comutação.

Terceira Etapa
A terceira etapa começa quando a tensão na capacitância atinge o valor +V0 . Desta
forma, os diodos da ponte voltam a ficar polarizados e a corrente iLr circula nova-
mente pela carga. O circuito resultante nesta etapa está mostrado na figura 1.6.

Figura 1.6: Circuito resultante na terceira etapa.

Nesta etapa a indutância fica submetida a tensão V1 −V0 e a sua corrente aumenta
linearmente até o valor +I1 , pelo fato de V1 ser maior do que V0 . A tensão na
capacitância não tem variação. No plano de fase, esta etapa é representada pela
linha reta vertical que vai de +Z.I2 até +Z.I1 .
A duração desta etapa é ∆t3 (que é igual a Ts /2 − (∆t1 + ∆t2 )).

Quarta Etapa
Esta etapa inicia quando os interruptores S2 e S3 são acionados. O circuito resultante
nesta etapa está mostrado na figura 1.7. O funcionamento do conversor nesta etapa é
igual ao da primeira etapa, porém com as polaridades de corrente e tensão invertidas
em Lr e Cr, ou seja, iLr decresce de +I1 até 0 e vCr = +V0 .

Figura 1.7: Circuito resultante na quarta etapa.


CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 6

Quinta Etapa
O funcionamento na quinta etapa é análogo ao da segunda etapa. O circuito resul-
tante nesta etapa está mostrado na figura 1.8.

Figura 1.8: Circuito resultante na quinta etapa.

Sexta Etapa
O funcionamento na quinta etapa é análogo ao da terceira etapa. O circuito resul-
tante nesta etapa está mostrado na figura 1.9.

Figura 1.9: Circuito resultante na sexta etapa.

Formas de Onda
As formas de onda das 6 etapas estão mostradas na figura 1.10.

Plano de Fase
O plano de fase mostrando as etapas de operação está na figura 1.11.

1.4.2 Equacionamento para q < 1


Todo o equacionamento será feito para meio perı́odo de comutação visto que para a
outra metade, o funcionamento é o mesmo.
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 7

Figura 1.10: Formas de onda para D = 1 e q < 1.

Na primeira etapa (linear), a seguinte equação é obtida:


I1
∆t1 = Lr (1.4)
V1 + V0
Na segunda etapa (ressonante), as equações são extraı́das do Plano de Fase.
Lembrando que para um circuito LC ressonante (igual àquele gerado na segunda
etapa de funcionamento), a frequência natural de oscilação é:
1
ω0 = √
L·C
O perı́odo de uma oscilação é:

T0 = 2π L · C

A impedância caracterı́stica do circuito é:


r
L
Z=
C
Conforme mostrado na figura 1.12, a corrente em Lr evolui de 0 até I2 . Isso
forma o triângulo retângulo com catetos V1 − V0 e Z.I2 e hipotenusa V1 + V0 .
A partir deste triângulo as seguintes equações são extraı́das:

(V1 − V0 )2 + (Z · I2 )2 = (V1 + V0 )2 (1.5)


CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 8

Figura 1.11: Plano de fase para D = 1 e q < 1.

 
−1 V1 − V0
β = cos (1.6)
V1 + V0
Utilizando a variável q (ganho estático) e manipulando a equação 1.5, a corrente
I2 fica determinada:

q
I2 = 2 · V1 q (1.7)
Lr
Cr

Da mesma forma, ∆t2 é determinado:



 
−1 1−q
∆t2 = Cr · Lr · cos (1.8)
1+q
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 9

Figura 1.12: Plano de fase para da segunda etapa.

Na terceira etapa (linear), as seguintes equações são obtidas:


V1 − V0
I1 = I2 + ∆t3 (1.9)
Lr
Ts
− (∆t1 + ∆t2 )
∆t3 = (1.10)
2
Como I2 e ∆t2 já ficam completamente determinados pelos parâmetros do cir-
cuito, resta calcular I1 e ∆t1 .
Com a equação resultante da substituição da equação 1.10 na equação 1.9 mais
a equação 1.4, obtém-se um sistema com duas equações e duas incógnitas, cuja
resolução é a seguinte:

  √
1−q
√ √ Ts cos−1 1+q
· Cr · Lr
∆t1 = q · Cr · Lr + (1 − q) − · (1 − q) (1.11)
4 2

h √ √ −1

1−q
 √ i
V1 (q + 1) · 4 · q· Cr · Lr + T s (1 − q) − 2 · cos 1+q
· Cr · Lr (1 − q)
I1 =
4 · Lr
(1.12)
Em meio perı́odo de comutação, a corrente de saı́da é igual a corrente na in-
dutância Lr nas etapas 1 e 3. Desta forma, seu valor médio é dado pela equação:
 
1 I1 · ∆t1 I1 + I2
Iomed = T s · + · ∆t3 (1.13)
2
2 2
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 10

Substituindo-se o valor de I1 , I2 , ∆t1 e ∆t3 na equação 1.13, obtém-se a seguinte


equação para Iomed :

√ h √   i
Cr · Lr 8 · V1 · q (1 + q) − 4 · V1 · cos−1 1−q
1+q
· (1 − q 2
)
Iomed =
 8 · Lr 
√  
−1 1−q
 2
−1 1−q 2
Cr · Lr 16 · V1 · q + 16 · V1 · q · cos 1+q
· (1 + q) − 4 · V1 · cos 1+q
· (1 − q )

8 · Lr · T s
2
T s · V1 (1 − q )
+
8 · Lr
(1.14)

1.4.3 Parametrização das equações da corrente


A parametrização é importante para desatrelar as equações dos parâmetros fı́sicos
(como valor de indutância e capacitância) e com isso perceber a essência do fun-
cionamento do conversor.
O seguinte valor base para corrente foi arbitrado:
V1
Ibase = q (1.15)
Lr
Cr

Desta forma, a corrente parametrizada assume a forma:


I
I= (1.16)
√V1Lr
Cr

A parametrização faz uso da variável auxiliar µ0 (definida na equação 1.3) que,


ao ser desenvolvida, permite obter a seguinte equação:

2 · π · Cr · Lr
µ0 = (1.17)
Ts
A corrente I1 parametrizada assume o seguinte valor:
I1
I1 = (1.18)
√V1Lr
Cr

Que ao ser manipulada utilizando as variáveis auxiliares gera a seguinte ex-


pressão:

√ 
1−q

π · (1 − q 2 ) + 2 · q · µ0 · (1 + q) − µ0 · cos−1 1+q
· (1 − q 2 )
I1 = (1.19)
2 · µ0
A corrente I2 parametrizada é dada pela equação:

I2 = 2 · q (1.20)
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 11

A corrente média de saı́da parametrizada é dada pela seguinte equação:

 2
1−q
2
π(1 − q ) q · µ0 µ0 · cos−1 · (1 − q 2 )
1+q
Iomed = − +
4 · µ0 π 4·π
 
−1 1−q 2 √  
−1 1−q
√ cos 1+q
· (1 − q ) · q · µ0 · cos 1+q
· (1 + q)
+ q · (1 + q) − −
2 π
(1.21)
O gráfico da figura 1.13 mostra o comportamento da equação 1.21. Esta figura
ilustra o comportamento estático do conversor, ou seja, seu ganho em função da
variação da corrente de carga, para várias frequências diferentes, parametrizadas
pela variável µ0. 2

q 3

µ0=0.1
µ0=0.6 µ0=0.4 µ0=0.2

0
2 4 6 Iomed

Figura 1.13: Ganho do conversor versus corrente média de saı́da, para vários µ0.

Conforme visto na figura 1.13, o ganho estático sempre se torna maior do que
1 para baixos valores de corrente de carga, para todos os valores de µ0 (que são
valores realistas para o trabalho em questão).
Em relação as etapas que foram estudadas anteriormente, este fato leva à uma
inversão da derivada da corrente em Lr nas etapas 3 e 6. Ou seja, ao invés do
módulo do valor da corrente aumentar, ele diminui.

1.4.4 Funcionamento para q > 1


Na figura 1.14 é mostrada a forma de onda na indutância Lr. Todo o equacionamento
mostrado anteriormente continua válido visto que as etapas de funcionamento e as
equações continuam as mesmas. A inversão da derivada da corrente nas etapas 3 e
6 acontece porque a tensão na indutância (V1 − V0 ) também muda de polaridade.
A análise da figura mostra que quanto maior o valor de q, mais inclinada fica
a forma da corrente nas etapas 3 e 6, chegando a um ponto que, dependendo da
2
As curvas mostradas são decorrentes diretamente da equação, porém, para baixa corrente de
carga, elas não são válidas e serão melhor explicadas adiante
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 12

Etapa 1 2 3 4 5 6
S1
S2
S3
S4

Δt1 Δt2 Δt3


iLr
I2
I1
0
-I1
-I2

i0
I2

I1
0

Figura 1.14: Corrente na indutância e na saı́da, para q > 1.

combinação entre q e µ0, a corrente se anula antes da próxima comutação. Caso


isso aconteça, surge uma nova etapa (que não foi descrita anteriormente) em que
a corrente vai se inverter e/ou ainda vai ficar oscilando entre valores positivos e
negativos. Isto acontece por causa da ressonância formada entre os elementos Cr e
Lr, visto que a carga vai se “desconectar” do circuito. Nesta situação o conversor
opera no modo descontı́nuo (MDC ).
O estudo desta etapa está fora do escopo deste trabalho visto que a mesma não
é desejável por conta de não se poder ter comutação suave.

1.4.5 Condição crı́tica


A condição crı́tica de funcionamento do conversor (limiar entre MCC e MDC ) é
quando a corrente em Lr se anula no exato instante em que ocorre a próxima comu-
tação. Isso significa que I1 e ∆t1 são iguais a 0. Para determinar a combinação entre
q e µ0 que gera esta situação, basta fazer I1 = 0, que obtém-se a seguinte relação
entre q e µ0:

π · (q − 1)
µ0crit = √   (1.22)
−1 1−q
2 · q + cos 1+q
· (q − 1)
O gráfico desta equação está mostrado na figura 1.15.
Pode se observar pelo gráfico que o valor de q crı́tico tende a 1 quando µ0 tende
a zero. Isso significa que para q ≤ 1 não existe µ0crit .
Resolvendo-se numericamente os valores de q crı́tico para cada µ0, se chega na
tabela 1.1. A figura 1.16 mostra novamente o gráfico do ganho estático versus a
corrente média de carga parametrizada, partindo do ponto de q crı́tico.
Analisando-se a figura 1.16, conclui-se que para valores baixos de µ0, o conversor
se comporta como uma fonte de tensão e que para valores maiores, ele se comporta
como uma fonte de corrente.
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 13

q 10

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 µ0

Figura 1.15: Relação entre q e µ0 que zera a corrente I1 .

µ0 q Iomed
0,1 1,069 0,981
0,2 1,153 0,961
0,3 1,255 0,940
0,4 1,384 0,917
0,5 1,555 0,892
0,6 1,793 0,864
0,7 2,155 0,832
0,8 2,794 0,793
0,9 4,364 0,743

Tabela 1.1: Valores de q crı́ticos para cada µ0 e a respectiva corrente parametrizada.

1.4.6 Máxima corrente média de saı́da


O gráfico da figura 1.16 mostra que a máxima corrente média de saı́da é obtida para
valores de q → 0. A equação que determina estevalor  é conseguida substituindo-se
−1 1−q
q por 0 na equação 1.14 e verificando que cos 1+q
= cos−1 (1) = 0.
T s · V1
Iomed,max = (1.23)
8 · Lr
Esta mesma equação é obtida ao se utilizar a definição de Iomed da equação 1.13
substituindo-se I2 e ∆t2 por 0, além do próprio q nas outras equações.

1.4.7 Frequência máxima de funcionamento


A máxima frequência de comutação que mantém as mesmas etapas de funcionamento
é aquela em que ocorre a comutação logo após a tensão na capacitância migrar de
−V0 para +V0 e vice-versa. Em outras palavras, nesta situação I1 = I2 e ∆t3 = 0.
As equações que definem I2 e ∆t2 continuam as mesmas. A equação que deter-
mina ∆t1 se torna:

2 · Cr · Lr √
∆t1 = · q (1.24)
1+q
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 14

q 3

µ0=0.1
µ0=0.6 µ0=0.4 µ0=0.2
0
0 2 4 6
Iomed

Figura 1.16: Ganho do conversor versus Iomed , para vários µ0.

O mı́nimo perı́odo de comutação (máxima frequência) é dado por:


 √

 
2 q −1 1−q
T smin = 2 (∆t1 + ∆t2 ) = 2 Cr · Lr · + cos (1.25)
1+q 1+q
Aplicando-se a frequência máxima na definição da variável µ0, descobre-se o
µ0max :
π
µ0max = √   (1.26)
2 q 1−q
1+q
+ cos−1 q+q

A variação de µ0max com a variação de q pode ser verificado no gráfico da figura


1.17.
µ0max

0
0 0.5 1 1.5 q

Figura 1.17: Variação de µ0max para variação de q.

A corrente média de carga pode ser calculada utilizando a seguinte relação:


 
1 I1 · ∆t1
Iomed = T smin · (1.27)
2
2
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 15

Que ao ser expandida dá origem a seguinte equação:


r
Cr V1 · q
Iomed = 2 · √   (1.28)
Lr 2 q + (q + 1) · cos−1 1−q
1+q

Na figura 1.18 são mostradas as formas de onda para o conversor operando na


frequência máxima em que as equações deduzidas são válidas.

Etapa 1 2 4 5
S1
S2
S3
S4

Δt1 Δt2
iLr
I1

-I1

i0
I1

vCr
+V0

-V0

Figura 1.18: Funcionamento do conversor na frequência máxima.

1.4.8 Variação da frequência


A figura 1.19 mostra o comportamento do conversor com a variação da frequência,
para diversos valores de ganho estático. Nela se percebe a diferença de comporta-
mento radical entre ganhos maiores e menores do que 1.
Para q > 1, o conversor aumenta a corrente de carga com o aumento da frequência
até um valor máximo, onde a curva sofre uma inflexão e a partir daı́, a corrente
começa a diminuir novamente. Para q < 1 no entanto, o comportamento é mais
homogêneo, com a corrente diminuindo com o aumento da frequência.

1.4.9 Exemplo de projeto com variação da frequência


O procedimento de projeto adotado é adequado somente para valores de q < 1.
As especificações iniciais são: P = 1000W e V1 = 300V .
Por experiência com outros projetos, sabe-se que os parâmetros intrı́nsecos de
um transformador similar são, por exemplo, Cr = 2nF e Lr = 30µH, que levam a
uma frequência natural de oscilação (f0 ) em torno de 650kHz.
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 16

µ0

0.8

0.6

0.4

0.2 q=1,1
q=0,7
q=0,9
q=1
0
0 1 2 3 4 Iomed

Figura 1.19: Variação de Iomed em relação a µ0.

Como na fabricação este tipo de transformador pode ter grandes variações paramétri-
cas, é importante (e prudente) adicionar um indutor e um capacitor externos para
deixar o conversor mais robusto frente a estas alterações. Com isso, a frequência
natural de oscilação diminui.
Foi arbitrado que a corrente nominal será fornecida com o conversor operando a
20kHz e que o µ0 correspondente é 0, 2. Com isso, tem-se:
fs
f0 = (1.29)
µ0
No exemplo, f0 = 100kHz.
O ganho escolhido foi q = 0, 7 porque permite utilizar o µ0 arbitrado e ainda ter
uma boa redução da corrente de carga com o aumento da frequência. Além disso,
para ganhos menores, haveria necessidade de aumentar o número de espiras, o que
levaria a um tamanho maior do transformador e maior capacitância.
A corrente média nominal de carga é definida pela relação:
P0
Iomed = (1.30)
q · V1
No exemplo, Iomed = 4, 76A.
Através da equação 1.21 se chega ao valor da corrente média parametrizada:
Iomed = 2, 915.
As equações de f0 e Iomed formam um sistema de duas equações e duas incógnitas
(Cr e Lr):
Iomed
Iomed =
√V1Lr
Cr (1.31)
1
f0 = √
2π Cr · Lr
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 17

A resolução deste sistema leva às seguintes equações:


Iomed
Cr = (1.32)
2 · π · V1 · f0 · Iomed
V1 · Iomed
Lr = (1.33)
2 · π · f0 · Iomed
Substituindo os dados nestas duas equações, os seguintes resultados são consegui-
dos: Cr = 8, 67nF e Lr = 292, 26µH. Isso indica que o valor base da parametrização
(definido pela equação 1.15) é Ibase = 1, 64A.
A máxima frequência em que este conversor pode operar (mantendo as mesmas
etapas de operação) é dado pela equação 1.26, que resulta em µ0max = 1, 32.
Operando na máxima frequência, o valor da corrente média parametrizada é
Iomed = 0, 346, que representa apenas 12% do valor nominal, ou seja, 0, 56A.

1.5 Funcionamento para D < 1


O funcionamento do PRC será apresentado primeiramente para q < 1.

1.5.1 Etapas de funcionamento


Quando a razão cı́clica (definida na sub-seção 1.3.1) assume um valor menor que 1,
aparece uma nova etapa de operação no PRC. Nesta etapa, não há transferência de
energia da fonte para a carga visto que a tensão vab é igual a zero. Em meio ciclo de
operação, as três primeiras etapas são as mesmas (comparando com o funcionamento
do PRC com D = 1 mostrado na sub-seção 1.4.1).
Será mostrado primeiramente o comportamento do PRC para q < 1.

Primeira etapa
Funcionamento idêntico ao da primeira etapa para D = 1.

Segunda etapa
Funcionamento idêntico ao da segunda etapa para D = 1.

Terceira etapa
Funcionamento parecido ao da terceira etapa para D = 1. As diferenças são que
a corrente final desta etapa é chamada de I3 e que a duração da mesma (∆t3 ) é
calculada de maneira diferente (a ser visto mais adiante).

Quarta etapa
Esta etapa inicia quando o interruptor S3 é acionado. O circuito resultante está
mostrado na figura 1.20. Nesta etapa a tensão vab é igual a zero e a indutância Lr
fica submetido a tensão −V0 , que faz com que sua corrente diminua de I3 até chegar
no valor +I1 no final da etapa. A duração da mesma é ∆t4 . A corrente de carga é
igual a corrente iLr e a tensão vCr permanece em +V0 .
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 18

S1 S3 iLr
i0
a
V1 +
vCr V0
-
b

S2 S4

Figura 1.20: Circuito resultante na quarta etapa.

Demais etapas
O funcionamento do PRC na segunda metade do perı́odo de comutação (T s) é
similar ao da primeira metade, apenas invertendo o sentido e polaridade de algumas
tensões e correntes. O ciclo completo está mostrado na figura 1.22.
O circuito resultante na oitava etapa está mostrado na figura 1.21.

S1 S3 iLr
i0
a
V1 +
vCr V0
-
b

S2 S4

Figura 1.21: Circuito resultante na oitava etapa.

O funcionamento do PRC para D < 1 pode ser visto também no Plano de Fase,
mostrado na figura 1.23.

1.5.2 Equacionamento
O modo de gerar as equações para esta forma de funcionamento é idêntica a forma
anterior. Na primeira etapa (linear), a seguinte equação é obtida:
I1
∆t1 = Lr (1.34)
V1 + V0
Na segunda etapa (ressonante), as equações também são as mesmas que as obti-
das anteriormente:

q
I2 = 2 · V1 q (1.35)
Lr
Cr


 
−1 1−q
∆t2 = Cr · Lr · cos (1.36)
1+q
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 19

Etapa 1 2 3 4 5 6 7 8
S1
S2
S3
S4

Δt1 Δt2 Δt3 Δt4


D.Ts/2
vab
+V1
0
-V1

iLr
I3
I2
0
-I1

vCr
+V0
0
-V0

i0

Figura 1.22: Formas de onda para D < 1 e q < 1.

Na terceira etapa, as seguintes equações são conseguidas:


Ts
∆t3 = D · − ∆t1 − ∆t2 (1.37)
2
(V1 − V0 )
I3 = I2 + · ∆t3 (1.38)
Lr
Na quarta etapa, as seguintes equações são obtidas:
Ts
∆t4 = · (1 − D) (1.39)
2
V0
I1 = I3 −
· ∆t4 (1.40)
Lr
As equações 1.34, 1.38 e 1.40 formam um sistema com 3 equações e 3 incógnitas
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 20

Z.iLr
I3
3
2 4
I2
I1

-V1 -V0 +V0 +V1 vCr

-I1
-I2
8 7 6
-I3

Figura 1.23: Plano de fase para D < 1 e q < 1.

(∆t1 , I1 e I3 ) que, ao ser resolvido, gera as seguintes equações:

  √
1−q
Ts √ √ cos−1 1+q
· Cr · Lr
∆t1 = · (D − q) + q · Cr · Lr − · (1 − q) (1.41)
4 2

√ √ √
   
V1 · (q + 1) −1 1−q
I1 = 4 · q · Cr · Lr − 2 · cos · Cr · Lr · (1 − q) + T s · (D − q)
4 · Lr 1+q
(1.42)

   
−1 1−q 2
cos · (1 − q )
r
T s · V1 · (1 − q) · (q + D) Cr √ 1+q
I3 = + V1 · · q · (1 + q) − 
4 · Lr Lr 2
(1.43)
Com estes resultados, ∆t3 pode ser reescrito como:

 √
√ √

Ts 1−q Cr · Lr
∆t3 = (D + q) − q · Cr · Lr − cos−1 · · (1 + q) (1.44)
4 1+q 2
Em meio perı́odo de comutação, a corrente saı́da é igual a corrente em Lr nas
etapas 1, 3 e 4 e seu valor médio é dado por:
 
1 I1 · ∆t1 (I2 + I3 ) (I3 + I1 )
Iomed = T s · + · ∆t3 + · ∆t4 (1.45)
2
2 2 2
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 21

1.5.3 Parametrização das equações da corrente


Utilizando a mesma parametrização para D = 1, a corrente média de saı́da parametrizada
fica:

√ π  q · µ0
Iomed = q · (1 + q) − · D2 + q 2 − 2 · D −
4 · µ0 π
2 2
(1 − q 2 )
  
−1 1 − q (1 − q ) −1 1−q
+ µ0 · cos · − cos · (1.46)
1+q 4·π 1+q 2

q · µ0
 
1−q
− · cos−1 · (1 + q)
π 1+q

Da mesma forma, a equação da corrente I1 parametrizada é definida pela equação:

   
q+1 √ −1 1−q
I1 = · π · (D − q) + 2 · q · µ0 − µ0 · cos · (1 − q) (1.47)
2 · µ0 1+q

1.5.4 Condição crı́tica


Assim como para o funcionamento com D = 1, as equações mostradas anteriormente
são válidas para uma determinada faixa de D, considerando fixados µ0 e q.
Para valores de q < 1, o valor da corrente na indutância Lr aumenta durante a
etapa 3 (vLr = V1 − V0 ) e diminui durante a etapa 4 (vLr = −V0 ). Com a diminuição
do valor de D, a duração da etapa 4 aumenta e a possibilidade da corrente iLr chegar
a zero também aumenta. Quando isso acontece, o conversor entra em outro modo de
operação, que vai ser explicado na seção XXXXXXXXXXX e, portanto, as equações
deduzidas não são mais válidas.
Esta condição pode ser determinada igualando a equação 1.47 a zero e isolando
a variável D, que resulta na seguinte relação entre D, µ0 e q:
√  
−1 1−q
π · q − 2 · q · µ0 + µ0 · cos 1+q
· (1 − q)
Dcrit = (1.48)
π
Esta relação pode ser vista no gráfico da figura 1.24. Este gráfico deixa em
evidência o fato de Dcrit ser próximo de 1 para valores de ganho também próximos
de 1 (e maiores), situação esta que é amenizada com o aumento da frequência.
Para um determinado valor de µ0, variando o valor de D e resolvendo numerica-
mente a equação 1.48, são encontrados os valores de q que fazem com que a corrente
iLr se anule no exato instante da comutação de S1 para S2 , por exemplo, (condição
crı́tica).
Com os valores encontrados, podem ser traçadas as curvas que mostram a car-
acterı́stica externa do conversor (figura 1.25), para essa forma de operação.

(1.49)

(1.50)
CAPÍTULO 1. CONVERSOR PARALELO RESSONANTE 22

Dcrit
q=1,1
0.8
q=0,9

0.6 q=0,7

q=0,5
0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 μ0

Figura 1.24: Relação entre D, µ0 e q crı́tica.

q
µ0=0,3
1.5
D=1

D=0,8
D=0,6
0.5 D=0,4

D=0,1
0
0 1 2
Iomed

Figura 1.25: Ganho do conversor versus Iomed para µ0 = 0, 3 com variação de D.

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