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Processo
HD 91 / DF
HABEAS DATA
2003/0235568-0
Relator(a)
Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA (1128)
Órgão Julgador
S3 - TERCEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
14/03/2007
Data da Publicação/Fonte
DJ 16.04.2007 p. 164
RT vol. 863 p. 163
Ementa
CONSTITUCIONAL. HABEAS DATA. MILITAR DA AERONÁUTICA. MATRÍCULA EM
CURSO DA ECEMAR. PEDIDO INDEFERIDO. ACESSO A DOCUMENTOS FUNCIONAIS.
NEGATIVA DA ADMINISTRAÇÃO. REGRA CONSTITUCIONAL BASILAR:
PUBLICIDADE. EXCEÇÃO: SIGILO. ORDEM CONCEDIDA.
1. "O 'habeas data' configura remédio jurídico-processual, de
natureza constitucional, que se destina a garantir, em favor da
pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica discernível em
seu tríplice aspecto: (a) direito de acesso aos registros
existentes; (b) direito de retificação dos registros errôneos e (c)
direito de complementação dos registros insuficientes ou
incompletos.
– Trata-se de relevante instrumento de ativação da jurisdição
constitucional das liberdades, que representa, no plano
institucional, a mais expressiva reação jurídica do Estado às
situações que lesem, efetiva ou potencialmente, os direitos
fundamentais da pessoa, quaisquer que sejam as dimensões em que
estes se projetem” (HD 75/DF, Rel. Ministro CELSO DE MELLO,
Informativo STF 446, de 1º/11/2006).
2. A exceção ao direito às informações, inscrita na parte final do
inciso XXXIII do art. 5º da Constituição Federal, contida na
expressão "ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado", não deve preponderar sobre a
regra albergada na primeira parte de tal preceito. Isso porque,
embora a Lei 5.821/72, no parágrafo único de seu art. 26,
classifique a documentação como sendo sigilosa, tanto quanto o faz o
Decreto 1.319/94, não resulta de tais normas nada que indique estar
a se prevenir risco à segurança da sociedade e do Estado,
pressupostos indispensáveis à incidência da restrição constitucional
em apreço, opondo-se ao particular, no caso o impetrante, o legítimo
e natural direito de conhecer os respectivos documentos, que
lastrearam, ainda que em parte, e, assim digo, porque deve existir,
também, certo subjetivismo na avaliação, a negativa de sua matrícula
em curso da Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica –
ECEMAR, como alegado.
3. A publicidade constitui regra essencial, como resulta da Lei
Fundamental, art. 5º, LX, quanto aos atos processuais; 37, caput,
quanto aos princípios a serem observados pela Administração; seu §
1º, quanto à chamada publicidade institucional: 93, IX e X, quanto
às decisões judiciais, inclusive administrativas, além de
jurisprudência, inclusive a Súmula 684/STF, em sua compreensão. No
caso, não há justificativa razoável a determinar a incidência da
exceção (sigilo), em detrimento da regra. Aplicação, ademais, do
princípio da razoabilidade ou proporcionalidade, como bem ponderado
pelo órgão do Ministério Público Federal.
4. Ordem concedida.
STJ
Processo
HD 91 / DF
HABEAS DATA
2003/0235568-0
Relator(a)
Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA (1128)
Órgão Julgador
S3 - TERCEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
14/03/2007
Data da Publicação/Fonte
DJ 16.04.2007 p. 164
RT vol. 863 p. 163
Ementa
CONSTITUCIONAL. HABEAS DATA. MILITAR DA AERONÁUTICA. MATRÍCULA EM
CURSO DA ECEMAR. PEDIDO INDEFERIDO. ACESSO A DOCUMENTOS FUNCIONAIS.
NEGATIVA DA ADMINISTRAÇÃO. REGRA CONSTITUCIONAL BASILAR:
PUBLICIDADE. EXCEÇÃO: SIGILO. ORDEM CONCEDIDA.
1. "O 'habeas data' configura remédio jurídico-processual, de
natureza constitucional, que se destina a garantir, em favor da
pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica discernível em
seu tríplice aspecto: (a) direito de acesso aos registros
existentes; (b) direito de retificação dos registros errôneos e (c)
direito de complementação dos registros insuficientes ou
incompletos.
– Trata-se de relevante instrumento de ativação da jurisdição
constitucional das liberdades, que representa, no plano
institucional, a mais expressiva reação jurídica do Estado às
situações que lesem, efetiva ou potencialmente, os direitos
fundamentais da pessoa, quaisquer que sejam as dimensões em que
estes se projetem” (HD 75/DF, Rel. Ministro CELSO DE MELLO,
Informativo STF 446, de 1º/11/2006).
2. A exceção ao direito às informações, inscrita na parte final do
inciso XXXIII do art. 5º da Constituição Federal, contida na
expressão "ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado", não deve preponderar sobre a
regra albergada na primeira parte de tal preceito. Isso porque,
embora a Lei 5.821/72, no parágrafo único de seu art. 26,
classifique a documentação como sendo sigilosa, tanto quanto o faz o
Decreto 1.319/94, não resulta de tais normas nada que indique estar
a se prevenir risco à segurança da sociedade e do Estado,
pressupostos indispensáveis à incidência da restrição constitucional
em apreço, opondo-se ao particular, no caso o impetrante, o legítimo
e natural direito de conhecer os respectivos documentos, que
lastrearam, ainda que em parte, e, assim digo, porque deve existir,
também, certo subjetivismo na avaliação, a negativa de sua matrícula
em curso da Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica –
ECEMAR, como alegado.
3. A publicidade constitui regra essencial, como resulta da Lei
Fundamental, art. 5º, LX, quanto aos atos processuais; 37, caput,
quanto aos princípios a serem observados pela Administração; seu §
1º, quanto à chamada publicidade institucional: 93, IX e X, quanto
às decisões judiciais, inclusive administrativas, além de
jurisprudência, inclusive a Súmula 684/STF, em sua compreensão. No
caso, não há justificativa razoável a determinar a incidência da
exceção (sigilo), em detrimento da regra. Aplicação, ademais, do
princípio da razoabilidade ou proporcionalidade, como bem ponderado
pelo órgão do Ministério Público Federal.
4. Ordem concedida.
Processo
REsp 572358 / CE
RECURSO ESPECIAL
2003/0129368-1
Relator(a)
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
10/10/2006
Data da Publicação/Fonte
DJ 06.12.2006 p. 239
Ementa
TRIBUTÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. REVISÃO. PRECLUSÃO. SEGURANÇA
JURÍDICA.
1. Em observância ao princípio da segurança jurídica, o administrado
não pode ficar à mercê de posterior revisão de decisão definitiva em
processo administrativo regulamente prolatada.
2. Recurso especial improvido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior
Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso
nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Castro
Meira, Humberto Martins, Herman Benjamin e Eliana Calmon votaram com
o Sr. Ministro Relator
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.
Resumo Estruturado
IMPOSSIBILIDADE, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, INSS, REVISÃO, PROCESSO
ADMINISTRATIVO, LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO / HIPÓTESE, TRÂNSITO EM
JULGADO, DECISÃO ADMINISTRATIVA, ACOLHIMENTO, DEFESA, CONTRIBUINTE,
E, DECRETAÇÃO, INEXISTÊNCIA, OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA / OCORRÊNCIA,
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO; OBSERVÂNCIA, PRINCÍPIO DA
SEGURANÇA
JURÍDICA, E, ARTIGO, CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL.
Veja
(NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO NO ATO DE REMOÇÃO)STJ - RMS 12856-PB, RMS 15459-
MG
Processo
REsp 764111 / RS
RECURSO ESPECIAL
2005/0109136-3
Relator(a)
Ministro LUIZ FUX (1122)
Órgão Julgador
T1 - PRIMEIRA TURMA
Data do Julgamento
15/05/2007
Data da Publicação/Fonte
DJ 12.11.2007 p. 160
Ementa
PROCESSO CIVIL. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. EXCLUSÃO DO
SIMPLES. LEI 9.317/96. TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA. VEROSSIMILHANÇA
DAS ALEGAÇÕES DA EMPRESA. AUSÊNCIA DE DEFESA PRÉVIA. PRINCÍPIOS DA
AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. LEI 9.784/99.
1. Tutela antecipada concedida à empresa contribuinte que, em sede
de ação declaratória, suscitou a nulidade de ato administrativo que,
fundado na existência de débitos tributários inscritos na Dívida
Ativa, excluíra-a do Regime Fiscal do SIMPLES, sem, contudo,
disponibilizar-lhe prazo para oferecimento de defesa prévia, o que
teria implicado em inobservância dos princípios do contraditório e
da ampla defesa.
2. A Lei 9.317, de 5 de dezembro de 1996 (revogada, a partir de 1º
de julho de 2007, pela Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de
2006), dispõe sobre o regime tributário das microempresas e das
empresas de pequeno porte e instituiu o Sistema Integrado de
Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das
Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES.
3. Em seu artigo 9º, o aludido diploma legal elenca "a existência de
débito inscrito em Dívida Ativa da União ou do INSS, cuja
exigibilidade não esteja suspensa" (inciso XV), como uma das
hipóteses de vedação à opção pelo SIMPLES.
4. O § 3º, do artigo 15, constante do capítulo atinente à exclusão
do SIMPLES, prescreve que a exclusão de ofício dar-se-á mediante ato
declaratório da autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal
que jurisdicione o contribuinte, assegurado o contraditório e a
ampla defesa, observada a legislação relativa ao processo tributário
administrativo.
5. Consoante o Decreto 70.235/72, que regula o processo
administrativo tributário federal, a impugnação da exigência do
crédito tributário instaura a fase litigiosa do procedimento fiscal
(artigo 14), devendo ser apresentada ao órgão preparador no prazo de
trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da
exigência (artigo 15, caput).
6. Deveras, a Lei 9.784/99, de aplicação subsidiária aos processos
administrativos específicos, previu normas básicas sobre o processo
administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta,
visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao
melhor cumprimento dos fins da Administração.
7. O artigo 2º, da referida lei, prescreve que "a Administração
Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência".
8. Destarte, a notificação da empresa acerca da existência de fato
conducente à sua exclusão do SIMPLES para oferecimento de defesa
prévia constitui medida que se coaduna com os princípios da ampla
defesa e do contraditório, norteadores da conduta administrativa
fiscal, consoante se depreende da legislação confrontada,
inexistindo qualquer comando legal específico que, de forma
indubitável, importe em raciocínio diverso a obstaculizar o
convencimento acerca da verossimilhança das alegações do
contribuinte, ensejadora da concessão da tutela antecipada, desde
que atendidos os demais requisitos previstos no artigo 273, do CPC.
9. Conseqüentemente, expedir ato declaratório de exclusão e, neste,
garantir defesa, é o mesmo que consubstanciá-la ineficiente para os
fins legais, afrontando o § 3º, do artigo 15, da Lei 9.317/96 c/c o
Decreto 70.235/72 e a Lei 9.784/99.
10. Recurso especial provido para que seja restabelecida a decisão
interlocutória concessiva da antecipação da tutela jurisdicional.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da PRIMEIRA
TURMA do Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade dos
votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar
provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator. Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki, Denise Arruda,
José Delgado e Francisco Falcão votaram com o Sr. Ministro Relator.