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Aula 02

Ética na Administração Pública p/ SEFAZ-CE


Professor: Herbert Almeida

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Ética na Administração Pública p/ SEFAZ/CE
Auditor Fiscal da Receita Estadual (conhecimentos gerais)
Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida – Aula 2

AULA 2: Lei Estadual 9.826/1974

Sumário

REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS ............................................................................................... 2


DISPOSIÇÕES PRELIMINARES....................................................................................................................................... 2
PROVIMENTO.......................................................................................................................................................... 5
POSSE ................................................................................................................................................................. 18
EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................ 20
ESTÁGIO PROBATÓRIO ............................................................................................................................................ 21
VACÂNCIA ............................................................................................................................................................ 23
DESLOCAMENTO.................................................................................................................................................... 26
REGIME DISCIPLINAR .............................................................................................................................................. 29
SINDICÂNCIA......................................................................................................................................................... 44
INQUÉRITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................................................... 46
REVISÃO .............................................................................................................................................................. 48
QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA ......................................................................................................................49
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................53
GABARITO.......................................................................................................................................................55
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................55

Olá pessoal, tudo bem?


Na aula de hoje, conversaremos sobre as normas aplicáveis aos
servidores públicos do estado do Ceará (Lei Estadual 9.826/1974),
abordando os assuntos mais relevantes para concurso.
Como se trata de uma lei estadual, existem poucas questões sobre o
assunto. Por isso, vamos utilizar questões adaptadas de várias bancas.
Aos estudos, aproveitem!

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REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

Disposições preliminares

O Regime Jurídico do Funcionário Civil para os servidores públicos da


administração direta, autárquica e fundacional consta na Lei Estadual
9.826, de 14 de maio de 19741. Trata-se de uma Lei Estadual e, portanto,
aplica-se exclusivamente ao estado do Ceará. Dessa forma, a União e os
municípios não se submetem à mencionada legislação, devendo possuir
seus próprios regramentos para os seus servidores.
Além disso, as regras da Lei 9.826/1974 só alcançam os órgãos da
administração direta, das autarquias e das fundações públicas, não se
aplicando às empresas públicas e às sociedades de economia mista, cujos
empregados públicos submetem-se às regras da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT.
Antes de entrarmos nos detalhes da Lei 9.826/1974, precisamos fazer
algumas considerações.
Em primeiro lugar, a Lei foi editada em 1974, ou seja, antes da
promulgação da Constituição Federal de 1988. Por isso, vários de seus
dispositivos são inconstitucionais ou utilizam nomenclatura divergente do
que adotou o atual texto constitucional. Por exemplo, o seu texto utiliza a
nomenclatura “funcionário público civil”, ou simplesmente “funcionário”,
para designar o que a Constituição Federal chama de “servidor público”.
Assim, apesar de o texto da Lei referir-se a “funcionário público civil”, o
mais adequado seria mencionar “servidor público”, conforme designação
atualizada. De qualquer forma, vamos utilizar, ao longo desta aula, os dois
termos como sinônimos.
Além disso, o art. 2º da Lei 9.826/1974 dispõe que suas normas
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aplicam-se (a) aos funcionários do Poder Executivo; (b) aos funcionários


autárquicos do Estado; (c) aos funcionários administrativos do Poder
Legislativo; (d) aos funcionários administrativos do Tribunal de Contas do
Estado e do Conselho de Contas dos Municípios. Todavia, por força do art.
39 da Constituição Federal, e também da Lei Estadual 11.712, de 24 de
julho de 1990, o mencionado Estatuto aplica-se à administração direta, às

1
Por questões didáticas L L 9.826 E
“ E L A
mencionarmos um dispositivo, sem especificar a lei que a norma pertence, considere que se trata da Lei
9.826 P
art. 9º da Lei Estadual 9.826/1974.

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autarquias e às fundações públicas do estado do Ceará. Assim, podemos


incluir também os servidores do Poder Legislativo e do Ministério Público do
estado entre os sujeitos que se submetem ao mencionado regime jurídico
único.
Nesse contexto, acrescenta-se que a Lei 9.826/1974 é o Estatuto dos
servidores públicos, em sentido estrito. São os chamados servidores
estatutários, justamente porque sua relação profissional se dá por meio
das regras previstas em um “estatuto” que, no caso, é a Lei 9.826/1974.
Assim, tal diploma legal costuma ser chamado de Estatuto dos
Servidores (ou Funcionários) Públicos do Estado do Ceará.
Assim, enquanto o vínculo dos empregados públicos é contratual, a
relação entre os servidores públicos e o poder público é legal. Por
conseguinte, para os empregados públicos o pacto contratual só poderá ser
alterado por concordância das duas partes (empregado e poder público).
Por outro lado, o regime jurídico dos servidores públicos poderá ser alterado
sempre que o estatuto sofrer alterações. Vale dizer, o servidor público não
está livre de modificações legais, que poderão alterar os termos de sua
relação com a Administração Pública.
Com efeito, devemos observar que, em vários julgados, o STF e o STJ
já reconheceram que o servidor público não possui direito adquirido à
imutabilidade do regime jurídico. Dessa forma, como toda lei é passível
de modificação, é possível a modificação legal do regime jurídico inicial de
um servidor público. Por exemplo, no MS 28.433 Agr/PB, o Supremo
Tribunal Federal entendeu que “o servidor público não tem direito
adquirido a regime jurídico, o que, consequentemente, significa que
não há violação a direito quando se altera a jornada de trabalho
anteriormente fixada”2.
Entretanto, as modificações em lei não poderão retirar aquilo que o
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servidor já alcançou a título de direito adquirido, ou seja, os direitos dos


quais ele já tenha preenchido os requisitos para gozá-los devem ser
respeitados.
A Lei conceitua Funcionário Público Civil como o ocupante de
cargo público, ou o que, extinto ou declarado desnecessário o cargo, é
posto em disponibilidade (art. 3º).

2
No STF, ver MS 28.433 AgR/DF; no mesmo sentido, podemos observar o EDcl no AgR no RESp 1.349.802/RJ, nos
Ocorre que a natureza do vínculo que liga o servidor ao Estado é de caráter legal e pode, por
conseguinte, sofrer modificações no âmbito da legislação ordinária pertinente, as quais o servidor deve obedecer,
de modo que não há direito adquirido do servidor a determinado regime jurídico, nos termos de tranquila
jurisprudência da Suprema Corte .

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Por outro lado, cargo público é o lugar inserido no Sistema


Administrativo Civil do Estado, caracterizando-se, cada um, por
determinado conjunto de atribuições e responsabilidades de
natureza permanente (art. 4º). O cargo público é, portanto, uma
unidade de competência atribuída a um servidor público, criada por lei e
prevista em número certo, possuindo denominação própria. Por exemplo,
são cargos públicos: Delegado de Polícia Civil do Estado, Analista de
Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado, etc.
Vamos resolver algumas questões!

1. (Cespe – TJ/TRE MS/2013 - adaptada) A Lei Estadual n.º 9.826/1974 aplica-


se
a) aos servidores temporários.
b) aos servidores públicos efetivos do Distrito Federal.
c) aos servidores públicos militares.
d) aos servidores públicos das empresas públicas.
e) aos servidores públicos das autarquias.
Comentário: vejamos o que estabelece o art. 1º da Lei Estadual 9.826/1974:
Art. 1º - Regime Jurídico do Funcionário Civil é o conjunto de normas e
princípios, estabelecidos por este Estatuto e legislação complementar,
reguladores das relações entre o Estado e o ocupante de cargo público.
I - aos funcionários do Poder Executivo;
II - aos funcionários autárquicos do Estado;
III - aos funcionários administrativos do Poder Legislativo;
IV - aos funcionários administrativos do Tribunal de Contas do Estado e
do Conselho de Contas dos Municípios. (grifos nossos)
Acrescenta-se ainda que o art. 1º da Lei Estadual 11.712/1990 dispõe o
seguinte: 02675407364

Art. 1º - Fica instituída, nos termos do art. 39, caput da Constituição


Federal e art. 166, caput, da Constituição Estadual, como regime
jurídico único para os servidores da Administração Direta, Autarquias
e das Fundações Públicas do Estado, o regime de direito público
administrativo da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974 e legislação
complementar. (grifos nossos)
Portanto, a nossa resposta é a opção E.
Vejamos as demais opções:
a) aos servidores temporários se aplica o chamado terceiro regime. Isso
porque eles não são estatutários, pois não estão submetidos ao RJU, mas
também não estão submetidos integralmente à CLT – ERRADA;

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b) a Lei Estadual 9.826/1974 é uma Lei do estado do Ceará, não se aplicando,


assim, aos servidores do DF – ERRADA;
c) aos militares se aplica um estatuto próprio (Estatuto dos Militares) –
ERRADA;
d) por fim, para os empregados das empresas públicas e sociedades de
economia mista, aplicam-se as regras da CLT – ERRADA.
Gabarito: alternativa E.

Julgue o item a seguir, a respeito do regime jurídico estabelecido pela Lei Estadual
n.º 9.826/1974.
2. (Cespe – AJ/STF/2013 - adaptada) Submetem-se ao referido regime jurídico
apenas os servidores civis ocupantes de cargos na administração direta estadual,
aí incluídos os servidores do Ministério Público do Estado, do Poder Legislativo e
do Tribunal de Contas do Estado.
Comentário: conforme já discutimos, a Lei Estadual 9.826/1974 dispõe sobre
o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado do Ceará,
aplicável aos servidores da administração direta, das autarquias e das
fundações públicas.
Ou seja, o RJU vai além da administração direta estadual, alcançando também
os servidores das autarquias e das fundações públicas.
Gabarito: errado.

Provimento

Disposições preliminares

Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros, observando-


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se as condições previstas em lei e regulamento (art. 6º).


Vale destacar que os cargos públicos podem ser de provimento
efetivo, quando dependerão de prévia aprovação em concurso público,
e de provimento em comissão, situação em que serão de livre nomeação
e exoneração pela autoridade competente (art. 7º).
Dessa forma, tanto os servidores aprovados em concurso público
quanto os chamados servidores comissionados submetem-se às disposições
do Regime Estatutário.

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Servidor público é o ocupante de cargo


público, podendo ser de provimento efetivo ou
em comissão.

Os cargos em comissão serão providos, por livre nomeação da


autoridade competente, dentre pessoas que possuam aptidão
profissional e reúnam as condições necessárias à sua investidura (art. 8º).
Vale mencionar que a escolha dos ocupantes de cargos em comissão poderá
recair, ou não, em funcionário do Estado (art. 8º, 1º). Caso venha a recair
sobre servidor de entidade da administração indireta, ou em funcionário não
subordinado à autoridade competente para nomear, o ato de nomeação
será precedido da necessária requisição (art. 8º, 2º).
Ademais, a Constituição Federal, no art. 37, II e V, menciona a
existência das funções de confiança e dos cargos em comissão. Aqueles
são ocupados exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo;
ao passo que os últimos são de livre nomeação e exoneração, existindo
alguns casos em que a lei exigirá um percentual mínimo a ser preenchido
por servidores de carreira.
Com efeito, a posse em cargo em comissão determina o concomitante
afastamento do funcionário do cargo efetivo de que for titular, ressalvados
os casos de comprovada acumulação legal (art. 8º, §3º).

Vamos dar uma olhada em mais uma questão!

3. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-RJ/2012 - adaptada) Para os efeitos da Lei


Estadual 9.826/1974, servidor público é o ocupante de cargo público, conceituação
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que abrange os ocupantes de cargo em comissão e função de confiança.


Comentário: essa questão é uma pegadinha. Isso porque, de acordo com a Lei
Estadual 9.826/1974, servidor é o ocupante de cargo público, que poderá ser
de provimento efetivo ou em comissão. Assim, analisando rapidamente a
questão, o candidato poderia considerá-la errada.
No entanto, a o art. 37, V, da Constituição Federal estabelece que “as funções
de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento”.

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Assim, toda função de confiança é exercida por ocupante de cargo efetivo.


Logo, o cargo público abrange os ocupantes dos cargos em comissão e,
também, daqueles que exercem função de confiança. Dessa forma, a questão
está correta.
Gabarito: correto.

Feitas essas considerações, vamos analisar as formas de provimento.

Formas de provimento

Segundo Hely Lopes Meirelles3, provimento é o ato pelo qual se efetua


o preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular.
Assim, a Lei Estadual 9.826/1974 estabelece nove hipóteses de provimento,
vejamos:
a) nomeação;
b) promoção;
c) acesso;
d) transferência;
e) reintegração;
f) aproveitamento;
g) reversão;
h) transposição; e
i) transformação.

Essas formas de provimento são semelhantes às que constam na Lei


8.112/1992, que é o Estatuto dos Servidores Públicos da Administração
Pública Federal. Entretanto, na Lei 8.112/1992 não constam o acesso, a
transferência, a transposição e a transformação. Ocorre que, no atual texto
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constitucional, podemos dizer que todas essas formas de provimento são


inconstitucionais.
Nessa linha, podemos mencionar o conteúdo da Súmula 685 do STF,
que estabelece que “É inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”.
Assim, o acesso (bem como a ascensão), a transferência, a
transposição e a transformação são inconstitucionais, uma vez que permite

3
Meirelles, 2013, p. 482.

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o ingresso em carreira diversa daquela para a qual o servidor público


ingressou por concurso4.
Além dessas formas de provimento, consta na Constituição Federal a
recondução (art. 41, §2º).
Dessa forma, vamos estudar, nesta aula, a nomeação, a promoção, a
reintegração, o aproveitamento, a reversão e a recondução. Destacando-
se, novamente, que a recondução não possui previsão expressa no
Estatuto dos Servidores do Ceará, decorrendo apenas do texto
constitucional.

Provimento originário e provimento derivado

As formas de provimento apresentadas acima se dividem em


provimento originário e provimento derivado.
O provimento originário é o que se faz através da nomeação,
constituindo o preenchimento inicial do cargo sem que haja qualquer vínculo
anterior com a administração. Quando se tratar de provimento em cargos
efetivos, o provimento originário dependerá sempre de prévia aprovação
em concurso público.

A nomeação é a única forma de provimento


originário.

Todas os demais tipos constituem hipóteses de provimento derivado,


uma vez que pressupõem a existência de prévio vínculo com a
Administração. Vale dizer, no provimento derivado, há uma modificação na
situação de serviço da pessoa provida, que já possuía um vínculo anterior
com o poder público. 02675407364

Por exemplo, a reintegração é forma de provimento derivado, prevista


no art. 41, §2º, da CF, em que o servidor estável é reintegrado ao serviço
público em decorrência de invalidação de sua demissão. Nesse caso, o
servidor estável foi reintegrado ao serviço público, ou seja, já existia uma
prévia relação com o poder público, procedendo-se apenas a invalidação de
sua demissão, com consequente reintegração.
Dessa forma, podemos mencionar que são formas de provimento
derivado previstas na Lei Estadual 9.826/1974 promoção, reintegração,

4
Nesse sentido: ADI 231/RJ, RE 602.264/DF.

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aproveitamento, reintegração. Acrescentamos ainda a recondução, que


decorre de previsão constitucional.
Com efeito, a reintegração e o aproveitamento estão previstos
simultaneamente na Lei Estadual 9.826/1974 e na Constituição Federal (CF,
art. 41, §§2º e 3º). Portanto, possuem respaldo diretamente na
Constituição da República, motivo pelo qual não podem ser consideradas
ilegítimas.
É importante frisar isso, pois, ao “pé-da-letra”, o aproveitamento
permite o reingresso do servidor em carreira distinta daquela em que ele
foi originariamente provido. O aproveitamento ocorre quando um servidor
é reintegrado e, por consequência, eventual servidor que passou a ocupar
o seu cargo precisa ser reconduzido ao cargo de origem ou, se não houver
vaga, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade (CF, art.
41, §2º).
Exige-se, nesse caso, que o cargo de aproveitamento seja de
atribuições e vencimentos semelhantes ao anterior.
Assim, a redação da Súmula 685 do STF deve ser analisada com uma
certa ressalva, uma vez que existe, no próprio texto constitucional, forma
de provimento em cargo distinto ao qual o servidor prestou concurso
público.
O fato é que, atualmente, podemos observar uma forma de provimento
originário (nomeação) e cinco formas de provimento derivado
(promoção, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução),
conforme iremos discutir abaixo.

Nomeação (provimento originário)

A nomeação é a única forma de provimento originário admitida em


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nosso ordenamento jurídico, podendo dar-se para provimento de cargo


efetivo ou em comissão. Na primeira situação (cargo efetivo), a nomeação
dependerá de prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas
e títulos. Já quando for para provimento de cargo em comissão, não
depende de aprovação em concurso, uma vez que se trata de cargo de livre
nomeação ou exoneração.
O Estatuto dos Servidores do Ceará menciona ainda a nomeação para
um terceiro tipo de cargo, que são os cargos vitalícios. A vitaliciedade
diferencia-se da estabilidade pelo fato de dar maior autonomia aos agentes
que a possuem, que só poderão perder o cargo em situações estritas,

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previstas na Constituição Federal. São exemplos de cargos vitalícios os de


Juiz e de Promotor de Justiça.
Vale destacar que como forma de provimento originário, a nomeação
independe de prévio vínculo com a Administração. Na verdade, em regra, o
nomeado não possui nenhum vínculo com o Poder Público antes de sua
nomeação.
Entretanto, existirão situações em que a pessoa já ocupará algum
cargo, de provimento efetivo ou em comissão, mas isso não muda a
natureza de provimento originário da nomeação. Isso porque a nova
nomeação não possui nenhuma relação com o vínculo anterior. Vejamos
dois exemplos para deixar as coisas mais claras.
Pedro é servidor comissionado, ocupante do cargo de assistente no
gabinete de um Conselheiro X no Tribunal de Contas. Posteriormente, Pedro
veio a ser nomeado para ocupar o cargo de chefe de gabinete do Deputado
Y, na Assembleia Legislativa. Nesse caso, a nomeação continua sendo
provimento originário, pois o provimento no novo cargo não possui relação
com o anterior (qualquer pessoa poderia ter sido nomeada para o segundo
cargo). Dessa forma, mesmo já sendo agente público, Pedro terá um novo
provimento originário quando for nomeado para o outro cargo.
Vamos ao segundo exemplo. Lúcio é servidor efetivo no Tribunal de
Justiça, ocupando cargo de técnico administrativo para o qual foi aprovado
por meio de concurso público. Alguns anos depois, Lúcio concluiu seu curso
superior e prestou concurso para cargo de analista no mesmo órgão.
Obtendo a aprovação, foi nomeado para ocupar o cargo. Nessa situação,
mesmo já sendo servidor efetivo, Lúcio terá novo provimento originário,
pois novamente a nomeação no segundo cargo não possui nenhuma relação
com o cargo anterior. Mesmo que Lúcio não fosse servidor, poderia ter
prestado o concurso e, depois, ser nomeado para o cargo.
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Dessa forma, independentemente se a pessoa possui vínculo anterior


ou não, a nomeação é forma de provimento originário, justamente por
independer de qualquer vínculo prévio com o Poder Público.
Com efeito, a nomeação é o ato administrativo unilateral, pois é a
manifestação de vontade unicamente da autoridade administrativa
competente. Dessa forma, a nomeação não gera nenhuma obrigação para
o candidato nomeado, representando somente o direito subjetivo à posse,
por meio da qual será formalizado o vínculo funcional com a administração
pública.

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Portanto, o candidato nomeado não possui obrigação de ocupar o


cargo, mas apenas o direito a formalizar seu vínculo funcional por meio da
posse. Não desejando ocupar o cargo, não ocorrerá nenhuma penalidade
ao candidato, pois não lhe há obrigação de tomar posse.
Além disso, um ponto muito interessante a se discutir é sobre o direito
do candidato aprovado em concurso público de ser nomeado.
Há poucos anos, a nomeação era tratada como ato administrativo
discricionário, na qual a autoridade competente, por meio de seu juízo de
conveniência e oportunidade, poderia decidir se nomeava ou não o
candidato aprovado em concurso público.
Todavia, nos últimos anos, esse entendimento sofreu importantes
modificações. Atualmente, é firme o entendimento de que o candidato
aprovado em concurso público, dentro do número de vagas
previstas no edital, possui direito subjetivo à nomeação.
Nessa linha, o Supremo Tribunal Federal entende que a regra é a
nomeação do candidato aprovado dentro das vagas previstas em edital,
afastando-se tal dever apenas em situações excepcionalíssimas, que
justifiquem soluções diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com
o interesse público. Assim, para justificar o excepcionalíssimo não
cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é
necessário que a situação justificadora seja dotada das seguintes
características5:
a) superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação
excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital
do certame público;
b) imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias
extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital;
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c) gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser


extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou
mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital;
d) necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumprimento do
dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a
Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não
existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação
excepcional e imprevisível.

5
RE 598099/MS.

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Por outro lado, no caso de candidato aprovado fora do número de


vagas, o tema não se encontra consolidado na jurisprudência. No STF,
temos depois julgamentos com conclusões totalmente opostas. Nessa linha,
a 2ª Turma do STF entendeu que o direito à nomeação também se estende
ao candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital, desde
que surjam novas vagas no prazo de validade do concurso6. Em sentido
inverso, a 1ª Turma do STF decidiu que a criação de novas vagas durante
o prazo de validade de concurso não gera, automaticamente, direito à
nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas do edital, salvo se
comprovados arbítrios ou preterições7.
Portanto, tal tema é controverso no Supremo Tribunal Federal, sendo
que o caso deverá ser solucionado apenas no julgamento do RE 837.311/PI,
em que o Plenário deverá firmar o seu entendimento com repercussão
geral8.

Promoção

A promoção é forma de provimento derivado vertical existente nos


cargos organizados em carreiras, em que é possível que o servidor ascenda
sucessivamente aos cargos de nível mais alto da carreira, por meio dos
critérios de antiguidade e merecimento.
Nesse contexto, o art. 48 da Lei 9.826/1974 dispõe que a promoção é
a elevação do funcionário à classe imediatamente superior àquela em que
se encontra dentro da mesma série de classes na categoria funcional a que
pertencer.
Nessa perspectiva, deve-se tomar cuidado para não confundir a
promoção com a ascensão ou acesso. Estas últimas foram consideradas
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, uma vez que representam
forma de ocupar cargo fora da carreira em que o servidor obteve aprovação
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em concurso público.
Assim, a promoção deve ocorrer dentro de uma mesma carreira. Por
exemplo, o cargo de juiz estadual pode ser organizado em “Juiz Substituto”,
“Juiz de Primeira Entrância”, “Juiz de Segunda Entrância”, “Juiz de Entrância
Especial” e, finalmente, “Desembargador”. Nesses casos, cada vez que

6
ARE 790.897-AgR (Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 7/3/2014).
7
ARE 757.978-AgR (Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7/4/2014),
8
RE 837.311/PI. Para maior aprofundamento sobre o tema, sugiro a leitura do seguinte artigo que publiquei no
site do Estratégia Concursos: Candidato aprovado fora do número de vagas tem direito à nomeação?

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passar de um cargo a outro, o juiz estará sendo promovido, pois a


passagem ocorreu dentro da mesma carreira.
Por outro lado, não se admite, por exemplo, que uma pessoa aprovada
no concurso de técnico judiciário seja “promovida” para o cargo de analista
judiciário. Tal situação caracterizaria a ascensão, forma de provimento que,
conforme já discutimos, é inconstitucional.
Com o objetivo de capacitar os servidores públicos, o §2º, do art. 37,
da CF, com redação dada pela EC 19/1998, determina que a União, os
Estados e o Distrito Federal mantenham escolas de governo para a
formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a
participação nesses cursos um dos requisitos para a promoção na
carreira.

Reversão

A reversão é o retorno à atividade do funcionário aposentado por


invalidez, quando insubsistentes os motivos determinantes da
aposentadoria.
A reversão será feita de ofício ou a pedido, de preferência no mesmo
cargo ou naquele em que se tenha transformado, ou em cargo de
vencimentos e atribuições equivalentes aos do cargo anteriormente
ocupado, atendido o requisito da habilitação profissional.
Por fim, para que a reversão se efetive, é essencial que:
a) que o aposentado não haja completado 60 (sessenta) anos de idade;
b) que o inativo seja julgado apto em inspeção médica;
c) que a Administração considere de interesse do Sistema Administrativo
o reingresso do aposentado na atividade.
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d) que o início do processo de aposentadoria, nos termos do art. 153 desta


Lei, tenha se dado em até 2 (dois) anos.

Aproveitamento

O aproveitamento é forma de provimento derivado com previsão


expressa na Constituição Federal (art. 41, §3º) e na Lei Estadual
9.826/1974 (arts. 56 a 59).
Dispõe o art. 41, §3º, da Constituição Federal que, uma vez extinto o
cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável que o

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ocupava ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao


tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Assim, o aproveitamento é o retorno à atividade do servidor que estava
em disponibilidade, devendo ocorrer em cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado.
Devemos observar que quando for extinto o cargo público, o servidor
estável não poderá ser demitido. Por isso que a Constituição lhe assegura
o direito à disponibilidade, isto é, o direito a ficar sem exercer suas funções
temporariamente, mantendo-se o vínculo com a Administração e
assegurando-lhe o direito a receber remuneração proporcional ao tempo de
serviço, até que seja adequadamente aproveitado em outro cargo. Dessa
forma, podemos perceber que o aproveitamento aplica-se exclusivamente
ao servidor estável.
Prosseguindo, quando houver mais de um concorrente à vaga, o
aproveitamento do funcionário ocorrerá, preferencialmente, na seguinte
ordem:
I - o de melhor classificação em prova de habilitação;
II - o de maior tempo de disponibilidade;
III - o de maior tempo de serviço público;
IV - o de maior prole.

O aproveitamento dependerá de prova de capacidade física e mental


mediante exames de suficiência e inspeção médica, e terá precedência
sobre as demais formas de provimento – exceto a promoção –, quando da
existência de vagas.
Ademais, o aproveitamento é vinculado para o agente público e para
a Administração. Nessa linha, se houver vaga, o poder público se obriga a
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realizar o aproveitamento, não podendo realizar outro concurso enquanto


existirem funcionários passíveis de aproveitamento.
Da mesma, o servidor posto em disponibilidade é obrigado a entrar em
exercício quando aproveitado. Assim, o Estatuto estabelece que será
tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se
o funcionário não tomar posse no prazo legal, salvo por motivo de doença
comprovada em inspeção médica. Caso seja provado, em inspeção médica,
a incapacidade definitiva, a disponibilidade será convertida em
aposentadoria.

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Reintegração

A reintegração consta no artigo 41, §2º, da CF:


§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço.” (grifos nossos)
A Lei 9.826/1974, por sua vez, dispõe o seguinte:
Art. 52 - A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou
judicial, é o reingresso do funcionário no serviço administrativo, com
ressarcimento dos vencimentos relativos ao cargo.
Parágrafo único - A decisão administrativa que determinar a reintegração
será proferida em recurso ou em virtude de reabilitação funcional
determinada em processo de revisão nos termos deste Estatuto.
Art. 53 - A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado, o qual
será restabelecido caso tenha sido extinto.
Art. 54 - Reintegrado o funcionário, quem lhe houver ocupado o lugar será
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, sem direito a qualquer
indenização, ou ficará como excedente da lotação.
Art. 55 - O funcionário reintegrado será submetido a inspeção médica e
aposentado, se julgado incapaz.
A reintegração ocorre quando um servidor tem sua demissão
invalidada por processo administrativo ou judicial. Nesse caso, o servidor
deve retornar ao cargo de origem, recebendo ressarcimento de todas as
vantagens a que teria jus durante o período de desligamento.
A reintegração dar-se-á no cargo anteriormente ocupado ou, se
extinto, será restabelecido.
Na reintegração do funcionário, aquele que estiver ocupando o seu
cargo, retornará por meio de recondução ao cargo que anteriormente lhe
pertencia, sem que sejam concedidas quaisquer indenizações, ou ficará
como excedente em lotação. 02675407364

Recondução

Para finalizar as formas de provimento, vamos estudar a recondução,


que é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em
decorrência da reintegração do anterior ocupante do cargo. Trata-se, pois,
de provimento derivado previsto expressamente no texto constitucional
(art. 41, §2º).
Nunca é demais lembrar que a recondução não está prevista na Lei
Estadual 9.826/1974.

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Na recondução, o servidor é reconduzido em decorrência de


reintegração do anterior ocupante de seu cargo. Para melhor elucidação,
vejamos o que dispõe o art. 41, §2º, da CF:
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado
em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional
ao tempo de serviço. (grifos nossos)
Vejamos um exemplo. Lucas é servidor estável no cargo X. Entretanto,
sem observar os requisitos legais, sofreu a pena de demissão a bem do
serviço público. Em seguida, Otávio, que era servidor estável no cargo Y,
foi nomeado para ocupar o cargo de Lucas, uma vez que obteve aprovação
em concurso público para aquele cargo. Meses depois, Lucas consegue
anular judicialmente a sua demissão, sendo devidamente reintegrado ao
cargo X. Nessa situação, Otávio será reconduzido ao cargo Y, sem direito à
indenização.

*****
A figura abaixo representa as formas de provimento previstas na Lei
9.826/1974 e na Constituição.

Originário Nomeação

Promoção

Reversão

Aproveitamento
Derivado
Reintegração
Formas de provimento 02675407364

Recondução (não
consta na Lei
9.826/1974)

Acesso
Formas de provimento
Transferência
previstas na Lei
9.826/1974, mas que são
Transposição
inconstitucionais
Transformação

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Para fixar, vamos dar uma olhada em questões.

4. (Cespe – TA/ANTT/2013) O servidor público reintegrado ao cargo em razão da


declaração judicial de nulidade de ato de demissão não tem direito ao tempo de
serviço, aos vencimentos e às vantagens que lhe seriam pagos durante o período
de afastamento.
Comentário: a reintegração somente irá ocorrer quando a demissão do
servidor for invalidada, seja por decisão judicial ou administrativa. Caso a
reintegração aconteça, o servidor terá direito ao ressarcimento de todas as
vantagens pertinentes ao cargo.
Gabarito: errado.

5. (Cespe – Assistente 1/CNPq/2011) A transferência e a reversão são formas


de provimento de cargo público vedadas pela legislação.
Comentário: são aceitos como formas de provimento: (a) nomeação; (b)
promoção; (c) readaptação; (d) reversão; (e) aproveitamento; (f) reintegração;
e (g) recondução.
A transferência e o acesso também constam na Lei Estadual 9.826/1974, no
entanto, por propiciarem ao servidor a investidura em cargo que não integra
a sua carreira, sem a devida aprovação em concurso público, são
considerados inconstitucionais.
Gabarito: errado.

6. (Cespe - Técnico de Apoio à Assistência Penitenciária/DEPEN/2013 –


adaptada) De acordo com a Lei Estadual 9.826/1974 e a Constituição, são formas
de provimento em cargo público a nomeação, a promoção e a recondução.
Comentário: são formas de provimento de cargo público a nomeação; a
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promoção; a reversão; o aproveitamento; a reintegração e a recondução.


Apesar de incompleta, a questão não está errada, pois não consta nenhum
termo limitar como “somente”, “apenas” ou “exclusivamente”. Assim,
realmente a nomeação, a promoção e a recondução são formas de
provimento, motivo pelo qual a questão está correta.
Gabarito: correto.

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Posse

Segundo o Estatuto, a posse é o fato que completa a investidura em


cargo público.
Dessa forma, é a partir da posse que se firma o vínculo funcional com
a Administração, momento em que o nomeado passará a servidor público.
Vale dizer, antes da posse, o candidato nomeado não é servidor público
nem possui vínculo jurídico funcional, condição que só ocorrerá no ato da
posse.
Nessa linha, a posse é o ato bilateral por meio do qual o servidor é
investido no cargo público, assumindo os seus deveres e responsabilidades.
Não se trata, todavia, de contrato administrativo em sentido próprio, uma
vez que o servidor público estatutário não firma contrato de trabalho com
o poder público. Isso porque a relação entre o servidor público e a
Administração é de natureza legal ou estatutária. Assim, a posse é o ato
necessário para que se firme o vínculo funcional, representando a condição
para o seu aperfeiçoamento. Cabe ao nomeado apenas concordar com os
termos constantes na posse, adentrando ao regime jurídico aplicável ao
cargo.
Com efeito, independem de posse os casos de promoção, acesso e
reintegração.
Além disso, somente poderão ser empossados aqueles que cumprirem
os seguintes requisitos:
a) ser brasileiro;
b) ter completado 18 anos de idade;
c) estar no gozo dos direitos políticos;
d) estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
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e) ter boa conduta;


f) gozar saúde, comprovada em inspeção médica, na forma legal e
regulamentar;
g) possuir aptidão para o cargo;
h) ter-se habilitado previamente em concurso, exceto nos casos de
nomeação para cargo em comissão ou outra forma de provimento para a
qual não se exija o concurso;
i) ter atendido às condições especiais, prescritas em lei ou
regulamento para determinados cargos ou categorias funcionais.

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Contudo, cabe uma ressalva quanto ao requisito de idade mínima de


18 anos para a posse. Isso, porque a Constituição Estadual, em seu art.
155, permite que maiores de dezesseis anos participem de concursos
públicos para ingresso nos serviços da administração direta e indireta.
Além disso, para os casos de transferência, aproveitamento e reversão,
não serão exigidas provas de cumprimento dos requisitos de nacionalidade
e idade, visto que esse procedimento já foi requerido anteriormente.
Prosseguindo, pelo art. 21 do Estatuto, as autoridades competentes
para dar posse são as seguintes:
I - o Governador do Estado, às autoridades que lhe são diretamente
subordinadas;
II - os Secretários de Estado, aos dirigentes de repartições que lhes são
diretamente subordinadas;
III - os dirigentes das Secretarias Administrativas, ou unidades de
administração geral equivalente, da Assembleia Legislativa, do Tribunal
de Contas do Estado, e do Conselho de Contas dos Municípios, aos seus
funcionários, se de outra maneira não estabelecerem as respectivas leis
orgânicas e regimentos internos;
IV - o Diretor-Geral do órgão central do sistema de pessoal, aos demais
funcionários da Administração Direta;
V - os dirigentes das Autarquias, aos funcionários dessas entidades.

O mesmo artigo, em seu §2º, dispõe que além dos requisitos básicos
para assumir o cargo, o nomeado deverá apresentar, previamente, a
declaração sobre acumulação de cargos. Além disso, é obrigatória, no ato
da posse, a apresentação de declaração de bens e valores que constituem
o seu patrimônio. 02675407364

Interessante notar, ademais, que a posse é a formação do vínculo


jurídico, com aceitação das responsabilidades e atribuições. Por isso, ela
poderá ocorrer por meio de procuração específica, ou seja, o nomeado
poderá outorgar, por meio de procuração, a competência para que outra
pessoa assine o termo em seu lugar, desde que esteja ausente do País ou
do Estado, ou, ainda, em casos especiais, a juízo da autoridade competente
(art. 23). Obviamente que tal regra é apenas para a posse, uma vez que o
exercício só poderá ser realizado pelo próprio candidato aprovado em
concurso e nomeado.
A autoridade que conceder a posse deverá verificar, sob pena de
responsabilidade:

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I - se foram satisfeitas as condições legais para a posse;


II - se do ato de provimento consta a existência de vaga, com os
elementos capazes de identificá-la;
III - em caso de acumulação, se pelo órgão competente foi declarada
lícita.

Por fim, a posse deve ser tomada no prazo de trinta dias, a contar da
data da publicação do ato no órgão oficial, prorrogável por mais sessenta,
a requerimento do interessado ou de seu representante legal.

Exercício

Vimos acima que a posse pode ser feita por procuração. No caso do
exercício, porém, isso não é possível. Isso porque o exercício é
personalíssimo, ou seja, somente a pessoa formalmente designada poderá
exercer as atribuições do cargo para o qual foi nomeada. Assim, o exercício
é a efetiva entrada do funcionário em serviço público, caracterizada pela
frequência e execução das atividades atribuídas ao cargo ou à função.
O exercício será dado pelo dirigente da repartição ou do serviço em
que for lotado o funcionário.
O art. 33 estabelece o prazo para o início do exercício, que será de
trinta dias, contados da: (a) publicação oficial do ato, no caso de
reintegração; (b) data da posse, nos demais casos.
Se o funcionário não entrar em exercício no prazo legal, ele será
exonerado do cargo.

O prazo para tomar posse é de 30 (trinta) dias, a contar da


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data da publicação do ato no órgão oficial, prorrogável por


mais 60 (sessenta), a requerimento do interessado.

O prazo para o exercício também é de 30 (trinta) dias, a contar: (a) da publicação


oficial do ato, no caso de reintegração; (b) da data da posse, nos demais casos.

Continuando, a apresentação, ao órgão de pessoal, dos elementos


necessários à atualização de seu cadastro individual é obrigatória ao
funcionário que desejar entrar em exercício (art. 36).
O funcionário terá o exercício na repartição em que for lotado e seu
afastamento só poderá ocorrer nos casos previstos em lei ou regulamento

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(art. 34), por no máximo quatro anos consecutivos. Contudo, esse prazo
poderá ser estendido:
I - quando para exercer as atribuições de cargo ou função de direção ou de
Governo dos Estados, da União, Distrito Federal, Territórios e Municípios e
respectivas entidades da administração indireta;
II - quando à disposição da Presidência da República;
III - quando para exercer mandato eletivo, estadual, federal ou municipal,
observado, quanto a este, o disposto na legislação especial pertinente;
IV - quando convocado para serviço militar obrigatório;
V - quando se tratar de funcionário no gozo de licença para acompanhar o
cônjuge.
Por fim, caso o funcionário seja preso preventivamente, pronunciado
por crime comum ou denunciado por crime inafiançável, em processo do
qual não haja pronúncia, será ele afastado do exercício, com direito à
percepção do benefício do auxílio-reclusão, até sentença passada em
julgado.
Vamos dar uma olhada como o assunto já foi cobrado.

7. (Cespe – AJ/TRT 17 ES/2013 – adaptada) Se a publicação do ato de


provimento de determinado indivíduo em cargo público estadual tiver ocorrido em
29 de abril de 2013, mas sua posse, somente no dia 15 do mês seguinte, a posse
será considerada sem efeito, por ter ocorrido fora do prazo previsto na legislação
em vigor.
Comentário: o prazo para a pessoa tomar posse é de trinta dias a contar da
publicação do ato de provimento, prorrogável por mais sessenta. Já o prazo
de exercício é de trinta dias. Assim, o indivíduo tomou posse dentro do prazo
legal, uma vez que entre o dia 29 de abril e o dia 15 de maio decorreram
dezesseis dias. 02675407364

Gabarito: errado.

Estágio probatório

O estágio probatório representa o período de tempo em que a


capacidade do servidor será avaliada para o exercício do cargo. Nessa linha,
destaca-se que a habilitação em estágio probatório é uma das condições
para aquisição da estabilidade.

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Assim, a Lei 9.826/1974 destaca que o estágio probatório terá a


duração de três anos, com o objetivo de apurar os requisitos necessários
à sua confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
Os requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório, além de
outros específicos indicados em lei ou regulamento, são os seguintes:
I - adaptação do servidor ao trabalho, verificada por meio de avaliação da
capacidade e qualidade no desempenho das atribuições do cargo;
II - equilíbrio emocional e capacidade de integração;
III - cumprimento dos deveres e obrigações do servidor público, inclusive
com observância da ética profissional.
I - adaptação e dedicação do servidor ao trabalho, verificada por meio de
avaliação da capacidade e qualidade no desempenho das atribuições do cargo;

II - equilíbrio emocional e capacidade de integração;

III - respeito à dignidade e integridade física do ser humano;

IV - cumprimento dos deveres e obrigações do servidor público, inclusive com


observância da ética profissional.

Contudo, devemos saber que o estágio probatório e o ganho de


estabilidade são coisas distintas. O estágio probatório é um período em que
o servidor será avaliado quanto à aptidão para desempenhar determinado
cargo, enquanto a estabilidade é obtida, uma única vez, pelo servidor
público dentro de um mesmo ente federado, ou seja, o servidor torna-se
estável no serviço público dentro de um ente federado, e não em um cargo
determinado9. 02675407364

Exemplificando, imagine que “A” seja servidor público no órgão Y da


União. Após três anos de serviço e cumprido o requisito do §4º do artigo 41
da CF/88, “A” torna-se estável no serviço público. Caso ele seja aprovado
em concurso público para o cargo “Z”, ele deverá fazer novo estágio
probatório, mas continua estável no serviço público.
Prosseguindo, vale mencionar ainda que o §4º, art. 41, da CF,
determina que como condição para a aquisição da estabilidade, é
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
para essa finalidade.

9
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 363.

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Essa avaliação especial de desempenho poderá ocorrer (a)


extraordinariamente, ainda durante o estágio probatório, diante da
ocorrência de algum fato dela motivador, sem prejuízo da avaliação
ordinária, e (b) ordinariamente, logo após o término do estágio probatório,
devendo a comissão ater-se exclusivamente ao desempenho do servidor
durante o período do estágio.
Por fim, o funcionário que não atenda aos requisitos estabelecidos para
o estágio probatório será exonerado (pela inobservância dos itens I e II do
quadro anterior) ou, demitido na hipótese de falta do cumprimento do
requisito III. Para se efetuar a exoneração ou demissão, a inaptidão deverá
ser apurada por meio de sindicância, em que será assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
Ressalta-se que o ato de exoneração ou de demissão do servidor em
razão de reprovação na avaliação especial de desempenho será expedido
pela autoridade competente para nomear.
Vejamos como isso já foi cobrado em provas!

8. (Cespe – Assistente 1/CNPq/2011) Caso o servidor público não satisfaça as


condições do estágio probatório, a sua exoneração do cargo efetivo ocorre a pedido
ou de ofício.
Comentário: o servidor inabilidade em estágio probatório poderá ser
exonerado ou demitido, conforme o caso. Porém, sempre será assegurado o
direito de defesa.
Cabe observar que a demissão ou exoneração ocorrerão de ofício. Portanto,
não existe exoneração a pedido por inabilitação no estágio probatório. Logo,
a questão está errada.
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Destaca-se, porém, que há a possibilidade de o servidor obter a exoneração a


pedido, mas isso não decorre da inaptidão no estágio.
Gabarito: errado.

Vacância

A vacância corresponde às hipóteses em que o servidor desocupa o


seu cargo, tornando-o passível de preenchimento por outra pessoa. As
hipóteses de vacância estão previstas no artigo 62 e são as seguintes:

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a) exoneração;
b) demissão;
c) ascensão funcional;
d) aposentadoria;
e) falecimento.

No caso da exoneração, da demissão e do falecimento, ocorre o


rompimento definitivo do vínculo do servidor com a Administração. Já na
aposentadoria, ocorre a alteração do vínculo ou faz-se surgir um novo. Por
fim, como já destacamos em nossa aula, a ascensão é inconstitucional e,
por esse motivo, não há que se fazer menção.
Ademais, a aposentadoria ocorre quando o servidor passa à
inatividade por ato da Administração Pública, podendo ocorrer de forma
voluntária, compulsória (aos 70 anos) ou por invalidez permanente.
Por outro lado, o falecimento é o fato administrativo que gera a
vacância em decorrência da morte do servidor.
Já a demissão ocorre em decorrência de cometimento de infração
funcional ensejadora da perda do cargo. Portanto, a demissão é uma
penalidade administrativa, prevista no art. 196, IV, aplicável por meio de
processo administrativo disciplinar.
Por fim, a exoneração é a forma de vacância em que ocorre a
dissolução do vínculo jurídico, sem caráter punitivo, que encerra a relação
funcional do servidor com a Administração.
A exoneração do servidor efetivo poderá ser a pedido, ou seja, quando
o próprio servidor solicita a sua exoneração; ou de ofício, isto é, quando a
iniciativa decorre da própria Administração. Utilizando as palavras de
02675407364

Matheus Carvalho, relacionamos as seguintes hipóteses de exoneração de


ofício10:
a) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório
(inabilitação em estágio probatório), ou seja, quando o poder público,
ao final do período de testes, entender que o servidor não está apto
para exercer as funções inerentes àquele cargo;
b) quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício
no prazo estabelecido em lei, qual seja o de trinta dias. Nesse caso,
há uma presunção legal de desinteresse pelas atividades inerentes ao

10
Carvalho, 2014.

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cargo e a determinação de vacância do cargo para que possa ser


preenchido por outro agente público, nos termos da lei;
c) quando o servidor estável não consegue atingir as metas mínimas
de eficiência e é considerado insatisfatório na avaliação periódica
de desempenho (insuficiência de desempenho) prevista no art.
41 §1º, III, da Constituição da República, sempre garantidos, nestes
casos, o contraditório e a ampla defesa. Ressalte-se que a avaliação
periódica de desempenho depende de regulamentação por lei
específica que definirá as regras aplicáveis, tratando-se o dispositivo
constitucional mencionado de norma de eficácia limitada;
d) em casos de excesso de despesas com pessoal, para adequação
aos limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, consoante
disposição do art. 169 da Carta Magna, situações em que o ente estatal
determinará (nesta ordem) a exoneração de servidores comissionados,
em um percentual mínimo de 20%; passando à exoneração de
servidores não estáveis; e, por fim, em havendo necessidade,
realizando a exoneração de servidores estáveis, nos termos da lei;
e) em casos de servidores detentores de cargos em comissão, casos
em que a exoneração será feita por livre decisão da autoridade
responsável sem a necessidade de motivação, haja vista se tratar de
cargo previsto em lei como cargo de livre nomeação e de livre
exoneração.
Além dessas, podemos acrescentar ainda: (a) quando se tratar de
posse em outro cargo ou emprego da União, do Estado, do Município, do
Distrito Federal, dos Territórios, de Autarquia, de Empresas Públicas ou de
Sociedade de Economia Mista, ressalvados os casos de substituição, cargo
de Governo ou de direção, cargo em comissão e acumulação legal desde
que, no ato de provimento, seja mencionada esta circunstância.
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Finalizando a vacância, teremos a ocorrência da vaga na data (a) da


vigência do ato administrativo que lhe der causa, (b) da morte do ocupante
do cargo, (c) da vigência do ato que criar e conceder dotação para o seu
provimento ou do que determinar esta última medida, se o cargo já estiver
criado, e (d) da vigência do ato que extinguir cargo e autorizar que sua
dotação permita o preenchimento de cargo vago.
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Exoneração

Demissão
Formas de Vacância
Aposentadoria

Falecimento.

Vamos aos exercícios!

9. (Cespe – AJ/STF/2013) A vacância decorre, entre outros fatos, da ascensão e


da transferência.
Comentário: a vacância corresponde às hipóteses em que o servidor
desocupa o seu cargo, tornando-o passível de preenchimento por outra
pessoa. Segundo o artigo 62, ela poderá ocorrer através de exoneração;
demissão; aposentadoria; e falecimento.
A ascensão também consta na Lei Estadual 9.826/1974, porém foi considerada
inconstitucional (ADI 837/98). Por outro lado, a transferência, que também é
inconstitucional, não é considerada forma de vacância no Estatuto dos
Servidores do Ceará.
Gabarito: errado.

Deslocamento

A Lei 9.826/1974 apresenta duas hipóteses de deslocamento: a


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remoção e a substituição. Elas não são formas de provimento nem de


vacância, pois representam apenas a troca do local de lotação do servidor.
Vejamos os detalhes.

Remoção

A remoção é o deslocamento do funcionário de uma para outra


unidade ou entidade do Sistema Administrativo. Ela poderá ocorrer de ofício
ou a pedido do funcionário, atendidos o interesse público e a conveniência
administrativa.

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Essa remoção deverá respeitar a lotação das unidades ou entidades


administrativas interessadas e será realizada, no âmbito de cada uma, pelos
respectivos dirigentes e chefes, conforme se dispuser em regulamento (art.
37, §1º).
Finalmente, o Estatuto estabelece que deverá ser concedida a
remoção, ou será o funcionário posto à disposição da unidade de serviço
estadual que houver no lugar de domicílio do cônjuge ou em que funcionar
o órgão sede do mandato eletivo – com todos os direitos e vantagens do
cargo –, para acompanhar cônjuge, também servidor público, que for
designado ex-officio para ter exercício em outro ponto do território estadual
ou nacional ou for detentor de mandato eletivo.
Este é um importante instrumento de proteção à família, que ocorre
quando o cônjuge ou companheiro – também servidor – é deslocado no
interesse da Administração (de ofício), situação em que o outro servidor do
casal também será removido.
Contudo, tal hipótese possui algumas limitações, uma vez que só pode
ocorrer nos casos previstos em lei. Assim, se o casal já não residia na
mesma localidade, não há que se alegar o direito de remoção vinculada,
conforme podemos observar da seguinte decisão do STJ, conforme consta
no Informativo 482/201111:
SERVIDOR PÚBLICO. REMOÇÃO. ACOMPANHAMENTO. CÔNJUGE.
IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA. COABITAÇÃO.
Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a
sua remoção para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação
provisória em qualquer outro órgão da Administração Federal direta,
autárquica ou fundacional para acompanhar a esposa, servidora pública
federal, removida de ofício de Campina Grande para João Pessoa. Apesar
de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus à
remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na
mesma localidade antes da remoção da esposa. Portanto, o Estado
não se omitiu do seu dever de proteger a unidade familiar, que ocorre
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quando há o afastamento do convívio familiar direto e diário de um dos


seus integrantes. AgRg no REsp 1.209.391-PB, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 6/9/2011.
Além disso, também não há direito à remoção quando o agente é
aprovado em concurso público, sendo provido originalmente em localidade
diferente da que residia com companheiro ou cônjuge. Isso porque quando
prestou o concurso público o candidato tinha ciência de que poderia ser
nomeado para o desempenho de suas atribuições em localidade diferente
da de sua residência, não se podendo invocar o direito à remoção. Nessa
linha, vejamos outro precedente do STJ:

11
Vejam em Informativo STJ 482 ou no AgRg no REsp 1.209.391/PB.

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PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO


AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. ESCRIVÃ DA
POLICIA FEDERAL. REMOÇÃO PARA O MESMO LOCAL ONDE RESIDE O
CÔNJUGE. PROTEÇÃO DO NÚCLEO FAMILIAR. SITUAÇÃO INADEQUADA
À LEGISLAÇÃO PERTINENTE. 1. "A primeira investidura em concurso
público elide a invocação do instituto da remoção para reintegração
da unidade familiar, em razão do prévio conhecimento das normas
expressas no edital do certame, as quais vinculam candidatos e
Administração, cuja atuação reflete a observância da preservação do
interesse público, mediante critérios de conveniência e oportunidade"
(AgRg no REsp 676.430/PB, Rel. Ministro Celso Limongi (Desembargador
convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe 14/12/2009). 2. A tutela à
família não pode ser vista de forma absoluta, devendo os
interessados observarem o enquadramento legal para que não se
cometa injustiças ou preterição em favor de uma pequena parcela
social. Precedentes: AgRg no REsp 1.209.391/PB, Rel. Ministro Humberto
Martins, Segunda Turma, DJe 13/09/2011; MS 12.887/DF, Rel. Ministro
Napoleão Nunes Maia Filho, Terceira Seção, DJe 09/10/2008; AgRg no REsp
1.260.423/CE, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
23/02/2012. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp
201.588/CE, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 05/08/2014, DJe 08/08/2014)
Logo, quando for nomeado para investidura inicial em cargo público,
não há como exigir o direito à remoção do cônjuge ou companheiro.

Substituição

A substituição é um instrumento fundado no princípio da continuidade,


possuindo previsão no art. 39 da Lei 9.826/1974, que determina que os
servidores investidos em cargo em comissão terão substitutos indicados
em lei, regulamento, regimento ou manual de serviço, nos casos de
impedimento legal ou afastamento.
Essa substituição ocorrerá independentemente da lavratura do ato, e
poderá ser automática ou através de nomeação.
Nesse segundo caso, a nomeação poderá ser feita pelo:
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 Governador;
 Presidente da Assembleia;
 Presidente do Tribunal de Contas;
 Presidente do Conselho de Contas dos Municípios; ou
 dirigente autárquico, conforme o caso.

Ademais, a substituição deverá ser remunerada por todo o período,


excetuados os períodos inferiores a trinta dias, quando essa será gratuita
(art. 40, §3º). Essa remuneração abarcará o vencimento e a gratificação de

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representação de cargo, sendo vedada a acumulação de vencimento,


gratificações e vantagens.
Com efeito, nos casos de vacância do cargo em comissão, e até que
esse cargo seja provido, poderá ser designado, pela autoridade
imediatamente superior, um funcionário para responder pelo expediente. A
ele será aplicada a remuneração citada acima – gratuita, salvo se exceder
de 30 dias, quando então será remunerada por todo o período.

Regime disciplinar

O regime disciplinar dos servidores públicos está disposto no Título VI


da Lei Estadual 9.826/1974 (artigos 174 a 233). Nesse Título, encontramos
os deveres e proibições dos servidores, as penalidades a que estão sujeitos,
as regras sobre as responsabilidades, bem como as disposições sobre o
processo administrativo disciplinar.

Princípios fundamentais (responsabilidades)

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá


responder nas esferas civil, penal e administrativa. Basicamente, a
esfera civil decorre da ocorrência de dano e consiste no respectivo
ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções penais (p.
ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da prática dos
ilícitos administrativos, previstos no Estatuto dos Servidores.
Assim, justamente por possuírem fundamentos diversos, a regra é que
cada uma dessas instâncias seja independente. Portanto, um mesmo
servidor público poderá ser condenado simultaneamente a ressarcir o dano
(esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera administrativa) e ainda ser
condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um
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servidor seja condenado civil e administrativamente, mas absolvido no


processo penal. Logo, existem várias combinações possíveis. Todavia,
veremos, adiante, que a regra da independência das instâncias possui
algumas exceções.
A responsabilidade civil decorre de conduta funcional, comissiva ou
omissiva, dolosa ou culposa, que acarrete prejuízo para o patrimônio do
Estado, de suas entidades ou de terceiros (art. 177). Nesse caso,
exige-se a responsabilidade subjetiva ou com culpa do servidor público.
Portanto, para que o servidor público seja condenado civilmente a ressarcir
o dano, deverá ser comprovado que ele agiu com dolo (intenção) ou com
culpa em sentido estrito.

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Caso o dano seja causado contra a Administração, o servidor será


diretamente contra ela responsabilizado. No entanto, se o dano ocorrer
contra terceiros, o funcionário responderá perante o Estado ou suas
entidades, através de ação regressiva proposta depois de transitar em
julgado a decisão judicial, que houver condenado a Fazenda Pública a
indenizar o terceiro prejudicado (art. 177, §2º).
Nesse contexto, o art. 37, §6º, da Constituição Federal, determina que
as “pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Assim, se um servidor
público causar dano a terceiro, o Estado deverá primeiro ressarcir o
prejudicado para, em seguida, mover a ação de regresso contra o servidor,
para dele recuperar os valores gastos com a indenização.
De forma bem simples, se o servidor público “A” causar dano, com dolo
ou culpa, ao cidadão “B”; o Estado será responsável por ressarcir “B”,
podendo em seguida mover a ação de regresso contra “A” para recuperar
esses valores.
Por outro lado, a responsabilidade penal abrange os crimes e
contravenções imputadas ao funcionário, nessa qualidade (art. 178). Na
Lei Penal, os crimes praticados pelo funcionário público contra a
Administração constam nos artigos 312 a 326. Além disso, podemos
encontrar outras condutas típicas na legislação especial, a exemplo da Lei
8.666/1993 que apresenta alguns crimes que podem ser praticados por
servidores públicos relacionados com licitações e contratos administrativos.
Finalmente, a responsabilidade administrativa resulta da prática de
algum ilícito administrativo, como por exemplo a infringência em
algumas das vedações impostas ao funcionário público ou a falta de
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observância dos deveres funcionais. Assim, dispõe o art. 175 que se


considera ilícito administrativo a conduta comissiva ou omissiva, do
funcionário, que importe em violação de dever geral ou especial, ou de
proibição, fixado no Estatuto e em sua legislação complementar, ou que
constitua comportamento incompatível com o decoro funcional ou social.
Nessa linha, o servidor poderá ser punido pelo ilícito administrativo
independentemente de acarretar resultado perturbador do serviço estadual
(art. 175, parágrafo único).
O funcionário público é administrativamente responsável, perante seus
superiores hierárquicos, pelos ilícitos que cometer (art. 174).

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Ademais, a apuração da responsabilidade funcional será promovida, de


ofício ou mediante representação, pela autoridade de maior hierarquia
no órgão ou na entidade administrativa em que tiver ocorrido a
irregularidade. Porém, caso se trate de ilícito administrativo praticado fora
do local de trabalho, a apuração da responsabilidade será promovida pela
autoridade de maior hierarquia no órgão ou na entidade a que pertencer o
funcionário a quem se imputar a prática da irregularidade. Por fim, se a
prática do ilícito for imputada a vários funcionários lotados em órgãos
diversos do Poder Executivo, a competência para determinar a apuração da
responsabilidade caberá ao Governador do Estado (art. 176, caput e
parágrafo único).
Além disso, a apuração da responsabilidade funcional ocorre por meio
de sindicância ou de inquérito (art. 179, §2º).
Voltando ao assunto da independência das instâncias, dispõe o art. 179
que são independentes as instâncias administrativas civil e penal, e
cumuláveis as respectivas cominações.
Ocorre, todavia, que a esfera penal poderá, em alguns casos,
influenciar as demais órbitas de responsabilidade, a depender do conteúdo
da sentença penal.
Nesse contexto, entende o STF que a responsabilidade administrativa
do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria. Isso porque a apuração penal é muito
mais solene, exigindo um aprofundamento nas provas bem maior do que
se exige nas demais esferas. Assim, se ao final do processo penal restar
comprovado que o fato não existiu ou então que o servidor não é o autor
da conduta investigada, não há porque condená-lo nas demais esferas.
É importante ficar claro, porém, que tal relação ocorre apenas quando
ficar comprovado no processo penal que o fato não existiu ou então que o
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servidor não é o seu autor.


Por outro lado, se o servidor for absolvido simplesmente pela falta de
provas, ou por ausência de tipicidade ou de culpabilidade penal, ou por
qualquer outro motivo que não sejam os dois mencionados acima, a
esfera penal não influenciará nas demais.
Assim, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de provas,
mas ser condenado civil e administrativamente, pois essas últimas não
exigem um rigor probatório tão grande. Da mesma forma, um servidor pode
ser absolvido penalmente por falta de tipicidade de sua conduta, ou seja,
aquilo que ele cometeu não se enquadra perfeitamente com a conduta

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prevista na Lei Penal (tipo penal), porém a mesma conduta poderá ser
enquadrada em alguma falta funcional, acarretando a responsabilidade
administrativa.
Com efeito, a doutrina12 utiliza a expressão conduta residual para se
referir àquelas condutas que não são puníveis na órbita penal, mas que
geram responsabilização civil e administrativa. Nesse contexto, vale
transcrevermos o enunciado da Súmula 18 do STF, vejamos:
Súmula 18:
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é
admissível a punição administrativa do servidor público.
Dessa forma, com exceção da sentença penal que negar a existência
do fato ou a sua autoria, as instâncias de responsabilização são
independentes, podendo o servidor ser responsabilizado pela conduta
residual.
Quando o comportamento funcional irregular configurar, ao mesmo
tempo, responsabilidade administrativa, civil e penal, a autoridade que
determinou o procedimento disciplinar deverá adotar as providências para
a apuração do ilícito civil ou penal, quando for o caso, durante ou depois de
concluídos a sindicância ou o inquérito (art. 179, §3º).
Vale destacar ainda que todo funcionário que exercer atribuições de
chefia e que tomar conhecimento de um fato que possa vir a se configurar,
ou se configure como ilícito administrativo, é obrigado a representar
perante a autoridade competente, a fim de que esta promova a sua
apuração, sob pena de ser responsabilizado pela omissão (art. 179, §1º).
Uma vez constatada a responsabilidade administrativa do funcionário,
a autoridade competente deverá aplicar a sanção que entender cabível, ou
a que for tipificada no Estatuto para determinados ilícitos. Assim, na
aplicação da sanção, a autoridade deverá levar em conta: (a) os
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antecedentes do funcionário; (b) as circunstâncias em que o ilícito ocorreu;


(c) a gravidade da infração; e (d) os danos que dela provierem para o
serviço estatal de terceiros.
Todavia, existem situações que excluem a responsabilidade
administrativa. São elas:
a) legítima defesa;
b) estado de necessidade;

12
e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 782.

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c) alienação mental, comprovada através de perícia médica oficial -


neste caso, o sindicante ou a Comissão Permanente de Inquérito
deverá comunicar a situação do servidor à autoridade competente, a
fim de que seja providenciada a aposentadoria do funcionário.
Considera-se legítima defesa o revide moderado e proporcional à
agressão ou à iminência de agressão moral ou física, que atinja ou vise a
atingir o funcionário, ou seus superiores hierárquicos ou colegas, ou o
patrimônio da instituição administrativa a que servir (art. 179, §7º).
Por outro lado, o estado de necessidade ocorre quando o funcionário
realiza atividade indispensável ao atendimento de uma urgência
administrativa, inclusive para fins de preservação do patrimônio público
(art. 179, §8º).
Porém, o exercício da legítima defesa e de atividades em virtude do
estado de necessidade não serão excludentes de responsabilidade
administrativa quando houver excesso, imoderação ou
desproporcionalidade, culposos ou dolosos, na conduta do funcionário (art.
179, §9º).

Extinção da responsabilidade administrativa

A responsabilidade administrativa pode ser extinta em duas hipóteses


(art. 181):
a) com a morte do funcionário;
b) pela prescrição do direito de agir do Estado ou de suas entidades em
matéria disciplinar.
Nessa linha, a prescrição é a situação em que o Poder Público perde a
sua capacidade punitiva, ou seja, transcorrido o prazo previsto em lei, o
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Estado não poderá mais impor penalidade ao agente infrator.


De acordo com o art. 182 do Estatuto, o direito ao exercício do poder
disciplinar prescreve passados cinco anos da data em que o ilícito tiver
ocorrido.
No entanto, dispõe o parágrafo único do art. 182 do Estatuto que são
imprescritíveis o ilícito de abandono de cargo e a respectiva sanção.

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Efeitos do inquérito administrativo

Conforme dispõe o art. 183 do Estatuto, o inquérito administrativo para


apuração da responsabilidade do funcionário produzirá, preliminarmente,
os seguintes efeitos:
a) afastamento do funcionário indiciado de seu cargo ou função, nos
casos de prisão preventiva ou prisão administrativa (obs.: o atual
texto constitucional não admite prisão administrativa de servidor
público);
b) sobrestamento do processo de aposentadoria voluntária;
c) proibição do afastamento do exercício, salvo na hipótese mencionada
na letra “a”;
d) proibição de concessão de licença, ou o seu sobrestamento, salvo a
concedida por motivo de saúde;
e) cessação da disposição, com retorno do funcionário ao seu órgão de
origem.

Direito de defesa

A art. 5º, LV, da Constituição Federal, dispõe que “aos litigantes, em


processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes”.
Assim, desde o advento da atual Carta Política, não existe nenhum
fundamento para impor uma sanção sem que o acusado possa se defender,
tal como ocorria na chamada “verdade sabida”. Dessa forma, mesmo que
existam as mais fortes evidências de que determinada pessoa cometeu uma
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infração, ela não pode ser penalizada antes de lhe ser concedida a
oportunidade de defesa.
Nesse sentido, o art. 184 do Estatuto estabelece que, no processo
disciplinar, será assegurado ao funcionário a ampla defesa, que consistirá,
sobretudo:
a) no direito de prestar depoimento sobre a imputação que lhe é feita
e sobre os fatos que a geraram;
b) no direito de apresentar razões preliminares e finais, por escrito,
nos termos do Estatuto;

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c) no direito de ser defendido por advogado, de sua indicação, ou por


defensor público, também advogado, designado pela autoridade
competente;
d) no direito de arrolar e inquirir, reinquirir e contraditar testemunhas,
e requerer acareações;
e) no direito de requerer todas as provas em direito permitidas,
inclusive as de natureza pericial;
f) no direito de arguir prescrição;
g) no direito de levantar suspeições e arguir impedimentos.

Dispõe o art. 185 que a defesa do funcionário no procedimento


disciplinar, que é de natureza contraditória, é privativa de advogado.
Caso o servidor pobre na forma da lei, ou revel, não indicar advogado, a
autoridade competente deverá indicar um defensor para o funcionário,
podendo a indicação recair em advogado do Instituto de Previdência do
Estado do Ceará (IPEC). Além disso, se o funcionário possuir a qualidade
de advogado, ele mesmo poderá se defender.
Devemos observar, todavia, que apesar de a Lei Estadual 9.826/1974
dispor expressamente sobre a necessidade de advogado, o STF entende
que a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição, conforme consta na Súmula
Vinculante 5. Portanto, devemos observar se eventualmente o enunciado
da questão mencionará o entendimento do STF ou as disposições expressas
da Lei 9.826/1974.
Por fim, dispõe o art. 186 que o funcionário público fica sujeito ao poder
disciplinar desde a posse ou, se esta não for exigida, desde o seu ingresso
no exercício funcional. 02675407364

Deveres

Os deveres do funcionário dividem-se em gerais e especiais. Os


deveres gerais são fixados no Estatuto dos Servidores e em sua legislação
complementar; ao passo que os deveres especiais são fixados tendo em
vista as peculiaridades das atribuições funcionais (art. 190). Portanto, os
deveres gerais aplicam-se indistintamente a todos os funcionários públicos,
enquanto os deveres especiais decorrem das atribuições de cada cargo.
Nessa linha, são deveres gerais do funcionário (art. 191):

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a) lealdade e respeito às instituições constitucionais e administrativas a


que servir;
b) observância das normas constitucionais, legais e regulamentares;
c) obediência às ordens de seus superiores hierárquicos;
d) continência de comportamento, tendo em vista o decoro funcional e
social;
e) levar, por escrito, ao conhecimento da autoridade superior
irregularidades administrativas de que tiver ciência em razão do
cargo que ocupa, ou da função que exerça;
f) assiduidade;
g) pontualidade;
h) urbanidade;
i) discrição;
j) guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza
reservada de que tenha conhecimento em razão do cargo que ocupa,
ou da função que exerça;
k) zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;
l) atender às notificações para depor ou realizar perícias ou vistorias,
tendo em vista procedimentos disciplinares;
m) atender, nos prazos de lei ou regulamentares, as requisições para
defesa da Fazenda Pública;
n) atender, nos prazos que lhe forem assinados por lei ou regulamento,
os requerimentos de certidões para defesa de direitos e
esclarecimentos de situações;
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o) providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento


individual, sua declaração de família;
p) atender, prontamente, e na medida de sua competência, os pedidos
de informação do Poder Legislativo e às requisições do Poder
Judiciário;
q) cumprir, na medida de sua competência, as decisões judiciais ou
facilitar-lhes a execução.

Nessa linha, a regra é o cumprimento das ordens superiores. No


entanto, o servidor deverá deixar de cumprir ordem de autoridade superior
quando (art. 192):

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a) a autoridade de quem emanar a ordem for incompetente;


b) não se contiver a ordem na área da competência do órgão a que
servir o funcionário seu destinatário, ou não se referir a nenhuma das
atribuições do servidor;
c) for a ordem expedida sem a forma exigida por lei;
d) não tiver sido a ordem publicada, quando tal formalidade for
essencial à sua validade;
e) não tiver a ordem como causa uma necessidade administrativa ou
pública, ou visar a fins não estipulados na regra de competência da
autoridade da qual promanou ou do funcionário a quem se dirige;
f) a ordem configurar abuso ou excesso de poder ou de autoridade.

Em qualquer dos casos referidos acima, o funcionário representará


contra a ordem, fundamentadamente, à autoridade imediatamente superior
a que ordenou. Caso a ordem tenha sido emanada pelo Presidente da
Assembleia Legislativa, pelo Chefe do Poder Executivo, pelo Presidente do
Tribunal de Contas e pelo Presidente do Conselho de Contas dos Municípios,
o funcionário justificará perante essas autoridades a escusa da obediência.

Proibições

As proibições são condutas vedadas aos funcionários públicos, estando


enumeradas no art. 193. Assim, são vedadas as seguintes condutas:
a) salvo as exceções constitucionais pertinentes, acumular cargos,
funções e empregos públicos remunerados, inclusive nas
entidades da Administração Indireta (autarquias, empresas públicas
e sociedades de economia mista);
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b) referir-se de modo depreciativo às autoridades em qualquer ato


funcional que praticar, ressalvado o direito de crítica doutrinária aos
atos e fatos administrativos, inclusive em trabalho público e
assinado;
c) retirar, modificar ou substituir qualquer documento oficial,
com o fim de constituir direito ou obrigação, ou de alterar a verdade
dos fatos, bem como apresentar documento falso com a mesma
finalidade;
d) valer-se do exercício funcional para lograr proveito ilícito para
si, ou para outrem;

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e) promover manifestação de desapreço ou fazer circular ou


subscrever lista de donativos, no recinto do trabalho;
f) coagir ou aliciar subordinados com objetivos político-
partidários;
g) participar de diretoria, gerência, administração, conselho
técnico ou administrativo, de empresa ou sociedades mercantis;
h) pleitear, como procurador ou intermediário, junto aos órgãos e
entidades estaduais, salvo quando se tratar de percepção de
vencimentos, proventos ou vantagens de parente consanguíneo ou
afim, até o segundo grau civil;
i) praticar a usura;
j) receber propinas, vantagens ou comissões pela prática de atos
de oficio;
k) revelar fato de natureza sigilosa, de que tenha ciência em razão
do cargo ou função, salvo quando se tratar de depoimento em
processo judicial, policial ou administrativo;
l) cometer a outrem, salvo os casos previstos em lei ou ato
administrativo, o desempenho de sua atividade funcional;
m) entreter-se, nos locais e horas de trabalho, com atividades estranhas
às relacionadas com as suas atribuições, causando prejuízos a estas;
n) deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada;
o) ser comerciante;
p) empregar bens do Estado e de suas entidades em serviço
particular;
q) atender pessoas estranhas ao serviço, no local de trabalho, para o
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trato de assuntos particulares;


r) retirar bens de órgãos ou entidades estaduais, salvo quando
autorizado pelo superior hierárquico e desde que para atender a
interesse público;
s) contratar com o Estado, ou suas entidades, salvo os casos de
prestação de serviços técnicos ou científicos, inclusive os de
magistério em caráter eventual.

Excluem-se desta última proibição os contratos de cláusulas uniformes


e os de emprego, em geral, quando, no último caso, não configurarem
acumulação ilícita.

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Acumulação de cargos, funções e empregos remunerados

É ressalvado ao funcionário o direito de acumular cargo, funções e


empregos remunerados, nos casos excepcionais da Constituição Federal
(art. 194).
Todavia, se for verificado, em inquérito administrativo, acumulação
proibida, mas for provada a boa-fé, o funcionário optará por um dos
cargos, funções ou empregos, não ficando obrigado a restituir o que
houver percebido durante o período da acumulação vedada (art. 194,
§1º).
Porém, se for provada a má-fé, o funcionário perderá os cargos,
funções ou empregos acumulados ilicitamente devolvendo ao Estado o que
houver percebido no período da acumulação (art. 194, §2º).
Além disso, o aposentado compulsoriamente ou por invalidez não
poderá acumular seus proventos com a ocupação de cargo ou o exercício
de função ou emprego público (art. 195). Ressalva-se, porém, que não se
compreendem na proibição de acumular nem estão sujeitos a quaisquer
limites: (a) a percepção conjunta de pensões civis e militares; (b) a
percepção de pensões com vencimento ou salário; (c) a percepção de
pensões com vencimentos de disponibilidade e proventos de aposentadoria
e reforma; e (d) a percepção de proventos, quando resultantes de cargos
legalmente acumuláveis.

Penalidades disciplinares

As penalidades disciplinares são as sanções administrativas impostas


aos servidores em decorrência da prática dos ilícitos administrativos. Nesse
contexto, dispõe o art. 196 da Lei 9.826/1974 que são sanções
disciplinares: 02675407364

a) repreensão;
b) suspensão;
c) multa;
d) demissão;
e) cassação de disponibilidade;
f) cassação de aposentadoria.

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O sistema punitivo na esfera administrativa é


bem diferente do que ocorre no plano criminal.

No direito penal, as condutas são tipificadas, existindo uma sanção


específica para a conduta que estiver vinculada. Por exemplo, o crime de
lesões corporais enseja especificamente a pena de detenção de três
meses a um ano (CP, art. 129).
Por outro lado, na esfera administrativa, não há essa relação direta.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, os “estatutos funcionais
apresentam um elenco de deveres e vedações para os servidores, e o
ilícito administrativo vai configurar-se exatamente quando tais deveres e
vedações são inobservados. Além do mais, os estatutos relacionam as
penalidades administrativas, sem, contudo, fixar qualquer elo de ligação
a priori com a conduta”.
Por exemplo, o art. 191 descreve os deveres funcionais, enquanto o art.
193 dispõe sobre as proibições. Já o art. 196, por outro lado, apresenta o
rol de penalidades administrativas. Com efeito, não há total precisão na
descrição dos deveres e das proibições. Por exemplo, o art. 191, I, dispõe
que o servidor deve atuar com lealdade e respeito às instituições
constitucionais e administrativas a que servir. Não há, porém, uma
descrição clara do que seja “lealdade” ou “respeito”.
Dessa forma, a autoridade responsável pela apuração do ilícito
administrativo é que deve enquadrar determinada conduta em algum tipo
de previsão legal, impondo-lhe a pena cabível ao caso.

Com efeito, a Lei 9.826/1974 descreve, ainda que de forma genérica,


a penalidade aplicável para determinado cada tipo de ilícito administrativo.
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Repreensão

A repreensão será aplicada, sempre por escrito, ao funcionário que,


em caráter primário, a juízo da autoridade competente, cometer falta leve,
não cominável, pelo Estatuto, com outro tipo de sanção (art. 197).

Suspensão

A suspensão será aplicada, através de ato escrito, por prazo não


superior a 90 (noventa) dias, nos casos de reincidência de falta leve,
e nos de ilícito grave, salvo a expressa cominação, por lei, de outro tipo
de sanção (art. 198).

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Como podemos notar, a lei determina que a pena de suspensão não


poderá exceder a noventa dias. Portanto, caberá à autoridade competente
analisar o caso e decidir, de forma discricionária, qual o prazo da suspensão.
Claro que a decisão será devidamente fundamentada, devendo ser aplicada
dentro dos parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade.
Ademais, permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de cinquenta por
cento por dia de vencimento, desde que haja conveniência para o
serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada pela multa e, assim, o
servidor ficará obrigado a permanecer em serviço (art. 198, parágrafo
único).

Demissão

A pena de demissão será obrigatoriamente aplicada nos seguintes


casos (art. 199):
a) crime contra a administração pública;
b) crime comum praticado em detrimento de dever inerente à função
pública ou ao cargo público, quando de natureza grave, a critério da
autoridade competente;
c) abandono de cargo;
d) incontinência pública e escandalosa e prática de jogos proibidos;
e) insubordinação grave em serviço;
f) ofensa física ou moral em serviço contra funcionário ou terceiros;
g) aplicação irregular dos dinheiros públicos, que resultem em lesão
para o Erário Estadual ou dilapidação do seu patrimônio;
h) quebra do dever de sigilo funcional;
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i) corrupção passiva, nos termos da lei penal;


j) falta de atendimento ao requisito do estágio probatório estabelecido
no art. 27, § 1º, item III (dispositivo revogado);
k) desídia funcional;
l) descumprimento de dever especial inerente a cargo em comissão.

O abandono de cargo decorre da deliberada ausência ao serviço,


sem justa causa, por trinta dias consecutivos ou sessenta dias,
interpoladamente, durante doze meses (art. 199, §1º). Por outro lado,
entende-se por ausência ao serviço com justa causa não só a autorizada

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por lei, regulamento ou outro ato administrativo, como a que assim for
considerada após comprovação em inquérito ou justificação administrativa,
esta última requerida ao superior hierárquico pelo funcionário interessado,
valendo esta justificação apenas para fins disciplinares (art. 199, §2º).
Além da hipótese de demissão comum, a Lei 9.826/1974 prevê a
possibilidade de aplicar a demissão com a nota “a bem do serviço
público”. Essa hipótese de demissão será obrigatória no caso de (a)
crime contra a administração pública e (b) aplicação irregular dos dinheiros
públicos, que resultem em lesão para o Erário Estadual ou dilapidação do
seu patrimônio. Além disso, ela também poderá ser aplicada em outras
hipóteses, de acordo com a gravidade do ilícito (art. 200).
A diferença entre a demissão comum e a demissão “a bem do serviço
público”, é que esta última impede o servidor de reingressar nos quadros
funcionais do Estado ou de suas entidades, a qualquer título; salvo se
houver reabilitação em processo disciplinar de revisão (art. 200, parágrafo
único).

Cassação de aposentadoria ou de disponibilidade

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade se ficar


provado, em inquérito administrativo, que o aposentado ou disponível (art.
204):
a) praticou, quando no exercício funcional, ilícito punível com demissão;
b) aceitou cargo ou função que, legalmente, não poderia ocupar, ou
exercer, provada a má-fé;
c) não assumiu o disponível, no prazo legal, o lugar funcional em que foi
aproveitado, salvo motivo de força maior;
d) perdeu a nacionalidade brasileira.02675407364

A cassação da aposentadoria ou disponibilidade extingue o vínculo do


aposentado ou do disponível com o Estado ou suas entidades autárquicas
(art. 204, parágrafo único).

Autoridades competentes para aplicação das sanções

Para cada tipo de sanção disciplinar, há uma autoridade com


competência para aplicá-la. Infelizmente, a redação da Lei Estadual
9.826/1974 é bem confusa. De qualquer forma, o art. 202 da Lei apresenta
a seguinte redação:
Art. 202 - São competentes para aplicação das sanções disciplinares:

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I - os Chefes dos Poderes Legislativo e Executivo, em qualquer caso, e


privativamente, nos casos de demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, salvo se se tratar de punição de funcionário autárquico;
II - os dirigentes superiores das autarquias, em qualquer caso, e,
privativamente, nos casos de demissão e cassação, da aposentadoria ou
disponibilidade;
III - os Secretários de Estado e demais dirigentes de órgãos subordinados
ou auxiliares, em todos os casos, salvo os referidos nos itens I e II;
IV - os chefes de unidades administrativas em geral, nos casos de
repreensão, suspensão até 30 (trinta) dias e multa correspondente.
Analisando o dispositivo, podemos chegar a seguinte conclusão:
a) os Chefes dos Poderes Legislativo e Executivo (e entendemos que
é possível incluir o Chefe do Poder Judiciário, Presidente dos Tribunais
de Contas – Estadual e dos Municípios – e Procurador-Geral de Justiça
do Ministério Público Estadual) são competentes para aplicar qualquer
tipo de sanção, possuindo ainda a competência privativa nos casos
de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade –
devemos excluir os servidores das autarquias e das fundações públicas,
uma vez que essas entidades possuem autonomia;
b) os dirigentes superiores das autarquias (e entendemos que
podemos incluir as fundações públicas) são competentes para aplicar
qualquer tipo de sanção, possuindo também a competência privativa
nos casos de demissão e cassação, da aposentadoria ou
disponibilidade – obviamente que a competência só alcança os
servidores pertencentes a essas entidades;
c) os Secretários de Estado e demais dirigentes de órgãos
subordinados ou auxiliares possuem competência para aplicar
todas as penalidades, com exceção daquelas que são privativas das
autoridades mencionadas acima. Portanto, eles podem aplicar a
repreensão, a suspensão até noventa dias e a multa correspondente;
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d) os chefes de unidades administrativas em geral podem aplicar as


sanções de repreensão, suspensão até trinta dias e a multa
correspondente.
Assim, a única diferença entre a competência das autoridades
mencionadas nas letras “c” e “d” acima é que os Secretários de Estado e
demais dirigentes de órgãos subordinados ou auxiliares possuem
competência plena para aplicar a sanção de suspensão, ou seja, eles podem
aplicar até o prazo máximo de noventa dias. Por outro lado, os chefes das
unidades administrativas em geral só podem aplicar a pena de suspensão
até o limite de trinta dias.

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Suspensão preventiva

Em determinadas situações, a autoridade que determinar a abertura


do inquérito administrativo poderá determinar, como medida cautelar, a
suspensão preventiva do servidor, desde que entenda que tal medida é
necessária para que o indiciado não venha a influir na apuração de sua
responsabilidade. O prazo máximo de tal medida é de noventa dias.
Mesmo estando suspensão preventivamente, o funcionário terá direito:
a) a computar o tempo de serviço relativo ao período de suspensão para
todos os efeitos legais;
b) a computar o tempo de serviço para todos os fins de lei, relativo ao
período que ultrapassar o prazo da suspensão preventiva;
c) a perceber os vencimentos relativos ao período de suspensão,
se reconhecida a sua inocência no inquérito administrativo;
d) a perceber as gratificações por tempo de serviço já prestado e o
salário-família.

Só para não passar em branco, o Estatuto também menciona a


possibilidade de determinar a prisão administrativa. No entanto, a prisão
administrativa é incompatível com o atual texto constitucional, motivo pelo
qual essa medida não pode mais ser adotada.

Sindicância

A apuração da responsabilidade dos servidores pelo cometimento de


ilícitos administrativos ocorre por meio do inquérito administrativo, que
é o equivalente ao que a doutrina e os estatutos dos demais entes chamam
de “processo administrativo disciplinar”.
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Ao lado do inquérito administrativo, a Lei Estadual 9.826/1974 prevê


também a realização da sindicância, porém esta última não possui, em
regra (veremos a seguir duas situações em que a sindicância poderá gerar
punições), a finalidade de aplicar sanções, mas tão somente de reunir os
elementos informativos “para determinar a verdade em torno de possíveis
irregularidades que possam configurar, ou não, ilícitos administrativos” (art.
209, caput).
Assim, a sindicância é, em regra, um procedimento preliminar ao
inquérito administrativo, sendo-lhe anexada como peça informativa e
preliminar (art. 209, §4º).

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Ademais, são competentes para abrir a sindicância a autoridade de


maior hierarquia no órgão em que ocorreu a irregularidade, ou as
seguintes autoridades (permitindo a delegação de competência): (a)
Governador, em qualquer caso; (b) os Secretários de Estado, os dirigentes
autárquicos e os Presidentes da Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas
e do Conselho de Contas dos Municípios (atual Tribunal de Contas dos
Municípios), em suas respectivas áreas funcionais.
A sindicância deverá ser realizada por um funcionário estável,
designado pela autoridade que determinou a sua abertura (art. 209, §3º),
devendo ser realizada no prazo máximo de quinze dias, prorrogável por
igual período, a critério da autoridade que determinou a sua abertura (art.
209, §5º). Com efeito, o sindicante designado poderá ser assessorado por
técnicos, de preferência pertencentes aos quadros funcionais, devendo
todos os atos da sindicância serem reduzidos a termo por secretário
designado pelo sindicante, dentre os funcionários do órgão a que pertencer
(art. 209, §7º).
Vimos acima que existem duas situações em que a sindicância poderá
gerar punições.
A primeira delas ocorre quando os fatos ocorrerem de forma ostensiva
ou existirem fortes indícios de autoria do ilícito administrativo.
Nesse caso, o sindicante indiciará o funcionário, abrindo-lhe o prazo de
três dias para defesa prévia. A seguir, com o seu relatório, encaminhará o
processo de sindicância à autoridade que determinou a sua abertura (art.
209, 6º).
A outra situação ocorre com a apuração das aptidões do servidor em
estágio probatório. De acordo, art. 209, §1º, será aberta a sindicância para
apuração das aptidões do funcionário, no estágio probatório, para fins de
demissão ou exoneração, quando for o caso, assegurada ao indiciado ampla
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defesa, nos termos dos artigos estatutários que disciplinam o inquérito


administrativo, reduzidos os prazos neles estabelecidos, à metade.
No mais, uma vez concluída a sindicância, não sendo apurada a
responsabilidade administrativa, ou não se constatando o descumprimento
dos requisitos do estágio probatório, o processo será arquivado. Por outro
lado, se for fixada a responsabilidade funcional, a autoridade que
determinou a sindicância encaminhará os respectivos autos para a
Comissão Permanente de Inquérito Administrativo de cada órgão.

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Inquérito administrativo

O inquérito administrativo é o procedimento por meio do qual é


apurada disciplinar do funcionário público (art. 210).
De acordo com o Estatuto, são competentes para instaurar o inquérito
administrativo (art. 210, parágrafo único):
a) o Governador, em qualquer caso;
b) os Secretários de Estado, os dirigentes das Autarquias e os Presidentes
da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas e do Conselho de
Contas dos Municípios, em suas áreas funcionais, permitida a
delegação de competência.
Sobre o dispositivo mencionado acima, devemos fazer duas
observações. Em primeiro lugar, devemos subentender que o Presidente do
Tribunal de Justiça também possui competência para instaurar o inquérito,
uma vez que os servidores do legislativo também se submetem ao
mencionado Estatuto.
Além disso, apesar de a Lei mencionar que o Governador pode
instaurar o inquérito “em qualquer caso”, devemos dar uma interpretação
restritiva à expressão. Isso porque o Governador não possui comando sobre
os Poderes Legislativo e Judiciário, nem tampouco sobre os tribunais de
contas e Ministério Público Estadual. Nesses órgãos, o Governador não
possui competência para determinar a instauração de inquérito
administrativo.
Feitas essas observações, podemos seguir com o estudo do Estatuto
dos Servidores.
De acordo com o art. 211, o inquérito administrativo será realizado por
comissões permanentes, instituídas por atos do Governador, do
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Presidente da Assembleia Legislativa, do Presidentes dos tribunais de


contas (Estadual e dos Municípios), dos dirigentes das autarquias e dos
órgãos desconcentrados, permitida a delegação de poder, no caso do
Governador, ao Secretário de Administração.
Essas comissões permanentes de inquérito administrativo serão
compostas de três membros, todos funcionários estáveis do Estado ou de
suas autarquias, presidida pelo servidor que for designado pela autoridade
competente, que colocará à disposição das Comissões o pessoal necessário
ao desenvolvimento de seus trabalhos, inclusive os de secretário e
assessoramento (art. 212). Desde já, destaca-se que todas as reuniões e

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as diligências realizadas pela Comissão de Inquérito serão consignadas em


atas, sob pena de nulidade do processo (art. 219).
O procedimento de inquérito propriamente dito consta entre os artigos
214 e 227, vejamos.
De acordo com o art. 221, o inquérito administrativo deverá ser
concluído no prazo máximo de noventa dias, podendo ser prorrogado
por igual período, a pedido da Comissão, ou a requerimento do indiciado,
dirigido à autoridade que determinou o procedimento.
Uma vez abertos os trabalhos do inquérito, o Presidente da Comissão
mandará citar o funcionário acusado, para que, como indiciado,
acompanhe todo o procedimento, na forma prevista no Estatuto,
requerendo o que for do interesse da defesa (art. 214).
A citação é o instrumento utilizado para dar ciência ao indiciado sobre
a sua condição, chamando-se para acompanhar o processo e requerer
aquilo que for necessário para se defender. Dessa forma, a citação será
pessoal, mediante protocolo. Caso o funcionário se recuse em recebê-la, o
servidor encarregado deverá consignar tal fato por escrito.
Além disso, a citação será feita por edital quando o funcionário não
for encontrado ou esteja ele em lugar incerto e não sabido. Essa citação por
edital se processa por meio de publicação no Diário Oficial do Estado, com
prazo de quinze dias. Se, mesmo assim, o citado não aparecer, será
designado a ele um defensor.
Após a devida citação, o indiciado poderá requerer suas provas no
prazo de cinco dias, podendo renovar o pedido, no curso do inquérito, se
necessário para demonstração de fatos novos (art. 215).
Vale lembrarmos que o processo administrativo disciplinar
fundamenta-se no princípio do contraditório e da ampla defesa. Sendo
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assim, a falta de notificação do indiciado ou de seu defensor, para todas as


fases do inquérito, determinará a nulidade do procedimento (art. 216).
Ademais, em qualquer fase do inquérito permite-se a intervenção do
indiciado, por si, ou por seu defensor (art. 222).
Após o encerramento da fase probatória, o indiciado será notificado
para apresentar, por seu defensor, no prazo de dez dias, suas razões
finais de defesa (art. 217).
Assim, apresentadas as razões finais de defesa, a Comissão
encaminhará os autos do inquérito, com relatório circunstanciado e
conclusivo, à autoridade competente para o seu julgamento (art. 218).

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Recebidos os autos do inquérito, a autoridade julgadora proferirá sua


decisão no prazo improrrogável de vinte dias (art. 225).
Claro que, da decisão de autoridade julgadora caberá recurso, que
poderá ser apresentado no prazo de dez dias, com efeito suspensivo, para
a autoridade hierárquica imediatamente superior, ou para a que for indicada
em regulamento ou regimento (art. 220).
O art. 223 apresenta uma importante regra. Havendo mais de um
indiciado e diversidade de sanções, caberá o julgamento à autoridade
competente para imposição da sanção mais grave. Neste caso, os prazos
assinados aos indiciados correrão em comum (art. 223).
Com efeito, dispõe o art. 224 que o funcionário só poderá ser
exonerado, estando respondendo a inquérito administrativo, depois de
julgado este com a declaração de sua inocência. Trata-se de uma forma de
evitar que o servidor tente escapar da aplicação de penalidade com pedido
de exoneração.
Caso seja declarada a nulidade do inquérito, no todo ou em parte, por
falta do cumprimento de formalidade essencial, inclusive o reconhecimento
de direito de defesa, novo procedimento será aberto (art. 226). Nesse caso,
ou ainda se esgotar o prazo para conclusão do inquérito, o indiciado, se
tiver sido afastado de seu cargo, retornará ao seu exercício funcional (art.
227).

Revisão

A revisão é um novo processo, que correrá em apenso ao originário


(art. 229), e poderá ser aberto a qualquer tempo, desde que se aduzam
fatos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do
requerente (art. 228). Tratando-se de funcionário falecido ou desaparecido,
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a revisão poderá ser requerida pelo cônjuge, companheiro, descendente,


ascendente colateral consanguíneo até o 2º grau civil (art. 228, parágrafo
único).
Vale dizer, a revisão decorre de fatos novos, que venham a justificar
a inocência do funcionário. Dessa forma, não constitui fundamento para a
revisão a simples alegação de injustiça da penalidade (art. 229, parágrafo
único).
O requerimento de revisão, devidamente instruído, será dirigido à
autoridade aplicou a sanção, ou àquela que a tiver confirmado, em grau de
recurso (art. 230).

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Após o recebimento do requerimento, a autoridade designará


comissão composta de três funcionários efetivos, de categoria igual ou
superior à do requerente (art. 230, parágrafo único).
Na peça inicial, o requerente pedirá dia e hora para inquirição das
testemunhas que arrolar (art. 231). Ademais, será considerada informante
a testemunha que, residindo fora da sede onde funcionar a comissão,
prestar depoimento por escrito (art. 231, parágrafo único).
A comissão deve concluir os seus trabalhos em sessenta dias
permitida a prorrogação, nos casos de força maior, por mais trinta dias
(art. 232).
Em seguida, o processo será encaminhado à autoridade competente,
que terá o prazo de vinte dias para efetuar o julgamento, prorrogável por
igual período, no caso de serem determinadas novas diligências (art. 232,
parágrafo único).
Por fim, das decisões proferidas em procedimento de revisão também
cabe recurso (art. 233).
******

QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA

10. (Vunesp - Assistente em Ciência e Tecnologia/Fundacentro/2014 - adaptada)


Conforme dispõe a Lei Estadual n.º 9.826/1974, reversão é:
a) a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial.
b) o retorno à atividade de servidor aposentado.
c) uma forma de punição ao servidor público que comete falta grave.
d) o retorno do servidor ao cargo que anteriormente ocupava em razão da anulação
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de sua promoção.
e) a pena aplicada ao servidor que não honra as suas atribuições relativas ao cargo
que ocupa.
Comentário: a reversão é a forma de provimento que consiste no retorno à
atividade de um servidor aposentado. Portanto, já podemos assinalar a
alternativa B como correta.
Por outro lado, a alternativa A versa sobre a reintegração. Já as alternativas C e
E tratam de penalidades e não de provimento, logo não seria possível conceituar
a reversão em nenhuma das alternativas. Por fim, a alternativa D não retrata
nenhuma passagem da Lei 9.826/1974.
Gabarito: alternativa B.

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11. (Vunesp - Assistente em Ciência e Tecnologia/Fundacentro/2014 - adaptada)


Nos moldes da Lei Estadual nº 9.826/1974, o servidor estável que praticar ofensa
física, em serviço, contra funcionário ou terceiros, salvo em legítima defesa própria ou
de outrem, ficará sujeito à pena de:
a) reversão.
b) advertência oral.
c) advertência escrita.
d) suspensão
e) demissão.
Comentário: o art. 199 do Estatuto dos Servidores apresenta um rol de condutas
que obrigatoriamente acarretarão na aplicação da pena de demissão. Entre eles,
temos a prática de ofensa física ou moral em serviço contra funcionário ou
terceiros (art. 199, VI). Todavia, o art. 179, §5º, estabelece que a legítima defesa
e o estado de necessidade excluem a responsabilidade administrativa.
Assim, podemos considerar como correta a opção E, pois praticar ofensa física
pode gerar a pena de demissão, salvo no caso de legítima defesa.
Gabarito: alternativa E.

12. (Vunesp - Analista em C&T Júnior/CTA/2013 – adaptada) Aristeu Fáraco foi


aprovado em concurso público para cargo regido pela Lei Estadual n.º 9.826/1974,
tendo tomado posse regularmente no respectivo cargo. Nesse caso, o prazo para
Aristeu entrar em exercício no serviço público, contado da data da posse, é de:
a) 10 dias
b) 15 dias
c) 30 dias
d) 40 dias
e) 45 dias
Comentário: o prazo para o início do exercício do servidor empossado é de trinta
dias, contados da data da posse (art. 33) – alternativa C.
02675407364

Gabarito: alternativa C.

13. (Vunesp - Analista em C&T Júnior/CTA/2013 - adaptada) Segundo a Lei


Estadual 9.826/1974, a Reversão é:
a) o retorno de servidor aposentado à atividade.
b) o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado depois de finda a
pena de indisponibilidade.
c) a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial

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d) a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis


com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
inspeção médica.
e) o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede.
Comentário: já respondemos uma questão semelhante. Portanto, sabemos que
a reversão trata do retorno à atividade de um servidor aposentado (alternativa
A).
Vejamos as demais alternativas:
b) a opção não descreveu nenhuma forma de investidura. Além disso, não existe
pena de “indisponibilidade” – ERRADA;
c) nesse caso, o que ocorre é a reintegração – ERRADA;
d) a alternativa versa sobre a readaptação, que é uma forma de provimento
prevista na Lei 8.112/1990, mas que não consta no Estatuto dos Servidores do
Ceará – ERRADA;
e) a ocorrência de deslocamento, conforme citado na alternativa, reflete a
remoção – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

14. (Vunesp - Analista em C&T Júnior/CTA/2013 – adaptada) No caso da


penalidade de suspensão, nos termos da Lei Estadual n.º 9.826/1974, quando houver
conveniência para o serviço, será o servidor obrigado a permanecer em serviço e a
penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de:
a) 25% (vinte e cinco por cento) por dia de vencimento
b) 30% (trinta por cento) por dia de vencimento.
c) 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento.
d) 70% (setenta por cento) por dia de vencimento.
e) 80% (oitenta por cento) por dia de vencimento.
02675407364

Comentário: permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de suspensão


seja convertida em multa, na base de cinquenta por cento por dia de
vencimento, desde que haja conveniência para o serviço. Nesse caso, a
suspensão será trocada pela multa e, assim, o servidor ficará obrigado a
permanecer em serviço (art. 198, parágrafo único).
Gabarito: alternativa C.

15. (ESAF – Analista de Tecnologia da Informação/SEFAZ-CE/2007) São


requisitos necessários à confirmação do servidor em estágio probatório, nos termos
da Lei Estadual n. 9.826/74, exceto:
a) adaptação do servidor ao trabalho.
b) observância da ética profissional.

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c) capacidade de integração.
d) equilíbrio emocional.
e) presteza.
Comentário: os requisitos necessários para a aprovação no estágio probatório
estão vazados no art. 27, §3º. Vejamos:
Art. 27 - §3º - Além de outros específicos indicados em lei ou regulamento,
os requisitos de que trata este artigo são os seguintes:
I - adaptação do servidor ao trabalho, verificada por meio de avaliação
da capacidade e qualidade no desempenho das atribuições do cargo;
II - equilíbrio emocional e capacidade de integração;
III - cumprimento dos deveres e obrigações do servidor público, inclusive
com observância da ética profissional.
Desse modo, pode-se observar que a única alternativa que não está apresentada
no referido art. é a letra E – presteza.
Gabarito: alternativa E.

16. (UECE – Agente Penitenciário do Ceará/SEJUS-CE/2011) De acordo com o


estabelecido no art. 182 da Lei Estadual 9.826 de 14 de maio de 1974 que dispõe
sobre direitos, deveres e regime disciplinar dos Funcionários Públicos Civis do Estado
do Ceará, contado a partir da data de ocorrência do ilícito, o número de anos para
prescrição do direito ao exercício do poder disciplinar é
a) dois.
b) três.
c) quatro.
d) cinco.
Comentário: com base no texto do art. 182 “O direito ao exercício do poder
disciplinar prescreve passados cinco anos da data em que o ilícito tiver
ocorrido”.
Desse modo, podemos assinalar a alternativa D (cinco anos) como nosso
gabarito. 02675407364

Gabarito: alternativa D.

É isso! Finalizamos o nosso curso.


Foi um prazer trabalhar com vocês!
Sucesso e bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – TJ/TRE MS/2013 - adaptada) A Lei Estadual n.º 9.826/1974 aplica-se


a) aos servidores temporários.
b) aos servidores públicos efetivos do Distrito Federal.
c) aos servidores públicos militares.
d) aos servidores públicos das empresas públicas.
e) aos servidores públicos das autarquias.
Julgue o item a seguir, a respeito do regime jurídico estabelecido pela Lei Estadual n.º
9.826/1974.
2. (Cespe – AJ/STF/2013 - adaptada) Submetem-se ao referido regime jurídico
apenas os servidores civis ocupantes de cargos na administração direta estadual, aí
incluídos os servidores do Ministério Público do Estado, do Poder Legislativo e do
Tribunal de Contas do Estado.
3. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-RJ/2012 - adaptada) Para os efeitos da Lei
Estadual 9.826/1974, servidor público é o ocupante de cargo público, conceituação
que abrange os ocupantes de cargo em comissão e função de confiança.
4. (Cespe – TA/ANTT/2013) O servidor público reintegrado ao cargo em razão da
declaração judicial de nulidade de ato de demissão não tem direito ao tempo de
serviço, aos vencimentos e às vantagens que lhe seriam pagos durante o período de
afastamento.
5. (Cespe – Assistente 1/CNPq/2011) A transferência e a reversão são formas de
provimento de cargo público vedadas pela legislação.
6. (Cespe - Técnico de Apoio à Assistência Penitenciária/DEPEN/2013 –
adaptada) De acordo com a Lei Estadual 9.826/1974 e a Constituição, são formas de
provimento em cargo público a nomeação, a promoção e a recondução.
7. (Cespe – AJ/TRT 17 ES/2013 – adaptada) Se a publicação do ato de provimento
de determinado indivíduo em cargo público estadual tiver ocorrido em 29 de abril de
2013, mas sua posse, somente no dia 15 do mês seguinte, a posse será considerada
02675407364

sem efeito, por ter ocorrido fora do prazo previsto na legislação em vigor.
8. (Cespe – Assistente 1/CNPq/2011) Caso o servidor público não satisfaça as
condições do estágio probatório, a sua exoneração do cargo efetivo ocorre a pedido
ou de ofício.
9. (Cespe – AJ/STF/2013) A vacância decorre, entre outros fatos, da ascensão e da
transferência.
10. (Vunesp - Assistente em Ciência e Tecnologia/Fundacentro/2014 - adaptada)
Conforme dispõe a Lei Estadual n.º 9.826/1974, reversão é:
a) a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial.

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b) o retorno à atividade de servidor aposentado.


c) uma forma de punição ao servidor público que comete falta grave.
d) o retorno do servidor ao cargo que anteriormente ocupava em razão da anulação
de sua promoção.
e) a pena aplicada ao servidor que não honra as suas atribuições relativas ao cargo
que ocupa.
11. (Vunesp - Assistente em Ciência e Tecnologia/Fundacentro/2014 - adaptada)
Nos moldes da Lei Estadual nº 9.826/1974, o servidor estável que praticar ofensa
física, em serviço, contra funcionário ou terceiros, salvo em legítima defesa própria ou
de outrem, ficará sujeito à pena de:
a) reversão.
b) advertência oral.
c) advertência escrita.
d) suspensão
e) demissão.
12. (Vunesp - Analista em C&T Júnior/CTA/2013 – adaptada) Aristeu Fáraco foi
aprovado em concurso público para cargo regido pela Lei Estadual n.º 9.826/1974,
tendo tomado posse regularmente no respectivo cargo. Nesse caso, o prazo para
Aristeu entrar em exercício no serviço público, contado da data da posse, é de:
a) 10 dias
b) 15 dias
c) 30 dias
d) 40 dias
e) 45 dias
13. (Vunesp - Analista em C&T Júnior/CTA/2013 - adaptada) Segundo a Lei
Estadual 9.826/1974, a Reversão é:
a) o retorno de servidor aposentado à atividade.
b) o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado depois de finda a
pena de indisponibilidade.
c) a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
02675407364

resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão


administrativa ou judicial
d) a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
inspeção médica.
e) o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede.
14. (Vunesp - Analista em C&T Júnior/CTA/2013 – adaptada) No caso da
penalidade de suspensão, nos termos da Lei Estadual n.º 9.826/1974, quando houver
conveniência para o serviço, será o servidor obrigado a permanecer em serviço e a
penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de:

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a) 25% (vinte e cinco por cento) por dia de vencimento


b) 30% (trinta por cento) por dia de vencimento.
c) 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento.
d) 70% (setenta por cento) por dia de vencimento.
e) 80% (oitenta por cento) por dia de vencimento.
15. (ESAF – Analista de Tecnologia da Informação/SEFAZ-CE/2007) São
requisitos necessários à confirmação do servidor em estágio probatório, nos termos
da Lei Estadual n. 9.826/74, exceto:
a) adaptação do servidor ao trabalho.
b) observância da ética profissional.
c) capacidade de integração.
d) equilíbrio emocional.
e) presteza.
16. (UECE – Agente Penitenciário do Ceará/SEJUS-CE/2011) De acordo com o
estabelecido no art. 182 da Lei Estadual 9.826 de 14 de maio de 1974 que dispõe
sobre direitos, deveres e regime disciplinar dos Funcionários Públicos Civis do Estado
do Ceará, contado a partir da data de ocorrência do ilícito, o número de anos para
prescrição do direito ao exercício do poder disciplinar é
a) dois.
b) três.
c) quatro.
d) cinco.

GABARITO

1. E 6. C 11. E 16. D
2. E 7. E 12. C
3. C 8. E 13. A
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4. E 9. E 14. C
5. E 10. B 15. E

REFERÊNCIAS

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de
Janeiro: Método, 2011.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.

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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas,
2014.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.

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