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AVALIAÇÃO DE TUBOS DE CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS DE

AÇO SUBMETIDOS AO ENSAIO DE COMPRESSÃO DIAMETRAL

EVALUATION OF CONCRETE PIPES REINFORCED WITH STEEL FIBERS IN


DIAMETRICAL COMPRESSIVE TEST

Marcelo Francisco Ramos(1); Newton de Oliveira Pinto Júnior(2);


Bruno Luiz Marson Franco(3)

(1) Mestre em Engenharia Civil, LEM Laboratório de Estruturas e Materiais, Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas
e-mail: mframos@fec.unicamp.br
(2) Professor Doutor, Departamento de Estruturas
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas
e-mail: pintojr@fec.unicamp.br
(3) Engenheiro Civil, Maccaferri do Brasil Ltda
e-mail: bruno@maccaferri.com.br
UNICAMP - Faculdade de Engenharia Civil - Cidade Universitária Zeferino Vaz
CEP 13083-970 - Campinas-SP – Brasil, Tel. (19) 3521-2364

Resumo
Este trabalho apresenta os resultados de diversos ensaios realizados para avaliar a resistência à
compressão diametral de tubos de concreto reforçado com fibras de aço.
Tubos de concreto, de seção circular, para esgoto sanitário, com comprimento nominal de 2500 mm,
diâmetros nominais de 400, 500 e 600 mm foram moldados com concretos de resistências médias à
compressão, aos 28 dias de idade, em torno de 35 MPa.
As fibras empregadas para reforço do concreto foram as com ancoragens em ganchos nas extremidades,
com diâmetro (D) de 0,80 mm, comprimento (L) de 60 mm e portanto fator de forma (L/D) igual a 75,
utilizando os consumos de 25 e 30 kg de fibras por metro cúbico de concreto.
Os ensaios realizados demonstraram que a substituição das armaduras convencionais pelas fibras de aço é
possível, com os tubos apresentando comportamento dúctil, mantendo uma significativa capacidade de
suporte pós-fissuração, com ganhos significativos de durabilidade da canalização.

Palavra-Chave: tubos, concreto, fibras de aço, compressão diametral.

Abstract
This work present the results of an experimental program developed to evaluate the diametrical compressive
strenght of concrete pipes reinforced with steel fibers.
Concrete pipes with 400, 500 and 600 mm of nominal diameter were placed in formworks with na average
compressive strenght of concrete of aproximately 35 MPa compressive strenght, to the 28 days.
The steel fibers used were with hooked ends, 0,8 mm of diameter , 60 mm of lenght and therefore aspect
ratio of 75, using dosages of 25 and 30 kg of fibers per cubic meter of concrete.
The tests results show that the substitution of the convencional reinforcement by the steel fibers is possible,
with pipes having a ductility behavior, cracking control with a significant good durability of those precast
elements.

Keywords: pipes, concrete, steel fibers, diametrical compressive.

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1 Introdução
Este trabalho apresenta os resultados de diversos ensaios realizados para avaliar a
resistência à compressão diametral de tubos de concreto reforçado com fibras de aço
(CRFA). No estudo verificou-se o desempenho de tubos moldados com CRFA, de três
diâmetros diferentes, utilizando apenas um tipo de fibra, com dois consumos diferentes.
Estes ensaios foram realizados para avaliar o comportamento desses tubos, quando
submetidos ao ensaio de compressão diametral, proposto na norma brasileira (NBR
8890:2003 – Tubo de concreto, de seção circular, para águas pluviais e esgotos
sanitários), com o ensaio sendo adaptado para tubos com CRFA, conforme a norma
espanhola (UNE 127 010 EX:1995 – Tubos prefabricados de hormigón en massa,
hormigón armado y hormigón con fibra de acero, para conducciones sin presión). A norma
espanhola propõe um ensaio diferenciado para se avaliar o desempenho de tubos
moldados com CRFA, ensaio esse ainda não previsto na norma brasileira.
Os dois diferentes consumos de fibras de aço foram empregados visando uma futura
análise de viabilidade da produção desses tubos.

2 Metodologia Experimental
Como já foi comentado anteriormente, o objetivo deste programa é avaliar o
comportamento de tubos de concreto reforçado com fibras de aço (CRFA), quando
submetidos ao ensaio de compressão diametral.
Para a realização do presente estudo, foram moldados tubos de concreto, de seção
circular, para esgoto sanitário, com comprimento nominal de 2500 mm, diâmetros
nominais de 400, 500 e 600 mm, com CRFA de resistências médias à compressão, aos
28 dias de idade, em torno de 35 MPa.
As fibras de aço Wirand® FF4 empregadas para reforço do concreto foram as com
ancoragens em ganchos nas extremidades, com diâmetro (D) de 0,80 mm, comprimento
(L) de 60 mm e, portanto fator de forma (L/D) igual a 75, utilizando os consumos de 25 e
30 kg de fibras por metro cúbico de concreto. Os tubos foram divididos em seis séries,
conforme está apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Resumo dos tubos ensaiados, com diâmetros e seus respectivos consumos de fibras.
DIÂMETRO CONSUMO (kg/m3) TOTAL
(mm) 25 30
400 02 02
500 02 02 12
600 02 02

A mistura do concreto e moldagem dos tubos do trabalho aqui apresentado foi realizada
com o apoio de uma fábrica de pré-moldados, utilizando o mesmo processo de fabricação
de tubos convencionais de concreto simples, ou seja, sem fibras, sem necessidade de
alteração.
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Os materiais utilizados neste trabalho, com seus respectivos consumos por metro cúbico
de concreto são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 – Materiais e respectivos consumos utilizados na produção dos tubos de CRFA.
MATERIAL CONSUMO
(kg/m3 de concreto)
Cimento ( CP V–ARI–RS) 371
Areia fina natural 408
Areia artificial de calcáreo 853
Pedrisco limpo 779
Água total 111

A moldagem dos tubos foi realizada numa prensa de compressão radial, que possui um
molde externo e eixo rotatório elétrico interno, dotado de um sistema hidráulico que
controla sua subida e um sistema de roletes que imprimem um movimento de rotação em
alta velocidade, comprimindo o concreto que foi lançado na máquina contra o molde
externo, produzindo o tubo, como está apresentado na Figura 1. Este equipamento
produz tubos com diâmetro nominal interno de 300 a 600 mm.

Figura 1 – Prensa de compressão radial

Para efetuar a mistura do concreto foi utilizada uma central dosadora, conforme a Figura
2, que é constituída de silos de agregados, esteira de pesagem, silo de cimento,
transportador helicoidal, balança para pesagem de cimento e água, e misturador
planetário. Esta central dosadora possui um controle programável, onde ficam
armazenados diversos traços necessários para a moldagem de diferentes tipos de tubos e
classes de resistência.

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Figura 2 – Central dosadora

Com o objetivo de obter dados para uma análise eficiente do desempenho dos tubos
moldados com CRFA, foi adotado um dispositivo, utilizado por RAMOS (2002), mostrado
na Figura 3, que proporciona a aquisição real do deslocamento diametral das paredes do
tubo, que ocorre da geratriz superior até a inferior.
O dispositivo utilizado tem por finalidade excluir deformações externas do sistema de
apoios, funcionando semelhantemente ao dispositivo “yoke”, usado na norma japonesa
JSCE SF4:1984, que é empregado nos ensaios de flexão para determinação da
tenacidade.

Figura 3 – Dispositivo para medida do deslocamento diametral

O monitoramento dos ensaios foi feito através de um aquisitor de dados do tipo System
5000. Este equipamento, apresentado na Figura 4, fornece a leitura da carga aplicada no
tubo, através de uma célula de carga, acoplada entre o pistão do macaco hidráulico e a
viga que distribui o carregamento ao longo do comprimento do tubo, e dos deslocamentos
diametrais lidos nos transdutores, instalados nas extremidades do tubo. A aquisição dos
dados obtidos foi efetuada numa velocidade de duas leituras por segundo.

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Figura 4 – Monitoramento do ensaio – aquisitor de dados

Como referência para a possível realização dos ensaios dos tubos produzidos, foi
adotado como sendo “Tubo de concreto, de seção circular, para esgoto sanitário” classe
EA2, conforme a NBR 8890:2003, que apresenta os valores mínimos de carga de trinca
(fissura) e de ruptura para os três diâmetros nominais dos tubos estudados, mostradas na
Tabela 3.
Tabela 3 – Cargas mínimas de trinca e de ruptura, classe EA2
DIÂMETRO CARGA TRINCA CARGA RUPTURA
(mm) kN/m kN/m
400 24 36
500 30 45
600 36 54

A NBR 8890:2003 no anexo B determina como deve ser realizado o ensaio de


compressão diametral de tubos circulares de concreto para águas pluviais e esgoto
sanitário:
-Medir o comprimento útil L do tubo;
-Colocar o tubo deitado sobre apoios planos horizontais, dispostos paralela e
simetricamente em relação ao seu eixo. Estes apoios consistem em sarrafos retos de
madeira, de comprimento maior ou igual ao comprimento útil do tubo, afastados um do
outro em uma distância igual a um décimo do diâmetro nominal do tubo;
-Colocar ao longo da geratriz superior do tubo uma vigota reta de madeira, de
comprimento tal que abranja o comprimento útil do tubo em ensaio;
-Evitar a localização de esforços em possíveis irregularidades da superfície do tubo, pode-
se colocar uma camada de areia entre o tubo e a vigota;
-Dispor o conjunto de modo que o ponto de aplicação da carga coincida com o meio do
comprimento útil do tubo como mostra a Figura 5;

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-Aplicar a carga com taxa de variação constante e não inferior a 5 kN/min nem superior a
35 kN/min, por metro linear de tubo;

BORRACHA

BOLSA

TUBO

SARRAFO

Figura 5 – Esquema de aplicação da carga

Dando prosseguimento ao ensaio, seguindo a norma espanhola UNE 127 010 EX:1995,
que determina como se devem ensaiar tubos com CRFA, para se obter os dados
necessários para o levantamento da curva carga por deslocamento diametral, e a
verificação das cargas de trinca e ruptura (Tabela 3) o ensaio transcorreu da seguinte
forma:
-O acréscimo de carregamento foi interrompido quando a carga aplicada ao tubo atingiu o
valor especificado para a carga de trinca, conforme a Tabela 3, permanecendo sob esta
carga por um minuto, sem apresentar fissuras;
-Procedeu-se o carregamento do tubo a partir desta carga até que o mesmo atingisse a
sua carga máxima (ruptura), que deve ser superior à mínima exigida (Tabela 3);
-O carregamento foi removido integralmente quando o mesmo estava em torno de 95% da
carga máxima;
-Finalmente o tubo foi recarregado até a carga mínima de trinca, suportando a mesma,
por no mínimo, um minuto, após isso se prosseguiu o recarregamento para completar o
levantamento da curva carga por deslocamento diametral.

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3 Resultados e Análise
Os resultados obtidos nos ensaios de compressão diametral estão apresentados nas
figuras 6, 7 e 8.
Nas figuras citadas acima são encontradas as curvas carga por deslocamento diametral,
e em linhas tracejadas as cargas mínimas de trinca e de ruptura, exigidas pela NBR
8890:2003, dos respectivos tubos ensaiados, conforme a tabela 3.
Analisando a figura 6, onde são mostrados os ensaios dos tubos de DN=400 mm, pode-se
verificar elevadas cargas de ruptura, acima de 50 kN/m, sendo que a exigida por norma é
de 36 kN/m. Este fato também ocorre com os tubos de DN=500 mm, apresentados na
figura 7, com as cargas de ruptura atingindo valores superiores a 60 kN/m, pois o mínimo
exigido por norma é de 45 kN/m. O mesmo não ocorre com os tubos de 600 mm (figura
8), pois as cargas de ruptura estão próximas de 54 kN/m, exigida por norma. Esse melhor
desempenho dos tubos de menor diâmetro pode ter ocorrido por serem peças de maior
rigidez, e terem sido moldados com concreto de mesma resistência à compressão axial,
em torno de 35 MPa. Observando as mesmas figuras, pode-se notar um deslocamento
diametral maior nos tubos de menor diâmetro, na região onde o carregamento foi aliviado
e posteriormente ocorreu o recarregamento, demonstrando uma certa instabilidade pós-
pico, ou seja, um comportamento menos dúctil dos tubos de 400 e 500 mm, com isso é
correto afirmar que nos mesmos podem ser utilizados concretos de menor resistência à
compressão.

60

TUBO DN=400-EA2
50

40
CARGA (kN/m)

CARGA DE RUPTURA
30

CARGA DE TRINCA
20

10
25 kg/m³
30 kg/m³
0

0 2 4 6 8

DESLOCAMENTO DIAMETRAL (mm)

Figura 6 – Curva carga por deslocamento diametral - tubo DN=400mm

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70
TUBO DN=500-EA2
60

50
CARGA (kN/m)

CARGA DE RUPTURA
40

30
CARGA DE TRINCA
20

10 25 kg/m³
30 kg/m³
0
0 2 4 6 8

DESLOCAMENTO DIAMETRAL (mm)

Figura 7 – Curva carga por deslocamento diametral - tubo DN=500mm

60
TUBO DN=600-EA2
CARGA DE RUPTURA
50

40
CARGA (kN/m)

CARGA DE TRINCA
30

20

10
25 kg/m³
30 kg/m³
0

0 2 4 6 8 10

DESLOCAMENTO DIAMETRAL (mm)

Figura 8 – Curva carga por deslocamento diametral - tubo DN=600mm

Comparando as curvas carga por deslocamento diametral, mostradas nas figuras 6, 7 e 8,


fica evidenciado um melhor desempenho dos tubos com consumos de 30 kg/m3, em
todos os diâmetros nominais estudados.

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4 Conclusões

Os tubos de menor diâmetro nominal apresentaram elevadas cargas de ruptura, por


serem peças de maior rigidez. Observando os deslocamentos diametrais, na região de
alívio e recarregamento, pode-se afirmar que os mesmos foram maiores nesses tubos de
menor diâmetro, demonstrando um comportamento menos dúctil, com isso é correto
afirmar que na fabricação dos mesmos podem ser utilizados concretos de menor
resistência à compressão.
Analisando as curvas carga por deslocamento diametral obtidas, ficou evidenciado um
melhor desempenho dos tubos com consumos de 30 kg/m3.
Em todos os casos, os tubos com CRFA, independente do consumo de fibras utilizado,
suportaram as cargas mínimas de trinca e ruptura exigidas pela NBR 8890:2003,
satisfazendo também o procedimento da norma espanhola UNE 127 010 EX:1995.
Os ensaios realizados demonstraram que a substituição das armaduras convencionais
pelas fibras de aço é possível, com os tubos apresentando comportamento dúctil,
mantendo uma significativa capacidade de suporte pós-fissuração.

5 Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8890 – Tubo de concreto,


de seção circular, para águas pluviais e esgotos sanitários. Requisitos e métodos de
ensaio. Rio de Janeiro, 2003.

ASOCIACIÓN ESPAÑOLA DE NORMALIZACIÓN Y CERTIFICACIÓN. UNE 127 010 EX


– Tubos prefabricados de hormigón en masa, hormigón armado y hormigón con
fibra de acero, para conducciones sin presión Madrid, 1995.

JAPAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS, Methods of Test for Flexural Strength and
Flexural Toughness of Steel Fiber Reinforced Concrete. JSCE SF4. Concrete Library
of JSCE. Part III-2 Method of tests for steel fiber reinforced concrete, nº3, June, 1984b.,
pp. 58-61.

RAMOS, M. F. Análise experimental de tubos de concreto reforçado com fibras de


aço. Dissertação de mestrado, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.

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