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ae ANUARIO ANTROPOLOGICO/77 Rio de Janeiro — RJ 1973 — Se 8 ‘tempo brasileiro O modelo da “reima”: representagées alimentares em uma comunidade amazénica Raymunpo Heratpo Mavis: Manta ANG#LicA Morra Mavis Ttapud ¢ uma povoagdo de pescadores, com 617 habitants, 1o- ealizada no distrito da sede do Municipio de Vi que se situa a nordeste do Estado, sendo Atlintico. A sede do Municipio — a cidade , sendo servi ‘que estabelece a lgagio de Vigia Em toca a Micro-Regiéo do Salgado a al lade econdmlca mais importante @ a pesca. Em Itapud, sua populagéo se dedica predo- minantemente & pesca artesanal e a agricultura de subsisténcia. Uma as coisas que mais impressiona o visitante é a pobreza da popu- lagdo, que se manifesta nos trajes, ni thogas de taipa e de patha), no mobi Ue alimentos. A despelto de cue a maior produgio da comunidade € @ pesca, muitas vezes as famillas so obrigadas a se alimenta- dade, como fares em erupes. soc rio Cardoso de (Mfusow Nacional) - ‘um Relatério apresentado PINE (olla ste artigo uma reclaboragso de uma. patte esse Telatério, 120 frutas (es- peseadores, em cortas lo mar sem mesmo o necessarlo para o sustento ticos (especialmente galinha: eras (eupuaguzelros, co nodesta, por fa a sede do municipio. Dots moradores queno niimero de cabecas de gado bov! ha cidade de Vigia; cm ocasiées festivas, especi bro — no dia da festa do Menino Deus, padre — um deles mata um anim dos raros dias do ano em que a populacio se de Mestrado (Maués 1977; Motta Maués 1977) e, posteriormente, pas- na cidade de Vicia, de onde mente, para manter contato com nossos in~ formantes de Itapua. Durante esse periodo, tivemos oportunidade de estudar os habitos e as erencas alimentares da comunidade, que apresentavam muita relagio com os demais objetives de nossa in- vestigacio, Na literatura antropotig: 0 sho freqtientes, embora, recentem desenvolvides em diferent tectado 0 conceito (cf. 1 que essa autora Go dos poixes rej erpreta a classificacko cue surge da considera~ noses, fundamentando-se nos trabalhos de Lévi- 12 or PPO ES imentares que discute di- sieos do totemismo (of. sam a reima como um estaticamente, como ce em Ttapud. © modelo iade de pescadores apre- arece nas andlises até jeando-se assim a apre- ima interpretacio das regras de poluicao que nao leve em conta 0 conjunto, isto 6, a estrutura total de pensa- mento de uma cultura, encontra-se, em vista disso, destinada 20 racasso (cf. Doug . 81). Esperamos oder mostrar a0 lei- iativas A reima, em Itapui, além de miesmas, encontram-se ainda relacionadas ‘A nema at Trarud, a nao faz parte do vocabulirio dos itapuaenses. 0 de expresso registrada nos dicionarios mais fos 0s termes usados pela populagso de Ttapud serio aspeados, sempre farmos necessitrio acentiar esse fate, Seo termo apareser Mls vez no. to 4 em que o 45 ‘nspns serko usadas normalmente apenas. ha 10 for empregado, Empregamos aqui a palavra pelo fato de a mesma ulilizada por Peirano (1915, p. 61 ¢ seguintes sifieagko dos alimentos como reimosos em Tearai (Gear), pelo que se pode dep autora, as pessoas ulilizam a estamos empregando neste ai Nio encontramos, por outro lado, termes “reimoso” © “manso” pudessem antas ndo comestivei entre reimoso © “venenoso”, ientos sfio chamados de venenosos. 6 excessiva, Al sada para qualificar pessoas em certos estados, especialmente algu- mas mulheres grividas ¢, em casos mais raros, seus maridos nes- 4s ceasises * Foram infrutiferos noscos esforcos no sentido de estabelecer uma slasslfieaeao definida de allmentos mansos ¢ reimose: verbalizagdes de a um informante sltiva; outro inform: diante da mesma porgunta, apre- Sentavs a resposta oposta. O mesmo alimentos, tanto de origem animal fus0s ¢ intrigados, pereeber que as resy de gue os que nos deixava campo fot pos- 5 informantes sobre dor do gue ele fee ‘as plantas @ ans Yoram apanhar ae maulheres que Venenosas s6 de ollar para elas. ou en alguéi as matasse (ef. Motta Maus, 1 estades. Também so referides casos a reima se referiam a contextos diferentes ¢, m Ser consideradas corretas. Assim, rada como o alimento ideal isso, ambas po- i uma série de con que cla seja considerada wulher. Todavia, mesmo a entagio da “parida”, é ha, enearada como como reimosa répria para a a alguém que soft Embora em qualquer desses momentos seja possivel falar, como kazem 05 iaenses, de mancita néo-rigorosa, em alimento man- 80 ou reimoso, na realidade s6 apés o terceira (preparo do to) que, a rigor, a elassificagio se completa. de consiceragdes que de- mento em sl, que bilidade de ele ser incluido ow nao no grupo dos pelto disso, num segundo moi 0s alimentos tém de ser con- 8 com o tipo de doenca ou estado particular de quem vai © podem ou no ser considerados ofensivos naquele caso, iro momento, haja fortes Indietos de a aquele alimento particular seja manso ou reimoso. Inger esse confronto, se forem enearados como ofensives, serio mas, mesmo que Nao sejam, neste segundo momento, inc~ aente considerados como reimozos, se tiverem de ser pre~ © consumo, através do cozimento, eles nao podem ainda jeados como mansos. (nd to mais inofensivo pode “torn: veremos a seguir. Usaremos, portanto, neste 0, a exptessiio potenciatm 1080, para designar esses ali- Que, apés 0 segundo momento, no sio Ineluidos no grupo alimentos nas eategorias reimoso © nio- momento, em virbude de uma série de consideracées que apresentaremos a seguir, certos ali- ‘mentos apresentem fortes urupo dos roimosos, ‘Um exemplo interessante ¢ 0 do caran I doméstico, nem eaca ‘momento, considerado como tendo fortes de fato 0 é, num segundo momento, para tante, 0 caranguejo ¢ alimento preserito n: de parte, a partir do 3° periodo do resus ces alimentares ainda so rigorosas ¢ © contririo também acontece. Como exempl ue, num primeito momento, nao ap: um alimento reimoso, send como ideal na alimentacao (0 do resguardo. Mas a ada reimosa, como Fida ou uma’‘doenga nos ‘mosa mesmo para 2 mulher de parto de ser eozida (terceiro momento da rei “ficar enfumagada”. #0 resmuardo pis-parte, em Tapui, Guragio de 12 meses, sendo aged is-part, Pui, tem a duraei de 12 2 125, is clara a respeito nses, apresentaremos, da um desses trés momentos, detalhando do modelo a seguir, a © paniemo momeNTo DA Renta Num primeiro momento, para os itapasenses, a possi nao relmoso , pai mesmo, antes ce ser ante saber se o alimento em ques to € de origem animal ou vegetal de aeordo com sua oxi- da reima podem diferir, pela propria natureza do to de origem anim: também considerar se é doméstico 10 cas dos nao-domésticos, & preciso distinguir entre os ani- ‘mais de eaca, os peixes ¢ os que nao se iro momento da reima nos remete aos con- € impureza estudados por Mary Douglas, especial lo sobre as abominacées do Levitico de seu eonhe- mente ao capi ido livro: assim, como manifestagdio de um: , tentam impor uma ordem 29 mundo, no que se refere a um aspecto muito importante de suas Telacées com os scres naturals (plantas ¢ ani sm Mapua, 126 * isticos. De todos dlos comestiveis, os sinteos que nio aj poder ser incluldos no grupo dos , como 0 por sd0 nermalmente considerados como rei mais (alimentos) reimosos. Quanto & galink: elaborada, os bovino a distinesio & (no de raga) © 05. Isso nao significa porém que a © 0 gado bovino comum sejam considerados 1os0s. No caso a galinha, 6 preciso saber se ela nao sofze e nem sofreu de uma Soenga que os informantes chamam de “mal” (que geralmente faz com que se perca toda a criagio). Se a 4; 4 sofreu de mal, mesmo que sefa comum, ela 6 ineluida no grupo dos alimentos relmosos. Quanto ao gado bovine, & © animal ficou estropiado el (caso da carne vendida nos aconteceu (e numa nequena a carne teri fortes tante a levar em cont vavelmente sera reimoso, easo sci isto & nao eastrado, nha comum, ¢ue nunca * seja considerada nao-reimosa. Enquanto nao en- trarem em cena outros eritérios (segundo ¢ terceiro momentos da ima), ela ainda podera ser considerada reimoss. O mesmo acon lece com a vaca de tipo comum e niio estropiada e 0 bai de tipo comum, nio estropiada © castrado. Esses critérios nos lovam a supor auc, verdadeiros animais “de erla” (domé

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