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2 Cultura organizacional
No conceito clássico formulado por Tylor (apud HORTON e HUNT, 1980, p. 40), “[...]
cultura [...] é todo aquele complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito,
costumes e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
Para Robbins et. al (2011, p. 482) a cultura é “uma percepção comum compartilhada pelos
membros da organização; um sistema de significado compartilhado”. Em outras palavras,
cultura é tudo que é socialmente aprendido e partilhado pelos membros de uma sociedade.
Schein (2009, p. 12) conceitua cultura como:
“Toda mudança implica novos caminhos, novas abordagens, novas soluções. Mudança
significa uma transformação que tanto pode ser gradual e constante, como pode ser rápida e
imprevista”, pontua Gonçalves (2007, s/p). No ambiente de trabalho, quando uma mudança é
proposta, quase sempre provoca um sentimento de ameaça ao status quo das pessoas, de abalo
ao estado de organização e segurança em que se encontram (BORGES; MARQUES, 2011).
Imediatamente são verificadas reações, para que o estado anterior de equilíbrio seja
reestabelecido. A necessidade de mudanças rápidas e de grande impacto, muitas vezes não são
aceitas pacificamente ou não promovem o envolvimento de todos, podendo até produzir efeitos
traumáticos, de resistência, ressentimento, mágoa ou boicotes (FONSECA, 2000).
É necessário que o gestor compreenda e assimile as reações dos colaboradores, porém,
deverá, sobretudo, ter capacidade para agir e mobilizar os recursos necessários para promover
as mudanças pertinentes, de forma que o gerenciamento da mudança organizacional seja um
“processo de reconhecer, guiar e administrar essas emoções e reações humanas, de modo a
minimizar a inevitável queda de produtividade que geralmente acompanha as mudanças”,
ensina Romeo (2015, s/p). A mudança deve ser encarada como “um processo permanente,
contínuo, uma necessidade de atualização que gera atualização. A reprodução de modelos
passados representa a contradição de uma cultura a ser sustentada pela inovação e, portanto,
voltada para o futuro”, completam Vieira e Vieira (2003).
Essencialmente há dois tipos de metas no planejamento da mudança: a primeira busca
aprimorar a capacidade da organização de adaptar-se a mudanças em seu ambiente; e a segunda
busca mudar o comportamento dos indivíduos da organização (ROBBINS, 2009).
As opções de mudança podem ser classificadas em cinco categorias: estrutura (como
não são fixas, muitas variáveis podem ocorrer em uma mudança de estrutura, como a
centralização ou descentralização de tarefas, criação ou extinção de setores/departamentos etc.);
cultura (é a mais difícil de ocorrer nas organizações, pois envolve crenças e valores, assim,
quando ocorre, é de maneira lenta e processual); ambientes físicos (o espaço físico e a colocação
dos objetos quando alterados, invariavelmente provocam mudanças; podem ser a alteração na
engenharia do prédio ou ambiente, iluminação, mobília, decoração etc.); pessoas (envolve a
mudança nas atitudes e comportamentos das pessoas relacionadas com a organização. Pode ser
ocasionada pelas circunstancias do ambiente, ou provocada, por meio de cursos e treinamentos,
por exemplo); e tecnologia – envolve a introdução de novos equipamentos, produtos,
ferramentas ou métodos, técnicas, informatização e conhecimentos na organização. Esse é um
fator que contribui de forma significativa para o processo de mudança nas organizações, por
estar diretamente ligado à modernização de equipamentos e produtos que proporcionam maior
eficiência e, consequentemente, maior competitividade) (ROBBINS, 2009).
Porém, o estudo realizado demonstrou que existem ainda outras classificações
pertinentes à mudança organizacional, razão pela qual entende-se que seja importante
identificar os diferentes tipos, critérios e forças que incidem sobre essa intervenção, para que
se possa elaborar um plano de mudança adequado e tomar as decisões acertadas em cada
situação encontrada, de maneira segura.
Para que se tenha uma compreensão melhor, as mudanças organizacionais são citadas e
descritas sob vários aspectos, abordagens e conceitos encontrados na literatura, isto significa
que as classificações referidas nem sempre são repetidas ou aceitas por todos os autores, cada
qual ressalta as características conforme o grau de importância que lhe empregam.
Inicialmente, de forma simplificada, Sims et. al (1993 apud SANTOS, 2014) separam
as mudanças organizacionais em dois grandes grupos – de primeira ordem e de segunda ordem.
As mudanças de primeira ordem correspondem às mudanças no sistema, representam ajustes
dos métodos de execução de tarefas, como as de promover reuniões de equipe para sanar
problemas de comunicação. As mudanças de segunda ordem são mais radicais, são as alterações
do próprio sistema, como as práticas correntes de trabalho, as crenças e os pressupostos básicos
que sustentam essas práticas.
Já Nadler e Tushman (1990 apud SANTOS, 2014) classificam as mudanças
organizacionais em incrementais e estratégicas. As mudanças incrementais refere-se as
especificidades da organização (sua concepção estratégica, o tipo de organização e os valores
predominantes), como, por exemplo, as reformulações de estruturas, a introdução de nova
tecnologia e a alteração nas práticas de administração de pessoal. As mudanças estratégicas são
mais amplas, visam modificar a organização como um todo, redefinindo a referência básica da
organização (a estratégia, a estrutura, as pessoas, os processos, valores que originaram a
organização).
As mudanças são ainda classificadas por Nadler e Tushman (1994) quanto à sua origem,
podendo ocorrer de forma reativa ou antecipatória. A mudança reativa – ocorre como uma
forma de resposta às pressões, como as manifestações decorrentes de uma crise de desempenho,
por exemplo. A mudança antecipatória – resulta da análise de cenários futuros; corresponde a
uma precaução ou uma previsão, na eminência de eventos que possam interferir negativamente
ou positivamente no desempenho da organização.
Acuña e Fernández (1995) utilizam as mesmas classificações de Nadler e Tushman
(1994), fazendo uma combinação das duas dimensões – radicalidade da mudança (incremental
e estratégico) e horizonte de tempo (reativa e antecipatória), conforme representado no Quadro
1 abaixo.
Diversas outras classificações são apresentadas por Lima e Bressan (2003), mas eles
consideram que a mudança transformacional versus mudança incremental é a mais conhecida e
implementada.
O sucesso como resultado de uma mudança implica em conhecer e compreender a
organização sob diversos aspectos – entre outros, a área de atuação, o ambiente interno e
externo, os indivíduos envolvidos, os valores e, principalmente, estar ciente dos motivos para
uma mudança, dos objetivos almejados e do suporte para a sua implementação, de forma que,
consequentemente, haja um aumento da eficácia organizacional e/ou chance de sobrevivência
no mercado (BRESSAN, 2004).
Nesse viés, as mudanças, de modo geral, são desencadeadas por seis forças presentes no
cotidiano organizacional, que variam em determinados momentos em maior ou menor
intensidade: a natureza da força de trabalho, tecnologia, choques econômicos, concorrência,
tendências sociais e política mundial (ROBBINS et al., 2011). Essas forças estão relacionadas
e definidas no Quadro 4 abaixo.
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