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EXMO. SR. DR. DES. REL.

KIOITSI CHICUTA DA 32ª CÂMARA DE DIREITO


PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP.

Ref.: proc.: nº.: 0009438-42.2014.8.26.0428

JORGE WINSTON TIBÚRCIO, já devidamente qualificados nos Autos em


epígrafe, vem por meio de seu advogado, que esta subscreve, mui respeitosamente a presença
de Vossa Excelência, em atendimento a publicação efetivada no DJE 12/04/2018, com
fundamento no art.: 1.021 do CPD, interpor:

AGRAVO INTERNO

em face da decisão de fls.: , que indeferiu os benefícios da AJG ao apelante,


determinado o recolhimento das custas recursais, sob pena de não conhecimento do recurso,
nos Autos movido em desfavor de JOSÉ DE FREITAS GUIMARÃES, conforme razões em
anexas.

Nestes termos,
Pede e aguarda deferimento.

São Paulo - SP, 19 de abril de 2018.

São Lourenço, 18 de abril de 2018.

Rogério Arthur Tibúrcio Mota


Ordem dos Advogados do Brasil–Seccional MG nº
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

COLENDA CÂMARA

ÍNCLITOS JULGADORES

Pelo agravante Jorge Winston Tibúrcio.

RAZÕES DOS AGRAVANTES.

I – PRELIMINARMENTE:

I.1 – Da tempestividade:

Reputam-se tempestivas as presentes razões do agravante, uma vez que o mesmo


foi intimado da decisão combatida no dia 12/04/2018, conforme se infere dos Autos, sendo o
prazo de quinze dias úteis para interpor o presente recurso.

Logo, apresentado nesta data, resta demonstrada sua tempestividade.

II – BREVE HISTÓRICO

Trata-se de Ação de Rescisão de Contrato, onde as partes contendem visando a


condenação em ver rescindido um contrato de compra e venda de veículo.

Após a instrução do feito, foi prolatada sentença de mérito, a qual mostrou-se


desfavorável ao ora agravante, sendo que desta sentença foi apresentado recurso de apelação, o
qual originou o presente recurso.

Na citada apelação, além do pedido de reforma da sentença do juiz de primeiro


grau, o agravante pugnou pela concessão dos benefícios da AJG, já que não possui condições
de arcar com o pagamento das custas processuais, haja vista, ser aposentado por invalidez,
percebendo mensalmente 01 salário mínimo.

Ocorre que ao receber o recurso de apelação o Dr. Relator indeferiu os benefícios


da AJG ao agravante/apelante, determinado o recolhimento das custas recursais no prazo de 05
dias, sob pena de não conhecimento do recurso, fundamentando que o juiz não é mero
expectador na concessão dos benefícios da AJG, não se confundindo dificuldade financeira com
pobreza jurídica e que o bem envolvido no processo possui valor considerável, o que evidencia
as condições de recolhimento das custas recursais, vejamos o inteiro teor da decisão:

”Nos termos do disposto no parágrafo 2º, do artigo 99, do novo Código de Processo Civil, o juiz somente poderá
indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão
de gratuidade. Nesse passo, embora a jurisprudência desta Câmara e do Superior Tribunal de Justiça admita a
possibilidade de a pessoa natural pedir assistência judiciária, tal como prevê o artigo 98 do novo CPC, tal
concessão deve observar um mínimo de razoabilidade diante de elementos concretos, não se confundindo com
momentânea situação de dificuldade. O Juiz não é mero expectador na concessão dos benefícios da Justiça
Gratuita e a regra deve ser interpretada, valendo destacar que dificuldade financeira não se confunde com
pobreza jurídica. E, na hipótese, o recorrente alienou ao recorrido veículo de valor considerável, incompatível,
inclusive, com a renda informada à fl. 160, circunstância que não se compatibiliza com a alegada pobreza.
Acrescente-se que o apelante não exibiu qualquer elemento, tal como declaração de bens, no intuito de demonstrar
sua impossibilidade de arcar com as custas do processo, instruindo o pedido unicamente com a declaração de
insuficiência de recursos (fl. 159) e documentos médicos que, por si sós, não corroboram a situação noticiada.
Assim, não está evidenciada a hipossuficiência econômica declarada. Diante de tais considerações e sendo
necessária a demonstração de insuficiência de recursos para que possa desfrutar dos benefícios da assistência
judiciária gratuita, não há como deferir a pretendida gratuidade processual com os subsídios apresentados.
Intime-se o apelante para, em cinco dias, recolher o preparo recursal, nos termos do art. 1.007, § 4º, do CPC, sob
pena de deserção. Int. São Paulo, 6 de abril de 2018. Kioitsi Chicuta Relator”.
No entanto, pela simples leitura da decisão guerreada, evidencia-se que a mesma
vai de encontro com Legislação Pátria e a Jurisprudência dominante, haja vista, que a mesma
reconhece a parca renda do agravante, porém, o nobre Relator, cria uma situação hipotética,
presumindo a condição financeira do mesmo, devendo portanto a mesma ser modificada.

Feito este breve relato dos fatos, passaremos daqui por diante a demonstrar que
a decisão guerreada não deve prevalecer.

III – DO DIREITO

Diante dos fatos acima narrados e por tudo que dos Autos consta, não agiu o
Relator com o costumeiro acerto, não existindo razões para que não sejam deferidos os
benefícios da AJG ao agravante, já que este não possui condições financeiras de suportar com
o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo de seu próprio
sustento e de seus familiares, devendo ser reformada a decisão de fls.: , para deferir o referido
benefício ao mesmo e consequentemente, conhecer o recurso de apelação apresentado.

Tanto é verdade, que o agravante firmou declaração de hipossuficiência e


encartou aos Autos, gozando a mesma de presunção de veracidade conforme disposto pelo
§ 3º do art. 99, até que se prove o contrário, o que não será, pois, existe falta de recursos para
o pagamento.

Neste ponto a decisão guerreada esbarra em flagrante Ilegalidade, já que


simplesmente ignorou a vigência do dispositivo acima mencionado, criando suposições de uma
situação que não existe.
Com a vigência do Novo Código de Processo Civil, referida celeuma até então
existente, foi dissipada, já que existe previsão expressa de que a declaração de hipossuficiência
firmada pela parte goza de presunção de veracidade.

“art. 99 – (...) - § 3º - Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural.”

Assim, o argumento utilizado, não é suficiente, uma vez que, o agravante não
necessita viver em estado de miserabilidade ou penúria, para fazerem jus ao deferimento do
citado benefício.

A Constituição da República em seu artigo 5º, inciso LXXIV, garante o acesso


de todos ao Poder Judiciário, garantindo a efetiva prestação da atividade jurisdicional, sendo a
decisão recorrida contrária ao Princípio do Livre Acesso a Prestação Jurisdicional.

É dever do Estado prestar assistência judiciária integral e gratuita, sendo certo


que, o acesso ao Poder Judiciário deve ser amplo e franqueado a todos os que buscam a
prestação jurisdicional, cumprindo, aos julgadores, observar o que preceitua o art. 5º, LXXIV
da Constituição Federal e o nas disposições mantidas previstas na Lei nº. 1.060/50, art. 98 e ss
do CPC/15.

A decisão que indefere o pedido de gratuidade de justiça deve fundamentar-se


em fato objetivo e ter correlação com indício material realçado no processo. Vale dizer, a dúvida
baseada em elemento subjetivo não afasta a afirmação de necessidade financeira declarada pela
parte requerente, agindo o magistrado em total desacordo com a prova dos Autos.

O deferimento do benefício da AJG, tem o objetivo de facilitar a parte


necessitada, que não tem condições de arcar com as custas processuais, sem prejuízo do próprio
sustento de sua família, o acesso à Jurisdição.

Ainda que o agravante possua patrimônio ou renda, o que não foi exigida a
comprovação, afrontando o disposto no § 2º do art. 99 do CPC/15, isto, por si só, não
significa que têm capacidade financeira para suportar os encargos do processo sem prejuízo do
próprio sustento, porquanto para o deferimento da gratuidade da justiça, não se exige o
estado de penúria ou miséria absoluta, mas pobreza na acepção jurídica do termo, o que
equivale a dizer que a condição meramente econômica de que tem bens ou de que
contratou advogado particular não afasta o direito ao beneplácito, se não restar
suficientemente comprovado que a parte, ao contrário do que afirma, tem sim condições
de arcar com o pagamento dos custos do processo, o que não encontramos nos Autos, já
que violado o disposto no §2º do art. 99 do CPC/15.

“Art. 99 – (...) - § 2º - O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos
elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação
do preenchimento dos referidos pressupostos.

Destarte, mostra-se irrelevante o fato do objeto do presente feito ser um


automóvel, se inexistem provas cabais de que perceba renda que lhe permita pagar as despesas
processuais, notadamente quando se atenta para o fato de que auferir rendimentos não equivale
à disponibilidade financeira.

Conclui-se portanto que, o agravante é comprovadamente pessoa que não possui


nenhum tipo de fortuna, muito pelo contrário, é um simples aposentado que luta as duras penas
para sobreviver.

Nesse sentido, é a jurisprudência do egrégio Superior Tribunal de Justiça:


“Recurso Especial. Assistência Gratuita. Deferimento. Possibilidade. Fundadas
razões. Lei n. 1.060/50, arts. 4º e 5º. Precedentes. Agravo interno desprovido. 1 - Pelo
sistema legal vigente, faz jus a parte aos benefícios da gratuidade mediante simples
afirmação, na própria petição, de que não está em condições de pagar as custas do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família (Lei n.
1.060, art. 4º) ressalvado ao juiz, no entanto, indeferir a pretensão se tiver fundadas
razões para isso (art. 5º)". (Acórdão: AGRESP 314177 - RJ 200100359655 - 398674
- Agravo Regimental no Recurso Especial. Data da decisão: 26/06/2001 - Rel. Min.
Sálvio de Figueiredo Teixeira).
"PROCESSUAL CIVIL - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - A assistência judiciária
enseja o acesso ao Poder Judiciário. Basta, para concessão, o pedido comunicando a
necessidade. Presunção relativa; enquanto não infirmada o direito deve ser exercido."
(REsp nº 163.677/RS, relator o Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro, DJ de
21.09.1998, p. 235).

Ainda, há de se ressaltar que qualquer decisão restringindo direitos deve ser vista
com cautela, sob pena de ofensa a Princípios Constitucionais, como os da Razoabilidade e
Proporcionalidade, verdadeiros norteadores para o julgador.

Humberto Theodoro Júnior, ao dissertar sobre a assistência judiciária, elucida


que:
"Como regra geral, a parte tem o ônus de custear as despesas das atividades
processuais, antecipando-lhe o respectivo pagamento, à medida que o processo realiza
sua marcha. Exigir, porém, esse ônus como pressuposto indeclinável de acesso ao
processo seria privar os economicamente fracos da tutela jurisdicional do Estado. (...)
Necessitado, para o legislador, não é apenas o miserável, mas, sim, "todo aquele cuja
situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família" (art. 2º, parágrafo único,
da Lei 1.060/50) (...). Admite a Lei 1.060/50 a revogação dos benefícios da assistência
pelo Juiz da causa, por provocação da parte contrária ou ex officio. Também o
procedimento de revogação corre em apartado e não causa prejuízo à marcha do
processo principal (arts. 7º e 8º)" (Curso de Direito Processual Civil, 11ª ed., I/98-99).

Destarte, mostra-se irrelevante o fato do agravante possuir, ou não rendimentos,


se inexistem provas cabais de que perceba renda que lhe permita pagar as despesas com custas,
mormente se atentar para o fato de a disponibilidade patrimonial não equivaler à
disponibilidade financeira.

No mesmo sentido dos argumentos expostos, encontramos remansosa


jurisprudência, neste Egrégio Tribunal, no TJMG, bem como, no STJ, guardião da legislação
Infraconstitucional, vejamos:

XXXX

“APELAÇÃO CÍVEL - EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS - AGRAVO RETIDO -


JUSTIÇA GRATUITA - INTERESSE PROCESSAL - NOTIFICAÇÃO
EXTRAJUDICIAL VÁLIDA - PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO -
CUSTO DE SERVIÇO BANCÁRIO. 1. A pessoa natural com insuficiência de
recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade de justiça, presumindo-se verdadeira a
alegação de insuficiência financeira deduzida exclusivamente por pessoa natural
(Código de Processo Civil, artigos 98 e 99, §3º). 2. "O que caracteriza o interesse
processual ou interesse de agir é o trinômio necessidade-utilidade-adequação;
necessidade concreta da atividade jurisdicional, utilidade, do ponto de vista prático e
adequação de provimento e procedimentos desejados". "De sorte que resta patente o
interesse de agir do autor em buscar a tutela jurisdicional, visto que não dispõe do
documento". 3. "A obrigatoriedade do pagamento de custo de serviço bancário para a
exibição de cópia de contrato só é possível na hipótese de comprovação da cláusula
no pacto contratual". (TJMG - Apelação Cível 1.0245.14.012505-6/002, Relator(a):
Des.(a) José Flávio de Almeida , 12ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 07/06/2017,
publicação da súmula em 13/06/2017). Destacamos.

"Processo civil. Agravo no agravo de instrumento. Recurso especial. Assistência


Judiciária. Pessoa jurídica. Fundamento constitucional. Reexame fático-probatório.
Impossibilidade. (...)A concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita a
pessoas físicas não se condiciona à prova do estado de pobreza, mas tão-somente à
mera afirmação desse estado, sendo irrelevante o fato de o pedido haver sido
formulado na petição inicial ou no curso do processo".(STJ - AgRg nos EDcl no Ag
950463 / SP, rel Ministra NANCY ANDRIGHI, julg. 26/02/2008).”

Além do mais, apenas a título de argumentação, para que não se alegue que o
agravante pretende se livrar dos ônus sucumbências, caso o mesmo não obtenha êxito na
demanda, não ficara livre dos ônus sucumbenciais, com o deferimento dos benefícios da AJG,
pois, o que fica suspensa é a exigibilidade dos créditos decorrentes da sucumbência, e caso
a situação do agravante se altere, daí sim pode ser exigido o pagamento decorrente do ônus da
sucumbência.

Assim, diante dos fundamentos acima expostos, corroborada pela jurisprudência


dominante, a decisão combatida merece ser reformada, deferindo os benefícios da gratuidade
de justiça ao agravante.

III – DOS PEDIDOS

Sendo assim, diante de todo o exposto, requer o agravante a Vossas Excelências:

A – que o presente agravo interno seja recebido e em seguida determinado o seu


regular processamento, eis que preenche todos os requisitos intrínsecos e extrínsecos de
admissibilidade;

B – que Vossa Excelência Dr.: Relator proceda o juízo de retratação deferindo


os benefícios pleiteados ao agravante;
C – caso Vossa Excelência não se retrate da decisão guerreada, que no mérito
seja dado provimento a presente agravo interno, reformando a decisão combatida, para conceder
os benefícios da gratuidade de justiça ao agravante por todo o trâmite do processo;

D – Que seja o agravado intimado, caso queira apresente contrarrazões ao


presente agravo de instrumento;

Nestes termos,
Pede e aguarda deferimento.
São Lourenço, 18 de abril de 2018.

Rogério Arthur Tibúrcio Mota


Ordem dos Advogados do Brasil–Seccional MG nº

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