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O Individualismo Metodológico

 O individualismo metodológico é uma reivindicação


sobre o caráter da explicação. Afirma que todos os
fenômenos sociais são mais bem explicados pelas
propriedades dos indivíduos compreendidos no
fenômeno. Ou, de outra maneira, que toda explicação
que envolve conceitos sociológicos de nível macro
deveria, em princípio, ser reduzida a explicações no
plano micro dos indivíduos e suas propriedades.

 Elster define individualismo metodológico como "a


doutrina de que todos os fenômenos sociais - sua
estrutura e sua mudança - são, em princípio,
explicáveis por fatores que envolvem apenas as
pessoas, suas propriedades, seus objetivos, suas
crenças e suas ações. Passar das instituições sociais e
dos padrões agregados de comportamento para os
indivíduos é uma operação semelhante à passagem
das células às moléculas" (Elster, 1985, p 5).

 Essa combinação de compromissos metodológicos -


a crença na redutibilidade da explicação ao nível do
indivíduo e a convicção da importância explicativa
das relações entre indivíduos - define o que, em
geral, se chama de individualismo metodológico.
 A fim de darmos uma definição precisa do
individualismo metodológico, é útil contrastá-lo com
o coletivismo metodológico.
 Tais posições metodológicas em relação à explicação
científica diferem quanto ao que consideram
como explicativo. Elas podem ser diferenciadas
segundo duas dimensões: quanto à consideração ou
não das propriedades e relações entre entidades
sociais agregadas como irredutivelmente explicativas
e quanto a considerarem explicativas ou não as
relações entre indivíduos

 Entidades sociais agregadas incluem, por exemplo,


sociedades, grupos, classes, organizações, nações,
comunidades. Essas entidades possuem propriedades
(por exemplo, taxas de inflação, formas
institucionais, modelos de distribuição de renda) e
realizam uma variedade de relações entre si (por
exemplo, relações entre sindicatos e empresas, entre
nações, entre classes coletivamente organizadas).

 Os indivíduos também têm tanto propriedades


(crenças, habilidades, recursos) quanto entram numa
diversidade de relações com outros indivíduos
(relações de parentesco, de patrão-empregado etc.).

 O individualismo metodológico é caracterizado pela


concepção de que a explicação sociológica é, em
última instância, redutível ao nível individual, porque
ele não proscreve da explicação científica as
características relacionais irredutíveis dos indivíduos;
e aceita que "muitas propriedades individuais, como
a de ser 'poderoso' são inerentemente relacionais, de
modo que a descrição correta de um indivíduo pode
implicar a referência a outros.

 O individualismo metodológico distingue-se, ainda,


do coletivismo por sua insistência em que apenas as
relações entre indivíduos são irredutíveis. Nega que
categorias sociais agregadas também o sejam. Se uma
propriedade social é explicativa é porque pode ser
reduzida a propriedades das relações entre indivíduos
particulares.
A SOCIOLOGIA DA AÇÃO

O Paradigma da Sociologia da Ação

Princípios Fundamentais:

1. Todo fenômeno social, qualquer que seja, é sempre o


resultado direto de ações, atitudes, convicções, e em
geral de comportamentos individuais
2. O sociólogo que pretende explicar um fenômeno social
deve procurar o sentido dos comportamentos
individuais que estão em sua origem

Origens Históricas da Sociologia da Ação

Os 3 Princípios da Sociologia Clássica Alemã:

1. O princípio que consiste em tentar explicar os


fenômenos macroscópicos reduzindo-os às suas causas
microscópicas (ou individualismo metodológico)
2. O princípio segundo o qual estas causas devem ser
assimiladas com grande frequência às razões (implícitas
ou explícitas) dos atores (ou princípio da racionalidade)
3. O princípio da simplificação que exige que os atores
sejam reagrupados por tipos (os tipo ideais de Weber)
Max Weber (1864- 1920)
A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA

Para Weber a Sociologia é a ciência que tem como meta a


compreensão interpretativa da ação social de maneira a obter
uma explicação de suas causas, do seu curso e dos seus
efeitos; ou seja, interpretar o sentido, o desenvolvimento e os
efeitos da conduta de um ou mais indivíduos referida a outro
ou a outros. Não busca julgar a validez de tais atos nem a
compreender o agente enquanto pessoa.

Verstehen (Compreender): a) Identificar o sentido da ação tal


como o pretendido pelo ator, b) reconhecer o contexto ao
qual a ação pertence e faz sentido.

Ação e Ação Social: ação é definida por Weber como toda


conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de sentido
(significado subjetivo – subjetivamente inteligível) por quem
a executa e que orienta essa ação. Quando tal orientação tem
em vista a ação do outro (passada, presente, futura), tem-se
aí a ação social.

A fronteira entre uma ação com sentido e uma ação


meramente reativa (isto é, sem um sentido subjetivo
elaborado) é tênue.
Nem toda espécie de ação é social para Weber, a ação
dirigida a um objeto inanimado por exemplo. A conduta
religiosa não é social se permanece como contemplação
solitária.

Contudo, nem todo tipo de contato entre humanos é uma


ação social. Um choque entre ciclistas não é uma ação social,
mas uma tentativa de desviar um do outro, ou de brigar ou se
desculpar já seria uma ação social.

Ação social também não é idêntica a ações simultâneas de


várias pessoas (por ex. abrir o guarda-chuva na rua porque
começou a chover) ou a ações influenciadas por outros
(comportamentos de massa). A mera imitação da conduta dos
outros, se for meramente reativa e não orientada com
sentido, também não será considerada ação social.

Weber define 4 tipos puros de ação social: ação racional com


relação a fins, ação racional com relação a valores, ação
afetiva e ação tradicional.

A ação pode determinada tradicionalmente, tornando-se


costume devido a uma longa prática. Ela se assemelha ao
tipo de conduta que reage por imitação e fica no limite do
que se pode chamar uma ação com sentido, pois
frequentemente é uma reação amortecida, quase automática,
a estímulos costumeiros. Entretanto sua ligação com os
costumes pode ser mantida com graus variáveis de
autoconsciência e uma variedade de sentidos (ex. obediência
à dominação tradicional).
A ação afetiva é aquela determinada pela afetividade,
especialmente de modo emocional, como resultado de uma
configuração especial de sentimentos e emoções por parte do
indivíduo. Ela exige a satisfação de determinado impulso
não importa o quão sublime ou sórdido. Ele pode estar
próxima tanto da ação tradicional quanto, pelo
direcionamento da conduta pela sublimação dos sentidos, da
ação racional em relação a valores ou fins.

A ação racional em relação a valores é determinada pela


crença consciente no valor absoluto da ação como tal,
independente de quaisquer motivos posteriores e medida por
um padrão tal como a ética, estética ou religião. Exemplos
de ação em relação a valores seriam pessoas que agem de
acordo com as suas convicções, não importando os custos.

A ação racional com relação a fins é baseada na expectativa


que os outros se comportarão de determinada maneira e pelo
uso de tais expectativas como “condições” ou “meios” para
atingir com sucesso os fins racionalmente escolhidos pelos
indivíduos. Implica num cálculo que equaciona meios/fins.
Em alguns casos a escolha entre fins e resultados conflitantes
pode ser decidida recorrendo a uma escala de valores
conflitantes, nesses casos a ação é orientada pelos fins
apenas no que se refere à escolha dos meios.

A ação social é tão mais racional quanto menos guiada por


costumes e tradições e mais pelo planejamento em relação
aos fins.
Raramente uma ação, especialmente a ação social, se orienta
apenas de uma ou de outra dessas maneiras.

O termo relação social será usado para designar a situação


em que duas ou mais pessoas estão empenhadas numa
conduta onde cada qual leva em conta o comportamento de
outra de maneira significativa, estando, portanto, orientada
nesses termos.

A relação social: Uma conduta plural (de duas ou mais


pessoas), reciprocamente orientada, dotada de conteúdos
significativos que descansam na probabilidade de que se
agirá socialmente de certo modo.

Podemos dizer que relação social é a probabilidade de que


uma forma determinada de conduta social tenha em algum
momento, seu sentido partilhado por diversos agentes numa
sociedade qualquer. É irrelevante o porquê de tal
probabilidade, mas onde ela exista pode-se encontrar uma
relação social.

A relação social consiste, mesmo nos casos de “organizações


sociais” como “Estado”, “Igreja”, “associação” ou
“casamento”, no fato de que existiu, existe ou existirá uma
conduta provável, de alguma maneira definida, apropriada a
este sentido. Torna-se necessário enfatizar isto para evitar a
“reificação” destes conceitos, ou seja, sua degeneração em
conceituações vazias.
Para existir uma relação não é necessária a reciprocidade de
sentido (relações simétricas são raras) basta haver a
orientação mútua (“adequada”) das condutas.

Uma relação social pode ser de natureza transitória ou de


graus variáveis de permanência, ou seja, pode ser de tal
espécie de que haja uma probabilidade de uma nova
recorrência de conduta, esperada porque é conseqüência de
sentido imputado a essa conduta.

O significado subjetivo de uma relação social pode mudar


(passar da solidariedade ao conflito) __ pode-se dizer aí que
está começando uma nova relação ou a antiga está tomando
novo sentido.

O conteúdo do sentido que permanece estável nos levam a


esperar que as partes envolvidas correspondam às
expectativas de seus parceiros. Isto se dará tanto mais
provável quanto mais racional for a conduta em sua relação a
valores ou fins dados.

 A concepção de sociedade construída por Weber implica


numa separação de esferas – política, jurídica, econômica,
cultural, religiosa, etc. _ cada uma delas com lógicas
particulares de funcionamento. O agente individual é a
unidade de análise sociológica, a única entidade capaz de
conferir sentido às suas ações. Em sua ação ele articula
sentidos referenciados a esferas distintas. Cada pessoa pode
participar de diferentes esferas ao mesmo tempo, e dessa
infinidade real de ações individuais é que devem extrair-se
as regularidades do comportamento humano.
Partindo do princípio que só as consciências sociais podem
dar sentido à ação social, sentido que pode ser partilhado por
um multiplicidade de indivíduos, Weber estabelece conceitos
referentes ao plano coletivo que nos permitem entender os
mecanismos diferenciados de distribuição do poder: a) classe
(poder econômico); b) estamentos ou grupos de status (poder
social); c) partidos (poder político).
RACIONALIZAÇÃO

Para Weber o desencantamento do mundo repousa no


coração da modernidade. É o processo histórico pelo qual o
mundo natural e todas as áreas da experiência humana
passam a ser experimentadas e compreendidas como menos
misteriosas; definidas pelo menos a princípio como passíveis
de serem conhecidas, compreendidas, preditas e manipuladas
pelos seres humanos; conquistadas e incorporadas aos
esquemas interpretativos da ciência e do domínio do natural.
Em um mundo desencantado tudo se torna compreensível e
domesticável.

 Weber descreve esse processo de desencantamento


como racionalização. De um lado, está a secularização e
o declínio da mágica; pelo outro, existe a crescente (em
escala, escopo e poder) racionalidade formal meios-fins
da ciência, burocracia, da lei e da política.

 Em face à racionalização, alguns embarcaram em um


processo de “reencantamento”: (re) encantamento se
refere a tendência de insistir que há mais coisas no
universo do que a racionalidade epistemológica, e de se
rejeitar a noção de que a racionalidade calculada,
formal e procedural seja sempre o melhor caminho a ser
tomado. Entre outras coisas, essa tendência encompassa
explicações cotidianas sustentadas pelas ideias de sorte
e destino; crenças espirituais tradicionais; crenças
alternativas ou “new age”; e ciências “estranhas”.
 Racionalização é um conceito central na teoria
weberiana. O processo de racionalização (que ele
chama de “desencantamento do mundo”) seria quase
sinônimo de modernização no ocidente.
 A racionalidade formal (adequação meios-fins,
sustentada pela ênfase na calculabilidade, eficiência e
previsibilidade) é característica do capitalismo
industrial e da administração burocrática.
 O cálculo é sempre feito em referência a regras, leis e
regulamentos universalmente aplicados.
 Dentre todas as outras formas de racionalidade
(prática, teórica e substantiva), a racionalidade formal
surge apenas no ocidente com início da
industrialização, predominando nas esferas
econômica, legal e científica.
 O capitalismo e a burocracia são as principais forças
“racionalizadoras”. Sendo que o surgimento dos
mesmos está ligado ao que ele chama de “ética
protestante”.
 Weber rejeita teorias sociais evolucionistas em geral.
Ele não vê o processo de racionalização como
determinístico mas sim como extremamente diverso,
assumindo diferentes formas.
 No ocidente, a racionalidade substantiva
(impulsionada pelo calvinismo) introduz “formas
metódicas de vida”.
 Desenvolvimento do sistema capitalista está
associado com o surgimento das fábricas (as
primeiras manufaturas têxteis) e a decadência das
guildas e corporações (que mantinham elementos
tradicionais e anti-capitalistas).

 Características das fábricas:

o Trabalhadores livres e remunerados que


exerciam atividades especializadas e
coordenadas.
o Propriedade dos meios de produção pelo
empreendedor.
o Capital fixo pelo empreendedor.
o Sistema de contabilidade que é essencial para tal
capitalização.

 O que melhor define para Weber o caráter racional


dos modernos empreendimentos capitalistas é a sua
“calculabilidade”, representada pelo uso da moderna
contabilidade
 Exemplos de empreendimentos isolados que usavam
de cálculo são encontrados em diferentes partes do
mundo em diferentes épocas. Uma sociedade só pode
ser definida como capitalista quando a quase
totalidade de suas necessidades são supridas por
empreendimentos e métodos capitalistas (ocidente, a
partir do século XIX).
 Barreiras como o sistema de clãs na China e o
sistema de castas na Índia impediram o
desenvolvimento do capitalismo nesses lugares.
 Pré-condições para o desenvolvimento do
capitalismo:
o Mercado livre com demanda constante
o Economia monetária
o Tecnologia racional e acessível
o Força de trabalho livre e disciplinada
o Técnicas racionais de contabilidade
o Comercialização da vida econômica (ações,
bolsa, etc.)

Pré-condições não-econômicas:

o Estado moderno com administração profissional


e leis baseadas no conceito de cidadania
o Leis racionais feitas por juristas e racionalmente
interpretadas e aplicadas.
o Cidades (existência de mercados, autonomia e
liberdade)
o Existência da ciência e tecnologia
o Uma ética racional para a conduta da vida.
Poder e Dominação

Definição de poder: Probabilidade de o agente conseguir


impor a própria vontade mesmo contra a oposição de outros.

Poder é um conceito “sociologicamente amorfo”: muitas


características individuais e circunstâncias sociais podem por
alguém em condições de impor sua vontade.

O Estado Moderno: Monopólio legítimo do uso organizado


da força dentro de um território.

Dominação: Probabilidade de encontrar obediência a uma


ordem de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas
indicáveis. Disciplina é a probabilidade de encontrar
obediência pronta, automática a uma ordem.

A aceitação da dominação pode basear-se em diferentes


motivos: as pessoas obedecem por rotina, por acharem a
dominação legítima ou por que é vantajoso para os seus
próprios interesses. É uma relação social tanto mais estável
quanto mais percebida como legítima.

A dominação legítima e as suas diferentes formas:

_ A tradicional: obediência motivada pela “crença cotidiana


na santidade das tradições” e na legitimidade daqueles que
em virtudes dessas tradições, representam a autoridade. Ex.:
relação senhor e súditos, o feudalismo, pais e filhos.
_ A carismática: baseada na veneração extracotidiana na
santidade, no poder heróico ou no caráter exemplar de líder,
que é investido pelos outros de poderes especiais ou
sobrenaturais. Ex. Canudos. O carisma pode ser rotinizado.
_ A legal: baseada na crença na legitimidade das ordens
instituídas (regras formais, impessoais) e no direito de
mando daqueles que em virtude dessas ordens são nomeados
para exercer a dominação.

A dominação formal-burocrática é a dominação típica do


Estado Moderno. É essencial ao funcionamento do sistema
capitalista pois permite o cálculo racional dos lucros e
perdas. A expansão da dominação burocrática é uma
manifestação da racionalidade crescente das ações sociais.

Características da Dominação Burocrática:

• A racionalização substitui pensamentos e as práticas


mágicas, gerando um "desencantamento do mundo."
• O estado moderno, vindo do direito romano é a
dominação burocrática típica: por meio de funcionários
impessoais (de carreira, que não vem de grupos específicos,
e que gera certa autonomia do estado).

Características das organizações burocráticas

1. Corpo de funcionários com deveres definidos


2. Hierarquia de funções
3. Recrutamento por competência
4. O funcionário não é dono do lugar, nem deve fidelidade a
um dirigente em particular.
A expansão da burocracia é uma necessária devido a
crescente especialização da divisão do trabalho.

Consequências para a carreira do funcionário

• A carreira do funcionário é regida por uma concepção


abstrata do dever; a execução fiel das tarefas oficiais é um
fim em si mesmo e não um modo de se obter ganhos
pessoais.
• O funcionário obtém seu lugar por nomeação feita, em
função de suas qualificações técnicas, por uma autoridade
superior; não é eleito.
• Ocupa geralmente uma posição temporária.
• A sua remuneração assume a forma de um salário fixo e
regular
• A profissão do funcionário permite fazer carreira,
através de uma subida na hierarquia, seja por competência ou
antiguidade, ou por uma combinação dos dois fatores.

As características da administração burocrática

• “O aparelho burocrático plenamente desenvolvido está


para todas as outras formas de organização como a máquina
para os modos de produção não mecanizados.”
• “Se a organização burocrática é,..., e sempre foi do
ponto de vista formal e técnico, o tipo de organização mais
racional, as necessidades da administração em grande escala
(de pessoas ou coisas) tornam-se hoje em dia completamente
indispensável”.
• Apesar de a burocracia estar associada à papelada e à
ineficiência, e que no funcionamento real das organizações
burocráticas, contatos não-oficiais e padrões de relações se
sobrepõem à distribuição oficial da autoridade e das
responsabilidades.... não se pode admitir nem por um
momento que fosse possível executar em qualquer domínio
um trabalho administrativo contínuo a não se o entregando a
funcionários trabalhando em escritórios.
• “É a única forma de organização que está apta a
desempenhar tarefas complexas de coordenação
indispensáveis ao bom funcionamento do capitalismo
moderno.... dado seu elemento de “calculabilidade” que a
distingue de todos os outros tipos anteriores de
administração.”

Burocratismo:

 A personalidade burocrática: ritualismo, limitada pela


incompetência, inércia burocrática.
 Burocracia formal vs. regras informais (como os
burocratas boicotam o sistema).
 A racionalidade criou as possibilidades de autonomia e
de criação individual e a racionalidade formal e
burocrática sufoca isto.
Classe, Status e Partido em Weber

 As diferenças sociais na concepção weberiana podem


ter vários princípios explicativos. Ex. Riqueza e
propriedades nas sociedades capitalistas e linhagens
nas sociedades feudais.
 A concepção de sociedade construída por Weber
implica numa separação de esferas – política,
jurídica, econômica, cultural, religiosa, etc. _ cada
uma delas com lógicas particulares de
funcionamento. O agente individual é a unidade de
análise sociológica, a única entidade capaz de
conferir sentido às suas ações. Em sua ação ele
articula sentidos referenciados a esferas distintas.
Cada pessoa pode participar de diferentes esferas ao
mesmo tempo, e dessa infinidade real de ações
individuais é que devem extrair-se as regularidades
do comportamento humano.
 Partindo do princípio que só as consciências sociais
podem dar sentido à ação social, sentido que pode ser
partilhado por uma multiplicidade de indivíduos,
Weber estabelece conceitos referentes ao plano
coletivo que nos permitem entender os mecanismos
diferenciados de distribuição do poder: a) classe; b)
estamentos ou grupos de status; c) partidos.
 Pessoas que tem a mesma posição no que se refere a
propriedade de bens ou habilidades encontram-se
numa determinada situação de classe. Nesse contexto
as ações sociais vão ter sua racionalidade e o seu
significado orientadas para o mercado, onde se busca
a sobrevivência vendendo e adquirindo os meios
necessários para isso.
 O meio de troca é o dinheiro. Diferentes pessoas
vendem suas diferentes habilidades no mercado.
 Sua posição de classe é dada pela sua
"mercabilidade", ou o que você pode oferecer ao
mercado: força de trabalho bruta ou especializada; ou
meios de produção para serem trabalhados; ou capital
para ser investido; o que acaba gerando diferentes
“situações de classe”. Classes proprietárias vs.
Classes de aquisição.
 Já os estamentos são uma qualificação em função de
honras sociais ou da falta destas, sendo condicionado
principalmente por um estilo de vida específico e
detêm um determinado status social do qual elas tem
uma consciência comum.
 Já o partido é “uma organização que luta
especificamente pelo domínio”. O poder político,
concentrados e exercidos pelos partidos que
dominam o aparato político, costuma beneficiar a
classe e /ou o grupo social que é majoritário naquele
partido, mas a fim de obter apoio, o partido tem que
atuar e beneficiar outras classes e grupos.
 Assim, é simplista pensar que a sociedade está
polarizada só pelo poder econômico, já que este não
necessariamente granjeia status e poder político (ex.
novo-rico). O baixo status atribuído a mulheres e
negros na nossa sociedade é refletido nos indicadores
de desigualdade social.
Desigualdade social e Estratificação social:

A desigualdade social: refere-se ao fato de que nos


grupos sociais e sociedades, existem relações
hierárquicas nas quais quem ocupa as posições
superiores goza de vantagens ou privilégios em
relação a quem ocupa as posições inferiores. Ex.
No acesso aos “bens sociais”: poder, propriedade,
prestígio e satisfação psicológica.

- Características da desigualdade social:

 Uma característica da sociedade e não dos


indivíduos
 É universal e variável (formas e graus
variados)
 Influencia as condições de vida dos grupos
sociais e dos indivíduos.
 Persiste através de gerações
 É apoiada num sistema de crenças

A Estratificação Social:

“O processo mediante o qual os indivíduos são


hierarquizados numa escala, uns nos escalões
superiores e outros nos inferiores.”
Desigualdade e conceitos de classe:

1o Concepção dicotômica: é aquela que vê a sociedade


dividida basicamente em duas classes (Marxista).
2o Concepção graduada (ou plural): as relações entre
as classes são de simples ordenamento e não
necessariamente de oposição/dependência.
3o Concepção funcional: diferenciação social
resultante da divisão do trabalho.

_ As funções da pobreza:
1. Aceitam empregos e salários que ninguém
quer
2. Aceitam consumir produtos que ninguém
quer
3. A existência de pobres cria um mercado de
trabalho para a classe média
4. Fazem as classes médias e a classe alta se
sentirem melhor.
WEBER: A OBJETIVIDADE NAS CIÊNCIAS
SOCIAIS

Para Weber, a objetividade nas ciências sociais não é


alcançada quando o cientista se “livra de todas as
pressuposições” porque isso é impossível. O cientista deve
incorporar conscientemente os valores à pesquisa, pois são
estes que guiam a escolha de certo objeto de pesquisa pelo
cientista. A partir daí, ele definirá uma certa direção para sua
explicação e os limites da cadeia causal que ela é capaz de
estabelecer, ambos orientados por valores.

Causalidade: probabilidade de que um evento será seguido


ou acompanhado por um outro evento.

O compromisso com o estudo da causalidade era


fundamental para Weber. Apesar de colocar o estudo das
causas dos fenômenos sociais com próprio do domínio da
História, não da Sociologia (esta se concentraria em
desenvolver instrumentos conceituais que serviriam de base
para a análise empírica), ele considerava relevante o estudo
da causalidade.

As relações de causalidade, por ele construída na forma de


hipóteses, constituirão um esquema lógico-explicativo cuja
objetividade é garantida pelo rigor e obediência aos cânones
do pensamento científico. O ponto essencial a ser salientado
é que o próprio cientista é quem atribui aos aspectos do real
e da história que examina uma ordem através da qual procura
estabelecer uma relação causal entre certos fenômenos.
De uma realidade cultural infinita, o cientista isola um
fragmento que considera relevante. O critério de seleção está
tanto no que significado que este tem para ele, quanto para a
cultura e época em que vive.

Ele desenvolve e utiliza como instrumento de análise o Tipo


Ideal:

“Um tipo ideal é formado pela acentuação unilateral de um


ou mais pontos de vista e pela síntese de um grande número
de difusos, discretos, mais ou menos presentes e
ocasionalmente ausentes fenômenos individuais concretos, o
qual são organizados de acordo com aqueles pontos de vista
unilateralmente enfatizados em um construto analítico
unificado.... Na sua pureza conceitual, essa construção
mental... não pode ser encontrada empiricamente em lugar
algum da realidade.”

O particular e o específico, portanto não é aquilo que vem


dado pela experiência, nem muito menos o ponto de partida
do conhecimento, mas o resultado de um esforço cognitivo
que discrimina, organiza e enfim, abstrai certos aspectos da
realidade, na tentativa de explicar as causas associadas à
produção de determinados fenômenos. Mas o método de
estudo de que se utiliza baseia-se no estado de
desenvolvimento dos conhecimentos, nas estruturas
conceituais de que dispõe e nas normas de pensamento
vigentes, o que lhe permite obter resultados válidos não
apenas para si próprio. Contudo, a explicação do fato
significativo em sua especificidade nunca estará livre de
pressupostos porque ele próprio foi escolhido em função de
valores. Com isso, Weber rejeita a possibilidade de uma
ciência social que reduza a realidade empírica a leis.

No seu livro “A Ética Protestante e o Espírito do


Capitalismo” Weber demonstra essa preocupação com o
estudo da causalidade dos fenômenos sociais. Apesar do foco
nas influências religiosas na gênese do capitalismo ele não
segue um modelo monocausal, ele permanece atento as
interrelações entre diferentes fatores sociais.

OS TIPOS IDEAIS

“No seu nível mais básico, um tipo ideal é um conceito


construído por um cientista social, baseando-se nos seus
interesses e orientação teórica, para capturar as principais
características de um fenômeno social” (Ritzer, 1988).

Um tipo ideal é um instrumento metodológico útil para guiar


o cientista no estudo empírico de determinado fenômeno
social. É elaborado através da abstração e da combinação de
um número indefinido de elementos que, se bem que sejam
extraídos da realidade, raramente ou nunca nos surgem sob
essa forma específica. Não é nem uma descrição de um
aspecto específico da realidade, nem uma hipótese. No
entanto contribui para facilitar a descrição e a explicação. O
tipo ideal é um tipo puro num sentido lógico e não exemplar:
na sua “pureza conceitual, essa construção mental não pode
existir empiricamente na realidade.”
A construção de tipos ideais não se constitui de modo algum
um fim em si; a utilização de um dado tipo ideal só pode ser
avaliada em relação a um problema ou tipo de problemas
concretos, e o único propósito que orienta a sua elaboração é
o de facilitar a análise de questões empíricas. Quando se
elabora o tipo ideal de um fenômeno como o capitalismo
racional, por exemplo, o cientista social tenta delinear,
mediante um exame empírico das formas específicas do
capitalismo, os aspectos mais importantes (do ponto de vista
que lhe interessa) que caracterizam o capitalismo racional. O
tipo ideal não é elaborado pelo pensamento puramente
conceitual, mas antes criado, modificado e aperfeiçoado
através da análise empírica de problemas concretos,
contribuindo por seu turno para que essa análise adquira
maior precisão.

Os tipos ideais diferem dos conceitos descritivos no âmbito e


na aplicação. Os tipos descritivos desempenham um papel
importante em muitos ramos das ciências sociais; constituem
resumo das características comuns de agrupamento de
fenômenos empíricos. Enquanto que um tipo ideal implica
na acentuação unilateral de um ou mais pontos de vista, o
tipo descritivo envolve a síntese abstrata dos traços que são
comuns a numerosos fatos concretos. Ex. Os conceitos
descritivos de “igreja” e “seita” vs. análise da importância
dos movimentos sectários para a racionalização da cultural
ocidental moderna (no qual se enfatiza os componentes
específicos do sectarismo que possam ter influenciado neste
processo).
De acordo com Herkman (apud Ritzer, 1988), os tipos ideais
de Weber podem ser divididos em quatro categorias:

1) Históricos: relativos a fenômenos encontrados em


determinados período históricos (ex. o mercado
capitalista moderno)
2) Sociológicos gerais: referentes a fenômenos
encontrados em diferentes épocas e sociedades (ex.
burocracia)
3) Ação: os quatro tipos puros de ação baseadas nas
motivações dos atores
4) Estruturais: Formas tomadas pelas causas e
consequências das ações sociais. Ex. a dominação
tradicional

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