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A Metáfora Orgânica em Administração

A metáfora orgânica em Administração nasceu de uma apropriação da Teoria dos Sistemas


(que nasceu em outras áreas do conhecimento); consiste em compreender as organizações
como “sistemas”, isto é, falando de forma simplificada, como conjuntos de partes
interdependentes que agem em conjunto visando um objetivo comum. Esse enfoque
inaugurou um novo modo de olhar as organizações, agora vistas como sistemas abertos,
isto é, sistemas que dependem do ambiente externo, embora sejam também capazes de
influenciar esse ambiente.

O modelo básico de um sistema compreende “entradas” que são processadas pelas partes
que o constituem, organizadas em subsistemas menores, gerando “saídas” de diversos tipos.
Para a administração as “entradas” são bem variadas (matéria-prima, pessoas, informações
etc), assim como as “saídas”, que tanto podem ser os produtos fabricados ou os serviços
prestados, não esquecendo os resíduos que são inevitavelmente gerados. Essas “saídas”
podem ser retroalimentadas no próprio sistema convertendo-se em “novas entradas”, ou
serem convertidas em “entradas” para outros sistemas que compartilham o mesmo
ambiente.

Os sistemas tendem a entrar em equilíbrio com o ambiente externo (homeostase), assim


como suas partes constituintes tendem a equilibrar-se entre si; por outro lado, os sistemas
tendem à “entropia”, o que quer dizer que tendem também à desorganização e à morte, o
que deve ser evitado.

Como foi dito no texto que expõe os conceitos iniciais da Administração toda organização
está inserida em um ambiente externo; a “dimensão próxima” desse ambiente compreende
concorrentes, clientes, fornecedores etc., que variam de organização para organização (mas
sempre de impacto direto); a “dimensão distante” compreende fenômenos macrossociais e
naturais, como a cultura da região, fenômenos demográficos, econômicos etc. Para
compreender esse ambiente deve ser feita uma “análise ambiental”, selecionando quais as
dimensões são mais importantes para cada organização; essa análise é dependente da
“percepção ambiental” daquele que a faz – o que pode torná-la extremamente variável e
subjetiva.

Compreender a organização dessa maneira é quase que compreendê-la como um ser vivo
(um organismo), daí este enfoque (sistêmico) ser chamado de “metáfora orgânica”. O
“enfoque contingencial” é um desdobramento desse enfoque, enfatizando a necessidade de
equilíbrio entre as dimensões interna e externa (o ambiente) da organização. Como isso
pode variar tremendamente de uma organização para outra, visto que elas são sempre
diferentes e o ambiente está sempre transformando-se, o enfoque contingencial é chamado
às vezes de “teoria do depende” – isto é, as respostas às questões importantes quase nunca
são as mesmas – tudo “depende...”.

Os sistemas variam porque podem ser mais (ou menos) mecânicos; há uma enorme
variabilidade de tipos de estrutura, embora alguns autores façam uma tipologia que reduz
essa variabilidade. (Veja a tipologia de Mintzberg, no capítulo 3 do livro do Morgan citado
em sala). Mas, de qualquer forma, há uma tendência a uma adequação entre a tecnologia
empregada pela organização, a estratégia escolhida, a estrutura da organização, a cultura
organizacional e o tipo de processo decisório. Quando não há essa adequação, problemas
podem ocorrer. Outros autores chamam a atenção para fenômenos tais como a integração e
a diferenciação, fundamentais para compreender organizações maiores, que necessitam de
oscilar entre a preocupação com o todo e preocupações específicas com as partes
constituintes (veja as idéias de Lawrence e Lorsch, no mesmo capítulo do livro mencionado
acima).

A metáfora orgânica, como permite visualizar tanto o lado interno quanto o externo das
organizações pode ser estendida. Daí os conceitos de “saúde” e “doença” organizacionais,
que pressupõem para o administrador uma postura “clínica” (como se fosse um “médico”
de organizações), fazendo “diagnósticos”, pedindo “exames” e, ao fim, prescrevendo
“remédios” organizacionais. Ao mesmo tempo essa compreensão indicaria que as
organizações apresentam “ciclos de vida” – nascimento, infância, amadurecimento e,
possivelmente, morte. Assim como os seres vivos, cada estágio de vida apresentaria suas
virtudes e suas doenças específicas.

Uma visão ainda mais ampla é a “ecologia organizacional”, que vê a “vida organizacional”
em um contexto ainda mais abrangente: “evolução”, “seleção das espécies”, “populações”
de organizações etc. Os relacionamentos de cooperação entre as organizações são, nessa
perspectiva, tão comuns quanto os de conflito, e a construção de uma convivência
harmoniosa e sustentável demandaria decisões conscientes de todos os integrantes desse
“habitat organizacional e humano”, visto que as organizações, por mais técnicas ou
tecnológicas que pareçam, são sempre constituídas por seres humanos, para satisfazer as
necessidades desses mesmos seres – esses sim, realmente “organismos” (e não em um
sentimento metafórico).

No entanto muitas vezes os princípios do enfoque sistêmico e contingencial são apropriados


para construção de “modismos organizacionais” (simplificações para vender livros de
administração para leigos), o que não é justo: é um modelo muito explicativo, e totalmente
aplicável às organizações – de qualquer setor!

Aprofunde seus conhecimentos buscando nos livros recomendados em sala


(particularmente o capítulo 3 do livro Imagens da Organização, de G. Morgan) mais
informações sobre essas construções teóricas, que conferiram à Administração uma
dimensão teórica muito mais consistente e respeitável, fruto de pesquisas acadêmicas e
totalmente aplicáveis à compreensão da realidade e ao melhoramento da performance das
organizações no alcance de seus objetivos.

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