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Andréia Custódio
Capa e diagramação: Telma Custódio
Revisão: Karina Mota
Imagem da capa: Zubada / 123RF Imagens
T253
Tecnologias para aprender / organização Carla Viana Coscarelli. - 1. ed. - São
Paulo : Parábola Editorial, 2016.
192 p. ; 23 cm. (Linguagens e tecnologias ; 3)
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Parábola Editorial
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mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema
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ISBN: 978-85-7934-112-0
© da edição: Parábola Editorial, São Paulo, abril de 2016
Para minha querida
Clarice,
que tinha olhos atentos,
ouvidos pacientes
e palavras sábias
sempre na ponta da língua.
Sumário
Sumário 7
Navegação............................................................................................................................65
Leitura...................................................................................................................................68
Quando ler é semelhante a navegar.............................................................................. 71
Quando a leitura deveria ser separada da navegação.............................................. 76
Como diferenciar leitura de navegação?.......................................................................77
Ler e navegar...................................................................................................................... 79
Considerações finais.......................................................................................................... 80
Referências bibliográficas.....................................................................................175
Autoras e autores....................................................................................................189
Sumário 9
INTRODUÇÃO
O objetivo deste capítulo é discutir os conceitos de
navegação e leitura. Esta nossa preocupação teve ori-
gem nas pesquisas realizadas por Ribeiro (2003, 2008,
2009). Esperamos, ao clarear esses conceitos, ajudar os professores
a detectar aspectos que fazem com que a leitura em ambientes digi-
tais seja difícil para alguns alunos, assim como estabelecer objetivos
a serem alcançados por suas práticas pedagógicas.
Pensar essas diferenças vai nos ajudar a compreender as pesquisas
sobre a leitura na internet e em outros ambientes digitais (a que chama-
remos de leit ura online), assim como compreender as partes que com-
põem esse processo, permitindo que pesquisadores focalizem algum
aspecto específico da leitura nos ambientes digitais, se for o caso.
O principal questionamento que apresentamos é: faz sentido
pensar em leitura e navegação como duas compet ências, dois conjun-
tos de habilidades distintos?
A leitura online, mais especificamente, a leitura na internet para
fin s de aprendizagem, envolve muitas habilidades diferentes, que in-
cluem navegação. No entanto, precisamos pensar quais são as dife -
renças entre ler e navegar. Poucas pesquisas sobre a leitura online
7
Para Coiro e Dobler (2007), inferências preditivas são previsões que os alunos fazem do
que podem enco ntrar ao clica r em um hiperlink e que vão guiar suas decisões durante a lei-
tura (navegação) on-line.
64 Ca r la Via n a Coscarelli
seções deste texto. Vamos começar com uma tentativa de definir,
breve e não exaustivamente, navegação e leitura.
NAVEGAÇÃO
Perguntas que podem nos ajudar a pensar em uma defi-
nição de navegação: onde você está indo? Onde você está?
Para onde você vai? Por que você vai lá? O que você acha
que vai encontrar lá? Vale a pena visitar essa página? Por quê? Quando/
Onde você vai parar? Que caminho quer percorrer? Conhece o trajeto?
Lawless & Schrader (2008) trazem a definição de orientação,
citando Whitaker (1998: 63), para quem a navegação, num sentido
estrito, significa se mover pelo espaço; e, em um sentido amplo, nave-
gar também inclui movimentos virtuais em um espaço cognitivo feito
de dados e do conhecimento que emerge desses dados.
Assim como no movimento no espaço físico, eles consideram que
LEITURA
A leitura é um conceito amplamente estudado. Há mui-
t as perspectivas a partir das qua is podemos olhar para
esse processo de compreensão de textos. A perspectiva
que estamos usando aqui é mais cognitiva, mas isso não significa que
não consideremos a relevância dos aspectos sociais relacionados a
ela. Como diz Paulo Freire (1975), a leitura da palavra envolve a lei-
tura do mundo.
A leitura normalmente acontece em uma situação comunicat iva.
É por isso que não podemos desconsiderar o contexto social no qual a
leitura acont ece, assim como também não podemos deixar de conside-
rar a identidade, a história e as experiências do leitor. Esses aspectos
são essenciais para a leitura porque direcionarão o processo de cons-
trução de significado, que é, sobr et udo, um processo infe rencial.
8
Para um maior detalhamento sobre isso ver Ribeiro (2008, 20 09).
9 Para mais detalhamento, ver: Gernsbacher, 1994, Posner, 1993, Kintsch & van Dijk, 1978,
Coscarelli, 1995, 2003.
10
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes é uma avaliação aplicada em es-
tudantes na fa ixa dos 15 anos, de muitos países do mu ndo (par a mais informações ver:
h ttp ://portal. i nep.gov. br/pisa-progra ma -in ternacional-de -a v a Iiacao-de -a Iunos; ace sso:
0 2/02/2016).
11
Sistema de Avaliação do Ensi no Básico é uma avaliação desenvolvida pelo MEC/INEP e
a pl icada a cada dois anos e m alunos da 4ª e 8! séries.
Nav e g a r e l er na ro ta d o a p re n d er 75
Algumas dessas estratégias vão, provavelmente, acontecer de
um modo mais superficial durante a navegação, como, por exemplo,
analisar, resumir e sintetizar. Quando estiver buscando informações,
o leitor vai gastar menos tempo nos textos e vai construir uma ideia
geral do tópico e dos conteúdos, que serão avaliados e selecionados
para uma leitura mais profunda que envolverá mais reflexão, mais
atenção aos detalhes que sustentam as ideias, às evidências que leva-
rão a outras inferências e conexões.
Navegar seria a parte do processo de leitura que envolve a busca,
a localização, a avaliação e a seleção de informações, a fim de encon-
trar ou coletar informações que ajudarão na realização de uma tare-
fa. já ler stricto sensu seria envolver-se em ações que levariam a uma
compreensão mais profunda das informações encontradas.
I
e interpretações, trabalhar para resolver (ou permitir coexistir
coerentemente) informações conflitantes e compreender como
as informações funcionam como parte dos argumentos de um
autor (Britt & Rouet, 2012: 281).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Discutimos aqui os conceitos de navegação e de leitura.
Esperamos que explicitar as diferenças e semelhanças
entre esses dois conceitos ajude os professores a de-
tectar aspectos que estão dificultando a leitura online para alguns
alunos. Pode ajudar também a estabelecer metas de leitura online a
serem alcançadas e orientar o planejamento de situações de ensino-
-aprend izagem que levem os alunos a serem mais eficientes na leitura
online. Pensar essas diferenças pode nos ajudar a compreender melhor
as pesquisas sobre leitura online, assim como a compreender as partes
desse processo, permitindo aos pesquisadores se concentrar em um
ou outro aspecto da leitura em ambientes digitais, se for o caso.
Precisamos compreender, no entanto, que não há uma linha
clara separando leitura de navegação. Apresentamos um conjunto de
crit érios que pode nos permitir tratar a leitura e a navegação como
diferentes conceitos, mas precisamos ter sempre em mente que eles
são parte de uma concepção mais ampla e mais atual de leit ura.