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Pinos Pré-fabricados e

Núcleos de Preenchimento

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Pinos Pré-fabricados e
Núcleos de Preenchimento 16
Rodrigo de Castro Albuquerque, Hugo Henriques Alvim e Luís Fernando Morgan

® Introdução desvantagens podem-se destacar o acentuado desgaste


de estrutura dentária sadia e o surgimento de elevadas
Restaurar dentes tratados endodonticamente é, sem tensões ao longo da raiz. É nesse ínterim que, hoje, os

de pode ser percebida na literatura pela busca in- de preenchimento em resina composta têm ganhado
espaço, pois propiciam menor desgaste dentário e têm
de elucidar as hipóteses e nortear os procedimentos módulo de elasticidade próximo ao da dentina.4,5
clínicos. Para perceber quantas dúvidas esse tema Em relação às funções dos pinos intrarradicula-
suscita entre os cirurgiões-dentistas, basta partici- res associados aos núcleos de preenchimento, duas in-
par de palestras ou conferências nos mais diversos dicações estão descritas na literatura. A primeira delas
é a função de reter o material de preenchimento, con-
procedimentos, técnicas e materiais empregados são ceito unânime entre todos os pesquisadores, que ora

curado responder à clássica pergunta: qual é a técni- como reconstrução para receber o preparo e a restau-
ca mais indicada para restaurar dentes despolpados? ração indireta. Já a segunda função seria a de reforçar
Tal pergunta até o momento, infelizmente, não pôde a estrutura dentária remanescente, porém é causa de
ser respondida precisamente, pois, mesmo em face inquietações e controvérsias.6-10
de uma contínua produção do conhecimento, princi- Não obstante toda a controvérsia sobre as fun-
palmente em relação aos materiais e técnicas utiliza- ções dos pinos intrarradiculares, os estudos sobre os
dos, dúvidas ainda perduram. benefícios de seu uso também originam dúvidas. Há
Dentes tratados de modo endodôntico são reco- resultados que mostram que os pinos aumentam, não
nhecidamente mais frágeis.1 A perda de dentina de- interferem, ou ainda, diminuem a resistência da es-
corrente de fraturas, lesões cariosas e não cariosas e o trutura dentária remanescente.3,11-15
tratamento endodôntico diminuem a resistência mecâ- regem o comprimento ideal do pino, o material, a for-
nica comparativamente com os dentes hígidos. Portan- ma anatômica e a técnica de cimentação também não
to, preservar ao máximo a estrutura dentária sadia faz estão claros.
Existe uma grande variedade de pinos pré-fa-
bricados com diferentes materiais, formatos anatômi-
Para reabilitar dentes tratados endodonticamen- 8
Da
te, um dos principais fatores é prover meios de reten- mesma maneira, inúmeros são os materiais e técnicas
ção para a futura restauração. Por esta razão, preconi- para cimentação desses pinos e confecção de núcleos
zou-se a inserção de um pino de madeira no interior de preenchimento. Para o sucesso do procedimento
do conduto radicular exatamente com o objetivo de restaurador é fundamental que haja um correto diag-
aumentar a retenção.2 Desde então, a evolução destes
procedimentos levou ao desenvolvimento de diversas domine a técnica de cimentação.
alternativas, como núcleos metálicos fundidos e pinos Este capítulo tem por objetivo apresentar e dis-
pré-fabricados, além de diferentes tipos de materiais e cutir os sistemas de pinos intradentinários e intrarra-
técnicas para cimentação. Estão descritas na literatu- diculares disponíveis, assim como os cimentos e ma-
ra, como vantagens dos núcleos metálicos fundidos, teriais de reconstrução, salientando as técnicas e as
a larga experiência clínica e a boa adaptação.3 Como manifestações clínicas referentes à sua utilização.
662

Figura 16.1 Exemplos de pinos pré-fabricados encontrados no mercado: (1) Radix Anker (Maillefer), (2) FKG (FKG), (3) Radix
RS (Maillefer), (4) Tenax (whalledent), (5) Unimetric (Maillefer), (6) Dentatus (Dentatus), (7) Exacto (Angelus), (8) UMC Post
(Bisco), (9) Reforpost fibra de vidro (Angelus), (10) Reforpost fibra carbono (Angelus), (11) Light Post (Bisco), (12) C-Post (Bis-
co), (13) Rebilda Post (Voco), (14) Cosmo Post (Ivoclar Vivadent), (15) White Post DC (FGM).

® Dentes tratados ® Núcleos metálicos fundidos


endodonticamente
-
- gia, os núcleos metálicos fundidos ganharam populari-
gil em razão da perda extensa de dentina, da preparação dade a partir de 1907, quando foi desenvolvido o pro-
cavitária, do acesso e da instrumentação radicular.10 A cesso de fundição por meio de pressão pneumática.25
perda de estruturas dentárias estratégicas como faces A literatura atribui a esta técnica de reconstrução para
proximais em dentes anteriores, cristas marginais e dentes despolpados vantagens como resistência, ver-
ponte de esmalte em posteriores e o teto da câmara satilidade e boa adaptação ao conduto radicular.3,15,26,27
- Apesar de ser uma técnica largamente utilizada e mui-
da que estas perdas se somam.16 Por esse motivo, as to popular para construção de núcleos, quando compa-
restaurações devem ser cercadas de cuidados que vão rada com as reconstruções com pinos pré-fabricados
desde o planejamento, passando pela seleção dos ma- e núcleos de resina, há algumas desvantagens como
teriais e técnicas, até a confecção propriamente dita. rigidez, maior número de sessões clínicas, custo mais
Também como possível fator causador da dimi- elevado, manchamento da estrutura dentária remanes-
nuição da resistência do dente, há a hipótese de que
a remoção da polpa dentária acarretaria redução da laboratoriais e, principalmente, necessidade de maior
umidade dentinária, e esta, por sua vez, resultaria na desgaste de estrutura dental, o que a torna uma técnica
alteração da resiliência da dentina, tornando-a mais mais invasiva. Elevada perda da estrutura dental sa-
friável.17,18 Entretanto, estudos contrários19,20 mostram dia é necessária para que a porção coronária do núcleo
que a perda de umidade por um dente despolpado é de abrace a raiz cerca de 1 a 2 mm, exercendo assim o
- chamado efeito férula que nada mais é do que um des-
tura e ao cisalhamento.1 Ainda, a diminuição da resis- gaste circunferencial ao redor do remanescente radicu-
tência do dente está mais relacionada com a perda de lar.28,29 Tal procedimento visa diminuir a incidência de
estrutura dentária,20 e esta é maior conforme aumenta fraturas radiculares.29,30
o número de faces perdidas.16 -
que contribui para a elevação da incidência de fratu- lo de elasticidade. Essa rigidez transmite mais tensões
ras em dentes tratados endodonticamente é a perda do -
mecanismo proprioceptivo21 e o aumento do limiar de 8
como
tolerância a dor nesses dentes.22 Essa condição poderia
provocar descontrole na pressão de mastigação exerci- acredita-se que esse tipo de reconstrução não seja ideal
da nesses dentes, levando à fratura dentária. para as necessidades dos dentes despolpados.31
-
o mais importante é ser conservador nas manobras sos associados aos núcleos em resina composta provo-
de preparo cavitário e preservar estrutura dental sa- cou redução do uso dos núcleos metálicos fundidos.
dia,6,23,24 tendo em mente que nenhum material restau- Isso porque inúmeras são as vantagens que o empre-
rador substitui à altura o tecido dental. É importante go dessas novas técnicas pode prover. Entretanto, os
também a correta seleção do material e da técnica para núcleos metálicos são, e continuarão a ser por algum
- tempo, uma boa alternativa para a reconstrução de
tabelecer as funções do dente. dentes tratados endodonticamente.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 663

A B

Figura 16.2A-B Incisivo superior fraturado por causa do efeito cunha de um núcleo metálico fundido.

® Núcleos de preenchimento dente a receber o preenchimento limita-se à remoção


de tecido cariado e restaurações antigas e ao acesso
- ao conduto radicular.
metida em razão das diversas lesões já descritas nes- -
te capítulo. Para restabelecer a função desses dentes ter forma de retenção adequada para futuras restau-
é preciso devolver a forma anatômica, com restaura- rações indiretas. Estes núcleos, por sua vez, podem
ções diretas ou indiretas. Quando se trata de restau- necessitar de um meio adicional de retenção ao den-
rações diretas o núcleo de preenchimento deve assu- -
trarradiculares atendem, dentro de suas indicações,
princípios de oclusão e desoclusão dentária. Já para satisfatoriamente a este requisito. Dessa maneira, o
as restaurações indiretas, o núcleo de preenchimento sucesso de cada caso depende da correta seleção e
tem a função de criar condições de retenção e esta- emprego dos pinos e núcleos de preenchimento, do
bilidade para a futura coroa, propiciando preparos conhecimento e da correta execução da técnica.
com características que atendam a tais princípios,
uma vez que esses fatores são determinantes para o
Materiais para preenchimento
sucesso do tratamento restaurador.32-35 Para isso, os
espaços coronários antes ocupados pela dentina de-
vem ser preenchidos com algum material substituto ção de núcleos de preenchimento. Técnicas que empre-
- gam amálgama, resina composta ou cimento de ionôme-
ção de núcleos de preenchimento. ro de vidro têm sido largamente descritas na literatura.36
Confeccionados com materiais de inserção
direta, os núcleos de preenchimento podem ser de Amálgama
amálgama, cimento de ionômero de vidro ou resina
composta. Esta técnica é considerada promissora por
apresenta, como vantagens, boa estabilidade dimen-
ser simples e atender aos objetivos aos quais elas
-
confeccionados com o auxílio retentivo dos pinos in-
tradentinários, intrarradiculares, ou ainda conforme do amálgama é o seu contraste em relação à estrutura
a necessidade, sem o uso de pinos.23 Comparativa- dentária, o que facilita muito a execução do preparo
mente com os núcleos metálicos fundidos, o núcleo cavitário. Como desvantagens registra-se a ausência
de preenchimento apresenta vantagens como preser- de estética e a falta de adesão à estrutura dental. Ao
vação de estrutura dental sadia, menor tempo clínico selecionar o amálgama para o preenchimento é im-
para confecção, baixo custo, boa resistência, melhor portante avaliar qual liga será empregada na futura
restauração metálica fundida. Não se deve indicar um
metal que não tenha compatibilidade química com o
procedimentos laboratoriais. -
A despeito das possíveis limitações no que se veniente do amálgama é que, para que ele tenha uma
refere à resistência dos dentes despolpados, é plausí- adequada resistência mecânica, deve-se aguardar a sua
vel acreditar que o maior benefício advindo dos nú- cristalização, situação que contraindica um preparo
cleos de preenchimento seja a conservação de estru- cavitário na mesma sessão. Ainda, ele é considerado
tura dentária sadia, pois o desgaste para o preparo do um material frágil por necessitar de maior volume e
664

ser enfraquecido pela presença de pinos.37 Com a gran- foi desenvolvido após estudos de Wilson e Kent.43
de popularidade alcançada pela odontologia estética, a Apresenta propriedades interessantes, como adesão
escolha do amálgama como material de preenchimen- à estrutura dental, relativa biocompatibilidade com a
to tem sido cada vez mais restrita, pois, em alguns ca-

materiais restauradores estéticos cimentados sobre ele. alguns artigos têm sido cautelosos quanto à indicação
desse material, principalmente em reconstruções maio-
Resinas compostas res, pois ele tem baixas propriedades mecânicas no que
diz respeito à sua resistência à tração. Por tal motivo,
recentemente, graças principalmente à evolução dos Huysmans et al.44 salientam que o seu uso deve ser
procedimentos adesivos à dentina, é a resina compos- et al.45 o contraindicam a dentes
ta. Como vantagens podemos relacionar sua fácil ma- anteriores. Portanto, talvez a indicação do cimento de
nipulação, polimerização imediata, ótima resistência ionômero de vidro se restrinja a dentes posteriores que
mecânica,23,38-40 além de adesão à estrutura dentária41 tenham pelo menos 40% de estrutura dentária sadia,
e excelente estética. Por outro lado, as desvantagens conforme proposto por Anusavice e Phillips.4
estão relacionadas com sua instabilidade dimensio- -
nal, que possibilita a contração de polimerização e o camente compatível com o pino pré-fabricado uti-
-
dental. Muitos clínicos têm se queixado de perda de sociado aos pinos pré-fabricados metálicos, sejam
restaurações cimentadas convencionalmente sobre nú-
retenção proporcionado pelos pinos pré-fabricados
de restaurações indiretas pode ser a absorção de água metálicos é exclusivamente mecânico graças às suas
do cimento de fosfato de zinco ou de ionômero de vi- -
dro, muito empregados na cimentação. Este problema sina composta podem ser associados a qualquer tipo
está ligado à expansão higroscópica das resinas, que de pino quanto à composição. A Tabela 16.2 mostra
poderia absorver umidade dos cimentos possibilitando as possíveis combinações entre tipo de pino e mate-
mate- rial de preenchimento.
rial, seria a reconstrução de todo o dente com ele, man-
tendo-o como restauração provisória. Assim, a resina ® Pinos intradentinários
empregada como preenchimento sofreria contato com
a umidade do ambiente bucal, o que possibilitaria pelo Restaurações extensas em amálgama apresentavam
menos alguma expansão higroscópica da resina, pos- problemas clínicos em relação à sua retenção, uma
tergando o preparo cavitário para dias depois. vez que esse material não é adesivo. Markley46 propôs
No preenchimento para o qual se escolheu a resi- então o uso de pinos intradentinários para melhorar a
na composta, esta pode ser de polimerização química retenção. Dessa maneira, essas restaurações poderiam
ou física. Em dentes posteriores, em que porventura ainda servir como base para coroas, ou mesmo como
haja dúvidas em relação ao acesso da luz fotoativado-
ra, podem-se empregar resinas quimicamente polime- -
rizáveis nos primeiros incrementos, terminando com dos ou cimentados em localizações estratégicas da den-
resina composta fotopolimerizável nos últimos, o que tina remanescente. Para tanto é preciso haver área de
42

Deve-se tomar cuidado especial com o término instalação. Esta situação é mais observada em dentes
polpados. Nos dentes despolpados geralmente a quan-
da caixa proximal. Muitas vezes, ao se empregar uma tidade de dentina remanescente é menor e mais fragiliza-
da, o que resulta, por motivos óbvios, na indicação mais
distinguir entre material restaurador e estrutura dentá- frequente de pinos intrarradiculares. Sob essa óptica é
ria. Pode ser interessante empregar um compósito com que Shillingburg et al.10
uma cor contrastante em relação ao dente para facilitar pinos intradentinários depende de uma dentina sólida
dente e não em material de preenchimento. ou ainda invadir a polpa ou o ligamento periodontal.
Caputo e Standlee14 e Dawson47 corroboram a opinião
Cimento de ionômero de vidro de que dentes despolpados não devem receber estes
A partir do princípio da década de 1970, outro material
passou a ser indicado para reconstrução com núcleos de tensão podem induzir a um alto índice de microfra-
de vidro turas na dentina. Em face das evidências, acredita-se
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 665

que a indicação destes pinos seja mais oportuna a den- Técnica para utilização
tes vitais, nos quais o tecido dentinário na maioria das dos pinos intradentinários
vezes está presente em maior volume e qualidade. De
qualquer modo, não consideramos que seja absoluta a Passo 1: planejamento
contraindicação a dentes tratados endodonticamente.
Em casos nos quais, por alguma razão, pinos intrarra- qualidade. Traumatismos dentários requerem
diculares não possam ser utilizados, é possível indicar
os pinos intradentinários. Para isso, uma minuciosa ava- -
liação e seleção do local a ser preparado minimiza os mais auxiliam a mensuração de espaço biológico
riscos de fratura e, portanto, de insucesso. e volume pulpar. Exames clínicos de sensibilida-
de auxiliam o diagnóstico pulpar.
- Passo 2

função como meio auxiliar de retenção a restaurações


diretas e núcleos de preenchimento. Como desvanta- áreas extensas em dentes anteriores, em que a
gens pode-se citar que, pelo fato de serem rosqueáveis, estrutura dentária remanescente, sobretudo o
produzem certa tensão na dentina e, quando utilizados esmalte, após o preparo cavitário, não for consi-
-
res para mascarar sua coloração e impedir alterações devem-se empregar pinos intradentinários. Cabe

indicar ou não o uso de um ou mais pinos. Par-


tindo do princípio de que está indicado e de que
Eles foram desenvolvidos para melhorar os dois as- há espaço para recebê-lo, deve-se empregar um
pectos negativos dos pinos metálicos rosqueados em pino para cada ângulo próximo-incisal perdido
dentina: estética e produção de tensões na dentina.
-
branca, não necessitando de nenhum artifício para xiliar de retenção para o núcleo de preenchimento
seu mascaramento. Diferentemente dos pinos me- e houver espaço, deve-se lançar mão desses pi-
tálicos rosqueáveis, estes são cimentados na dentina nos. Para cada cúspide perdida um pino deve ser
sem provocar tensões. Além disso, após tratamentos -
sicionamento, os pinos devem ser posicionados
no mínimo a 0,5 mm da junção amelodentinária
-
riência de utilização clínica. paralela à respectiva face externa para evitar o

Figura 16.3 Pino metálico rosqueável intradentinário e sua Figura 16.4 Pinos em fibra de vidro para cimentação intra-
respectiva broca e haste adaptadora (Retopin, Edenta). dentinária e sua respectiva broca (Micropin, Angelus).
666

risco de perfurações radiculares e de atingir a te localizada e propositalmente mais frágil fra-


-
didade de rosqueamento é determinada pelo pre-
paro padronizado realizado pela fresa espiral que Dependendo do comprometimento estético,
acompanha cada kit de pinos e que tem cerca de pode ser preciso o mascaramento do pino,
2 mm. Essa broca não possibilita desgastes em que pode ser obtido com resinas opacas ou
profundidade além dos 2 mm por causa do an- pigmentos apropriados. Em seguida, são rea-
lizados os procedimentos adesivos e restaura-

feita em movimento único e rápido para impedir


que a broca alargue demasiadamente o orifício, o –
que provocaria o risco de o pino não travar.
Passo 3: rosqueamento ou cimentação dos pinos esses pinos com cimentos resinosos autoade-
intradentinários. -
– Rosqueáveis metálicos. Estes pinos podem porcionada pelas fresas espirais torna difícil a
ser rosqueados nos orifícios produzidos pela hibridização interna nesse orifício. Portanto,
fresa espiral de dois modos: por meio de con- -
tra-ângulo e sua respectiva haste adaptado- sia e silanização do pino, manipular o cimento
e levá-lo à superfície do pino no orifício pre-
parado, aguardar o tempo inicial de reação de
possibilitarem um rosqueamento mais sutil; presa, fotoativar por 20 s e seguir com os pro-
portanto, têm menor possibilidade de causar cedimentos adesivos e restauradores conven-

deve ser feito até que a região estrategicamen- passo a passo, a técnica de utilização.

A B C

D E F

Figura 16.5 Esquema que simula a situação clínica de perda da cúspide mesiovestibular (A), posicionamento do orifício (B)
para receber o pino (C-D) e o pino após rosqueamento (E-F).
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 667

A B C

D E F

Figura 16.6 Esquema que simula a situação clínica de perda das cúspides mesiovestibular e mediovestibular (A), posiciona-
mento do orifício (B) para receber o pino (C-D) e o pino após seu rosqueamento (E-F).

A B C

Figura 16.7 Esquema que simula a situação clínica de perda das cúspides mesiovestibular, mediovestibular e distovestibular
(A), posicionamento do orifício (B) para receber o pino (C-D).
668

A B C

Figura 16.8 Esquema que simula a situação clínica de perda das cúspides mesiovestibular, mediovestibular, distovestibular e
distolingual (A), posicionamento do orifício (B) para receber o pino (C-D).

A B C

D E

Figura 16.9 Esquema que simula a situação clínica de perda das cúspides mesiovestibular, mediovestibular, distovestibular,
distolingual e mesiolingual (A), posicionamento do orifício (B) para receber o pino (C-E).
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 669

Figura 16.10 Profundidade dos pinos rosqueáveis em den- Figura 16.11 Haste de adaptação do pino (em sua parte
tina definida pela penetração padrão da broca em 2 mm. inferior) e em contra-ângulo ou rosqueadores manuais (em
sua parte superior) (Edenta).

Figura 16.12 Haste adaptada ao seu rosqueador manual Figura 16.13 Pino metálico rosqueável intradentinário.
(Edenta). Note seu ponto intermediário onde ocorrerá a fratura após
atingir o torque final de rosqueamento.

A B C

Figura 16.14 Dobradura dos pinos por meio de instrumento específico (A-B) e aspecto dos pinos devidamente dobrados (C-D).
670

Figura 16.15 Figura 16.16 Figura 16.17

Figura 16.18 Figura 16.19 Figura 16.20

Figura 16.21 Figura 16.22 Figura 16.23

Figura 16.24 Figura 16.25 Figura 16.26

Figura 16.15 Após o bisel, acabamento com instrumentos cortantes manuais complementam o preparo do dente.
Figura 16.16 Dente pronto para receber o pino intradentinário.
Figura 16.17 Localização planejada para a confecção do orifício do pino respeitando a distância de 0,5 mm da junção ame-
lodentinária.
Figura 16.18 Pino adaptado ao dispositivo de rosqueamento manual que acompanha o kit e posicionado imediatamente ao
lado esquerdo do seu orifício, por motivos didáticos.
Figura 16.19 Aspecto do pino (Retopin, Edenta) após ser rosqueado.
Figura 16.20 Detalhe do pino após ser curvado com o objetivo de melhorar a retenção ao material restaurador.
Figura 16.21 Proteção dos dentes vizinhos com tiras metálicas para o condicionamento com ácido fosfórico a 37%.
Figura 16.22 Condicionamento ácido por 30 s em esmalte e 15 s em dentina.
Figura 16.23 Após a remoção do ácido, lavagem e secagem, aplica-se o sistema adesivo.
Figura 16.24 Fotopolimerização por 20 s.
Figura 16.25 Aplicação do agente opacificador.
Figura 16.26 Aspecto da resina fluida opacificadora aplicada para o mascaramento do pino na restauração final.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 671

Figura 16.15 Figura 16.16 Figura 16.17

Figura 16.18 Figura 16.19 Figura 16.20

Figura 16.21 Figura 16.22 Figura 16.23

Figura 16.24 Figura 16.25 Figura 16.26


Figura 16.27 Aspecto inicial do dente. Note a restauração extensa em resina composta de inserção direta com anatomia ina-
dequada, rugosidade superficial e infiltração marginal. O dente tem vitalidade pulpar.
Figura 16.28 Estrutura dentária sadia remanescente depois da remoção do material restaurador. A cúspide distolingual foi
perdida.
Figura 16.29 Forramento da cavidade com cimento de ionômero de vidro.
Figura 16.30 Perfuração pela broca spiral drill. Note a manutenção do espaço de 0,5 mm da junção esmate/dentina. Um único
pino é suficiente, já que uma cúspide foi perdida.
Figura 16.31 Aspecto do pino (Retopin, Edenta) depois do rosqueamento na dentina.
Figura 16.32 Procedimento de encurvamento do pino com instrumento específico. Dessa maneira, aumenta-se a capacidade
retentiva ao material restaurador.
Figura 16.33 Aspecto do pino encurvado.
Figura 16.34 Condicionamento ácido do dente em dois tempos, 15 s em esmalte.
Figura 16.35 …e mais 15 s em dentina, perfazendo um total de 30 s em esmalte.\
Figura 16.36 Remoção do ácido com jatos de água.
Figura 16.37 Aspecto da cavidade seca sem desidratação, pronta para receber o sistema adesivo.
Figura 16.38 Aplicação do sistema adesivo.
672

Figura 16.39 Figura 16.40 Figura 16.41

Figura 16.42 Figura 16.43


Figura 16.39 Fotopolimerização por 20 s.
Figura 16.40 Posicionamento da matriz para receber o material restaurador.
Figura 16.41 Restauração concluída.
Figura 16.42 Aspecto imediato após a remoção do isolamento absoluto.
Figura 16.43 Aspecto da restauração depois de 1 ano.

Figura 16.44 Aspecto inicial do sorriso da paciente com fratura do dente 11. Vista frontal.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 673

Figura 16.45 Vista lateral da fratura


do dente 11.

Figura 16.46 Vista intrabucal da


fratura do dente 11.

Figura 16.47 Detalhes da fratura.


674

Figura 16.48 Vista palatina.

Figura 16.49 Vista incisal.

Figura 16.50 Seleção das cores.


Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 675

Figura 16.51 Isolamento absoluto


do campo operatório.

Figura 16.52 Vista palatina. Note a


extensão da fratura.

Figura 16.53 Vista incisal.


676

Figura 16.54 Vista lateral. Note a


irregularidade das margens de es-
malte.

Figura 16.55 Correto posiciona-


mento da ponta adiamantada nú-
mero 1.111  para confecção do
bisel.

Figura 16.56 Aspecto do dente


após o biselamento dos ângulos
cavo-superficiais. Note ainda as
irregularidades de borda.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 677

Figura 16.57 Acabamento com ins-


trumento cortante manual.

Figura 16.58 Aspecto do dente de-


pois do preparo.

Figura 16.59 Broca spiral drill para


confecção do orifício do pino e
detalhe de seu correto posiciona-
mento em relação à face externa
do dente. Vista frontal.
678

Figura 16.60 Vista lateral oblíqua. Verifique que a


perfuração será a 0,5 mm da junção esmalte-den-
tina, evitando fraturas do esmalte e lesões à polpa.

Figura 16.61 Vista palatina do correto posiciona-


mento da broca.

Figura 16.62 Orifício confeccionado.


Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 679

Figura 16.63 Apreensão do pino in-


tradentinário em fibra de vidro (Mi-
cropin, Angelus) com o auxílio de
pinça clínica especialmente desen-
volvida para este pino (Maximus).

Figura 16.64 Detalhe do encaixe


entre a pinça e o pino. Esta pinça
possibilita a apreensão adequada
para uma precisa inserção do pino.

Figura 16.65 Note que o remanes-


cente dentinário impediu o correto
assentamento do pino.
680

Figura 16.66 Após pequenos desgastes


com uma ponta esférica adiamantada
1.014 na dentina, o pino pôde ser corre-
tamente assentado. Vista frontal.

Figura 16.67 Vista palatina da prova do


pino.

Figura 16.68 Pino logo após sua inserção


com cimento resinoso autoadesivo.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 681

Figura 16.69 Após a remoção dos exces-


sos, fotopolimerização por 40 s.

Figura 16.70 Vista frontal do pino


cimentado.

Figura 16.71 Vista palatina do pino


cimentado.
682

Figura 16.72 Vista lateral do pino


cimentado.

Figura 16.73 Barreira em silicona


confeccionada a partir de encera-
mento prévio.

Figura 16.74 Proteção dos dentes


vizinhos com tiras de poliestireno.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 683

Figura 16.75 Condicionamento


com ácido fosfórico a 37% do es-
malte e da dentina, por 30 e 15 s,
respectivamente.

Figura 16.76 Remoção do ácido


com jatos de ar e água.

Figura 16.77 Aspecto do dente


após o condicionamento ácido
seco, porém não desidratado.
684

Figura 16.78 Aplicação do sistema


adesivo convencional de dois passos.

Figura 16.79 Após a fotopolime-


rização inicia-se a inserção da re-
sina composta com o auxílio da
barreira em silicona.

Figura 16.80 Obtenção da muralha


palatina em resina composta trans-
lúcida.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 685

Figura 16.81 Vista frontal da dispo-


sição dos incrementos de dentina.

Figura 16.82 Vista lateral da dispo-


sição dos incrementos de dentina.

Figura 16.83 Vista frontal dos in-


crementos de resina translúcida no
terço incisal da restauração entre
os mamelos de dentina.
686

Figura 16.84 Aspecto da restau-


ração após a aplicação da resina
de corpo ou de opacidade inter-
mediária entre as de esmalte e de
dentina.

Figura 16.85 Aspecto da restaura-


ção após os incrementos finais de
esmalte.

Figura 16.86 Vista lateral depois da


finalização da inserção da resina
composta.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 687

Figura 16.87 Vista palatina da res-


tauração finalizada.

Figura 16.88 Fotopolimerização fi-


nal por 40 s em cada face.

Figura 16.89 Aspecto da restaura-


ção logo após a remoção do isola-
mento absoluto.
688

Figura 16.90 Aspecto final da res-


tauração em outra sessão depois
do polimento. Vista palatina.

Figura 16.91 Vista frontal da restau-


ração finalizada.

Figura 16.92 Detalhe da restaura-


ção finalizada.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 689

Figura 16.93 Vista lateral. Note detalhe da textura obtida.

Figura 16.94 Note o sorriso da paciente externando alegria.


690

® Pinos intrarradiculares intrarradiculares exercem importante papel na retenção


-
nais, tanto que grande parte das pesquisas mais recentes
visa melhorar a retenção desses pinos ao conduto radicu-
- lar por meio dos procedimentos de cimentação.
cável pela enorme quantidade de dúvidas e incertezas -
associadas, bem como pelo elevado arsenal de mate- ção para o fato de que um pino pode causar uma fra-
riais e técnicas disponíveis. tura dental não passível de ser reparada. Em razão de
Como descrito anteriormente, os núcleos de preen- suas características químicas e mecânicas, como alto
chimento ou restaurações diretas extensas em geral módulo de elasticidade e elevada rigidez, os pinos
precisam de um meio auxiliar de retenção. Quando metálicos e cerâmicos podem aumentar a incidência
indicado o emprego de materiais de preenchimento de fratura radicular.5
para confecção dos núcleos, os pinos pré-fabricados carbono e vidro começaram a ser estudados e utiliza-
intrarradiculares têm sido recomendados. dos. Sua proposta de inovação se deu exatamente por-
Com base em levantamentos atuais, esses pinos que apresentam vantagens como melhor distribuição
apresentam três funções: de tensões durante os esforços mastigatórios, visto que
seu módulo de elasticidade é próximo ao da dentina
Proporcionar retenção para o material de preen-
dentina radicular8 e diminuindo o risco de fraturas ra-
Diminuir a ocorrência de fraturas radiculares 8,10,23

Minimizar a complexidade de fraturas coroná- Em relação à possibilidade de os pinos intrarradi-


culares reforçarem ou não a estrutura dental, trabalhos
laboratoriais e clínicos, dentre eles os de Albuquerque
Plasmans et al.27 et al.,23 Guzy e Nicholls13 e Ross,48 concluíram que
pinos e, apesar de concluírem ser esta indiferente esta- eles não aumentam a resistência de tais dentes. Trope
tisticamente para os núcleos em resina composta, con- et al.49 mostraram ainda que o preparo de um canal
sideraram que seu uso pode ser necessário. Atualmen- radicular para receber um pino enfraquece seriamente
te é bem relatado e unânime na literatura que os pinos a raiz, o que não é recompensado pela sua cimentação.

Tabela 16.1 Características mecânicas de diferentes pinos pré-fabricados, dentina, esmalte e resina composta.
Material Resistência flexural MPa* Módulo de elasticidade/GPa* Diâmetro das fibras (!m)*
White Post DCTM (FGM) No mínimo 800 20 a 50 (normalmente 13
(normalmente entre de 35 a 50)
1.100 e 1.300)
Cosmo PostTM > 800 210 N/A
(Ivoclar Vivadent)
FRC Postec PlusTM 1.050 MPa ± 50 48 ± 2 14
(Ivoclar Vivadent)
D.T. Light PostTM (Bisco) ND ND ND
C-PostTM (Bisco) ND ND ND
Exacto TranslúcidoTM** 700 a 1.015 13,2 a 26,7 50 a 70
(Angelus)
ExactoTM (Angelus) 856 40 10 a 13
Reforpost MixTM (Angelus) 950 40 10 a 13
ReforpostTM (Angelus) 856 40 10 a 13
Dentina N/A 20 N/A
Esmalte N/A 94 N/A
Resina composta N/A 17 N/A
* Valores médios a partir dos resultados de Galhano et al., Stewardson et al. e informações dos fabricantes.
54 56

** Valores considerando características dos pinos de números 1, 2 e 3.


Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 691

Já a porção coronária de dentes despolpados debili- Contudo, para que a teoria do ponto de fulcro tenha
sucesso, é preciso atender rigorosamente aos princípios
podem promover na região, conduzindo parte das ten- que regem o posicionamento ou extensão radicular e
sões recebidas pela coroa às raízes, diminuindo os ris- coronária dos pinos. A retenção do pino ao conduto ra-
cos de uma fratura coronária.50,51 dicular e ao núcleo de preenchimento também depende
Quanto a uma provável terceira função descrita
para um pino, a de minimizar a complexidade de fratu- -
ras coronárias em dentes anteriores, pode-se dizer que bricado intrarradicular, devemos criteriosamente avaliar,
essa é menos estudada, portanto mais questionável. Aos
-
- to endodôntico e as condições da raiz. A necessidade e
to. Um dente anterior tratado endodonticamente tem o os riscos no preparo de um canal radicular para receber
seu ponto de fulcro no nível da crista óssea. No caso de um pino também devem ser levados em consideração
traumatismo mecânico, esse dente tende a fraturar no para a decisão de utilizá-lo ou não.
nível da crista óssea, invadindo o espaço biológico. A
partir do momento em que um pino é cimentado den- Pinos intrarradiculares
tro do conduto radicular, o ponto de fulcro muda au-
em dentes anteriores
tomaticamente para a extremidade coronária do pino.
Teoricamente, dessa maneira as fraturas tendem a ser A complexa dinâmica da mastigação pode ser compreen-
supragengivais, o que torna a resolução do caso muito dida a partir do momento em que se conhecem os con-
menos complexa, havendo melhor prognóstico estéti- ceitos da física sobre vetores de forças aplicados ao
co e funcional. Para que esta hipótese seja elucidada sistema estomatognático e os princípios biológicos e
são necessários estudos de acompanhamento clínico. estruturais dentários. A estabilidade oclusal, ou seja, a

A B

Figura 16.95 A. Conduto radicular após a desobstrução da guta percha mantendo os 4 mm apicais. Note que a maior altura
incisal foi mantida respeitando um mínimo de 2 mm, espaço este que garante forma de resistência ao material restaurador e,
em se tratando de preenchimento, ele deve atravessar todo o material do núcleo. Note ainda que o braço de resistência (in-
serção do pino na raiz) é maior que o braço de potência (altura inicisal do pino), separados por motivos didáticos. B. Estrutura
dental remanescente de 2 mm representa condição clínica favorável à utilização dos pinos pré-fabricados intrarradiculares.
692

correta oclusão e desoclusão, possibilitam compreen-


der como os dentes suportam as forças mastigatórias
funcionais que variam de 890 kg, em dentes anterio-
res, até 8.900 kg, nos posteriores.4 Além da intensi-
dade da força incidida o seu direcionamento também
varia em dentes anteriores e posteriores.
Nos dentes anteriores, incisivos e caninos, as
cargas que incidem durante o processo mastigatório
são predominantemente de cisalhamento.6,12,52 Essas
forças sobre a coroa dentária podem provocar o deslo-
camento da restauração protética e, ao mesmo tempo,
fraturar dentes com grande perda de estrutura sadia e
enfraquecidos pelo tratamento endodôntico. Somado
ao tipo de força incidente, o conhecimento das indi-
cações e as razões de utilização dos pinos intrarradi-
culares são fundamentais para entender por que seu
uso é mais frequente em dentes anteriores. Estes têm
menor presença de estrutura dental e menor volume
de câmara pulpar, o que é uma importante variável
no auxílio da retenção do material de preenchimento
quando comparados com os dentes posteriores. Sob a
premissa de retenção, decidir sobre a necessidade ou
não da colocação do pino na maioria das vezes somen-
te será possível após se ter removido todo o tecido
cariado e/ou restaurações antigas e, dessa maneira,
analisar quantidade e qualidade de estrutura dental re-
manescente, e determinar se o futuro núcleo de preen-
chimento exigirá um meio adicional de retenção.

Pinos intrarradiculares
em dentes posteriores
A carga mastigatória que incide sobre os molares é Figura 16.96 Quando mais de um pino intrarradicular for
predominantemente de compressão.52 Em relação à re- necessário, o preparo do conduto radicular do segundo
pino geralmente é menos profundo por causa dos canais
tenção, isso por si só já é mais favorável por causa da atrésicos e curvos. Os condutos de eleição na primeira
menor possibilidade de deslocamento do material de escolha são, na maioria das vezes, mais amplos e retos
preenchimento. Além disso, como nesses elementos (p. ex., distal de molares inferiores e palatino de molares e
dentais é maior a presença de estrutura dental e maior pré-molares, quando se aplica, nos superiores).
volume de câmara pulpar comparativamente com os
dentes anteriores, a indicação desses pinos é menos
particularidade anatômica dos pré-molares. Seu colo
frequente. Diante da necessidade dos pinos, nos den-
tes superiores o canal de escolha é o palatino e, nos cervical é mais estreito em relação à coroa clínica,
molares inferiores, o canal distal é eleito com mais além de ter uma câmara pulpar pouco ampla. Soma-
frequência. Estas escolhas são baseadas em acesso e das a isso, forças de cisalhamento também estão as-
amplitude desses canais radiculares. Quando indicado, sociadas às de compressão, tornando, de certo modo,
um pouco mais polêmico o critério utilizado para se
entretanto, mais de um pode ser utilizado, respeitando- indicar ou não um pino. Assim, o uso do pino é mais
se obviamente canais atrésicos e curvos com desobs- frequente em pré-molares que em molares.54
truções menos profundas do que os preparos radicula-
® Classificação dos pinos
Duas situações em dentes posteriores merecem pré-fabricados
atenção especial. A primeira é reconstruir dentes des-
polpados, cujo planejamento determina o pino como É enorme a variedade de pinos pré-fabricados quanto
futuro apoio para uma prótese parcial removível.
Além das cargas de compressão, as de cisalhamento -
também incidem nessa situação. Deveremos, portan-
to, sempre empregar os pinos.53 A segunda refere-se à
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 693

Tabela 16.2 Tipo e composição química de diferentes pinos de diferentes fabricantes.


Material Fabricante Tipo Composição química
White Post DCTM FGM Produtos Translúcido Fibra de vidro (80%-+5), resina epóxi (20%-+5), carga
Odontológicos inorgânica (sílica), silano e promotores de polimerização
D.T. Light PostTM Bisco, INC. Translúcido Fibras de quartzo e matriz resinosa
FRC Postec PlusTM Ivoclar Vivadent Translúcido Trietilenoglicoidimetacrilato (7,6%), uretanodimetacrilato
(18,3%), dióxido de silício (0,9%), fluoreto de térbio (11,4%),
catalisadores e estabilizadores (< 0,3%)
Cosmo PostTM Ivoclar Vivadent Convencional Zircônio (> 99% em peso)
Fibrekor PostTM Pentron Clinical Translúcido BISGMA, UDMA, HDDMA, bário, vidros, sulfato de bário,
Technologies, LLC. fibras de vidro. Iniciadores: DEAEMA, BHT, agentes foto e
termopolimerizáveis, absorventes UV, agente de união silano.
Contém alumina
Aesthet PlusTM Bisco,Inc. Convencional Fibras de quartzo (60%), resina epóxi (40%)
C-PostTM
Bisco Convencional 100% fibra de carbono
ExactoTM Angelus Convencional Fibras de vidro (87%), resina epóxi (13%), filamento interno
em aço inoxidável
Reforpost MixTM Angelus Convencional Fibras de carbono (5%), fibras de vidro (80%), resina epóxi (15%)
Reforpost TM
Angelus Convencional Fibras de vidro (quartzo) (85%),resina epóxi (15%)

Exacto Angelus Translúcido Resinas fenólicas e não fenólicas, catalisadores de ação


translúcidoTM térmica, óleos graxos e seus derivados (20%), e fibras de
vidro (80%)

Composição dos pinos

Recentemente, foram desenvolvidos pinos in-


-
jetivo é transmitir luz até as regiões mais profundas
do canal radicular para polimerizar cimentos resinosos

podem ser designados, então, como opacos ou con-

capacidade de transmitir luz, estudos recentes não têm


mostrado bons resultados; entretanto, estes aspectos
serão oportunamente discutidos.

Pinos metálicos

-
-
dade que também se pode destacar é sua excelente Figura 16.97 Pino translucente.
694

radiopacidade, importante para avaliações de sua Quando consideramos as características mecâni-


-
de-se notar, comparativamente, a radiopacidade dos aspectos já discutidos, são perfeitamente compreensí-
pinos de aço inoxidável e titânio em relação aos pinos veis os padrões ou tipos de falha observadas clinica-
-
cam por conta da ausência de estética, da possibilidade de falha mais comum com pinos metálicos ou núcleos
de sofrerem corrosão, pelo fato de não possibilitarem metálicos fundidos é a fratura radicular denominada
adesão aos cimentos e materiais de preenchimento re-
sinosos e, principalmente, pelo alto módulo de elasti- condena o dente à exodontia. Já as falhas observadas
cidade, sendo altamente rígidos.
em resina composta são, na maioria, fraturas do pino
Pinos de fibra de carbono ou deslocamento do conjunto pino/núcleo de preen-
-
tam adesão aos materiais resinosos, resistência à cor- reparo ou uma nova restauração.55
rosão, maior facilidade de ser removidos do conduto
radicular quando necessário, se comparados com os de
-
de próximo ao da dentina, propriedade esta que torna
possível melhor distribuição das forças mastigatórias
ao longo da raiz, minimizando a possibilidade de fra-
tura. Como desvantagens podem-se citar a ausência de
estética, devida à sua cor escura, e menor radiopacida-

especial nas restaurações indiretas, a coloração escura


não interfere no resultado estético. Contudo, o proble-
ma relacionado com a descoloração destes pinos foi
parcialmente solucionado a partir do revestimento de-
Figura 16.99 Característica da maioria das falhas observa-
as características ópticas sem perder suas vantagens. das com pinos fibrorresinosos e núcleos de preenchimento
em resina composta. O conjunto pino/núcleo se deslocou
Nota-se hoje uma tendência do mercado a abolir o uso
em um único bloco. A integridade radicular foi mantida,
deste tipo pino em virtude de possível prejuízo do re- possibilitando a confecção de um novo pino/núcleo de
preenchimento.

Figura 16.98 Radiografia que mostra as diferentes radiopacidades dos materiais utilizados em pinos pré-fabricados: aço inoxi-
dável – 2 e 6; titânio – 1, 3, 4 e 5; fibra de carbono – 8, 10 e 12; fibra de vidro – 7, 9, 11, 13 e 15; dióxido de zircônio – 14.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 695

Pinos de fibra de vidro Pinos de dióxido de zircônio


São, atualmente, os mais utilizados por causa da es- Estes pinos têm excelente estética, radiopacidade, não
tética. Embora apresentem propriedades mecânicas sofrem corrosão e podem ser utilizados pela técnica
satisfatórias, estas são um pouco inferiores compa- direta, por meio dos pinos pré-fabricados, e indireta
56
- associados às cerâmicas fundidas e injetadas. Quanto
às desvantagens, salientamos o alto módulo de elastici-
fabricantes tem contribuído, erroneamente, para im- dade, que é maior que o dos pinos metálicos. Embora
pulsionar ainda mais seu uso. Morgan et al.57 avalia- seja considerada uma vantagem por alguns autores, tal
ram, em um estudo laboratorial, a quantidade de ener-
característica lhes confere um comportamento clínico
gia luminosa transmitida através de diversos pinos de
-
-
dos,58-63 concluiu-se que os pinos translúcidos trans-
-
mitem, sim, a luz até as regiões mais profundas do
conduto, entretanto, as quantidades são extremamente
- e de ser removidos do canal caso seja necessário, o alto
merização de cimentos resinosos fotopolimerizáveis
ou de dupla polimerização. Calculou-se ainda nesse portanto proporcionam menor adesão a materiais resi-
estudo, a partir dos valores obtidos, quanto tempo de nosos empregados como núcleo de preenchimento. Por
ativação seria necessário para polimerizar os cimen- tais características e limitações, estes pinos têm sido
tos que dependem da luz no seu processo de reação pouco utilizados pelos cirurgiões-dentistas.
de polimerização nos terços cervical, médio e apical,
resultando em 90, 200 e 570 s, respectivamente. Esse
tempo pode tornar mais complexa a prática clínica.
Na mesma linha de estudos, os autores realizaram
novas avaliações quantitativas de transmissão de luz,
microdureza dos cimentos resinosos após simulação
do processo de cimentação e resistência ao desloca-
push-out
variável os efeitos da transmissão de luz. Não sur-
preendentemente, os achados mostraram que a quan-
tidade de luz transmitida através do pino, no tempo
clínico indicado pelos fabricantes, não tem nenhuma
-
tência ao deslocamento.64 De modo algum tais estu-
-
gerem é que os pinos não devem ser cimentados com
adesivos e/ou cimentos que dependam da luz em seu
processo de polimerização, fato bem esclarecido pelo Figura 16.100 Por causa de sua elevada dureza, os pinos de
estudo de Abou-Id et al.,65 no qual foram avaliados di- zircônia são difíceis de ser cortados.
ferentes adesivos e cimentos resinosos quanto ao tipo
de reação química e à qualidade da camada híbrida.
Esse trabalho mostrou que a associação entre o adesi- Forma anatômica
vo e o cimento resinoso autopolimerizáveis apresen- Um pino intrarradicular pode ser dividido em duas
tou os melhores resultados. Quando um adesivo que porções: radicular e coronária. A porção coronária terá,
depende da energia luminosa, fotopolimerizável ou geralmente, a forma cilíndrica. Esta porção é a respon-
dual, foi associado ao cimento autopolimerizável, os sável por interagir e reter o material de preenchimen-
- to. Já a porção intrarradicular tem o objetivo de prover
tre o adesivo e o cimento fotopolimerizáveis mostrou retenção ao canal. A íntima adaptação do pino à raiz é
os piores resultados. Portanto, se a técnica escolhida hoje considerada o aspecto mais importante de retenti-
para a cimentação dos pinos for a adesiva por hibridi- vidade.71 Além dos diferentes ângulos de conicidades,
zação, recomendamos materiais autopolimerizáveis, os pinos podem ser: de dupla conicidade, cilíndricos,
uma vez que efeitos indesejáveis da incompleta po- cilíndricos com dois estágios e cilíndricos com ex-
limerização incluem toxicidade, piores propriedades
mecânicas e adesivas.66-70 fabricados podem ser vistos com maiores detalhes na
696

72
-
-
-
da dentina radicular no terço apical, onde o diâmetro
Por motivos óbvios, os pinos cilíndricos promo- radicular é menor.
vem maior retenção intrarradicular do que os cônicos. É sob o paradigma conservador que os pinos
Entretanto, para receber um pino cilíndrico os prepa- têm, em especial os mais recentemente desenvolvi-
dos e lançados, a porção radicular na forma cônica.
ros radiculares exigem maior desgaste de estrutura
A conicidade da porção radicular dos pinos possi-
dental, havendo adelgaçamento das paredes do terço
bilita a adaptação às paredes internas do conduto,
respeitando a anatomia radicular, preservando maior
quantidade de dentina principalmente no terço apical

adaptação à maioria dos canais radiculares, ao passo


que as desvantagens são menor retenção e efeito cunha
-
cia de fraturas radiculares causadas pela concentração
de tensões. Entretanto, com os pinos atualmente con-

cimentação adesiva, estas desvantagens associadas ao


emprego de pinos com comprimento adequado podem
ser minimizadas.

A B

Figura 16.101 Pinos de diferentes diâmetros (da esquerda


para a direita números 0,5, 1, 2, 3, 4, White Post DC, FGM).

Figura 16.103 Prova de diferentes pinos no canal radicu-


lar excessivamente cônico. Note que em A há notável de-
Figura 16.102 Comparação visual de pinos com diferentes sadaptação do pino às paredes radiculares; já em B uma
conicidades. Em A um pino específico para canais com co- íntima relação do pino e paredes do canal foi obtida com
nicidade excessiva e em B um pino para condutos com a utilização de um pino cujo diâmetro dos terços médio e
conicidade menos acentuada. cervical é maior.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 697

Figura 16.104 Prova de um pino cilíndrico no conduto ra-


dicular. Este tipo de pino exigiria maior desgaste no terço
apical do espaço do pino para conseguir um adequado as-
sentamento. Entretanto, em caninos e incisivos inferiores
ele pode ser uma boa opção, já que estes canais geralmen-
te são cilíndricos.
Figura 16.105 Prova de pinos cônicos no conduto radicular.
Forma anatômica mais próxima da anatomia do conduto.
Figura 16.104 Figura 16.105

Configuração superficial -
-
rem tensões à dentina radicular, são de fácil inserção
e, considerando todos os outros fatores já discutidos,
pinos ativos. Este tipo de pino promove retenção su-
perior aos demais, que são considerados passivos. Sua reforçam sua preferência de utilização em detrimen-
indicação recai sobre dentes com alguma limitação de
comprimento do preparo intrarradicular. Por ser um sucesso dos pinos serrilhados e lisos é atender aos
pino cuja técnica exige rosqueamento na raiz, origina conceitos que regem suas indicações. Contudo, au-
tensões na dentina. Por esse motivo, a técnica preconi-
za retornar um quarto de volta após o travamento para, -
dessa maneira, minimizar a tensão residual sobre as tar sua retenção.73
estruturas dentárias. Em virtude de tal limitação e de A Tabela 16.4 mostra os diferentes parâmetros de
serem metálicos, eles estão em desuso.

Tabela 16.3 Combinações recomendadas entre tipos de pinos quanto à composição,


ao tipo de cimento e ao material de confecção do núcleo de preenchimento.
Pino Cimento Núcleo
Metálico Fosfato de zinco Amálgama
Cimento de ionômero de vidro Ionômero de vidro
Resina composta
Zircônio Fosfato de zinco Ionômero de vidro
Cimento de ionômero de vidro Resina composta
Cimento resinoso Cerâmica injetada
Fibra de carbono Cimento de ionômero de vidro Ionômero de vidro
Cimento resinoso Resina composta
Fibra de vidro Cimento de ionômero de vidro Ionômero de vidro
Cimento resinoso Resina composta
698

Tabela 16.4 Diferentes parâmetros de classificação dos pinos pré-fabricados.


Parâmetros Classificação
Forma anatômica Conicidade única
Dupla conicidade
Cilíndricos (paralelos)
Cilíndricos com dois estágios
Cilíndricos com extremidade cônica
Configuração Lisos
superficial Serrilhados
Rosqueáveis
Material de Metálicos Titânio
confecção Aço inoxidável
Não metálicos Dióxido de zircônio
Não estéticos Fibras de carbono
Estéticos Fibras de vidro ou quartzo Opacos ou convencionais
Translúcidos
Fibras de carbono revestidas de vidro ou quartzo

Cimentação dos pinos vidro, quando comparado com o fosfato de zinco,


intrarradiculares pré-fabricados para cimentação de pinos metálicos, tendo como
vantagens a adesão ao esmalte e à dentina, liberação
Posto que o objetivo principal do pinos intrarradicula- -
res é reter o material de preenchimento ou restauração
lhante ao dente.
-
-
pel nesse aspecto para o sucesso dos procedimentos,
ridade e são, hoje, os mais estudados e utilizados
é preciso conhecer e entender os diferentes cimen-
para cimentação graças às propriedades de esté-
tos, técnicas de cimentação, limites e possibilidades
tica, insolubilidade ao meio bucal e melhores pro-
de cada um, e sua interação com outros materiais e o
priedades mecânicas. Mesmo que os benefícios da
substrato dentinário.74,75 Estas variáveis têm impacto
cimentação adesiva sejam muito atrativos, a gran-
direto na qualidade da cimentação do pino.3-85
A partir das considerações até aqui discutidas, qual de variedade de tipos de polimerização e técnicas
cimento é mais indicado a cada tipo de pino considerando disponíveis promove grande controvérsia e inquie-
- tação entre clínicos e pesquisadores, uma vez que
tivas para utilizar um ou outro cimento? Estas e outras
perguntas serão respondidas no decorrer desta seção. literatura. A grande problemática que gira em tor-
Para a cimentação dispomos hoje do cimento de no das cimentações adesivas com sistemas resinosos
fosfato de zinco, ionômero de vidro e dos cimentos convencionais começa pelas características do subs-
trato dentinário radicular. As variações de densidade
incluem os pré-fabricados e os núcleos metálicos fun- e orientação dos túbulos dentinários existentes nos
didos, o cimento de fosfato de zinco e o de ionômero diferentes terços da dentina radicular são considera-
de vidro podem ser utilizados com segurança. No que das um dos fatores responsáveis por menores valores
se refere ao fosfato de zinco, vantagens como baixo
custo e a longa história de sucesso em uso clínico fa- densidade dos túbulos dentinários no terço cervical
lam a seu favor. Contudo, este cimento, além de não proporciona maiores valores de adesão nessa região,
ser adesivo, tem módulo de elasticidade diferente do seguida pelos terços médio e apical que apresentam
- menos túbulos dentinários respectivamente.74 Além
82
disso, o condicionamento ácido, o acesso dos pincéis
- tipo microbrush -
cada de 1970 com melhores propriedades dos que missão de luz às regiões mais profundas do conduto
os disponíveis.43 Portanto, destaca-se o ionômero de são limitados.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 699

Figura 16.106 Microscopia eletrônica de varredura da re- Figura 16.107 Microscopia eletrônica de varredura da re-
gião cervical de dentina radicular, túbulos em maior den- gião apical de dentina radicular, túbulos em menor densi-
sidade e diâmetro. dade e diâmetro.

Figura 16.108 Pincel tipo microbrush tamanho ultrafino, Figura 16.109 Pincel tipo microbrush tamanho regular, ina-
adequado para conseguir acesso às regiões mais profundas dequado para conseguir acesso às regiões mais profundas
do espaço do pino. do espaço do pino.

e cimentos resinosos convencionais, recomendamos


merece discussão à parte. Três são os tipos de cimento que ambos sejam autopolimerizáveis. Exemplos de
disponíveis no mercado: autopolimerizável, fotopo- TM

limerizável e de dupla polimerização. A adequada TM

- TM
ou LokTM TM
-
faces adesivas: pino/cimento e cimento/substrato radi- TM

cular, que dependem diretamente da polimerização dos e HiXTM TM

cimentos resinosos que, por sua vez, depende da trans- Speed TM


-
ca de cimentação utiliza adesivos e cimentos resinosos
este propósito.57,83 Portanto, se a escolha para cimen- convencionais autopolimerizáveis estão detalhados
tação de um pino intrarradicular recair sobre adesivos
700

Figura 16.110 Sorriso inicial do pa-


ciente que mostra a fratura do den-
te 21. Caso clínico realizado em
conjunto com a aluna do mestrado
em Dentística da Universidade Fe-
deral de Minas Gerais, Dra. Adria-
na Vieira Martins.

Figura 16.111 Vista intrabucal.


Note a fratura na altura do terço
cervical do dente.

Figura 16.112 Detalhe da fratura


em vista frontal.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 701

Figura 16.113 Vista incisal. Note a


extensão palatina da fratura.

Figura 16.114 Fragmento dentário.


Note que as margens estão regulares.

Figura 16.115 Vista posterior do


fragmento.
702

Figura 16.116 Radiografia periapical que mostra a adequada quantidade de de-


sobstrução do conduto, respeitando os 4 mm de remanescentes de guta percha.

Figura 16.117 Isolamento absolu-


to do campo operatório. Note o
afastamento do tecido gengival e
a exposição satisfatória do dente.

Figura 16.118 Instrumento aque-


cido iniciando a desobstrução da
guta percha. 
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 703

Figura 16.119 Após usar brocas de


largo, segue-se a formatação do
conduto com as pontas próprias
do pino (White Post DC, FGM).

Figura 16.120 Desobstrução de


acordo com a profundidade plane-
jada controlada pelo cursor devi-
damente posicionado.

Figura 16.121 Medição do pino de


acordo com a quantidade de deso-
bstrução, considerando o extremo
incisal do mesmo dente como re-
ferência.
704

Figura 16.122 Prova do assenta-


mento do pino.

Figura 16.123 Abertura coronária


do fragmento na região correspon-
dente à câmara pulpar e abertura
endodôntica, espaço este destina-
do ao pino.

Figura 16.124 Prova do fragmento


com o pino em posição.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 705

Figura 16.125 Prova do fragmen-


to com o pino em posição. Dessa
maneira o fragmento será transfi-
xado pelo pino.

Figura 16.126 Limpeza do pino


com ácido fosfórico a 37% por
1 m.

Figura 16.127 Após a lavagem do


ácido, procede-se à aplicação de
silano e ao sistema adesivo auto-
polimerizável (Lok, SDI).
706

Figura 16.128 Condicionamento


ácido do esmalte por 15 s.

Figura 16.129 Condicionamento da


dentina, inclusive a intrarradicular,
por 15 s, totalizando 15 s em den-
tina e 30  s em esmalte. Note que
a aplicação em dentina radicular
deve ser iniciada pelo terço apical.

Figura 16.130 À medida que se des-


peja o ácido, a ponta aplicadora
deve ser recuada no sentido cervi-
cal, aplicando-se o condicionador
de modo que toda a extensão do
espaço do conduto preparado para
receber o pino receba o ácido.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 707

Figura 16.131 Secagem com cones de papel absorvente. Figura 16.132 Aplicação do primer do sistema adesivo au-
topolimerizável.

Figura 16.133 Volatilização do primer com suaves jatos de


ar por 20 s. Figura 16.134 Aplicação do adesivo propriamento dito.
708

Figura 16.135 Condicionamento


do fragmento com ácido fosfórico
a 37%.

Figura 16.136 Aplicação do mes-


mo sistema adesivo no fragmento.

Figura 16.137 Após o cimento resi-


noso autopolimerizável ser manipu-
lado, ele é inserido no conduto ra-
dicular por meio de pontas lentulo.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 709

Figura 16.138 Pincela-se o cimento no pino. Figura 16.139 Na sequência, insere-se o pino no conduto
radicular.

Figura 16.141 Simultaneamente, insere-se o cimento no orifício


Figura 16.140 Pino em posição depois de cimentado. confeccionado no fragmento.
710

Figura 16.142 Leva-se o fragmento em posição no rema- Figura 16.143 Transfixa-se o pino no fragmento.
nescente dentário.

Figura 16.144 Removem-se os excessos de cimento com


auxílio de um pincel tipo microbrush. Não é preciso foto-
polimerizar, pois o sistema adesivo e o cimento resinosos Figura 16.145 Aspecto do fragmento imediatamente após
utilizados são autopolimerizáveis. sua fixação e remoção dos excessos.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 711

Figura 16.146 Vista palatina depois


da cimentação.

Figura 16.147 Vista intrabucal pa-


latina após a remoção do isola-
mento absoluto.

Figura 16.148 Vista intrabucal


frontal depois do polimento. Note
a maior altura incisal do fragmento
em consequência do seu posicio-
namento original antes da ocor-
rência da fratura.
712

Figura 16.149 Detalhe do frag-


mento fixado evidenciando a boa
adaptação vestibular.

Figura 16.150 Aspecto do sorri-


so do paciente. Em seguida, ele
foi encaminhado para tratamento
ortodôntico.

Figura 16.151 Paciente com den-


te 11 com tratamento endodônti-
co, alteração de cor e restauração
inadequada.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 713

Figura 16.152 Após a consulta ini-


cial, a paciente retornou com o
dente 11 fraturado.

Figura 16.153 Depois do retrata-


mento endodôntico (feito pelo Dr.
Wilson Bambirra Júnior) iniciou-se
a fase restauradora. Como a pa-
ciente apresentava remanescente
com mais de 2 mm de estrutura, foi
indicado o pino pré-fabricado de
fibras de vidro.

Figura 16.154 Isolamento absoluto


e visualização do conduto radicular.
714

Figura 16.155 Adequação do ca-


nal radicular com broca específica
para o pino selecionado.

Figura 16.156 Prova do pino antes


da cimentação.

Figura 16.157 Aplicação de ade-


sivo autocondicionante quimica-
mente ativado (Multilink – Ivoclar
Vivadent).
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 715

Figura 16.158 Pino cimentado


com cimento quimicamente ativa-
do (Multilink – Ivoclar Vivadent).

Figura 16.159 Reconstrução mor-


fológica com resina composta
opaca, simulando a dentina.

Figura 16.160 Aspecto final do


preparo, pronto para cimentação.
716

Figura 16.161 Condicionamento


ácido por 15 s.

Figura 16.162 Lavagem do ácido an-


tes da aplicação do sistema adesivo.

Figura 16.163 Cimentação de co-


roa de porcelana pura em IPS Em-
press Esthetic – TPD Telmo Rodri-
gues Santos – Coterc.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 717

Figura 16.164 Vista frontal do sorriso após cimentação.

-
ração para indicação desta técnica é que sua interface
adesiva parece degradar com o passar do tempo, le-
vando à diminuição gradual da força de união, logo à
retenção do pino. Por tudo isso, a técnica adesiva con-

ter etapas sensíveis e pelo grande número de passos


clínicos. Por tal razão, materiais que mantenham a es-
tabilidade da união entre o pino e o substrato radicular
estão sendo investigados.
Impulsionado pelas limitações e complexidade
da técnica dos cimentos resinosos, o cimento de io-
nômero de vidro voltou a ser estudado para a cimen-
tação. Testes de resistência de união que comparam o
cimento de ionômero de vidro com cimentos resinosos
Figura 16.165 Vista lateral da coroa e dos dentes naturais. convencionais mostram que, nos momentos iniciais
pós-cimentação, a força de união é maior para os ma-
teriais resinosos. Com o passar do tempo, as avalia-
Cimentos obturadores endodônticos que conte-
nham eugenol são desaconselháveis se o posterior ções mostraram redução da resistência de união dos
planejamento de cimentação do pino envolver siste- cimentos resinosos e aumento da adesão do material

obturador pode prejudicar o condicionamento ácido expansão higroscópica sofrida pelo cimento de ionô-
da dentina e interferir negativamente no grau de poli- mero de vidro dentro do conduto radicular.84 Além dis-
merização do cimento resinoso. É necessário, então, so, o menor custo e a simplicidade da técnica quando
utilizar, ou planejar com o endodontista, um cimen- comparado com os materiais resinosos são vantagens
TM que nos fazem considerar os materiais ionoméricos
TM
e Sealer 26TM uma opção interessante para cimentação de pinos in-
Sealapex TM
718

Figura 16.166 Aspecto inicial do


sorriso.

Figura 16.167 Vista intrabucal do


caso inicial.

Figura 16.168 Note o evidente man-


chamento, sinais clínicos de infil-
tração marginal e forma inadequada
das restaurações.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 719

Figura 16.169 Vista palatina após


isolamento absoluto e desobstru-
ção dos condutos radiculares con-
forme planejamento prévio.

Figura 16.170 Prova da quantidade


de inserção radicular dos pinos de
fibra de carbono (Reforpost, Ange-
lus) em vista frontal.

Figura 16.171 Prova da adaptação


dos pinos ao conduto em vista in-
cisal. Os pinos devem estar bem
adaptados, pois uma boa adapta-
ção é o fator preponderante em
sua retenção.
720

Figura 16.172 Cimentação dos pi-


nos com cimento de ionômero de
vidro (Ketac Cem, 3M ESPE).

Figura 16.173 Reconstrução dos


dentes com resina composta. Note
a manutenção da maior altura in-
cisal dos pinos objetivando o pla-
nejamento restaurador final com
coroas totais.

Figura 16.174 Vista frontal dos pre-


paros para coroas totais.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 721

Figura 16.175 Vista incisal dos


preparos. Note que os pinos atra-
vessam todo o material de preen-
chimento. Desse modo obtém-se
máxima retenção do material do
núcleo de preenchimento ao pino.

Figura 16.176 Detalhe das coroas


em porcelana (IPS Empress II, Ivo-
clar Vivadent) – TPD Telmo Rodri-
gues (COTERC-BH).

Figura 16.177 Aspecto final.


722

Figura 16.178 Sorriso da


paciente que evidencia um
resultado final satisfatório.

os materiais resinosos convencionais, porém sem a


cimentação, diminuindo os passos clínicos e a possi- necessidade de condicionamento ácido da dentina ou
bilidade de erros por parte do operador, foram desen- de aplicação de um adesivo dental. Dentre as marcas
volvidos os materiais resinosos autoadesivos. Estes comerciais disponíveis podem-se citar Rely-X Unice-
materiais têm se mostrado promissores para cimen- mTM, Rely-X U-100TM e Rely-X U-2TM
tação, pois apresentam bons resultados iniciais,27 téc- seTTM TM

nica simples e adesão à estrutura dentária; além dis- clínicos e laboratoriais precisam ser desenvolvidos
so, têm características mecânicas semelhantes às dos para avaliação do seu comportamento ao longo dos
cimentos resinosos convencionais, sendo, portanto, anos. A sequência clínica de cimentação com cimento
superiores aos ionoméricos. Apresentam insolubili- -
ras 16.179 a 16.203.

Figura 16.179 Aspecto ini-


cial do caso. Note a co-
loração do dente 11 que,
obviamente, não satisfazia a
paciente.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 723

Figura 16.180 Vista frontal intra-


bucal. Além do escurecimento e
excessos de resina no dente 11,
podem-se notar placa e inflama-
ção gengival.

Figura 16.181 Após raspagens e


remoção inicial dos excessos de
resina, observa-se significativa me-
lhora no quadro gengival.

Figura 16.182 Isolamento absoluto


do campo operatório.
724

Figura 16.183 Remoção do pino


metálico para o retratamento en-
dodôntico realizado pelo Dr. Wil-
son Bambirra Júnior.

Figura 16.184 Desobstrução da


guta percha com brocas de largo.

Figura 16.185 Na sequência, for-


matação do conduto com a bro-
ca que acompanha o kit do pino
Rely X Fiber Post (3MESPE).
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 725

Figura 16.186 Prova do pino,


quantidade de inserção radicular e
adaptação ao conduto.

Figura 16.187 Vista palatina da


prova do pino e depois de sua sec-
ção cervical. Note a manutenção
da maior altura incisal.

Figura 16.188 Condicionamento do pino com ácido fosfó-


rico a 37%, por 1 min, para limpeza. Figura 16.189 Após a remoção do ácido aplica-se o silano.
726

Figura 16.190 Inserção do cimento


autoadesivo com a ponta aplicadora
Elongation tip (Rely X Unicem, 3M).

Figura 16.191 Aspecto do pino ci-


mentado depois da remoção dos
excessos.

Figura 16.192 Condicionamento


com ácido fosfórico a 37% do den-
te, por 15 s.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 727

Figura 16.193 Vista palatina do


aspecto final da reconstrução do
dente com resina composta.

Figura 16.194 Vista frontal do den-


te após a reconstrução.

Figura 16.195 Aspecto do dente


após o preparo para coroa total.
728

Figura 16.196 Coping confeccio-


nado em cerâmica (In-Ceram YZ,
VITA) – TPD Telmo Rodrigues (CO-
TERC-BH).

Figura 16.197 Coping pronto para


prova em boca.

Figura 16.198 Detalhe da prova do


coping.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 729

Figura 16.199

Figura 16.199 e 200 Aplicação da


porcelana de recobrimento (Vita
VM9) – TPD Telmo Rodrigues (CO-
TERC-BH). Figura 16.200

Figura 16.201 Aspecto final da


restauração.
730

Figura 16.202 Sorriso da paciente.


Note a harmonia e a naturalidade
finais.

Figura 16.203 Detalhes obtidos de


textura semelhantes aos dentes na-
turais da paciente.

Não obstante toda essa discussão técnico-cien- conduto radicular que receberá o pino. A radio-

continua a ser a retenção friccional. Uma boa adap- pino quanto a diâmetro, comprimento e forma do
tação do pino continua sendo primordial para o su-
cesso restaurador. A função do cimento é tão somente fabricantes disponibilizam até mesmo um gaba-
preencher os espaços entre o pino e o canal radicular,
favorecendo a retenção friccional. Deve-se lembrar, negatoscópio, orienta a seleção correta. A impor-
tância desse passo é ressaltada pelas evidências
compensar preparos intrarradiculares em comprimen- de que a retenção dos pinos depende de uma ade-
to inadequado ou um pino mal adaptado.52 quada adaptação e comprimento.71,85-87
Passo 2: adaptação do pino. Selecione, dentre os
Sequência de seleção, preparo e diferentes diâmetros de pinos, o que melhor se
cimentação de pino intrarradicular adapta ao conduto radicular em cada caso. Utili-
ze preferencialmente pinos cujo sistema disponi-
A seguir serão descritos, passo a passo, a técnica clí- bilize a respectiva fresa para formatar o conduto
nica e os detalhes associados, desde a seleção até a
cimentação de um pino intrarradicular. não devem ser desgastados para possibilitar seu
assentamento. Alguns kits vêm com fresas para
Passo 1: planejamento
e interproximal de qualidade. Avalie a qualida- las na sequência correta, pois as brocas iniciais
de do tratamento endodôntico e a anatomia do somente desobstruem o conduto, enquanto as
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 731

to ideal de um pino: dois terços do comprimento


adequada para receber o respectivo pino. Nunca da raiz, porção apical localizada além da metade
se deve alargar demasiadamente o canal com o da distância entre a crista óssea e o ápice radicular
objetivo de colocar um pino de maior diâmetro. e comprimento da porção radicular do pino igual
- ou maior que a altura da coroa clínica do dente.9
dável se sobrepõem aos benefícios de um pino Contudo, seria interessante empregar o pino mais
mais resistente comprido possível para aumentar a retenção, além
Passo 3: desobstrução do canal radicular. Ava- de distribuir melhor as tensões ao longo de maior
extensão da raiz, respeitando 4 mm de material ob-
conduto a ser preparado em relação aos dentes vi-
zinhos. Recomenda-se iniciar este passo utilizando cuidado visa manter selados os canais delta apicais
um instrumento endodôntico aquecido, removendo e, assim, evitar alterações periapicais. Em dentes
- multirradiculares, selecione o conduto de maior
diâmetro e menos curvo. Se nestes dentes, por al-
como guia para a fresa de preparação, diminuindo guma razão clínica, for preciso mais de um pino,
os riscos de perfuração. Em seguida, use uma bro- os mesmos critérios de seleção devem ser aplica-
- dos; entretanto, ao se deparar com canais curvos,
truir o comprimento planejado com movimentos por exemplo, esse segundo pino deve ser mais cur-
intermitentes e sutis, penetrando posteriormente to. Sempre que houver dúvidas durante essa etapa,
kit do pino selecionado
extensão e o direcionamento do preparo do condu-
três diferentes teorias em relação ao comprimen- to radicular

Figura 16.205 Formatação do conduto com brocas especí-


Figura 16.204 Preparo do conduto com brocas de largo. ficas que acompanham seus respectivos pinos.
732

Passo 4: prova do pino. Insira o pino no conduto Passo 5: -


- duto radicular. Primeiramente, faça a assepsia
tamento, ou seja, se ele está inserido com a quan- dos pinos seguindo as recomendações do fa-
tidade planejada e desobstruída do canal. Neste bricante. Podem-se empregar condicionamento
- -
- gaço com álcool. Na sequência, recomendam-se
tado às paredes laterais do conduto, o que favore- os tratamentos adesivos na superfície do pino
ce sua retenção friccional, cuja importância está -
bem esclarecida.88
resinoso convencional. Quando o pino estiver
deve-se observar se há resíduos de material ob-
pronto para ser cimentado é que se devem fazer
turador ao longo do canal radicular. Após a afe-
rição, sugere-se determinar a altura incisal ou
Sua assepsia pode ser com clorexidina a 2% por
2 min, exceto para os cimentos Rely-X Unice-
cortá-los sob refrigeração. Recomenda-se que o mTM, U-100TM, U-2TM
- o fabricante, pode comprometer sua efetiva po-
mentos iniciais, os diversos cimentos que podem limerização. Particularmente para o cimento de
ser utilizados não completaram ainda sua reação fosfato de zinco, uma boa alternativa é o Cavi-
de polimerização, portanto, manobras como o dry® 89
Quando for utilizada a técnica
corte dos pinos por fresas ou pontas adiamanta- adesiva convencional, a dentina radicular deve-
das podem promover vibração, causando algum rá receber condicionamento com ácido fosfóri-
dano à sua retenção

Figura 16.206 Marcação do pino para corte determinando a altura incisal, que deve ser a maior possível respeitando o espaço
de 2 mm para o material restaurador.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 733

lavada, removendo-se, em seguida, os excessos Passo 6: inserção do cimento. Alguns cimentos,


- cuja apresentação comercial é na forma encapsu-
cados o primer e o adesivo. Haverá variações no lada, têm pontas plásticas alongadoras próprias
número de passos para hibridização da dentina TM

radicular conforme a estratégia adesiva: se se -


remove ou incorpora a smear layer e de acordo forme do cimento desde o terço apical até o ter-
-
particular. Se utilizado o cimento de ionômero mentos podem-se usar pontas metálicas do tipo
de vidro, deve-se apenas promover a limpeza do
pino e condicionar a dentina radicular com ácido
poliacrílico a 8 a 12%, cuja técnica de aplicação fabricantes, acreditamos que a ponta espiral tipo
é ativada por meio de esfregaço por 20 s, seguida lentulo para inserção do cimento no conduto é
de lavagem e secagem. Aplicam-se ácido e ade-

reconhecidamente uma região de difícil acesso, cimento por conta do uso desta ponta pode ser
especialmente seu terço apical. Para o condicio- minimizado com a redução do número de rota-
namento ácido deve-se iniciar a deposição do ções por minuto do contra-ângulo, evitando-se
terço apical para o cervical. Pontas metálicas lon- acelerar o processo de presa do cimento. Pincelar
o cimento no pino imediatamente antes de sua
primer inserção melhora o contato entre eles. Após in-
e/ou adesivo, um microbrush serir o pino, deve-se aguardar o tempo de presa
- inicial antes da confecção do núcleo de preenchi-
va o ácido inicialmente com spray de ar e água
intermitentes em abundância e, na sequência, dependendo do cimento utilizado.
utilize pontas de irrigação endodôntica para efe-
tivamente lavar os terços médio e apical. Após a A Tabela 16.5 sumariza os passos operatórios ne-
lavagem, remova os excessos de umidade com cessários para cimentação dos pinos com os diversos
auxílio de cones de papel absorvente cimentos disponíveis.

Figura 16.207 Figura 16.208 Figura 16.209


Figura 16.207 Ponta metálica para aplicação do ácido dentro do conduto radicular. Este tipo de ponta geralmente acompanha
a seringa do ácido.
Figura 16.208 Ponta alongadora do Rely-X Unicem possibilita bom acesso até as regiões mais profundas do conduto.
Figura 16.209 Ponta alongadora do Rely-X Unicem possibilita a deposição uniforme do cimento ao longo do conduto.
734

Tabela 16.5 Passos operatórios necessários para cimentação dos pinos.


Pino Dente
Cimento Limpeza do pino Silano Adesivo Condicionamento Primer Adesivo
ácido
Cimento de ionômero de vidro Exige x x Exige x x
Cimento resinoso convencional Exige Exige Exige Exige Exige Exige
Cimento resinoso autoadesivo Exige x x x x x

Considerações importantes: de brocas ou pinos, além de diminuir o risco de


contaminação por saliva ou sangue do canal, do
material de cimentação e de preenchimento
girando de modo cêntrico e se o contra-ângulo Para a cimentação adesiva convencional, cujos
sistemas requerem a aplicação conjunta do ade-
e contra-ângulos com vibração excessiva podem sivo e do cimento resinoso tanto no canal quanto
alargar desnecessariamente o conduto radicular, no pino, recomenda-se o trabalho a quatro mãos.
-
Dessa maneira, pode-se evitar que o pino não
tando em menor retenção
seja adequadamente assentado por causa da poli-
Pinos cimentados devem ser, preferencialmente,
empregados por técnicas adesivas por todas as merização do adesivo
razões já discutidas Jateamento cuidadoso com óxido de alumínio
Deve-se empregar isolamento absoluto sem- -
pre que possível, pois melhora a visualização mendável para aumentar a área de superfície
e o acesso ao campo de trabalho, dá segurança disponível e, assim, proporcionar maior embri-
ao paciente quanto à aspiração ou deglutição camento dos cimentos

A B C

Figura 16.210 Ponta tipo Centrix com haste metálica alongadora possibilita acesso (A) e deposição uniforme do cimento ao
longo do conduto (B-C).
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 735

A B

Figura 16.211 Ponta tipo Centrix com formato (A) ou diâmetro (B) inadequados para acesso às regiões mais profundas do
espaço do pino.

Figura 16.212 Ponta lentulo possibilita acesso adequado às Figura 16.213 Ponta lentulo possibilita deposição uniforme
regiões mais profundas do conduto. do cimento ao longo do conduto.
736

Respeito integral aos procedimentos adesivos aplicando-se um lubrificante tipo gel solúvel em
de hibridização em suas diversas técnicas, assim
como nos adesivos restauradores convencionais isolar a dentina radicular dos materiais adesivos,
- facilitando a posterior remoção do pino após seu
terior do conduto radicular. Excessos podem reembasamento. Vaselina não deverá ser utili-
zada em hipótese alguma. Isolado o conduto ra-
adesão dicular, deve-se inserir a resina composta e/ou
excessos devem ser removidos com pincéis des- fluida por meio de espátulas ou pontas metáli-
cartáveis antes que o cimento tome presa
Para a cimentação de pinos metálicos, o cimento
de fosfato de zinco, desde que manipulado correta- posicionado no sentido mesiodistal e vestibulo-
- lingual, segue-se a fotopolimerização por 1 min
des mecânicas. Desse modo, continua sendo uma
boa alternativa à cimentação desse tipo de pino é suficiente para polimerização adequada através
Pinos pré-fabricados metálicos rosqueáveis es- do pino, especialmente no terço apical, no entanto,
tão em desuso, em virtude da tensão nas paredes é suficiente para possibilitar que o conjunto pino e
radiculares. No entanto, se por alguma razão o resinas de reembasamento seja removido do condu-
-
rosqueamento e travamento deve-se retornar um se momento, deve-se complementar a fotopolime-
quarto de volta para que ele não seja cimentado rização do pino reembasado fora da raiz por mais
sob tensão, o que poderia, no futuro, provocar
uma fratura radicular. ar. Em seguida, remove-se da raiz o gel lubrificante
com jatos de ar e água intermitentes, seca-se com
cones de papel absorvente. Depois deste passo, o
® Pino anatômico tratamento do substrato dentinário deve concordar
com a técnica de cimentação escolhida. Lembre-se
de que, para cimentos autoadesivos, nenhum tra-
formas ovoides, com conicidade e expulsividade tamento adicional deve ser realizado. Simultanea-
exagerada ou, mesmo, com a luz do conduto dema- mente, insere-se no conduto o cimento com dis-
siadamente alargada por causa do tratamento endo- positivos próprios, pontas tipo Centrix® ou brocas
dôntico. Graças a essa grande diversidade anatômica tipo lentulo e no pino com pincéis. Leva-se o pino
e de situações clínicas, estão disponíveis pinos com reembasado no conduto radicular e, após o tempo de
- reação de presa inicial, realizam-se os procedimen-
- tos para confecção dos núcleos de preenchimento
-
da pela evidência de que a boa adaptação do pino às realizar um adequado preenchimento do canal radi-
paredes do canal radicular é o fator preponderante cular, melhorando a adaptação,89-91 logo a retenção
para sua retenção. do pino e, por sua vez, do núcleo de preenchimento.
Entretanto, mesmo com toda essa gama de Em sua tese de doutorado, Clavijo92 demonstrou que
disponibilidade de pinos, em algumas situações pinos reembasados apresentaram maiores valores
clínicas pode ainda não haver uma boa adapta- de união ao conduto radicular quando comparados
- com os pinos sem reembasamento, independente-
90
Esgotadas as possibilidades das mente da técnica adesiva empregada. Vale lembrar
formas originais de pinos, os futuros problemas que não se deve alterar por desgaste a forma ana-
advindos da desadaptação das partes podem ser tômica original dos pinos na tentativa de obter me-
solucionados por meio dos pinos anatômicos. 89 A lhor assentamento no conduto.
técnica consiste em melhorar a adaptação do pino Essa técnica pode ser usada em dentes anteriores
às paredes do conduto mediante reembasamento do e posteriores. Seu uso é mais comum em dentes ante-
pino com resina composta ou resina fluida. Após riores e pré-molares. Em dentes posteriores, mesmo
definido e provado diretamente no canal radicular, que seja necessário, por alguma razão, utilizar mais
o pino deverá receber tratamento superficial com de um canal, ainda que divergentes, a técnica pode
- ser usada para receber os pinos. Para tanto, deve-se
vagem e secagem, aplicação de silano e do adesi- reembasar e cimentar um pino por vez no seu respec-
tivo canal e assim criar uma condição extremamente
fotopolimerização. Depois de executado o trata- favorável para a retenção do núcleo e dos próprios
mento superficial do pino, deve-se preparar a raiz, pinos no canal radicular.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 737

Figura 16.214 Dente 23 com gran-


de perda de estrutura dental.

Figura 16.215 Fotografia que mostra


ampla abertura do canal radicular.

Figura 16.216 Isolamento absoluto


do campo operatório e acesso ao
conduto radicular.
738

Figura 16.217 Prova do pino de fi-


bra de vidro (White Post DC, FGM)
no conduto. Apesar de estar bem
adaptado na porção apical, existe
um grande espaço a ser preenchi-
do nos terços médio e coronário.
O cimento não é o melhor material
para esse preenchimento, por isso
indica-se a técnica de reembasa-
mento do pino com resina com-
posta (pino anatômico).

Figura 16.218 Limpeza do pino com ácido fosfórico a 37% por 60 s.

Figura 16.219 Após lavagem do ácido, aplicação de agente


de união silano e sistema adesivo.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 739

Figura 16.220 Aplicação de um lu-


brificante hidrossolúvel à base de
glicerina no interior do conduto.

Figura 16.221 Inserção de resina


composta opaca no conduto.

Figura 16.222 Inserção do pino.


740

Figura 16.223 Fotopolimerização por 60 s da resina


composta e sistema adesivo através do pino trans-
lúcido.

Figura 16.224 Remoção do pino já reembasado do


canal e fotopolimerização complementar por 60  s
pelas faces vestibular e lingual.

Figura 16.225 O pino é levado novamente ao ca-


nal para construção da porção coronária com resina
composta.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 741

Figura 16.226 Fotopolimerização da porção coronária já


reconstruída.

Figura 16.227 Pino anatômico finalizado.

Figura 16.228 Remoção do pino para os procedimentos de


limpeza e cimentação.
742

Figura 16.229 Condicionamento do


pino anatômico com ácido fosfóri-
co a 37%, por 60 s, para limpeza.

Figura 16.230 Lavagem do pino.

Figura 16.231 Aplicação de agente


de união silano. Como foi escolhi-
da a técnica com cimento autoade-
sivo, não é necessária a aplicação
de um adesivo.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 743

Figura 16.232 Lavagem abundan-


te, com água, do conduto radicu-
lar para remoção do lubrificante
à base de glicerina e remoção do
excesso de umidade com cones de
papel absorvente.

Figura 16.233 Cimento Rely-X


Unicem sendo levado ao interior
do conduto com ponta específica
Elongation tip.

Figura 16.234 Cimentação do pino


anatômico.
744

Figura 16.235 Remoção do exces-


so de cimento com pincel tipo mi-
crobrush.

Figura 16.236 Fotopolimerização


do cimento autoadesivo.

Figura 16.237 Vista incisal do pino


após cimentação.
Capítulo 16 | Pinos Pré-fabricados e Núcleos de Preenchimento | 745

Figura 16.238 Coroa provisória


confeccionada com dentes de es-
toque, aguardando tracionamento
ortodôntico.

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