Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Esperamos que você elabore com clareza o que cada um dos termos significa, pois
é fundamental fazer estas distinções para que possamos compreender bem o que aqui va-
mos abordar. Afinal, reportar-se ao uso de computadores, tanto em se tratando das mo-
dalidades presenciais e a distância educação, ensino e instrução, e dos processos informa-
ção, conhecimento, ensino-aprendizagem e transmissão, é lembrar que computador são
máquinas, excelentes ferramentas auxiliares na solução de problemas e enfrentamento
de dificuldades existentes na promoção de mudanças desejadas na qualidade de ensino,
mas desde que utilizados adequadamente. E é somente vistos dessa forma, que trazem uma
enorme contribuição para a prática pedagógica. Sozinhas, estas máquinas nada fazem,
sem a ajuda de um bom ‘professor’ ou de outro ‘mediador’, uma vez que o computador
é ‘meio’, e não ‘fim’. Sentiu curiosidade por essas distinções? Então, prossigamos!
Não deve ser desconhecido para você que educar vem de dois termos latinos (não se
sabe com certeza qual é o termo efetivamente adequado, mas ambos são intimamente ligados):
• Educĕre (derivado do latim ducĕre, que se pronuncia [dúcere] e significa
‘liderar’, ‘ conduzir’, ‘desenhar’; ‘levar’, ‘transportar’, ‘comandar’, ‘fazer pensar’...);
pronuncia-se [edúcere], e nós falamos educere. É que é verbo composto do pre-
fixo ex (fora), ‘para fora’, referindo-se a promover o surgimento de ‘dentro para
fora’ das potencialidades (capacidades, competências etc.) que o indivíduo possui;
Educare (derivado da palavra latina educere e que nos falamos educare), que
significa literalmente ‘levar para fora’, ‘conduzir para fora’, ‘elaborar’, ‘abrir’, ‘tra-
zer para fora’, decidindo, num sentido externo, levar (alguma coisa interna) o in-
divíduo de uma situação em que ele se encontra para outra que se deseja alcançar.
Ensinar é uma palavra que vem do latim popular insignīre, que de-
riva do latim vulgar signare (n + signare a ‘marca’, ‘selo’, ‘designação’). O in-
signare quer dizer lá nesta sua origem ‘marcar com um aspecto caracterís-
tico’, ‘indicar’, ‘pôr marcas ou sinais’, ‘designar’ e ‘mostrar’ coisas a alguém,
‘distinguir’, ‘assinalar’... E isto pode ser feito a qualquer coisa, a qualquer pessoa, até a si próprio.
Mesmo o tipo de software educacional proposto age como mediador, pois mo-
difica a postura do estudante diante do processo de aprendizagem, exigindo dele que re-
lacione um significado relevante a cada signo que for criado. Pode-se com isso dizer que a
aprendizagem deixa de ter um caráter espontaneísta, passando a ser regulada por aque-
les ‘signos’. Por estas justificações que fizemos (e outras que você poderá já saber ou pes-
quisar), precisamos identificar e definir significados e competências para ambos os ter-
mos, educação e ensino, é que recorremos às suas origens e não mais usá-los de forma
legitimamente igual, buscando, sim, ver qual a adequação de um processo ao outro. As
próprias etimologias das palavras educar (educere - o ‘tirar ou trazer de dentro’), e educa-
re – (‘o ato de abrir ou conduzir para fora) e de ensinar apontam para distinções evidentes:
De outro modo, não precisa ser um mero transmissor, um repetidor. Ele pode mui-
tas vezes esclarecer, aprofundar, interpretar, ampliar e muitas outras coisas as informações,
e ao mesmo tempo ensinar a recebê-las nas melhores condições possíveis e mediante um en-
sinar mais apropriado para que os alunos as processem também da melhor forma possível,
tornando-as suas próprias, constituindo o que realmente se chama de bom ensino e de uma
boa aprendizagem. Claramente, o professor deve conhecer muito bem as informações e con-
teúdos a ensinar para que promova uma mudança mais profunda na maneira de ver, perce-
ber, apropriar-se e analisar estas informações e conteúdos. É cada um cumprindo seu papel.
O professor surge, porque ele tem que ‘transmitir’, socializar, ensinar informações,
conteúdos e também conhecimentos, necessários para a sociedade, país, cidade, vila, aldeia
etc., tendo que manter a continuidade do processo, além do alcance da família nuclear até os
indivíduos. Atribuo de imediato a imagem de um mamífero de corpo musculoso, longo, cabeça
e pescoço cobertos por uma juba (no caso do macho), com uma cauda comprida e um rugido for-
te, e animal tido como o rei das selvas. A palavra ‘leão’ é ‘significante’ do conceito deste grande
mamífero carnívoro que habita regiões ao sul do Saara, na África, e a noroeste da Índia, na Ásia.
Pense nisso, e se preferir, compartilhe com os colegas, as trocas são sempre produ-
tivas. Além disso, temos ainda duas outras palavras para ‘decifrar’: treinar e instruir! Vai sair
muita “fumacinha” da sua cabeça, mas isto é muito bom, só faz você superar-se a si mesmo(a)
em termos de conhecimentos. Seguindo em frente, partindo do que já se tornou claro para
nós quanto à relação entre ‘ensinar’ e ‘signo’, colocamos um novo impasse a respeito do ato de
‘ensinar’: poder-se-á dizer que alguém que ‘fornece’ ou ‘transmite’ qualquer tipo de conteúdos
a outro alguém (conteúdos estes que poderão ser bastante variados, abarcando desde compe-
tências e destrezas físicas a conhecimentos teoréticos ou mesmo regras de comportamento
social) estaria a ensinar? Se isso acontece, então, como ficarão as palavras ‘educar’ e ‘instruir’?
Você mesmo já deve ter notado que existe uma grande confusão entre estas três palavras, ‘edu-
car’, ‘ensinar’, ‘instruir’ e mesmo ‘formar’ (tem origem no latim formare a dar o ser e a forma,
constituir; compor; organizar, estabelecer...), tal como atesta a definição das mesmas encon-
tradas em muitos dicionários e literaturas diversas. Nestas fontes pode-se encontrar ‘educar’
para definir a palavra ‘ensinar’, ‘ensinar’ para definir a palavra ‘instruir’ e ainda, para definir a
palavra ‘instruir’ pode ser usado a palavra ‘educar’ ou ‘formar’. Nestas operações estão incluí-
dos: receptividade a a pessoa olha, vê, lê e identifica, uma vez que é feito um processo de reten-
ção pela ‘memória’ que é importante para pôr em ação o que está armazenado ou precisa ser
recuperado e, finalmente, uma reflexão, ou seja, a pessoa observa, classifica, ordena, compara,
relaciona, analisa e interpreta e critica o que ele viu, observou, leu, percebeu, analisou etc.
Não esqueçamos de que etimologicamente, instruir (assim como ‘construir’), vem do
latim (in + struere), com o sentido de “edificar”, “construir dentro de”. Struere/ In/struere significa
então “amontoar em”, surgindo como ‘instruir’ em português no século XVI. Em francês, instruire
entrou no vocabulário no séc. XII, na forma enstruire, cujo final sofreu a influência de construire
Como a palavra instruir chegou ao latim com uma raiz indo-européia, significan-
do “semear”, “lançar grãos ao solo”, “estender”, originaram-se, também, outras palavras,
como construir, que originalmente significava “semear coletivamente”. Porém, o termo ‘ins-
truir’, considerado um dos mais antigos para indicar o processo pedagógico, que surgiu im-
pregnado do belo significado original de ‘semear’, como um ato bastante vinculado às leis
da natureza, acabou evoluindo, lamentavelmente, na modernidade e na contemporaneidade
para “treinamento” (‘treinar’ é proveniente do latim trahëre e significa ‘trazer’, ‘levar a fa-
zer algo’ etc.), como um instrumento necessário e suficiente à alteração do comportamento
das pessoas sustentado ‘em atividades mecânicas e repetitivas’, para suprir, por exemplo, no
caso das empresas, com as competências que o indivíduo necessita para o funcionamento
da mesma. O modelo instrucional assenta no pressuposto que o ensino é uma simples trans-
missão de conteúdos, utilizando para tal um conjunto de metodologias e técnicas mais ou
menos eficazes, sendo o aluno visto como um mero receptor de mensagens. A ‘instrução’
apresenta-se como uma sequência de operações previamente definidas, das mais simples
para as mais complexas. Vale acrescentar que instruere ressurgiu em ‘construir’, significan-
do ‘semear coletivamente’. Esta é a palavra que nos últimos tempos tem sintetizado e veicu-
lado as posições pedagógicas mais avançadas, como o construtivismo e construcionismo,
juntamente com o sociointeracionismo, que não conseguiu escapar inteiro desta tendência.
Essa chamada de atenção se mostra genial, porque não apenas vai nos exi-
gir explicações sobre o que é comunicação, como ainda vai nos ajudar a entender
também a diferença entre dado, informação e conhecimento, entre transmissão e
ensino-aprendizagem. Quer ver por quê?
Eis a questão importante a ressaltar: Não tem como deixar de notar as im-
plicações disto e aproveitar a ocasião para diferenciarmos comunicação, infor-
mação e conhecimento, normalmente confundidos. Esperamos que você entenda
o quanto é fundamental ter bem clara esta distinção. Passemos agora a outras
diferenciações, igualmente importantes.
O símbolo sempre algo que representa outra coisa (para alguém), sendo um elemen-
to essencial no processo de comunicação, encontrando-se difundido pelo cotidiano e pelas
mais variadas vertentes do saber humano. Mas, é importante você saber que, embora existam
símbolos que são reconhecidos internacionalmente, existem aqueles que só são compreen-
didos dentro de um determinado grupo ou contexto (político, econômico, religioso, cultural
etc.). Ainda lembramos que a representação específica para cada símbolo pode surgir tanto
como resultado de um processo natural, como pode ser convencionada de modo que o re-
ceptor (você, outra pessoa ou um grupo específico, como por exemplo, o de uma comunidade
do Orkut) consiga fazer a interpretação do seu significado implícito. E não só isto, também é
preciso atribuir ao símbolo determinada conotação, ou seja, uma relação subjetiva, cultural,
política ou emocional, que vá além do significado estrito ou literal de uma palavra, frase ou
conceito. Não esqueça: os símbolos são então ‘transmitidos’ e ‘reinterpretadas’ pelo receptor.
• Informação: O termo informação vem do latim informatĭo, -ōnis a,
com acepção de ‘ato’ ou ‘efeito de informar (-se)’, da ‘ação de formar’, de ‘fazer’,
‘idealizar’; por sua vez, informar (īnfōrmāre) provém do latim īnfōrmō (in + fōr-
mō –are), significando dar forma a, delinear, conceber ideia, modelar, aparência, formar,
criar, mas também, representar, apresentar, dispor, educar, instruir etc. Lembramos que
‘dados’ são uma representação simbólica, ou seja, se dão por meio de ‘símbolos’, podendo
ser quantificados ou quantificáveis.
Chamamos aqui a atenção de vocês para o seguinte: muitas vezes se exalta aqueles
alunos que dominam uma boa dose de informações, por exemplo, aquele que sabe tudo sobre
o filme O AVATAR; estes alunos são geralmente destacados, mas é pelo seu desempenho de
bons ‘memorizadores’, como enciclopédias ambulantes. Mas a sua informação não é trans-
formada, não é reelaborada. O computador, por sua vez, que é uma máquina, só trata ‘dados’
sendo incapaz de associar significados aos mesmos e até de compreendê-los. É por isso que
nem sempre o que buscamos com as ferramentas de busca corresponde ao que queremos sa-
ber. O computador não faz uma elaboração a partir desses dados, nós é que teremos que fa-
zer. Por isso, é válido nos referirmos a essa máquina como ‘armazenador e processador de
dados’ e inadequado chamá-la de ‘armazenador e processador de informações’. Os ‘dados’,
uma vez que podem ser totalmente descritos através de representações formais, estruturais,
obviamente podem tanto ser armazenados em um computador como processados por ele.
Ficou claro para você? Caso tenha restado alguma dúvida, sugerimos que releia o que foi
apresentado e anote o que pode ter lhe ficado como interrogação. É importante este registro, cada
vez que você encontrar alguma dificuldade no estudo que fazemos! Pensamos, todavia, que ana-
lisando melhor as características da educação a distância, estas dúvidas, caso tenham havido,
se dissiparão. É que faremos a seguir abordando algumas características fundamentais da EaD.
Se você for pesquisar sobre este assunto, observará que sua origem está em antigas
experiências de tentativas de educação por correspondência, que datam do final do século
XVIII, podendo ser rastreadas de volta ao início dos anos 1700. A EaD ganha forte desenvol-
vimento a partir de meados do século XIX, desenvolvimento este relacionado com a introdu-
ção de dispositivos audiovisuais nas escolas no início de 1900, com base em tecnologias de
educação a distância mais avançadas, chegando ao século atual dispondo de vários tipos de
mídias, não somente as de material impresso, mas contando com as ferramentas online, que
possibilitam grande interação entre o aluno, o centro produtor de EaD, tutores e professores.
Hoje é possível observar que muitos países, muitos mesmo, nos cinco continentes,
conseguem atender a milhões de estudantes por adotarem a educação a distância em todos
os níveis de ensino, em programas formais e não formais. Assim é que a educação a distân-
cia tem sido bastante usada para treinamento e aperfeiçoamento de professores em serviço,
bem como programas não formais de ensino têm sido amplamente utilizados para adultos
nas mais diversas áreas do conhecimento e nos mais variados campos profissionais, tanto
pela iniciativa privada como pela governamental. Se você for pesquisar, hoje em dia é cada
vez mais crescente o número de instituições e empresas que desenvolvem programas de ‘trei-
namento’ de recursos humanos, através da modalidade da educação a distância. As Univer-
sidades Européias, que se destacam na oferta de educação a distância já faz tempo, têm in-
corporado muito bem em seu desenvolvimento histórico as novas tecnologias de informática
e de telecomunicação. Temos evidenciado que a história mostra a educação não-tradicional
tentando misturar-se com a educação tradicional, enquanto se esforça para enfrentar o de-
safio de mudar constantemente as teorias de aprendizagem e evolução das tecnologias. Mas,
em resumo, a história da educação a distância mostra um campo que parece ainda estar em
um constante estado de evolução, que é apoiado pela teoria, com a premente necessidade de
pesquisas que possam responder a muitas perguntas não respondidas. Esta visão histórica
tem mostrado um fluxo de novas idéias e tecnologias equilibrado e ao mesmo tempo uma
resistência à mudança, o que muitas vezes coloca o desafio à tecnologia educacional de ofe-
recer mais do que prometeu. Cabe a cada um de nós que trabalhamos com esta modalida-
de buscar encontrar caminhos próprios, sobretudo, que a diferenciem da escola tradicional.
A evolução histórica da EaD no Brasil como no mundo, também foi e tem sido marcada
pelo surgimento e disseminação dos meios de comunicação. A utilização de novas e mais avan-
çadas tecnologias no Brasil, favoreceram com que o ensino a distância aparecesse nos anos ses-
senta. Com a fundação do Instituto Radiotécnico Monitor, a escola pioneira no Brasil em cursos
a distância, fundada em 1939, e depois com o Instituto Universal Brasileiro, fundado em 1941
(também um pioneiro no Brasil nesta modalidade, que oferece cursos profissionalizantes livres
de suplência e cursos oficiais supletivos de ensino fundamental e médio, os antigos 1º e 2º graus),
diversas experiências foram iniciadas e levadas adiante com mais sucesso que o esperado.
Ambas as instituições citadas, que foram talvez as grandes responsáveis pelo
que veio depois, ofereceram uma ampla gama de cursos, como o técnico em eletrôni-
ca, o secretariado, o técnico em contabilidade etc. Lembramos ainda dos cursos su-
pletivos, que tiveram grande aceitação da população que optou por essa formação.
Tivemos, além destas duas, outras mais e muitas experiências brasileiras, tanto gover-
namentais quanto privadas, que foram implicando ao passar dos anos em uma intensa mobili-
zação de grandes contingentes de recursos. Assim foi com o rádio, que surgiu como uma nova
possibilidade para a EaD no Brasil. A primeira rádio-escola é criada 1923, mediante a contribui-
ção de Edgar Roquette-Pinto (médico legista, professor, escritor, antropólogo, etnólogo e en-
saísta brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras e considerado o pai da radiodifusão
no Brasil) e do francês Henrique Charles Morize (engenheiro industrial, geógrafo e engenheiro
civil, naturalizado brasileiro), que fundam a primeira emissora brasileira – a Rádio Sociedade
do Rio de Janeiro. Esta rádio mais tarde foi doada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC),
que tinha como titular o carioca e político brasileiro Gustavo Capanema Filho, se transforman-
do na Rádio MEC. E foi justamente Capanema que, na condição de ministro (o que mais tempo
ficou no cargo em toda a história do Brasil) durante a denominada ‘era Vargas’ (do Presidente
Getúlio Vargas), comunicou a Roquette-Pinto a incorporação da rádio ao temido órgão respon-
sável pela censura, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Este ato, só para informar
você que a censura na comunicação não é coisa nova no Brasil, deixou Roquette-Pinto muito
indignado, e foi o próprio que exigiu que se garantisse a autonomia da rádio, para que a mes-
ma mantivesse sua função educativa, com a qual surgiu. Roquette Pinto venceu esta disputa,
possibilitando que a rádio MEC mantenha até o hoje o mesmo ideário de seu propósito inicial.
Essas experiências, que muitos chamam de 2ª geração (início do século XX), embriões
da EaD no Brasil, estenderam-se até a década de 50, década essa em que surgiu a televisão edu-
cativa (década de 1930 nos EUA e de 1960 no Brasil). Ambas as tecnologias – rádio e TV educa-
tiva - se destinaram, fundamentalmente, à ‘transmissão’ de aulas e, é claro, de conteúdos. Afi-
nal, era um começo! Mas, tanto lá, em que os alunos, quando necessitavam esclarecer dúvidas
e aprofundar algum assunto, serviam-se da ‘velha’ forma de comunicação por correspondên-
cia via correio -, usavam o telefone e, posteriormente, o fax, cá, nos nossos dias mais recentes,
do mesmo modo ainda se usa o telefone, a TV, mas, em especial, o computador e a internet. As
aulas, que eram ‘transmitidas’ por rádio, com algum material impresso, foram cada vez mais
cedendo espaço para a utilização de novas ferramentas comunicativas que promoveram e pro-
movem a ampliação e a diversificação dos programas, permitindo uma forma virtual de inte-
ração entre professores e alunos quase como a presencial. Se você pensar sobre isso, é como
quando você usa o MSN, o Orkut, um chat ou o Facebook, por exemplo, não se sente como se a
própria pessoa com quem se comunica está ali, presente, de alguma forma? Marcados por seu
contexto, de certo modo diferenciado ao que acontece nos dias atuais, os resultados advindos
com a EaD desses tempos passados não foram suficientemente capazes de gerar um processo
de aceitação governamental e social da mesma no Brasil. Hoje, você já observa outra realidade,
a educação a distância se expande, é bem mais aceita, sendo que o próprio governo brasileiro
viu-se obrigado a criar leis e a estabelecer normas para esta modalidade em nosso país. Assim
é que, quando alguém faz um curso de graduação a distância (ou de pós-graduação), como já é
bastante comum hoje em dia, tem garantidos os mesmos registros que teria se o fizesse na mo-
dalidade presencial. Destacamos que as formações podem ser oferecidas tanto na modalidade
presencial como na modalidade a distância, não implicando em alteração do tipo de curso.
Podemos fechar nossa abordagem aqui, sobre a história da EaD no Brasil, dizendo que
temos visto uma crescente e mais forte valorização dos cursos a distância no mercado de tra-
balho, principalmente porque a população e as grandes empresas começaram a ter mais cré-
dito no aluno que se forma a distância, admitindo que este tem igual ou maior compromisso
nesta modalidade que na forma presencial, levando com mais seriedade seus estudos e o seu
lado profissional. Mas é imprescindível que seja efetivamente assegurado que esses cursos dis-
ponham de profissionais muito bem formados e qualificados, além de terem boa estruturação
de suas grades curriculares, contarem com bibliotecas, mais amplos canais de comunicação,
ambientes de aula virtual, entre outros recursos, para que possam atender da melhor forma
possível os interesses do público que muito precisa desta modalidade por não necessitar da
presença de forma integral com as melhores condições de oferecer formação de qualidade,
sem esquecermos que existem ainda cursos que só podem ser feitos de forma presencial, como
por exemplo, a Medicina, a Bioquímica, as Engenharias etc. Mas, quem sabe, por enquanto...
Feita esta abordagem, alertamos você! Não se contente apenas com o que aqui está registra-
do. Não temos a pretensão de esgotar a relação de experiências e trabalhos na modalidade
de EAD, que estão em desenvolvimento em nosso país, por isso mesmo é que sintetizamos,
com alguns e breves enfoques, a trajetória dessa histórica inovação educacional no Brasil.
REGULAMENTAÇÃO DA EAD NO BRASIL
Destacamos ainda:
DECRETOS:
PORTARIAS:
Uma boa síntese: “As bases legais para a educação a distância foram estabelecidas
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996),
que foi regulamentada pelo Decreto nº 5.622, publicado no D.O.U. de 20/12/05 (que revogou
o Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, e o Decreto nº 2.561, de 27 de abril de 1998)
com normatização definida na Portaria Ministerial nº 4.361 , de 2004 (que revogou a Portaria
Ministerial nº 301, de 7 de abril de 1998 ). A Resolução nº 1 (de 3 de abril de 2001) do Conse-
lho Nacional de Educação estabeleceu as normas para a pós-graduação lato e stricto sensu .
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=289&I-
temid=356
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7480.htm.
Ora, a aprendizagem não se faz só na sala de aula, mas nos inúmeros espaços de
encontro, de pesquisa e produção que as instituições podem propiciar aos seus professores
e alunos. No caso dos ambientes virtuais de aprendizagem, que daqui para frente denomi-
naremos AVAs, isso implica em organizar uma competente equipe interdisciplinar, com
profissionais da área técnica e pedagógica que saibam trabalhar juntos, cumpram prazos,
deem contribuições significativas e realmente não ‘façam de conta’, mas criem de fato e de
direito uma boa ‘interação’ entre todos os participantes, especialmente com os (as) estudan-
tes a distância; para tanto, é fundamental o estabelecimento de uma relação professor-alu-
no genuína com vínculos de verdadeira afetividade, interesse, emoção, ludicidade, elogios
sinceros, enfim, um interagir pleno nas relações como forma de incentivo para o prazer de
ensinar e de aprender. Quanto mais interação, com materiais mais elaborados, mais autoe-
xplicativos, com mais desdobramentos (chats, vídeos-conferências, telefonemas, e-mails,
blogs, links, textos de apoio, glossários, atividades para o pensar e outros recursos mais, im-
plicarão é claro em mais horas de atendimento, mas ganha-se em uma educação e ensino a
distância sonhados e desejados como empreendimentos totalmente reeditados, inovadores.
Se, como esperamos ter deixado claro no Capítulo anterior que a Educação a Distân-
cia é uma modalidade educativa baseada fundamentalmente na não necessidade da presença
física e aplicação de tecnologias à aprendizagem, sem limitação de lugar, de tempo, ocupação
ou idade dos alunos, com professores, tutores e alunos podendo estar em diferentes contextos
de tempo, espaço ou em ambas as dimensões ao mesmo tempo, implicando em novos papéis
para todos eles e em novas atitudes e enfoques metodológicos, é assim preciso pensar um AVA:
Se a educação é feita pela mediação dos pais ou dos professores, esperamos que esta
questão, um assunto muito debatido atualmente quando se tem dito que pais educam e profes-
sores ensinam, tenha ficado mais definida para você quando tratamos dos conceitos de educa-
ção e ensino! Aproveite este momento para sanar alguma dúvida que tenha ficado pendente, en-
quanto vamos tentar ajudar dizendo que se ambos, pais e professores educam, o ensinar (lá do
latim, ensignare, que significa colocar signos, marcar...) é uma tarefa destinada ainda aos pro-
fessores. Por que dizemos isto? Afinal, a que tem ficado a educação formal, presente no ensino
escolar institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado? Quem é
o profissional que tem a responsabilidade de ‘transmitir’ fatos (embora indivíduos como meros
transmissores de conhecimentos já não tenham mais lugar nesta era denominada tecnológica),
de motivar o interesse pela informação e o conhecimento, de cultivar hábitos, ‘treinar’ habili-
dades, desenvolver competências e mobilizar o desejo de aprender na interação com o contexto,
que é o que dá significado ao que aprendemos? Certamente você sabe responder a estas questões.
Mas no nosso século, e aqui tratando de EaD, o ideal sonhado é se promovam ações
de apoio aos primeiros para que os pais incentivem a aprendizagem dos filhos desde o co-
meço da vida deles, por meio de boas práticas, convivendo com os professores num mesmo
espaço em que resida a compreensão de que ambos – pais e professores - não são seres ab-
solutamente distintos, que habitam espaços realmente diferentes e com visões e metas to-
talmente diferenciadas quanto ao que desejam para aqueles que estudam. É necessário que
estes, através de diálogos abertos e ajudas mútuas e esforços compartilhados, possam seguir
juntos, em rotas paralelas e não em rotas de colisão, tendo a clareza de que o que se pretende
é alunos bem preparados para a vida, respeitando suas possibilidades e ativando suas com-
petências e habilidades de modo a prepará-los da melhor forma possível para a convivência e
sobrevivência em sociedade. Delimitar regras de condutas, não é função da escola. Seu papel
é formar o cidadão, socializar e promover as condições para a elaboração de conhecimentos,
a formação de atitudes e valores que tornem o aluno solidário, crítico, ético e participativo.
Na vida, no cotidiano, em tudo que fazemos, para termos acesso de maneira signi-
ficativa à realidade “pura” do mundo real, em seu estado bruto, desprovido de sentido, só o
conseguimos desde que ‘mediados’ de alguma forma, o que ocorre por meio de nossos sis-
temas sígnicos (signos), simbólicos e representativos na avaliação inicial das propriedades
de qualquer coisa. De outro modo, vale acrescentar que o que chamamos ‘realidade’, dado,
informação, fato, não é ainda o ‘conceito’. Partimos de ‘dados’ e ‘informações’, que são um
emaranhado de códigos decifráveis ou não, e temos que conhecer o ‘símbolo’ para identifi-
car ‘dados’ e toda a ‘informação’. Falamos estas coisas para podermos inserir as tecnologias
e as mídias educacionais no seu devido lugar, com relação aos atos de educar e de ensinar.