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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Disciplina: Tópicos Especiais em Educação: Políticas Públicas e Educação.
1-INTRODUÇÃO
1
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96, a Educação Especial é uma
modalidade da educação brasileira prevista transversal a todos os níveis, etapas e outras modalidades da
educação nacional. É público alvo da educação especial os estudantes com deficiência, transtorno global do
desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação.
1- A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA DE NÍVEL MÉDIO E OS
DESDOBRAMENTOS A PARTIR DA LDB DE 1996.
Como foi destacado até agora, o processo de globalização tem como objetivo a
manutenção do sistema capitalista e para isso utiliza mecanismos que exercem influências
sobre os países e suas formas de organização.
Destacou-se também, que as políticas de inclusão que se desenvolveram com o
sistema capitalista têm como objetivo os interesses econômicos e se configuram em uma
inclusão cada vez mais precária com possíveis efeitos nas políticas de educação.
Com relação às políticas de inclusão na EPTNM, foco deste trabalho, os reflexos
desta “inclusão precária” são percebidos nas políticas que privilegiam a formação
aligeirada com foco no mercado de trabalho realizada por meio de políticas públicas em
parceria com o setor privado. Embora se reconheça o papel importante dessas políticas
como instrumento de democratização da EPTNM, é importante destacar, que em muitos
casos, elas acabam torna-se um mero programa de incentivo à expansão do setor privado
na educação.
Nesse momento, destacaremos algumas políticas de inclusão de pessoas com
deficiência na EPTNM. É importante ressaltar que a Legislação garante cotas para
pessoas com deficiência no mercado trabalho. A lei 8.112/1990 garante a reserva de vagas
para deficientes físicos na administração pública. Posteriormente, a Lei nº8213/1991, em
seu artigo 93, determinou que empresas, com 100 ou mais empregados, devem reservar
cotas para contratação de pessoas com deficiência. (BRASIL, 1988).
No que diz respeito à legislação educacional, a LDB afirma, no artigo 59, inciso
IV, que os sistemas de ensino assegurarão “[...] educação especial para o trabalho,
visando a sua efetiva integração na vida em sociedade” (BRASIL, 1996).
O Decreto 3.298/1999, no artigo 15, estabelece que órgãos e entidades da
administração pública federal deverão prestar “formação profissional e qualificação para
o trabalho” para a pessoa com deficiência (BRASIL, 1999).
Recentemente, foi aprovada a Lei nº 13.409/2016 que altera a Lei no 12.711, de
29 de agosto de 2012, para dispor sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência
nos cursos técnicos de nível médio e superiores das instituições federais de ensino
(BRASIL, 2016).
A meta 11 do Plano Nacional de Educação, lei 13.005/2014, com vigência para o
decênio de 2014 a 2024, tem como objetivo “triplicar as matrículas da educação
profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos
cinquenta por cento da expansão no segmento público.” (BRASIL, 2014). No que diz
respeito às estudantes com deficiência, a estratégia 11.10 visa “expandir a oferta de
educação profissional técnica de nível médio para as pessoas com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação” (BRASIL, 2014).
A seguir apresentaremos os resultados de uma pesquisa no censo de educação
básica para conhecermos como as políticas de inclusão na EPTNM estão promovendo o
acesso das pessoas com deficiência nessa modalidade.
4- RESULTADOS.
Tabela 1- Distribuição das matrículas totais e de alunos com deficiência por tipo de
EPTNM, no Brasil, no período 2013-2017.
Matrícula Total Ensino médio integrado Concomitante Subsequente
Anos Total EE % Total EE % Total EE % Total EE %
2013 1661682 6003 0,36 336381 2036 0,6 328965 2586 0,78 791415 1381 0,17
2014 1938237 6769 0,35 364625 2363 0,64 336213 2367 0,7 1044301 2039 0,19
2015 1909940 7252 0,38 388967 2799 0,71 317114 2260 0,71 1021139 2193 0,21
2016 1852600 7340 0,39 425722 3288 0,77 367178 2172 0,59 879858 1880 0,21
2017 1822728 8275 0,45 455206 4320 0,94 353989 1545 0,43 871961 2410 0,28
Fonte: Elaboração própria a partir das sinopses estatísticas do Censo Escolar da Educação Básica
(BRASIL/MEC/INEP 2013, 2014, 2015, 2016, 2017).
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As Matrículas Totais na Educação Profissional retiradas das sinopses estatísticas do Censo Escolar da
Educação Básica (BRASIL/MEC/INEP 2013, 2014, 2015, 2016, 2017) incluem as seguintes etapas de
ensino: Ensino Médio Integrado, Ensino Médio Normal/Magistério, Curso Técnico Concomitante e
Subsequente, Curso FIC Concomitante, Cursos FIC Integrado à EJA de níveis Fundamental e Médio, EJA
Ensino Fundamental Projovem Urbano e Curso Técnico Integrado à EJA (EJA Integrada à Educação
Profissional de Nível Médio) de Ensino Regular ou EJA. Não incluem alunos da Educação Especial.
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As Matrículas da Educação Especial retiradas das sinopses estatísticas do Censo Escolar da Educação
Básica (BRASIL/MEC/INEP 2013, 2014, 2015, 2016, 2017) incluem matrículas de alunos com algum tipo
de deficiência, transtorno global do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação nos cursos de
educação profissional.
número de matrículas, a inserção de alunos com deficiência não ultrapassou 0,94% das
matrículas totais.
Ao que se refere aos índices de matrículas de alunos com deficiência na forma
subsequente, constatamos que houve oscilações entre acréscimo e decréscimo no número
de matrículas no período analisado. Comparando o período de 2013 a 2017 houve um
aumento de 1.029 matrículas (42,69%).
Com relação aos cursos concomitantes, os dados demonstram que houve uma
redução de 1.041 matrículas (40%) de estudantes com deficiência.
4
A Educação Profissional Técnica de Nível Médio incluem matrículas nos cursos: Ensino Médio Integrado,
Curso Técnico Concomitante e Subsequente.
Tabela 3 - Distribuição das matrículas de alunos com deficiência, por dependência
administrativa e forma da EPTNM, no Brasil em 2017.
Etapas de
Federal Estadual Municipal Privada
EPTNM
Ensino Médio
1505 1777 61 76
Integrado
Concomitante 190 294 15 386
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados Censo Escolar da Educação Básica
(BRASIL/MEC/INEP 2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
REFERÊNCIAS.
AFONSO, A.M.M. GONZALEZ. W.R.C. Educação Profissional e Tecnológica: análise e
perspectivas da LDB/1996 À CONAE 2014.2016. Ensaio: Avaliação e Políticas
Públicas em Educação. vol.24, n.92, 2016. Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v24n92/1809-4465-ensaio-24-92-0719.pdf > Acesso
em: 25 jun. 2018.