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O nacionalismo produziu pelo menos uma força revolucionária tão grande quanto
qualquer movimento baseado em descontentamento social ou econômico. Claro que
quando o descontentamento acerca da supressão da identidade nacional é combinado
com revés socioeconômico, então forças emotivas peculiarmente poderosas podem mui-
to bem ser liberadas. A luta por independência nacional, quer aliada ou não a clamores
por justiça social, impõe desafios ideológicos aos rebeldes que os conduzem ao caminho
para declarar e justificar seu clamor por emancipação ou independência.
como quando a França ajudou os americanos contra a lnglaterra após !777, mas com
Írequência a opinião pública é um ator independente, mesmo quando incitando ação
governamental. Por exemplo, a luta pela independência grega na década de 1820 teria
sido ainda mais difícil se a lembrança da Grécia clássica não fosse tão forte entre as eli-
tes cultas da Europa 0cidental, que identificavam os gregos modernos que combatiam
os turcos com os antigos gregos em guerra com Xerxes, o déspota da Pérsia. (Claro que
críticos dos preconceitos "orientalistas" do Ocidente não poderiam ajudar assinalando
que alguns combatentes da liberdade, como os gregos, eram vistos com mais simpatia
por causa do seu cristianismo e cultura antiga do que povos mais estranhos que care-
ciam de etiqueta de identificação fácil para plateias ocidentais.)
Até mesmo o Exército francês descobriu que novas tecnologias da mídia, como rá-
dio transistor e relatos tnstantâneos de atrocidades solapavam o apoio doméstico à sua
guerra para manter a Argélia sob domínio francês (1954-1962). O papel da mídia em
fornecer notícias e relatos vividos e imagens angustiantes da guerra do Vietnã nos anos
1960 e 1970 é muito debatido, mas pouca dúvida existe de que o movimento antibé-
lico nos campiuniversitários e em muitas partes dos Estados Unidos nunca teriam se
tornado tão eloquentes e intensos se não tivessem existido as imagens do que estava
acontecendo no Sudeste asiático após 1965 e do papel militar dos Estados Unidos.
A tóGrcA DA REvÍlLuçÃÍl
no, eles deram um suspiro de alívio quando ouviram o secretário de Defesa dos Estados
Unidos dizer que seu objetivo era infligir um nível "inaceitável" de baixas sobre eles.
Deram-se conta de que os americanos tinham um limite de quantos soldados mais iriam
sacrificar, e Ho Chi Minh e Giap apostaram que era um limite mais baixo do que o deles.
IEALDAI)E TRIBAT
Nem toda luta de libertação nacional é apoiada pela população. Em algumas socie-
dades, um grupo religioso étnico pode não gostar de seus governantes ou da maioria
Iocal, mas pode ser ambivalente acerca da violência como um meio de libertação, Tanto
no território basco quanto na lrlanda do Norte, na Espanha e na Grã-Bretanha contem-
porâneos, muitos querem autogoverno ou independência e estão desconfiados do que
consideram como um governo central colonial ou estrangeiro. Todavia, o número dos que
apoiam grupos terroristas como o ETA basco ou as diversas facções do IRA na lrlanda é
muito menor do que o elemento nacionalista da população em geral. O problema para
até mesmo países democráticos como Espanha ou Grã-Bretanha é que, embora mui-
tos cidadãos comuns não participassem da "luta de libertação" ou do terrorismo, eles
também não denunciavam aqueles que o faziam. Esta má vontade em colaborar com a
polícia não se baseia somente no temor de represálias, mas sim no resíduo poderoso de
identidade partilhada com os grupos clandestinos adversários do estado.
Quer descartada como "tribalismo", quer louvada como "patriotismo", a força das
identidades grupais é um dos fatores cruciais subjacentes no ressurgimento dos movi-
mentos de libertação nacional. Aqueles que descartam tais identidades estão alienados
de sua própria lealdade tribal, que parece inquestionavelmente normal.