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CURITIBA
2011
1
Dimas Isac de Souza Junior
CURITIBA
2011
2
TERMO DE APROVAÇÃO
Paraná
Orientador:
Banca examinadora:
3
DEDICATÓRIA
Thallyta Amato
dedico
4
AGRADECIMENTOS
pais; Dimas Izac de Souza e Marilda V. dos Reis, irmã e familiares não só por
essa conquista mas por tudo que já fizeram e continuam fazendo por mim.
Maria Josefa.
Guilherme, Kelsons.
5
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS................................................................................. 8
LISTA DE FIGURAS.................................................................................. 9
RESUMO................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO.............................................................................. 11
1.1 OBJETIVOS GERAIS..................................................................... 11
2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO..................................... 12
3 AVICULTURA NO BRASIL........................................................... 15
3.1 A CRIAÇÃO DE FRANGO CAIPIRA............................................. 16
4 IMPLANTAÇÃO DO PROJETO “FRANGO CAIPIRA VALE DO
RIBEIRA” – ESTÁGIO.................................................................. 19
4.1 ESCOLHA DA ATIVIDADE............................................................ 19
4.2 ESCOLHA DA RAÇA..................................................................... 19
4.3 SELEÇÃO DAS FAMÍLIAS............................................................. 23
4.4 OBTENÇÃO DO FINANCIAMENTO.............................................. 23
4.5 COMPRA DO MATERIAL E INSUMOS......................................... 24
4.6 CONSTRUÇÕES DOS AVIÁRIOS................................................. 25
ZOOTÉCNICOS............................................................................. 32
4.8.1 Sanidade........................................................................................ 33
4.8.2 Análise do ganho de peso e peso final.......................................... 35
4.9 ALIMENTAÇÃO............................................................................. 38
4.9.1 Forma de arraçoamento................................................................. 40
4.9.2 Apresentação e acondicionamento dos alimentos......................... 40
4.9.3 Importância da água na alimentação das aves.............................. 41
4.9.4 Tipos de alimentos......................................................................... 41
4.9.5 Aditivos ......................................................................................... 43
4.9.6 A estrutura para o preparo das rações.......................................... 44
4.9.7 O preparo das rações.................................................................... 45
4.9.8 Alimentos alternativos ................................................................... 46
4.9.9 Inclusão das plantas forrageiras e frutos na alimentação de
frangos caipiras.............................................................................. 47
4.9.1 Manejo nutricional.......................................................................... 49
0
5 ABATE........................................................................................... 51
6 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDAES DESENVOLVIDAS
6
6.3 PREPARO PARA O POVOAMENTO............................................ 53
6.4 PESAGEM DOS LOTES................................................................ 53
6.5 APANHA PARA O ABATE............................................................. 53
7 COMERCIALIZAÇÕES DOS PRODUTOS................................... 54
7.1 APRESENTAÇÃO E QUALIDADE................................................ 54
7.2 AVALIAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS.. 55
7.2.1 Carne............................................................................................. 55
8 CONCLUSÃO................................................................................ 57
REFERÊNCIAS........................................................................................... 59
ANEXOS..................................................................................................... 62
LISTA DE TABELAS
ESTÁGIO............................................................................ 36
TABELA 3 MÉDIAS DAS PESAGENS NAS IDADES DE 6, 10 E 12
SEMANAS E DESVIO-PADRÃO......................................... 37
TABELA 4 NECESSIDADES NUTRICIONAIS DO FRANGO CAIPIRA
7
LISTAS DE FIGURAS
PR
8
RESUMO
O objetivo deste trabalho é relatar as atividades desenvolvidas durante o
estágio curricular de Dimas Isac de Souza Jr., realizado em Bocaiúva do Sul,
no Projeto de Implantação da Criação de Frango Caipira, no período de 14 de
Fevereiro a 20 de Maio de 2011, realizando as seguintes atividades: Cadastro
de produtores, orientação de manejo, acompanhamento sanitário,
acompanhamento da recria, acompanhamento da apanha, transporte e abate.
O plantel atendido foi de 16.000 frangos em 14 propriedades. Este sistema
demonstrou ótimos resultados técnicos e econômicos resultando em uma
importante alternativa viável para geração de renda das pequenas
propriedades da região, possibilitando a sua inserção em um mercado
promissor.
9
1- INTRODUÇÃO
10
2- LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
montanhoso. Os principais cursos d’água do Município são o Rio Capivari, Rio dos
Patos, Rio dos Patinhos, Rio Marrecas, Lajeado Cerro Lindo e Córrego Pau-de-
Sangue. São todos afluentes do Rio Capivari, formando parte do lado esquerdo da
abundantes, sendo fontes, córregos, riachos, etc., que são utilizados para
muitas jazidas minerais, tais como: calcário, mármore, granito e caulim, que já
unidade são inaptas para a agricultura. Acha-se em sua maior parte com
nutrientes.
11
O Município de Bocaiúva do Sul é um dos poucos da região
nativa.
da casa, também auxilia na roça, fazendo quase todo tipo de serviço mais
últimos anos, tendo surgido outras atividades que são mais interessantes do
12
habitantes, vivendo 5.522 habitantes na área rural e 3.525 habitantes na área
Urbana.
famílias que aderiram ao programa, a geração de uma renda extra que servirá
povoamento;
-Acompanhamento sanitário;
13
3- A AVICULTURA NO BRASIL
mais tarde, nos anos 70, na Região Sul. Com a grande produção de grãos nos
superando os 9,348 milhões alcançados em 2005. Por outro lado, esses dados
uma vez que exporta anualmente cerca de 3.040 toneladas de carne de frango,
nacional. O consumo anual de ovos "in natura" é de 141 ovos enquanto que no
México se consomem mais de 360 unidades, seguido pelo Japão (347) e China
(310). Vale salientar que o México é o sexto maior produtor mundial de ovos e
14
dos principais pratos típicos chega a ser elevado devido a pouca
25% menor do que das granjas orgânicas. Nesse caso é importante ressaltar
que a genética do frango caipira ainda não se permite ter uma poedeira
serem incubados.
contabilizado todos seus custos e receitas, mesmo que isso ocorra de forma
bem simples.
gerando renda.
15
uma vez que pode ser criada com o uso racional dos recursos naturais
16
naturais renováveis, o que indiscutivelmente o torna agro ecologicamente
correta.
ser realizadas de forma coletiva nos dois casos. Nos segmentos que tratam de
17
4- IMPLANTAÇÃO DO PROJETO “FRANGO CAIPIRA VALE DO
RIBEIRA” – ESTÁGIO
sabor da carne e ovos, tem-se a raça Frango Caipira “Label Rouge”, também
18
planeta, com mais de 24 bilhões de cabeças (FUMIHITO et al., 1996;
PERRINS, 2003).
local.
19
A espécie escolhida para a implantação do Projeto no município de
Bocaiúva do Sul foi o Frango Orgânico Pescoço Pelado produto que demanda
linhagem com dupla aptidão (produção de carne e ovos) foi trazida para o
Brasil e se adaptou muito bem, graças ao nosso clima tropical. Essas aves
caipiras.
20
TABELA 1- POTENCIAL GENÉTICO DA RAÇA LABEL ROUGE
IDADE SEMANAS
PESO VIVO (g)
CONVERSÃO ALIMENTAR
01
0.11
02
0.23
03
0.35
1.40
04
0.52
1.60
05
0.75
1.5
06
1.00
1.90
07
1.30
2.05
08
1.60
2.15
09
1.92
21
2.27
10
2.20
2.38
11
2.45
2.49
12
2.70
2.60
13
2.92
2.66
14
3.10
2.71
15
3.25
2.83
16
3.40
2.90
17
3.55
2.98
22
Esta etapa foi fundamental para o sucesso do projeto, pois nela foi
atendidos:
23
- Estar aderida ao PROGER, programa do Governo Federal que
pelo INSS.
crédito financiado pelo Banco do Brasil, sendo esta linha de crédito o DRS –
total de 10 mil reais, com prazo de dez anos para pagar, juros de 2% ao ano e
uma carência de dois anos, do total do crédito foi destinado: 5 mil reais para os
campândulas e pintos.
desde materiais para construção dos galpões a insumos para a criação das
24
Todos os pintos ficaram alojados até o décimo quarto dia em apenas
de forma que, os pintos foram alojados coletivamente até o décimo quarto dia
economizar com mais essa despesa que seria indispensável para o andamento
25
aviário se coloque em posição posterior a casa do criador, pois isso evitará a
26
preferência frutíferas ou outras árvores de interesse do criador e que não
composto de rodapé (30 cm) e área vazada (180 cm), limitada por tela de
duas águas, desde que os beirais impeçam a penetração de raios solares nas
mesma finalidade, poderão ser usadas cortinas, desde que não escureçam o
27
interior das instalações. Em média, os beirais medem 60 centímetros e
8).
28
Figura 7: Pintos recém-nascidos
29
Figura 9: Área interna do aviário
278 aves, porém, esse número pode ser ampliado para cerca de 400 cabeças
madeira, capim seco triturado, casca de arroz etc. Esse substrato não pode ser
30
tóxico e nem provocar doenças respiratórias às aves, por excesso de pó, e tem
aves.
31
4.7- CAPACITAÇÕES DOS PRODUTORES
resultados.
32
forma terceirizada, no abatedouro Campo Novo, localizado na Cidade de
Campo Magro-PR.
4.8.1- Sanidade
seus produtos.
desenvolvimento da atividade.
(aves mortas, cama, restos de ração etc.) são as principais medidas que
33
rendimento de carcaça etc.), mas também o efeito negativo sobre a demanda e
Marek, não sendo feito nem um outro manejo vacinal, sendo que na região o
estabelecidos e implementados.
(Caesalpinia ferrea), o alho (Allium sativum L.) e o limão (Citrus limon), para
34
35
36
4.8.2- Análise do ganho de peso e peso final
produtores.
37
TABELA 2: PESAGENS REALIZADAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO.
PROPRIETÁRIO
IDADE DAS AVES
(semanas)
PESO (kg)
A
6
10
12
1,592
2,565
3,000
B
6
10
12
1,456
2,340
2,990
C
6
10
12
1,770
2,500
2,790
D
6
10
12
1,432
2,290
3,200
E
6
10
12
1,380
2,510
2,790
F
6
10
12
1,528
2,560
3,150
G
6
38
10
12
1,670
2,080
2,700
H
6
10
12
1,690
2,430
3,035
I
6
10
12
1,350
1,885
2,780
a...i: produtores
Ganho de peso médio:
Período da 6ª a 10ª semana: 215 g/semana
Período da 10ª a 12ª semana: 227 g/semana
E DESVIO-PADRÃO.
IDADES
(semanas)
DESVIO-PADRÃO
1,57525
0,146221
39
10
2,35111
0,23378
12
2,88277
0,228215
2,5
2
1,5
1
6 10 12
idade (semanas)
a b c d e f g h i Linear (e)
40
a...i: produtores
suas aves semelhante aos demais até a 10ª semana, porém na 12ª semana os
pesos foram os menores se comparados aos outros produtores. Este fato foi
aos outros. Isso foi devido a alguns fatores como por exemplo: umidade da
41
cama, manejo errado das cortinas, e no recebimento dos pintinhos não houve
desempenho do lote.
4.9- ALIMENTAÇÃO
potencial nutritivo que se tem em cada ecossistema, grãos, folhas, frutos etc.,
1 Antibiótico: É nome genérico dado a uma substância que tem capacidade de interagir com
micro-organismos unicelulares ou pluricelulares que causam infecções no organismo.
2 Hormônio: É uma substância química específica fabricada pelo sistema endócrino ou por
neurônios altamente especializados.
42
ofertá-los às aves de acordo com as necessidades e peculiaridades de cada
fase de criação.
A grande maioria dos produtos que compõem a dieta dos frangos caipira
variedade e idade).
reprodução é a que merece mais atenção do criador, uma vez que o sucesso
43
digestivo imaturo. O consumo observado nessa fase de criação é de
por ave para recria e engorda, respectivamente. Vários alimentos podem ser
44
O fornecimento de água para as aves deve ser feito em quantidade
dobro da ração fornecida. A água de boa qualidade deve ser incolor, sem sabor,
baixo tanino, o trigo integral, o trigo mourisco, o triguilho etc., mas só são
45
apesar de possuírem energia metabolizável acima de 2.600 kcal/kg, têm teor
Outro grupo de alimentos que tem alta fibra bruta (acima de 10 %), baixa
percentagem de proteína bruta (maior que 17 %), tais como o feno moído de
de origem animal (de penas, vísceras e sangue), a soja cozida seca, a soja
de alimento). Tais alimentos são usados como opções de ajuste nas dietas das
aves.
absorção de nutrientes das aves. Tal função fica a cargo dos minerais como o
46
bicálcico, fosfato monoamônio, farinha de ossos calcinada, farinha de ostras e
sal comum.
4.9.5- Aditivos
sejam inseridos como aglutinantes das partículas aditivos como o óleo e açúcar
47
pela execução da atividade deve dominar os cálculos matemáticos para
econômica.
48
aves e assim evitar o aumento do custo com alimentação e o surgimento de
49
TABELA 4: NECESSIDADES NUTRICIONAIS DO FRANGO CAIPIRA DE
1: Proteína Bruta
2: Energia metabolizável
3: fósforo disponível
Fonte: Embrapa, 2010
Além dos grãos de milho moído e do farelo de soja, que são os mais
absorção de nutrientes.
50
A alimentação alternativa usada no projeto foi casquinha de soja, rolão
Caipira
partes mais tenras das plantas, nos frutos e nos restos de colheita e de
partes das folhas de inúmeras plantas são selecionados e ingeridos pelas aves,
precisam ter elevado valor nutritivo, baixo teor de fibra e alta digestibilidade.
51
Mesmo quando alimentadas com plantas de elevada qualidade, as aves,
dieta com ração balanceada. O valor nutricional varia entre diferentes plantas e
considerada (folhas, ramos e frutos) e da sua idade. Folhas tenras são mais
frutos como a abóbora (Cucurbita pepo L.), mamão (Carica papaya L.), banana
hortaliças.
nativas ou cultivadas. Nessas áreas, além de ingerir as partes mais tenras das
raízes firmes, difíceis de serem arrancadas pelas aves. As partes mais tenras
52
Figura 13 Piquete composto por vegetação nativa.
a ração foi fornecida aos frangos à vontade durante a fase de cria, na fase de
53
FASE A- Cria
FASE B- Recria
propriedade.
FASE C- Engorda
propriedade. Nessa fase a partir do 75° dia foi fornecido as aves apenas 100g
IDADE (dias)
01
40
10
120
24,5
22
325
40,2
54
30
510
51,5
37
738
77,1
45
1007
91,2
57
1465
98,1
64
1720
110,0
80
2250
100,0
• A partir do 75° dia foi feita uma restrição alimentar fornecendo apenas 100g de ração
por ave por dia e verde, rolão de milho, casquinha de soja e aboboras a vontade.
5- ABATE
55
6- DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
e como deveria ser implantado. A segunda etapa foi a reunião, a inscrição dos
propriedades.
bebedouros e comedouros.
56
6.3- PREPARO PARA O POVOAMENTO
No dia da chegada dos pintinhos, foi feita a pesagem das caixas com os
pintinhos, para termos o peso inicial do lote, e foram feitas todas as anotações
total, ate o dia do abate aos 90 dias. A pesagem é feita para uma possível
dorso e colocando calmamente nas caixas, para que não haja lesões e
57
7- COMERCIALIZAÇÕES DOS PRODUTOS
levá-las à morte.
58
7.2- AVALIAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS
7.2.1- Carne
lipídios. O frango tem uma carne bastante rica em ferro e nas vitaminas do
claro). A pele é rica em colesterol e seu consumo deve ser limitado (FERREIRA
et al., 1999).
gordura (GALVÃO, 1992). A carne do peito é bem mais magra, com cerca de
gordura.
eviscerada inteira, isto é, com patas, pescoço e cabeça, ou então, o que é mais
59
Em valores absolutos, os machos são mais pesados que as fêmeas,
disposta nos seus cortes mais nobres como o frango de corte de criações
60
8- CONCLUSÃO
Sul.
jovens no trato com as aves e necessita de pequenas áreas de terra para sua
comunicação entre eles, uma vez que o telefone rural não funciona nas
desta fase inicial do projeto, uso de alimentos alternativos como rolão de milho,
61
casquinha de soja, abóboras restos de frutas e hortaliças, o que pode baixar o
Para que esse objetivo seja atingido toda a forma de alimentação, desde
REFERÊNCIAS
62
composição corporal de frangos naturalizados submetidos a sistema
alternativo de criação. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, 6., 2005, Teresina. Anais... Teresina:
UESPI, 2005. p. 214-214.
FUMIHITO A.; MYIAKE, T.; TAKADA, M.; SHINGU, R.; ENDO, T.; GOJOROBI,
T.; KONDO, N.; OHNO, S. Monophyletic orign and unique dispersal
patterns of domestic fowls. Proceedings of the National Academy of
Sciences, Washington, v. 93, n. 13, p. 6792-6795, 1996.
63
RAMOS, G. M.; GIRÃO, E. S.; AZEVEDO, J. N. de; BARBOSA, F. J. V.;
MEDEIROS, L. P.; LEAL, T. M.; SAGRILO, E.; ARAÚJO NETO, R. B. de.
Modelo de desenvolvimento sustentável para o Meio-Norte do Brasil:
sistema regeneração de agricultura familiar. Teresina: Embrapa Meio-Norte,
2001. 73 p. (Embrapa Meio-Norte. Circular Técnica, 31).
64
ANEXO A
65
ANEXO B
Produção sustentável
A produção sustentável preconizada atualmente encontra-se vinculada a um
conceito filosófico do desenvolvimento da cadeia produtiva, onde o conceito de
orgânicos não se restringe apenas a de "produto livre de química, pesticidas,
hormônios, antibióticos, radiação e outros tratamentos feitos e produzidos pelo
homem" mas busca o tratamento das pessoas, animais e do meio ambiente
como fatores determinantes para sua certificação e aceitação junto ao
consumidor final (LIU, 2009).
Considera-se que existe um aumento de 30% ao ano na busca por produtos
oriundos da produção sustentável e os principais países produtores são a
Austrália, Argentina, Brasil, Estados Unidos e China, nesta ordem.
Os principais aspectos dos produtos ditos orgânicos estão relacionados a
(GLOBALGAP, 2009) - Produção Integrada (Integrated Crop Management),
sistema de produção que atinge as necessidades de sustentabilidade a longo
prazo, considerando toda a unidade de produção, com respeito pelo ambiente,
adaptando as condições de solo, climáticas e econômicas e, - Proteção
Integrada (Integrated Pest Management), cujo objetivo é a avaliação de todas
as técnicas disponíveis de controle sanitário e a integração de medidas de
controle fitofarmacêutico em níveis economicamente justificáveis com redução
ou minimização dos riscos para a saúde humana e ambiente.
Deseja-se um desenvolvimento de uma produção saudável com a menor
interferência possível com os ecossistemas agrícolas e o uso de mecanismos
de controles naturais ou não químicos.
As diversas denominações como agricultura orgânica, agroecologia e
agricultura biodinâmica, significam formas sustentáveis de exploração da
66
propriedade. São baseadas no uso mínimo de insumos externos e em métodos
que recuperam, mantém e promovem a preservação ambiental, através de
práticas como rotação de cultura, adubação orgânica, sementes de variedades,
uso de defensivos naturais, uso de biofertilizantes e isolamento da área contra
contaminações externas, e no caso de produção animal, enfatizando os
aspectos de bem-estar animal e métodos de manejo e curativos que
dispensam tratamentos químicos (Guarienti et. al, 2004).
Para a denominação de um sistema de produção como orgânico, não
basta somente ocorrer troca de insumos “sintéticos” por insumos
orgânicobiológicos/ ecológicos. Existe uma série de procedimentos para que
uma unidade de produção seja considerada orgânica, desde a seleção de
animais adaptados, alimentação, instalações, manejo e sanidade, e estão
regulamentados no Brasil pela Lei 10831 (Brasil, 2003) e Instrução normativa -
IN 64 (Brasil, 2008). As normas e os padrões para a certificação orgânica
internacional são desenvolvidos pela International Federation of the Organic
Movement (IFOAM, 2002) e pelo Codex Alimentarius (FAO/OMS, 2001). A
IFOAM é reconhecida pela International Organization for Standardization (ISO)
e seus padrões são usados pelas agências certificadoras para estabelecimento
de seus próprios padrões de certificação. As normas do Codex Alimentarius
são a base para as regulamentações governamentais de cada país.
Também, segundo Neves (2009), o programa Mercado Justo (ou Fair
Trade) objetiva divulgar as melhores estratégias para o acesso aos mercados e
as condições comerciais para os produtores familiares e trabalhadores rurais,
sendo que as normas de certificação são estabelecidas pela Fairtrade
Labelling Organizations International.
Assim sendo, a propriedade deve manter um controle integrado e
sustentável da produção.
Alimentação
No que diz respeito à alimentação, deve ser equilibrada e suprir todas as
necessidades dos animais. Para os ruminantes, o consórcio de gramíneas e
leguminosas na pastagem é recomendado e é exigida a diversificação de
espécies vegetais. Sugere-se a implantação de sistemas silvipastoris, nos
quais árvores e arbustos estejam associados a pastagens, ou ainda sistemas
67
rotativos alternando-se pastejos e lavouras. Incentiva-se também a introdução
de bancos de proteínas e cercas vivas. Suplementos devem ser isentos de
antibióticos, hormônios e vermífugos. São proibidos aditivos, promotores de
crescimento, estimulantes de apetite, uréia, etc.
O uso de probióticos é permitido e traz grandes benefícios de ordem
sanitária. As bactérias acido-lácticas (BAL) sob condições normais, não
causam patogêneses e inflamações, contribuiem com a homeostasia e
funcionamento do organismo, manutenção de uma camada que funciona como
barreira à colonização intestinal por patógenos, e ajudam a digestão e
assimilação de nutrientes. A utilização de pré e probiótico ou imunosuplemento,
pode inibir microrganismos intestinais patogênicos ou tornar o indivíduo mais
resistente a eles. A ação de probióticos ocorre não somente no intestino, como
também em outros órgãos, pelo estímulo do sistema imune. Ciffoni et al (2005)
Avaliaram a ação de uma cepa de BAL sobre a prevalência de parasitos
intestinais e desenvolvimento (ganho de peso, consumo de alimento e
aspectos clínicos) em cabritos que receberam a cepa e observaram que
tiveram ligeiro aumento no hematócrito e na contagem de eritrócitos, presença
de ovos de estrongíleos e oocistos de Eimeria sp. Cerca e 50% menor do que
no grupo controle, e peso corporal ligeiramente superior.
68