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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Disciplina: Tópicos Especiais em Educação: Políticas Públicas e Educação.
TÍTULO
RESUMO
PALAVRAS CHAVES
INTRODUÇÃO.
Destaca-se que o processo de escolarização das pessoas em situação de deficiência se
desenvolveu, em grande parte, em instituições privadas de caráter assistencial e a
educação para o trabalho, por sua vez, consistia basicamente em treinamento para tarefas
específicas sem a possibilidade de habilitações mais complexas
EDUCAÇÃO TRABALHO E CIDADANIA
Para tanto, partiremos do contexto atual no qual se configuram as relações que permeiam
a educação, fortemente influenciado pelas políticas neoliberais. Essas políticas
caracterizam-se por defender a absoluta liberdade de mercado e pela alta restrição à
intervenção estatal sobre a economia. Esses processos resultam diversos em ajustes
estruturais, tais como as privatizações, a fragmentação das políticas estatais.
É uma sociedade na qual as leis sempre foram armas para preservar privilégios
e o melhor instrumento para a repressão e a opressão, jamais definindo direitos
Complementando a ideia de Chauí (20XX), pode-se citar a análise que Paulo Freire faz
do assistencialismo. Segundo o autor, o assistencialismo “faz de quem recebe a
assistência um objeto passivo, sem possibilidade de participar do processo de sua própria
recuperação”. (FREIRE, 1999, p. 56). Em outras palavras, é retirada do homem a
possibilidade de tomar decisões, de lutar pelos seus direitos.
Daí decorre a importância de uma educação que propicie a “reflexão sobre si mesmo,
sobre seu tempo, sobre suas responsabilidades” indispensáveis a sua humanização.
(FREIRE, 1999, P. 56).
Nessa linha de pensamento, Rordrigues (2001) afirma que a educação tem papel
fundamental nesse processo de humanização do indivíduo, pois o homem não se constitui
como homem ao nascer. É necessário um processo educativo intencional e externo que o
transforme de homem biológico para Ser Humano. A formação humana deve capacitar
intelectual e materialmente para atuar de forma consciente na transformação e
conservação do mundo humano e dessa forma tornar-se cidadão. O exercício da
cidadania, por sua vez, “pressupõe a liberdade, a autonomia e a responsabilidade”
(RODRIGUES 2001, p. 236).
Segundo Bobbio (1992) os direitos humanos são direitos históricos que nasceram com os
jusnaturalistas e após, foi estendido para as constituições dos Estados Liberais. Todavia, o
autor afirma que o desenvolvimento que somente a após a Segunda Guerra Mundial é que
direitos humanos se tornaram um problema internacional passando a ser tratados por
todos os povos.
Educação Especial e Educação Inclusiva são expressões que têm sido empregadas
indistintamente para se referir à educação de estudantes em situação de deficiência. No
entanto cabe distinção entre os dois termos.
A Educação Especial
As primeiras iniciativas oficiais de institucionalização da Educação Especial no Brasil
datam da segunda metade do século XIX e se deu dentro de um contexto de pouca
atenção à educação pública em geral. Nesse sentido, o Brasil imperial, de mão de obra
escrava, apoiada no setor rural e iletrada, a educação popular só passou a ser preocupação
das elites dominantes tardiamente quando foi considerada necessária para
instrumentalizar de forma adequada a mão de obra (KASSAR, 2011, JANNUZZI, 2004).
A história mostra que até meados da metade do século XX, a educação das pessoas em
situação de deficiência era tratada como um problema de doença ou de marginalidade.
Segundo Kassar (2012, p. 835), na década de 1930 era possível perceber na legislação de
vários estados brasileiros uma “tênue distinção entre marginalidade, pobreza e
deficiência”. A autora afirma ainda, que nesse período os serviços de higienes de
diferentes estados, tendo como base a visão médica e psicopedagógico, passaram a
classificar os alunos em “normais” e “anormais” o que consistia em um verdadeiro
“processo de patologização escolar” (KASSAR, 2012, 836).
Após a segunda metade do século XX, a Educação Especial passa a se configurar nas
políticas públicas nacionais como reflexo de movimentos ligados às pessoas com
deficiência e também pela formalização dos direitos humanos e sociais através da
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. (KASSAR, 2012).
A partir da década de 1970, o Brasil passa por mudanças políticas e ideológicas para se
adaptar às novas exigências do capitalismo internacional. Nesse contexto, a concepção de
educação passa a se vincular ao desenvolvimento econômico do país ao constituir-se
como importante formadora da força de trabalho. Com relação à educação das pessoas em
situação de deficiência, as políticas enfatizam a necessidade de capacitar essas pessoas
para torna-las útil para a sociedade (JANNUZZI, 2004).
É possível observar nos artigos citados que a educação escolar é um direito de todos e
deve preparar para o exercício da cidadania e a preparação para o mundo do trabalho,
além de vincular-se às práticas sociais visando o pleno desenvolvimento da pessoa
humana.
Segundo Bobbio (1992) os direitos humanos são direitos históricos que nasceram com os
jusnaturalistas e após, foi estendido para as constituições dos Estados Liberais. Todavia, o
autor afirma que o desenvolvimento que somente a após a Segunda Guerra Mundial é que
direitos humanos se tornaram um problema internacional passando a ser tratados por
todos os povos.
Por outro lado, ao conceber o trabalho como via de inclusão social e de satisfação para a
vida das pessoas com deficiência, a educação profissional pode significar uma via de
formação e humanização, ainda que imersa em um cenário de contradições sociais
(FOGLI, 2010), pois, além da aprendizagem de habilidades técnicas e operacionais
específicas para o desempenho de determinada função, pode propiciar a essas pessoas o
acesso ao conhecimento sobre seus direitos e deveres. Através dessa concepção, a
educação profissional pode ser uma via potencializadora da autonomia do sujeito com
deficiência, tomando em consideração as possibilidades e limitações para o exercício de
sua autonomia, em uma sociedade capitalista.
Tendo em vista o pressuposto de que o trabalho é uma atividade humanizadora, pela qual
o homem constrói relações sociais e satisfaz suas necessidades (econômicas, sociais,
psicológicas etc.), a educação profissional não deve ser reduzida ao ensino de habilidade
ou técnicas específicas, ou mesmo ao ensino de comportamentos adequados e menos
desviantes para as pessoas com deficiência, mas, principalmente, deve visar à formação
do homem para o mundo do trabalho, com as diversas relações que se travam nele, para
que tenha conhecimento de seus direitos e deveres e possa se mobilizar e atuar por
mudanças.