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2017/1 Acidentes na Infância – Pediatria – Habilidades Médicas III 1

HABILIDADES CLÍNICAS III


PEDIATRIA – ACIDENTES NA INFÂNCIA

 Transporte Seguro de Bebês e Crianças em Viagens de Avião


As crianças, principalmente os bebês menores de dois anos de idade, são os passageiros cuja segurança é
mais negligenciada nas viagens de avião. Há evidências científicas de que num desastre aéreo o risco de traumatismo
grave e morte de crianças conduzidas no colo chaga a ser dez vezes maior do que o de um passageiro com cinto de
segurança. Em caso de turbulência, situação em que as companhias aéreas costumam exigir o afivelamento do cinto
de segurança de todos os passageiros, crianças conduzidas no colo têm risco muito grande de traumatismo grave e
até morte.
Especialistas em segurança recomendam que todas as companhias aéreas sejam obrigadas a transportar
cada passageiro no seu próprio assento, independentemente da idade, e exijam o uso de dispositivo restritivo nas
decolagens, pousos e situações de turbulência. Quanto ao dispositivo restritivo, o cinto de segurança regular da
aeronave pode ser usado por passageiros que tenham peso superior a 20 kg (em torno dos cinco anos de idade);
crianças entre 10 e 20 kg de peso devem ser colocadas num assento de segurança aprovado para uso em automóveis
e aviões, com selo indicativo, fixado com o cinto do assento da aeronave e voltado para a frente; bebês de menos de
1 ano de idade e 10 kg de peso devem ser colocados num assento de segurança do tipo bebê- conforto, também
aprovado para uso em automóveis e aviões, com selo indicativo, fixado com o cinto do assento da aeronave e
voltado para trás. A partir de 2006, está disponível um dispositivo restritivo simples, aprovado em testes de
segurança para uso somente em aeronaves, que é uma alternativa para crianças entre 10 e 20 kg, que consiste em
quatro cintos de fixação apropriados para criança, que prendem a uma faixa transversal e ao cinto da aeronave (ver
figura ao lado), e que tem a marca registrada AmSafe Aviation CARES ® (http://bit.ly/amsafecares).
Quaisquer outros dispositivos de segurança são contraindicados, incluindo os do tipo colete, bem como
extensões de correias para incorporar aos pais ou ao cinto de segurança dos pais e qualquer dispositivo que
posicione a criança no colo ou no peito de um adulto.
Entretanto, nos Estados Unidos, a Administração Federal de Aviação até o momento se recusa a adotar a
obrigatoriedade do uso de assentos de segurança infantis nos voos, com o argumento de que muitos pais se
recusariam a pagar o preço de um bilhete extra e optariam por viajar de automóvel, o que naturalmente causaria um
número muito maior de mortes e traumatismos de crianças no trânsito. Em todo caso, apesar de não exigir,
recomenda fortemente que os pais levem seus filhos nos assentos de segurança apropriados para cada faixa de
idade, embora permita que bebês menores de dois anos sejam levados no colo, sem a aquisição de um bilhete.
No Brasil, não só não existe qualquer tipo de regulamentação, como há companhias aéreas que, mesmo que
os pais paguem um bilhete especial para que seu bebê menor de dois anos possa viajar no seu assento, obrigam-nos
a manter a criança no colo durante a decolagem e o pouso!
O Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças de qualquer
idade viagem de avião num assento individual, acomodadas da mesma maneira como nas viagens de automóvel.
Assim, bebês menores de 1 ano e 10 kg devem ir num assento de segurança tipo bebê-conforto, voltado para trás;
crianças entre 10 e 20 kg devem ir num assento de segurança voltado para a frente; crianças com mais de 20 kg, em
torno de cinco anos, podem usar o cinto de segurança regular da aeronave.
Os pais devem se assegurar que a criança tenha direito a um assento próprio, o que atualmente significa
pagar por um bilhete integral, embora algumas companhias ofereçam preços especiais para crianças abaixo de 12
anos. Alternativamente, os pais podem fazer contato prévio com a companhia aérea, indagar sobre a sua política
acerca do uso de assentos não ocupados e combinar sobre a possibilidade de instalar o assento de segurança da
criança num desses.

 Acidentes por Submersão – afogamentos


O acidente por submersão, conhecido como afogamentos, dentre as causas externas é um dos principais
responsáveis por óbitos em menores que quatro anos de idade no país. Nesta faixa etária a maioria dos acidentes
ocorre no domicílio, e na medida em que a criança cresce o local de ocorrência passa a ser fora do domicílio.
2 Habilidades Médicas III – Semiologia do Adulto – Dispneia 2017/1

Ao contrário do que se imagina, o acidente ocorre de forma silenciosa. A cena da vítima debatendo-se na
água e gritando por socorro é pouco descrita por testemunhas de afogamentos.
Deve ser lembrado que além do fato da morte, grande parte dos sobreviventes apresenta seqüelas
neurológicas graves e irreversíveis, fazendo com que a prevenção seja a melhor estratégia na abordagem do
acidente por submersão.
Recomendações em relação à criança e ao adolescente:
Crianças menores que 4 anos de idade devem ser afastadas de qualquer reservatório de líquidos (baldes,
banheiras, vaso sanitário, tanques e piscinas) que deverão ser esvaziados após uso. Nesta mesma faixa etária aulas
de natação não são a prova de submersão e nunca deverão permanecer sozinhas na banheira. A criança maior deve
aprender a nadar e conhecer regras de segurança de piscinas, assim como, de parques e esportes aquáticos. Sempre
deverão ser educados a evitar brincadeiras agressivas à beira de piscinas, lagos e rios. Nunca ingerirem álcool e/ou
drogas. Devem ler e respeitar avisos de segurança em locais públicos como praias. Nunca desafiar seus próprios
limites.
Recomendações em relação ao local do evento:
Em praias procurar locais onde haja salva-vidas, e não mergulhar em águas turvas; procurar nadar longe de
cais, embarcações, rochas e correntezas. Em lagoas e represas geralmente se desconhece sua profundidade e
eventuais buracos. Piscinas e similares devem ser adequadamente cercadas (1,5m de altura e espaço entre grades
menor ou igual a 12 cm) e de preferência com portão e tranca. A presença de brinquedos dentro da piscina é atrativa
que deve ser evitado. Lembrar ao construir sua piscina residencial que o objetivo é de lazer, não justificando grandes
profundidades. Todo construtor com responsabilidade conhece e tem normas técnicas de segurança a cumprir.
Regras gerais:
No banho de seu bebê tenha tudo em mãos (toalha, sabonete, roupa) para não se ausentar do local. Em
passeios de barcos e afins use sempre o colete salva vidas que é mais seguro que flutuadores (boias de braço,
câmara de pneu, prancha). Procure esvaziar todos os reservatórios líquidos (baldes, piscinas de lona) ou tampá-los,
crianças pequenas podem se afogar em camadas líquidas de 5 cm. A presença de um adulto responsável sempre será
fundamental. Embora não se comprove a eficácia das lições de natação em prevenir afogamentos, todo esporte é
saudável e deve ser incentivado.

 Acidentes Domésticos
O acidente doméstico é aquele que ocorre no local onde habitamos ou em seu entorno.
Tipos de habitação: apartamento, casa térrea, sobrado de alvenaria ou mesmo de madeira, entre outros.
O ambiente doméstico geralmente é constituído por: cozinha, lavanderia, despensa, banheiro, sala de
refeições, sala de visitas, quartos, quintal, jardim, garagem e escadas. Ao se considerar apartamento, acrescenta-se
escadas e elevadores.
Os locais de maior risco são: cozinha, banheiro, escada, quintal, sala e quarto.
Vários fatores podem estar relacionados a uma frequência maior de traumas dentro de casa: pequenas
dimensões, iluminação deficiente, móveis ou objetos pontiagudos, piso escorregadio, tomadas elétricas sem
proteção (ou mal protegidas), ausência de proteção para a criança, como corrimão na escada, passadeira deslizante,
objetos que podem causar danos: martelo, serrote, alicate, furadeira, faca, espeto de churrasco, etc.
Fatores relacionados à ocorrência de acidentes:
 Idade: quanto menor a idade, maior deve ser a vigilância das crianças, a educação para prevenção deve
aumentar a medida de seu crescimento, mostrando os riscos e suas consequências. O papel dos pais é
fundamental, ao servirem de exemplo e darem as orientações.
 Escolaridade: as pessoas mais instruídas terão possibilidades maiores de prevenir os acidentes, assim
como cuidar da primeira assistência.
 Ambiente físico: casas em mau estado de conservação, pequenas, mal situadas, cômodos pequenos,
cozinhas apertadas, também pequenas, com mau estado da fiação, da tubulação, do gás, podem facilitar
os acidentes.
Para cada um dos cômodos do ambiente doméstico, dadas as suas peculiaridades, ocorrem alguns acidentes
com maior frequência. São considerados os locais de acidentes mais frequentes, por ordem decrescente: cozinha,
banheiro, corredor, escada, quarto e sala.
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É importante analisar, do ponto de vista da segurança, todos os cômodos em separado do ambiente


doméstico:
Cozinha
É o lugar mais perigoso para a criança porque é nela que ocorre a maioria das queimaduras, lesões cortantes,
lacerações e intoxicações, entre outros acidentes Principais medidas de segurança na cozinha:
 O bujão de gás deve estar do lado de fora.
 Tomadas elétricas devem estar protegidas e fios presos e recolhidos.
 Materiais de limpeza devem estar em suas embalagens originais e fora do alcance das crianças, em
armários altos e trancados.
 Utilizar os queimadores (bocas) do fogão de trás, cabos de panela devem estar virados para dentro e para
trás.
 Objetos cortantes devem ficar fora do alcance das crianças (facas, garfos, pratos e copos de vidro, saca
rolhas, espetos), em gavetas e armários com travas.
Banheiro:
É o segundo lugar mais perigoso da casa. Principais medidas de segurança:
 Armários contendo cosméticos, medicamentos, aparelhos elétricos devem ser mantidos trancados e longe
do alcance das crianças.
 Evitar deixar o piso molhado e usar tapetes antiderrapantes.
 Controlar o aquecedor se for a gás (manutenções periódicas), manter o banheiro bem ventilado.
 Não usar chave para ligar o chuveiro, se for elétrico. O indicado são disjuntores de 20 ou 30 Watts.
 A fiação deve estar em bom estado e presa no alto, as tomadas elétricas devem estar protegidas,
aparelhos elétricos não devem ser mantidos nas tomadas ou ligados após o uso.
 As tampas dos vasos sanitários devem ser mantidas fechadas e travadas.
Quarto das crianças:
 Devem ter camas com largura de 80 cm a 1 metro com proteções laterais e os espaços entre as grades
devem ser de 5 a 7 cm para evitar que as crianças prendam a cabeça.
 Cuidados semelhantes com os beliches.
 Os móveis não devem ter cantos pontiagudos, mas arredondados para evitar lesões nas crianças.
 Brinquedos devem ser guardados em ordem para evitar quedas.
 Cobertores e lençóis devem ser presos no pé da cama, para evitar asfixia.
 Janelas devem ter proteção e não ter nenhum móvel embaixo para evitar quedas.
 Tomadas devem ter protetores e deve-se evitar TV e abajures em quarto de crianças pequenas.
Quarto do casal:
 Não se deve fumar na cama, evitando risco de incêndio.
 Tomadas devem ter protetores, os fios devem ser curtos e fora de alcance de crianças e as TVs e outros
aparelhos colocados sobre móveis firmes e estáveis, evitar usar a mesma tomada para dois ou mais
aparelhos elétricos. evitando risco de choques, traumas ou incêndio.
 Medicamentos, perfumes e cosméticos devem ser guardados em armário alto e trancados, para evitar
intoxicações.
 Bolinhas de naftalina não devem ser utilizadas, por risco de intoxicação.
Sala de estar:
 Aparelhos eletrônicos devem ser mantidos fora do alcance das crianças, com fios curtos e presos, evitando
o risco de choque elétrico ou queimaduras.
 Bebidas alcoólicas devem ser acondicionadas em armário alto e trancado para evitar intoxicações.
 Fósforos e isqueiros também devem ser guardados em armários altos e trancados evitando risco de
incêndio.
 Móveis devem ter pontas rombas, evitando risco de ferimentos.
 A sala deve estar arrumada e em ordem e as escadas devem ter cancelas para evitar quedas.
 Telefone de fácil acesso para pedir socorro em caso de necessidade.
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 Plantas ornamentais e portas de vidro devem ser evitadas ou sinalizadas para evitar intoxicações ou
traumas.
 Cortinas não devem ter puxadores para evitar enforcamento.
Lavanderia, jardim, garagem e varandas:
 Janelas devem ter grades de proteções e não ter móveis perto para evitar quedas.
 Churrasqueiras devem ter fixação adequadas e mantidas longe das crianças, não deve se utilizar álcool
líquido, pelo risco de incêndio.
 Piscina deve ter muro, cerca ou grades de proteção, portão trancado, lona de cobertura e alarme, pelo
risco de afogamento.
 Pesticidas herbicidas, Vários objetos na garage devem ser mantidos em armários altos e trancados,
evitando risco de intoxicação ou traumas.
 Não se deve manter plantas tóxicas em casa.
 Baldes e bacias devem ser mantidos em local alto e vazios pelo risco de afogamento.
 Tanque de lavar roupa deve ter fixação adequada e não se deve deixá-lo cheio de água ou roupas, evitado
o risco de trauma por queda do mesmo.
Corredores e escadas:
 Manter iluminação clara e constante e com piso adequado, antiderrapante, sem tapetes ou objetos que
atrapalhem a circulação, evitando risco de quedas.
 Acidentes mais frequentes de acordo com as idades são:
i. 0 a 1 ano: quedas (trocador, cama, colo), asfixia, sufocação, aspiração de corpos estranhos,
intoxicações, queimaduras (água quente, cigarro).
ii. 2 a 4 anos: quedas, asfixia, sufocação, afogamentos, intoxicações, choques elétricos, traumas.
iii. 5 a 9 anos: quedas, atropelamentos, queimaduras, afogamentos, choques elétricos, intoxicações,
traumas.
iv. 10 a 19 anos: quedas, atropelamentos, afogamentos, choques elétricos, intoxicações, traumas.

O tema dos acidentes é um problema de saúde pública, nem sempre bem cuidado como outros e a
prevenção de suas ocorrências deveria ser de conhecimento de todos os profissionais, assim como de todas as
famílias, para que mais tarde os familiares possam transmitir seus conhecimentos com exemplos dados pelos
pais/responsáveis à criança sob sua tutela.

 Aspiração de Corpo Estranho


Corpo estranho (CE) é qualquer objeto ou substância que inadvertidamente penetra o corpo ou suas
cavidades. Pode ser ingerido ou colocado pela criança nas narinas e conduto auditivo, mas apresenta um risco maior
quando é aspirado para o pulmão.
Qualquer material pode se tornar um CE no sistema respiratório, e a maior suspeita de que o acidente ocorreu é a
situação de engasgo. Isto ocorre quando a criança está comendo, ou quando está com um objeto na boca,
habitualmente peças pequenas de brinquedos.
No Brasil, milho, feijão e amendoim são os grãos mais comumente aspirados na faixa etária pediátrica. Por
outro lado, o material mais relacionado a óbito imediato por asfixia é o sintético, como balões de borracha,
estruturas esféricas, sólidas ou não, como bola de vidro e brinquedos.
A aspiração de corpo estranho (ACE) é descrita principalmente nas crianças do sexo masculino, o que reflete
uma natureza mais impulsiva e aventureira nos meninos. Predomina na faixa etária pediátrica entre 1 e 3 anos de
idade, com mais de 50% das aspirações ocorrendo em crianças menores de 4 anos e mais de 94% antes dos sete
anos. É na idade até três anos que a criança não controla a mastigação e a deglutição de alimentos, pois não possui
os dentes molares, estrutura importante na trituração de alimentos sólidos. A oferta de alguns tipos de alimentos a
crianças pequenas, como amendoim, feijão, pipoca e milho, apresenta risco para a aspiração, pois as crianças vão
degluti-los sem mastigar, e qualquer distração, risada, brincadeira ou susto pode precipitar o acidente. Além disso, a
criança nesta idade possui o hábito de levar objetos à boca, como pequenos brinquedos de plástico ou metal,
normalmente de irmãos mais velhos.
Logo após a aspiração de algum objeto, ocorre acesso de tosse, seguida de engasgo, que pode ou não ser
valorizado pelos pais. A aspiração também deve ser considerada quando ocorre o primeiro quadro súbito de chiado
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no peito em crianças sem casos de alergia na família. Tosse persistente, chiado no peito, falta de ar súbita, rouquidão
e lábios e unhas arroxeadas, são sinais sugestivos de que pode ter ocorrido a ACE.
Quando a ACE é parcial, a criança pode tossir e esboçar sons. Nesta situação, o melhor procedimento é a não
intervenção no ambiente doméstico e encaminhamento a um serviço de saúde, para o tratamento definitivo.
Quando a ACE é total, a criança não consegue esboçar qualquer som, está com asfixia, falta de ar importante
e até com os lábios arroxeados. Nesta situação, deve-se proceder da seguinte maneira:
 Maiores de um ano: manobra de Heimlich, que
consiste em compressões abaixo das costelas, com
sentido para cima, abraçando a criança por trás, até
que o CE seja deslocado da via aérea para a boca e
expelido.
 Menores de um ano: 5 percussões com a mão na
região das costas, a criança com a cabeça virada
para baixo, seguida de 5 compressões na frente,
até que o CE seja expelido ou a criança torne-se
responsiva e reaja.

 Se você conseguir visualizar o CE na boca, retire-o com cuidado, mas não tente ir às cegas com o dedo na
boca, pois pode provocar lesões na região ou empurrar o corpo estranho para regiões mais baixas, e piorar o
quadro de obstrução.
Recomendações de prevenção
 O que você deve fazer para evitar que seu filho engasgue?
 Não ofereça alimentos a crianças menores de 4 anos, sem amassar e desfiar as fibras.
 Não deixar pedaços de alimentos no prato, principalmente os arredondados.
 Os seguintes alimentos são de risco potencial para a aspiração: sementes, amendoim, castanha, nozes,
milho, feijão, pedaços de carne e queijo, uvas inteiras, salsicha, balas duras, pipoca, chicletes.
 Mantenha os seguintes itens da casa, longe do alcance de crianças menores de 4 anos: balões, moedas,
bolinha de gude, brinquedos com peças pequenas, bolas pequenas, botões, baterias esféricas de aparelhos
eletrônicos, canetas com tampa removível.
o O que você pode fazer para prevenir o engasgo e aspiração:
 Estar ciente das manobras de desobstrução que você pode fazer em casa, citadas acima.
 Insistir para que as crianças comam à mesa, sentadas. Evite alimentá-las enquanto correm, andam, brincam,
estão rindo e não deixá-las deitar com alimento na boca.
 Corte os alimentos em pedaços bem finos e ensine a criança a mastigá-los.
 Supervisione sempre a alimentação de crianças pequenas.
 Fique atento às crianças mais velhas. Muitos acidentes ocorrem quando irmãos ou irmãs mais velhas
oferecem objetos ou alimentos perigosos para os menores.
 Evite comprar brinquedos com partes pequenas e mantenha objetos pequenos da casa fora do alcance das
crianças.
 Siga a recomendação da embalagem dos brinquedos, com relação à idade ideal para aquisição.
 Não deixe crianças pequenas brincarem com moedas.

 Quedas
6 Habilidades Médicas III – Semiologia do Adulto – Dispneia 2017/1

Queda é a maior causa de visita à unidade de emergência. Ocorre em qualquer idade e as lesões decorrentes
podem ser extremamente graves, envolvendo membros (feridas abertas e fraturas), crânio (traumatismo crânio-
encefálico) e abdômen (lesões de órgãos internos).
A maioria das quedas ocorre em casa, acomete crianças de 0 a 5 anos, e estão associadas à ausência de
algum cuidador.
Com a supervisão de adultos, modificações do ambiente onde a criança vive, brinca e estuda, e informações
claras em produtos de uso infantil, o risco e as lesões decorrentes de quedas podem ter uma redução significativa.
Alguns alertas de prevenção deste tipo de acidente:
Em lactentes:
1. Nunca deixe bebês sozinhos em qualquer local da casa, particularmente em camas, sofás, trocadores,
beliches, mesmo que a criança ainda não tenha adquirido a capacidade de rolar.
2. Tenha certeza que colocou grades de proteção em qualquer móvel utilizado para a criança dormir.
3. Cuidado na escolha de cadeiras para oferecer a alimentação. Devem ter base alargada, trava e cinto. Sempre
supervisionar a criança, mesmo que ela esteja contida na cadeira com dispositivos de segurança.
4. No berço, observe se a altura da base é suficiente para evitar que a criança caia por cima da grade. Se o
limite superior for menor que ¾ da altura da criança, o berço não pode mais ser usado. Estas orientações
devem ser seguidas a partir do momento em que a criança consegue ficar em pé com apoio.
5. Nunca coloque brinquedos ou travesseiros dentro do berço. Estes objetos podem cair para fora e a criança
tentando alcançá-lo, pode cair.
6. Quando a criança passar para a cama, instale grade protetora dos dois lados.
7. Nunca use andador. É muito comum a queda do andador em escadas, e as lesões decorrentes desta queda
sempre são graves, com trauma de crânio e hospitalização.
Em pré-escolares e escolares:
Em casa
1. Disponha os móveis de maneira que a supervisão de seu filho possa ser constante e direta.
2. Trave portas e bloqueie o acesso às áreas perigosas da casa, como lavanderia, cozinha e área externa.
3. Remova tapetes e utilize material de borracha em banheiros.
4. Remova brinquedos e roupas do chão, que possam provocar tropeços, deslizes e quedas.
5. Instale grades protetoras em escadas e áreas de risco da casa, e oriente os familiares para sempre fechá-las
após o uso.
6. Instale redes ou grades de proteção em todas as janelas dos apartamentos ou casas do tipo sobrado.
7. Mantenha os móveis afastados das janelas.
Em área externa a casa
1. Proíba atividades em áreas elevadas, como balcões, lajes e telhados.
2. Prefira triciclos a bicicletas.
3. A utilização de equipamentos de proteção como capacetes, cotoveleiras e joelheiras em atividades com
bicicleta, diminui a gravidade, mas não evita as lesões decorrentes das quedas. Estas atividades devem
sempre ser supervisionadas por um adulto e realizada em áreas fechadas, sem trânsito urbano

 Queimaduras
No Brasil as queimaduras representam a quarta causa de morte e hospitalização, por acidente, de crianças e
adolescentes de até 14 anos. A maioria das queimaduras ocorre na cozinha e na presença de um adulto. Em muitos
casos o tratamento é muito doloroso, demorado e deixa marcas para sempre.
Causas comuns:
 Escaldadura (queimadura por líquidos quentes) – é a principal causa em menores de 5 anos.
 Contato com fogo e objetos quentes – as queimaduras por chamas são mais graves, atingem maior extensão
e profundidade da pele. O álcool é um importante agente causador.
 Queimadura provocada por substâncias químicas – a ingestão de soda cáustica continua sendo a maior fonte
de queimaduras químicas em crianças.As pequenas pilhas, as baterias de relógios e de aparelhos eletrônicos
representam perigo por possuir conteúdo corrosivo.
 Queimadura por exposição à eletricidade – os acidentes por fios e aparelhos elétricos acometem mais as
crianças menores de 5 anos. Também são vítimas os adolescentes que ao empinar ou retirar pipas da rede
elétrica têm contato com fios de alta tensão.
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 Exposição excessiva ao sol.

Classificação das queimaduras


As queimaduras são classificadas em primeiro, segundo e terceiro graus dependendo da profundidade do
dano provocado na pele. Quaisquer dos acidentes acima mencionados podem provocar diferentes graus de
gravidade.

 Primeiro grau:
 Atinge a camada superficial da pele, que fica vermelha, quente e dolorosa, mas não forma bolhas. Ocorre
por exemplo quando a pessoa fica exposta ao sol por períodos prolongados.
 A cura espontânea ocorre em 3 a 6 dias, sem deixar cicatrizes.

 Segundo grau:
 Atinge mais profundamente a pele, que se apresenta dolorosa, vermelha e com bolhas. O edema
(inchaço) e a dor são importantes. É comumente observada nas queimaduras por líquidos quentes.
 A evolução depende da gravidade das lesões: quando menos profundas, a cura pode ocorrer em cerca de
duas semanas sem deixar cicatrizes ou com cicatrizes discretas. As mais profundas demoram várias
semanas e podem resultar em cicatrizes significativas

 Terceiro grau:
 Todas as camadas da pele são lesadas. A ferida é seca, brancacenta ou marrom, e a dor é menos intensa
devido aos danos nos nervos. Observada frequentemente nas queimaduras por chama, nas queimaduras
químicas e elétricas.
 O tratamento é complexo, exigindo cirurgia plástica reparadora com enxerto de pele.

Quanto à extensão, as queimaduras são identificadas de acordo com o percentual de área do corpo
acometida, que os médicos chamam de “superfície corporal queimada (SCQ)”. Pode-se considerar que a silhueta da
mão da própria criança corresponde a 1% de SCQ e, por exemplo, se a criança queimar uma área do corpo
correspondente ao tamanho de duas mãos espalmadas ela queimou 2% de SCQ.
O que fazer
Todas as queimaduras devem ser tratadas de forma imediata para reduzir a temperatura da área queimada e
o dano da pele e tecidos subjacentes.
Busque atendimento médico imediato se:
 A queimadura for considerada de segundo ou terceiro graus.
 Se a área queimada é grande, mesmo que a queimadura não pareça grave, ou sempre que a queimadura
parecer cobrir mais de 15 a 20% do corpo.
 A queimadura for provocada por fogo, corrente elétrica ou substância química.
 A queimadura é no rosto, couro cabeludo, articulações ou genitais.
 A queimadura parece estar infectada (inchada, com pus, cada vez mais roxa ou com linhas roxas na pele que
rodeia a ferida).

Primeiros cuidados:
Até que se tenha acesso ao atendimento médico siga as seguintes orientações:
 Retire a roupa que cobre a área queimada. Se a roupa estiver grudada na área queimada lave a região até
que o tecido possa ser retirado delicadamente sem aumentar a lesão. Se continuar aderido à pele, o tecido
deve ser cortado ao redor do ferimento.
 Remova anéis, pulseiras e colares, pois o edema se desenvolve rapidamente.
 Coloque a área queimada debaixo da água fria (e não gelada) ou coloque compressas limpas e frias sobre a
queimadura até que a dor desapareça. O resfriamento das lesões com água fria é o melhor tratamento de
urgência da queimadura. A água alivia a dor, limpa a lesão, impede o aprofundamento das queimaduras e
diminui o edema (inchação) subseqüente.
 Não utilize compressas úmidas por longo tempo em queimaduras extensas, pois podem ocasionar
hipotermia (a temperatura do corpo da vítima fica abaixo do normal).
 Envolva a criança com lençol limpo, agasalhos, e encaminhe para o atendimento médico.
 Dê um analgésico para alívio da dor.
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 Nas crianças conscientes e colaborativas com pequenas áreas queimadas (até 10% de SCQ) a hidratação oral
com água e sucos de frutas pode ser iniciada.
 Nas queimaduras extensas a perda de líquidos é muito grande e a reposição de líquidos e eletrólitos por via
venosa, o mais rápido possível, é fundamental para sobrevivência do paciente.
O que não deve ser feito:
 Não use gelo nas queimaduras.
 Não fure as bolhas da queimadura.
 Não passe nada na queimadura. Não use pomadas, nem produtos caseiros tais como clara de ovo, pó de
café, banha de galinha, pasta de dente, pimenta, dentre outros, pois além de não trazer quaisquer
benefícios, podem favorecer as complicações infecciosas.
 Não ofereça bebida alcoólica ao paciente.

Queimaduras por fogo (em caso de incêndios e chamas)


 O certo é cair no chão e rolar de um lado para o outro para extinguir as chamas, ou então, usar um casaco,
toalha ou cobertor para abafá-las. Durante o incêndio, arrastar-se embaixo da fumaça evita intoxicação.
Muitas das mortes são causadas pela inalação da fumaça e de gazes tóxicos.
 Pacientes vítimas de queimaduras em ambientes fechados (casa, automóvel) têm risco de lesão de vias
aéreas e inalação de fumaça. Qualquer pessoa que apresentar queimaduras na face ou lábios, com edema,
rouquidão, tosse irritativa, dificuldade respiratória, deve ter prioridade de atendimento devido ao risco de
obstrução respiratória.

Queimaduras elétricas
 Desligue o interruptor da chave
 Afaste a vítima da corrente elétrica.
 Remova a vítima do condutor com material isolante (cabo de vassoura, tapete de borracha).
 Verifique se a vítima está respirando e com o coração batendo. Se estiver em parada cardiorrespiratória
inicie as manobras de ressuscitação enquanto aguarda o SAMU -192.
 Resfrie as lesões com água fria.

Queimaduras químicas
 A simples suspeita de ingestão de substância corrosiva (soda cáustica, amônia, limpa alumínio, limpa forno,
baterias e pilhas) deve ser considerada uma emergência, mesmo que a criança se apresente sem sintomas.
 O maior número de informações deve ser obtido a respeito da substância e da quantidade ingerida.
 A face e a boca devem ser lavadas com água fria na tentativa de livrar a criança de qualquer partícula
cáustica residual.
 Manter a criança em jejum (não oferecer nem água) e não induzir vômitos até que seja avaliada por médico
do serviço de referência. Pode ser necessária a realização de endoscopia digestiva.
 Se a criança ingerir bateria de relógio ou de aparelho eletrônico procure imediatamente atendimento
médico, pois as baterias contêm conteúdo corrosivo que podem causar perfuração do tubo digestivo.

Medidas de prevenção
Os acidentes não ocorrem por acaso e a prevenção constitui a única medida realmente eficaz.
 Preparo do banho: a temperatura ideal da água para o conforto e a segurança do bebê é 37ºC. Coloque
primeiro a água fria na banheira e em seguida acrescente a água quente. Teste a temperatura da água com a
mão, movendo-a por toda a banheira para ter a certeza de que não há nenhum ponto muito quente.
Não deixe a criança regular a temperatura do chuveiro ou da água da banheira sozinha.
 Mamadeira: jamais utilize o forno de microondas para aquecer a mamadeira. Há risco de queimaduras
graves da boca e garganta. O leite pode ser dado à criança a temperatura ambiente.
 Banho de sol: somente antes das 10 horas ou depois das 16 horas. Exposição ao sol durante grandes
períodos, ou fora destes horários, provoca queimadura e câncer de pele. Até os 6 meses de idade não é
recomendado o uso de protetor solar.
 Tomadas e fios desencapados representam risco de choque elétrico: as crianças colocam objetos metálicos
nas tomadas e os levam à boca. Coloque tampas de proteção nas tomadas e substitua os fios desencapados.
Nunca faça “gambiarras e gatos” com a rede elétrica. É perigoso e pode custar a vida de seu filho!
2017/1 Acidentes na Infância – Pediatria – Habilidades Médicas III 9

 Cozinha não é lugar de criança. É o local de maior risco para queimaduras. Crianças com menos de dois anos
compreendem mal as advertências. Coloque uma barreira física como grade de proteção na porta.
As panelas devem ficar nas bocas de trás do fogão, sempre com o cabo voltado para o fundo e longe do
alcance das crianças. Evite o uso da boca dianteira para fervura de líquidos e frituras. Panela com o fundo
amassado e fogão que balança também representam riscos. Cuidado com a tampa do forno, pois as crianças
podem usá-la como degrau, virando o fogão e as panelas em cima delas. Líquidos e alimentos quentes não
devem ser manuseados com a criança no colo e devem ser mantidos longe da borda dos balcões, pias e
mesas. E lembre-se: a criança pode puxar a toalha de mesa! Todo cuidado é pouco ao transportar panelas
com líquidos quentes.
 Fósforo e isqueiro devem ficar longe do alcance das crianças.
 Ferro de passar roupa e aparelhos elétricos também devem ficar fora do alcance das crianças.
 Álcool líquido e outros combustíveis (querosene, gasolina, óleo diesel, tinner) não devem ser mantidos em
casa. Frascos com estes produtos se inflamam na presença de chama ou faísca e provocam queimaduras
muito graves. Acetona também é inflamável.
 Churrasqueira – mantenha a criança longe da churrasqueira. Nunca utilize álcool para acender o fogo e nem
deixe garrafas de álcool ou de outros combustíveis perto da churrasqueira.
O frasco de álcool pode “explodir” atingindo várias pessoas, com conseqüências desastrosas.
 Fogos de artifícios e balões - em festas juninas não deixe as crianças brincarem perto de fogueiras, nem
soltar fogos de artifícios e balões.
 Produtos corrosivos – Todos os produtos de limpeza, higiene, devem ser estocados fora da vista e do alcance
das crianças. Não guarde em casa produtos muito perigosos, como: soda cáustica, ácidos, pesticidas
agrícolas. Guarde sob chave qualquer produto químico, por mais inócuo que aparente ser. Dê preferência a
produtos que não estejam em embalagens atrativas e que sejam de difícil manipulação pela criança.
 Pilhas e baterias de aparelhos eletrônicos – devem ser guardados ou desprezados em local seguro.
 Brinquedos – para crianças menores de 8 anos evite brinquedos com elementos de aquecimento, baterias,
tomadas elétricas.
 Pipas – Ensine as crianças a não brincar próximo à rede elétrica de alta tensão, principalmente com pipas.
Nunca retirar pipas presas aos fios da rede elétrica.

 Andador: Perigoso e Desnecessário


No dia 7 de abril de 2007, o Governo do Canadá proibiu a comercialização de andadores para bebês em todo
o país, determinando a total proibição de sua venda, revenda, propaganda e importação. Considerou também ilegal
vender andadores em vendas de garagem, mercados de pulgas e no comércio ambulante. Recomendou ainda às
pessoas que destruíssem e descartassem todos os andadores.
Tal fato reacendeu uma velha controvérsia entre pediatras e pais: o andador é, afinal, uma inocente fonte de
prazer e liberdade para os bebês ou uma arma travestida de produto infantil por meio da qual infligimos
traumatismos físicos às inocentes criaturinhas?
A verdade é que o andador continua a ser muito popular e, contra as recomendações usuais dos pediatras, é
utilizado por cerca de 60 a 90% dos lactentes entre seis e quinze meses de idade. Os motivos alegados pelos pais
para colocarem seus bebês em andadores incluem: eles dão mais segurança às crianças (evitando quedas),
independência (pela maior mobilidade), promovem o desenvolvimento (auxiliando no treinamento da marcha), o
exercício físico (também pela maior mobilidade), deixam os bebês extremamente faceiros e, sobretudo, mais fáceis
de cuidar.
Entretanto, nos últimos tempos a literatura científica tem colocado por terra todas estas teses. A idéia de
que o andador é seguro é a mais errada delas. Há poucos meses, uma pesquisadora sueca, Ingrid Emanuelson
publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos, que
considerou o andador o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground.De fato, ao longo
de mais de trinta anos, as revistas médicas têm chamado a atenção para o grande risco do andador, que anualmente
causa cerca de dez atendimentos nos serviços de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade.
Isto corresponde a pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o andador. Um
terço dessas lesões são graves, geralmente fraturas ou traumas cranianos, necessitando hospitalização. Algumas
crianças sofrem queimaduras, intoxicações e afogamentos relacionados diretamente com o uso do andador, mas a
10 Habilidades Médicas III – Semiologia do Adulto – Dispneia 2017/1

grande maioria sofre quedas; dos casos mais graves, cerca de 80% são de quedas de escadas. Nos Estados Unidos,
num período de 25 anos, foram registradas 34 mortes causadas por andadores, um número nada desprezível.
É verdade que o andador confere independência à criança. Contudo, todos os especialistas em segurança infantil
justamente insistem que um dos maiores fatores de risco para injúrias físicas é dar independência demais numa fase
em que a criança ainda não tem a mínima noção de perigo. É consenso que a capacidade de autoproteção só é
adquirida a partir dos cinco anos de idade. Colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode
atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um guri de dez anos. Crianças até a idade
escolar exigem total proteção.
O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança, ainda que não muito. Bebês que utilizam
andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores
inferiores nos testes de desenvolvimento.
O exercício físico é muito prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele confira mais mobilidade e
velocidade, a criança precisa despender menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa com
seus próprios braços e pernas.
Por fim, trata-se de uma grande falácia dizer que a satisfação e o sorriso de um bebê valem qualquer risco.
Defendendo esta ideia, um pai chegou a sugerir que se os pediatras conseguirem que os andadores sejam
proibidos, como aconteceu no Canadá, a seguir vão querer proibir patins, skates e bicicletas, terminando com a
alegria da criançada. Evidentemente, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Bicicletas, skates e patins são
brinquedos para crianças mais maduras, que já têm condições de aprender as noções de segurança e
responsabilidade e, por isso, podem se arrojar em atividades com maior risco. Ainda assim, é sempre importante
lembrar que os devidos equipamentos de segurança, como capacete de ciclista, cotoveleiras e joelheiras, precisam
ser sempre usados. Um bebê de um ano fica radiante com muito menos do que isso: basta sentar na sua frente, fazer
caretas para ele e lhe contar histórias ou jogar uma bola. Dizer que o andador torna uma criança mais fácil de cuidar
revela preguiça, desinteresse ou falta de disponibilidade do cuidador. Por outro lado, caso um adulto realmente não
tenha condições de ficar o tempo todo ao lado de um bebê pequeno, é mais seguro colocá-lo num cercado com
brinquedos do que num andador.Vários estudos já mostraram que cerca de 70% das crianças que sofreram
traumatismos com andadores estavam sob a supervisão de um adulto. Ou seja, nem todo mundo reage a tempo de
conter um diabinho que dispara pela sala a 1 m/s. A supervisão constante da criança constitui a chamada proteção
ativa, que costuma ser muito falha. O melhor é cercá-la de um ambiente protetor, com dispositivos de segurança,
como grades ou redes nas janelas; estas são medidas de proteção passiva, muito mais efetiva. O andador
definitivamente não se enquadra neste esquema.
Enfim, sabe-se que existe hoje em dia um movimento muito intenso na Europa e nos Estados Unidos no
sentido de que legislações semelhantes à canadense sejam aprovadas e postas em prática, uma vez que todas as
estratégias educativas têm falhado na prevenção dos traumatismos por andadores.Enquanto este progresso não
chega ao Brasil, continuamos contando com o bom senso dos pais, no sentido de não expor os bebês a um produto
perigoso e absolutamente desnecessário.

 Animais Domésticos
Durante nossa evolução alguns de nossos predadores e presas na cadeia alimentar se transformaram em
utilitários e, ao serem domesticados estabeleceu-se um vínculo de afeto, sendo criado desta maneira o animal de
estimação.
Além da questão do companheirismo, atualmente estes animais têm sido utilizados como auxiliares em
processos terapêuticos em hospitais e instituições afins. É sabido que a posse responsável de um animal de
estimação, desde que em harmonia e consenso familiar, pode ser positiva para a criança como um objeto de afeto.
Entre outros fatores, ajuda a desenvolver hábitos de responsabilidade para com o outro, pode tornar-se um
instrumento facilitador para informações sobre sexo, ajuda a entender a normalidade das necessidades fisiológicas
(urinar e defecar) e acaba sendo um assunto em comum para conversas de pais e filhos, além de preparar a criança a
lidar com a morte.
Embora existam várias razões que justifiquem a aquisição de um animal de estimação, não se deve esquecer
que se trata de um animal irracional domesticado, podendo levar a riscos de mordedura com sérias lesões e em
alguns casos à morte. Além da lesão própria da mordedura ou arranhadura há o risco de infecções graves, pois a
boca do animal é altamente contaminada, assim como, doenças transmissíveis por mamíferos como a hidrofobia
(raiva).
2017/1 Acidentes na Infância – Pediatria – Habilidades Médicas III 11

Pelo fato de cães e gatos serem os animais mais populares, são também os principais agressores, porém a
maioria dos animais domésticos podem apresentar riscos de mordedura. Alguns animais “estão na moda”, como
iguanas, cobras, macacos e outros nomeados como “exóticos”, cujo comportamento ainda não é de todo conhecido.
Como toda injúria não intencional, a mordedura é passível de prevenção.
Crianças gostam de brincadeiras com cães, que são considerados companheiros e amigos, mas, nessa convivência, é
preciso conhecer as regras de segurança.
O quê todos devem saber:
Animais apresentam atitudes agressivas por medo ou defesa (território, dono, cria, alimento), portanto estas
situações devem ser respeitadas. Atitudes como não se aproximar de animais desconhecidos, não desafiar ou agredir
os animais auxiliam na prevenção de lesões. Outras medidas são importantes, como não tocar em animais sem a
permissão do proprietário, além de respeitar e conhecer a natureza.
A mídia tem mostrado com frequência casos muito graves, inclusive fatais, de ataque por cães da
raça Pitbull, mas não se deve desconhecer o risco de agressão por outras raças.
A grande maioria de mordidas em crianças é causada por animais da própria família ou de vizinhos, e as crianças são
agredidas mais frequentemente que os adultos.
Os ataques mais graves geralmente acontecem com crianças pequenas e, nessa situação, é grande o risco de
mordida na cabeça, na face e no pescoço. Em crianças maiores, as lesões ocorrem habitualmente nos braços e nas
pernas.
Principais medidas de segurança:
 Se houver criança pequena em casa, os pais devem analisar bem antes de adquirir um cão, porque criança
pequena nunca pode ficar sozinha perto de cão: é muito perigoso. Observar o momento oportuno e seguro
para adquirir um cão.
 Antes de adquirir um cão, informar-se com um veterinário sobre as raças mais adequadas e mais mansas.
Cães de raças reconhecidamente agressivas (Pit bull, Rottweiler, Pastor alemão, Doberman, etc.) não são
recomendados. Deve-se ter atenção aos cruzamentos porque podem gerar animais perigosos. Para crianças
maiores, recomenda-se cão de raça dócil.
 Observar bem o comportamento do cão antes de levá-lo para casa.
 Cão de comportamento agressivo, independentemente da raça, não deve ficar em casa que tenha criança.
Cães castrados geralmente são menos agressivos.
 O cão necessita de treinamento, socialização e educação, orientados por pessoa habilitada. Nunca se deve
estimular a agressividade do cão e, sim, comportamento submisso.
 As brincadeiras entre crianças e cães devem ser supervisionadas por adultos.
 Não se deve importunar o cão, principalmente durante a alimentação, o sono, se tiver filhote novo ou se
estiver com aparência de doente.
 Não se deve puxar as orelhas, as patas e o rabo; nunca colocar o dedo nos olhos do animal; não tomar
brinquedo que esteja com o cão.
 Não é recomendado beijar ou ficar com o rosto perto do animal.
 Não tentar separar briga de cães; manter-se distante dos agressivos.
 Manter as vacinas em dia, cuidar da higiene e da saúde do cão.
 Orientar as crianças para não se aproximar ou brincar com animal estranho.
 Deve-se combinar antecipadamente com as crianças que o cão não poderá dormir com elas nem fazer as
refeições com a família.
 Cão pequeno e de raça mansa não são garantia de que não morderá alguém.
 As crianças precisam receber orientações sobre as maneiras adequadas para lidar com o animal, como não
provocar ou machucar o cão. Se houver provocação ou agressão, mesmo o cão de raça dócil poderá morder.
As responsabilidades do proprietário: ter controle sobre o animal e adestrá-lo corretamente. Não estimular
comportamento agressivo (principalmente se for cão). Em caso de animal feroz providenciar placas de alerta com
ilustração (nem todos são alfabetizados). Conduzir o animal em locais públicos sempre com guia. Oferecer
assistência veterinária periódica. Antes de adquirir um animal consultar veterinários, criadores e proprietários sobre
as características e adaptação a rotina familiar. Se o animal apresentar comportamento indesejado consultar um
veterinário, nunca o abandonar em locais públicos.
São sinais sugestivos de ataque iminente por alguns mamíferos: pelo eriçado, dentes à mostra e rosnado, orelhas
eretas e para frente, cauda elevada e reta e contato visual prolongado.
12 Habilidades Médicas III – Semiologia do Adulto – Dispneia 2017/1

 Mídia Televisiva: Impacto sobre a Criança e o Adolescente


A participação da mídia televisiva na vida de todos e, principalmente, na das crianças e adolescentes é
enorme. Ela forma opiniões, cria conceitos, direciona o consumo e influência o comportamento. As crianças, em
especial, imitam o que vêem na tela ou incorporam padrões de comportamento por ela propostos. Estes valores nem
sempre constituem preocupação dos responsáveis, estando sempre ameaçados por vultosos interesses econômicos.
Infelizmente grande parte da programação atual oferecida pelos canais de televisão envolve violência. Centenas de
estudos sobre os efeitos da exposição a esta violência nas crianças e adolescentes têm sido realizados nos Estados
Unidos e permitem pressupor que esta clientela possa:
 Tornar-se imune ao horror da violência.
 Gradualmente aceitar a violência como forma de resolver conflitos.
 Reproduzir a violência observada nos filmes.
 Identificar-se com características inconvenientes de vítimas e/ou agressores.

Além destes efeitos citados a permanência prolongada nesta atividade está associada a:
 Atividades solitárias e sedentárias com hábitos alimentares inadequados (excesso de consumo calórico e de
sódio: ingestão de batata frita, pipoca, fast food, bolachas …), que podem levar a obesidade e elevações da
pressão.
 Reprodução de insultos e agressões expostos nos jogos de computador;
 Distúrbios do sono (Insônia);
 Diminuição da comunicação inter-familiar e isolamento;
 Dificuldades escolares;
 Exposição maciça a propaganda focada no consumo de tabaco, de álcool, de roupas de grife e brinquedos da
moda etc.
 Hiperestimulação sexual e antecipação do início da vida sexual;
 Distúrbios de atenção aos 7 – 8 anos de idade têm sido descritos em crianças expostas a televisão antes dos
2 anos.
Para se avaliar a influência da mídia no comportamento basta observar o modo como as crianças de hoje
dançam e vestem. Programas de televisão frequentemente apresentam temas vulgares, com forte apelo sexual
(dança da garrafa, da “bundinha”, da vassoura, bailes funk). Novelas exibidas a tarde e no início da noite exibem um
mundo absurdo, denegrindo valores, a família, a religião, banalizando o sexo e a violência.
O que os pais podem fazer a respeito?
 Reduzir o tempo para ver televisão a uma ou duas horas por dia.
 Ajudar seus filhos a encontrar outras atividades que substituam a televisão, como esportes, hobbies e
atividades familiares em grupo.
 Conhecer os programas que seus filhos vêem. Quando eles mostram cenas de sexo, abuso de drogas ou
violência, ajude-os a compreender o que estão vendo, mostrando toda a extensão do problema.
 Impedir a instalação de aparelhos de TV nos quartos das crianças.
 Manter livros, revistas e jogos de tabuleiro na saleta de TV.
 Não usar a televisão como babá eletrônica de seus filhos.
 Não permitir que crianças com idade inferior a 2 anos sejam expostas a mídia televisiva.
 Não permitir refeições ao mesmo tempo em que assistem à televisão.
 Ser um exemplo vivo do que deseja ensinar.

É importante enfatizar que existem programas altamente educativos e adequados para as mais diferentes idades e
que esta mídia constitui a única forma de lazer e até mesmo de educação para milhares de brasileiros. A televisão
presente em grande parte dos lares constitui uma realidade com a qual é necessário aprender a conviver.

 Os Perigos dos Brinquedos


Os brinquedos, que desempenham um papel tão importante no desenvolvimento da criança, podem
também ser muito perigosos. A cada ano diferentes brinquedos são produzidos no mundo inteiro por vários
fabricantes. No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) realiza uma série de testes para garantir a
qualidade e a segurança dos mesmos, porém muitas crianças ainda são atendidas nos serviços de emergência com
lesões relacionadas com o uso dos brinquedos.

Como escolher brinquedos:


2017/1 Acidentes na Infância – Pediatria – Habilidades Médicas III 13

 Os brinquedos devem ser apropriados à idade, ao interesse e ao nível de habilidade da criança. Um


brinquedo que serve para uma criança de mais de oito anos pode ser perigoso para uma que tem três.
Crianças com até 3 anos têm tendência a colocar pequenas peças na boca e são mais propensas a engolir ou
sofrer engasgos e sufocação. Por isso, os brinquedos não devem ser pequenos e não podem ter partes
destacáveis que possam ser colocadas na boca.
 Os materiais utilizados na fabricação dos brinquedos devem ser resistentes, não tóxicos e não inflamáveis.
 Evite brinquedos com pontas ou bordas afiadas, pistolas com projéteis, dardos e flechas, pois podem causar
ferimentos de gravidade variável.
 Brinquedos que produzem ruídos acima de 100 decibéis podem prejudicar a audição.
 Brinquedos com correntes, tiras e cordas com mais de 15 cm devem ser evitados devido ao risco de
estrangulamento de crianças pequenas.
 Evite brinquedos com vidros para crianças até 5 anos.
 Brinquedos elétricos podem causar queimaduras. Brinquedos ligados em tomadas, com elementos de
aquecimentos, com pilhas e baterias, não são aconselhados para crianças com menos de oito anos. As
baterias e pilhas contêm conteúdo corrosivo e podem causar sérios danos ao tubo digestivo quando
ingeridas ou sufocação quando aspirados.

Dicas para comprar brinquedos:


 Guie-se pela faixa etária recomendada pelo fabricante;
 Verifique a identificação do fabricante (nome, CGC, endereço);
 As instruções devem ser claras e objetivas e com ilustrações. Produtos importados devem trazer as mesmas
informações exigidas para os nacionais, em língua portuguesa, bem como as marcas do Inmetro e do
organismo de certificação.
 Observe o número de peças ou regras de montagem, quando for o caso;
 O selo do Inmetro garante que o brinquedo passou por testes que comprovam sua segurança e qualidade.
 Apesar dos preços mais baixos, os brinquedos comercializados por ambulantes geralmente não estão de
acordo com as normas de qualidade e segurança, expondo a criança a riscos. Também não tem nota fiscal ou
qualquer informação sobre sua origem, o que dificulta a troca ou qualquer reclamação.
 Cuidados com as falsificações. Etiquetas e rótulos podem conter marcas falsificadas por contrabandistas.
 Na dúvida, ou se notar ausência do selo, denuncie. A ouvidoria do Inmetro atende pelo telefone 0800-285-
1818

Outras dicas importantes:


 Inspecione brinquedos novos e velhos regularmente. Conserte ou descarte aqueles que representem riscos.
 Em casa, você pode testar se um brinquedo ou peça de brinquedo é muito pequeno e oferece riscos de
engasgo e sufocação para uma criança menor de 3 anos, se a peça couber em um tubinho de filme de
máquina fotográfica ou dentro de um tubo com diâmetro interno de 1,25 polegadas e uma profundidade de
1 a 1,25 polegadas.
 Ensine as crianças a guardarem seus brinquedos após a brincadeira para prevenir quedas e outros acidentes.
Brinquedos para crianças maiores podem ser perigosos para os menores e devem ser guardados
separadamente;
 Ao presentear a criança com bicicletas, patins, patinetes e skates aproveite para ensiná-la sobre segurança
na diversão, compre também os equipamentos de segurança: capacete, joelheira, cotoveleira, luvas e
buzina. Brinquedos de locomoção, principalmente bicicletas, estão associados a mais acidentes que qualquer
outro grupo de brinquedos.

 Segurança da Criança e do Jovem como Pedestre: O que Funciona?


Na verdadeira guerra que é o trânsito nos dias de hoje, o risco de atropelamento do jovem pedestre é muito
grande. Nada menos do que cinco mil crianças e jovens brasileiros são mortos por atropelamento a cada ano. Isto
corresponde a um quinto de todas as mortes de pessoas com menos de vinte anos. Portanto, a promoção da
segurança do jovem pedestre precisa ser uma prioridade de toda comunidade.
14 Habilidades Médicas III – Semiologia do Adulto – Dispneia 2017/1

A idade é um fator essencial da questão da segurança do pedestre. Crianças abaixo de oito anos não têm
maturidade para enfrentar qualquer tipo de trânsito sem a supervisão direta de um adulto. Vias movimentadas, com
cruzamentos sinalizados, exigem supervisão até cerca de 12 anos. Em grandes avenidas, mesmo adolescentes
precisam da supervisão de um adulto.
A idade pré-escolar tem peculiaridades importantes, por causa da dificuldade de visualizar as crianças
pequenas e à sua total incapacidade de autoproteção. Abaixo dos três anos, podem ocorrer atropelamentos em casa,
como nos acessos de estacionamento ou garagens. Em torno dos quatro anos, a maioria dos traumatismos
acontecem quando a criança sai correndo para o meio da rua, geralmente no meio da quadra, muitas vezes passando
entre carros estacionados.
Pré-escolares são incapazes de conter impulsos e, ao brincar na rua, se esquecem de que estão próximos ao
fluxo de automóveis; portanto não podem jamais ser deixados sem supervisão fora de casa.
O escolar já é capaz de compreender os riscos do trânsito, mas tem dificuldade de avaliar a velocidade dos
carros, antes dos 11 anos de idade. Os horários de entrada e saída da escola são períodos de grande perigo.
O adolescente tem um comportamento muito influenciado pelos amigos; frequentemente tem atitudes de
desafio a regras. Além disso, é mais comum estar fora de casa e longe da supervisão de adultos. O uso de patins,
rollers e skates constituem fatores adicionais de risco. A partir dos 15 a 16 anos, a ingestão de bebidas alcoólicas leva
a um risco cada vez maior, assim como o uso de outras drogas.
Independentemente da idade, de um modo geral ocorrem mais atropelamentos em zonas pobres, com
muitas crianças, tráfego intenso, mais carros estacionados, vias de mão dupla, menor policiamento e pouco controle
da velocidade dos veículos. Nestas circunstâncias, ir a pé para a escola sem a companhia de um adulto aumenta em
até dez vezes a chance de uma criança ser atropelada.
Em relação à atitude dos motoristas, o que mais causa atropelamentos é abusar da velocidade,
principalmente dirigindo embriagado, não seguir as regras de trânsito e não e respeitar os pedestres.
A prevenção do atropelamento de crianças tem sido baseada em programas de treinamento, que, em geral,
tentam aumentar o conhecimento e modificar o comportamento, com ênfase em como atravessar uma rua.
Infelizmente, a efetividade é muito inconsistente em mudar o comportamento das crianças. Programas educativos
que envolvem os pais têm maior potencial de sucesso, pois melhoram os níveis de supervisão dos adultos, bem como
sua atitude como modelos de comportamento seguro.
As estratégias de modificação do ambiente, no sentido de separar a criança do automóvel, parecem ser mais
efetivas no controle dos atropelamentos. Medidas que exigem alterações mais substanciais na configuração das ruas
se adaptam melhor a comunidades que estejam em fase de desenvolvimento, sendo de difícil aplicação nas grandes
áreas urbanas brasileiras, que oferecem o maior risco para os pedestres.
O conceito de “acalmação do trânsito”, introduzido em anos recentes, combina modificações múltiplas de
engenharia de tráfego (sinalização ostensiva, barreiras, quebra-molas, áreas de acesso restrito a carros, zonas de
refúgio de pedestres), com vistas a reduzir a velocidade dos veículos e promover um nível maior de atenção dos
motoristas. Trata-se de intervenção atraente, se não pela redução do risco de atropelamento, até por tornar os
ambientes urbanos mais agradáveis.
As campanhas comunitárias de segurança no trânsito costumam ter natureza muito variada e têm sido pouco
avaliadas. Aquelas puramente educativas, voltadas à modificação do comportamento dos pedestres e motoristas,
mesmo quando têm ampla divulgação na mídia, apresentam resultados pobres quanto à redução efetiva dos
atropelamentos.
Em resumo, as medidas mais efetivas para a redução dos atropelamentos de crianças e jovens poderiam ser
sintetizadas da seguinte maneira: playgrounds cercados e/ou afastados de ruas movimentadas; tráfego de
automóveis desviado da proximidade de escolas; vias urbanas com mão única e com estacionamento limitado
próximo às calçadas; passarelas sobre vias de fluxo mais pesado e cercas impedindo o cruzamento em outros pontos;
calçadas limpas e apropriadas para o uso em toda a sua extensão, separadas da rua por cercas; velocidade dos
veículos controlada por meio de policiamento ostensivo, controladores eletrônicos e/ou quebra-molas; legislação
severa, limitando o ato de dirigir sob o efeito de álcool; roupas para escolares feitas com material refletor de luz,
tornando-os mais visíveis à noite; ensinar normas de segurança do pedestre a partir da pré-escola, com reforços de
instrução durante a idade escolar, com preferência ao treinamento em situações verdadeiras de tráfego em vez da
sala de aula; instruir os pais a não permitir crianças desacompanhadas na rua antes dos 12 anos.
2017/1 Acidentes na Infância – Pediatria – Habilidades Médicas III 15

Além disso, é importante lembrar repetidas vezes às crianças as regras de segurança para o pedestre no
trânsito:
A. Andando na rua:
i. Caminhar sempre na calçada, longe do meio-fio. Nas estradas, caminhar no acostamento, à esquerda da
via, em fila indiana, no sentido contrário ao dos veículos.
ii. Mesmo caminhando na calçada, estar atento para locais de entrada e saída de veículos: parar e esperar
que não haja nenhum veículo se aproximando.
iii. Ao descer de qualquer veículo, sempre fazê-lo pelo lado da calçada; aguardar longe do meio-fio a saída
do veículo.
B. Atravessando a rua:
i. Pensar: achar o lugar mais seguro para atravessar, longe dos carros estacionados e preferentemente em
faixa de segurança. Não cruzar a pista de viadutos, pontes ou túneis, exceto onde exista permissão.
Obedecer e respeitar a sinalização de trânsito.
ii. Parar: sobre a calçada, perto do meio-fio, em local visível. Prestar atenção em carros parados ou outros
objetos que possam estar bloqueando a visão.
iii. Usar olhos e ouvidos: olhar em todas as direções para ver se não vêm veículos.
iv. Esperar: se vier algum veículo, aguardar até que ele tenha passado.
v. Olhar e ouvir novamente: quando não houver mais veículos, atravessar em linha reta, sem correr e sem
retornar.
vi. Chegar vivo: continuar atento, olhando para os dois lados, até alcançar a outra calçada.

 Segurança do Jovem no Transito


A elevada taxa de morbimortalidade por acidentes de trânsito constitui um problema de saúde pública,
revelando-se uma verdadeira epidemia. De acordo com os dados do Datasus, em 2005, no Brasil, ocorreram 3072
óbitos de adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos, vítimas de acidentes de transporte. Deve-se ressaltar que
para cada óbito ocorrem dezenas de outros acidentes que resultam em hospitalizações, seqüelas permanentes ou
transitórias, o que compromete a qualidade e a expectativa de vida, prejudica a estrutura familiar, repercutindo
também no aumento dos custos sociais com cuidados em saúde e previdência.
Os jovens, muitas vezes, consideram-se onipotentes e invencíveis, acreditam que nada de mal lhes
acontecerá. Devido a essas características correm o risco de adotar comportamento imprudente no trânsito, como:
alta velocidade, consumo de bebidas alcoólicas, cansaço, desrespeito à legislação, além de serem inexperientes na
condução de veículos. Diante desse quadro preocupante, há necessidade de implantação de políticas públicas e
ações educativas, principalmente, na família e na escola.
A educação para o trânsito deve-se iniciar cedo, antes mesmo que os filhos tenham idade para conseguir a
habilitação. Desde a infância, os pais devem lançar mão de todas as oportunidades a fim de sensibilizar os filhos para
atitudes responsáveis em relação ao trânsito. Os pais, mesmo contrariando os jovens, não podem permitir que eles
dirijam antes de serem habilitados. No Brasil, a habilitação é permitida a partir dos 18 anos de idade, quando o
jovem, aprovado nos exames, recebe a Permissão para Dirigir com validade de um ano, e só depois, se não tiver
cometido infração grave ou gravíssima, recebe a Carteira Nacional de Habilitação (artigo 148 do Código de Trânsito
Brasileiro).
Medidas preventivas
Felizmente um grande avanço, a favor da vida e da qualidade da vida, foi dado recentemente com a Lei
11.705, de 19/06/2008 que diz: “Art. 1o Esta Lei altera dispositivos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997,
que institui o Código de Trânsito Brasileiro, com a finalidade de estabelecer alcoolemia 0 (zero) e de impor
penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influência do álcool, e da Lei no 9.294, de 15 de julho de
1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas,
medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para obrigar
os estabelecimentos comerciais em que se vendem ou oferecem bebidas alcoólicas a estampar, no recinto, aviso de
que constitui crime dirigir sob a influência de álcool.”
Desde cedo, deve-se procurar conscientizar as crianças de que o carro é um instrumento a serviço da vida,
que facilita a convivência e acelera o progresso. É também necessário sensibilizar os jovens para, nas ruas e estradas,
proteger os mais vulneráveis, os pedestres, ciclistas e motociclistas.
16 Habilidades Médicas III – Semiologia do Adulto – Dispneia 2017/1

 JAMAIS dirigir sem possuir habilitação.


 Evitar o uso de álcool. Conscientizar-se de que qualquer nível de álcool no sangue do motorista aumenta o
risco de acidentes, sendo o jovem ainda mais sensível ao álcool que o adulto.
 Evitar uso de drogas, inclusive cigarro.
 Evitar excesso de velocidade.
 Não dirigir se estiver com sono ou cansado.
 Fazer manutenção do veículo.
 Usar SEMPRE o cinto de segurança.
 Evitar dirigir à noite.
 Não participar de “pegas” e “rachas”.
 Não falar ao celular, mesmo os com viva-voz.
 Não executar outras atividades enquanto dirige, como alimentar, trocar CD.
 Obedecer a sinalização e as normas do trânsito.
 Evitar transportar outros adolescentes no carro: o jovem motorista pode distrair-se e a desatenção é
perigosa.
 Não se virar ao conversar com passageiros.
 Não dirigir com animais de estimação no colo.
 Não dirigir com crianças no colo (elas devem estar sempre no banco de trás, em assento de segurança
adequado).
 Sempre sinalizar com antecedência os movimentos que pretende fazer (conversões à direita ou à esquerda,
estacionar, mudar de faixa, parar no acostamento).
 Não colar adesivos grandes nas janelas. Eles diminuem o campo de visão.
 Ao passar por ônibus parado no ponto, reduzir a velocidade e observar se não há pedestres tentando
atravessar a rua pela frente do veículo.
 Não jogar nenhum tipo de lixo pela janela.
 Não parar em fila dupla, nem mesmo por alguns instantes.
 Caso não conheça o trajeto, não parar no meio da rua para solicitar informações. Preferir estacionar para
consultar o guia ou para perguntar às pessoas.
 Nunca parar o veículo sobre a faixa de pedestres.
 Os pais independentemente da idade do filho e desde que este seja habilitado, devem avaliar se ele está de
fato apto a dirigir.

 Viagem com Crianças


Levar as crianças para viajar, embora seja um desafio para os pais, é sempre muito divertido, tornando-se
lembranças saudáveis da infância.
Porém para que estas lembranças não se tornem pesadelos são necessários alguns cuidados especiais que
vão desde a escolha do destino até atenção especial com a saúde.
É importante lembrar que a criança possui necessidades especiais, próprias para sua idade, que devem ser
respeitadas. Como por exemplo, estarem mais vulneráveis à desidratação e ao enjôo de movimento.

Antes de viajar: definir o destino com antecedência e com a participação dos filhos é muito importante, sendo uma
ótima oportunidade para fortalecer o diálogo entre pais e filhos. Sem criar ansiedade estimular o interesse sobre as
características do local a ser visitado (geografia, cultura, lazer…) e estabelecer um roteiro, tempo de permanência e
local de hospedagem.
Fazer uma consulta médica (1-2 meses antes) verificando e atualizando, se necessário, as vacinas da infância
(algumas regiões do Brasil e do exterior necessitam de vacinas especiais). Também é conveniente uma consulta
odontológica. Verificar se as mensalidades de seu seguro saúde estão em dia e a cobertura que lhe é de direito. Em
viagens de carro ou ônibus escolher horário de menor trânsito e menos calor.

Preparando as malas: evitar bagagem desnecessária. Não se esquecer dos documentos das crianças e do cartão de
seu seguro saúde. Menores desacompanhados dos pais necessitam de autorização junto a Vara da Infância e
Juventude e, em viagens ao exterior mesmo que acompanhados de um dos pais, também é necessário a autorização
por parte do outro. Providenciar uma pequena mala ou mochila e estimular seu filho (a) a ter responsabilidade com a
própria bagagem, porém, supervisionar e permitir em sua bagagem algum brinquedo pessoal. Levar roupas
2017/1 Acidentes na Infância – Pediatria – Habilidades Médicas III 17

adequadas ao clima do local de destino. Sob orientação médica preparar um “KIT” medicação (anti térmico, anti
alérgico, anti emético, repelente, protetor solar, curativos adesivados) e não se esquecer das medicações de uso
pessoal contínuo.

Durante a viagem: trajetos longos de automóvel necessitam de pequenas paradas para descanso e necessidades
fisiológicas, aproveitar para oferecer líquidos e alimentos leves para as crianças. Nestes locais de parada prestar
atenção em eventuais riscos de acidentes como atropelamentos no estacionamento e proximidade com a estrada,
verificar também as condições de higiene local (lanchonete e restaurante). Providenciar atividades de “passa tempo”
como jogos e estórias inventadas (a leitura pode ocasionar enjôos). Não se esquecer das regras de segurança no
transporte de crianças. Em viagem de trem, navio ou avião disciplinar as crianças a respeitarem as regras de
segurança de bordo.

No destino: aproveitar as férias, mas lembrar-se que a prevenção de acidentes não tem descanso. As atividades das
crianças deverão ser supervisionadas por um adulto. Verificar os riscos locais (área rural, praia, metrópole,
ecoturismo, esportes radicais) e orientar seus filhos, principalmente adolescentes em relação ao uso de álcool e
drogas, ou eventual atividade sexual sem proteção

 Segurança dos Ciclistas


Costumamos ouvir que vivemos numa sociedade sobre rodas: veículos motorizados e não-motorizados nos
rodeiam. Nas cidades grandes, somente em situações especiais, as pessoas andam a pé. Por isso o homem moderno
passou a se preocupar com o trânsito, espaço onde pedestres, motoristas, passageiros, ciclistas, motociclistas se
encontram: cada um com seu direito, compromisso e responsabilidade.
Neste contexto, a bicicleta, meio de transporte eficiente, barato, que não polui o meio ambiente, constitui
uma forma agradável de se praticar atividade física, sendo atraente para crianças e adolescentes, revelando-se
também uma atividade de lazer. Mas andar de bicicleta envolve riscos de traumas. Entre outros, há casos de lesões
na face, nos dentes e fraturas de pernas e braços. Os traumatismos cranianos, pelo risco de sequelas neurológicas e
mortes, sem dúvida, constituem uma grande preocupação, o que ressalta a importância da prevenção.
A escolha da bicicleta
Recomenda-se que os pais, antes de comprarem a bicicleta para o filho, orientem-no a respeito da segurança
no trânsito e adquiram o capacete, as luvas e os protetores de joelhos e cotovelos. Somente após essas medidas é
que deverão comprar a bicicleta. Esta postura é necessária para que, desde cedo, o filho se conscientize de que, para
andar de bicicleta, é necessário estar preparado.
A criança deverá participar tanto da escolha da bicicleta, inclusive para que possa ser adquirida a de tamanho
correto, quanto da compra dos equipamentos de proteção, em especial do capacete, para que se sinta mais
motivada a usá-los.
A bicicleta deve ser do tamanho correto para o ciclista, não deve ser maior, porque é mais difícil controlar
uma bicicleta de tamanho grande. Considera-se adequado o tamanho, quando a criança, assentada no selim,
segurando o guidão, conseguir apoiar completamente os pés no chão. Bicicleta com duas rodas podem ser usadas a
partir dos sete anos aproximadamente, mas os pais, independentemente da idade da criança, devem avaliar se o
filho tem ou não capacidade para andar de bicicleta.
A bicicleta e o trânsito
A bicicleta deverá ser vista como um veículo, o que ela realmente o é, nunca como um brinquedo, e o ciclista
é considerado um condutor vulnerável no meio do trânsito. Assim, os pais, além de ensinar os filhos a andar de
bicicleta, devem orientá-los e conscientizá-los da necessidade de fazê-lo com segurança.
Os locais mais seguros para andar de bicicleta são as ciclovias e as áreas destinadas ao ciclismo, por serem
reservadas apenas ao trânsito de bicicletas, separando-as de caminhões, carros e ônibus porque, no meio do
trânsito, o ciclista está sujeito a acidentes graves.
Se o adolescente necessitar usar a bicicleta como meio de transporte, os pais devem avaliar o trajeto,
explicar-lhe a respeito dos riscos em estacionamentos, avenidas, cruzamentos e ruas. Devem também recomendar-
lhe muita atenção durante todo o percurso, observando se há, na pista, acúmulo de água, areia, buracos, depressões
e quebra-molas que aumentam o risco de acidentes. O jovem ciclista deve evitar morros íngremes, pois é difícil o
controle da bicicleta na descida.
Se houver necessidade de o ciclista pedalar no trânsito, o que é perigoso, ele deverá andar sempre pela
direita, no mesmo sentido dos demais veículos, nunca na contramão.
18 Habilidades Médicas III – Semiologia do Adulto – Dispneia 2017/1

É indispensável que o adolescente conheça a sinalização, as normas de segurança e seja capaz de colocá-las
em prática.
Cuidados ao andar de bicicleta
Para que a criança e o adolescente façam uso adequado da bicicleta com segurança e com comportamento
solidário, vale a pena que as seguintes orientações sejam observadas.
1. Andar de bicicleta somente durante o dia, evitar o entardecer e a noite.
2. Usar roupa que facilite a visualização do ciclista, o que é muito importante.
3. Evitar excesso de velocidade.
4. Transportar somente uma pessoa por vez em cada bicicleta.
5. Não andar de bicicleta com os pés descalços; deve-se, também, evitar calçados que possam prender-se na
bicicleta.
6. Não tirar as mãos do guidão nem realizar manobras perigosas; não fazer “acrobacias” com a bicicleta.
7. Pedalar no sentido do trânsito, nunca na contramão.
8. Conhecer e respeitar a sinalização do trânsito.
9. Nunca andar segurando nas traseiras de ônibus ou caminhões.
10. Evitar o uso de fones de ouvido, pois, além de impedirem a imprescindível atenção aos sons ambientais,
levam a distração, aumentando os riscos.
11. Não usar bebida alcoólica e drogas, pois o risco de acidentes aumentará muito.
12. Fazer revisões periódicas e manutenção das correntes, freios e calibragem adequada dos pneus da bicicleta.
Muitos acidentes acontecem quando a bicicleta não está em boas condições para circulação, assim, a
manutenção da bicicleta é um ponto importante de segurança.
Equipamentos para ciclistas
O Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 105, parágrafo VI, considera os seguintes equipamentos como de
uso obrigatório para as bicicletas, “a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e
espelho retrovisor do lado esquerdo”.
Capacete
Estudos mostram que a maioria das hospitalizações e mortes de ciclistas é devida a traumatismo craniano;
ressaltam, também, a importância do uso do capacete para evitar e/ou diminuir a gravidade desses traumatismos, as
sequelas neurológicas e a morte. É um equipamento indispensável para se andar de bicicleta; deve ser visto como
uma forma de proteção imprescindível para a segurança do ciclista, da qual ele nunca deverá abrir mão. Cabe aos
pais educar os filhos para o compromisso de usá-lo.
O capacete deverá ser próprio para ciclista, de tamanho adequado, para que se adapte bem à cabeça (isto é,
não deve ser apertado nem grande demais), colocado corretamente e ter adesivos refletores para facilitar a
visualização do ciclista. Como os pais são exemplos para o filho, deverão, também, usar capacete ao andar de
bicicleta.

 Segurança nos Esportes


A ciência tem realçado os inúmeros benefícios das atividades esportivas para crianças e adolescentes, na
medida em que melhoram o condicionamento físico, auxiliam a prevenção e o tratamento da obesidade, favorecem
a disciplina, constituem oportunidade de socialização, ajudando a valorizar as vitórias e aceitar as derrotas.
Entretanto, a participação em esportes não é isenta de perigos, por isso é necessário conhecer os principais
riscos de cada tipo de esporte e colocar em prática as medidas de segurança. Desta forma, os seguintes itens devem
ser avaliados antes de se iniciar a prática esportiva:
 Todo esportista deverá ser avaliado pelo pediatra antes de iniciar as atividades.
 O tipo de esporte deve ser escolhido de acordo com a idade, o crescimento (peso, altura), o
desenvolvimento global, as características, a habilidade e a preferência da criança e/ou do adolescente.
 Os equipamentos de proteção são indispensáveis para as atividades esportivas, como, por exemplo, o uso de
capacete para ciclistas, cavaleiros e esqueitistas. Se corretamente usados, apropriados para cada tipo de
esporte, do tamanho adequado ao usuário, bem colocados e usados durante toda a prática esportiva,
diminuem a gravidade dos traumas cranianos. Além do capacete, há outros tipos de equipamentos de
proteção como protetores de joelho, de cotovelo e de genitália, entre outros.
 A prática esportiva realizada com a presença de treinador capacitado e responsável contribui para a
segurança dos participantes.
2017/1 Acidentes na Infância – Pediatria – Habilidades Médicas III 19

 O local para praticar os esportes tem um papel importante na segurança dos participantes. Locais
improvisados, inadequados, aumentam muito o risco de lesões.
 É importante que os pais, para o bem-estar e boa autoestima dos filhos, reconheçam não só as habilidades e
o desempenho esportivo deles mas também suas limitações nos esportes.
 Deve-se avaliar se o esporte está sendo favorável às condições emocionais da criança.
 Usar roupas e calçados apropriados ao esporte.
 Manter-se bem hidratado.
 Usar protetor solar para a prática esportiva no sol.
 Conhecer as regras do esporte que irá praticar.
 Fazer aquecimento e alongamento.
 Evitar treinamentos excessivos.
 Praticar esporte somente se a criança e/ou adolescente estiver bem de saúde.
 Se, apesar de todas as precauções, acontecer alguma lesão, o jovem deverá receber tratamento apropriado
e somente voltar às atividades esportivas quando estiver recuperado.
 É recomendável que haja por perto pessoa capacitada para prover os primeiros socorros e colocar em
prática as medidas de suporte básico de vida.
 Os pais, professores e instrutores devem, em todas as oportunidades, ressaltar para a criança e/ou
adolescente a necessidade do respeito ao adversário e combater todas as formas de violência.

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