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Resumo: Este trabalho tem como objetivo a análise das críticas sociais feitas à ditadura
militar na obra Calabar, o elogio da traição, por meio da análise das letras das músicas
Cobra de vidro, Vence na vida quem diz sim, cala a boca Bárbara e Fortaleza escritas
para a peça. Escrita por Chico Buarque e Ruy Guerra no ano de 1973, período da ditadura
militar, esta obra possui em seu conteúdo críticas ao regime, à repressão, à censura e à
punição aos que iam contra as ideias do governo de forma implícita dentro de uma história
que junta fatos históricos do Brasil do século XVII com fatos criados pelos autores.
INTRODUÇÃO
A peça de teatro Calabar, o elogio da traição escrita por Ruy Guerra e Chico Buarque no
ano de 1973 é uma junção de fatos históricos e fictícios que possuem, de maneira oculta,
críticas ao período político brasileiro da época, a ditadura militar. Acabou sendo
censurada pelo governo duas antes de sua estréia, só podendo ser encenada novamente
em 1980.
No período da ditadura, existiu uma forte repressão às ideias que fossem contra o regime,
fazendo com que a população ficasse irritada com a situação e “Revoltados com tanta
repressão, alguns artistas aderiram a uma arte engajada que consistia basicamente em
utilizar obras como meio de se combater a repressão e a realidade social no Brasil.”
(BARBOSA; LEITE, 2013, p. 0202). Diante disto, iniciou-se um movimento artístico
brasileiro que produziu uma arte engajada na crítica a esta repressão. Assim, para suas
obras não serem censuradas pelo regime, os artistas passaram a produzir obras com a
linguagem mais rebuscada, com o intuito inserir alguma crítica nas suas entrelinhas; essa
nova linguagem, chamada por Maia de linguagem de fresta consistia na forma ambígua
de apresentação das palavras, podendo ter tanto uma conotação amorosa, quanto política;
assim, muitas obras conseguiam burlar censura. Diante disto, este trabalho pretende, por
meio da análise das músicas da peça Cala a boca bárbara, Vence na vida quem diz sim e
Cobra de vidro, fazer ligação dos fatos da peça com as implícitas críticas à ditadura.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho foi feito primeiro uma análise da peça em relação à
ditadura, e, após perceber que existia na peça e nas letras de suas músicas críticas ocultas
ao regime da época, foi feio um levantamento de bibliografias que ajudassem na pesquisa
deste tema. Foram utilizados quatro trabalhos como bibliografia principal para a produção
deste reumo.
Resultados e discussões
A mesma foi cantada, na peça, por Ana de Amsterdã no momento em que Calabar era
enforcado. No primeiro trecho Aos quatros cantos o seu corpo/ Partido, banido apresenta
críticas às punições que ocorriam na época; no trecho Seus cacos de vidro/ O seu veneno
incomodando/A tua honra o teu verão/ Presta atenção! percebe-se que a punição era
considerada como um desafio ao governo, um crime grave.
A questão da traição aos próprios ideias e ao próprio povo pode ser percebida no trecho
da música Vence na vida quem diz sim:
Na obra de Chico Buarque e Ruy Guerra o eixo que liga todos os personagens é o aspecto
da traição, aspecto que traz uma reflexão ao leitor. Segundo Souto, na peça as cenas se
organizam de modo a mostrar como a traição é um fato envolvente e universal a todos,
mostrando que a população trai a si mesma, enquanto aceita calada a todas as medidas do
regime, e trai também à pátria pois nem todas as medidas do governo seriam boas para o
país.
Conclusão
Durante a pesquisa e com embasamento nos textos lidos, percebe-se os autores, Chico
Buarque e Ruy Guerra, conseguiram relacionar fatos da história oficial do Brasil do
século XVII e o Brasil da ditadura militar em uma história fictícia. Fazendo com que a
peça se inserisse na realidade do espectador de alguma forma.
Referências