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14393/OBv1n1a2017-5
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Gisele Toassa1
Alciane Macedo Barbosa Pereira2
RESUMO ABSTRACT
A formação de conceitos foi a principal Among the higher mental functions studied by
função psíquica superior estudada por L.S. L. S. Vygotsky (LSV), the concept formation
Vigotski, gerando reflexões que têm exercido has been awakening the most vivid interest in
profundo impacto na psicologia e na psychology and education in Brazil since the
educação brasileira desde os anos 1970s. O 70’s. This theoretical article aims to
presente artigo teórico objetiva present/systematize a didactic synthesis of the
apresentar/sistematizar uma síntese concept formation as it is presented in LSV´s
didática do processo de formação de book "Thought and Language" (1934). This
conceitos segundo discute o autor em seu book reports collaborative research carried out
livro “Pensamento e Linguagem” (1934), by its author together with L. Sakharov and J.
como resultado de pesquisas colaborativas Shif. The present paper gives priority to the
por ele realizadas especialmente junto a L. presentation and discussion of examples by
Sakharov e J. Shif. Em sua estrutura, este Vygotsky, as well as elaborated by the authors
artigo prioriza a apresentação e discussão de of this work, when necessary to clarify LSV´s
exemplos do próprio Vigotski como também ideas. We address the following issues set out
elaborados pelas autoras deste trabalho. in "Thought and Language": (1) research
Para tanto, aborda os seguintes aspectos program developed; (2) the nature of the
expostos no “Pensamento e Linguagem”: (1) concept formation, and the generalization as a
programa de pesquisa desenvolvido; (2) a meeting point between thought and language;
natureza da formação de conceitos, tendo a (3) the strenghts and weaknesses of
generalização como ponto de encontro entre Sakharov’s method in the study of "artificial
pensamento e linguagem; (3) as concepts", in addition to its contributions to
potencialidades e limitações do método de the definition of stages (sincrets [sinkretov]
Sakharov no estudo de “conceitos artificiais”, complexes [kompleksov] and concepts
além de suas contribuições para definição [poniatii]) and phases of concept formation; (4)
1
Psicóloga pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e Bacharel em Fonoaudiologia
pela Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela
Universidade de São Paulo (USP). Docente da Universidade Federal de Goiás (UFG), Faculdade de Educação,
vinculada ao programa de Mestrado Acadêmico em Psicologia. Sua produção versa principalmente sobre a obra
de L.S. Vigotski. Realizou estágio pós-doutoral no Program of History and Theory of Psychology, York
University, com o auxílio de Thomas Teo. E-mail: gtoassa@gmail.com.
2
Graduada em Psicologia (PUC-GO). Doutora em Psicologia Clínica e Cultura. Atualmente é
docente do Instituto Federal de Goiás, Campus Aparecida de Goiânia. Pesquisadora dos seguintes
temas: violência, família, infância, adolescência, Educação, Psicologia Escolar/Educacional e
Psicologia (Social) Comunitária. E-mail: alcianebarbosa@gmail.com.
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dos estágios (sincrets [sinkretov], complexos the formation of everyday and scientific
[kompleksov] e conceitos [poniatii]) e concepts as a single process, despite their
respectivas fases da formação de conceitos; similarities and differences. We briefly
(4) a formação de conceitos cotidianos e connect Sakharov´s results with Shif’s
científicos como processo único, a despeito research on "real concepts".
das semelhanças e diferenças entre ambos,
explorando também os resultados da
Keywords: Scientific concepts. Everyday
pesquisa de Shif sobre “conceitos reais”. concepts. Historical-cultural Psychology.
Concept formation.
Palavras-chave: Conceitos científicos.
Conceitos cotidianos. Psicologia histórico-
cultural. Desenvolvimento da linguagem.
Formação de conceitos.
1 Introdução
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3
No caso dos soviéticos, esse tema se confunde com a criação de um novo homem para uma nova
sociedade. É nesse contexto que se realizam os experimentos de Shif sobre o desenvolvimento à
aprendizagem de conceitos “reais” (ou seja, não produzido experimentalmente, mas sim na vida
concreta) das ciências sociais. Comparou-se a rota de aquisição dos conceitos cotidianos com os
científicos.
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apenas a versão integral (idem, 2001), faremos referência à obra de LSV apenas
como “Pensamento e Linguagem”.
***
Na página 263 (talvez um pouco tardiamente no livro), Vigotski (2001)
anuncia que quatro grupos de dados são fundamentais para a discussão desse
processo unitário de formação dos conceitos4: (1) os puramente empíricos,
conhecidos da experiência imediata; (2) teóricos, com a análise crítica de outros
autores; (3) reflexões heurísticas, almejando a integração dos dados originários do
estudo de conceitos artificiais e reais; (4) reflexões práticas, observando a
unicidade do processo de formação dos conceitos, refutando o ideário piagetiano
acerca do antagonismo entre cotidianos e científicos. O papel da escolarização na
formação de conceitos é abordado especialmente nas Partes III e IV do capítulo
seis.
Em termos gerais, o “Pensamento e Linguagem” apresenta o seguinte
Programa de pesquisa no que toca à formação de conceitos:
1. Estudo crítico da teoria do pensamento e da linguagem, em um momento de
abundância das pesquisas da psicologia nessa questão (Capítulos 2 e 3).
2. Análise teórica dos dados principais sobre o desenvolvimento do pensamento e
da linguagem nos planos filo e ontogenético, tendo como centro o estudo
experimental do desenvolvimento dos conceitos na infância, por sua vez,
dividido em duas partes:
a. Desenvolvimento dos conceitos artificiais por via experimental
(Capítulo 5 da obra), baseado particularmente na cooperação Vigotski-
Sakharov.
b. Desenvolvimento dos conceitos reais da criança (Capítulo 6 da obra,
fundamentado na cooperação Vigotski-Shif).
Ora pois, desse Programa, que documenta o trabalho de pesquisadores de
seu Círculo, Vigotski extrai diversas periodizações do desenvolvimento. A
integração dessas ideias faz-se complexa para o leitor de língua portuguesa e
4
Embora a edição em português refira-se a três grupos (VIGOTSKI, 2001, p.263), eles são quatro,
como se averiguou no original em russo. Isso pode ser observado também nas páginas
subsequentes da tradução.
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caminham juntos: uma porta “pede” para ser aberta, um estojo, para ser
esvaziado; apresentamos um novo objeto, e a criança abandona aquele que
manipulava. A ação infantil é impulsiva. Ao longo de cada etapa do
desenvolvimento as funções vão se diferenciando e se integrando em sistemas
mais complexos: gradativamente, a criança aprende a dirigir sua atenção a este
ou aquele objeto, a reconhecê-lo com a percepção e a resolver novos problemas
com a mediação de signos ou instrumentos, ou seja, ela pensa.
O processo de desenvolvimento dos conceitos demanda uma generalização
dos objetos na palavra, a qual se faz “generalização latente” por excelência,
tendencialmente não se referindo a objetos únicos (VIGOTSKI, 2001, p.9), e cuja
maior força são as impressões infantis. A criança precisa entender que um cão
desenhado também apresenta características de um cão, que o cão se diferencia
da folha, do gato etc. As representações bidimensionais dos objetos (figuras,
desenhos), além dos outros sentidos: audição (o cachorro late, o gato mia), tato
(pêlos) podem mesmo vir a auxiliar na formação dessas generalizações. Não
obstante, nas falas da primeira infância, pode-se ouvir a criança dizer “Cadeira”
para todo móvel que tenha um encosto. “Cachorro” para todo animal de quatro
patas. “Galinha” para todo animal que bota ovos, “Pássaro” para todo animal que
voa (é o fenômeno da superextensão, muitas vezes acompanhado da subextensão,
a aplicação de palavras em número menor de situações do que seria possível,
segundo SILVA, 2012).
A história da formação de conceitos é, portanto, a das próprias
generalizações realizadas sobre traços percebidos na realidade (como exemplos, o
conceito de mamíferos para animais peludos; de bandido para facínora sem
caráter, de pele escura, destituído de moral e valor social), as quais podem
significar certas operações de pensamento (por exemplo, os conceitos de soma
como adição de grandezas, podendo ser aritmética, se somarmos apenas
grandezas positivas, algébrica, se grandezas positivas e negativas e assim por
diante).
Ora, uma das formas mais difundidas de método de estudo de conceitos
busca compreendê-los, justamente, a partir de definições verbais como essas
resumidamente apresentadas acima (de “mamíferos”, “bandidos” e “soma”).,
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Ou seja, sendo uma palavra recurso para definir outra palavra, não se
abandona o plano do discurso. Com isso, enxergamos apenas a ponta do iceberg
do pensamento. As definições correm, então, o risco de serem abstratas e
circulares, por exemplo: “o que é água?”, “é o contrário do fogo”. “O que é o fogo?”,
“O contrário da água”. Acabamos não estabelecendo uma relação entre objeto,
entre a realidade extralinguística, e palavra; por isso, ela parece vazia.
Como todo materialista, Vigotski preocupa-se não meramente com a
descrição da formação de conceitos, mas com as suas causas (ABBAGNANO,
1998)5. Categorizar certos indivíduos como “bandidos” não é um ato de linguagem
que se dissipe nas franjas da consciência. Implica em tomar uma posição no
campo das relações sociais; realizar operações de inclusão e exclusão no qual se
estabelece a posição interna e externa do falante. Ou seja, dispõe o conceito em
um sistema de coordenadas; na longitude da abstração versus a latitude dos
objetos do pensamento, tal como explana a metáfora cartográfica do capítulo seis.
5
Para a crítica aos demais métodos, ver Toassa e Delari (2013) e Sakharov (2013).
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Segundo Cicillini (1992), atribui-se a classificação, ou taxonomia, dos seres vivos ao cientista
sueco Carl von Linnaeus (1707-78). Porém, muitas modificações foram realizadas posteriormente,
tornando esse sistema uma produção coletiva na história das ciências, com uma hierarquização e
processos de inclusão e exclusão entre as diversas categorias básicas: Reino, Filo, Classe, Ordem,
Família, Gênero e Espécie.
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Essa forma de nomear os estágios repete-se nas páginas 368-369 do capítulo seis (VIGOTSKI,
2001). Note-se o equívoco de tradução: o leitor encontrará o termo russo poniatii (conceitos)
traduzido como “pré-conceitos”.
Vale também destacar que o tradutor Paulo Bezerra (2001) considera o termo “sincrets” como
neologismo em russo, provavelmente emprestado por Vigotski do latim.
9
Para melhor entendimento dessa discussão, vale conectá-la ao restante da teoria vigotskiana das
funções psíquicas superiores que predominam a cada idade. Na primeira infância, temos a
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port (pedaço de pano, coberta, capa etc.). Em francês e alemão o mesmo referente
designa-se pela ideia de cortar (idem, p.211;215).
O mesmo objeto pode ser identificado por sentidos distintos, ainda que a
referência objetiva seja a mesma. Fenômeno analisado na antropologia de Lévy-
Bruhl, na psicopatologia de Storch e na epistemologia genética de Piaget, a
participação é uma regra do pensamento por complexos, referindo-se à identidade
parcial entre os elementos agrupados, com a interdependência entre objetos ou
fenômenos que se influenciam mutuamente (idem, p.205). Por exemplo, quando
os indígenas bororos do Brasil afirmam ser “papagaios vermelhos”, eles
assinalam uma semelhança com tais animais – e não uma identidade, tal como se
faz na lógica analítica ocidental.
No estágio do pensamento por complexos, Vigotski identifica cinco
subfases:
1a fase: complexos do tipo associativo: acrescenta-se ao grupo qualquer
objeto semelhante pela cor, forma, tamanho etc.; qualquer relação concreta, sem
critério. Chamar um objeto pelo nome significa o mesmo que chamar outro que se
vincula a ele. Como expresso no provérbio popular: “diz-me com quem andas, e te
direi quem és...”. Por exemplo, fazem-se associações por semelhança, contraste ou
mesmo disposição espacial; aceitam-se, ainda, objetos repetidos. Traços dessa
forma de pensamento se encontram em línguas antigas, nas quais uma palavra
pode indicar seu oposto (idem, p.205).
2a fase: complexos-coleções: combinação de objetos e impressões concretas
das coisas em grupos que lembram coleções. Os objetos concretos, embora sejam
heterogêneos, combinam-se com base em complementação mútua segundo algum
traço, formando um todo fechado com partes heterogêneas. Há a manutenção de
certo princípio classificatório, do início ao fim da coleção. São exemplos:
figurinhas, louça (garfo, faca, prato, colher), vestuário (calça, blusa, bermuda).
Essa fase lembra muito o pensamento classificatório identificado por Luria (1988)
no Usbequistão, norteado pela vida prática. O próprio LSV afirma: “o complexo-
coleção é uma generalização de objetos com base na sua co-participação em uma
operação prática indivisa, com base na sua cooperação funcional” (VIGOTSKI,
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partir dos significados das palavras do adulto), mas dele se distinguem pela sua
natureza genética, condições de surgimento e desenvolvimento (VIGOTSKI, 2001,
p.190-191). Nos resultados de Vigotski, é a forma por excelência do pensamento
na idade pré-escolar, apresentando-se como narração, imagem ou desenho mental
sobre o conceito. Por exemplo, a criança escolhe para uma amostra todos os
triângulos do material experimental. Mas ela não se baseia no conceito ou ideia
científica de triângulo (polígono de três lados, dotado de certas propriedades
geométricas e operações para sua construção, compreensível apenas em relação
com outros conceitos da geometria).
No capítulo seis, LSV traz um exemplo de definição infantil que podemos
considerar como relativa a um pseudoconceito. À pergunta de como viviam os
latifundiários no regime servil, uma criança responde “Muito bem. Todos eram
ricos. Tinham casas de dez andares, muitos quartos, todos andavam bem
vestidos. A luz elétrica estava sempre acesa, etc” (idem, p.347). Apresenta-se, por
conseguinte, uma versão figurada e simplificada do conceito científico, carente de
outros traços/conexões mais amplas, que lhe são inerentes.
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O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia. (CAEIRO, 1914, p.13)
3 Considerações finais
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