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Apostila de NIVELAMENTO
COORDENAÇÃO:
MONITORES:
Tucuruı́ - Pará
2017
i
Sumário
1 Álgebra Básica 1
1.1 Potenciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Radiciação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.5 Fatoração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Igualdades e Desigualdades 6
2.1 Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.1.2 Subconjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2.2 Subtração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 Equações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
ii
2.5 Interpretação geométrica dos números reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.5.1 Intervalos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.6 Inequações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3 Funções 17
4 Trigonometria 33
4.1.1 Ângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
iii
4.1.2 Triângulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1.3 Razões trigonométricas de um ângulo agudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1.4 Triângulos notáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.5 Ângulo trigonométrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1.6 Sistema de eixos coordenados retangulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.7 Coordenadas de um ponto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.8 Razões trigonométricas de um ângulo qualquer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.2 Propriedades das razões trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.2.1 Sinal das razões trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.2.2 Circunferência trigonométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.2.3 Razões trigonométricas da soma de dois ângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.2.4 Razões trigonométricas da diferença de dois ângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.2.5 Redução ao primeiro quadrante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.2.6 Razões trigonométricas do ângulo duplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.2.7 Razões trigonométricas do ângulo metade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.2.8 Transformação de soma e diferença de senos e cossenos em produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
iv
Capı́tulo 1
Álgebra Básica
1
1.2 Radiciação 2
( )2 ( ) ( xy )−3
Assim, nesse caso deduzimos que 2x5 y z2 (k) ;
(g) z x4 y ; z2
1 ( −5
)−2
5−3 = (h) 15 (l) x
;
53 (5y)−2 ; z4
v 2 w−2 2w3 w6 y 3
Agora vamos prestar atenção no seguinte exemplo, (i) w3 v −1 ;
(m) y2 − 2y 5 w3 ;
√ √ √
a · b = n a · b; supondo que a ≥ 0 quando n é par.
n n
(1)
√ √ Exemplo 1.8: Potências com expoentes racionais
a n
a √
(2) n
= √ ;
b n
b (a) 91/2 = 9 = 3;
√ √
√ √ 1 √ 1 1 1
=√ = ;
n m 0,5
(3) a = n·m a; (b) 0, 25 = 0, 25 2 = 0, 25 =
4 4 2
m √ √ √
(4) a n = n am = ( n a)m ; 3
(c) 106 = 106/3 = 102 = 100;
{
√
(5) n n
a =
a, se n é ı́mpar; (d) 16−1/2 = 1
161/2
= √1 = 14 .
|a|, se n é par 16
Exercı́cio 1.5: Escreva na forma de potência com ex-
Exemplo 1.7: poente fracionário:
√ √ √ √ √
(a) 3 8x = 3 8 · 3 x = 2 3 x; √ 5
(a) 7; (c) 32 ;
√ √
4 4 2 √ √
(b) =√ = ; 4
(b) 23 ;
6
(d) a5 .
9 9 3
√
3 √5
√
3·5
√
15 Exercı́cio 1.6: Escreva na forma de radical:
(c) 4000 = 4000 = 4000;
√
1 1
5 (a) 2 5 ; (c) x 4 ;
(d) 115 = 11;
√
2 1
(b) 4 3 ; (d) (a3 b) 4 .
(e) 4 (−16)4 = | − 16| = 16.
Exercı́cio 1.4: Simplifique Exercı́cio 1.7: Simplifique os radicais
√ √ √ √4
√
(a) 441;
3
(e) 216; (a) 0, 01; (e) t12 ; 16a10
(i) ;
√ √ √ √ 25
3 −8
√
3 (b) 2, 25; (f ) 4a ;2
√
(b) ; (f ) 64; 5
(j) a10 x;
125 √
√ √ √
9 (g) 36a2 b6 ; √
(c) 27; (g) 6 (−23)6 ; (c) a3 ; (k) a4 b2 c;
√
√ √ √ √ 3 a
6 √
(d) 75 · 12; (h) 3 (−7)3 . 3
(d) 48; (h) ; (l) 25a4 .
b3
2 x2 5 1.5 Fatoração
(a) √ ; (c) √ ; (e) √
4
;
4x x x6
Vimos anteriormente como a propriedade distributiva
1 4 1
(b) √ ; (d) √ ; (f ) √
5
. pode ser usada para expandir uma expressão algébrica
11 3
x 3 que havia sido expressa como o produto de fatores. Agora,
usaremos novamente a propriedade distributiva para per-
1.4 Produtos notáveis correr o caminho inverso, ou seja, para fatorar uma ex-
pressão. Nesse novo processo, tomamos uma expressão
Alguns produtos de expressões algébricas são encon- algébrica expressa na forma expandida e a reescrevemos
trados tão frequentemente, que são chamados produ- como o produto de fatores mais simples.
tos notáveis. Embora possamos calcular esses produtos
usando a propriedade distributiva, acabamos, com o uso, 1.5.1 Fatoração por agrupamento
decorando as fórmulas empregadas em sua obtenção.
Suponha que a e b sejam números reais, variáveis ou Suponha que a, b e c sejam números reais, variáveis ou
expressões algébricas: expressões algébricas:
(b) y2
16 − 25; (f ) x2 − x + 14 ;
(c) 1
x2 − 14 ; (g) a2 − b2 − a + b;
Gabarito
256
1.1 (a) 36; (b) 36; (c) -243; (d) 625 ; (e) 1;
(f) -1.
9
1.3 (a) z 7 ; (b) 16x24 ; (c) w4 ; (d) t12 ;
2
z 1 6 2 v3
(e) 4x2 ; (f) y ; (g) 4x y; (h) 375y ; (i) w5 ;
5t3 z6 3w3
(j) v5 ; (k) x3 y 3 ; (l) z 8 x10 ; (m) 2y 2 ; (n) 5x10 y 5 z 3 .
√
1.4 (a) 21; (b) -2/5; (c) 3 3; (d) 30.
(e) 6; (f) 2; (g) 23; (h) -7.
√
1.7 (a) 1/10; (b) 3/2; (c) a1/3 ; (d) 2 3 6;
5
(e) t3 ;√(f) 2a; (g)√6ab3 ; (h) a2 /b; (i) 4a5 ;
(j) a2 5 x; (k) a2 b c; (l) 5a2 .
√ √ √
1.8 (a) x/x; (b) 11/11; (c) x x;
√3 2 √ √
(d) 4 xx ; (e) 5x2x ; (f) 34 /3.
5
√
1.9 (a) 4x2 + 20x + 25; (b) x6 + 2x3 5 + 5;
(c) 9x2 + 24xy + 16y 2 ; (d) x2 − 4x + 4;
(e) 25 − 40
y + y 2 ; (f) 9x − 9x y + 4 y ;
16 4 2 9 2
Igualdades e Desigualdades
6
2.1.5 Conjuntos numéricos 7
está conformado somente pelos inteiros positivos me- 2.1.5 Conjuntos numéricos
nores que o número 5, é dizer na notação explı́cita
A noção de número é o fundamento da matemática, ela-
A = {1, 2, 3, 4}. borada na antiguidade, ela sofreu no decurso dos séculos
um longo processo de extensão e de generalização.
Os conjuntos apresentados desta forma diz-se que estão
na notação implı́cita, e são caracterizados por uma
condição definidora. No exemplo anterior a condição Números naturais
definidora é “x < 5”. O conjunto dos números naturais designa-se pelo
sı́mbolo N, e seus elementos são todos os números in-
2.1.4 Operações com conjuntos teiros não negativos, é dizer na notação explı́cita de um
conjunto
N = {0, 1, 2, 3, 4, · · · }.
União (∪)
O conjunto dos números naturais não-nulos (excluindo
A união de A e B que se representa pelo sı́mbolo A ∪ B
o zero) designa-se pelo sı́mbolo N∗ , é dizer
(lê-se: “A união B”), define-se como o conjunto formado
pelos elementos que pertencem a A ou a B. N∗ = {1, 2, 3, 4, · · · },
Exemplo 2.3: Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3} e {2, 4},
então A ∪ B = {1, 2, 3, 4}. logo podemos afirmar que N∗ é um subconjunto de N
(N∗ ⊂ N). Na notação implı́cita o conjunto N∗ pode-se
Interseção (∩) definir como
A interseção de A e B que se representa pelo sı́mbolo
N∗ = {x / x ∈ N ∧ x ̸= 0},
A ∩ B (lê-se: “A interseção B”) define-se como o con-
junto formado pelos elementos que pertencem, ao mesmo onde o sı́mbolo ∧ lê-se “e”, e significa que x deve satisfazer
tempo, a A e a B. ambas condições simultaneamente.
Exemplo 2.4: Sejam os conjuntos A = {3, 6, 9} e
{2, 4, 6}, então A ∩ B = {6}.
Números inteiros
Os conjuntos A e B se chamam disjuntos se A∩B = ∅, Depois dos números naturais os antigos matemáticos
é dizer se A e B não têm elementos comuns. introduziram os números inteiros, e designa-se o conjunto
dos números inteiros pelo sı́mbolo Z. O conjunto Z está
Propriedades da união e da interseção constituı́do pelos números naturais e seus simétricos ne-
Suponha que A, B e C sejam conjuntos quaisquer. gativos, incluindo o zero, é dizer
1. A ∪ A = A; A ∩ A = A; Z = {· · · − 3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, · · · },
2. A ∪ ∅ = A; A ∩ ∅ = ∅;
que é uma extensão dos números naturais. Note que o
3. A ∪ B = B ∪ A; A ∩ B = B ∩ A; conjunto N é um subconjunto de Z, além disso podemos
2.1.5 Conjuntos numéricos 8
É dizer, o conjunto dos números racionais é formado por A Figura 2.1 apresenta claramente os diferentes con-
todos os quocientes de números inteiros a e b, em que b é juntos numéricos, é importante notar que Q ∩ I = ∅.
não nulo. O uso da letra “Q” é derivado da palavra latina
quotiẽ(n)s, cujo significado é quantas vezes. Q
Números irracionais
Figura 2.1:
Os números irracionais são aqueles que não podem ser
obtidos pela divisão de dois números inteiros, √ ou√seja,
não são racionais2 . Por exemplo, os números 2, 3, o Exercı́cio 2.5: Indique quais frases abaixo são verda-
número π e o número de Euler “e” são números irracio- deiras.
nais. O conjunto dos números irracionais é representado
(a) Todo número real é racional.
pelo sı́mbolo I.
A incorporação dos números irracionais na aritmética, (b) Todo número natural é real.
entre outras coisas, permitiu definir a existência da raiz
quadrada de qualquer número não negativo (racional ou (c) Todo número inteiro é natural.
irracional), é dizer, que para qualquer número a não ne- (d) Todo número racional pode ser escrito como uma
gativo existe sua raiz quadrada a′ tal que ′ ′
√ a · a = a, fração na qual o numerador e o denominador são na-
′
e denota-se essa raiz√quadrada a por a. Por exem- turais.
plo existe o número √ 2√∈ I, chamada raiz quadrada do
número 2, tal que 2 · 2 = 2. (e) Todo número irracional é real.
Exercı́cio 2.2: Utilize a notação explicita para repre- (f ) Todo número natural é racional.
sentar os seguintes conjuntos: Exercı́cio 2.6: Dentre os números reais
(a) A = {x / x ∈ Z +
∧ x < 10}; √ 632
5,3 -2 1000000 5
2A
√
2
√ 75
primeira descoberta de um número irracional é geralmente 0 -8,75 4 125,666...
3
atribuı́da a Hipaso de Metaponto (∼ 470 - 400 A.C.), um segui-
dor de Pitágoras. Porém, foi só em 1872 que o matemático alemão
Richard Dedekind (1831 - 1916) fez entrar na Aritmética. indique quais são
2.2.2 Subtração 9
(a · b) · c = a · (b · c)
Uma das caracterı́sticas mais importantes dos serem
humanos é a capacidade de abstração. Exercitamos essa
5. PROPRIEDADE DISTRIBUTIVA
capacidade o tempo inteiro, sem nos darmos conta disso.
Quando alguém diz “flor”, imediatamente reconhecemos a · (b + c) = a · b + a · c
do que se trata.
Na matemática, e na linguagem matemática, a abs-
Exercı́cio 2.7: Quando possı́vel, aplique a propriedade
tração ocorre em vários nı́veis, e em várias situações. O
distributiva às expressões abaixo:
uso de números naturais para contar objetos diferentes é
a forma mais simples e antiga de abstração. Outra abs-
(a) 2(x + 8); (d) 4(9 · x);
tração corriqueira consiste no uso de letras, como a, b, x
e y para representar números. Nesse caso, a letra serve (b) 7 + (11 + x); (e) 6(3 + 5x + 8y);
apenas para indicar que aquilo a que ela se refere pode
ser qualquer número. Assim, ao escrevermos (c) 5[4 + 2(x + 3)]; (f ) 5(7[x + y]).
Dadas essas fórmulas para o perı́metro e a área, podemos (3) (−a)b = a(−b) = −(ab);
usá-las para qualquer retângulo, quer ele represente um
terreno cercado, ou quer um quadro pendurado na parede. (4) (−a)(−b) = ab;
(5) −(a + b) = −a − b;
2.2.1 Propriedades da soma e multi- (6) −(a − b) = −a + b = b − a;
plicação
(7) a(b − c) = ab − ab.
Comecemos analisando as propriedades mais importan-
tes da soma e da multiplicação. Suponha que a, b e c Exercı́cio 2.8: Aplique a propriedade distributiva e
sejam números reais. simplifique as expressões sempre que possı́vel:
(f ) −4[(2 − 3x) + 3(x + 1)]. Soma e diferença de frações com o mesmo deno-
minador
Exercı́cio 2.9: Aplicando a propriedade distributiva, Sejam a, b e n números reais tais que n ̸= 0. Nessa
ponha algum termo em evidência: caso,
(a) 1
+ 37 ; (c) 3
− 17 ;
2.3 Divisão e frações 7 7
(b) 5
9 + 13
9 ; (d) 4
9 − 59 .
A divisão é a operação aritmética inversa da multi-
plicação. Ela representa a repartição de uma certa quan- Multiplicação de frações
tidade em porções iguais. Dadas as frações a/b e c/d, em que b ̸= 0 e d ̸= 0,
Supondo que a e b sejam números inteiros, com b ̸= 0,
podemos representar a divisão de a em b partes iguais a c a·c
· = .
através da fração ab , às vezes escrita como a/b. São exem- b d b·d
plos de frações:
Exercı́cio 2.11: Resolva o produto de frações:
2 15 1 2 36
, , , − , . (a) 2
· 57 ; (c) 11
· 21
3 7 1000 4 36 9 (−8) 5 ;
(−2x)
Para efetuar divisões ou trabalhar com frações que en- (b) 3
4 · 54 ; (d) 7 · 4
(−3) .
volvem números negativos, usamos propriedades similares
àquelas apresentadas para a multiplicação. Suponha que Divisão de frações
a e b sejam números reais, e que b ̸= 0: Se a, b, c e d são números inteiros, com b ̸= 0, c ̸= 0 e
(−a) d ̸= 0, então
(1) b = a
(−b) = − ab ; a
a d a·d
b
c = · = .
d b c b·c
(−a)
(2) (−b) = ab .
Exercı́cio 2.12: Resolva o quociente de frações:
7
2.3.1 A divisão como um produto (a) 3
5 ; (c) 9
4 ;
7
Embora a soma acima sugira que n deva ser um número Exercı́cio 2.13: Resolva a soma e subtração de frações
natural, esse resultado vale para qualquer n real, desde com denominadores diferentes:
que n ̸= 0. O número 1/n é chamado inverso de n.
Se dividirmos o número 1 em n parcelas iguais e pegar- (a) 4
5 + 37 ; (c) 4
5 − 37 ;
mos a dessas parcelas, teremos a fração a/n, ou seja, (b) 3
+ 59 ; (d) 3
− 59 .
2 2
( )
1 1 1 1 1 a
+ + + ··· + = a · = . Exercı́cio 2.14: Aplique a propriedade distributiva às
|n n n
{z n
} n n expressões:
a parcelas ( )
3
(a) 4 (x + 25 ); (c) x
32y + 16 ;
Assim, a divisão de um número a por outro n corresponde ( 8x ) ( )
à multiplicação de a pelo inverso de n. Novamente, a e n (b) 3 − 12 · 52 ; (d) 45 3x + y + 23 .
podem ser quaisquer números reais, desde que n ̸= 0.
Exercı́cio 2.15: Simplifique as expressões:
2.3.2 Operações com frações
2.4.1 Equações quadráticas 11
9−24y 3x+18y+27
(a) 15 ; (c) 3 ; 2.4.1 Equações quadráticas
15x−40y−75 4−6x+8y
(b) 10 ; (d) 16 . Uma equação quadrática ou equação do segundo grau,
na variável x, é uma equação que pode ser escrita na
forma
2.4 Equações ax2 + bx + c = 0
em que a, b e c são coeficiente reais, com a ̸= 0.
Uma equação é uma declaração de que duas expressões
são iguais. Essa igualdade é representada pelo sı́mbolo
“=”. Assim, se sabemos que a expressão A é igual à Equações na forma fatorada
expressão B, escrevemos Suponha que queiramos resolver a equação
A = B. (x − 5)(x + 2) = 0
São exemplos de equações: Como o polinômio que aparece do lado esquerdo está na
forma fatorada, podemos obter a solução trivialmente,
usando o seguinte teorema de números reais.
(a) 12y
18 = 2y
3 ; (c) x2 + 2x − 15 = 0.
(b) 3x − 2 = 10; Teorema 2.1. Sejam A e B duas expressões,
se A · B = 0 então A = 0 ou B = 0.
Em (a) temos uma equação que sempre é válida, inde-
pendente do valor da variável que aparece. Quando isso Exercı́cio 2.18: Resolver as seguintes equações:
acontece, a equação recebe o nome de identidade.
Aqui abordaremos as equações que não sejam identi- (a) (x − 1) · (x + 1) = 0;
dades, ou seja, nos dedicaremos às equações que só são
válidas para alguns valores reais (ou mesmo para ne- (b) (x − 5) · (x + 2) = 0;
nhum valor), como os exemplos (b) e (c). Em equações
desse tipo, o termo cujo valor é desconhecido é chamado (c) (x − 3) · (5x − 7) = 0;
incógnita, ou simplesmente variável. Nos exemplos (b) e √
(c), a incógnita é representada pela letra x. (d) (x − 3) · (2x + 1) = 0;
Quando escrevemos equações com incógnitas, nosso ob-
jetivo é resolver a equação, o que significa que queremos (e) x(10 − x) = 0.
encontrar os valores da variável que fazem com que a
equação seja válida. Tais valores são chamados raı́zes Equações com c = 0
ou soluções da equação. Uma solução da equação do Quando o coeficiente c é nulo, temos simplesmente
item (b) é x = 4. De fato, essa é a única solução do pro- ax2 + bx = 0. Nesse caso, como os dois termos do
blema, já que 4 é único valor de x para o qual a equação lado esquerdo incluem x, podemos pôr essa variável em
é válida. Por sua vez, a equação do item (c) possui duas evidência, da seguinte forma:
soluções, x = −5 e x = 3.
ax2 + bx = 0,
Propriedades das equações ax · x + b · x = 0,
Sejam dadas as expressões A, B e C. x(ax + b) = 0.
✓ tem apenas uma raiz quando ∆ = 0; Teorema 2.5. Se a ̸= 0, então a2 > 0, para qualquer
número real “a”.
✓ não tem solução real quando ∆ < 0.
✓ se a < b, o número real x satisfaz as desigualdades Figura 2.3: Intervalo aberto ]a, b[
a < x < b, se e somente se o ponto x estiver entre os
pontos a e b.
▶ Intervalo fechado: é quando o intervalo contém os
Essa possibilidade de representar geometricamente os extremos, e designa-se pela notação
números reais é uma ferramenta poderosa, pois nos per-
mite descobrir e compreender melhor certas propriedades [a, b] ou {x/a ≤ x ≤ b}
dos números reais.
4 Infinito (do latim infinı́tu, sı́mbolo: ∞) é um adjetivo que de-
3O número real associado a um ponto P é chamado coordenada nota algo que não tem inı́cio nem fim, ou não tem limites, ou que é
do ponto P inumerável.
2.6.2 Inequações lineares 14
(6) se A ≤ B e C ≤ D, então A + C ≤ B + D;
Figura 2.4: Intervalo fechado [a, b]
1 1
(7) se 0 < A < B, então A > B.
(a) 2x2 + x − 15; (c) 5x2 − 8x; ▶ positivo se a > 0 e b > 0, ou se a < 0 e b < 0;
(b) −3x2 + 12x + 12; (d) x2 + 9. ▶ negativo se a > 0 e b < 0, ou se a < 0 e b > 0.
A seguinte tabela mostra melhor a dependência entre o
2.6.4 Solução de inequações quadráticas sinal de a · b e os sinais de a e b.
a b a·b
Exemplo 2.6: Resolver a seguinte inequação quadrática
+ + +
−x2 + 50x − 600 ≥ 0. + - -
- + -
Solução - - +
Em primeiro lugar vamos tentar fatorar a expressão
quadrática que aparece do lado esquerdo da inequação. Vejamos como o sinal do produto de dois fatores pode
Para isso, usaremos a fórmula de Bháskara para encontrar nos ajudar a resolver nossa inequação. Note que os pontos
as raı́zes da equação associada, essas raı́zes são relevantes do problema são x = 20 e x = 30, pois é neles
que a expressão quadrática (x−20)(x−30) vale zero, quer
x1 = 20 e x2 = 30. dizer, é nesses pontos em que a expressão quadrática pode
mudar de sinal. Vamos dividir a reta real nos intervalos
Assim a expressão −x2 + 50x − 600 pode ser escrita como
] − ∞, 20[, ]20, 30[, ]30, ∞[
−(x − 20) · (x − 30)
e analisamos o sinal da expressão quadrática em cada um
Com isto a nossa inequação fica deles. Para facilitar o trabalho, construı́mos uma tabela
na qual cada coluna representa um intervalo e cada fator
−(x − 20) · (x − 30) ≥ 0. aparece em uma linha separada. Finalmente, usando as
regras apresentadas acima, indicamos na última linha da
Com o objetivo de eliminar o sinal negativo que aparece tabela o sinal da expressão quadrática.
do lado esquerdo da desigualdade acima, multiplicamos a
inequação por (-1), obtendo Termo ] − ∞, 20[ ]20, 30[ ]30, ∞[
(x − 20) - + +
(x − 20) · (x − 30) ≤ 0. (x − 30) - - +
(x − 20)(x − 30) + - +
Esta é uma inequação equivalente a nossa inequação
original, assim terão as mesmas soluções. Para resolver A mesma análise pode ser feita empregando-se um di-
esta última inequação, devemos analisar separadamente o agrama como aquele mostrado na Figura 2.7.
que acontece com cada fator da expressão quadrática do
20 30
lado esquerdo, identificando em que intervalo ele é posi- − + +
(x − 20)
tivo ou negativo.
Começando pelo fator (x − 20), observamos que esse − − +
(x − 30)
termo é positivo para x > 20 e negativo para x < 20,
valendo zero quando x = 20. A Figura 2.5 ilustra o sinal + − +
(x − 20)(x − 30)
desse fator na reta real.
− 20 +
Figura 2.7: Diagrama para resolver a desigualdade.
− 30 + {x ∈ R / 20 ≤ x ≤ 30}
Teorema 2.6. REGRA DOS SINAIS: dados os fato- 1. Mova todos os termos para o mesmo lado. Escreva a
res reais a e b, o produto a · b é inequação na forma
2.6.4 Solução de inequações quadráticas 16
ax2 + bx + c ≤ 0, ou ax2 + bx + c ≥ 0.
2.13 (a) 43/35; (b) 37/18; (c) 13/35;
2. Determine as raı́zes da equação associada, é dizer re- (d) 17/18.
solva a equação
2.14 (a) (6x + 15)/8; (b) (80x − 15)/12;
ax2 + bx + c = 0. (c) (12xy + x)/18; (d) (36x + 12y + 8)/15.
3. Fatore a expressão quadrática na forma a(x−x1 )·(x− 2.15 (a) (−8y + 3)/5; (b) (3x − 8y − 15)/2;
x2 ), em que x1 e x2 são raı́zes encontradas no passo (c) x + 6y + 9; (d) (−3x + 4y + 2)/8.
anterior, se a raiz é única então x1 = x2 .
2.16 (a) 7; (b) 3; (c) 4; (d) 5.
4. Divida o eixo real em intervalos, de acordo com as
raı́zes obtidas. 2.17 (a) 9; (b) (-16)/5; (c) 5; (d) 1/8.
5. Monte uma tabela ou diagrama, logo determine o si-
2.18 (a) 1 ou -1; √
(b) 5 ou -2;
nal de cada fator da expressão quadrática em cada
(c) 3 ou 7/5; (d) 3 ou -1/2; (e) 0 ou 10.
intervalo.
√
6. Determine a solução do problema a partir do sinal 2.19 (a) 0 ou -5; (b) 0 ou 7; (c) 0 ou 2/2;
da expressão quadrática. Expresse essa solução na (d) 0 ou 2.
forma de um ou mais intervalos. √ √
2.20 (a) 5/3 ou -5/3; (b) 2 3 ou −2 3;
Exercı́cio 2.26: Resolver as inequações: (c) Não possui raı́zes reais; (d) 16 ou -2.
2.9 (a) 5(x + w); (b) 12(x + 1); (c) y(x − z);
(d) x(y + 2s − 5; (e) 7(5 − x); (f) −2(x + 5).
Funções
Diversos situações em nosso cotidiano podem ser expli- relação ao peso da peça. O valor resultante da aplicação
cados usando o conceito de função. Por exemplo, quando de uma função f , definida com relação a uma variável x,
o açougueiro nos informa que o quilograma de filé custa é representado por f (x). No caso do açougue, escrevemos
R$ 24,00, deduzimos que há uma relação entre o peso x da
peça de carne que pretendemos comprar (cuja unidade é o f (x) = 24x
|{z} ,
|{z}
quilograma) e o valor y a ser pago (que é dado em reais). valor resultante função de x
Mais especificamente, essa relação é
onde f é o nome da função e f (x) é o valor da função em
y = 24x. x. Por exemplo,
Logo, se quisermos levar 2,375 kg de carne, teremos que (a) o preço de uma peça de 3 kg é f (3) = 24 × 3 = 72
pagar a pequena fortuna de 24 × 2, 375 = 57 reais. Por reais;
outro lado, se o filé pesar 1,800 kg, o valor a ser pago será (b) por uma peça de 1.75 kg, pagamos f (1, 75) = 24 ×
igual a 24 × 1, 800 = R$ 43,20. A Tabela 3.1 mostra o 1, 75 = 42 reais;
valor a ser pago para diferentes pesos de uma peça de filé
(complete a tabela). (c) Por uma peça de a kg, pagamos f (a) = 24a reais.
A expressão f (3) pode ser lida como “o valor de f em
Peso (kg) Valor (R$) Peso Valor (R$) 3”, ou simplesmente como “f de 3”. Dito de outra forma,
1,000 R$ 24,00 4,000 R$ 96,00 f (3) é o valor de y quando x = 3.
1,800 R$ 43,20 4,500 R$
Exercı́cio 3.1: Dada a função f definida pela fórmula
2,375 R$ 57,00 5,225 R$ 125,40
f (x) = 2x2 + 1, determine
3,125 R$ 5,850 R$ 140,50
3,750 R$ 6,135 R$ √
(a) f (1); (c) f (−1); (e) f ( 2);
√
Tabela 3.1: Relação entre peso de filé e o preço a pagar. (b) f (0); (d) f (w); (f ) f ( a).
17
3.1.1 Conjunto imagem 18
É costume apresentar a relação definida por uma função 3.1.1 Conjunto imagem
por meio de um diagrama de flechas. Um diagrama asso-
Dada uma função f , com domı́nio D, denominamos
ciado ao exemplo anterior é mostrado na Figura 3.1. Note
conjunto imagem (ou simplesmente Im) o conjunto de
que cada elemento x em D está associado a um elemento
todos os valores f (x) obtidos a partir de x ∈ D.
de C cujo valor é igual a x2 .
Exercı́cio 3.2: Para cada uma das funções abaixo, de-
D C
termine o domı́nio e o conjunto imagem.
1 1 √
-15,8
(a) f (x) = 2x2 + 1; (b) f (x) = x − 1.
0
0,6 0,36
Exercı́cio 3.3: Encontre o domı́nio das seguintes
22 484 -6,2 -0,25
funções:
7 49
2,5 6,25 5
-2,67 (a) f (x) = x2 + 4; (b) h(x) = ;
-3 x−3
10 100
3x − 1
(c) f (x) = ;
(x + 3)(x − 1)
f
1
f (x) = .
x2 −1
Figura 3.2: Plano Cartesiano
Solução.
O domı́nio é o conjunto de todos os valores de x para
os quais a expressão x21−1 está definida. Como a única A cada ponto do plano Cartesiano (frequentemente cha-
exigência para que isso ocorra é que o denominador dessa mado plano xy) é atribuı́do um par de números, que deno-
expressão não seja zero, temos minamos coordenadas desse ponto. Essas coordenadas
representam a posição relativa desse ponto em relação aos
x2 − 1 ̸= 0 ⇒ x2 ̸= 1 ⇒ x ̸= ±1. eixos.
Na Figura 3.3 se dão alguns exemplos, o ponto de co-
Logo, o domı́nio de f é ordenadas (2,3) está situado duas unidades à direita do
eixo y e três unidades acima do eixo x, o número 2 é a
D = {x ∈ R / x ̸= −1 e x ̸= 1}. abscissa ou coordenada x do ponto, e o 3 é a ordenada
3.3 Gráfico de funções 19
x y
(2, 3) −3 −6
−2 −1
−1 2
0 3
x 1 2
(-4, 0) O (3, 0)
2 −1
3 −6
(0, -2)
Tabela 3.3: Algumas soluções da equação x2 + y − 3 = 0.
(-4, -4)
Figura 3.3: y
4
2
3.2.1 Gráfico de uma equação
3. Monte uma tabela de pares ordenados. Exercı́cio 3.4: Trace o gráfico das equações:
Escolha valores de x pertencentes ao intervalo
definido no passo 2, e determine os valores de y (a) 8y 2 − x = 2; (c) x2 + y 2 = 4;
correspondentes;
(b) xy = 1; (d) 3y − 2x + 3 = 0.
4. Marque os pontos no plano. Desenhe os eixos co-
ordenados e marque no plano os pontos (x, y) que
você encontrou no passo 3; 3.3 Gráfico de funções
1
5. Esboce a curva. Trace uma curva suave que passe
O gráfico de uma função f é o conjunto de pares orde-
pelos pontos.
nados
Exemplo 3.3: Trace o gráfico da equação x2 + y − 3 = 0. (x, f (x)),
Solução.
y
Para traçar o gráfico de uma função primeiro devemos
montar uma tabela, que contenha alguns pares ordenados
na forma (x, y). Em nosso caso montamos a Tabela 3.4.
1
x f (x)
−3 7
−2 2
−1 −1 0 x
0 −2 −2 −1 1 2 3
1 −1
2 2
3 7 −1
Em seguida, marcamos esses pontos no plano Cartesi- associa dois valores de y a um único valor de x, o que não
ano e traçamos uma curva suave, como mostra a Figura é permitido para funções.
3.5. Por exemplo, a equação y 2 − x = 1 se simplifica a y =
√
± 1 + x. De onde notamos que para um único valor de x
podem corresponder dois valores distintos de y, e isso não
y é permitido para funções. Asim, dizemos que a equação
y 2 − x = 1 não define uma função.
6
Argumento semelhante pode ser usado para mostrar
que nem toda curva no plano está associada a uma função,
uma vez que só é possı́vel haver um valor f (x) associado
a cada x pertencente ao domı́nio de uma função f , o que
4 nem sempre ocorre com curvas no plano. Para determinar
se uma curva é ou não a representação geométrica de uma
função, usamos o teste abaixo.
2
Teste da reta vertical
Um gráfico no plano Cartesiano representa uma função
0 x se, somente se, nenhuma reta vertical o intercepta mais
−3 −2 −1 1 2 3
de uma vez.
Exercı́cio 3.5: Use o teste da reta vertical para deter-
minar se as curvas que aparecem na Figura 3.7 represen-
tam o gráfico de uma função.
Figura 3.5: Gráfico de f (x) = x2 − 2.
Exercı́cio 3.6: Esboce o gráfico de cada uma das
funções abaixo com base em uma tabela de valores da
Exemplo 3.5: Agora, vamos traçar o gráfico de função em pontos que você escolher.
√ (a) f (x) = 5;
2
(c) f (x) = − x2 + 2;
f (x) = x + 1.
√
(b) f (x) = 2x + 1; (d) f (x) = 2 x.
O domı́nio desta função é dado por D = {x ∈ R / x ≥
−1}, logo montamos a Tabela 3.5. E o gráfico desta Exercı́cio 3.7: Calcule as funções nos pontos indicados.
função é mostrada na Figura 3.6.
(a) f (x) = −2(x + 1)
Nem toda equação que envolve as variáveis x e y define
y como função de x, pois há casos em que a equação f (−2), f (−1), f (0), f (1), f (a), f (−a);
3.3.3 Funções pares e ı́mpares 21
(a) (b)
y y
y
f (x2)
x
x
f (x1)
(c) (d)
y y x
0 x1 x2
x (a)
x
x+1
(b) h(x) = x2 −1
f (x2)
h(0), h(−2), h(1/2), h(a), h(a − 1);
x
(c) f (w) = w − 2
w 0 x1 x2
Definição 3.3. Seja f uma função definida em intervalo (1) Uma função f é par se seu gráfico é simétrico com
D. Dizemos que: relação ao eixo-y, isto é, se
(1) f é crescente em D se, dados quaisquer x1 e x2 em
f (−x) = f (x)
D, tais que x1 < x2 , tivermos
(2) Uma função f é ı́mpar se seu gráfico é simétrico com 3.4.1 Combinação de funções
relação à origem, isto é, se
Dadas duas funções f e g, é possı́vel obter novas funções
f (−x) = −f (x) por meio das operações de adição, subtração, multi-
plicação e divisão, comumente usadas com números reais.
para todo x no domı́nio de f . Em outras palavras, é possı́vel definir f + g, f − g, f · g
e f ÷ g. Tomando, por exemplo, as funções
Veja o gráfico da função f (x) = x2 na Figura 3.9, ele é
simétrico em relação ao eixo-x. f (x) = x2 − 2 e g(x) = 3x − x2
y podemos escrever
f (−x) = f (x)
f (x) − g(x) = (x2 − 2) − (3x − x2 )
= 2x2 − 3x − 2,
f (x) x2 − 2
= .
g(x) 3x − x2
Figura 3.9: Função par.
Definição 3.5. Dadas as funções f e g, cujos domı́nios
O gráfico da função f (x) = x3 é mostrado na Figura são A e B, respectivamente, podemos definir,
3.10, ele é simétrico em relação à origem, caracterı́stica
de uma função ı́mpar. (1) Soma de f e g:
y
f (x) = x3
(f + g)(x) = f (x) + g(x).
√ 1
3.4 Combinação e composição de (c) f (x) = x+5 e g(x) = ;
x2 −4
funções √
(d) f (x) = 3 − x e g(x) = x − 1.
3.5.1 Função linear ou afim 23
Exemplo 3.6: Dadas as funções f (x) = x2 e g(x) = x+2, Inclinação de uma reta
determine f (g(x)) e g(f (x)). A inclinação de uma reta é a razão entre a variação da
altura, ∆y, e a distância horizontal, ∆x, entre quaisquer
dois de seus pontos. Assim, conhecendo as coordenadas
Solução.
Cartesianas de dois pontos da reta, digamos (x1 , y1 ) e
(x2 , y2 ), podemos calcular com exatidão a inclinação.
▶ f (g(x)) = f (x + 2) = (x + 2)2 = x2 + 4x + 4.
Definição 3.9. A inclinação m da reta que passa por
▶ g(f (x)) = g(x2 ) = x2 + 2. (x1 , y1 ) e (x2 , y2 ), com x1 ̸= x2 , é dada por
1 y
(b) f (x) = x2 − 1 e g(x) = ;
x−1 y = mx + b
x
√ y2
(c) f (x) = 3 e g(x) = x + 1;
1 √ ∆y
(d) f (x) = e g(x) = x.
x y1
b ∆x
x
3.5 Funções polinomiais 0 x1 x2
denomina-se função polinomial de grau n, com relação Exercı́cio 3.14: Determinar as inclinações das retas
a x. O número an denomina-se coeficiente principal do que passam por: (a) (1, 2) e (3, 5); (b) (−2, −1) e (2, 5);
polinômio. (c) (−4, 2) e (2, −1).
1 2
Figura 3.13: Gráficos de parábolas e sua relação com o
-1 1 -2 2 4
coeficiente a.
0 0
Por sua vez, o coeficiente c da função quadrática única entre os coeficientes de uma e outra forma. Essa
determina o intercepto-y (intercepto com o eixo-y) da relação pode ser obtida expandindo a forma canônica:
parábola, pois, tomando x = 0, temos
f (x) = a(x − m)2 + k
f (0) = a · 0 + b · 0 + c = c.
2
= a(x2 − 2mx + m2 ) + k
= ax2 −2am x + am2 + k .
Zero da função quadrática | {z } | {z }
b c
Os interceptos-x (intercepto com o eixo-x) da parábola
correspondem aos zeros ou às raı́zes da função quadrática. Comparando essa expressão de f (x) com a forma usual
Os zeros de qualquer função podem ser determinados re- f (x) = ax2 + bx + c, concluı́mos que o coeficiente a que
solvendo a equação aparece nas duas formas é o mesmo. Além disso,
f (x) = 0,
b = −2am e c = am2 + k.
é dizer em nosso caso (função quadrática), determinare-
mos os zeros da função quadrática resolvendo a equação Assim, percebemos que é fácil determinar os coeficientes b
quadrática e c a partir de a e das coordenadas do vértice da parábola.
ax2 + bx + c = 0. Vejamos, agora, como obter m e k a partir de a, b e c.
Logo os zeros ou raı́zes da equação quadrática são dados Como b = −2am, temos
pela famosa fórmula de Bhaskara:
b
√ √ m=− .
−b + ∆ −b − ∆ 2a
x= ou x= ,
2a 2a Da mesma forma, como c = am2 + k, podemos escrever
em que
∆ = b2 − 4ac k = c − am2
( )2
b
é o discriminante do polinômio quadrático. Da fórmula = c−a −
de Bhaskara podemos deduzir que: 2a
b2
▶ se ∆ > 0, a função quadrática tem dois diferentes zeros = c−a 2
4a
reais, assim seu gráfico (uma parábola) intercepta o
b2
eixo-x em dois pontos distintos; = c−
4a
▶ se ∆ = 0, a função quadrática tem um único zero real, 4ac − b2
=
assim seu gráfico intercepta o eixo-x em um único 4a
ponto; ∆
= − ,
4a
▶ se ∆ < 0, a função quadrática não tem nenhum zero
real, assim seu gráfico não intercepta o eixo-x em usando novamente o fato de que ∆ = b2 − 4ac é o discri-
nenhum ponto. minante do polinômio quadrático.
Exercı́cio 3.18: Determine os interceptos com os ei- Exercı́cio 3.19: Encontre a função quadrática cujo
xos coordenados dos gráficos das seguintes funções gráfico tem vértice em (−2, 4) e que passa pelo ponto
quadráticas: (−5, −14). Em seguida, trace o gráfico da função.
(a) f (x) = 2x2 − 5x − 3; Exercı́cio 3.20: Encontre o vértice e o eixo de simetria
de cada função:
(b) f (x) = 6 − 2x + 4x2 ;
(a) f (x) = 3x2 + 5x − 4;
(c) g(x) = 5x2 + 4 − 6x;
(d) h(x) = −2x2 − 7x − 4. (b) f (x) = −2x2 + 7x − 3;
(c) f (x) = 8x − x2 + 3;
Forma canônica da função quadrática: a função
(d) f (x) = 6 − 2x + 4x2 .
f (x) = a(x − m) + k
2
Exercı́cio 3.21: Determine as funções quadráticas que
é uma função quadrática escrita na forma canônica. A tem vértice em B e tem o termo independente c, e logo
vantagem de escrever uma função quadrática na forma encontre seus zeros e desenhe o gráfico de cada função:
canônica é que esta forma mostra explicitamente o vértice
e o eixo de simetria do seu gráfico. É possı́vel mostrar que (a) c = −3, B = (1, 3);
o par (m, k) representa as coordenadas do vértice, e que (b) c = −2, B = (4, 1);
o eixo de simetria é a reta vertical x = m.
Para mostrar que é sempre possı́vel converter uma (c) c = 21, B = (12, −2);
função quadrática f (x) = ax2 + bx + c para a forma
canônica, e vice-versa, basta estabelecer uma relação (d) c = 2, B = (1, −4).
3.5.3 Divisão de polinômios 26
3.5.3 Divisão de polinômios Essa operação pode ser feita diretamente no diagrama,
como mostrado a seguir,
Agora que estamos estudando as funções polinomiais,
veremos finalmente como dividir polinômios, um passo x3 − 4x2 − 2x + 15 x−3
essencial para a fatoração dessas funções. A fatoração,
por sua vez, é útil para encontrar os zeros da função po- −x + 3x
3 2
x2
linomial, os quais nos permitem resolver equações e ine- −x2 − 2x + 15
quações, bem como traçar os gráficos dessas funções.
Observe que o polinômio x3 − 3x2 não possui termos
Definição 3.11. Dados dois polinômios p(x) e d(x), po-
de grau 1 e de grau 0. Assim, ao subtraı́-lo de x3 − 4x2 −
demos dividir p(x) por d(x) desde que d(x) ̸= 0 e que o
2x + 15, simplesmente “descemos” os termos 2x e +15 da
grau de d(x) seja menor ou igual ao grau de p(x). Nesse
primeira linha, somando-os a −x2 .
caso, existe um único polinômio q(x), chamado quociente,
e um único polinômio r(x), chamado resto, tais que
Esse polinômio é, então, subtraı́do do dividendo p(x). Terceira etapa da divisão
No terceiro passo do processo, dividimos o termo de
x3 − 4x2 − 2x + 15 − (x3 − 3x2 ) = maior grau de −5x + 15 pelo termo de maior grau de
x3 − 4x2 − 2x + 15 − x3 + 3x2 = x − 3, ou seja, calculamos
x3 − x3 − 4x2 + 3x2 − 2x + 15 =
−5x
−x2 − 2x + 15. = −5,
x
3.5.4 Algoritmo de Ruffini 27
(d) (x4 + 2x − 12) ÷ (x + 2); 6. Multiplique o coeficiente que você acabou de obter
pelo termo a, e escreva o resultado na segunda linha
(e) (4x3 + 2x2 + 11x) ÷ (2x2 + 3); da coluna seguinte. No nosso exemplo, o produto é
11 × 2 = 22.
(f ) (6x4 + 5x3 − 2x) ÷ (3x − 2);
2 4 3 -25 1
(g) (4x3 + 6x − 10) ÷ (2x − 4);
8 22
(h) (x2 − 5x + 8) ÷ (x − 3); 4 11
(i) (3x + 7) ÷ (x + 4); 7. Some os dois termos da nova coluna, e anote o resul-
tado na terceira linha. Em nosso caso, a soma fornece
(j) (x4 − 2) ÷ (x − 1). −25 + 22 = −3.
3.6 Função inversa 28
(c) x − 2, x3 + 3x − 4;
r = −5.
(d) x − 2, x3 − 3x − 2.
Exercı́cio 3.23: Para cada expressão na forma p(x) ÷
d(x) abaixo, calcule o quociente q(x) e o resto r(x) usando
o algoritmo de Ruffini: 3.6 Função inversa
(a) (x2 − 2x + 3) ÷ (x − 1);
Nos capı́tulos anteriores, toda vez que quisemos desco-
(b) (x3 − 1) ÷ (x + 1); brir para que valor de x uma função f valia c, foi preciso
resolver uma equação na forma f (x) = c. Nessa seção,
(c) (x3 + 4x2 + 7x − 9) ÷ (x + 3);
veremos como obter o mesmo resultado determinando a
(d) (2x3 − 9x2 + 6x + 5) ÷ (x − 3/2; função inversa de f .
De uma maneira bem simples, podemos dizer que a
(e) (x5 − 9x3 + 2x) ÷ (x − 3); inversa de uma função f , denotada por f −1 , é a função
(f ) x4 ÷ (x − 3). que desfaz a operação executada pela função f . A Figura
3.15 abaixo explana melhor a ideia.
3.5.5 Teorema do resto Domı́nio de f
f
Imagem de f
p(x) = (x − a) · q(x) + r. 0
0
2
1
Usando essa equação, é fácil reparar que 16
2
3.6.1 Roteiro para a obtenção da inversa ▶ exigimos que a constante a fosse positiva, para garan-
de uma função tir que a função estivesse definida
√ para todo x real
(lembre-se de que, por exemplo, a = a1/2 não está
Para encontrar a inversa de uma função f definida na definida para a negativo);
forma
▶ excluı́mos a = 1, pois 1x = 1 para todo x real, de modo
f (x) = expressão que depende de x. que f (x) = 1x é uma função constante.
1. Troque o termo “f (x)” por y, de forma que a equação Veja alguns exemplos de função exponencial:
se torne:
f (x) = 2x ; f (x) = ex ;
y = expressão que depende x. ( )x
1
f (x) = ; f (x) = π x .
2
2. Resolva essa equação com relação a x, ou seja, isole x
de modo a obter Note que uma função exponencial tem uma base cons-
tante e um expoente variável. Assim as funções f (x) = x2
x = expressão que depende y. ou f (x) = xn não seriam classificadas como funções ex-
ponenciais, uma vez que elas têm uma base variável e um
3. Escreva a nova função na forma expoente constante.
√ √
3 1
(e) f (x) = x + 2; (g) f (x) = x + 5;
√
(f ) f (x) = 2x−3
x+1 ; (h) f (x) = 3 x − 2.
0 x
-2 -1 1 2
(b) 0 < a < 1
3.7 Função exponencial
A função exponencial com base a é definida por
Figura 3.16: Função exponencial.
x
f (x) = a ,
Os gráficos das funções exponenciais possuem várias
em que a > 0, a ̸= 1, e x é qualquer número real. Observe caracterı́sticas importantes, que variam de acordo com a
que base a. Funções exponenciais com a > 1 têm gráficos
3.8.1 Propriedades de logaritmo 30
(1)
similares e são funções crescentes, tal como pode-se ver (a) log2 (64); (c) log2 8 ;
na Figura 3.16(a). Funções exponenciais com 0 < a < 1
também tem gráficos similares porém são funções decres- (b) log10 (1000); (d) log9 (3).
centes, tal como mostra o gráfico da Figura 3.16(b).
As caracterı́sticas comuns aos gráficos de funções expo- 3.8.1 Propriedades de logaritmo
nenciais são:
Seja a > 0, a ̸= 1, b > 0, b ̸= 1, x > 0 e y > 0 então
▶ O gráfico é contı́nuo; cumpri-se as seguintes propriedades:
▶ O domı́nio é ]−∞, +∞[ e o conjunto imagem é ]0, +∞[; (1) loga (1) = 0;
▶ O intercepto-y é 1 e não há intercepto-x. (2) loga (a) = 1;
Exercı́cio 3.28: Identifique as funções exponenciais e (3) loga (ax ) = x;
determine o valor da base a. Para aquelas que não são
funções exponenciais, explique o por que. (4) aloga (x) = x;
(5) loga (xy) = loga (x) + loga (y);
(a) f (x) = x8 ; (d) f (x) = 42 ; ( )
√
(b) f (x) = 3x ; (e) f (x) = x x
; (6) loga xy = loga (x) − loga (y);
log5 (1000) y
(a) log2 (12); (c) log5 (10) ;
√ √
x x
(d) (f ◦ g)(x) = x
, (g ◦ f )(x) = x
. 3.34 (a) 999; (b) 7; (c) 100000; (d) e2 .
3.14 (a) m = 3
2
; (b) m = 3
2
; (c) m = − 12 . 3.35 (a) 100; (b) 0, 1; (c) 100; (d) e4 ; (e) ln 1; (f)
log3 2; (g) 12 ln( 35 ); (h) 1/2.
3.15 (a) m = 3, b = 15 e r = −5;
(b) m = 2, b = −9 e r = 92 ; 3.36 (a) pH = 7, 4, é substância básica;
(c) m = − 12 , b = 9 e r = 18; (b) pH = 4, 2, é substância ácida;
(d) m = 4, b = 0 e r = 0. (c) pH = 6, 4, é substância ácida;
(d) pH = 5, 9, é substância ácida.
3.16 (a) m = 2, b = 2 e r = −1;
(b) m = 3, b = 0 e r = 0;
(c) m = −1, b = 1 e r = 1;
(d) m = −2, b = 3 e r = 3/2.
3.17 (a) y = 5
7
x + 187
; (b) y = − 79 x + 83 ;
2
(c) y = − 34 x e+π
+ 23 ; (d)
y = 1+π x + e−π
1+π
;
(e) y = x + 1; (f) y = 3x + 3; (g) y = −4x − 16;
(h) y = −13x + 77.
Trigonometria
ou
Ângulo reto: é um ângulo cuja medida é 90 ◦ :
α
Classificação de ângulos
Ângulos complementares: dois ângulos são comple-
Ângulo raso: é um ângulo cuja medida é 180 ◦ (os seus mentares se e somente se a soma de suas medidas
lados formam uma reta): é 90 ◦ .
33
4.1.3 Razões trigonométricas de um ângulo agudo 34
150◦
β α + β = 90 ◦
γ
α B C
Triângulo retângulo
Exercı́cio 4.2: Determine “ x” se os ângulos: (a) 2x + É um triângulo que possui um ângulo reto (90◦ ) e ou-
60◦ e 3x são suplementares; (b) 4x−y+15◦ e y−2x+5◦ são tros dois ângulos agudos. Os lados menores do triângulo
complementares; (c) x2 e 261◦ − 18x são suplementares; retângulo são chamados de catetos, e o lado maior é cha-
(d) 139◦ − 14x e x2 são complementares. mado de hipotenusa.
A
4.1.2 Triângulo
α
Hipotenusa
Cateto
É a porção do plano limitado por três segmentos de
reta que se cortam dois a dois, em três pontos diferentes.
Os pontos de interseção são os vértices do triângulo, e
β
os segmentos são os lados do triângulo. Os lados formam C
B Cateto
os ângulos interiores que se nomeiam com as letras dos
vértices. A soma dos ângulos interiores é 180 ◦
A
Teorema de Pitágoras: A soma dos quadrados dos ca-
α tetos é igual ao quadrado da hipotenusa, é dizer na
Figura
β 2 2 2
γ AB + BC = AC .
B C
a
b
α α
B C
B c A
▶ SENO: é a razão entre o cateto OPOSTO (CO) e a O ângulo agudo maior é o ângulo B dado que a maior
hipotenusa (H). O seno do ângulo B se escreve sen B, lado se opõe maior ângulo, assim
assim
8 8 4
CO b CO c sen B = = 0.8, tan B = = = 1.33,
sen B = = , sen C = = , 10 6 3
H a H a
6 6 3
cos B = = 0.6, cot B = = = 0.75,
onde b e c são os catetos opostos de B e C respecti- 10 8 4
vamente. 10 10
sec B = = 1.67, csc B = = 1.25 .
6 8
▶ COSSENO: é a razão entre o cateto ADJACENTE
(CA) e a hipotenusa, e abrevia-se por “cos”, assim 4.1.4 Triângulos notáveis
CA c CA b São aqueles triângulos retângulos que conhecido seus
cos B = = , cos C = = ,
H a H a ângulos, seus lados estão em uma determinada relação ou
proporção1 .
onde c e b são os catetos adjacentes de B e C respec-
tivamente. ▶ Triângulo notável de 45 ◦ e 45 ◦ : Os catetos são
de igual medida (veja a Figura 4.2). Assim obtemos
▶ TANGENTE: é a razão entre o cateto OPOSTO e o as seguintes razões trigonométricas:
cateto ADJACENTE. Se abrevia “tan”, assim
1 1
CO b CO c sen 45 ◦ = √ , cos 45 ◦ = √ , tan 45 ◦ = 1.
tan B = = , tan C = = , 2 2
CA c CA b
60 ◦
2a
a
9 x 37 ◦
30 ◦
√
3a
30 ◦ 45 ◦ B
A C
Figura 4.6:
Exercı́cio 4.11: Calcule “x” na seguinte figura: −−→
Logo OC, em cada posição gera um ângulo, por exem-
plo ∠AOC (o sı́mbolo ∠ significa ângulo) na Figura 4.6,
−→
a semirreta fixa OA denomina-se lado inicial do ângulo
4.1.8 Razões trigonométricas de um ângulo qualquer 37
−−→ −−→ Y
e a semirreta móvel OC é o lado terminal. Quando OC
−→ −−→
coincide com OA, o ângulo é nulo; quando OC começa a 4
−−→
girar, o ângulo aumenta a medida que OC gira. Ao coinci- 3
−−→ −→
dir OC de novo com OA, há gerado um ângulo completo 2 A(5, 2)
−−→
(360◦ ), porém OC pode continuar girando e gerar um 1
-4 B(2, 0)
ângulo de qualquer valor. X′ X
-6 -5 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6
-1
-2
Ângulos positivos e ângulos negativos
−−→ -3
Os ângulos gerados ao girar a semirreta OC no sentido C(-4, -3)
contrário às agulhas do relógio serão considerados posi- -4
−−→
tivos. E os ângulos gerados ao girar a semirreta OC no Y′
mesmo sentido às agulhas do relógio serão considerados
negativos (veja o lado direito da Figura 4.6).
Figura 4.8:
4.1.6 Sistema de eixos coordenados re-
tangulares Exemplo 4.2: Na Figura 4.8, as coordenadas de A são 5
←−→ e 2, e escreve-se A(5, 2). Reciprocamente, dada as co-
Sobre uma reta XX ′ , tomemos um ponto O que se ordenadas de um ponto C(-4, -3), para localizar o ponto
←−→ ←−→ ←−→
chama origem. Pelo origem O, desenhamos a reta Y Y ′ de se assinala -4 no eixo XX ′ e -3 no eixo Y Y ′ . Por estes
←−→ ←−→
modo que XX ′ ⊥ Y Y ′ (veja a Figura 4.7), logo chamamos pontos se traçam paralelas aos eixos, e onde se cruzarem
a estas duas retas de eixos coordenados. estará o ponto C.
Y
4.1.8 Razões trigonométricas de um
ângulo qualquer
II 3 I
2 Consideremos os ângulos α, β, γ e θ que em um dado
1 sistema de coordenadas tem seus lados terminais no I,
-3 -2 -1 1 2 3
X′ X II, III e IV quadrante, respectivamente (veja a Figura
-1 4.9).
-2 IV
III Y
-3 B
A
β
Y′
α
γ
Figura 4.7: X′ F E X
O
θ
AE BF
tan α = , tan β = , Y′
OE OF
CF DE
tan γ = , tan θ = . Figura 4.10:
OF OE
▶ COTANGENTE: é a razão entre a abscissa e a or-
(a) sen 120◦ , cos 120◦ , tan 120◦ ;
denada. A partir da Figura 4.9:
OC OD
sec γ = , sec θ = . Exercı́cio 4.17: Calcular as razões trigonométricas do
OF OE
ângulo ∠XOB = β, sabendo que B é o ponto com coor-
▶ COSSECANTE: é a razão entre a distância e a or- denadas (2, −3).
denada. A partir da Figura 4.9 temos,
2 2 2 2
BD OD BD + OD
sen2 α + cos2 α = 2 + 2 = 2 .
OB OB OB
2 2 2
Y′ Pelo teorema de Pitágoras temos: BD + OD = OB ,
assim
2
OB
Figura 4.11: (I5) sen2 α + cos2 α = 2 = 1,
OB
▶ cot α = OD
= OS
= AR
= AR
= AR
= AR; sen x cos x 1−cos2 z
BD RS OA r 1 (c) csc x + sec x = 1; (e) sen3 z = csc z ;
▶ sec α = OB
OD
= OT
OC
= OT
r = OT
1 = OT ; (d) csc x
cot x = sec x; (f ) sec2 α = tan2 α + 1.
▶ csc α = OB
BD
= OR
RS
= OR
OA
= OR
r = OR
1 = OR. Exercı́cio 4.19: Seja α um ângulo agudo e sen α = 14 ,
determine as demais razões trigonométricas desse ângulo.
assim encontramos a representação geométrica das razões
trigonométricas mediante segmentos de reta, por exem- Observação: usando a circunferência trigonométrica é
plo, sen α é representado pelo segmento BD, é dizer têm possı́vel mostrar que o valor máximo de seno e cosseno
os mesmos valores. Além disso, podemos deduzir as se- é +1, e o valor mı́nimo de ambas razões trigonométricas
guintes identidades ou propriedades: é -1, a demonstração fica como exercı́cio para o leitor.
4.2.5 Redução ao primeiro quadrante 40
Exercı́cio 4.20: Mostre sen (180 ◦ − α) = sen 180 ◦ · cos α − cos 180 ◦ · sen α
(S3) tan (α + β) = tan α+tan β
1−tan α·tan β .
= 0 · cos α − (−1) · sen α
Exercı́cio 4.23: Usando as razões trigonométricas dos sen (180 ◦ + α) = sen 180 ◦ · cos α + cos 180 ◦ · sen α
ângulos 30 ◦ , 45 ◦ e 60 ◦ , determine as razões trigo- = 0 · cos α + (−1) · sen α
nométricas dos seguintes ângulos:
∴ sen (180 ◦ + α) = −sen α,
(a) 105 ◦ (b) 75 ◦ (c) 15 ◦
Cálculo de cos x2 :
Da identidade (I6): sen x = 1 − cos x, então resulta
2 2
Se na identidade (I10) fazemos x = a, então
cos 2x = cos2 x − (1 − cos2 x), cos 2a = 2cos2 a − 1,
Gabarito
4.1 (a) π/2; (b) π/4; (c) π/3; (d) π/6.
4.4 15◦ .
√ √ √
4.5 (a) 41; (b) 136 cm; (c) 880 m;
(d) 60 km.
4.6 4.
√ √ √
4.7 (a)
√ 3 2 m; (b) 15 2 cm; (c) 9 2 cm;
(d) 7 2 m.
4.9 15 e 20.
√
4.10 8 2.
4.11 16.