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Moreira é profes- Os(as) leitores(as), especialmente assistentes Carlos Felipe Nunes Moreira A leitura crítica da realidade, bem
3ª edição
tura do Rio de Janeiro, na Secreta- tentes sociais na educação, o livro provoca a çam sobre a dimensão técnico-
ria Municipal de Educação. Autor reflexão sobre a intervenção nos seus vários -operativa sob essa perspectiva.
de trabalhos e artigos sobre o espaços profissionais. Incide no fio tenso O brilhantismo deste livro resi-
exercício profissional do assisten- das contradições e alimenta o nosso projeto de justamente na leitura crítica
ISBN 978-85-249-2417-0
Charles Toniolo de Sousa
Professor da Escola de Serviço Social da UFRJ
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SUMÁRIO
Apresentação à 3ª edição.............................................................. 9
Apresentação à 2ª edição.............................................................. 11
Prefácio........................................................................................... 17
Introdução...................................................................................... 21
Capítulo 1
2. Vale destacar que a reestruturação produtiva trouxe consigo novos modos de ex-
ploração e de controle do trabalho. Todavia, não extinguiu as formas clássicas de organi-
zação no campo da produção.
O TRABALHO COM GRUPOS EM SERVIÇO SOCIAL 31
sua mãe gosta mostra tudo isso! Parece que não te ensinam
nada na escola!
— Mas é na escola mesmo que tenho aprendido um mon-
te dessas coisas novas, pai. Tem uma dona lá que faz a gente
pensar “pra caramba” com umas brincadeiras que ela inventa!
— E escola lá é lugar de brincadeiras, moleque?! E chame
logo o seu irmão pra gente ir pra casa almoçar porque sua mãe
já deve ter voltado da igreja. E eu duvido que ela vá concordar
com você! Ah, se o padre sabe disso!
O ponto de vista de Dimas é reflexo de uma das conse-
quências do fato de que a classe que está no poder, valendo‑se
de sua posição diferenciada, apropria‑se e busca utilizar — nos
termos de Gramsci — os “aparelhos privados de hegemonia”
para difundir socialmente suas próprias ideias. São principal-
mente as escolas, as igrejas e meios de comunicação de massa
em geral os veículos centrais disseminadores dos pensamentos
e valores burgueses. Tendo em vista que a consciência é um
produto resultante da própria sociedade (Marx e Engels, 2002),
os aparelhos privados de hegemonia estão para a consciência
assim como as fábricas estão para as mercadorias.
Para Gramsci, a estrutura (que é o campo daquilo que ele
também chama de sociedade econômica) e a superestrutura
formam o que ele denomina de bloco histórico, isto é, um
conjunto complexo e contraditório, em que a superestrutura é
ao mesmo tempo o reflexo e o balizador do conjunto das rela-
ções sociais de produção. Porém, é preciso observar que a
relação entre superestrutura e estrutura não se dá abstrata-
mente, ela acontece de maneira concreta, histórica. Marx não
nos deixa dúvidas ao comparar a ideologia com uma câmera
escura. Como vimos, a ideologia tem a função e a capacidade
de inverter as imagens formadas nas “retinas das visões de
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3ª edição
tura do Rio de Janeiro, na Secreta- tentes sociais na educação, o livro provoca a çam sobre a dimensão técnico-
ria Municipal de Educação. Autor reflexão sobre a intervenção nos seus vários -operativa sob essa perspectiva.
de trabalhos e artigos sobre o espaços profissionais. Incide no fio tenso O brilhantismo deste livro resi-
exercício profissional do assisten- das contradições e alimenta o nosso projeto de justamente na leitura crítica
ISBN 978-85-249-2417-0
Charles Toniolo de Sousa
Professor da Escola de Serviço Social da UFRJ