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Resumo: Esta pesquisa teve por principal objetivo avaliar o efeito da termorretificação
na madeira de Pinus oocarpa nas temperaturas de 200 e 220 °C e nos tempos de 30 e
60 minutos. As amostras foram caracterizadas por meio de ensaios biológicos visando
verificar á resistência a fungos xilófagos. No que se refere aos ensaios de
biodeterioração, a resistência a fungos xilófagos foi verificada por um período de 4 a 7
meses, com a determinação da perda de massa mensalmente a partir do terceiro mês.
No ensaio de biodeterioração, a menor perda de massa foi de 9,70% na combinação
do tempo de 60 minutos e temperatura de 220 oC em comparação aos demais
tratamentos. Desta forma, baseando-se nos valores indicativos de uma menor perda
de massa nos ensaios de biodeterioração, a termorretificação realizada no tempo de
60 minutos e 220 ºC foi a mais eficiente.
Abstract: This research had the main objective to evaluate the effect of heat treatment
on Pinus oocarpa wood at temperatures of 200 e 220°C and times of 30 e 60
minutes. The samples were characterized by means of biological tests in order to
verify the resistance to wood-destroying fungi. With respect to biodegradation tests,
resistance to xylophage’s fungi was observed for a period of 4 to 7 months by mean of
the mass loss for each month after the third month. The biodegradation test show that
the lowest mass loss was 9.70% in the combination of the 60-minute time and
temperature at 220 oC. Thus, the samples treated in 60 minutes and 220 ºC are those
that have better potential treatment.
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1. Introdução
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gêneros Pinus e Corymbia, que apesar de disponíveis em escala comercial, sofrem
limitações quanto ao seu emprego, pela inadequação de uma ou mais propriedades
para um fim específico.
A temperatura e duração do tratamento térmico geralmente variam de 180 a 280
°C e de 15 minutos a 24 horas, de acordo com o processo de tratamento, espécie da
madeira, tamanho das amostras, quantidade de umidade nas amostras, propriedades
mecânicas desejadas, resistências à demanda biológica e estabilidade dimensional do
produto final (KORKUT e HIZIROGLU, 2009(14)).
A termorretificação, no Brasil, é pouco pesquisada, apesar de seus benefícios
comprovados em espécies de madeira da Europa, onde esse tipo de tratamento já foi
bastante abordado (BORGES e QUIRINO, 2004(9)). Atualmente, são comercializados
no continente europeu, produtos retificados termicamente para pisos, uso estrutural ou
para a indústria siderúrgica como energético.
Nesta pesquisa, madeira termorretificada de Pinus oocarpa (P. oocarpa) em
combinações de tempo de 30 e 60 min e temperatura de 200 e 220 °C foram
estudadas por meio de suas propriedades biológicas de resistência à fungos
apodrecedores. Para a construção civil, o melhor desempenho se observa em
madeiras que apresentam uma maior resistência aos xilófagos.
2. Materiais e métodos
O solo preparado para o ensaio foi colocado em vasilha plástica com dimensões
de 45 cm por 30 cm, com 10 cm de profundidade aproximadamente e, teor de
umidade de 60%. Sobre o solo foram colocadas lascas de madeira tratadas com meio
de cultura para fungos. Os fungos são provenientes da Mata Ciliar do rio que cruza a
Universidade Estadual do Centro Oeste, campus Irati. Deixaram-se os fungos de solo
crescer e colocou-se sobre o substrato fungado os corpos-de-prova termorretificados e
não termorretificados (referência). O experimento realizou-se em seis repetições para
cada ensaio de termorretificação, seguindo as recomendações de AWPC. As amostras
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foram submetidas ao delineamento inteiramente casualizado. Em seguida, o sistema
foi envolto em um saco plástico preto contendo quatro frascos abertos com 100 mL de
água, para garantir uma umidade relativa do ar dentro do saco, de aproximadamente
85%. O saco plástico foi parcialmente fechado e exposto à temperatura ambiente por
dezesseis semanas. No término do ensaio, foram realizadas inspeções visuais e
pesagens para avaliar o comprometimento do corpo-de-prova frente ao ataque de
xilófagos. Adicionalmente foram realizados ensaios mensalmente por mais 12
semanas.
Para avaliação dos resultados, foi utilizado o delineamento experimental
inteiramente casualizado em arranjo fatorial, com 9 tratamentos. Em todos os ensaios
foram calculados os valores médios com seus respectivos desvios-padrão bem como
o coeficiente de variação de cada média. Os dados foram submetidos à análise de
variância (ANOVA) para verificar se houve diferença estatisticamente significativa
entre as médias, seguida pelo teste de Tukey, delineado com auxílio do software
Minitab® versão 14.
Os fatores e níveis experimentais investigados foram: tempo - To (30; 60min),
temperatura - Ta (200; 220 oC) e período de exposição – Pexpo (4; 5; 6; 7 meses),
conduzindo a um planejamento fatorial completo do tipo 4122, fornecendo 16
tratamentos distintos. A variável-resposta investigada foi à perda de massa, sendo
utilizadas seis amostras por tratamento (95 graus de liberdade).
99,9 To Ta Pexpo
Mean 1,716
99 30 200 16
StDev 0,2303 17
18 Bartlett's Test
95 N 95 19
90 220 16 Test Statistic 2,49
Percentual
AD 0,299
80 17
70 P-Value 0,578 18 P-Value 1,000
60 19
50
40 60 200 16 Levene's Test
30 17
20 18 Test Statistic 0,11
10 19
5 220 16 P-Value 1,000
17
1 18
19
0,1 0 2 4 6 8 0 2 4
1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 0, 0, 0, 0, 0, 1, 1, 1,
Perda de massa Intervalo de Confiança de Bonferroni [95%]
(a) (b)
Figura 1 - Resultados dos testes de normalidade (a) e homogeneidade entre variâncias (b).
3. Resultados e discussões
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Tabela 2 - Resultados da ANOVA para a perda de massa.
Fatores e Interações p-valor
To 0,117
Ta 0,224
Pexpo 0,998
To*Ta 0,036
To*Pexpo 0,999
Ta*Pexpo 0,995
To*Ta*Pexpo 0,992
Perda de Massa
1,76
Tempo
1,72 30
60
Médias
1,68
1,64
1,60
200 220
Temperatura (ºC)
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resistente”. Como esperado, os melhores resultados foram para a termorretificação
mais agressiva.
Para vários autores, tais como Hakkou; Pétrissans e Gérardin (2006)(16),
Repellin e Guyonnet (2005)(17), o tratamento térmico da madeira melhora sua
durabilidade à degradação por fungos. Menezzi et al. (2008)(18) descrevem que,
durante o tratamento térmico, a holocelulose é degradada e isto reduz a quantidade de
nutrientes para os fungos. Também, o tratamento com calor gera novas substâncias
que atuam como biocidas; as modificações químicas do substrato da madeira fazem
com que esta não seja identificada por fungos. A redução na parede celular dos
grupos hidroxilas da madeira também afetam a habilidade das enzimas em
metabolizar o substrato.
A fig. 3 ilustra os resultados médios para a perda de massa de seis corpos-de-
prova, nos diferentes tratamentos e para a referência (Ref - testemunha), em 16, 20,
24 e 28 semanas de exposição.
PM (4 meses) PM (5 Meses)
1.76
1.75
1.74
1.72
1.70
1.70
Médias
Médias
1.68
1.65
1.66
1.60 1.64
1.62
1.55 1.60
T30 200 T30 220 T60 200 T60 220 Testemunha T30 200 T30 220 T60 200 T60 220 Testemunha
Tratamentos Tratamentos
(a) (b)
PM (6 Meses) PM (7 Meses)
1.76 1.76
1.74
1.72 1.72
1.70
Mean
Mean
1.68
1.68
1.66
1.64
1.64
1.62 1.60
1.60
T30 200 T30 220 T60 200 T60 220 Testemunha T30 200 T30 220 T60 200 T60 220 Testemunha
Tratamentos Tratamentos
(c) (d)
Figura 3 - Perda de massa da madeira para quatro (a), cinco (b), seis (c) e sete meses (d).
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Tabela 4 - Diferenças percentuais da perda de massa dos tratamentos em relação à
condição de referência.
Tratamentos
PM T30-200 T30-220 T60-200 T60-220
4 meses 3% ↑ 5% ↑ 4% ↑ 8% ↓
5 meses 2% ↑ 4% ↑ 3% ↑ 6% ↓
6 meses 2% ↑ 4% ↑ 3% ↑ 6% ↓
7 meses 2% ↑ 3% ↑ 2% ↑ 8% ↓
Obs: ↑ e ↓ indicam perda de massa superior e inferior às amostras de referência,
respectivamente.
4. Conclusões
5. Agradecimentos
Os autores agradecem ao Laboratório de Tecnologia e Utilização de Produtos
Florestais e Laboratório de Análise de Rotina de Solos da Universidade Estadual do
Centro-Oeste (UNICENTRO) e ao LaMEM (Laboratório de Madeiras e Estruturas de
Madeira), da Universidade de São Paulo (USP).
6. Referências
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