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1- Do Sigilo Absoluto

No que se relaciona ao sigilo absoluto requerido pela FAZENDA NACIONAL, desde a


distribuição da demanda, incluindo as peças e os documentos apresentados, tal questão foi
devidamente apreciada na decisão interlocutória de fls. 2.692 a 2.694 dos presentes autos.

2- Da Competência

S u s t e n t a a R E Q U E R E N T E q u e a p e s a r d o p r o c e s s o investigatório ter sido


deflagrado pela Delegacia da Receita Federal em São Bernardo do Campo, no Estado de São
Paulo, e dos REQUERIDOS

serem domiciliados em vários estados da federação, a competência para processar e julgar o


presente feito deve ser fixada na capital do Rio de Janeiro, em razão de ser o domicílio do 1°
REQUERIDO, suposto principal beneficiário final do esquema, Paulo Cesar Verly da Cruz, e
onde serão ajuizadas futuras execuções fiscais para cobrança dos créditos tributários
apontados nos autos.

A medida cautelar fiscal, preparatória ou incidental, deve ser processada e julgada pelo juízo
competente para apreciar a ação de execução fiscal, ainda quando nela figurem, em
litisconsórcio passivo, pessoas cujos domicílios sejam diversos de onde correrá a execução, nos
termos do que dispõem o art. 5 0, caput, da Lei no 8.397/1992 c/c art. 46, §50 do Código de
Processo Civil.

A REQUERENTE aponta o 1° REQUERIDO, Paulo Cesar Verly da Cruz, residente e


domiciliado na capital do Rio de Janeiro, como sendo o principal gestor do grupo econômico de
fato alegadamente criado com o objetivo de cometer ilícitos, em sofisticado esquema criminoso.
Assim, reconheço a competência deste Juízo e passo a analisar a questão de fundo
apresentada na exordial.

3- Do cabime
nto da Medida Cautelar Fiscal Preparatória

Como qualquer outra tutela de urgência, a medida cautelar fiscal deve


estar fundamentada em elementos concretos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, no caso, de
futura execução fiscal.

O parágrafo único do art. 1° da Lei no 8.397/1992, que instituiu a


cautelar fiscal no ordenamento jurídico brasileiro, apresenta

duas possibilidades de ajuizamento da medida, independentemente de


prévia constituição de crédito tributário. Estas duas hipóteses estão
previstas expressamente no inciso V, alínea "b", e no inciso VII, do art. 2 0
do retro aludido diploma legal, in verbis:

"Art. 1° O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a


constituição do crédito, inclusive no curso da execução judicial da Dívida
Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
respectivas autarquias".

Parágrafo único. O requerimento da medida cautelar, na


hipótese dos incisos V, alínea "b", e VII, do art. 20, independe da
prévia constituição do crédito tributário.

Art. 2 0 A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o


sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário, quando o
devedor:

 - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao


recolhimento do crédito fiscal:

b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;

VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados


ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio conhecido;

VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação


ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude
de lei; " (grifamos)
A jurisprudência pátria admite, ainda, a medida cautelar fiscal para decretar
indisponibilidade de bens de terceiros, pessoas físicas e jurídicas, quando presentes indícios
probatórios de atos ilícitos ou fraude à execução, caso em que a responsabilidade deverá
ser discutida posteriormente, em sede de embargos à execução fiscal.

No caso dos autos, a REQUERENTE afirma que a tutela de


urgência encontra lastro em uma série de representações fiscais
formuladas pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em São Bernardo
do Campo, baseada em um processo investigatório fiscal que se iniciou
em 2010, relativo a fatos geradores de 2008 a 2012, em face de várias
empresas sediadas nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Amazônia, Pará, Sergipe e São Paulo, as quais movimentaram, através de
notas fiscais falsas, mais de um bilhão do longo do período auditado.

Af irma que no de correr da inv estigação denominada


"Operação Corrosão", ficaram demonstrados indícios convincentes de
formação de grupo econômico de fato, criado para fins ilícitos, liderado
por Paulo César Ver ly da Cruz e João N atal Cerqueira. R estou
comprovado, através de cruzamento de informações em inúme ras
transações econômicas, a solidariedade entre as pessoas jurídicas e físicas
apontadas na exordial.

Ao final da investigação, foram lavrados diversos autos de


infração, sendo que nos processos administrativos instaurados, e em fase
de recurso no CARF, exist e débito já lançado no v alor total de
aproximadamente R$ 570.507.338,78 (quinhentos e setenta milhões,
quinhentos e sete mil, trezentos e trinta e oito reais e setenta e oito
centavos).

Comp ul s ando a pet i çã o i ni ci al , b em c o mo a e xt en s a


documentação que lastreia os argumentos narrados na peça vestibular,
verifico a existência de prova suficiente de formação de grupo econômico
de fato, para fins de prática de ilícitos e fraudes tributárias, em sofisticado
esquema criminoso.
Em hipóteses análogas, o entendimento jurisprudencial
predominante é no sentido da decretação judicial de indisponibilidade,

RECURSOS DE APELAÇÃO. AÇÃO CAUTELAR FISCAL.


TRIBUTÁRIO. LEI N. 8.397/1992. DECRETAÇÃO
JUDICIAL DE INDISPONIBILIDADE DE BENS. EVIDÊNCIAS
DE FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO DE FATO. INDÍCIOS
DE PRÁTICAS E ILÍCITOS E FRAUDES TRIBUTÁRIAS.

1. Os Apelantes apresentam a objeção de ilegitimidade


passiva ad causam com o argumento de que a UNIÃO
não teria demonstrado, nos autos do processo, a
existência de grupo econômico de fato, diante da
ausência de documentos essenciais a comprovar as
alegações. Defendem, também, que inexiste prova
plausível de que teria havido prática de ato ilícito ou de
conduta fraudulenta, de modo que seria inviável,
juridicamente, a aplicação da regra estabelecida no art.
135, III, do CTN, que trata da responsabilidade
tributária dos sócios-gerentes e administradores da
pessoa jurídica. Contudo, essas objeções apresentadas
na defesa dos Requeridos dizem respeito ao próprio
mérito do caso, acerca da responsabilidade patrimonial
dos débitos tributários, já que a sentença determinou a
indisponibilidade dos bens dos Demandados com base
em investigação fiscal coligidas aos autos pelos agentes
fiscais da UNIÃO. Portanto, tais questões residem no
próprio meritum causae, ou seja, na análise da
existência ou não de responsabilidade tributária.

2. Os Requeridos alegam que já teriam transcorrido


mais de cinco anos entre a dada a citação da pessoa
jurídica e o despacho que determinou a citação dos
seus sócios-gerentes para responder a esta ação
cautelar. Para tanto, evocam jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça. Todavia, a tese proposta pelos
Demandados serve para questionar o ato judicial de
redirecionamento da execução fiscal que, segundo a
jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de
Justiça, a Fazenda Pública tem o prazo de cinco anos
para requerer o redirecionamento da execução fiscal
contra os sócios-gerentes, contado da data a citação
inicial da pessoa jurídica devedora (REsp 1.536.505,
DJe de 18/11/2015). Ocorre que esta sistemática
não se aplica ao presente caso, porque esta demanda
não trata de execução fiscal, mas de a ç ã o c a u t e l a r
fiscal, que é regida por pressupostos
processuais próprios e cuja finalidade difere o
processo de execução. A análise do periculum in mora
e do fumus boni iuris requer o exame das hipóteses
previstas no art. 2° da Lei n° 8.397/1992 (indícios e
fundado receio da prática de ato voluntário de diminuição
patrimonial para fugir da responsabilidade fiscal). E não foi
demonstrada, de forma convincente, qualquer h i p ó t e s e d e
e x t i n ç ã o d o s c r é d i t o s t r i b u t á r i o s epigrafados nos autos do
processo.

3. Sublinha-se o caráter de acessoriedade que qualifica


a ação cautelar em relação ao processo principal -
ação de conhecimento ou de execução. Como
cediço, a providência judicial concedida em sede
cautelar tem finalidade eminentemente
preventiva, ou seja, objetiva-se por intermédio
dessa via processual salvaguardar a possibilidade
da satisfação ou do exercício de um suposto
direito defendido em processo de conhecimento
(ou de execução). Mas, para a concessão de tal
medida exige-se a prévia verificação da
plausibilidade jurídica da tese sustentada pelo
postulante (fumus boni iuris) e a necessidade
concreta da providência cautelar (periculum in
mora). É dizer, enquanto houver perigo à integral
satisfação de uma pretensão aparentemente
fundada e viável, evidencia-se a justificativa
plausível para respaldar a expedição, pela
autoridade judiciária, das providências cautelares
adequadas, de modo a tornar realmente efetivo o
processo judicial. Esses são os princípios
basilares aplicados à ação cautelar.

4. Há, nos autos do processo, prova suficiente a


demonstrar indícios de que as sociedades empresárias
e os sócios-gerentes e administradores incluídos no
polo passivo desta ação cautelar fiscal estão envolvidos
num sofisticado esquema de fraudes que teve como
principal objetivo lesar os interesses de seus credores,
principalmente a Fazenda Nacional.

. Desprovidos os recursos de apelação interpostos


pelos Requeridos.
Apelação -
T RF2 2008.50. 0 1. 00 3 21 9 - 3. Classe: PECIALIZADA.
Recursos - Órgão julgador: 3a TURMA ES Data de
Data de decisão 08/06/2017.
disponibilização16/06/2017. Relator THEOPHILO
MIGUEL. (grifamos)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. MEDIDA CAUTELAR


FISCAL. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DE DÉBITO. IRRELEVÂNCIA.
ARTIGO 2 ° , V, "B" E IX, DA LEI 8.397/1992.
INDISPONIBILIDADE DE BENS DOS SÓCIOS. REDIRECIONAMENTO
EM AÇÃO EXECUTIVA. DESNECESSIDADE. FUNDADOS INDÍCIOS DE
TRANSFERÊNCIA PATRIMONIAL E DE ATIVIDADE E MP R E S A R I A L
FRAUDULENTA. URGÊNCIA APLICÁVEL A SUCESSORA E
SUCEDIDA. OFENSA A O A R T I G O 4 ° , § 1 ° , D A L E I 8 . 3 9 7 / 1 9 9 2 .
CONTINUIDADE DA EMPRESA. MATÉRIA NÃO DECIDIDA EM
PRIMEIRA INSTÂNCIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO.

1. Embora grande parte dos débitos da EXECUTIVE estejam em fase


administrativa, com apreciação de recursos pelas autoridades fiscais,
irrelevante a alegação quanto à necessidade de constituição definitiva
do crédito tributário, pois a indisponibilidade de bens foi decretada não
apenas com fundamento no artigo 2°, VI, da Lei 8.397/1992, mas
t ambém, e principalmente, ante fortes indícios de ocultação de
transferência patrimonial e da atividade empresarial, a dificultar a
recuperação de créditos tributários, com f u n d a m e n t o n o a r t i g o 2 ° , V ,
" b " e I X , d a L e i 8.397/1992.

2. O s pr óp rio s a gr av a nte s r ec onh ec e m q u e a integralização das


quotas do capital dos sócios na LR decorreu de "doação" efetuada em
2007 por seus genitores, sócios da EXECUTIVE, havendo prova
documental de não se tratar, pura e simplesmente, de doação de valores
pelos genitores para tanto, mas de aquisição de quotas da LR pelo
próprio sócio da EXECUTIVE, porém em nome de seu dependente,
configurando aquisição, em verdade, de 99% do capital daquela empresa, e
obtenção de poderes de gerência.

3. Embora aleguem os agravantes que à época da criação da


LR o sócio da EXECUTIVE, que financiou a co n s t it u i ç ã o d a
e m p r e s a , n ã o fi g u r a ss e c o m o responsável em qualquer ação
executiva em relação à EXECUTIVE, possível constatar que, ante a
alegação da União de que a LR foi constituída logo após a
lavratura de auto de infração da EXECUTIVE para cobrança de
tributos devidos em razão de movimentação de recursos
financeiros não declarados, e logo após o arrolamento
administrativo de bens, ter sido antecipado p e l o s ó c i o d a
EXECUTIVE possível juízo de responsabilização
solidário, o que demonstra os fundados indícios de
transferência patrimonial e da atividade empresarial, de forma
oculta.

4. Admitida pela jurisprudência medida cautelar fiscal


para decretar indisponibilidade de bens de terceiros,
pessoas físicas e jurídicas, quando presentes indícios
probatórios de atos ilícitos ou fraude à execução, caso
em que a responsabilidade deve ser discutida em
embargos à execução fiscal.

5. Não se impugnou a constatação pela Fazenda


Nacional de paulatina transferência das atividades
empresariais da EXECUTIVE à LR, efetuada de forma
oculta, tendo em vista: (1) o relevante decréscimo na
movimentação financeira e faturamento da EXECUTIVE,
ao contrário da LR; e (2) a LR funcionar com utilização
da mesma marca comercial da EXECUTIVE,
demonstrando a mascarada transferência do fundo de
comércio que, obviamente, não exigiria a formalização
de contrato de "trespasse", como alegado pelos
agravantes.

6. Havendo fortes indícios de confusão


patrimonial entre as empresas e unidade
gerencial, há urgência para a decretação de
indisponibilidade, pela possibilidade de frustração
da pretensão executiva da União, urgência que se
aplica a ambas as empresas, já que, transferido
patrimônios da sucessora para a sucedida, de
nada adiantaria, para fins de garantir a pretensão
executória, o bloqueio de bens apenas daquela
primeira.
7. A alegação de que o bloqueio de ativos financeiros,
ao incidir sobre bens além do ativo permanente da
empresa, contrariou o artigo 4°, §1°, da Lei

8.397/1992, e que inviabiliza a continuidade de suas


atividades, deve ser efetuada perante o Juízo a quo,
por se tratar de questão nova.

8. Agravo de instrumento desprovido.


(TRF 3a Região, TERCEIRA TURMA, AI - AGRAVO DE
INSTRUMENTO - 594255 - 0001244-
46.2017.4.03.0000, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
CARLOS MUTA, julgado em 19/07/2017, e-DJF3 Judicial 1
DATA:21/07/2017) (grifamos)

CAUTELAR DE INDISPONIBILIDADE DE BENS. DÍVIDA T R I B U T Á R I A


D E G R A N D E M O N T A . P R O F U N D O S VESTÍGIOS DE GRUPO
ECONÔMICO E DE FRAUDES PARA BLINDAGEM DE PATRIMÔNIO A FIM
DE EVITAR A C O B R A N Ç A D E T R I B U T O S F E D E R A I S .
RE SP ON S ABILIZAÇÃO TRIBUTÁRIA DE SÓC IOS. PERFEITA
INCIDÊNCIA DA LEI No 8.397/1992. AGRAVO DE INSTRUMENTO
DENEGADO.

1. Dívida tributária federal de grande valor, objeto de autos de


infração. Severos vestígios de formação de "grupo econômico de
fato", liderado por Adir Assad, envolvido na "Operação Saqueadores"
(e ao depois na "Operação Lava Jato"). Ação cautelar resultante de
fiscalização da Receita Federal do Brasil relativamente ao imposto de
renda pessoa jurídica em face da empresa SM TERRAPLANAGEM
LTDA - ME, apurando-se omissão de receitas (anos-calendário 2008,
2009 e 2010) e seus reflexos que resultou na lavratura de auto de
infração; houve a responsabilização solidária dos sócios, dentre eles o
agravante.

2. C o n t r i b u i n t e q u e d e i x o u d e a p r e s e n t a r a documentação
solicitada (livros contábeis e fiscais) e, ainda, no curso dos trabalhos de
fiscalização constatou-se a inexistência de fato da empresa, emissão de
notas fiscais inidôneas e vultosa movimentação bancária de origem
não comprovada, dentre outros fatos que implicaram no
reconhecimento da prática, em tese, de crime contra ordem tributária na
modalidade sonegação fiscal.

3. Pretensão da União que tem por fundamento o art. 2 0 , incisos VI


e IX da Lei no 8.397/1992 que em
TRF2
nenhum momento exige a constituição definitiva do Fls 268
crédito tributário como condição necessária para o
ajuizamento da medida cautelar fiscal. Aliás, o
parágrafo único do artigo 1 0 expressamente prevê
hipóteses em que se dispensa até mesmo a constituição JFRJ
do crédito tributário. Fls 2710

1. Irrelevância da existência de recursos contra os autos de infração: a


Lei no 8.397/1992 em nenhum momento exige a constituição definitiva
do crédito tributário como condição necessária para o ajuizamento da medida
cautelar fiscal.

2. Nenhuma forma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário,


por si só, obsta a concessão de liminar em medida cautelar fiscal (TRF
3a Região, SEXTA TURMA, AC 0001930-67.2010.4.03.6116, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL JOHONSOM DI SALVO, julga do em
14/08/2014, e-DJF3 Judicial 1 DATA: 22/08 /2014 -- TRF 3a Região,
TERCEIRA TURMA, APELREEX 0001993 -85.20 11.4.03 .6107, Rel. JUIZ
CONVOCADO SILVA NETO, julgado em 05/06/2014, eDJF3 Judicial 1 DATA:
11/07/2014 --TRF 3a REGIÃO, T ERCEIR A TURMA, AG
200703000109178/SP, rel. CECILIA MARCONDES, j. 24.10.2007, DJU
28.11.2007, p . 2 6 0 - - T R F 4 a R E G I Ã O , 1 a T u r m a , A G
200704000086041/SC, j. 20.06.2007, D.E. 17.07.2007 -- TRF 4a
REGIÃO, 1a Turma, AC
2 0 0 0 7 1 0 0 0 0 9 3 9 0 0 / R S , r e l . V I L S O N D A R Ó S , j . 07.02.2007, D.E.
28.02.2007 -- STJ, 1a Turma, REsp 466.723/RS, rel. Min. DENISE ARRUDA,
j. 06.06.2006, D3 22.06.2006, p. 178).

3. O amplo cenário de fraudes e práticas aparentemente


ilícitas, capazes de produzir o escoamento patrimonial dos
haveres dos requeridos, comprometedor da solvabilidade de suas
amplas dívidas tributárias, até o momento do ajuizamento da ação
repousava em elementos de cognição respeitáveis; é claro que a
situação retratada na cautelar poderá a tempo e modo correto ser
invalidada, mas no momento o panorama tático é altamente
desfavorável à parte agravante, capaz de clarificar sem rebuços o
fumus boni iuris que sustenta a decisão a quo.
"A presunção de legitimidade do crédito tributário, a supremacia do interesse público e o princípio de
que a
execução por quantia certa deve ser levada a efeito em benefício do
credor, justificam, em face da excepcionalidade do caso, sejam
indisponibilizados os bens do ativo não permanente" (REsp
841.173/PB, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
18/09/2007, DJ 15/10/2007, p. 237). No mesmo sentido: AgRg no
REsp 1.441.511/ PA, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data
de Julgamento: 13/05/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: DJe 19/05/2014 - REsp 365.546/SC, Rel. Ministro JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 6/6/2006,
DJ 4/8/2006, p. 294 -REsp 677.424/PE, Rel. Ministro CASTRO
MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/12/2004, DJ 4/4/2005, p.
288 - REsp 513.078/AL, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 7/10/2003, DJ 17/11/2003, p. 215.
É firme o entendimento no STJ, de que a decretação de
indisponibilidade dos bens não se condiciona à comprovação de
dilapidação efetiva ou iminente de patrimônio, porquanto visa,
justamente, a evitar dilapidação patrimonial futura. Nesse sentido:
Recurso Especial Repetitivo 1.366.721/BA, Rel. Ministro
Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. p/ Acórdão Ministro Og Fernandes,
Primeira Seção, DJe 19.9.2014.
Outras questões, referentes a impossibilidade da responsabilização
tributária da parte agravante, não devem ser elucidadas em sede de
agravo de instrumento porquanto foram apresentadas pela parte
como razões impeditivas do direito da União Federal, e por isso
deverão ser provadas em instrução regular.
Agravo de instrumento denegado.
(TRF 3a Região, SEXTA TURMA, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO
- 588812 - 001797032.2016.4.03.0000, Rel. DESEMBARGADOR
FEDERAL JOHONSOM DI SALVO, julgado em 22/06/2017, e-DJF3
Judicial 1 DATA: 29/06/2017). (grifamos)

No caso concreto, verifico a existência de fortes indícios de


ocultação de transferência patrimonial, risco de insolvabilidade de
passivo tributário milionário e frustração da pretensão executiva da
REQUERENTE.

Resta autorizada, portanto, a decretação de acautelamento


patrimonial, com fundamento nos art. 2ª, V ‘’b’’, VII e IX, da
supracitada lei 8.397/1992.

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