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CURSO: ASCARIDÍASE
INFORMAÇOES DO CURSO:
INTRODUÇÃO
As enfermidades parasitárias são apontadas como indicadores de
desenvolvimento socioeconômico de um país e um freqüente problema de saúde
pública desencadeando, além de problemas gastro intestinais, baixo rendimento
corporal e conseqüente atraso no rendimento escolar (PINHEIRO et al., 2007).
Em nosso país, o número de indivíduos com algum tipo de enteroparasitose é
sabidamente elevado principalmente em populações pediátricas (0-5 anos) e
crianças em idade escolar (SANTOS et al., 2006).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre a alta freqüência das
doenças parasitárias na população mundial, estimando que cerca de 980 milhões de
pessoas estejam parasitadas pelo A. lumbricoides (MARQUES et al., 2005).
A Ascaridíase é a mais freqüente parasitose humana (REY, 2001). A doença
se prolífera principalmente em crianças, em que as infecções são as mais
significativas (CAMPOS et al., 2002). A transmissão ocorre por meio de ingestão de
alimentos ou por água contaminada (PEDROSO e SIQUEIRA, 1997).
ASCARIDÍASE
Os vermes ficam presos à mucosa, com auxilio dos lábios ou migram para a
luz intestinal (NEVES et al., 2005).
As crianças são as mais atingidas e apresentam as repercussões clínicas
mais significativas da infecção parasitária. Ainda hoje constitui um importante
problema de saúde publica, principalmente em países em desenvolvimento
(CAMPOS et al., 2002).
A fêmea para se reproduzir precisa ser fecundada várias vezes pelos machos,
pois, os espermatozóides são desprovidos de flagelos fazendo com que se
acumulem nos úteros ou nos ovidutos, onde os ovos são fertilizados à medida que
são liberados (REY, 2001). Para os ovos serem liberados dependem da umidade do
solo, já que os seus ovos embrionados quando liberados neste local pelo hospedeiro
definitivo, não possuem capacidade de infecção, no entanto podem contaminar água
e alimentos (PITTNER et al., 2007).
Alguns fatores interferem no desenvolvimento embrionário como, por
exemplo, à presença de oxigênio, temperatura, lugares úmidos, quentes e
sombreados. Esse helminto pode se desenvolver rapidamente caso a temperatura
esteja entre 20-30ºC (REY, 2001), favorecendo seu processo evolutivo que dura
cerca de três ou quatro semanas (CAMPOS et al., 2002).
Na figura 3 verifica-se que a principal rota de transmissão dos helmintos
intestinais é o contato físico, no ambiente, com fezes humanas contaminadas
(AQUINO, 2000), que afetam o ambiente e o solo, fazendo com que os ovos e cistos
sejam levados pela poeira aos alimentos ou arrastados por correntes de água, neste
caso a contaminação pode se dar por duas vias através de enxurradas que atingem
mananciais utilizados no abastecimento de cidades e na irrigação de plantações,
inclusive hortaliças (PEDROSO; SIQUEIRA, 1997).
O ser humano adquire a parasitose ao ingerir os ovos, cistos ou larvas
através da água e alimentos contaminados (PITTNER et al., 2007), por meio de
hábitos de levar as mãos sujas diretamente à boca, tanto por adultos como por
crianças (PEDROSO; SIQUEIRA, 1997), pela prática de geofagia que é comer
substâncias terrestres (como argila), para melhorar uma nutrição deficiente
em minerais (MELO et al., 2004), ou pela manipulação indevida dos alimentos em
restaurantes ou em cozinhas industriais (TEIXEIRA et al., 2006), uma vez que, as
larvas podem penetrar ativamente através da pele (PEDROSO; SIQUEIRA, 1997).
Figura.3: Ciclo Biológico da Ascaris lumbricoides.
Fonte: http://www.brasilescola.com/upload/e/ascaridiase.jgp (2008).
Este ovo eclode devido a estímulos fornecido pelo hospedeiro, a larva que
submerge é de segundo estádio e realiza respiração aeróbica e não consegue
desenvolver-se na cavidade intestinal, por isso, terá de efetuar um longo percurso
migratório através dos tecidos do hospedeiro antes de ficar adaptada para viver em
seu hábitat definitivo (REY, 2001).
Esta larva em segundo estádio é denominada rabditóide (L2), que é a forma
infectante que penetra na parede intestinal ao nível de cécum e cai na corrente
sanguínea, vai para o fígado, coração, artéria pulmonar e pulmão. No pulmão, as
larvas (L2) encontram um meio favorável para continuar seu desenvolvimento, então
entre o oitavo e nono dia sofre a segunda muda, se transformado em L3, em que o
sexo já é reconhecível, atravessando desta forma a parede que separa os capilares
das cavidades alveolares e nos alvéolos pulmonares, realizam sua terceira muda
(REY, 2001).
Conforme Dohms (2008), a larva L4 de 1,5 mm então sobe a árvore brônquica
e pode ser eliminada junto com o catarro ou engolida e depois se dirige para o
estômago, passa para o intestino e no jejuno-íleo se transforma em L5, que são
adultos jovens. Depois de 60 dias alcançam a maturidade sexual, se tornando
adultos. Da ingestão até a eliminação dos ovos leva aproximadamente dois meses e
meio. No organismo humano os vermes consomem muitas proteínas, carboidratos,
lipídios e vitamina A e C, levando o paciente à subnutrição e depauperamento físico
e mental, já que possui uma toxina, que provoca manifestações alérgicas, agindo no
córtex cerebral, podendo causar meningite, ataques epiléticos, prurido nasal e
cutâneo e ranger os dentes ao dormir.
Entende-se diante do exposto que a contaminação por verminoses podem
acometer a saúde das pessoas trazendo-lhes serias complicações a vida. Desta
maneira, observa-se que o indivíduo que adquiri verminoses esta sujeito a sintomas
como má-absorção, anemia, desenvolvimento de uma menor capacidade de
trabalho, baixo rendimento escolar (VINHA, 1976), diarréia, cólicas, desenvolvimento
físico e mental lento e em alguns casos pode levar a morte (CORREIA et al., 2005).
Em muitos casos o parasito é assintomático principalmente em crianças, os
sintomas geralmente acontecem quando há uma infecção mais numerosa de vermes
ou larvas, ou localizações migratórias anômalas (MELO et al., 2004).
A ação patogênica geralmente se desenvolve em duas etapas: durante a
migração das larvas e quando o verme adulto encontra-se em seu hábitat definido.
Desta forma a lesão dependerá do número de larvas, do tecido e da sensibilidade do
hospedeiro (REY, 2001).
A passagem das larvas pelos pulmões pode provocar a pneumonite larvária
que é a síndrome de Loeffler, na qual o paciente apresenta febre, tosse seca,
dispnéia e eosinofilia (MELO et al., 2004). O exame radiológico apresenta os
campos pulmonares semeados de pequenas manchas isoladas que desaparecem
isoladamente espontaneamente dentro de poucos dias (REY, 2001).
Rey (2001), ainda cita que em alguns casos quando as lesões pulmonares
são graves podem causar broncopneumonia, podendo ser fatal para crianças muito
novas e em indivíduos com hipersensibilidade pode desencadear crises de asma. A
ação irritativa desenvolvida por esses helmintos sobre a parede intestinal e seu
acúmulo em
volumosos novelos conduz algumas vezes a produção de espasmos e provoca a
obstrução intestinal.
A semi-obstrução intestinal por A. lumbricoides ocorre geralmente em
desnutridos, provocando no paciente cólica, distenção abdominal, anorexia,
desidratação e vômito ás vezes, sendo comum às crianças eliminarem vermes pela
boca, narinas e ânus. Além disso, a A. lumbricoides pode ter localização ectópica
gerando algumas complicações durante a migração como apendicite, pancreatite
hemorrágica; colestase e colangite (obstrução da ampola de Walter e árvore biliar);
abscesso hepático e asfixia (MELO et al., 2004). Segundo Dohms (2008), esse
verme pode provocar otite tanto na trompa de Eustáquio como no ouvido médio.
Os diagnósticos podem ser feitos de duas maneiras o clinico que é mais difícil
e demorado, pois, leva em consideração os sintomas apresentados pelo paciente e
o laboratorial que é a pesquisa de ovos nas fezes, por método da sedimentação
espontânea ou por centrifugação (DOHMS, 2008), pois, através desse exame e
possível saber a exata avaliação da atividade dos diferentes agentes terapêuticos
utilizados (PITTNER et al., 2007). Essa etapa baseia-se na visualização dos vermes
eliminados por vômito ou fezes e detecção de ovos no exame parasitológico de
fezes por meio dos métodos de HPJ ou de Kato-Katz (MELO et al., 2004), sendo
importante identificar, tratar e prevenir infecções parasitárias, com o intuito de evitar
prováveis epidemias e formação de novas áreas endêmicas (PITTNER et al., 2007).
Segundo Macedo et al. (1999), alguns modelos construídos para avaliar os possíveis
fatores relacionados á infecção por helmintos em crianças tem procurado identificar
a relação entre o parasitismo nos demais membros das famílias e a ocorrência do
parasitismo precoce.
O tratamento da ascaridíase muitas vezes é simples e individual, mas
ocasionalmente, implica em toda a comunidade, tanto por razões epidemiológicas
como para manter o custo baixo (MARQUES et al., 2005), entretanto é obrigatório,
mesmo em pequenas infecções, devido ao risco de migrações anômalas (MELO et
al., 2004). Os principais medicamentos utilizados são: o Pirantel que é um produto
sintético, na forma de um pó cristalino, amarelo, insolúvel em água e pouco
absorvível pelo intestino, que atua no bloqueio da atividade neuromuscular,
geralmente é administrado como dose única de 10 mg por quilo de peso do
indivíduo, podendo gerar efeitos colaterais para o paciente; Mebendazol atua sobre
as tubulinas e causa o desaparecimento dos microtúbulos celulares, por isso,
bloqueia transporte de grânulos de secreção e movimento das organelas, nas
células epiteliais do intestino dos nematódeos, sua dose recomendada é de 100mg
duas vezes ao dia durante três dias; Levamisol é um anti-helmíntico do mesmo
grupo do mebendazol sua dose única é de 2,5 mg por quilo de peso e Piperazina é
um antagonista do ácido GABA que se encontra distribuído nas junções
neuromusculares dos nematóides, o resultado de sua ação é uma paralisia flácida
dos ascaris seguida de expulsão passiva, recomenda-se o medicamento na forma
de tablete ou xarope com dose de 50 a 75mg por quilo do peso, durante cinco dias
(REY, 2001).
O controle de cura é feito em repetição do exame parasitológico de fezes um
mês após tratamento, sendo necessário repetir os mesmo 30 a 60 dias após, pois, é
possível a presença de larvas em fase pulmonar por ocasião do primeiro tratamento
(MELO et al., 2004). Porém, vale ressaltar que a maioria dos tratamentos feitos com
habitantes de áreas sem saneamento básico tem efeito de curto prazo e os ganhos
obtidos são freqüentemente superados pelas reifecções que em muitos casos
podem levar as cargas parasitárias mais altas que as observadas antes do
tratamento (AQUINO; SEIDE, 2000).
A profilaxia desta verminose é a educação sanitária, construção de fossas,
tratamento em massa da população periodicamente durante três anos consecutivos
e proteção dos alimentos contra poeiras e insetos (DOHMS, 2008). A adoção
dessas medidas preventivas para o controle das doenças parasitaria, contribuem
para a redução dos gastos anuais com o tratamento específico (PITTNER et al.,
2007).
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