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Sobre a discussão relâmpago da Base Nacional Comum Curricular na rede estadual de

ensino do Paraná

Na tarde de sexta-feira, 02-03-2018, as escolas da rede estadual de ensino do


Paraná receberam um e-mail com a Orientação 07-2018, da Superintendência da
Educação. Tal orientação prevê que entre os dias 06 e 12 de março as escolas organizem
o “Dia D de discussão sobre a BNCC”. Detalhe, a discussão deve ser realizada na hora-
atividade dos professores, mediada pelos pedagogos que receberão este material na 2ª
feira (05-03) para discussão na terça (06-03). Neste contexto já dá para perceber a
seriedade e importância que a SEED coloca sobre o que seu coletivo de professores tem
a dizer sobre a revisão do currículo da educação básica.
Como se não bastasse o descaso advindo da aceleração do processo de
discussão, a orientação não traz nada além do que o MEC tem proposto o portal
www.basenacionalcomum.mec.gov.br . Ficamos com a dúvida se os técnicos da SEED já
leram o material. No link são apresentados roteiros, apresentações, panfletos e vídeos,
tudo recheado de intencionalidades. Algo que vem com o discurso de “ampla discussão
com todas as comunidades escolares do Brasil, mas sem uma linha que destoe da atual
política e programa “Ponte para o futuro”, pois a concepção é a mesma!
Visando identificar com mais facilidade esta concepção vamos nos ater a observar
as 10 competências.

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,


social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e
processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais),
colaborando para a construção de uma sociedade solidária.
A valorização e o foco nos conteúdos historicamente construídos pela humanidade é o
centro e não há discordância. Mas e o para que? O que seria uma solidariedade
capitalista… os voluntariados? Para quem ainda não viu, é indicado o filme brasileiro
“Quanto vale ou é por quilo”, de 2005.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para
investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar
soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
Vamos usar o conceito de totalidade para que não haja qualquer possibilidade de se
negar ao aluno o processo de ensino-aprendizagem. Ou seja, para que tal questão não
leve à retirada da função social do professor, deixando o estudante diante de suas
curiosidades experimentar, no seu tempo, como se fosse um recuo às velhas teorias do
“aprender a aprender”.
3. Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas
manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de
práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Que bom que apareceu este item! Assim não há espaço para os movimentos mais
reacionários que andam assombrando a arte por aí venham questionar o trabalho como a
polêmica do Queermuseu. Curiosidade sobre qual o conceito de estética se propõe nas
entrelinhas.
4. Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) e/ou verbo-visual (como
Libras), corporal, multimodal, artística, matemática, científica, tecnológica e digital para
expressar-se e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes
contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Aqui começa um incentivo desenfreado ao uso das tecnologias. Só nos resta saber as
condições concretas que a escola pública terá para isso. Já não chega a implantação do
RCO sem implantar rede de internet para suporte aos professores.
5. Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver
problemas.
Novamente elas: as tecnologias!!! Uma questão de sua importância para atuar com
nossos jovens, mas a pergunta que não quer calar: com quais condições concretas de
trabalho? Se no sul do país, que é visto por muitos como “modelo” já não há o acesso às
tecnologias, imagina no resto de território nacional...isso já o que prevê esta
“competência”: a crítica sobre o uso das tecnologias!
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao seu projeto de vida pessoal, profissional
e social, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Importante retomarmos o conceito de mundo do trabalho! Inclusive para entendermos que
nem tudo o que ocorre podem ser consideradas “escolhas alinhadas ao seu projeto de
vida”! Isso já torna o item controverso, pois nas entrelinhas aparece a lógica da
meritocracia.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental em âmbito local, regional
e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta.
Só “esqueceram” de colocar a questão da consciência de classe. Se bem que com essa
compreensão não vai dar para “negociar”.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas e com a
pressão do grupo.
Ser um trabalhador flexível é importante, não é mesmo?
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se
respeitar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de origem, etnia, gênero, idade,
habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra natureza,
reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual deve se comprometer.
Trabalhador flexível e pró-ativo.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos
na escola, segundo princípios éticos democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Haja resiliência para aguentar isso!
Visando dar subsídio às escolas é que indicamos algumas leituras que podem
ajudar na compreensão deste processo de “construção coletiva” dos currículos escolares.
No Paraná, temos as Diretrizes Curriculares Estaduais, que até então embasavam o
trabalho das escolas no que se refere ao currículo e agora vem uma nova “discussão” a
partir dos documentos nacionais. Não podemos fechar os olhos para o que tem sido
proposto e não recuarmos a práticas educacionais que já se anunciaram como falidas nos
mais diferentes países. Já sofremos na década de 90 por importarmos um pacote de
medidas para educação com o intuito de melhorar os índices junto às avaliações
internacionais de larga escala. Precisamos pensar sobre a escola, mas não de forma
descolada e um projeto de sociedade.

Para entender o que tem por trás do conceito de competência trazido na BNCC

CONHECIMENTO E COMPETÊNCIAS NO TRABALHO E NA ESCOLA


Acacia Zeneida Kuenzer1

http://servicos.educacao.rs.gov.br/dados/seminariointernacional/acacia_kuenzer_conhec_
compet_trab_esc.pdf
As pedagogias do aprender
“ a aprender”e algumas ilusões da assim chamada sociedade
do conhecimento* Newton Duarte
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n18/n18a04

O uso da noção de competências nos textos de políticas curriculares no Brasil – das


Diretrizes da década 90 à Base Nacional Comum Curricular de 2017
file:///C:/Users/galga/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/
TempState/Downloads/ARTIGO-SILVA-COMPETÊNCIAS-e-BNCC-2017-LIVRO-Azevedo-
e-Reis.pdf

A escola e o currículo: formação administrada


file:///C:/Users/galga/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/
TempState/Downloads/ARTIGO-TESE-MONICA-CAP-I-TEORIAS-DO-CURRÍCULO-1.pdf

As relações entre conhecimento tácito e conhecimento científico a partir da base


microeletrônica: primeiras aproximações

file:///C:/Users/galga/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/
TempState/Downloads/2141-4123-1-PB.pdf

SOCIEDADE DO CONHECIMENTO OU SOCIEDADE DAS ILUSÕES? QUATRO


ENSAIOS CRÍTICO-DIALÉTICOS EM FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/33e/res02_33esp.pdf

O Debate Contemporâneo das Teorias Pedagógicas


http://ccp.uenp.edu.br/dirposgrad/gepem/texts/gepem070-010.pdf

Para observar o que avaliam os instrumentos de larga escala, e o objetivo posto como
revisão de tais avaliações e o papel do professor:

Apropriação de instrumentos simbólicos: implicações para o desenvolvimento humano


http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/5140/3776

APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO: O PAPEL DA MEDIAÇÃO


http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/cursoobjetosaprendizagem/sforn_m
ediacao.pdf

INTERFACES ENTRE POLÍTICAS EDUCACIONAIS, PRÁTICA PEDAGÓGICA E


FORMAÇÃO HUMANA
file:///C:/Users/galga/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/
TempState/Downloads/Dialnet-InterfacesEntrePoliticasEducacionaisPraticaPedagog-
3697789.pdf

Função social da escola

A EDUCAÇÃO ESCOLAR COMO PROMOTORA DO DESENVOLVIMENTO DO


PENSAMENTO TEÓRICO
http://www.fecilcam.br/nupem/anais_ix_epct/PDF/TRABALHOS-COMPLETO/Anais-
CH/01.pdf

Relações entre conhecimento escolar e liberdade


http://www.scielo.br/pdf/cp/v46n159/1980-5314-cp-46-159-00078.pdf

Sobre a formação de professores e o currículo:

Formação de professores: limites contemporâneos e alternativas necessárias

https://books.google.com.br/books?
id=yGY9jMWHDpUC&pg=PA105&lpg=PA105&dq=ligia+marcia+martins+curriculo+escolar
&source=bl&ots=5MWNiNfmFQ&sig=tt8P_QvY9PPY1VTU2cf-k9Yta2g&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwjh77qFudPZAhVitlkKHSx6BBg4ChDoAQgxMAI#v=onepage&q=
ligia%20marcia%20martins%20curriculo%20escolar&f=false

Políticas Neoliberais e Educação Pós-Moderna no Ensino Paulista: Gestão Escolar


https://books.google.com.br/books?
id=WOCXBAAAQBAJ&pg=PA12&lpg=PA12&dq=ligia+marcia+martins+curriculo+escolar&
source=bl&ots=Qh6ZfMMecH&sig=CPVaXcXCHqCZdxN9TfZp63C8Mtk&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwjh77qFudPZAhVitlkKHSx6BBg4ChDoAQg_MAQ#v=onepage&q
=ligia%20marcia%20martins%20curriculo%20escolar&f=false
Concepção de currículo em Dermeval Saviani e suas relações com a categoria marxista
de liberdade
http://www.scielo.br/pdf/icse/v21n62/1807-5762-icse-1807-576220160922.pdf

EDUCAÇÃO ESCOLAR, CURRÍCULO E SOCIEDADE: o problema da Base Nacional


Comum Curricular
https://pt.scribd.com/document/357517700/SAVIANI-Dermeval-Educacao-Escolar-Curriculo-e-
Sociedade

Base Nacional Comum Curricular: Uma Análise Crítica


http://www.sismmac.org.br/disco/arquivos/eventos/Artigo_BNC_Tonegutti.pdf

Os limites de uma reforma com “empresariamento” e que ignora as desigualdades


http://www.ihu.unisinos.br/publicacoes/159-noticias/entrevistas/575768-os-limites-de-uma-
reforma-com-empresariamento-e-que-ignora-as-desigualdades-entrevista-especial-com-
monica-ribeiro-da-silva

Currículo, ensino e BNCC


file:///C:/Users/galga/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8bbwe/
TempState/Downloads/586-1898-1-PB.pdf

Os conteúdos escolares e a ressureição dos mortos


https://www.autoresassociados.com.br/lancamentos/os-conteudos-escolares-e-a-
ressurreic-o-dos-mortos-contribuic-o-a-teoria-historico-critica-do-curriculo.html

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