Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
A realidade única da Salvação, que é Cristo, foi apresentada com sinais diversos
segundo a diversidade do tempo relacionado com ele. Cristo é o Sacramento primordial
do qual procedem todos os outros sinais, a saber, suas obras. Mas, uma vez que, Cristo se
vê somente com a fé, seria esta o pressuposto fundamental, por meio do qual, poder-se-
ia perceber o Cristo, que se fez sinal, e tocar a realidade concreta da salvação operada por
ele.
Por esta razão, Santo Ambrósio inicia sua exposição sobre os Sacramentos,
evidenciando a necessidade da fé que antecede o Batismo. Depois, segue o seu raciocínio
se servindo com muita propriedade e liberdade das alegorias e tipologias, artifícios
linguísticos por meio dos quais estrutura todo o seu discurso e empreende sua
interpretação sobre os Sacramentos.
Santo Ambrósio, além de ser um dos grandes personagens da História da Igreja,
revelou-se um Pastor muito solícito e achegado às ovelhas.
OS SACRAMENTOS
Livro Primeiro
2. Uma vez ungido como o atleta de Cristo diante da fonte batismal, inicia-se o bom
combate; assume-se um compromisso de fé mediante a renúncia do mal (do diabo). Assim
se deve proceder, sem jamais se esquecer a quem fizera tais promessa; a Cristo, por
intermédio de um ministro (o sacerdócio é um ministério esplendoroso). Por fim, a fé é
um patrimônio eterno do qual todos são devedores.
3. 4. 5. Frente uma possível dúvida diante daquilo que não se vê, deve-se ter claro que
uma coisa é o elemento, no caso, a água do batismo; a outra é a santificação que procede
do espírito. Cristo fez-se batizar mesmo sem pecado. O ato primeiro foi o descimento de
Cristo, depois o do Espírito; tudo isso para mostrar que ele próprio santifica, juntamente
com o Espírito, e o pai reconhece em voz o fato (ato trinitário).
6. A façanha da travessia do mar vermelho (êxodo), bem como o dilúvio é uma
prefiguração do Batismo; figura para os antigos, verdade para os Cristãos.
Livro Segundo
1. O Batismo apaga o pecado e preserva o justo. Para além de outros ritos batismais
contestáveis ou incompletos (pagãos, judaicos), o “Anjo de Deus”, Cristo, possibilita a
todos aqueles que descem às águas se salvar; não apenas um, ou o mais justo, mas todos.
2. Jesus é o mediador; aquele que por sua cruz resgatou a todos e os possibilitou descer
às águas.
3. Diante do prefigurado (das prefigurações bíblicas do Batismo), cabe ao fiel crer que,
mediante Cristo, encontra-se na presença da trindade; aliás, trindade esta, em nome da
qual, Jesus enviou seus discípulos a batizar.
5. O Bispo batiza em nome da trindade, e tal verdade não mais carece de manifestações
físicas (como uma pomba), pois concretiza-se pela fé.
6. Por meio de Cristo, estabeleceu-se ao homem um benefício que ele havia perdido
outrora por causa da desobediência, a saber, a imortalidade. Deste modo, a fonte é uma
sepultura na qual, por meio do Batismo, se é sepultado com Cristo e se ressuscita com
ele.
7. O Pai, o Filho e o Espírito são uma só substância divina; assim, na trindade seriamos
restituídos à graça da vida. Batizados na morte de Cristo, por meio do sinal sensível do
sacramento, nele morremos para o pecado e somos ungidos para a vida eterna; conclui-
se.
Livro terceiro
Livro Quarto
2. Frente ao altar que é o Cristo, a branquidão da graça enche os olhos dos anjos; mesmo
Davi a desejou, pois, uma vez que se conserve nessa graça, ela não haverá de se manchar.
A graça seria, pois, jovialidade, elevaria-nos como águia ao céu.
3. Os Sacramentos Cristãos são mais antigos e divinos que os dos judeus (o maná). A
oferta do Rei Melquisedeque (em honra da vitória de Abraão) como que marcou o início
dos sacramentos. Mas, quem seria este misterioso rei da justiça, paz e sabedoria de Deus?
Cristo, o sacerdote por excelência, ao qual Melquisedeque se assemelha, ou melhor,
prefigura. Logo, Jesus é o real autor dos sacramentos.
6. Tudo que se faz (o rito, o ato consacratório), faz-se em memória de Cristo. Deste modo,
cada vez que se anunciar sua morte, anunciar-se-á a remissão por ela operada (mediante
a oferta do seu corpo e do seu sangue). Obs: Isso acena para uma atualização do mistério
a cada ato celebrado.
Livro Quinto
3. Quem recebe o corpo de Cristo, jamais tem fome, pois teu cetro e teu bastão (aquele
que, soberano cria, e sofredor redime), o sustenta.
Pelos Sacramentos, recebe-se a graça de Cristo, A Igreja se alegra, pois, assim, o fiel
passa do Adão (do lenho seco), para a condição de rebento de árvore(s) frutífera(s). Jesus
é aquele que responde com bondade à Igreja, desce a terra, convida a todos a colher a
mirra (perfume), comer pão e mel, beber o vinho da verdadeira alegria e inebriar-se do
seu espírito.
4. Sobre a importância da oração, o homem, outrora indigno, uma vez salvo pela graça,
mediante a fé, deve proclamar aquele que pelo Batismo o resgatou. Neste sentido, a
oração do Pai nosso é a melhor maneira de fazê-lo, pois, apesar de curta, contem ela todos
os elementos essenciais, todas as qualidades. O pai está no céu acima de todos os céus,
onde não há culpa. Santificado em nós (ele quem nos santifica), comunicou-nos o teu
reino por meio de Cristo, realizando tua vontade que é a paz (na terra e no céu). O pão
cotidiano é o corpo de Cristo, a substância que nutre a alma (não se trata aqui de recebe-
lo todos os dias em espécie, mas de tê-lo “hoje” para tê-lo a cada dia). Quanto as nossas
ofensas, o senhor as crucificou e destruiu com o seu sangue, perdoando-as na medida em
que também nós perdoamos. Das tentações inevitáveis nos livra, mas espera que
suportemos humanamente as demais. Por fim, aquele que do pecado nos tirou, guarda-
nos das tramas do inimigo.
Livro Sexto
1. A palavra de Cristo pode mudar as leis gerais da natureza, por isso recebemos o seu
corpo e o seu sangue nas espécies sacramentais.
4. Não se deve rezar aos berros, mas em silêncio, pois Deus perscruta os corações e escuta
antes que a boca pronuncie algo. É importante rezar elevando a Deus os teus atos, tua
inocência, não necessariamente as tuas mãos. Ademais, faz-se mister rezar sem cólera.
5. A oração não é uma negociação com Deus, pela cobiça. Tampouco adornem-se as
mulheres de joias e tranças diante de Cristo, pois, o seu verdadeiro tesouro é a castidade,
o pudor, a devoção e a justiça.
Ao se orar, importa, pois, começar pelo louvor, para então, passar a súplica, ao pedido,
por fim, à ação de graças. Por essa razão, o Pai Nosso é o modelo de oração por
excelência, pois contém todos estes elementos.
Para além dos Salmos de Davi, que contém todas estas qualidades, pode-se encontrar nos
salmos estas importantes partes da oração, como por exemplo, no salmo 8.
Esforcem-se por reter o que receberam, para que a vossa oração seja agradável a Deus e
sua oblação seja Hóstia pura, para alcançar dele a graça, por meio de Cristo.
OS MISTÉRIOS
4. A água não purifica sem o Espírito, ou melhor, sem a ação do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Nesta fé se morre para o mundo e se ressuscita para Deus, em Jesus Cristo. Ora,
pois, se para os doentes de Jerusalém, descia um anjo para agitar a piscina e tornar suas
águas curativas, para os Cristãos, desce o Espírito, age o Cristo, e todos, não apenas um,
são curados.
A aparência (a figura) é a forma por meio da qual Deus se manifesta (pomba, Filho do
Homem). Portanto, o Sacramento é o sinal sensível das coisas invisíveis, do Deus
invisível.
5. Como pediram os Profetas, bem como Pedro e Paulo, pedem também os Sacerdotes:
que se envie fogo do alto, fogo invisível, presença invisível do Cristo, que só se vê pela
fé. Deve-se, pois, crer na “Trindade”, e na cruz, confessar o Cristo.
6. Quem já está limpo, não precisa lavar senão os pés, para ser retirado do pecado
primeiro, por meio do qual o homem fora induzido ao erro.
7. O batizado se purifica de duas maneiras: pela lei (pela aspersão de Moisés com sangue)
e pelo Evangelho (Pelo Cristo Ressurgido em vestes mais alvas do que a neve). Eis o
sentido das vestes brancas.
O rebanho de Cristo é deposto de seus pecados supérfluos pelo banho (pelas águas
batismais); Exatamente por isso, em tuas ovelhas, a Igreja se apresenta formosa.
A Igreja sem mancha, deve, pois, resplandecer nos sacramentos, brilhar e apresentar Deus
em tuas obras. Ademais, conservar-se no amor, uma vez que recebeu o selo do Espírito.
8. Assim lavado, o povo avança para o altar de Cristo, ele que agraciou sua Igreja com os
sacramentos; sacramentos estes mais excelentes e eficazes que o maná. Prefigurados por
Melquisedeque em sua oferta, os sacramentos foram verdadeiramente instaurados por
Cristo, o rei da justiça, por meio de quem Abraão foi abençoado. Portanto, a carne de
Cristo é superior ao pão dos anjos, a saber, sujeito à corrupção.
Se em favor de outros correu água da pedra, em teu favor corre o sangue de Cristo, que
lava para sempre, e faz passar da sombra para a luz.
9. Acerca da Eucaristia, o poder da benção é maior que o da natureza. Moisés com seu
cajado realizou sinais no rio (mudando o seu aspecto), no mar (abriu-o), no deserto fez
jorrar água da pedra). Mesmo Eliseu e Elias também os fizeram. Posto isso, a graça tem
maior eficiência que a natureza, pode alterá-la, transformá-la. Eis o que procede na
consagração. A palavra de Cristo transforma as espécies naquilo que ele próprio as
declara, seu corpo e seu sangue. Outrossim, deve-se, pois guardar a fé, a profundeza dos
mistérios celestes; comer e beber da comida e da bebida que alegra o coração humano.
Por fim, não nascemos de novo retornando ao ventre de nossa mãe. Não fomos
regenerados por um artifício da natureza, mas pelo mesmo Espírito que fecundou Maria,
que desceu a fonte e santificou a água pela qual fostes batizados.