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U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

CONSULTORIA E CERTIFICAÇÃO
AMBIENTAL

Impressão
e
Editoração

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03

UNIDADE 2 – SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ........................................... 05

UNIDADE 3 – NORMALIZAÇÃO ............................................................................ 11


3.1 Objetivos ........................................................................................................... 15
3.2 Órgãos de normalização ................................................................................... 16

UNIDADE 4 – CERTIFICAÇÃO .............................................................................. 18


4.1 Conceitos e definições ...................................................................................... 18
4.2 Tipos de certificação e selos ecológicos ........................................................... 23
4.3 Rotulagem ......................................................................................................... 27
4.3.1 Classificação da rotulagem ............................................................................ 29
4.4 Produtos verdes – orgânicos ............................................................................. 32
4.5 Certificação florestal .......................................................................................... 34

UNIDADE 5 – ISO 14001 ........................................................................................ 38


5.1 A ISO 14001 ...................................................................................................... 44

UNIDADE 6 – OS CRÉDITOS DE CARBONO ....................................................... 47


6.1 Os projetos de crédito de carbono no Brasil...................................................... 51

UNIDADE 7 – CONSULTORIA ............................................................................... 54


7.1 Consultoria como processo interativo ............................................................... 54
7.2 Conceito de consultoria ..................................................................................... 57
7.3 A consultoria ambiental ..................................................................................... 58
7.4 A NBR ISO 10019 ............................................................................................. 60

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 61

ANEXOS ................................................................................................................. 65

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

De imediato já esclarecemos que a certificação, um dos temas deste


momento do curso, é um instrumento de mercado para a gestão ambiental, não
podendo ser considerada um instrumento de comando e controle porque é voluntária
e voltada para a diferenciação de preços e melhores condições de comercialização.

Dentre as vantagens que proporciona tanto ao empresário, quanto ao


governo e consumidores finais, temos a que permite ao fabricante garantir qualidade
no seu produto, permitindo, igualmente, ao consumidor obter produtos de qualidade.
O governo servirá como mecanismo regulador de circulação de produtos que não
afetem ou afetem pouco a saúde do consumidor, visto que, garantindo-lhe
segurança, garante um meio ambiente também saudável e, se pensarmos em
termos de comércio exterior, muito exigente na atualidade, a possibilidade de
negociar um volume maior e com qualidade garantida abre perspectivas positivas.

Para certificar é preciso seguir normas e padrões que são preestabelecidos,


portanto também veremos a definição de normalização, os órgãos competentes para
essa ação.

Em maiores detalhes, veremos a NBR ISO 14001, os tipos de certificação


existentes e os créditos de carbono tão procurados nesse século XXI.

Claro que não poderíamos esquecer de apresentar e analisar a importância


da consultoria para que as empresas tenham um sistema de gestão ambiental ótimo,
conseguindo os certificados que tanto lhes favorecem comercialmente.

Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como


premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas
opiniões pessoais.

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Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se


outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo,
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos
estudos.

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UNIDADE 2 – SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

Um dos resultados do processo de discussões em torno dos problemas


ambientais e de como promover o desenvolvimento econômico frente a essa
questão foi o surgimento das normas ISO 14000, as quais procuram desenvolver
uma abordagem organizacional que leve a uma gestão ambiental efetiva. Essa
família de normas foi o resultado de um processo que vinha evoluindo ao longo dos
diversos fóruns de discussões sobre problemas ambientais, e que buscavam uma
maneira de levar soluções ao ambiente produtivo.

O surgimento de novas normas, assim como a crescente busca por parte


das empresas de uma imagem ambientalmente mais adequada, vem sendo induzido
por uma mudança de hábitos de consumo, patrocinada pelo crescimento da
preocupação ambiental, a qual repercute negativamente na compra de produtos
provenientes de produtores identificados como ambientalmente inadequados
(SEIFFERT, 2011).

A mudança de hábitos do consumidor representa uma questão-chave na


construção de um elemento objetivo que despertou nas organizações o interesse
pela gestão ambiental.

Frente a essa realidade do ambiente organizacional, torna-se conveniente


entender o que vem a ser a gestão ambiental. Ela é entendida como um processo
adaptativo e contínuo, através do qual as organizações definem, e redefinem seus
objetivos e metas relacionados à proteção do ambiente, à saúde de seus
empregados, bem como clientes e comunidade, além de selecionar estratégias e
meios para atingir esses objetivos num tempo determinado através de constante
avaliação de sua interação com o meio ambiente externo.

A amplitude do conceito de gestão ambiental envolve diretamente questões


estratégicas das organizações, abrangendo itens que, apesar de demandarem uma
carga conceitual significativa, são efetivamente materializados através de posturas e
ações altamente objetivas. Neste contexto, a abordagem conceitual para gestão
ambiental envolve, por sua vez, uma visão holística deste processo.

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A gestão ambiental integra em seu significado:

1. a política ambiental, que é o conjunto consistente de princípios


doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ou governamentais no que
concerne à regulamentação ou modificação no uso, controle, proteção e
conservação do ambiente;

2. o planejamento ambiental, que é o estudo prospectivo que visa a


adequação do uso, controle e proteção do ambiente às aspirações sociais e/ou
governamentais expressas formal ou informalmente em uma política ambiental,
através da coordenação, compatibilização, articulação e implantação de projetos de
intervenções estruturais e não estruturais;

3. o gerenciamento ambiental, que é o conjunto de ações destinado a


regular o uso, controle, proteção e conservação do meio ambiente, e a avaliar a
conformidade da situação corrente com os princípios doutrinários estabelecidos pela
política ambiental.

Ainda existe, entre muitos autores, uma confusão conceitual quanto ao


significado de gestão ambiental e gerenciamento ambiental. Pelo exposto acima,
pode-se perceber que o gerenciamento ambiental na verdade é parte integrante da
gestão ambiental, ou seja, gestão ambiental pressupõe uma política ambiental, o
planejamento ambiental e o próprio gerenciamento ambiental. Esse conceito
aplicável ao processo de gestão ambiental envolve vários níveis de abrangência:
nacional; regional; local (em contexto macro); ou, organizacional (em contexto
micro).

Entretanto, a gestão ambiental dentro de um contexto organizacional não é


somente uma forma de fazer com que as organizações evitem problemas com
inadimplência legal e restrições ou riscos ambientais, como também uma forma de
adicionar valor a elas, principalmente considerando-se que, atualmente, em todo
processo de fusão e aquisição de empresas, o passivo ambiental associado, bem
como o seu desempenho ambiental atual, são utilizados como fortes argumentos de
negociação. Além disso, o valor das ações de empresas também pode ser
drasticamente alterado por seu histórico ambiental. Isso tem feito com que as

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organizações venham buscando aprimorar seu desempenho ambiental ao longo dos


últimos anos (SEIFFERT, 2011).

Existem duas abordagens que as empresas podem utilizar para administrar


as suas questões ambientais:

a) tratar de cada questão no momento em que ela pode trazer problemas


para a empresa;

b) tratar as questões ambientais de forma integrada e, de preferência,


antecipar-se à sua ocorrência.

Essa segunda alternativa geralmente assume a forma de um Sistema de


Gestão Ambiental (SGA) da empresa. Nesse contexto, a NBR ISO 14001 define o
SGA como a parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional,
atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos
e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a
política ambiental.

O SGA é a parte do sistema de gestão global, o que significa que o SGA


deve ser implementado de forma integrada com o gerenciamento global de uma
empresa ou instituição. A ação do SGA não deve ocorrer de forma desligada do
gerenciamento da empresa. Meio ambiente não deve ficar restrito a uma sala,
departamento ou conjunto de pessoas que atuam de forma isolada na empresa, mas
permear toda a organização (ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2009).

Isto sinaliza o reconhecimento da importância estratégica que o meio


ambiente está assumindo nas empresas, na forma de divulgar uma imagem
ambientalmente correta e de demonstrar que monitora suas atividades, produtos e
serviços para minimizar seu impacto sobre o meio ambiente. Sobre a estrutura
organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas,
procedimentos, processos e recursos, fica claro que, ao contrário do que muitos
pensam, o SGA não é meramente um conjunto de procedimentos escritos, mas
envolve a própria estruturação da empresa, os profissionais com suas respectivas
responsabilidades, o planejamento e a provisão dos recursos para garantir o
cumprimento da política ambiental da empresa.

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A Política Ambiental é uma declaração da organização, expondo suas


intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que provê
uma estrutura para ação e definição de seus objetivos e metas ambientais. Portanto,
a função do Sistema de Gestão Ambiental é organizar todas as ações da
Organização relativas às questões ambientais de suas atividades, produtos e
serviços (ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2009).

Ao estruturar as ações ambientais de uma empresa, o SGA torna possível


um maior atendimento das leis e regulamentos ambientais, minimizando os riscos
financeiros decorrentes de aplicações de multas e penalidades por parte de
agências de controle ambiental.

O SGA também permite às organizações uma significativa economia de


tempo e um ganho de competitividade, decorrente da melhoria de seus processos e
da construção de uma imagem “verde”. Algumas das vantagens propiciadas pela
implementação de um SGA são as seguintes:

 economizar por meio da conservação de matérias-primas e insumos;

 satisfazer as expectativas ambientais dos clientes;

 satisfazer os critérios para empréstimos bancários;

 limitar aspectos de operações de risco;

 obter seguros a custo mais baixo;

 manter boas relações com a vizinhança.

Essas razões demonstram como cada vez mais o sucesso comercial das
empresas, independentemente de seu tamanho ou do setor em que atuam, exige
que elas sejam ambientalmente corretas. Assim, um SGA é importante para as
empresas, mesmo quando não visam à obtenção de um certificado de conformidade
com uma norma ambiental, como a NBR ISO 14001. O SGA confere à empresas
consistência em sua metodologia para alocar recursos, designar responsabilidades e
verificar continuamente suas práticas, procedimentos e processos para enfocar seus
esforços sobre seus impactos imediatos e a longo prazo sobre o meio ambiente
(ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2009).

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Para Dias (2009), o Sistema de Gestão Ambiental é o conjunto de


responsabilidades organizacionais, procedimentos, processos e meios que se
adotam para a implantação de uma política ambiental em determinada empresa ou
unidade produtiva.

Um SGA é a sistematização da gestão ambiental por uma organização


determinada. É o método empregado para levar uma organização a atingir e manter-
se em funcionamento de acordo com as normas estabelecidas, bem como para
alcançar os objetivos definidos em sua política ambiental.

Uma das vantagens competitivas que uma empresa pode alcançar através
da gestão ambiental é a de melhorar sua imagem no mercado, o que está se
tornando a cada dia mais um fato concreto devido ao aumento da consciência
ambiental dos consumidores.

Uma das melhores maneiras de diferenciar os produtos que respeitam o


meio ambiente é a adoção de um “selo verde”, ou seja, um logotipo identificador
dessa característica. Para que tenha credibilidade, o “selo verde” deve estar
vinculado a algum sistema de certificação amplamente aceito (DIAS, 2009).

A atuação ambiental da maioria das empresas, salvo honrosas exceções, na


maioria dos casos centra-se na diminuição de custos e riscos associados a sanções
e na reparação econômica de danos ambientais. São poucas as que investem na
adoção de Sistemas de Gestão Ambiental, em sua maioria grandes empresas em
função do custo associado à sua implantação.

A adoção de um SGA implica uma mudança de mentalidade de toda a


organização, desde os altos escalões até os níveis inferiores da organização.
Implica uma mudança da cultura organizacional com a incorporação da variável
ambiental no dia-a-dia das pessoas que integram a empresa. Por outro lado, a
mudança de cultura organizacional também envolve mudança de atitude com
respeito ao ambiente externo da organização.

O ambiente externo deve passar a ser um componente que influi


diretamente na competitividade da empresa, e os quadros dirigentes da organização
devem participar ativamente dos eventos realizados, em torno da questão ambiental,

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na comunidade local, influindo diretamente na tomada de decisões e fornecendo


instrumental técnico (e pessoal) que contribua para a elucidação dos processos
biológicos que envolvem o entorno da empresa (DIAS, 2009).

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UNIDADE 3 – NORMALIZAÇÃO

A evolução dos conceitos de qualidade trouxe consigo a necessidade e


utilização de um tipo especial de documentos: os documentos normativos. É um
termo genérico que denomina documentos, tais como regulamentos, especificações,
relatórios e normas técnicas. São amplamente utilizados e os arranjos modernos de
produção tais como a produção seriada com o uso de partes intercambiáveis e
consórcios modulares, só são possíveis com a existência de documentos normativos
(FERREIRA, 2012).

Enquanto a normalização é uma atividade que estabelece, em relação a


problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e
repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto, a
certificação é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo,
independente da relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente, por
escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com
os requisitos especificados. Estes requisitos podem ser: nacionais, estrangeiros ou
internacionais.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é um Organismo


Nacional que oferece credibilidade internacional. Todo nosso processo de
certificação está estruturado em padrões internacionais, de acordo com ISO/IEC
Guia 62/1997, e as auditorias são realizadas atendendo às normas ISO 10011 e
14011, garantindo um processo reconhecido e seguro. A ABNT conta ainda com um
quadro de técnicos capacitados e treinados para realizar avaliações uniformes,
garantindo maior rapidez e confiança nos certificados.

Norma é um documento estabelecido por consenso e aprovado por um


organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes
ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um
grau ótimo de ordenação em um dado contexto conforme define o guia ISO/lEC Guia
2.

As normas em geral são baseadas em conhecimentos consolidados da


ciência, tecnologia e experiências anteriores. Abrangem todos os ramos do

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conhecimento humano, desde tópicos eminentemente técnicos como concreto até


complexos modelos administrativos como os sistemas de gestão da qualidade e
meio ambiente (FERREIRA, 2012).

Norma também é definida como um documento técnico que estabelece as


regras e características mínimas que determinado produto, serviço ou processo
devem cumprir, permitindo uma perfeita ordenação e globalização dessas atividades
ou produtos. As normas são fatores vitais para que a evolução tecnológica nacional
acompanhe com sucesso o processo de globalização mundial. Com as normas, é
possível trabalhar com um padrão tecnológico, pois elas permitem que haja
consenso entre produtores, governo e consumidores. Isso facilita o intercâmbio
comercial e aumenta a produtividade e as vendas, não só no mercado interno como
também no mercado externo, pois ficam eliminadas as barreiras técnicas criadas
pela existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes
países.

As Normas Técnicas propiciam o correto suprimento das necessidades


práticas dos produtores e consumidores e são fundamentais para a eliminação de
desperdícios de tempo, matéria-prima e mão de obra, o que resulta em crescimento
do mercado, melhoria da qualidade e redução de preços e custos, fatores que
alimentam o ciclo motor do desenvolvimento social.

No Brasil, as atividades de Normalização precisam ser intensificadas em


ritmo acelerado, não só pelo crescente desenvolvimento do mercado, como para
atender às exigências do Comitê Técnico OMC – Organização Mundial do Comércio.

As normas podem ser internacionais (normas ISO), regionais (p. ex.


Mercosul), nacionais (p. ex. ABNI, DIN), etc. Além das normas existem, outros
documentos normativos são utilizados, como os relatórios técnicos (TR na ISO) e as
especificações técnicas (TS na ISO) (FERREIRA, 2012).

Como as normas nacionais refletem o consenso em um determinado país e


baseiam-se na experiência acumulada por aquela sociedade, nem sempre o que é
ótimo para uma nação é adequado a outra. Por isso estabeleceu-se, em 1947, um
fórum internacional de normalização. Lá os organismos de normalização dos países

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interessados na normalização internacional estabelecem normas de comum acordo


para facilitar o diálogo entre os povos, o comércio internacional e o avanço da
ciência e da tecnologia.

Esse organismo internacional de normalização, com sede em Genebra,


Suíça, constituído por 162 países (em 31/12/2009), é uma organização não
governamental e seu nome é International Organization for Standardization. O
prefixo ISO utilizado em todas as suas normas deriva do prefixo grego isos, que
significa: mesmo, igual.

Os princípios da normalização internacional são:

 igualdade de direitos dos membros, qualquer membro da ISO tem direito a


participar de qualquer comitê técnico que desenvolva normas que julgar de
interesse para seu país. Cada país tem direito a um voto, independentemente
do tamanho e riqueza de sua economia;

 normas voluntárias, todas as normas desenvolvidas pela ISO são de caráter


voluntário e são adotadas pelas empresas e nações apenas se o desejarem;

 direcionamento ao mercado, a ISO só desenvolve normas quando há


interesse do mercado. São reunidos especialistas e representantes de
agências governamentais e da academia, dos consumidores e de laboratórios
para a elaboração das mesmas;

 as normas ISO são desenvolvidas a partir do consenso das partes envolvidas,


o que lhes dá, apesar do caráter voluntário, uma enorme penetração no
mercado mundial;

 as normas ISO constituem-se em um acordo técnico que dá a base para uma


tecnologia compatível internacionalmente.

Dentro da ISO as normas são desenvolvidas em comitês técnicos


constituídos pelos organismos de normalização interessados, especialistas,
representantes dos consumidores e governos e academia. Os mais conhecidos são
o TC 176 que trabalha com gestão da qualidade e garantia da qualidade,
responsável pelo desenvolvimento e atualização da série ISO 9000 – Sistemas de

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Gestão da Qualidade – e o TC 207 que trabalha com gestão ambiental e é


responsável pela série ISO 14000 – Sistemas de Gestão Ambiental.

A evolução histórica dos sistemas normalizados de gestão nos mostra que


eles tiveram sua origem ligada principalmente aos fornecimentos a governos e
organizações militares.

Dentre as primeiras normas relacionadas com sistemas de gestão podemos


citar:

ANO NORMA ORIGEM


1963 MIL-Q-9858A Exército dos EUA
1969 AQAP OTAN
1973 API 14 A American Petroleum Institute
1975 CSA Z299 Norma Canadense
1975 AS 1821/22/3 Norma Australiana
1979 BS 5750 Norma Britânica
Fonte: Ferreira (2012, p. 160)

Duas normas se destacam: a CSA Z299, norma canadense com quatro


níveis destinada prioritariamente à garantia da qualidade em instalações nucleares;
e, a BS 5750, norma inglesa utilizada para a avaliação do sistema de gestão da
qualidade de fornecedores.

A norma canadense, apesar de sua intenção ser a garantia da qualidade em


instalações nucleares, foi utilizada extensivamente na América do Norte como
modelo para implantação e operação de sistemas de garantia da qualidade. Uma
característica dessa norma é que o sistema resultante de sua implantação baseava-
se extensivamente em documentação resultando num sistema de gestão burocrático
e difícil de operar.

A norma BS 5750 Quality Systems, publicada em 1979, pela British


Standards Institution serviu de base para a elaboração pela ISO da série ISO 9000.

A rápida aceitação desse modelo de gestão no mundo tornou a série ISO


9000 o maior sucesso internacional em termos de adoção pelas empresas,
contando, em 2009, com aproximadamente 1.064.000 certificados válidos
(www.iso.org).

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O gráfico seguinte mostra a evolução do número de certificados de sistema


de gestão da qualidade no período de 1993 a 2009:

Fonte: Ferreira (2012, p. 161)

Deve-se observar que em dezembro de 2000 houve uma revisão da norma,


sendo editada a ISO 9001:2000, o que levou as empresas a migrarem do modelo
anterior para a nova versão. O prazo de transição terminou em dezembro de 2003.
Série ISO 9000.

3.1 Objetivos

As Normas ISO são produzidas por um consenso mundial com o intuito de


criar um padrão global de qualidade para produtos e serviços. O conjunto de normas
forma um sistema de gestão da qualidade aplicável a qualquer organização, sem
considerar seu tamanho, ou se a companhia é pública ou privada.

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As Normas ISO são para a “melhoria da gestão empresarial”, para aumentar


a “produtividade”, baixar os “custos” e ter tarefas melhor definidas e controladas
(MARIANI, 2006).

3.2 Órgãos de normalização

A International Organization for Standardization (ISO), junto com a


International Electrotechnical Commission (IEC) formam os dois principais fóruns de
normalização internacional. As normas internacionais são reconhecidas pela
Organização Mundial do Comércio (OMC) como a base para o comércio
internacional, e o seu cumprimento significa contar com as melhores condições para
ultrapassar eventuais barreiras técnicas.

A ISO foi fundada em 1945 por uma comissão de 25 países, incluindo o


Brasil, eles queriam criar um organismo mundial que tivesse o propósito de facilitar a
coordenação internacional e a harmonização de normas industriais. Atualmente é
composta por aproximadamente 162 países, em diversas regiões incluindo
desenvolvidos, subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Tem aproximadamente
15.000 padrões que promovem o alcance de benefícios para quase todos os setores
industriais, de negócios e tecnologia. A ISO elabora e difunde as normas
internacionais relativas a todos os domínios de atividades, deixando a cargo da IEC
as normas de teor eletroeletrônico. No Brasil, tanto a IEC como a ISO são
representadas pela ABNT.

A ABNT é a maior organização de regulamentação técnica do Brasil. Foi


fundada em 1940, para fornecer a base necessária ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro. Dentre os vários objetivos, vale destacar o principal que é a elaboração e
o incentivo do uso de normas técnicas, mantendo-as sempre atualizadas. Para que
uma nova norma seja aprovada ela precisa passar pelo comitê referente à área
desejada que irá analisar e formular um consenso entre consumidores e produtores
para logo em seguida entrar em votação nacional. Com relação aos comitês, no site
da ABNT encontramos 55 Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e 4 Organismos de
Normalização Setorial (ABNT/ONS).
(http://www.abnt.org.br/m2.asp?cod_pagina=963#).

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Temos ainda o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade


Industrial (INMETRO), uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva
do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(CONMETRO), colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO).

Dentre as competências do INMETRO destacam-se:

 executar as políticas nacionais de metrologia e da qualidade;

 verificar a observância das normas técnicas e legais, no que se refere às


unidades de medida, métodos de medição, medidas materializadas,
instrumentos de medição e produtos pré-medidos;

 fomentar a utilização da técnica de gestão da qualidade nas empresas


brasileiras;

 planejar e executar as atividades de acreditação de laboratórios de calibração


e de ensaios, de provedores de ensaios de proficiência, de organismos de
certificação, de inspeção, de treinamento e de outros, necessários ao
desenvolvimento da infraestrutura de serviços tecnológicos no País
(INMETRO, 2012).

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UNIDADE 4 – CERTIFICAÇÃO

Os temas certificação e licenciamento ambiental vêm ocupando, atualmente,


posição de destaque no meio florestal e de outras atividades que, de alguma forma,
possam causar algum impacto ao meio ambiente. A certificação ambiental decorre
de uma exigência do mercado; o licenciamento, por outro lado, de intervenção do
Poder Público na atividade privada, com a finalidade de proteção ambiental. Em
ambos, no entanto, busca-se agir segundo uma filosofia do desenvolvimento
associado à conservação ambiental.

4.1 Conceitos e definições

A certificação ambiental revela-se como um instrumento de grande


importância para proteção do meio ambiente. Tal fato se soma às preocupações do
Poder Público, que, de alguma forma, deve valorizar iniciativas de tal natureza. É o
que ocorre, por exemplo, com o fomento de pesquisas e investimentos nas
chamadas tecnologias limpas (VIANA et al., 2003).

O papel do Poder Público origina-se da necessidade de uma


regulamentação que, atualmente, reveste-se das características de imposição de
normas e mecanismos, sobretudo de fiscalização, que interferem na atuação das
empresas e de particulares cujas atividades repercutem no meio ambiente,
principalmente gerando impactos negativos. Entre os vários instrumentos legais
instituídos com este intuito pode-se citar o licenciamento ambiental. Este é praticado
no Brasil em vários Estados, por exigência da Constituição Federal e da Lei nº
6.938/81, que o elege como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente
(PNMA).

Tanto a certificação como o licenciamento ambiental funcionam como meio


de proporcionar e garantir o comportamento ambientalmente correto de uma
determinada organização, embora possuam fins e princípios diversos.

É neste ponto que se situa a discussão em torno da qual os gestores da


iniciativa privada objetivam simplificar o processo de licenciamento ambiental diante

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dos sistemas de certificação, ou vice-versa, motivados pelo fato de que entre estes
existem vários pontos na interface.

A certificação ambiental surge no contexto em que a variável ambiental se


insere no campo organizacional da empresa, tanto por uma pressão de mercado
quanto pelo desenvolvimento crescente dos movimentos ambientalistas e da
pressão das instituições políticas. Assim, passa-se a exigir que as empresas tenham
um compromisso efetivo de proteção e conservação da natureza, o que servirá,
igualmente, para informar ao mercado sobre a origem do produto e as técnicas de
produção.

De fato, a certificação visa atestar o comportamento adequado, do ponto de


vista ambiental, de certos empresários e atividades, o que se faz sempre tendo em
vista determinadas normas e regras estabelecidas por entidades normatizadoras
privadas, ou por grupos ou conselhos formados por estas entidades.

Nardelli (2001) afirma, ao discorrer sobre a certificação no setor florestal,


que ao buscar uma certificação, as empresas estão lançando mão de um
instrumento institucionalizado de diferenciação, com o objetivo de informar e garantir
ao consumidor e às demais partes interessadas que determinados padrões de
desempenho de seu manejo florestal estão sendo atingidos e monitorados. Deve-se
salientar ainda que a certificação florestal, segundo Miranda (2002), além de
melhorar a imagem institucional das empresas, fornece a elas instrumentos de
desenvolvimento e mecanismos de prevenção a impactos ambientais.

Souza (2000) afirma ainda que as normas dos diversos sistemas de


certificação ambiental, tais como as normas da série ISO 14000, apresentam
oportunidades empresariais e de proteção ambiental. Para tanto, os sistemas de
certificação ambiental envolvem as chamadas “auditorias ambientais” e a concessão
de “selos ambientais”.

Tais sistemas surgiram a partir da década de 1990, para cumprir demandas


como a ética nos negócios, a responsabilidade social e, principalmente, o
desenvolvimento sustentável (NARDELLI, 2001). Este último é conceituado como o
processo de desenvolvimento que visa trazer ao âmbito econômico a visão de

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esquemas de desenvolvimento tendentes à satisfação das necessidades da geração


presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras, para satisfazer
suas próprias necessidades, e não o crescimento econômico indiscriminado
(Guzmán, 1998 apud Viana et al., 2003), ideia inicialmente apresentada no Relatório
Brundtland, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: Nosso
Futuro Comum, de 1988.

Na verdade, os processos de certificação ambiental almejam conferir à


empresa uma imagem que lhe proporcione um diferencial no mercado, bem como
mecanismos para efetivar os processos de gerenciamento ambiental nas diversas
organizações, comprovando que estas possuem uma atuação que respeita o meio
ambiente. Tal conclusão decorre da análise do campo organizacional em que a
certificação está inserida, o qual é composto por comerciantes, industriais, ONGs e,
no caso das atividades florestais, pelo manejador florestal (NARDELLI, 2002).

A apresentação do tema desta forma pode levar à conclusão incorreta de


que as empresas preocupam-se somente com sua imagem perante o mercado,
atuando em prol do meio ambiente só para efeito da melhoria desta. Se para muitas
empresas, em princípio, a certificação possuía tão somente os aludidos objetivos,
atualmente, com a institucionalização das preocupações ecológicas e ambientais,
passa a existir o maior comprometimento das organizações diante das exigências
sociais contemporâneas.

Tal situação define, por sua vez, a importância do certificado ambiental


expedido por uma determinada instituição, o que está estritamente relacionado com
a sua credibilidade no mercado. Por outro lado, permite, ainda, não se atribuir à
certificação um caráter apenas mercadológico. Justificam-se, igualmente, em face
das crescentes preocupações sobre o estádio de degradação ambiental no Planeta,
as discussões em que as instituições normatizadoras estão inseridas. A importância
do tema foi destacada a partir de conferências como a ECO-92, no Rio de Janeiro,
que resultou na adoção de várias medidas tendentes à proteção do meio ambiente e
também influenciou a adoção do Protocolo de Quioto e a organização das várias
rodadas de discussões sobre o estágio atual do clima e dos rumos do
desenvolvimento mundial (ITTO, 1998 apud VIANA et al., 2003).

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Os sistemas de certificação florestais, por exemplo, são apresentados como


um processo que consiste na avaliação objetiva das operações envolvidas no
manejo das florestas, segundo normas ou padrões que obedecem a princípios e
critérios aceitos internacionalmente, porém adaptados às condições locais
(NARDELLI, 2002).

Como exemplos desses sistemas de certificação podem ser citados o FSC


(Forest Stewardship Council); as normas da série ISO 14000 da International
Organization for Standardization (ISO), conforme seu processo de gestão ambiental;
e o CERFLOR, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), através da
NBR 14.789 (CARVALHO, 2002). Estes últimos voltados para o setor florestal que
veremos mais adiante.

Para obter as certificações ambientais, o sistema se forma a partir do


estabelecimento de padrões nacionais ou internacionais, fixados por ONGs, na
maioria das vezes, e por instituições independentes, formadas por entidades de
vários países, no caso das entidades internacionais, chamadas entidades
normatizadoras. Estas diferentes entidades e as instituições privadas de cada país
são credenciadas para atestar o cumprimento das normas e dos critérios,
previamente estabelecidos.

Tais entidades certificadoras mantêm contato com aquelas empresas que


objetivam a certificação e realizam vistorias e auditorias ambientais para atestar o
comportamento adequado ambientalmente, para implementação de um sistema de
gerenciamento, para adequação do processo produtivo ou para atestar que o
produto decorre de um processo que respeita a natureza. Só depois é que as
empresas estarão ou não aptas para obter o certificado ambiental.

Há vários sistemas de certificação ambiental, como rotulagem, selo e


auditorias ambientais. No Reino Unido, por exemplo, existe a norma BS 7750, nos
Estados Unidos, a SGA NSF 110 DA NSF Internacional (SOUZA, 2000). No Brasil,
pode-se citar, além dos já apresentados, a certificação agrícola para o setor
canavieiro, do Instituto de Certificação e Manejo Florestal e Agrícola – Imaflora/
CAN, associado ao Instituto de Agricultura – CAN, cuja certificação possui grande
aceitação no mercado internacional, com o selo socioambiental ECO-OK®.

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Esses sistemas de certificação, portanto, objetivam atestar o comportamento


ambientalmente correto das empresas, conforme padrões preestabelecidos, seja na
produção de um item específico, seja no gerenciamento ambiental da organização.
Atualmente, conforme uma visão holística que se tem atribuído à questão ambiental,
analisam-se não só os aspectos inerentes à produção, mas também a pesquisa da
inter-relação empresa-comunidade, na busca do desenvolvimento sustentável, do
ponto de vista socioeconômico. É o que se tem como consequência da inauguração
de uma racionalidade ambiental, compromissada com um novo paradigma de
desenvolvimento (LEFF, 2001).

Deve-se ressaltar, portanto, que o principal motor dos processos de


certificação está ligado aos aspectos técnico-científicos – no estabelecimento dos
critérios de sustentabilidade – associados às expectativas do mercado.

Conforme salienta Nardelli (2001), a busca da certificação é um dos


caminhos pelos quais a empresa visa obter capacidade competitiva e sobreviver no
mercado. É, também, um meio de aproveitamento das oportunidades para aumentar
ou manter a eficiência. Portanto, tem, estritamente, a finalidade de atender a
objetivos privados, embora se reconheçam os benefícios sociais, diretos ou
indiretos, que proporciona.

A certificação ambiental como um mecanismo inerente às práticas


comerciais, ainda de maior importância no âmbito internacional, pode ser vista como
uma resposta do próprio mercado à incapacidade institucional do Estado em manter
mecanismos legais eficientes de proteção ambiental.

Esse fato não permite concluir que a admissão de tais normas implique o
desmantelamento da estrutura regulatória governamental, nem evidencia que a base
institucional para o tratamento da questão ambiental deva permanecer sob
responsabilidade única e exclusiva do mercado (NARDELLI, 2001). Embora as
entidades certificadoras assumam este papel, atuando com neutralidade – o que
lhes proporciona credibilidade –, cuidar das questões ambientais é dever do Poder
Público.

A certificação ambiental é caracterizada pelos seguintes pontos básicos:

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 é voluntária e independente, pois é aplicada por terceiros a quem se disponha


a integrar o sistema;

 é aplicada, conforme critérios bem definidos, a produtos, família de produtos e


processos;

 é positiva, ou seja, representa premiação, e, como tal, torna-se um


instrumento de marketing da empresa;

 é um mecanismo de informação ao consumidor (FERREIRA, 2011).

Existem vários tipos de programas de certificação ambiental, como exemplo,


podemos citar: selos de aprovação, certificado de atributo único, cartões
informativos, informações técnicas publicadas, alertas, manuais, entre outros.

Porém, os selos de aprovação são os programas de certificação ambiental


mais requeridos ultimamente, podem ser restritos a um produto, ou amplos,
englobando a matéria-prima, o processo e o produto. Os programas de selo de
aprovação outorgam o uso de um selo ou rótulo aos produtos ou serviços
comparáveis, com base em critérios previamente definidos.

O selo de aprovação é outorgado por um período definido, sujeito a


auditorias periódicas, programadas ou não. Os critérios de outorga do selo de
aprovação podem ser periodicamente revistos e modificados, tornando o sistema
mais severo e restrito (FERREIRA, 2011).

4.2 Tipos de certificação e selos ecológicos

Existem mais de 30 certificadoras “verdes” no país, mas, segundo Lisa


Gunn, coordenadora executiva do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), essa
diversidade de selos pode confundir. “O consumidor deve ficar atento para distinguir
entre uma certificação conferida por um organismo independente e os selos
autodeclaratórios, que são colocados nos produtos pelos próprios fabricantes”, diz.
Confira abaixo os principais selos ecológicos do mercado conferidos por
certificadoras terceirizadas.

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a) FSC (Forest Stewardship Council)

O que certifica: áreas e produtos florestais, como toras de


madeira, móveis, lenha, papel, nozes e sementes.

Como é: atesta que o produto vem de um processo


produtivo ecologicamente adequado, socialmente justo e economicamente viável.
Dez princípios devem ser atendidos, entre eles a obediência às leis ambientais, o
respeito aos direitos dos povos indígenas e a regularização fundiária.
(www.fsc.org.br). Outro selo dessa categoria: Ceflor.

b) ISO 14001

O que certifica: sistema de gestão ambiental de empresas e


empreendimentos de qualquer setor.

Como é: em sua operação, a empresa deve levar em conta o uso racional de


recursos naturais, a proteção de florestas e a preservação da biodiversidade, entre
outros quesitos. No Brasil, quem confere essa certificação é a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT). Ao contrário das demais certificações, não há um selo
visível em produtos. Para saber se uma empresa tem o ISO 14001, deve-se
consultar seu site ou centro de atendimento ao cliente. (www.abnt.org).

c) LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental)

O que certifica: prédios e outras edificações.

Como é: concedido a edificações que minimizam


impactos ambientais, tanto na fase de construção quanto na de uso. Materiais
renováveis, implantação de sistemas que economizem energia elétrica, água e gás e
controle da poluição durante a construção são alguns dos critérios.
(www.usgbc.org/leed).

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d) Rainforest Alliance Certified

O que certifica: produtos agrícolas, como frutas, café,


cacau e chás.

Como é: trata-se de uma certificação socioambiental. Comprova que os


produtores respeitam a biodiversidade e os trabalhadores rurais envolvidos no
processo. Com grande aceitação na Europa e nos EUA, é auditado no Brasil pelo
Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). (www.imaflora.org).

Outros selos dessa categoria: UTZ Kapeh e Max Havelaar.

e) ECOCERT

O que certifica: alimentos orgânicos e cosméticos


naturais ou orgânicos.

Como: os alimentos processados devem conter um


mínimo de 95% de ingredientes orgânicos para serem certificados. Para ganhar um
selo de cosmético orgânico, um produto deve ter ao menos 95% de ingredientes
vegetais e 95% destes ingredientes devem ser orgânicos certificados – no caso de
cosméticos naturais, 50% dos insumos vegetais devem ser orgânicos. O selo
Ecocert é um só. Mas, por contrato com a certificadora, o fabricante é obrigado a
identificar no rótulo se o produto é orgânico ou natural. (www.ecocert.com.br).

f) IBD (Instituto Biodinâmico)

O que certifica: alimentos, cosméticos e algodão


orgânicos.

Como é: além de cumprir os requisitos básicos para a


produção orgânica (como fazer rotação de culturas e não usar agrotóxicos), garante
que a fabricação daquele produto obedece ao Código Florestal Brasileiro e às leis
trabalhistas. Os produtos industrializados devem ter ao menos 95% de ingredientes
orgânicos certificados – a água e o sal são desconsiderados nesse cálculo tanto
para cosméticos quanto para alimentos. (www.ibd.com.br).

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Outros selos dessa categoria: Ecocert, Demeter, CMO (Certificadora Mokiti


Okada) e IMO (Institute for Marketecology).

g) Procel

O que certifica: equipamentos eletrônicos e


eletrodomésticos.

Como é: o selo do Programa Nacional de Conservação de


Energia Elétrica indica os produtos que apresentam os melhores
níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. Os
equipamentos passam por rigorosos testes feitos em laboratórios
credenciados no programa. (www.eletrobras.gov.br/procel) (VASCONCELOS et al.,
2008).

O conceito de certificação ambiental ultrapassa a definição de “marca de


conformidade”, concedida ao produto que, após testes em laboratório credenciado,
atinge o mínimo de qualidade exigido por uma norma vigente em questões relativas
ao seu uso.

Assim, o “selo verde” é o grau mais alto de conformidade. Além de atestar a


conformidade, atesta também que o produto não impacta ou impacta minimamente o
ambiente.

Atualmente o selo verde é atribuído tanto a produtos quanto a processos,


nos diversos e em vários níveis de adequação ambiental. Como exemplos podem
ser citados:

 nível 1 – produtos biodegradáveis;

 nível 2 – produtos biodegradáveis e recicláveis;

 nível 3 – produtos e embalagens biodegradáveis e recicláveis;

 nível 4 – produtos e embalagens biodegradáveis e recicláveis, elaborados por


processos com pouco ou nenhum impacto ambiental;

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 Nível 5: produtos e embalagens biodegradáveis e recicláveis, com


transformação de tecnologia hard em soft, com menor impacto, menor custo,
menos matéria-prima, maior produtividade, menos resíduos e rejeitos.

Assim, a crescente numeração dos níveis denota maior exigência em termos


de qualidade ambiental. Levando-se em conta essa maior abrangência, o conceito
de “certificação ambiental” passa a ser o de rotulagem ou etiquetagem baseada em
considerações ambientais, destinada ao público, certificando que o produto
originado de determinado processo apresenta menor impacto no ambiente em
relação a outros produtos comparáveis, disponíveis no mercado (FERREIRA, 2011).

4.3 Rotulagem

Os programas de rotulagem ambiental consistem de uma moderna


ferramenta de mercado utilizada para se alcançar diversos objetivos ambientais e
tecnológicos, tais como: proteção do meio ambiente, estímulo a inovação
ambientalmente saudável na indústria e desenvolvimento da consciência ambiental
dos consumidores (MMA/SPDS, 2002).

Por pretenderem influenciar as decisões dos consumidores, de modo a


encorajar a produção e o consumo de produtos que sejam menos agressivos ao
meio ambiente que outras alternativas, os programas de rotulagem ambiental têm
sido empregados como um instrumental de política, baseada no mercado, para
promover a melhoria ambiental.

Pode-se observar que as restrições ambientais representam novas


oportunidades para o desenvolvimento de produtos de melhor qualidade e mais
eficientes.

Nesse contexto, de acordo com Baena (2000), sistemas de rotulagem


ambiental são o resultado do processo pelo qual a proteção do meio ambiente
converte-se em um valor social. A opção pela compra de produtos com rótulos
ambientais significa para os consumidores a manifestação da sua disposição de
arcar com os custos externos envolvidos no processo produtivo.
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Dessa forma, o sucesso e a continuidade dos programas de rotulagem


ambiental dependem diretamente da preferência que os consumidores atribuírem
aos produtos ambientalmente diferenciados no momento da compra. Ao fazê-lo,
influenciarão outras empresas a adotarem padrões ambientais superiores no intuito
de não perderem competitividade e espaço de mercado. Além disso, a demanda do
consumidor, aliada à competição entre produtores e a posição de liderança da
organização responsável pela condução de programas de rotulagem ambiental são
forças que interferem na formulação dos programas de rotulagem ambiental, sendo
determinantes para o estabelecimento de suas características (BAENA, 2000).

Segundo Regazzi (2000), quando se pensa em utilizar a rotulagem


ambiental, alguns princípios devem ser observados de forma a garantir a sua
eficácia. A rotulagem deve ser voluntária, baseada em critérios científicos
estabelecidos por consenso, e tendo como foro de deliberação, entidade
reconhecida como representativa de todos os segmentos organizados da sociedade.

De acordo com Appleton (2002 apud GUERON, 2003), tradicionalmente, os


programas de rotulagem ambiental vinham sendo utilizados para alertar os
consumidores para considerações ligadas à saúde e segurança. Cada vez mais os
rótulos estão também sendo utilizados para fornecer informações que reflitam
preocupações sociais e políticas, como, por exemplo, com relação a atributos
ambientais ou de mão de obra, associados a determinados produtos.

Por se tratar de um meio idôneo e confiável para dar visibilidade no mercado


aos produtos ou serviços preferíveis do ponto de vista ambiental, os rótulos
ambientais são um dos instrumentos mais eficazes para desenvolver a consciência
ambiental e orientar a preferência dos consumidores para produtos ambientalmente
corretos. A rotulagem ambiental está sendo cada vez mais aceita como um dos
importantes instrumentos para orientar países da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns países em desenvolvimento.

Os programas de rotulagem ambiental podem ser analisados sob dois


aspectos: seus efeitos sobre o meio ambiente e seus efeitos sobre a competitividade
internacional. Os dados são escassos para avaliar os efeitos ambientais desses
programas, são raras as estimativas disponíveis sobre a eficácia ambiental dos

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programas de rotulagem ambiental, as quais procuram medir a redução da poluição


potencial e é difícil isolar e medir os benefícios ambientais dos rótulos,
comparativamente aos efeitos provocados pelas demais medidas ambientais.

A eficácia, portanto, pode ser avaliada, indiretamente, pela mudança no


comportamento do consumidor, demandando produtos ambientalmente corretos e
provocando respostas positivas dos produtores. O que deve ser ressaltado é que as
mudanças no comportamento de consumidores e produtores são, em geral, muito
heterogêneas, dependendo do produto e do país em questão (BRAGA; MIRANDA,
2002).

Embora algumas indústrias sejam mais afetadas que outras pelas forças
ambientalistas, de maneira geral, a tendência é um movimento de substituição de
determinados produtos por outros ambientalmente seguros e diferenciados através
de um rótulo ambiental. A sua obtenção representa para as empresas um meio de
elevar a credibilidade junto aos consumidores, possibilitando a incorporação dos
aspectos relativos ao meio ambiente no dia-a-dia dos cidadãos, evidenciando,
assim, a capacidade de interferência nas suas escolhas (MMA/SPDS, 2002).

A tendência atual dos programas de rotulagem ambiental é buscar a


harmonização entre os diversos programas existentes. Trata-se da necessidade de
evitar a falta de clareza sobre tais assuntos entre os consumidores e reduzir custos
dos fabricantes cujos produtos estão sujeitos a diferentes mercados onde os rótulos
estão sendo adotados.

Podem ser destacadas algumas organizações, nas quais são identificadas


iniciativas de promover harmonização entre os programas existentes, tais como a
Global Ecolabelling Network (GEN) e a International Organization for Standardization
(ISO).

4.3.1 Classificação da rotulagem

Segundo Baena (2000), os programas de rotulagem ambiental diferenciam-


se conforme características relacionadas a aspectos de mercado, utilizados tanto na

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avaliação dos atributos ambientais dos produtos como no processo de concessão


dos rótulos.

Segundo a Agência Norte-Americana de Proteção Ambiental (EPA, em


inglês) (1998), que tem como missão a proteção da saúde humana e do meio
ambiente – solo, água e ar –, e trabalha em conjunto com outras entidades, os
programas de rotulagem ambiental podem ser classificados segundo algumas
características.

A característica considerada a mais importante se refere à forma como é


feita a verificação, ou seja, o processo de avaliação que atesta se o produto atende
a certos critérios. Isto pode ser realizado quando o próprio fabricante declara que o
produto atende a determinados critérios ou possui determinadas qualidades
ambientais, ou por uma terceira parte, quando entidades independentes, baseadas
em critérios ambientais ou normas, concedem a utilização de rótulos aos produtos.

Conforme análise da EPA (1998), os programas podem também ser


caracterizados como positivos, negativos ou neutros. Os programas positivos estão
relacionados a produtos que possuem um ou mais atributos ambientais. Os
negativos alertam os consumidores sobre produtos que contenham substâncias
nocivas ou perigosas (exemplo: rótulo de pesticidas). Os neutros simplesmente
resumem informações ambientais sobre os produtos, que podem ser interpretadas
pelos consumidores, influenciando-os em suas decisões de compra.

A Agência divide, ainda, os programas de rotulagem ambiental de terceira


parte como sendo compulsórios ou voluntários. Os compulsórios, ou seja, exigidos
por legislação específica, incluem rótulos de advertência, que indiquem algum risco
ao consumidor ou rótulos de informações ambientais, como nos exemplos dos
rótulos norte-americanos para eletrodomésticos e veículos automotores (BAENA,
2000).

Os rótulos voluntários são tipicamente positivos ou neutros e podem ser


classificados como report cards, selos de aprovação, ou certificados de atributo
único. Os programas de rotulagem ambiental voluntários são administrados por

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órgãos governamentais ou entidades sem interesses comerciais, com a participação


e apoio do governo.

Os programas de rotulagem ambiental, voluntários ou compulsórios, são


classificados por Appleton (2002 apud GUERON, 2003), no livro Trade, Environment
and the Millennium, em três grupos:

1) rótulos de tema único – alertam os consumidores sobre uma causa


particular, por exemplo, se o produto é reciclável, biodegradável ou “salva golfinhos”.
Podem informar também sobre características relacionadas à performance, como
emissões, consumo de combustível automotivo e consumo de eletricidade;

2) rótulos negativos – alertam os consumidores sobre características


perigosas ou nocivas dos produtos, por exemplo, seus efeitos negativos sobre a
saúde dos consumidores;

3) eco-labels – são concedidos por uma organização privada ou


governamental para produtos baseados em análises de ciclo de vida (LCA, em
inglês), que representa um conceito de considerável importância, pois todo estágio
da vida de um produto pode ter consequências ambientais. A participação é
voluntária e está crescendo nos países em desenvolvimento.

A verdade é que esquemas domésticos tem o potencial de influenciar


práticas estrangeiras de produção, o que poderia ser considerado controverso.

De maneira esquemática, existem desde rótulos que se referem a


características específicas como “reciclável”, “baixo consumo de energia”, “produto
sem CFC”, ou “contém X% de material reciclado”, até rótulos que apresentam
informações quantitativas sobre os aspectos ambientais do produto (tais como
emissões, consumo de materiais e de recursos renováveis), ou mesmo aqueles que
pretendem indicar produtos com menores defeitos ambientais dentro de uma certa
categoria (GUÉRON, 2003).

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4.4 Produtos verdes – orgânicos

Os chamados “produtos verdes” são aqueles desenvolvidos de forma a


minimizar os impactos ambientais de sua fabricação. Isso indica que a fábrica que
produz um “produto verde” toma uma série de cuidados, como, por exemplo, se
preocupar com a origem do produto, com a emissão de gases poluentes durante sua
fabricação e, em muitos casos, até mesmo com a embalagem na qual ele é vendido.

Para essas empresas, o envolvimento com o mercado verde também é uma


estratégia de propaganda. Isso porque a crescente conscientização ecológica da
população faz com que os consumidores busquem e optem cada vez mais por
produtos ou empresas que demonstrem preocupações ecológicas (BRITES, 2007).

Um produto verde (ou ecológico) é, portanto, aquele que cumpre as mesmas


funções dos produtos equivalentes e causa um dano ao meio ambiente inferior,
durante todo o seu ciclo de vida. E, quanto ao produto em si, deve ser analisada sua
composição, se é reciclável, se agride ou não o meio ambiente, e quanto à
embalagem, se o material também pode ser reciclado (JOHR, 1994).

Deve-se destacar que o conceito de produto ecológico envolve todo o


processo de sua fabricação, e não somente o produto em si. Deste modo, os
atributos ecológicos do produto constituem a soma dos atributos específicos do
produto (duração, facilidade de reciclagem, etc.) com os atributos específicos do
processo de fabricação (consumo de energia, da água ou geração de resíduos, etc.).
(DIAS, 2009, p. 144).

As decisões a serem tomadas acerca do produto devem ser direcionadas a


projetar um bem ou serviço de forma tal que haja redução do consumo dos recursos
empregados e da geração de resíduos ao longo de todo o seu ciclo de vida, isto sem
comprometer aquelas características que satisfazem às necessidades atuais dos
clientes.

A gestão de produtos deve se preocupar não só com as características


gerais do produto que satisfazem ao consumidor, mas também com a incorporação
de variáveis ambientais que poderão alterar o produto em sua forma original.

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De modo geral, a ação poderá se dar nas seguintes direções:

 introdução de novos produtos que poderão ser direcionados a novos


mercados;

 melhoria dos produtos existentes – modificação dos produtos, tornando-os


menos prejudiciais ao meio ambiente; nesse caso, terá como vantagem o
oferecimento ao mercado de uma alternativa ecológica em relação aos
produtos semelhantes existentes;

 eliminação dos produtos existentes – pode ocorrer que uma análise detalhada
chegue à conclusão de que o produto não mais será rentável a curto prazo,
em função das exigências ecológicas por parte dos consumidores ou dos
órgãos governamentais, e decida-se pela sua eliminação do mercado.

Um produto, do ponto de vista ambiental, pode ser avaliado através de


várias ferramentas de análise, entre as quais:

 as normas ISO 14001, que constituem ações coordenadas dentro das


empresas e auditadas externamente, envolvendo uma análise da atuação do
conjunto da organização, e não só do produto;

 a análise do ciclo de vida do produto, que está centrada no impacto ambiental


do produto ao longo das diferentes etapas do seu ciclo de vida – produção,
venda, utilização e consumo, e eliminação.

Voltamos a frisar o aspecto a ser considerado do ponto de vista do


marketing, muito importante, que são as certificações e as rotulagens ambientais
(selos verdes), que constituem elementos tangíveis que acompanham o produto e
que constituem fonte de informação objetiva aos consumidores, pois são conferidos
por organizações independentes (externas à organização), assegurando a qualidade
ambiental do produto e dos processos produtivos a ele associados.

Embora existam vários tipos de selos ambientais adaptados a cada setor


produtivo, há alguns princípios que são comuns a todos. Assim, os selos verdes:

 devem ser verificáveis a qualquer momento, para se evitar a fraude;

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 devem ser concedidos por organizações independentes e de idoneidade


reconhecida;

 não devem criar barreiras comerciais;

 devem recorrer à ciência como método de verificação das condições


ecológicas;

 devem levar em consideração o ciclo de vida completo do produto ou serviço;

 devem estimular a melhoria do produto ou serviço.

A certificação de produtos orgânicos garante ao consumidor que o produto


que ele está levando para casa foi produzido sem a adição de produtos químicos,
como agrotóxicos e conservantes. Além disso, a certificação também garante que o
produto foi produzido segundo uma agricultura sustentável, ou seja, que respeita o
ambiente e os processos ecológicos envolvidos em sua produção.

Dois exemplos de organizações que realizam a certificação de produtos


orgânicos no Brasil são o Instituto Biodinâmico (IDB) e o Ecocert. O IDB certifica não
só produtos agrícolas, mas também processos de industrialização de alimentos,
pecuária, piscicultura, silvicultura, entre outras atividades.

O Ecocert, já citado anteriormente, além de certificar produtos agrícolas,


também atua na área da certificação de cosméticos orgânicos. Cosméticos
orgânicos utilizam ingredientes de origem natural e são obtidos através da
agricultura orgânica.

4.5 Certificação florestal

A certificação florestal assegura que a extração de produtos florestais, como


madeira, frutos e sementes, seja feita de forma correta, dentro das leis e de forma a
não esgotar os recursos naturais da floresta. Além disso, também garante que a
exploração dê lucro para as comunidades tradicionais que vivem na floresta e que a
comercialização dos produtos ocorra de forma justa, seguindo os direitos sociais e
trabalhistas.

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A principal organização que realiza a certificação florestal no Brasil é o


Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC-Brasil). O FSC realiza dois tipos de
certificação: da floresta e do produto.

A certificação da floresta garante que o produtor está utilizando a floresta de


maneira sustentável e responsável. A certificação de produto, também chamada de
“certificação de cadeia de custódia”, garante que o produto teve origem em uma
floresta certificada. Este tipo de certificação é necessário, pois, muitas vezes, o
produto passa por vários compradores ou é transformado em outro até chegar ao
consumidor final. Assim, pode-se garantir, por exemplo, que um móvel foi fabricado
com madeira proveniente de florestas certificadas.

Vale guardar...

No atual processo de globalização dos mercados, as exigências ou critérios


ambientais têm se convertido em fatores fundamentais na competitividade
empresarial, devido ao crescimento tanto da consciência ambiental dos
consumidores, como pela aplicação de medidas cada vez mais rigorosas que os
governos são obrigados a adotar devido aos acordos internacionais que buscam
diminuir o impacto da atividade humana que afeta negativamente a qualidade de
vida no planeta.

Por outro lado, a inserção da variável ambiental tem contribuído para a


geração de novos negócios, em que bens e serviços com a componente ecológica
apresentam taxas de crescimento mais altas do que dos produtos convencionais.

As certificações e as rotulagens ambientais estão se constituindo cada vez


mais em garantia de que os atributos ambientais declarados sejam reais; o que é
bom para o consumidor, que assim tem a certeza de estar adquirindo um produto ou
serviço saudável para si e/ou para o ambiente natural; também é bom para o
empresário, que obtém um elemento que diferencia o seu produto em relação a
outros com a mesma finalidade; e para a sociedade mais geral – ONGs,
administrações públicas, organismos internacionais, etc. –, que assim tem condições

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de identificar as organizações que contribuem ou não para atingir objetivos


ambientais predeterminados (DIAS, 2009).

A certificação ambiental é um instrumento de mercado, portanto, ligado à


economia ambiental e cujo foco está centrado em vínculos positivos com o mercado.
Dentro desta lógica, a certificação permite a diferenciação de produtos que
contenham “tecnologias limpas” dos demais, agregando valor aos mesmos ou
permitindo maior acesso a determinados mercados.

A certificação cumpre estes dois papéis e, sendo um procedimento de


adesão voluntária, é claramente diferenciada dos mecanismos de comando e
controle (mais típicos da corrente institucionalista e da economia ecológica) e das
avaliações de consumo energético (propostos pela economia ecológica). A
certificação ambiental (também chamada de rotulagem ecológica, ecolabelling, selos
verdes, etc.) passa a ser considerada um eficiente instrumento de mercado, que,
embora contestada por diversas organizações, encontra-se em ascensão (DIAS,
2009).

A certificação ambiental não questiona a existência da sociedade industrial


de mercado, apenas diferencia o tipo de processo utilizado na produção do bem
perante o consumidor. Por isso, é também considerada como instrumento de
fortalecimento da cidadania, pois permite ao cidadão indicar, através de suas
aquisições, a preferência pelo sistema de produção mais sustentável (BULHÕES,
2001, p. 48).

Há inúmeras certificações e rotulagens ambientais no mercado internacional


que se destinam, na sua maioria, a áreas específicas, como produtos orgânicos,
madeiras, de proteção aos golfinhos, ou são de cunho geral, como o Sistema de
Gestão Ambiental da ISO 14001. A norma técnica 14020 define os critérios a serem
adotados nos selos ambientais.

A certificação como estratégia de marketing é adotada pelas empresas com


uma oportunidade de mercado para diferenciar-se dos concorrentes mais
convencionais e posicionar-se como marca ambientalmente correta e socialmente

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responsável. Além disso, a certificação também contribui para a inserção da marca


em novos nichos de mercado e para atender às demandas (DIAS 2009).

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UNIDADE 5 – ISO 14001

A ISO é uma organização não governamental que está presente hoje em


cerca de 120 países. Esta organização foi fundada em 1947 em Genebra, e sua
função é promover a normalização de produtos e serviços, utilizando determinadas
normas, para que a qualidade dos produtos seja sempre melhorada.

A organização deve seguir alguns passos e atender alguns requisitos da ISO


9001 para serem certificadas, dentre esses requisitos podemos citar:

a) padronização de todos os processos chaves do negócio, processos que


afetam o produto e consequentemente o cliente;

b) monitoramento e medição dos processos de fabricação para assegurar a


qualidade do produto/serviço, através de indicadores de performance e desvios;

c) implementar e manter os registros adequados e necessários para garantir


a rastreabilidade do processo;

d) inspeção de qualidade e meios apropriados de ações corretivas quando


necessário;

e) revisão sistemática dos processos e do sistema da qualidade para


garantir sua eficácia. O Sistema de gestão de qualidade é um documento contendo
aproximadamente 30 páginas e se encontra disponível nos órgãos representantes
em cada país (FERREIRA, 2011).

De acordo com Fortes (2007, p. 47 apud REIS et al., 2009, p. 18-9), a ISO é
considerada a maior instituição do mundo que trata das “questões de
desenvolvimento de padrões voltados à área técnica”, e afirma ainda que “a utilidade
dos padrões se estende aos ambientes de produção, tanto privados quanto públicos,
tornando-os mais seguros, eficientes e transparentes”. Tais padrões podem ser
utilizados “como base técnica para as questões legais que envolvam a saúde, o
ambiente e a segurança”.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi o órgão nacional


responsável por produzir traduções referentes a essas normas. Até dezembro de

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2005, haviam sido conferidas 776.608 certificações ISO 9001 em todo o mundo
(FNQ, 2006 apud OLIVEIRA et al., 2009).

A sobrevivência das organizações em tempos de globalização e


competitividade passa pela garantia de produtos e serviços com uma qualidade
beirando a excelência. Pois bem, a solução encontrada pelas empresas é investir
em um sistema de qualidade, conforme os requisitos normativos da ISO 9001.

De acordo com Carpinetti et al. (2007 apud STAINO et al., 2011), em alguns
casos essas certificações são necessárias uma vez que são exigidas pelo próprio
cliente, em outras situações mesmo que isso não ocorra, a implementação criteriosa
dos requisitos de gestão estabelecidos na norma elevará a eficácia e eficiência da
empresa, tornando-a mais competitiva.

Para a implantação de sistemas de gestão da qualidade, conforme as


normas ISO, é necessário atentar para os princípios estabelecidos pela norma,
como foco no cliente, liderança, abordagem factual para a tomada de decisão,
abordagem sistêmica, abordagem por processos, relação benéfica com
fornecedores e melhoria contínua.

As empresas devem tomar decisões baseadas em fatos e dados, os quais


podem ser obtidos por meio das ferramentas da qualidade. Para identificar os
processos chave de uma organização, deve ser realizado um estudo de todas as
atividades que fazem parte da rotina de trabalho da empresa, de forma crítica e sem
omissões (STAINO et al., 2011).

Savi (2008) nos lembra que os padrões de qualidade surgiram para ajustar a
crescente produção, tomando como base os parâmetros das necessidades dos
clientes e dando origem à ISO 9000, que trata dos padrões de qualidade de
produtos e serviços em nível internacional. Dos exportadores, passou-se a exigir a
implementação de tais padrões de qualidade. Posteriormente, surgiu a ISO 14000,
estendendo as exigências do nível de qualidade para o processo de produção,
impactos gerados antes, durante e depois do processo produtivo, interna e
externamente, tendo como foco principal a qualidade do meio ambiente (RIBEIRO,
1998).

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Cada país possui um órgão responsável por elaborar suas normas. A norma
ISO 14000 é uma série de normas e diretrizes que certifica que a empresa possui
um sistema de gestão ambiental, o qual contempla os procedimentos de controle
ambiental, seu registro e divulgação aos órgãos de controle ambiental, ao mercado e
à sociedade.

Sua elaboração, por membros representantes de, aproximadamente, 70


países, teve início em 1991, sendo publicada, de fato, em 1996. Podemos dizer que
a ISO 14000 foi o motivador de maior ênfase no interesse pelo controle do impacto
ambiental, criando uma nova onda de atividades dirigidas à melhoria de sistemas de
gestão ambiental em todo o mundo.

De acordo com Harrington (2001), a ISO 14000 define os elementos de um


SGA, a auditoria de um SGA, a avaliação de desempenho ambiental, a rotulagem
ambiental e a análise do ciclo de vida, sendo distribuídas nas seguintes ISO’s
primariamente publicadas, as quais, hodiernamente, apresentam vários
desdobramentos:

ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental – Especificações e diretrizes


para uso.

ISO 14004 – Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes Gerais sobre


princípios, sistemas e técnicas de apoio.

ISO 14010 – Diretrizes para Auditoria Ambiental – Princípios Gerais.

ISO 14011 – Diretrizes para auditoria ambiental – Procedimentos de


auditoria – Auditoria de sistemas de gestão ambiental.

ISO 14012 – Diretrizes para Auditoria Ambiental – Critérios de qualificação


para auditores ambientais.

ISO 14020 – Rotulagem Ambiental – Princípios Básicos.

ISO 14021 – Rotulagem Ambiental – Termos e Definições.

ISO 14022 – Rotulagem Ambiental – Simbologia para Rótulos.

ISO 14023 – Rotulagem Ambiental – Testes e Metodologias de Verificação.

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ISO 14024 – Rotulagem Ambiental – Guia para Certificação com Base em


Análise Multicriterial.

ISO 14031 – Avaliação da Performance Ambiental.

ISO 14032 – Avaliação da Performance Ambiental dos Sistemas de


operadores.

ISO 14040 – Análise do Ciclo de Vida – Princípios Gerais.

ISO 14041 – Análise do Ciclo de Vida – Inventário.

ISO 14042 – Análise do Ciclo de Vida – Análise dos Impactos.

ISO 14043 – Análise do Ciclo de Vida – Migração dos Impactos.

A adoção das normas da série ISO 14000 vem, cada vez mais, se tornado
instrumento de competitividade entre as empresas, sobretudo no comércio
internacional. Empresas que possuem SGA tendem a apresentar maiores chances
de conquistar mercados onde as questões ambientais são relevantes.

No mesmo sentido, no Brasil é crescente o número de empresas


interessadas nas normas da série ISO 14000. Mais de 240 empresas instaladas no
País já contam com a certificação, justificada por motivos diversos, que vão desde
legítimas preocupações com a proteção ambiental até o uso como ferramenta de
propaganda local e internacional.

O controle, no Brasil, é efetuado pelo INMETRO, responsável também por


fiscalizar as empresas certificadoras atuantes no território nacional e também por
realizar auditorias testemunhas por área de competência.

Em que pese o caráter de não obrigatoriedade da norma, uma vez definida a


adesão às suas diretrizes, o não cumprimento dos requisitos da ISO 14000 pode
determinar o descrédito da organização acarretando desgastes na imagem e
prejuízos institucionais que podem reverter em perdas econômicas.

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Os benefícios que uma empresa pode atingir através da implantação da ISO


14000 é o que vamos demonstrar através do presente estudo, levando em
consideração os aspectos econômicos, ambientais e sociais (SAVI, 2008).

Dado que a Série ISO 14000 consiste em um conjunto de normas


ambientais voluntárias, as quais, em última instância, visam contribuir para a
melhoria da qualidade do meio ambiente, pode-se afirmar que o somatório de
esforços individuais das empresas despoluidoras do ambiente, seja quanto aos seus
produtos, sejam quanto aos seus processos, contribuem para que se atinja o tão
desejado desenvolvimento sustentável. Aliás, por atuarem na reciclagem e
reutilização dos resíduos gerados as empresas de sustentabilidade ambiental, só
pelo exercício sustentável de sua atividade econômica, já são qualificadas ao
certificado ambiental (FERREIRA, 2011).

Sob a ótica econômica, a certificação da Série ISO 14000 eleva a empresa a


um posicionamento de destaque no mercado com vistas a uma ascensão regional,
nacional e internacional. As vantagens obtidas acabam por beneficiar tanto a
empresa quanto aos seus clientes. Entre as vantagens para a empresa estão:

 a criação de uma imagem “verde”;

 acesso a novos mercados;

 redução e/ou eliminação de acidentes ambientais, evitando, com isso, custos


de remediação;

 incentivo ao uso racional de energia e dos recursos naturais;

 redução do risco de sanções do Poder Público (multas) e facilidade ao acesso


a algumas linhas de crédito.

Referente aos consumidores, estes possuirão maiores informações sobre a


origem da matéria-prima e composição dos produtos, podendo optar, no momento
da compra, por bens e serviços menos agressivos ao meio ambiente. Além de
promover a redução dos custos internos das organizações, a implementação de um
sistema de gestão ambiental aumenta a competitividade e facilita o acesso aos
mercados consumidores.

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Até pouco tempo, as exigências referentes à proteção ambiental eram


consideradas como um freio ao crescimento, um fator de aumento dos custos de
produção. Hoje, proteger o meio ambiente está se convertendo em oportunidades
para expandir mercados, baixar custos e prevenir-se contra possíveis restrições a
mercados externos.

Por outro lado, a Série ISO 14000 vai representar um grande problema para
os países em desenvolvimento, como o Brasil, pois estes países serão obrigados a
se adequarem aos padrões estabelecidos pelos países desenvolvidos, podendo
aumentar, ainda mais, as desigualdades econômicas e sociais entre o primeiro e o
terceiro mundo. Outro problema enfrentado pelos países em desenvolvimento ainda
são os rótulos ambientais (Selo Verde), pois os programas de rotulagem, por sua
falta de flexibilidade, poderão representar futuramente barreiras e restrições ao
comércio internacional.

Assim, se um país importador estabelecer restrições sobre seus processos


produtivos, ele também se sentirá no direito de aplicar regras de proteção para
impedir a entrada de bens que não sejam produzidos obedecendo aos mesmos
critérios. No entanto, isto constitui dumping ecológico e tal discriminação está sendo
dificultada pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Dessa forma, a exigência de um meio ambiente saudável constitui um


requisito de peso ao comércio internacional. Em países desenvolvidos, as
certificações ambientais voluntárias significam para as empresas ampliação de
mercado e garantia de consumidores fiéis. Assim, a busca de maior competitividade
pelas empresas, incluindo-se as micro e pequenas, passa pela promoção de ações
de respostas positivas frente às novas demandas ambientais (FERREIRA, 2011).

Além de legislações que regulamentam os processos produtivos, os países


poderão regulamentar os produtos, no que tange a materiais de embalagens e
exigências de reciclagem. Tal atitude dificultará o comércio internacional, uma vez
que a tendência nos países mais desenvolvidos é não utilizar embalagens
descartáveis, caso dos refrigerantes. Referente a reciclagem, cabe a empresa
produtora reciclar seus produtos após sua não possibilidade de uso, por exemplo:
máquinas de lavar, televisores, etc.

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Neste sentido, a mobilização internacional em torno da definição de normas


ambientais comuns reflete nitidamente a pressão dos agentes econômicos, em
diferentes graus, na busca do desenvolvimento sustentável, possibilitando às
gerações futuras usufruir de um meio ambiente mais saudável.

Portanto, para continuar concorrendo em mercados cada vez mais


competitivos, as empresas devem tomar conhecimento e resolver os problemas
ambientais decorrentes de seus processos produtivos, caso contrário, perderão
gradativamente seu espaço entre os consumidores mais exigentes e preocupados
com o meio ambiente.

Por todo o exposto, se a certificação ambiental visa à implantação de um


Sistema de Gerencialmente Ambiental com a finalidade de amenizar os impactos
ambientais advindos dos processos produtivos, não resta a menor dúvida de que
todas as empresas ambientais de sustentabilidade que atuam na cadeia de
reciclagem e reutilização dos resíduos potencialmente poluidores gerados, têm
direito a essa certificação porque, ao contrário das demais empresas, elas são
potencialmente despoluidoras do ambiente, portanto, o Sistema de Gerenciamento
Ambiental, faz parte do próprio objetivo da empresa (FERREIRA, 2011).

5.1 A ISO 14001

A ISO 14001 determina os elementos para um Sistema de Gestão Ambiental


eficaz.

É aplicável a todos os tipos e tamanhos de organização. Tem a sua origem


na norma inglesa BS 7750, da mesma forma que a ISO 9001 foi criada a partir da
também norma inglesa BS 5750.

O objetivo desta norma é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção da


poluição com as necessidades socioeconômicas da população. Não é intenção que
ela seja utilizada como barreira comercial não tarifária.

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A lógica adotada na norma é o


PDCA, Plan, Do, Check, Action, ou seja
planejar, executar, verificar e agir, conforme
mostra a figura ao lado.

Os pilares do sistema de gestão


ambiental, segundo a ISO 14001 são:

 prevenção no lugar da correção;

 planejamento de todas as atividades, produtos e processos;

 estabelecimento de critérios;

 coordenação e integração entre as partes (subsistemas);

 monitoração contínua;

 melhoria contínua.

O sistema de gestão ambiental desenvolve-se em relação aos aspectos


ambientais significativos. Esses aspectos ambientais significativos são elementos
das atividades ou produtos ou serviços de uma organização que podem interagir
com o meio ambiente e que pode ter um impacto ambiental significativo. Por impacto
ambiental, entende-se qualquer modificação no meio ambiente, adversa ou benéfica
resultante dos aspectos ambientais da organização.

A proposta é maximizar os efeitos benéficos e minimizar os efeitos adversos.


O sistema de gestão ambiental deve ainda evoluir em função de mudanças
circunstanciais.

Outro aspecto importante é que a norma não estabelece critérios específicos


de desempenho ambiental. Isso fica a critério do legislador ou da própria
organização.

Mas a organização deve comprometer-se em atender aos requisitos legais


aplicáveis que se relacionem com seus aspectos ambientais. O fato de não serem
estabelecidos critérios específicos de desempenho ambiental permite que a
organização estabeleça critérios mais rígidos do que os definidos na legislação
(Ferreira, 2011).

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Conforme a Figura abaixo, os elementos-chave definidores de um Sistema


de Gestão Ambiental baseados na NBR ISO 14001, através dos quais podem ser
verificados os avanços de uma entidade ou empresa em termos de sua relação com
a gestão do meio ambiente através da metodologia da melhoria contínua, são: (1)
política ambiental; (2) planejamento; (3) implementação e operação; (4) verificação e
ação corretiva; (5) análise crítica. (NBR ISO 14001, 2004).

Metodologia básica para desenvolvimento de Sistema de Gestão Ambiental.

Fonte: NBR ISO 14001 (2004)

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UNIDADE 6 – OS CRÉDITOS DE CARBONO

Mudanças climáticas que afetam a vida no Planeta Terra, sendo que grande
parte das alterações sofridas acontecem por interferência do ser humano, ou seja,
por atividades predatórias deste sobre o meio ambiente, deram o tom da ECO-92,
alertou a ONU e, em 1997, culminou com o conhecido protocolo de Kyoto –
compromisso formal de redução de gases prejudiciais à camada de ozônio – GEE.

Com o protocolo, as nações ficaram comprometidas em implementar e


aprimorar as políticas para o aumento da eficiência energética, a promoção de
formas de agricultura sustentáveis, bem como desenvolvimento e aumento do uso
de novas formas de energia renováveis. Também assumiram o encargo de tentar a
extinção de incentivos fiscais/ tributários para empresas que emitem gases do efeito
estufa em seu processo produtivo.

O Protocolo garante que os países, em cooperação, podem distribuir suas


eficiências ambientais para os demais com a finalidade de buscar o objetivo global
de redução de emissões.

Retomando a ideia de transferência das reduções de emissões, o artigo 6º


do Protocolo indica que a transferência pode ser feita mediante aprovação das
partes envolvidas, e que esta deve ser uma ação complementar às ações
domésticas utilizadas pela parte adquirente; os países em desenvolvimento podem
se beneficiar de recursos financeiros oriundos dos países desenvolvidos, os quais
devem ser utilizados para a criação de tecnologias para a redução de emissão dos
gases de efeito estufa, mais conhecidos como Mecanismos de Desenvolvimento
Limpo (MDL) (BARBIERI; RIBEIRO, 2007).

O Protocolo estabeleceu três mecanismos inovadores, conhecidos como


“Mecanismos de Flexibilização”, a saber:

1. Comércio de Emissões – CE (Emissions Trading – ET);

2. Implementação Conjunta – IC (Joint Implementation – JI); e,

3. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL (Clean Development


Mechanism – CDM).

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O Comércio de Emissões é um sistema global de compra e venda de


emissões de carbono.

Esse mecanismo, estabelecido pelo artigo 17º do Protocolo, baseia-se no


esquema de mercado Cap-and-Trade, já usado nos Estados Unidos para a redução
do dióxido de enxofre (SO2), responsável pela chuva ácida. Por esse modelo, são
distribuídas cotas (ou permissões) de emissão que podem ser comercializadas, ou
seja, aqueles países que conseguem emitir menos do que suas cotas de emissão
podem vender as cotas não utilizadas àqueles que não conseguem limitar suas
emissões ao número de suas cotas.

No caso do mercado de cotas de carbono do Protocolo de Kyoto, as


permissões são denominadas de Unidades Equivalentes Atribuídas, em inglês
Assigned Amount Units - AAUs e podem ser transacionadas sob regras específicas.
É destinado exclusivamente aos países do Anexo I, que podem comercializar
apenas parte das suas emissões relativas ao período 2008 a 2012.

Pelo Mecanismo de Implementação Conjunta, inicialmente proposto pelos


Estados Unidos, qualquer país do Anexo I da Convenção pode adquirir, de outro
país desse Anexo, Unidades de Redução de Emissões (ERUs), em inglês Emission
Reduction Units - ERUs, resultantes de projetos destinados a diminuir as emissões
ou RMUs, em inglês Removel Units, Unidades de Remoção para remoções, por
sumidouros, dos gases de efeito estufa, e computar as ERUs e RMUs em suas cotas
de redução de emissões.

Araújo (2007, p. 23 apud FARIA; COELHO, 2007) ressalta que o objetivo


desse mecanismo é facilitar e tornar mais barato para cada país chegar à sua meta
de redução de emissões de gases de efeito estufa, bem como gerar commodities a
serem utilizadas no mercado internacional de emissões de carbono. Também é de
exclusiva aplicação entre os países do Anexo I.

O MDL é um dos instrumentos de flexibilização estabelecidos pelo Protocolo


de Kyoto com o objetivo de facilitar a obtenção das metas de redução de emissão de
gases de efeito estufa definidas para os países que o ratificaram. Em síntese, a
proposta do MDL, descrita no Protocolo, consiste em que cada tonelada de CO2

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equivalente que deixar de ser emitida ou for retirada da atmosfera por um país em
desenvolvimento poderá ser negociada no mercado mundial, criando novo atrativo
para a redução das emissões globais.

O Protocolo determina que os países do Anexo I (países desenvolvidos com


metas estabelecidas para redução de emissões) devem fixar suas metas para
redução de gases de efeito estufa junto aos principais emissores dentro de seus
territórios, de acordo com a meta que lhes foi atribuída pelo Protocolo e,
posteriormente, distribuída pelo governo local por meio de seu plano nacional de
alocação de emissões.

Com a introdução do MDL, as empresas que não conseguirem (ou não


desejarem) diminuir suas emissões poderão comprar Reduções Certificadas de
Emissões (RCE) em países em desenvolvimento (que tenham gerado projetos
redutores de emissão de GEE) e usar esses certificados para cumprir suas
obrigações, ainda que o uso desse mecanismo esteja limitado a uma parcela de
seus compromissos de redução. Os países em desenvolvimento, por sua vez,
devem utilizar o MDL para promover seu desenvolvimento sustentável, além de se
beneficiarem com o ingresso de divisas por conta das vendas de RCEs para os
países desenvolvidos.

Os projetos que se habilitam à condição de projeto de MDL devem cumprir


uma série de procedimentos até receberem a chancela da ONU, por intermédio do
Conselho Executivo do MDL, instância máxima de avaliação de projetos de MDL
(FARIA; COELHO, 2007).

O Conselho Executivo (CE) do MDL, baseando-se no Protocolo de Kyoto,


numerou os seguintes setores nos quais projetos de MDL podem ser desenvolvidos:

 setor 1 – Geração de energia (renovável e não renovável);

 setor 2 – Distribuição de energia;

 setor 3 – Demanda de energia (projetos de eficiência e conservação


de energia);

 setor 4 – Indústrias de produção;

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 setor 5 – Indústrias químicas;

 setor 6 – Construção;

 setor 7 – Transporte;

 setor 8 – Mineração e produção de minerais;

 setor 9 – Produção de metais;

 setor 10 – Emissão de gases fugitivos de combustíveis;

 setor 11 – Emissões de gases fugitivos na produção de consumo de


halocarbonos e hexafluorido de enxofre;

 setor 12 – Uso de solventes;

 setor 13 – Gestão e Tratamento de resíduos;

 setor 14 – Reflorestamento e florestamento;

 setor 15 – Agricultura;

 setor 16 – Suinocultura;

 setor 17 – Agropecuária.

Ávila (2009) também confirma que os Certificados de Emissões Reduzidas


(CER’s) emitidos pelo Conselho Executivo de MDL podem ser negociados no
mercado global. Como os países industrializados (Partes do Anexo I) possuem cotas
de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa, estes podem adquirir
as Reduções Certificadas de Emissões (RCE’s) de desenvolvedores de projetos em
países em desenvolvimento para auxiliar no cumprimento de suas metas.

Vale guardar...

O termo créditos de carbono surgiu com a criação do MDL.

Os créditos de carbono são certificações dadas a empresas e indústrias que


conseguem reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera. É um tipo de
moeda trocada por diversos setores da economia através da adoção de medidas

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alternativas como reflorestamento, troca de energias fósseis por energias


renováveis, controle de poluição, projetos de produção sustentável, entre outros.

Cada tonelada de CO2 que é absorvida (sequestro de carbono) ou a


quantidade de gases poluentes que deixam de ser produzidos pela empresa
classificada como poluidora é convertida em uma unidade de crédito de carbono,
que é negociada em dólar no mercado mundial.

Empresas que conseguem diminuir a emissão de gases poluentes obtêm


estes créditos, podendo vendê-los nos mercados financeiros nacionais e
internacionais. Estes créditos de carbono são considerados commodities
(mercadorias negociadas com preços estabelecidos pelo mercado internacional).
Esses créditos geralmente são comprados por empresas que não conseguem
reduzir a emissão dos gases poluentes, permitindo-lhes manter ou aumentar a
emissão.

As empresas que conseguem reduzir a emissão dos gases poluentes lucram


com a venda destes créditos de carbono. Este sistema visa privilegiar as indústrias
que reduzem a emissão destes gases, pois seus lucros com a venda dos créditos
aumentam. Já os países mais desenvolvidos podem incentivar os países em
desenvolvimento a reduzirem a emissão de gases poluentes, comprando os créditos
no mercado de carbono (LOMBARDI, 2008).

6.1 Os projetos de crédito de carbono no Brasil

De acordo com CENOFISCO (2007), os projetos de MDL serão avaliados


pela autoridade Nacional designada, que no Brasil, é a Comissão Interministerial de
Mudança Global (CIMGC), presidida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Antes
da aprovação o projeto passa por uma série de etapas até ser aprovado, como
segue:

a) utilizar uma metodologia aprovada pelo Painel de Metodologia do MDL


(ONU);

b) a elaboração deve seguir o método pré-aprovado;

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c) sempre demonstrar com toda segurança a validade do projeto por uma


Certificadora Credenciada;

d) aprovação pela CIMGC;

e) aprovação do projeto segundo os princípios de Registros do MDL (ONU);

f) demonstração da empresa credenciada para certificar o Monitoramento do


Projeto;

g) emissão de relatório anual ao Setor de Certificação se houver diminuição


da produção dos gases do Projeto;

h) a certificação da ONU, após a aprovação do projeto, vem demonstrar o


direito de créditos gerado que será o documento que garante o volume da venda.

Após a aprovação da ONU e a certificação do volume de crédito de carbono,


o projeto poderá ser negociado, os países desenvolvidos serão grandes
compradores uma vez que necessitam dos créditos para mitigarem o excesso de
carbono que por ventura produzem, atendendo a previsão do tratado de Kyoto
(CENOFISCO, 2007).

Ainda de acordo com CENOFISCO (2007), para que um projeto resulte em


reduções certificadas de emissões – RCEs, as atividades de projeto do MDL devem,
necessariamente, passar pelas etapas do ciclo do projeto, que são sete:

1. elaboração de documento de concepção de projeto (DCP), usando


metodologia de linha de base e plano de monitoramento aprovados;

2. validação (verifica se o projeto está em conformidade com a


regulamentação do Protocolo de Kyoto);

3. aprovação pela Autoridade Nacional Designada – AND, que no caso do


Brasil é a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima – CIMGC (verifica
a contribuição do projeto para o desenvolvimento sustentável);

4. submissão ao Conselho Executivo para registro;

5. monitoramento;

6. verificação/certificação;

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7. emissão de unidades segundo o acordo de projeto (ÁVILA, 2009).

De acordo com a BM&F:

O participante do projeto deve contratar uma empresa especializada


independente (Entidade Operacional Designada ou EOD), devidamente
reconhecida pelo Conselho Executivo, para revisar (validar) o documento e
analisar outras informações relevantes, como comentários das partes
interessadas e possíveis impactos socioambientais decorrentes da
implantação do projeto. A validação é o processo de avaliação
independente de um projeto de MDL, por parte de uma EOD, no tocante aos
requisitos próprios desse mecanismo, conforme estabelecido na Decisão
17/CP.711 e nas decisões pertinentes da COP, com base no Documento de
Concepção do Projeto (BM&F, 2008, p.02).

Após a aprovação, o projeto segue para registro, que é a aceitação formal,


pelo Conselho Executivo, de um projeto validado como projeto de MDL. O registro é
pré-requisito para verificação, certificação e emissão das RCEs relativas a essa
atividade de projeto.

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UNIDADE 7 – CONSULTORIA

7.1 Consultoria como processo interativo

Consultoria empresarial é um processo interativo de um agente de


mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os
executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não tendo,
entretanto, o controle direto da situação (OLIVEIRA, 2010).

As principais partes desta conceituação são os seguintes aspectos:

a. processo interativo – este termo deve ser definido a partir da conceituação de


suas duas partes. Processo é o conjunto estruturado de atividades sequenciais que
apresentam uma relação lógica entre si, com a finalidade de atender e,
preferencialmente, suplantar as expectativas e necessidades dos clientes internos e
externos da empresa. Interação é a ação recíproca que é exercida entre duas ou
mais pessoas ou áreas ou atividades da empresa. Portanto, processo interativo é o
conjunto estruturado de atividades sequenciais que desenvolvem ação recíproca,
lógica e evolutiva, visando atender e, preferencialmente, suplantar as expectativas e
necessidades dos clientes internos e externos da empresa;

b. agente de mudanças externo – agente de mudanças é o profissional capaz de


desenvolver comportamentos, atitudes e processos que possibilitem à empresa
transacionar, proativa e interativamente, com os diversos fatores do ambiente
empresarial. O agente de mudanças também é denominado de agente de
desenvolvimento organizacional e pode ser interno ou externo à empresa. Agente de
mudanças interno é aquele que, embora esteja fora do sistema considerado, faz
parte do quadro de profissionais da empresa. Agente de mudanças externo é aquele
que não só está fora do sistema considerado, mas também da empresa. Ele é
contratado por um período predeterminado, para consolidar um projeto ou auxiliar a
empresa na resolução de um problema ou na mudança de uma situação;

c. responsabilidade de auxiliar as pessoas – o consultor deve atuar como


parceiro dos executivos e profissionais da empresa-cliente. Este auxílio deve, salvo
raras exceções, estar direcionado a proporcionar metodologias, técnicas e

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processos que determinem a sustentação para os executivos das empresas


tomarem suas decisões com qualidade. Portanto, não se espera que o consultor
conheça o negócio da empresa em sua plenitude, pois isto, espera-se, é uma
prerrogativa de seus executivos. Se todos quiserem conhecer o negócio da
empresa-cliente de forma plena, ninguém contribuirá com metodologias, técnicas e
processos, que são a principal responsabilidade do consultor, principalmente quando
se aborda a administração das empresas. O diferencial de um consultor em relação
a outros consultores é a maneira como consegue solucionar determinado problema
da empresa-cliente. Esse diferencial pode tornar-se uma vantagem competitiva do
consultor quando ele tem uma resposta estruturada, inovativa e rápida para o
problema da empresa-cliente;

d. tomada de decisões – decisão é a escolha entre vários caminhos alternativos


que levam a determinado resultado. A decisão é uma parte do processo decisório, o
qual tem as seguintes partes: o dado, o tratamento do processo, a informação e a
alternativa, os quais aparecem antes do momento da decisão; e, os recursos, o
resultado e o controle, os quais aparecem depois do momento da decisão.

 Dado é o elemento identificado em sua forma bruta que, por si só, não conduz
a uma compreensão de um fato ou situação.

 Tratamento do processo é a transformação do insumo – dado – em resultado


administrável, representado pela informação.

 Informação é o dado trabalhado que permite ao executivo tomar uma decisão.

 Alternativa é a ação sucedânea que pode levar, de forma diferente, ao mesmo


resultado.

 Recurso é a identificação das alocações ao longo do processo decisório, que


são representadas por equipamentos, materiais, dinheiro, pessoas,
tecnologia.

 Resultado é o produto final do processo decisório.

 Controle e avaliação são as funções do processo administrativo que,


mediante a comparação com padrões previamente estabelecidos, procuram
medir e avaliar o desempenho e o resultado das estratégias e ações, com a
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finalidade de realimentar os tomadores de decisão, de forma que possam


corrigir e reforçar esse desempenho.

 Existe uma parte do processo decisório, a qual está em todos os momentos


do desenvolvimento do referido processo, que é a coordenação que é a
função do processo administrativo que procura aproximar, ao máximo, os
resultados apresentados com a situação anteriormente planejada.

e. não tem controle direto da situação – esta é uma premissa da atuação do


consultor empresarial. No momento em que o consultor passa a ter o controle direto
da situação correlacionada ao problema que gerou a necessidade da consultoria, ele
deixa de ser um consultor e passa a ser um executivo da empresa-cliente.

Para entender esta questão do controle direto da situação, deve-se


considerar o aspecto da responsabilidade do consultor na seguinte situação:

 no desenvolvimento de um projeto de consultoria, o consultor é responsável


por sua totalidade, pois o mesmo está baseado em metodologias e técnicas,
para as quais o consultor foi contratado;

 na implementação de um projeto de consultoria, o executivo da empresa-


cliente é responsável por sua totalidade, sendo que, neste caso, esta
totalidade corresponde aos resultados efetivos apresentados pelo projeto de
consultoria; e,

 em contrapartida desta última responsabilidade, existe a autoridade de


implementação do projeto, que é exclusiva do executivo da empresa-cliente.

Entretanto, o consultor não pode fugir dessa responsabilidade de


implementação, pelo simples fato de que o projeto desenvolvido sob sua
responsabilidade é dividido em atividades, com a indicação de responsáveis,
recursos, tempos e resultados finais, as quais indicam e possibilitam as alterações
de rumos e ajustes que são de responsabilidade do consultor.

Portanto, embora o consultor não tenha controle direto da situação, ele não
deve colocar-se como profissional que não tem responsabilidade pelos resultados da

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implementação do projeto idealizado, estruturado e desenvolvido sob sua


responsabilidade.

Esta posição de alguns consultores que afirmam que não têm


responsabilidade pelos resultados de seus projetos, pelo simples fato de não os
terem implementado, pode ser considerada como uma das principais razões do
distanciamento de algumas empresas para com os serviços de consultoria.

Entretanto, os consultores que têm ética profissional não se colocam na


posição desses pseudo-consultores (OLIVEIRA, 2010).

7.2 Conceito de consultoria

Numa forma ampla, Consultoria, é o fornecimento de determinada prestação


de serviço, em geral por profissional qualificado e conhecedor do tema. O serviço de
consultoria acontece por meio de diagnósticos e processos e tem o propósito de
levantar as necessidades do cliente, identificar soluções e recomendar ações. De
posso dessas informações, o consultor desenvolve, implanta e viabiliza o projeto de
acordo com a necessidade específica de cada cliente (ORLICKAS, 2001).

A atividade de Consultoria é uma das mais antigas profissões, como os


conselheiros do rei. Pessoas tem doado suas opiniões e auxílio há séculos. A
principal recompensa desta doação vinha sendo, principalmente, psíquica, a
sensação de utilidade, o sentido de benemerência. Só recentemente as pessoas
começaram a ter recompensas financeiras diretas pelo auxílio prestado como
“Consultores” (RODRIGUES, 2002).

Parreira (1997) define Consultoria como o ato de um cliente fornecer, dar,


solicitar e pedir pareceres, opiniões, estudos, a um especialista contratado para que
este auxilie, apoie, oriente o trabalho, quer administrativo, operacional ou outra área
específica.

Normalmente, em um trabalho de consultoria, existem etapas claras de


ação: a investigação ou levantamento de informações, a identificação ou
constatação de causas, o estudo de alternativas viáveis, a proposição de soluções e,

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em alguns casos, o acompanhamento e assessoramento na implementação das


medidas recomendadas.

Sua área de atuação é extensa, mas pode-se citar alguns campos e


situações que cabem a aplicação dos trabalhos de um profissional adequado:

 projetos específicos – trabalhos para os quais os funcionários existentes na


empresa não possuem a aptidão necessária para sua realização ou em face
das atividades normais não encontram tempo para realizá-los;

 treinamento de pessoal interno e terceirizado da empresa – transferência de


conhecimento para que possam realizar os trabalhos sozinhos, treinando a
equipe com novas técnicas ou abordagens específicas;

 parecer técnico profissional – necessidade de um parecer independente sobre


determinado projeto ou procedimento na empresa. Nestes casos, a
expectativa é minimizar as possibilidades de falhas no projeto, evitando
gastos futuros não previstos;

 trabalho de avaliação conjunta – para avaliação de processos e/ou análise de


dados estratégicos;

 elaboração de projetos – delegada a consultores especializados que, dado o


conhecimento dos procedimentos e do sistema, conseguem viabilizar tais
projetos em um prazo significativamente menor que um leigo.

7.3 A consultoria ambiental

A área de Consultoria Ambiental serve para avaliar os danos biológicos e


ambientais que um projeto, empresa ou situação podem causar.

O consultor ambiental diagnostica e avalia um projeto ou as atividades de


uma empresa e as relaciona às regras e legislações para garantir que todas as
atividades são conduzidas de modo que cause o mínimo possível de danos ao meio
ambiente, por exemplo: à vida animal, à água, à agricultura e reduzindo a poluição.
Desenha um plano de ações para garantir que tudo se insere nas legislações

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ambientais e que as organizações não tenham que pagar multas ou infrações


ambientais.

Uma consultoria ambiental, geralmente, é uma empresa focada em atender


ao mercado na busca de soluções ambientais, e que presta serviços que agregam
elevado conhecimento técnico para a solução de problemas relacionados à
contaminação do solo, água subterrânea, programas de gestão e outras questões
ambientais. Essas organizações possuem um perfil de atendimento individual e
customizado com seus clientes, e atuam na solução dos diversos problemas
ambientais (PEREIRA, 2012).

Segundo Maldini (2008), consultoria ambiental é muitas vezes uma forma de


conformidade, ou seja, em que o consultor garante que o cliente mantém uma
medida adequada do cumprimento da regulamentação ambiental. Existem muitos
tipos de consultores ambientais, mas os dois principais grupos são aqueles que
atendem à indústria, e aqueles que atendem o lado ambientalista.

As áreas de trabalho são as mais variadas como dito acima, podendo ser
citada a prestação de serviços em áreas industriais, nas quais muitas podem ser as
consequências dos impactos causados ao meio ambiente em geral.

São profissionais que precisam de conhecimentos profundos sobre as


regulamentações ambientais, principalmente virtude de sanções, multas que os
órgãos ambientais aplicam sobre aqueles que impactam negativamente o meio
ambiente.

Com um número crescente de serviços na construção e agricultura, a


tendência é, igualmente, um aumento no crescimento desta profissão, uma vez que
a preocupação pública sobre a degradação ambiental e as alterações climáticas só
têm crescido (MALDINI, 2008).

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7.4 NBR ISO 10019

A NBR ISO 100191 fornece orientação para a seleção de consultores de


sistema de gestão da qualidade e o uso de seus serviços. Esta norma tem como
objetivo auxiliar as organizações na seleção de consultores de sistema de gestão da
qualidade. Ela orienta o processo de avaliação de competência de um consultor de
sistema de gestão da qualidade e dá a confiança de que as necessidades e
expectativas da organização com relação aos serviços do consultor serão satisfeitas.

Embora a referida norma esteja voltada para sistema de gestão da


qualidade, entendendo que o SGA busca também a qualidade, portanto, cabe
colocá-la aqui, sugerindo leituras complementares para enriquecimento e
aprofundamento do tema.

1
NOTA 1: esta Norma não é para ser usada com propósitos de certificação.
NOTA 2: esta Norma é direcionada para a implantação de um sistema de gestão da qualidade, mas,
ao mesmo tempo, poderia ser usada, com a adaptação adequada, para a implantação de quaisquer
outros sistemas de gestão.

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REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BÁSICAS

LOMBARDI, Antônio. Créditos de carbono e sustentabilidade. São Paulo: Lazuli,


2008.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Manual de Consultoria Empresarial:


conceitos, metodologia e práticas. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. Sistemas de gestão ambiental: SGA ISO


14001. São Paulo: Atlas/FAPESP, 2011.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
ABNT. Informações gerais (2012). Disponível em: http://www.abnt.org.br/

ALBUQUERQUE, José de Lima; OLIVEIRA, Célia Vicente. Economia e Meio


Ambiente. In: ALBUQUERQUE, José de Lima (Org.) Gestão ambiental e
responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações. São Paulo: Atlas,
2009.

ÁVILA, Patrícia Regina Teles de. Os impactos financeiros da comercialização dos


créditos de carbono em uma empresa florestal. O caso Plantar S/A. Pedro Leopoldo:
Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo, 2009.

BAENA, J. C. Comércio Exterior e Meio Ambiente: Reflexos dos Programas de


Rotulagem Ambiental sobre as Exportações Brasileiras para a União Europeia. Tese
de M.Sc., Instituto de Ciências Humanas/UNB, Brasília, DF, Brasil, 2000.

BARBIERI, Karen Simões; RIBEIRO, Maisa de Souza. Mercado de créditos de


carbono: aspectos comerciais e contábeis (2007). Disponível em:
http://www.congressousp.fipecafi.org/artigos72007/68.pdf

BM&F: 2007. “BM&F fará leilão de créditos de carbono” (2007). Disponível em:
www.bmf.com.br/leilaodecarbono

BM&F: 2008. Ciclo de um projeto de MDL, Banco de Projetos BM&F e Sistemas de


leilão de créditos de carbono – BM&F. Disponível em: www.bmf.com.br.

BLOCK, Peter. Consultoria: o desafio da liberdade. 2 Ed. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2001.

BRAGA, A. S.; MIRANDA, L. C. de. (org.), Comércio e Meio Ambiente: uma agenda
positiva para o desenvolvimento sustentável. Brasília, MMA/SDS, 2002.

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ANEXOS

ANEXO I

A Certificação florestal

A certificação envolve custos financeiros, pois as operações florestais


precisam se adequar a algumas normas da certificação do FSC. Esses custos estão
muito relacionados à forma de gestão do empreendimento. Uma operação regular,
que segue os procedimentos legais, utiliza técnicas de manejo adequadas, dentre
outras ações que caracterizam um bom gerenciamento, estará bem próxima de
receber um certificado de origem, como é o selo do FSC.

Por outro lado, quanto mais distante a operação estiver em relação a esses
aspectos, maiores serão os custos para se adequar a uma certificação. Assim, no
FSC existem dois tipos de custos previstos: os custos diretamente relacionados com
o processo de avaliação, licenciamento e monitoramento do uso do selo (custos
diretos); e os custos relacionados às ações necessárias para atender as normas da
certificação (custos indiretos). Exemplos:

 custos diretos da certificação – os custos das auditorias de campo (pré-


avaliação e avaliação completa), que variam em relação a localização, acesso
às unidades de manejo, perfil socioeconômico da operação florestal, etc.;

 custos do monitoramento anual – taxa anual de certificação, variável de


acordo com o tamanho da unidade produtiva. Os custos de certificação do
manejo florestal pelo sistema FSC variam conforme a escala do
empreendimento. Muitos esforços têm sido feitos para reduzir os custos
diretos para a certificação de florestas manejadas em pequena escala e de
baixa intensidade (SLIMF, por seu nome em inglês Small and low intensity
managed forests);

 custos indiretos da certificação – no manejo florestal, por exemplo, pode ser


necessário aumentar os gastos com pessoal, treinamento, inventários,

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monitoramento da floresta, planejamento, ou mudanças no método do cultivo;


Na cadeia de custódia, pode haver gastos com a separação dos produtos
certificados e dos não-certificados, além de capacitação do pessoal da
unidade de processamento para se adequar às normas de cadeia de
custódia.

A certificação exige o cumprimento das leis nacionais vigentes, o pagamento


de impostos, regularização da situação funcional dos trabalhadores, dentre outros
requisitos da legislação. Assim, esses ajustes, quando inexistentes, também farão
parte dos custos indiretos da certificação. (http://br.fsc.org/custos.202.htm).

A certificação FSC é um sistema de garantia internacionalmente


reconhecido, que identifica, através de sua logomarca, produtos madeireiros e não
madeireiros originados do bom manejo florestal.

Todo empreendimento ligado as operações de manejo florestal e/ou à


cadeia produtiva de produtos florestais, que cumpra com os princípios e critérios do
FSC, pode ser certificado. Atualmente existe três tipos de certificação:

a) manejo florestal – a certificação de Manejo Florestal garante que a floresta é


manejada de forma responsável, de acordo com os princípios e critérios da
certificação FSC. Todos os produtores podem obter o certificado, sejam pequenas,
grandes operações ou associações comunitárias. Essas florestas podem ser
naturais ou plantadas, públicas ou privadas. A certificação de manejo florestal pode
ser caracterizada por tipo de produto madeireiros, como toras ou pranchas; ou não
madeireiros, como óleos, sementes e castanhas;

b) cadeia de custódia – a certificação de cadeia de custódia (CoC) garante a


rastreabilidade desde a produção da matéria-prima que sai das florestas até chegar
ao consumidor final. Aplica-se aos produtores que processam a matéria-prima de
florestas certificadas. As serrarias, os fabricantes, os designers e as gráficas que
desejam utilizar o selo FSC em seus produtos, precisam obter o certificado, para
garantir a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva;

c) madeira controlada – as normas de madeira controlada do FSC têm por objetivo


auxiliar as empresas certificadas a evitarem o uso de madeiras consideradas

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inaceitáveis nos seus produtos FSC – Mistos. Com isso, as empresas certificadas
podem controlar as suas fontes de madeira não certificada, excluindo as
procedentes de atividades florestais social e ambientalmente danosas.

As empresas certificadas em cadeia de custódia FSC que misturam


madeiras FSC e não FSC nos seus produtos, devem demonstrar que a madeira não
certificada foi controlada, evitando fontes das seguintes categorias listadas abaixo:

 madeira colhida ilegalmente;

 madeira colhida de áreas onde houve violação dos direitos civis e tradicionais;

 madeira colhida de florestas com alto valor de conservação, ameaçadas pelas


atividades de manejo florestal;

 madeira colhida de florestas naturais que estão sendo convertidas para


plantações e outros usos não-florestais;

 madeira de florestas geneticamente modificadas (OGM).

A FSC, Forest Stewardship Council, é uma organização independente, não


governamental, sem fins lucrativos, criada para promover o manejo florestal
responsável ao redor do mundo.

Fundado em 1993, como resposta às preocupações sobre o desmatamento


global, o FSC é um fórum pioneiro, que reúne vozes do hemisfério norte e sul, para
definir o que é um manejo florestal ambientalmente adequado, socialmente benéfico
e economicamente viável, e identificar ferramentas e recursos que promovam uma
mudança positiva e duradoura nas florestas e nos povos que nela habitam.

Através de seu sistema de certificação, o selo FSC reconhece a produção


responsável de produtos florestais, permitindo que os consumidores e as empresas
tomem decisões conscientes de compra, beneficiando as pessoas e o ambiente,
bem como agregando valor aos negócios.

O FSC tem sede em Bonn, na Alemanha, e é representado nacionalmente


em mais de 70 países ao redor do mundo.

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No Brasil, desde 1996, um grupo de trabalho começou a articular as


decisões em torno do FSC, iniciativa esta que se formalizou em 2001 com o
Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil).

http://br.fsc.org/fsc-brasil.175.htm

http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/certificacao_florestal/

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ANEXO II

Desabafo de uma senhora idosa sobre a onda de preservação do meio


ambiente – publicado na Mídia <http://www.consultores.com.br> 2011 autor
desconhecido.

Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa que deveria trazer
suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não eram
amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e disse: Não havia essa
onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu: Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha


senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.

Você está certo, responde a velha senhora, nossa geração não se


preocupou adequadamente com o meio ambiente.

Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram


devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e
esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as
garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo.


Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos
escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300
cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente.
Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis.
Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas
bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam
nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus
irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles


dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV

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em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do


tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia
máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco
frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou
pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.

Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a


grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era
extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também
funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio
ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de
usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas:
recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra.
Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos descartáveis e
poluentes só porque a lamina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as


pessoas tomavam o bonde ou de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a
pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas.
Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada
parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS
para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a
pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas
não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

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ANEXO III

Ecoeficiência

De acordo com o WBCSD – Conselho Empresarial Mundial para o


Desenvolvimento Sustentável (2007) –, a ecoeficiência é obtida pela entrega de
bens e serviços com preços competitivos que satisfazem as necessidades humanas
e trazem qualidade de vida, progressivamente reduzindo impactos ambientais dos
bens e serviços através de todo o ciclo de vida para um nível, no mínimo, em linha
com a capacidade estimada da Terra em suportar.

Esse conceito descreve uma visão para a produção de bens e serviços que
possuam valor econômico enquanto reduzem os impactos ecológicos da produção.
Em outras palavras, ecoeficiência é o uso mais eficiente de materiais e energia, a
fim de reduzir os custos econômicos e os impactos ambientais. Também se pode
dizer que ecoeficiência é saber combinar desempenho econômico e ambiental,
reduzindo impactos ambientais; usando mais racionalmente matérias-primas e
energia; reduzindo os riscos de acidentes e melhorando a relação da organização
com as partes interessadas (stakeholders). Ou seja, ecoeficiência significa produzir
mais com menos (CÂMARA, 2009).

Conforme o WBCSD (2007), os sete elementos básicos nas práticas das


companhias que operam de forma ecoeficiente são:

1) redução da intensidade de material utilizado nos bens e serviços;

2) redução da intensidade de energia utilizada nos bens e serviços;

3) redução da dispersão de qualquer tipo de material tóxico;

4) apoio à reciclagem;

5) maximização do uso sustentável dos recursos naturais;

6) extensão da durabilidade dos produtos;

7) aumento do nível de bens e serviços.

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A diminuição dos impactos ambientais, através da redução da entrada de


materiais (recursos naturais, água, ar e energia) por unidade de produção,
transforma-se em um aumento da produtividade. O uso mais produtivo dos recursos
faz as companhias mais competitivas, criando na prática uma ligação entre a
liderança ambiental e viabilidade econômica.

A ecoeficiência trata de um posicionamento estratégico que significa que as


companhias podem melhorar sua performance ambiental e economizar dinheiro
através da redução do uso de vários insumos no seu processo produtivo.

Algumas organizações já estão adotando princípios e práticas da


ecoeficiência, integrando a excelência ambiental em sua filosofia corporativa;
definindo metas para melhorar a performance, ao mesmo tempo em que introduzem
sistemas para auditá-las e medi-las; assumindo responsabilidade pelos seus
produtos no seu ciclo de vida completo; sendo inovadoras no desenvolvimento de
novos processos e produtos e colocando ênfase em prevenir a poluição, ao invés de
pagar para limpar.

Quatro são os fatores de sucesso para as companhias que buscam a


ecoeficiência:

1) ênfase no serviço ao consumidor – focando que tipo de serviços oferecer, não


somente quais produtos oferecer. Assim, as companhias criam novas
oportunidades de entregar aplicações que agregam mais valor (Dow
Chemical, Interface);

2) ênfase na qualidade de vida – o sucesso das companhias no futuro estará


cada vez mais focado nos produtos e serviços que atendam a necessidades
reais, e não naqueles parâmetros criados pelos excessos praticados pela
sociedade anteriormente;

3) uma visão do ciclo de vida – as companhias agregam valor ao seu negócio


monitorando e avaliando o seu impacto a cada estágio do ciclo de vida. Uma
visão desse tipo pode levar a desenhar ou redesenhar produtos e processos
para minimizar o impacto ambiental enquanto se maximiza a eficiência;

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4) ecocapacidade – em última instância, a ecoeficiência ajuda as companhias a


fazer negócios de forma a adicionar cada vez mais valor, levando em
consideração o que o planeta pode suportar, ou seja, a capacidade da Terra
em receber resíduos e detritos.

Assim, tem-se que a ecoeficiência na estratégia e a produção mais limpa na


prática são mecanismos satisfatórios com relação às questões ambientais, utilizados
pelas empresas quando se posicionam de forma proativa, e estão diretamente
ligados ao grau de conscientização e comprometimento ambiental das empresas,
essa relação esta bem visível na figura abaixo.

Fonte: Xavier (2005 apud CÂMARA, 2009).

A ecoeficiência tem um sentido de melhoria econômica das empresas, pois


eliminando resíduos e usando recursos de forma mais coerente, empresas
ecoeficientes podem obter a redução dos custos e tornarem-se mais competitivas,
obtendo vantagens em novos mercados, principalmente em mercados nos quais as
exigências para produtos sustentáveis são rigorosas, como os da comunidade
europeia.

Fica a dica: o investimento em ecoeficiência é um investimento produtivo


para o empresário e para a empresa. De um modo geral, são muitos os ganhos

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proporcionados aos empresários que optam pela implementação desses novos


conceitos.

Quando investem em ecoeficiência estão investindo, por exemplo, em


redução de matéria-prima. As vantagens vão além: a empresa terá menos volume
de rejeitos para tratar; ganhará institucionalmente, com a melhoria de sua imagem
junto aos órgãos oficiais, e eticamente, com a melhora da sua imagem junto ao
consumidor; e ganhará da concorrência porque ampliará sua margem de
competitividade (CÂMARA, 2009).

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