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I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal
comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na
lei penal comum, quando praticados:
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as
instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I,
como os do inciso II, nos seguintes casos:
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função
de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e
preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente
requisitado para aquêle fim, ou em obediência a determinação legal superior.
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a
vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo quando
praticados no contexto de ação militar realizada na forma do art. 303 da Lei no 7.565,
de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica.
DELITOS EM ESPECIE
Motim
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os cabeças.
Revolta
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um terço para os cabeças
Art. 157. Praticar violência contra superior: Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Formas qualificadas
Art. 175. Praticar violência contra inferior: Pena - detenção, de três meses a um ano.
Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também aplicada a pena
do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando for o caso, ao disposto no art. 159.
CRIMES EM SERVIÇO
Abandono de posto
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido
designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
Embriaguez em serviço
Dormir em serviço
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em
situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às
máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
Peculato
Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-lo em proveito
próprio ou alheio:
Peculato-furto
2º Aplica-se a mesma pena a quem, embora não tendo a posse ou detenção do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou contribui para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,
valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de militar ou de funcionário.
Peculato culposo
Corrupção passiva
Art. 308. Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função,
ou antes de assumi-la, mas em razão dela vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Aumento de pena
Diminuição de pena
§ 2º Se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de ofício com infração de dever
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Finalidade do inquérito
Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais,
configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade
precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal.
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido
a infração penal, atendida a hierarquia do infrator;
4º Se o infrator for oficial general, será sempre comunicado o fato ao ministro e ao chefe
de Estado-Maior competentes, obedecidos os trâmites regulamentares.
Escrivão do inquérito
Compromisso legal
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na
ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das
coisas, enquanto necessário;
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
Formação do inquérito
b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos Arts. 172 a 184 e 185 a 189;
Assistência de procurador
Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível oficial de posto não inferior
ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de infração penal contra a segurança
nacional, sê-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida, em cada caso, a sua
hierarquia, se oficial o indiciado.
Sigilo do inquérito
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome
conhecimento o advogado do indiciado.
Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que estiver
legalmente preso, por três dias no máximo.
Detenção de indiciado
Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as
investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária
competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da
Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do
inquérito e por via hierárquica.
Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável, que constará da
respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em período que medeie entre as sete
e as dezoito horas.
2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecutivas, sendo-lhe
facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de prestar declarações além daquele
termo. O depoimento que não ficar concluído às dezoito horas será encerrado, para prosseguir
no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito.
3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o primeiro dia que o
for, salvo caso de urgência.
Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver preso,
contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de
quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar
o inquérito.
Prorrogação de prazo
1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade militar
superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja
necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato.
O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes
da terminação do prazo.
2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade insuperável, a
juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de perícias ou exames não concluídos
nessa prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente
remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório, poderá o encarregado
do inquérito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as testemunhas que
deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento.
3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo motivo previsto
no § 5º do art. 10.
Art. 21. Todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas num só
processado e dactilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e rubricadas, pelo
escrivão.
Juntada de documento
Relatório
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado
mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do
dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar
a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a
conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais.
Solução
Advocação
Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, embora
conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado.
Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas provas
aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado
e os casos de extinção da punibilidade.
Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial militar, a
não ser:
Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de vinte
dias, para a restituição dos autos.
Art. 27. Se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de
flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo
de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu
valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade
policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos termos do art. 20.
Dispensa de Inquérito
Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo
Ministério Público:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas
materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor
esteja identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de
dez anos de efetiva atividade profissional;
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente
decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Art. 187. A Justiça Militar estadual. com sede na Capital e jurisdição em todo o Estado é
composta:
Da Competência Geral
Art. 188. Compete à Justiça Militar processar e julgar os militares do Estado. nos crimes
militares definidos em lei, e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do Tribunal do Júri quando a vítima for civil, cabendo ao Tribunal de Justiça
decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Art. 189. O cargo de juiz de direito de Vara Militar será provido por juiz de direito de
terceira entrância, observadas as normas estabelecidas para o provimento dos demais cargos
de carreira da magistratura estadual.
II - presidir os conselhos de Justiça Militar e relatar, com voto inicial e direto, os processos
respectivos;
IV - expedir todos os atos necessários ao cumprimento das suas decisões e das decisões dos
conselhos da Justiça Militar;
V - exercer o ofício da execução penal em todas as unidades militares estaduais, onde haja
preso militar ou civil sob sua guarda provisória ou definitiva;
Art. 191. O cartório de vara Militar terá seus cargos preenchidos por membros da Polícia Militar
e/ou do Corpo de Bombeiros do Estado. habilitados para o exercício da função, sem prejuízo
da participação de servidores da justiça comum, quando necessário.
§ 1° O cartório será chefiado por um militar graduado (primeiro sargento ou subtenente) ou
por um oficial até a patente de capitão, requisitado mediante indicação do juiz competente ao
comandante-geral da Polícia Militar, através de ato do presidente do Tribunal de Justiça.
§ 2° O militar a serviço de vara militar tem fé de ofício quando da prática dos atos inerentes às
respectivas funções, que correspondem à função de analista judiciário. de técnico judiciário, de
movimentador e de oficial de justiça.
Art. 192. As audiências e sessões de julgamento da Justiça Militar são realizadas na sede da
comarca, salvo os casos especiais por justa causa ou força maior, fundamentados pelo juiz de
direito titular da Vara Militar.
Art. 193. Integram a Justiça Militar do Estado. observada a separação institucional entre a
Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, os seguintes Conselhos de Justiça:
I - Conselhos Especiais;
Art. 194. Os Conselhos Especiais são compostos por quatro juízes militares, todos oficiais
de postos não inferiores ao do acusado.
§ 3° Sendo o acusado do posto mais elevado da corporação, e nela não existindo oficial, ativo
ou inativo, mais antigo que ele, o conselho especial será composto por oficiais que atendam ao
requisito da hierarquia, embora pertencentes à outra instituição militar estadual.
§ 4° Não havendo, em qualquer das corporações, no posto mais elevado, oficial, ativo ou
inativo, mais antigo que o acusado, será este julgado pelo Tribunal de Justiça
oficiais previsto para os Conselhos Especiais, devendo ser integrados por, no mínimo, um
oficial superior.
Art. 196. Compete aos Conselhos de Justiça Militar processar e julgar os crimes militares não
compreendidos na competência monocrática de juiz de vara militar.
Parágrafo único. Aos Conselhos Especiais compete o julgamento de oficiais, enquanto aos
Conselhos Permanentes ou Trimestrais compete o julgamento das praças em geral.
Da Escolha e Convocação dos Conselhos
§ 3° Os sorteios para a composição dos Conselhos Especiais ocorrerão sempre que se iniciar
processo criminal contra oficial, mantendo-se sua constituição até a sessão de julgamento, se
alguma causa intercorrente não justificar o arquivamento antecipado da ação penal.
§ 5° Caso a relação dos oficiais da ativa, prevista no caput deste artigo, não seja enviada ao
juiz competente, no prazo legal, os sorteios para composição dos Conselhos da Justiça Militar
serão realizados com base na relação enviada no trimestre anterior, sem prejuízo da apuração
de responsabilidades.
DA EXECUÇÃO DA PENA
Art. 198. O regime carcerário aplicável ao condenado pelo juiz de direito titular de Vara Militar é
o seguinte:
I - no caso de pena privativa da liberdade por até dois anos, o regime será regulamentado nas
decisões que proferirem o juiz monocrático e os conselhos da Justiça Militar, sendo o
condenado recolhido à prisão militar;