A TV Maxambomba (TVM) foi o projeto pioneiro do CECIP, realizado na
Baixada Fluminense a partir de 1986, com o objetivo de democratizar a informação para amplas camadas da população, por meio da criação e disseminação de materiais culturais e educativos.
Durante 15 anos a TV de rua produziu vídeos, agitou as praças e fortaleceu
iniciativas de moradores da Baixada Fluminense. A equipe da TVM chegava cedo aos bairros para fazer gravações e anunciar as apresentações que aconteceriam à noite. Os vídeos eram exibidos em um telão armado sobre uma Kombi e ao final da apresentação o público era convidado a participar. Esta experiência de interatividade – chamada de Câmera Aberta –, projetava a imagem de quem dava sua opinião e, ao final, abria o debate com toda a audiência.
A ação da TVM não parou por aí. Paralelamente à produção, realizou
diferentes projetos voltados à garantia de direitos. Botando a Mão na Mídia, Repórter de Bairro e Puxando Conversa são algumas dessas iniciativas. O acervo da TVM é um rico registro audiovisual da memória social da Baixada. O projeto TV Maxambomba: televisão popular e memória fluminense, realizado com recursos da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro em 2014, permitiu que o CECIP digitalizasse parte do acervo, criando este banco de dados para disponibilizar vídeos, fotos e textos para o público interessado. No mesmo ano, o CECIP recebeu do IBRAM/MinC o Prêmio Ponto de Memória, pelo projeto TV Maxambomba, o que tem possibilitado a realização de ações para ampliar o acesso a esses conteúdos. Em 2016, a ALERJ concedeu ao CECIP o Diploma Heloneida Studart de Cultura, por sua destacada contribuição ao desenvolvimento da Cultura no Estado do Rio de Janeiro.
O projeto Botando a Mão na Mídia (1997 a 2002) se dedicou a formação de
alunos e professores, para o uso de diferentes mídias na sala de aula. A sistematização desse projeto está organizada no conjunto de materiais Botando a Mão na Mídia – Um curso teórico-prático para educadores interessados em comunicação. A equipe da TV Maxambomba já havia realizado experiências no ambiente escolar, como os projetos Vídeo Carta e Vídeo Escola.
No início da década de noventa, o Vídeo Carta promoveu debates entre alunos
e professores de diferentes escolas, sobre temas de seu interesse. Cada escola gravava um vídeo abordando suas questões e fazendo perguntas aos colegas de outra escola. Uma vez editados, esses programas eram exibidos e provocavam reflexões e novas perguntas, estimulando um diálogo entre escolas de bairros distantes. O Vídeo Escola (1997) exibia programas em algumas escolas da Baixada Fluminense, explorando a linguagem do vídeo como forma de abordagem de diversos temas. Propunha também pesquisar elementos para a criação de metodologias de “alfabetização audiovisual” e levantamento de dados para nortear futuros projetos de intervenção de temáticas para adolescentes. Os vídeos geravam um debate e ficavam à disposição das escolas durante um mês, para que os professores trabalhassem com outras turmas, servindo ainda como material de pesquisa. Esta metodologia permitia a integração da comunidade escolar com a exibição de rua e a avaliação de programas produzidos pela TV Maxambomba e pelo CECIP.
Algumas escolas parceiras da TVM: C.E. Armando Dias, C.E. Almirante
Tamandaré e C.E. João XXIII (Japeri), CIEP Nelson Ramos, C.E. Vila Bela e CIEP 364 Nelson Ramos (Mesquita), C.E. Antônio Gonçalves (São João de Meriti), C.E. Presidente Kennedy (Belford Roxo), Instituto de Educação Rangel Pestana e C.E. Arruda Negreiros (Nova Iguaçu), CIEP 341 – Sebastião Pereira Portes (Queimados), Instituto de Educação Carlos Pasquale (Nilópolis), E.M. Alba Canizares do Nascimento (Inhoaíba) e C.E. Heitor Lira (Penha).