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DO NOVO TESTAMENTO
b) Transporte e Comunicação -
- No império romano as estradas eram famosas com razão. Onde se passavam a pé; em
lombos de mulas e cavalos - [todos os caminhos chegam a Roma]. Aqui está a contribuição do
império romano ao crescimento do Cristianismo.
O transporte fluvial era de 2 tipos: Para cargas e guerras.
- A maioria das notícias eram feitas pelos os arautos ou notificação públicas, colocado
em quadros de boletim.
As correspondências eram feitas por amigos pessoais - o correio era usado apenas para
os assuntos oficiais do império. (I Co.16:17 - Cf. com 7:1; Fl.1:10-16).
2
c) Moradia
- Na porção ocidental as casas eram de tijolos ou concretos; já nas áreas rurais -
madeiras ou cabanas.
- Na porção oriental as casas eram de estuco (massa feita de areia empregada em
revestimentos de paredes - estocar - rebocar ou revestir) e tijolos cozidos ao sol.
Algumas casas não tinham janelas que davam para as ruas.
Moradias de melhores qualidades dispunham de porta dupla.
Telhado - palha ou telha.
Fogão - Forno de barro ou pedra e fornalha.
Lavatório - água corrente.
Piso - Terra batido ou de pedras.
Leito - Colchão ou colcha estendidas no chão. Somente nas casas mais abastardas
havia cama armada. As pessoas dormiam com as roupas que usavam durante o dia.
d) Alimentação
Romanos - Os romanos tinham 4 refeições por dia: mingau de aveia, sopa de lentilha,
leite de cabra, queijo, verduras, frutas, azeitonas, toucinho defumado, lingüiça, peixe e vinho
diluído em água.
Judeus - Os judeus tinham 2 refeições por dia: principalmente verduras e frutas, carne
assada ou cozida - (festas), figo, tâmara, uva passa, mel (supria os adoçantes), peixe -
substituía a carne vermelha.
e) Vestuário e Modas
- Homem: Túnica do ombro ao joelho, camisas, um cinto, sandalha, chapéu. Nos
meses frios usava uma manta por cima da túnica. Cabelos curtos ou longos e barba grande.
- Mulher: Túnica curta com roupa por baixo, que descia até o pé. As elegantes usavam
cosméticos; brincos, mudavam o penteado; usava véu sobre a cabeça; usava perucas.
Obs. A moda usualmente se mantinha em nível conservador para ambos os sexos.
f) Classe Social
De grosso modo, o mundo do Novo testamento não era diferente do nosso. Como
sempre temos:
- A Elite - de alguns poucos: Império.
- Classe alta - os principais sacerdotes e os rabinos liderantes formavam esta classe;
- Classe média - que era formada por fazendeiros, artesões e pequenos negociantes
- Classe baixa - os escravos formavam esta classe e faziam a maior parte do trabalho
manual.
- Não Classe - entre os judeus, os Publicanos (cobradores de impostos) tornaram - se
objeto de uma especial aversão e eram desprezados como classe.
- Uma Classe ainda inferior - composta de:
a) Escravos libertos - trabalhadores mal pagos (um denário por dia). Era os
trabalhadores diarista, cujos senhores nem sempre lhes davam aquela pequena quantia
estabelecida pela lei; (Ver p.107 “Vida Diária Nos Tempo de Jesus”, Vida Nova).
b) Mendigos - pobres pela ruas.
c) E é preciso lembrar dos leprosos e aleijados para quem não havia hospital, mas
jogados.
Foi entre este povo desprezado e rejeitado, que a mensagem de Cristo se espalhou em
primeiro lugar.
g) Família
3
A unidade social básica era a família. A família greco - romana típica contava com
baixa taxa de nascimento. Na Palestina era comum família de muitos membros e era anormal
a família que não tivesse criança.
Havia alegria no nascimento de um menino1, mas tristeza no de uma menina2. No 8o
dia o menino era circuncidado e recebia o nome. Para se dar nome a uma menina esperava
espaço de um mês. No templo havia um adro reservado para as mulheres judias. elas eram
excluídas “nos dias de sua purificação” e depois do nascimento de um filho: 40 dias se o filho
fosse homem, 80 se fosse uma mulher. As famílias não tinham sobrenomes. Pessoas com o
mesmo nome era distinguida me diante o nome do pai, filiação política (zelote) pela profissão
(Simão o curtidor) ou o lugar (Judas escariotes = Queriote). Quando alguém morria a família
lamentava de alguma forma (rasgava as veste o u jejuava) e contratava carpideiras treinadas
em soltar lamentações (filha de Jairo).
h) Moralidade
A moralidade era baixa: a prostituição, da parte de mulher e homem, era uma
instituição bem comum. Alguns homens lançavam na prostituição às suas esposas e filhas,
afim de ganhar dinheiro. Figuras obscenas decoravam as paredes externas das casas. O
divórcio era fácil de arranjar, freqüente e aceitável. O assassínio era prática comum (é aqui
que vamos entender o lamento de Jesus e o choro e a preocupação de Paulo em Corinto).
i) Entretenimentos.
Muitas diversões existiam: lutas de gladiadores, corrida de brigas que corresponde as
nossas corrida de automóveis, peças teatrais maliciosas que refletia a imoralidade da época,
jogos olímpicos que atraia muita gente, boas músicas e boa literaturas (Alexandria contava
com uma biblioteca com mais de 1 milhão de volumes).
- Crianças - brincavam com brinquedos, bolas, esconde - esconde, cabra - cega e
outras.
j) Trabalho e Negócio
Nos dias do Novo Testamento já existia Grêmios que prestavam auxílio a seus
membros e distribuíam benefícios às viuvas e os órfãos. Na Palestina esses grêmios
regulamentavam os dias e as horas de trabalhos. A industria limitava - se em pequenas
oficinas locais. A agricultura era surpreendentemente avançada quanto a certos aspectos. Os
agricultores estavam familiarizados com fertilizante e usavam pesticida e apreciavam a
rotatividade no plantio. Companhias particulares exploravam a atividade bancária de modo
parecido com o que é feito modernamente.
l) Ciência e Medicina
No N.T. a ciência existia. Erastóstenes, em Alexandria ensinava que a terra era esférica
e calculou sua circunferência e a distância da terra ao sol e conjeturou a existência do
continente americano.
A Medicina, ou pelo menos a cirurgia, estava avançada. Os cirurgiões faziam
intervenções no crânio, mas era limitado o conhecimento e o uso de anestésicos.
3
“Nos dias de Cristo, os Saduceus eram principalmente originários das classe abastadas. Os oficiais superiores,
comerciantes ricos, proprietários de terras e sacerdotes. Eles tinha o controle do templo e da adoração e
sacrifícios no Templo; administravam também os dízimos e portanto o sistema financeiro. Os homem de estados
e os diplomatas eram escolhidos dentre os Saduceus”. (ver p.252 Vida Diária Nos Tempos de Jesus, Vida Nova)
5
- Essênios: Eram menos que os fariseus - 4.000 adeptos. Eram mais rígidos que os
fariseus (legalismo). Ele não ofereciam sacrifícios de animais no templo de Jerusalém. Como
símbolo de pureza, usavam roupas brancas. Eles se consideravam os eleitos dos últimos
tempos. Esperavam por um que ia os libertar político e militar. Viviam isolados nos campos
(se retiravam do meio da sociedade comum). Não tinham comunicação com os homens.
Viviam isolados perto do mar morto. Eram ascéticos, zelosos e celibatários. Eram mais
radicais que os fariseus, eram os santos dos últimos dias.
- Escribas - Não era nem seita nem partido político, mas um grupo de profissionais
que se dedicava mais e mais ao estudo das questões religiosas. Viviam na Lei e para a Lei.
Sua função era escrever e tornar conhecido o que estava escrito. Era os chamados Doutores da
Lei. Possivelmente tiveram sua origem no trabalho de Esdras. Ensinavam no recinto do
templo e nas sinagogas. Nos tempos de Jesus, a maior parte dos Escribas pertenciam à seita
dos fariseus.
- Os Herodianos
Não eram uma seita religiosa, mas uma pequena minoria de Judeus influentes. Eram
políticos. Seu objetivo era promover a causa do governo de Herodes e passaram a defender os
interesses de Roma pensando que era a única esperança de continuação da nação judaica.
- Os Zelotes
Eram revolucionários dedicados a derrubada do domínio de Roma. Recusavam a pagar
impostos. Eram rebeldes e consideravam a lealdade a César um pecado. Foram iniciadores de
diversas revoltas, incluindo a rebelião judaica que resultou na destruição de Jerusalém (70
d.C). Barbarás4 era um (Mc.15:7).
- Diáspora (At .8:1) - O termo é usado pelos historiadores para referir-se às colônias
judaicas, que se estabeleceram em outras partes do mundo, fora da Palestina. A palavra é
grega e significa “Dispersão”. O termo inclui os movimentos voluntários de emigração de
judeus para outras terras, mas também se refere às colônias judaicas que resultaram de
guerras, exílios e aprisionamentos. Tibério César (14-37) imperador romano sob cujo poder
foi Cristo cruscificado, odiava os judeus e providenciou para que fossem perseguidos.
Depois a palavra adquiriu um sentido metafórico, caracterizando os cristãos em geral
como aqueles que vivia longe de seu verdadeiro lar celestial (I Pe.1:1) (ver p.46 Introdução
ao Novo Testamento D. A. Carson, Douglas Moo e Leon Morris - São Paulo: Vida Nova,
1997).
As Medidas no N.T.:
Estádio- medida equivalente a 185 m.
Caminho de um sábado - correspondia a 1.000m, aproximadamente, e originou-se do
costume observado, junto do Sinai, de não se percorrer no sábado distância maior que a do
arraial até o tabernáculo.
Côvado - a unidade principal que varia entre 45-55 cm;
Jornada – representava 12 léguas- uma légua eqüivale 6 km.
7
O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO E TEXTO
Cânon - A palavra Cânon significa cana, junco. Estes eram usado como uma vara de
medir (cana), depois ela significava padrão. Uso cristão - regra escrita de fé. No meio do Séc.
IV, no Sínodo de Nicéia esta palavra foi aplicada às escrituras.
Por isso quando falamos de Cânon, estamos falando da lista dos livros revestidos de
autoridades como padrão de crença e conduta, aceito pela Igreja como inspirados por Deus.
Quando falamos de livros canônicos, estamos nos referindo aos livros que não temos
dúvidas de sua inspiração.
LIMITAÇÃO DO CÂNON
TESTE
Quais sãos os critérios: Sabemos que o grande critério para o livro entrar era a
inspiração. Mas como saber que ele foi inspirado?
1) Revela Autoridade? Veio da Parte de Deus? (se veio) Revela Jesus?
2) É profético? Foi escrito por um homem de Deus? O termo utilizado era
apostolicidade - Não precisava ser dos apóstolos, mas tinha que ter autoridade apostólica; ou
seja; foi autorizado pelos apóstolos? foi aprovado? O autor deveria ser apostolo ou discípulo
ou alguém intimo.
3) É autêntico? Tem doutrina - (caráter espiritual do livro). Não se contradiz com o
V.T.
4) É dinâmico? Veio acompanhado do poder divino - Transforma vidas - O leitor
quando lia deveria ouvir a voz de Deus, sentir a presença de Deus.
5) Foi aceito, lido, usado e guardado? Foi recebido pelo povo de Deus? Todos
deveriam reconhecê-lo como digno do Cânon - (O principio básico para um livro entrar na
lista era que precisva de um reconhecimento geral e não apenas de uma autoridade, de um
homem ou de uma Igreja local, mas de todo povo de Deus).
Quais São?
1) Não foram incluídos pelos Judeus. Rm. 3:2 diz que a eles foram confiados os oráculos
(sentença de, palavra de) de Deus.
2) 2 historiadores Judeus que queriam conciliar a Filosofia com a Bíblia não citaram (Josefo e
Filo).
3) Não foram citados por Jesus e nem pelos apóstolos.
4) A matéria dos livros não está de acordo com a fé cristã - Purgatório é tirado de II Macabeus
12:39–46. A Bíblia ensina que os crentes logo que morrem entram no descanso (Lc. 23:43;
Ap. 14:13). Não existe punição para o crente após a morte. O purgatório constitui uma das
falsidades mais rentosas para o romanismo, pois ninguém sai do purgatório sem missa e não
se reza missa sem dinheiro.
5) Não tem cunho de autoridade divina - comparar II Mac.15:38-39 com Jo. 21:24.
Texto:
O papiro6 foi o material de escrita da maioria, e talvez, de todos os livros do N.T.7
Só depois com o desenvolvimento da Igreja começaram a usar material de escrita de
melhor qualidade e de maior durabilidade - o velum (pele de vitela) e o pergaminho (pele de
carneiro).
Os primeiros manuscritos usualmente eram escrito em letras MAIÚSCULAS e ausente
de divisão de capítulos8 e versículos9 e sem pontuação.
Os mais antigos manuscritos que estão em mãos de eruditos, pertencem ao séc. II d .
C. 10.
As fontes primárias que nos permite determinar qual é o texto original do N. T. são os
manuscritos gregos11.
No Oriente, em 367 d.C, com Atanásio, encontramos pela primeira vez um N.T. de
limites exatos , conforme nós conhecemos.
No Ocidente O Cânon foi fixado por decisão do concílio em Cartago, no ano de 397,
quando uma lista semelhante a de Atanásio, foi concordemente aceita. Desde então não tem
havido qualquer restrição séria sobre os 27 livros no N.T.
5
O termo grego ebionaioi significa pobre. Esse termo era usado para indicar uma seita judaica - cristã que houve
no começo do cristianismo. Os ebionistas aceitavam o caráter messiânico de Jesus, mas não acreditavam que ele
tivesse sido o Filho de Deus em qualquer sentido especial - rejeitavam a divindade de Jesus.
6
O termo papiro é aplicado a uma grande planta aquática da família das ciperáceas, usada para a preparação de
material de escrita; era igualmente o nome dado ao material de escrita feito dessa planta.(ver p.1192, O novo
Dicionário da Bíblia, Vida Nova)
7
Ver p.64, Panorama do Novo Testamento, Robert, H. Gundry, São Paulo: Vida Nova, 1991)
8
Estevão Langton (morto em 1228)dividiu o texto em capítulo (ver p.65 ibid);
9
R. Stephanus dividi em versículo em sua edição impressa de 1551 (ver ibid)
10
O mais antigo, o fragmento Rylands do Evangelho de João, data de cerca de 135 d.C (ver nota de rodapé, p.
65 Ibid.)
11
Calcula-se que cerca de 25 mil papiros têm sido descobertos, os quais confirmam a natureza do Grego no N.T.
(ver p.66 Ibid.)
9
Os 4 Evangelhos.
4) Apocalipse - Livro que lança os olhos para o futuro retorno de Cristo e leva o
N.T. ao Clímax.
11
EVANGELHO SEGUNDO A VISÃO DE MATEUS
DATA: Alguns falam de uma data entre 55-70, mas na maior parte os dados sugerem uma
data durante os anos 60.
LOCAL - Não é possível a localização exata deste evangelho, alguns falam de Alexandria,
Cesaréia, mas talvez a Síria, Trasnjordânia, Antioquia, (Inácio dá testemunho de seja este
último lugar) seja o local mais provável.
DESTINATÁRIO: a maioria dos estudiosos têm dito que este evangelho foi escrito para os
cristãos judeus: Verifica-se que o autor não explica costumes judaicos (Compare 15:2 com
Mc.7:3-4); ele faz uso demais do V.T., (principalmente do cumprimento das profecias);
Trabalha a genealogia de Cristo como ligado ao povo de Israel e não à raça humana inteira; e
Eusébio e Origines afirmam que este evangelho foi escrito para os judeus que viviam na
região de Antioquia da Síria.
TEMA
Mateus apresenta Jesus como Rei. Mateus é o evangelho do rei:
Como rei Cristo possuía: a) Linhagem real (1:1); b) Nome real (1:23); c) Posição
(2:6); d) Anuncio Real (3:3); e) Proclamação real (7:29); f) Lealdade Real (12:30); g) Glória
real (27:35,37); h) Vitória real (28:6).
12
O Sermão do monte é a conduta ética dos cidadãos do reino. E somente Mateus relata
a visita dos magos do oriente que vieram adorar honrar um rei (2:2). Os outros não
mencionaram os magos, porque não estavam registrando o nascimento de um rei. E somente
Mateus narra a parábola de um casamento real (22:1-14).
PROPÓSITO
Pelo f ato de Mateus não incluir declarações diretas acerca de seu propósito, somos
obrigados a reconhecer que há diversas limitações em encontrar um propósito especifico. Por
isso muitos dizem:
1) Ele escreveu para ensinar os cristãos a lerem a sua Bíblia (Por causa das muitas
citações que faz do V.T.).
2) Outros apelam para os mesmos dados para dizer que ele estava tentando evangelizar
os judeus.
3) Que escreveu para treinar os cristãos na sua defesa contra o Judaísmo farisaico do
seu tempo.
Mas o que fica claro no evangelho é que Mateus tem o propósito de mostrar
(demostrar) aos Judeus que Jesus era o Messias prometido, o rei dos judeus.
PECULIARIDADE:
1) É o único evangelho que menciona a Igreja (16:18; 18:17).
2) Somente Mateus diz que a missão de Jesus era alcançar as ovelhas perdidas de Israel
[15:24; 10:5-6].
3) Apresenta histórias e eventos encontrados somente em seus escritos:
a) Parábolas: O Joio [13:24-30]; O tesouro escondido [13:44]; A pérola [13:45-46]; A
rede [13:47]; O servo malvado [18:23-35]; Os trabalhadores [20:1-16]; Os dois filhos [21:28-
32]; O casamento real [22:1-13]; As 10 virgens [25:1-13]; Os talentos [25:14-20].
b) Eventos: A visão de José [1:20-24]; a visita dos magos [2:1-12]; a fuga para o Egito
[2:13-15]; A matança dos inocentes [2:16]; o sonho da mulher de Pilatos [27:3-10]; A morte
de judas [27:3-10]; a ressurreição dos santos [27:52]; o suborno dos guardas [28:12-15]; e a
comissão batismal (28:19-20).
c) Milagres: os dois cegos [9:27-31]; A moeda e o peixe [17:24-27]; o mudo
endemoninhado [9:32-33].
QUEM É MARCOS?
a) João Marcos (At.12:12), saiu de Jerusalém para acompanhar a Barnabé e Saulo
(At.13:5).
b) Foi a causa da separação entre Paulo e Barnabé (At.15:37).
c) Era primo de Barnabé ( Col.4:10).
d) Pedro o chama de filho (1Pe.5:13).
e) Era o jovem do lençol (Mc. 14:51-2).
DATA
Se atribui uma data no final dos anos 50 ou no meado dos anos 60.
Foi o primeiro Evangelho a ser escrito (Mt em 60, Lc inicio dos anos 60, At. 62-64; Jo.
entre 80-95).
LOCAL:
A tradição confirma que este livro foi escrito em Roma. E por não termos outras
evidências concretas, uma procedência de Roma é a melhor alternativa, devido ao peso da
tradição que apontava Marcos como discípulo, acompanhante e intérprete de Pedro e ausência
de qualquer evidência contrária no N.T.
DESTINATÁRIO
Aos Romanos (visava primeiramente aqueles que buscavam ação, fatos, poder).
PROPÓSITO
As opiniões se dividem; uns querem que seja Evangelístico, endereçado para romanos
não cristãos.
Outros dizem que era catequético, para romanos cristãos.
Mas o que fica claro é que o esforço de Marcos é apresentar a pessoa e obra de Jesus
diante do seu público.
LOCAL
Lucas era de Antioquia e escreveu seu evangelho na região de Acaia.
DESTINATÁRIO?
Lucas escreveu seu Livro a Teófilo, uma pessoa, cujo nome que quer dizer “aquele
que ama a Deus”. Sua escrita foi para ele, mas também tinha em vista outras pessoas que
queriam saber sobre a vida e obra do Salvador. Mas o seu público era gentílico e não Judeu
(ele evita palavras aramaicas : Aba Pai, Rabi, (a dedicatória é à alguém com nome grego, ele
fala da salvação para pessoas fora da comunidade de Israel).
TEMA
Lucas é o evangelho do Salvador dos homens e seu esboço pode ser assim definido:
15
a) Ele fala do preparo do Salvador ( 1: 5-2,53). Só Lucas menciona o nascimento de
João Batista).
b) Introdução do Salvador (3:1-4:15).
c) Ministério do Salvador (4:16-9:50).
d) Missão do Salvador (9:51-18:30).
e) Paixão do Salvador (18:31-23:56).
f) Ressurreição do Salvador (24:1-53).
PALAVRA CHAVE
A palavra chave do evangelho de Lucas é a compaixão, compaixão pelos
abandonados, rejeitados. Na verdade, Lucas coloca Jesus como o defensor dos pobres,
oprimidos, de baixa classe, dos desprezados, dos rejeitados, daqueles que ninguém dava mais
nada por eles (Veja 4:18).
PROPÓSITO
Promover um relato coordenado das origens cristãs, para instruir seu amigo Teófilo e
os de sua casa.
Seu objetivo é mostrar que Jesus é o Salvador, que está preocupado com o pecador,
não interessando de onde caiu, qual sua posição, porque ele veio buscar e salvar o que havia
se desgarrado, desprezado, abandonando o caminho do Senhor (19:10).
Lucas enfatiza a salvação, a busca do perdido. (Exemplo: O Bom Samaritano, Filho
Pródigo e Zaqueu).
PECULIARIDADE
a) Trechos exclusivos de Lucas:
01) Só Lucas menciona o nascimento de João Batista (1:57-66).
02) É Lucas que dá informações minuciosas quanto ao nascimento de Jesus (2:1-7).
03) Só Lucas fala da circuncisão e apresentação de Jesus no Templo ( 2:21,23).
04) Só ele fala da discussão de Jesus com os doutores (2: 46,47).
05) Só ele fala que Jesus crescia em estatura e graça diante de Deus e dos homens
(2 :40,52).
06) Também só Lucas menciona a idade de Jesus, quando começou seu ministério
(3:23).
07) Matéria exclusiva de Lucas são as parábolas que tem por tema o contraste entre
pobres e ricos : Lavrador rico [12:16-21], e Rico e Lázaro [16:19-31].
08) Só Lucas mostra Jesus se lamentando e chorando quando olha par a Jerusalém
(1:41-44).
09) Só Lucas nos conta a caminhada de Jesus com 2 de seus discípulos no caminho de
Emaús (24:13-35).
10) Só ele conta a Parábola do bom samaritano, Filho pródigo e fala de Zaqueu
DESTINATÁRIOS
Geralmente se diz que seu público era composto de judeus e gentios.
TEMA
João é o evangelho da fé em Jesus para a vida eterna, onde apresenta Jesus como o
Cristo, o Deus encarnado (1:1-3, 14).
PALAVRAS–CHAVE
Acima de qualquer consideração, João é o evangelho da fé. O verbo crer é apalavra
chave do evangelho (aparece 98 vezes).
PROPÓSITO
O Evangelho de João foi escrito para que os homens cressem que Jesus Cristo era o
Deus-Encarnado (20:30-31).
a) João apresenta sete testemunha para provar es fato:
1) João Batista: “Ele é o Filho de Deus” (1:34).
2) André: “Jesus é o Messias esperado” (1:41).
3) Natanael: “Tu és o Filho de Deus” (1:49).
17
4) Pedro: “Tu és o santo de Deus” (6:69).
5) Marta: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus” (11:27).
6) Tomé: “Senhor meu e Deus meu” (20:28).
7) Ele mesmo, o próprio João: “Jesus é o Cristo, o Filho de Deus” (20:31).
PECULIARIDADES
1) Só ele fala da função do Espírito, Jesus iria para o Céu, mas os seus discípulos não
iriam ficar sozinho, por que Ele mandaria outro Consolador, (O Paracleto).
1.1 – Ensino de João acerca da Pessoa do Espírito Santo:
a) João 16:8 - O Espírito convence do pecado, da justiça e do juízo.
b) João 3:5 - O Espírito Santo produz o novo nascimento.
d) Jo.14:26 - O Espírito Santo ensina e nos faz lembrar as palavras de Jesus.
e) Jo.16:3 - O Espírito Santo nos guia à toda verdade.
f) Jo.16:14 - O Espírito glorifica o Cristo.
g) Jo.14:16-7 - Estará para sempre com aqueles que creram .
3) Dos sete milagres que narra, cinco só aparecem em João , os outros dois
são comuns aos outros Evangelhos:
AUTORIA
Com base em Lucas podemos concluir que o autor não era um apóstolo ou discípulo
original de Cristo. Isto se torna claro quando ele escreve: “das coisas que nos transmitiram os
que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da palavra”.
O autor é alguém que pode ter sido participante de alguns dos eventos narrados, pois
que também usa a expressão: “fatos que entre nós se realizaram”.
Autores como Irineu e Tertuliano nos escrevem como se não existisse qualquer dúvida
acerca da autoria lucana, e esta é a opinião unânime da Igreja primitiva. A tradição da Igreja o
tem como sendo de Lucas.
DATA
12
As Igrejas do Novo Testamento, Juerp 1982, pg. 89-90.
19
Início dos anos 60, mas o mais provável é que escreveu nos anos 62-63 pois nada fala
do resultado do processo jurídico sobre Paulo, nem da perseguição de Nero em 64, e nem da
morte do apóstolo em 67, nem ainda da destruição de Jerusalém no ano 70.
LOCAL
Quem escreveu Atos estava em Roma.
DESTINATÁRIO
Lucas escreveu seu Livro a Teófilo, uma pessoa cujo nome quer dizer “aquele que
ama a Deus”. Sua escrita foi para ele, mas tinha em vista outras pessoas que queriam saber
sobre a vida e obra do Salvador. Seu público era gentílico e não judeu. Isso já ficou claro
quando se reportou aos destinatários do Evangelho de Lucas.
TEMA
A Ressurreição é o tema básico. Sem ressurreição não haveria pregação, nem fé, nem
esperança. No livro de Atos, não encontramos nenhum sermão em que a ressurreição não faz
parte da proclamação.
PROPÓSITO
Dar o perfil da Igreja e dizer que o que Jesus começou ensinar e a fazer, a Igreja
deverá continuar através do Espírito.
Atos “fornece um esboço da história da Igreja começando nos seus dias mais
primitivos, em Jerusalém, até a chegada de seu maior herói Paulo na principal cidade do
império Romano”13. Atos nos mostra que a mensagem da salvação foi confiada aos discípulos
de Cristo, e que a eles, caberia a responsabilidade de anunciar o evangelho até aos confins da
terra, e isso através do poder do Espírito Santo”. Porque é essa a intenção de Deus ganhar
pessoas de todas as nações, povos e raças, e por isso nem Sinédrio, nem sinagogas, nem
dissensão, nem mentes fechadas, nem prisões, nem complôs poderiam barrar o avanço do
Evangelho. Jesus venceu a morte e está vivo, e vai continuar ensinando, através do Espírito,
usando a Igreja.
Esse esboço tinha como propósito edificar a nascente Igreja de Cristo.
CONTEÚDO:
Atos em duas divisões:
1) A Igreja de Jerusalém e as primeiras missões, ou parte Petrina (1-12).
2) De Antioquia à Roma, ou parte Paulina (13-28).
Ou ainda poderia seguir a seguinte divisão:
a) Expansão: A partir de Jerusalém até a consolidação da missão aos gentios (1.1-
15:35).
b) Expansão até Roma (15:36-28).
Ou pode-se dividir a história de Atos a partir de 1:8
Recebereis poder para ser testemunha: Jerusalém, Judeia, Samaria, Confins da terra.
1) A tarefa essencial da Igreja é a Missão. Atos fala pouco da vida interna da Igreja,
porém. concentra maior parte de sua atenção à proclamação.
2) Não pode haver discriminação racial dentro da Igreja. Não há acepção de pessoas.
3) O papel do Espírito Santo é guiar e capacitar a Igreja para sua Missão. O Espírito
Santo é a força motivadora da Igreja à obra missionária!
13
Teologia do Novo Testamento. George Eldon Ladd. (p.295)
20
4) Ninguém pode barrar a Igreja na sua missão de evangelizar o mundo porque é essa
a intenção de Deus ganhar pessoas de todas as nações, povos e raças.
INTRODUÇÃO AS CARTAS
Quantidades:
Temos, dentre os vinte e sete livros do N.T., vinte e uma cartas.
Propósito:
A disseminação do Evangelho a lugares distantes demandou a escrita de cartas para
manter-se em contato com as Igrejas em formação e inexperientes, quanto a doutrina e prática.
As cartas do N.T. foram escritas para uma ocasião especifica ou dentro de uma
circunstância especial.
Usualmente a ocasião era algum tipo de comportamento que precisava de correção ou
até mesmo erro doutrinário, que precisava ser endireitado ou um mal entendido que precisava
de mais luz.
O propósito era resolver estes erros. O contexto determina o propósito, como por
exemplo podemos ver em I Corintios onde encontramos grupos divididos e o apóstolo Paulo
fala que existe um só corpo e não vários, e que a Igreja é só uma.
AUTORIA:
Como vimos, as cartas começam com o nome do autor. Em Rm. 1:1 diz que o autor é
Paulo, embora tenha usado um amanuense ou secretário chamado Tércio (16:21-22). E, muito
embora, ninguém tem duvidado de sua autoria.
DATA
Conquanto haja uma margem de erro de um ou dois anos 57 d.C. (na sua Terceira
Viagem Missionaria, quando visitou novamente a região da Macedônia e Grécia, no cap. 20),
é a melhor alternativa.
LOCAL
O lugar mais provável é Corinto. A confirmação de que Corinto foi o local de
composição da carta acha-se na recomendação que Paulo faz de uma mulher que vivia em
Cencreia, uma cidade vizinha de Corinto (16:1-2) e o Gaio que manda saudação (16:23 ) pode
ser o mesmo que Paulo batizou em Corinto (Co.1:14) e Erasto (16:23) que era o tesoureiro da
cidade de Corinto.
DESTINATÁRIO
A carta é dirigida aos amados de Deus, que estão em Roma, chamados para ser santos
(1:7); ou seja, para uma comunidade mista de cristãos judeus e gentios:
a) Judeus (6:14,15; 7:1) conhecem a lei. Demonstra o pecado dos Judeus (2:1-3:8); fala da
importância de Abraão, de quem procedem os judeus (4) e fala do papel de Israel na
história da Salvação (9-11).
b) b) Gentios (1:5-6, 1:13; 11:13; 15 :7) que estavam em Roma.
TEMA
Paulo em Romanos apresenta “O Evangelho” como a justiça de Deus, uma justiça que
só é possível experimentar mediante a fé (1:16-17).
PROPÓSITO
Propósito era resolver erros.
Qual o contexto da Igreja de Roma?
1) A comunidade estava dividida entre judeus e gentios. Veja que ele (Paulo) fala da
falha de Israel querendo demonstrar a esse povo a pretensa exclusividade deles; mas também
quebra a arrogância dos gentios, demonstrando que foi somente por intermédio de Israel que a
salvação chegou até eles. É por isso que no cap. 15:7 ele diz que a condição era aceitarem o
Evangelho.
2) Um dos propósitos foi unificar em torno do evangelho a comunidade dividida da
Igreja de Roma.
23
3) Apresentar o evangelho que ele Paulo prega e manifestar o desejo de ser
encaminhado por Roma para a Espanha (15:14-26). Ele escreve com a intenção de conseguir
uma base missionária para o trabalho na Espanha.
CONTEÚDO:
Formato das Cartas
1) Esquema:
Nome do remetente: Autor (1:1)
Destinatários: Aos amados de Deus que estão em Roma (1:7).
Saudação: Graça e Paz (1:7)
Fórmula Introdutória: (1:8)
1ª Seção: (1:15-5:21)
Ele fala do Evangelho 1:15
Tema: Á justiça de Deus 1:16-17
A situação do Homem sem o Evangelho 1:18-3:20
Gentios
Judeus
Todos são culpados
O evangelho como o poder, ou solução de Deus aos culpados 3:21-5:21
2ª Seção (6:1-8:39)
Posição do homem no Evangelho
a) Livre do pecado (6:1-23)
b) Livre da lei (7:1-25
c) Livre da morte (8:1-39)
vida no Espírito
a glória no porvir
a vitória final
3ª Seção (9:1-11:30)
Evangelho e Israel (Texto conhecido como “Parêntese Judaico”)
a) incredulidade de Israel
b) Israel torna-se culpado por deixar de acolher a justiça de Deus em Cristo,
apesar da clara mensagem de Deus a esse povo (9:30-10:21).
c) A responsabilidade de Israel
d) Eleição soberana de Israel
e) Do Propósito de Deus para Israel
Conclusão: (14:14-16:27).
Ministério de Paulo e os planos de sua viagem (15:14-29)
Faz um pedido de oração (15:30-33)
Recomendação de uma irmão em Cristo
Mensagem de Saudação (16:1-16). A saudação mais longa do N.T.
24
Uma advertência final sobre falsos mestres
Votos de Felicidades (Benção apostólica)
Lições
Cidade de Corinto
População: Stott citando Pollock diz que Corinto era a maior cidade que Paulo já
visitara. Tinha quase um quarto de milhão de pessoas. Constituída na grande parte por
escravos, gente sem raiz, arrancadas de seus países. Corinto atraiu uma multidão de
estrangeiros.
Essa era a formação de Corinto: Gregos aventureiros, Romanos burgueses, Judeus,
Ex-soldados, filósofos, mercadores, marinheiros, escravos, libertos, comerciantes, vendedores
ambulantes e promotores de todas as formas de vícios.
Morris diz que havia meio milhão de pessoas. Godet coloca um número de 600 a 700
mil, Ellicott pensa numa cidade de cem mil habitantes.
Corinto era uma cidade de grande população, embora não pareça haver provas válidas
de uma estimativa correta de seu número.
Seus habitantes passavam o tempo em torneios e discursos (homens). Tinha uma feira
sempre aberta. Tinha 26 templos e santuários2, pelo menos. Ela era conhecida por ser
religiosa.
Era imoral - era bem conhecida pela sua sensualidade3
Era uma cidade assustadora - Corinto era um lugar turbulento, dado sua localização
como importante e estratégica rota comercial. (At.18:9-11).
2
Além do de Afrodite e outros tinha também o templo de Apolo o deus da música, do canto, e da poesia e que
também simbolizava o ideal da beleza masculina (vê p.12 O Novo Testamento, Sua Origem e Sua análise, M. C.
Tenney, Vida Nova, 1995)
3
Além das estátuas de Apolo nu, em diversas postura, existia no templo da deusa Afrodite mil prostituta sagradas
profissionais) a disposição de qualquer. Moralmente corinto era considerada inferior, era portanto u centro de
práticas homossexuais masculina (vê p.12 O Novo Testamento, Sua Origem e Sua análise, M. C. Tenney, Vida
Nova, 1995)
25
AUTORIA:
Como vimos, as cartas começam com o nome do autor. Em I Co. 1:1 diz que o autor é
Paulo, embora tenha usado um amanuense ou secretário chamado Sóstenes (1:1). E ninguém
tem duvidado disso4 .
DATA
Parece que não há nada que nos habilite a datar a epístola com precisão, mas
poderíamos dizer que esta carta foi escrita em uma ocasião em meados da década de
cinqüenta5 (final de 53, 54 e 55).
Cronologia de fatos: Paulo parte de Corinto em 51 (provavelmente na primavera) com
Priscila e Áquila, os quais deixa em Éfeso enquanto rumava para Jerusalém, esperando, talvez
ali chegar antes da festa (Páscoa ou Pentecostes). Ele não permaneceu muito tempo em
Jerusalém, mas voltou para sua Igreja sede em Antioquia e pouco depois retornou a Éfeso. Ali
deu início a um ministério extremamente frutífero de 2 anos e meio (provavelmente do outono
de 52 até a primavera de 55; durante este período ele escreveu I Corintios.
LOCAL
Sabemos onde Paulo estava quando escreveu a carta, pois ele próprio nos conta
(1Co.16:5-8). Ele escreveu da cidade de Éfeso, por ocasião da terceira viagem missionária,
isso sucedeu perto do fim da sua permanência ali, porque já planejava retirar-se da cidade.
O lugar de origem da epistola é indicado com bastante clareza pela afirmação: “ficarei
em Éfeso até o PentecosteI ” (16:8).
4
a) A. B. Oliver diz: duvidar de que Paulo, o apóstolo aos gentios escreveu esta carta, seria hoje em dia
tamanha tolice quanto duvidar da operação da lei da gravidade. Desde o primeiro século, até o presente, a
evidência externa - Clemente de Roma - 96, Inácio e Policarpo, Justino Mártir - 147, Clemente de Alexandria, e
Tertuliano- e também a evidência interna tem concluído que o autor foi P aluo (ver p.14 Corinto Fala Hoje,
Com. Exegético de 1 Co., B. Horizonte- MG, Missão Editora, 1994,)
b) Morris diz: Muitos poucos especialista têm duvidado seriamente da autenticidade da autoria de 1 Corintios.
Robertson Palmer e Plummer podem dizer tanto as provas externas como as internas em prol da autoria paulina
são tão fortes, que os que tentam mostrar que o apóstolo não é o autor, conseguem provar principalmente a sua
incompetência como crítico. Não há, pois razão para duvidar que este é um genuíno escrito paulino, e que está
isento de qualquer interpolação substancial (ver p.20 de Leom Morris, 1Co. Introdução e Comentário, S. P.,
Vida Nova- 1992)
5
Stott diz: “ a data mais provável para a epístola é o começo de 54 ou talvez o final de 53; isto é, mais ou
menos no meio da estada de Paulo em Éfeso, onde passou dois anos e meio”. (ver A Mensagem de Corinto, S.P.;
ABU- 1995, P.14)
Tenney diz: “Provavelmente esta carta foi escrita no inverno de 55, no auge do sucesso do seu
ministério em Éfeso” (ver Merrill C. Tenney, O Novo Testamento Sua Origem e Análise, S.P., Vida Nova 1989,
p.308)
A. B. Oliver diz: “ Podemos crer que essa epístola foi escrita na primavera de 55 mais ou menos“.
(ver Corinto Fala Hoje, Com. Exegético de 1 Co., B. Horizonte- MG, Missão Editora, 1994, P.20)
26
DESTINATÁRIO
À Igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo, chamados para ser
santos (1:2).
PORTADOR
Não sabemos quem levou6 a epistola a Corinto, mas Paulo menciona uns irmãos em
16:12, só não sabemos seus nomes.
CIRCUNSTÂNCIA:
Notícia da divisão
E algumas perguntas que precisavam de respostas.
PROPÓSITO
As cartas do N.T. foram escritas por uma ocasião especifica ou por uma circunstância
especial.
Usualmente a ocasião era algum tipo de comportamento que precisava de correção ou
até mesmo erro doutrinário, que precisava ser endireitado ou um mal entendido que precisava
de mais luz.
Propósito era resolver estes erros. O contexto determina o propósito.
Propósito:
Resolver desordem.
Responder questões.
Ministrar ensino, principalmente sobre a ressurreição (doutrinar).
CONTEÚDO:
1) Esquema:
Nome do remetente - Autor 1:1
Destinatário - a Igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo,
chamados para serem santos 1:2.
Saudação - Graça e Paz 1:3.
Fórmula Introdutória 1:4-9.
1ª Parte.
Escreve baseado nas informações que recebeu de pessoas da Igreja:
a) O problema das divisões na Igreja (1:10-4:21).
b) O problema do homem incestuoso (5:1-13).
c) O problema dos processos jurídicos (6:1-11).
d) O problema da fornicação (6:12-20).
2ª Parte.
A Igreja pede explicação:
a) A comida sacrificada aos ídolos (8:1-11:1).
b) As cabeças da mulheres cobertas na Igreja (11:2-16).
c) Abusos na Ceia do Senhor (11:17-34).
d) Os dons espirituais (12-14).
6
Alguns tem opinado com base em 16:10, que foi Timóteo o portador, mas o texto de Atos 19:21 sugere que
Timóteo estava na Macedônia por aquele tempo. A New Americana Standarde Bíble, dá a tradução mais correta
de ICo.16:10 ë se Timóteo for(vindo da Macedônia”. Dificilmente Paulo teria escrito a palavra = se, no caso
de Timóteo ter sido o portador. Paulo procura induzir Apolo que visitasse Corinto, provavelmente tencionando
enviar por meio dele a carta, mas Apolo recusou-se a ir (p.308, N .T., Sua Origem e Análise, M.C. Tenney)
27
e) A ressurreição dos mortos (15).
f) Cap.16 Coleta (1-4); Projeto de Paulo (5-12); Exortação (13-14); Saudação (19-24).
Lições
Qual a relevância de Corinto para nossos dias?
1) Corinto nos ensina que a Igreja não pode crescer estando dividida 14, doente. Uma
Igreja mundana, carnal, sem amor e sem espiritualidade não pode crescer. A Igreja precisa ser
sadia ou, se preciso, curada.
2) Que na Igreja do Senhor não pode haver divisões pois é um corpo!
3) O Evangelho que entrou em Corinto é certamente poderoso.
4) Faz uma contribuição imensa à doutrina da Igreja demonstrando sua natureza,
unidade, diversidade, características, conduta e disciplina.
5) I Co. 15 constitui não somente a mais antiga lista escrita das testemunhas da
ressurreição de Jesus, mas também a mais importante análise neotestamentária da natureza da
ressurreição.
6) Talvez o ponto mais alto seja a ênfase no amor como o “caminho sobremodo
excelente” (I Co.12:31-13.13) que todos os cristãos devem buscar.
Amor é um dos termos mais dinâmicos que Paulo emprega para referir-se à vida santa
habilitada pela plenitude do Espírito. Inclui motivação e ação. O amor é característica do
cristão maduro.
O amor é a marca indispensável da vida do cristão. Porque falar em cristianismo é
falar do amor do criador, que em amor por aqueles que não o amavam, deu o seu Filho, e o
Filho deu sua vida. Este ensinou sobre o amor e disse que seus discípulos seriam reconhecidos
pelo amor que foi padronizado e modelado por Ele mesmo. O amor é cumprimento de toda lei
(Rm.13:10). O amor cobre multidão de pecados (I Pe. 4:8). Amor é mandamento (I Jo. 4:21).
Amor é fruto do Espírito (Gl. 5:22), por isso, aquele que ama é nascido de Deus e conhece a
Deus (I Jo. 4:7).
14
Porque Igreja é a comunhão ou comunidade dos fiéis, dos que crêem, dos santos- separados.
Igreja é a reunião dos chamados para estarem juntos - A qualidade da igreja é a comunhão - As pessoa foram
chamadas para viverem em comunhão. A realidade essencial da Igreja é a comunidade a unidade.
28
SEGUNDA EPÍSTOLA DE PAULO AOS CORINTIOS
O QUE SABEMOS DE II CORINTIOS.
É uma carta Paulina.
Tem 13 capítulos, 257 versos.
É escrita para uma Igreja que estava negando seu apostolado (3:1-3).
AUTORIA:
Como vimos, as cartas começam com o nome do autor. Em 2 Co. 1:1 diz que o autor é
Paulo, embora tenha usado um amanuense ou secretário chamado Timóteo (1:1). E os
seguintes pais da Igreja atestam a autoria de Paulo: Irineu (130-200); Clemente de Alexandria
(155-215); Tertuliano (150-222); Cânon de Marcion (144) e Cânon de Muratori (170).
DATA
Parece que não há nada que nos habilite a datar a epistola com precisão, mas
poderíamos dizer que esta carta foi escrita depois de I Corintios (53, 54 e 55). Então se pode
datar a carta nos anos 55-56, possivelmente a carta é do outono do ano seguinte que I Co. foi
escrita).
LOCAL
Sabemos onde Paulo estava quando escreveu a carta, pois ele próprio nos conta. (7:5).
Passos para entender:
Paulo escreve I Corinto de Éfeso, durante sua terceira viagem missionária a fim de
resolver alguns problemas. Depois faz uma breve e dolorosa visita a Corinto partindo de
Éfeso e voltando ali, a fim de corrigir problemas, mas não consegue alcançar seu objetivo.
Depois envia outra carta, perdida, chamada a “carta triste” (II Co. 2:1-5,9-11; 7:8-11) a qual
ordenava aos Corintios que disciplinassem seu principal oponente na Igreja. Paulo deixa
Éfeso e ansiosamente aguardou Tito em Troâde e não vindo foi para Macedônia (II Co.2:13;
7:6-7). Tito finalmente chegou trazendo boas novas e Paulo escreve II Corintios estando na
Macedônia (ainda durante a terceira viagem missionária), em resposta ao relatório favorável
de Tito.
DESTINATÁRIO.
À Igreja de Deus que está em Corinto, juntamente com todos os santos em toda Acaia
(1:1).
PROPÓSITO.
O que estava acontecendo com a Igreja de Corinto?
Paulo escreve uma carta prévia (I Co.5:9).
Alguns da casa de Cloe vêm e falam da divisão e a caravana traz perguntas.
Paulo escreve I Corintios oferecendo respostas.
A situação piora e Paulo faz uma desastrosa visita a Corinto.
Carta severa (II Co. 2:1-4; 7:5-8).
Tito volta, dá a notícia. Paulo escreve II Co. “Carta de reconciliação”
Propósito:
- Dar instruções acerca do homem disciplinado pela Igreja (2:5-11).
- Defender sua autoridade apostólica (3:1-3;12:11-13;10-13).
- Expressar seu alívio e satisfação ante a reação favorável da maioria da Igreja de
Corinto (7:5-7).
- Encorajar na ajuda da coleta às igrejas pobres de Jerusalém (8-9).
PECULIARIDADE
29
1) É a carta mais autobiográfica e intensamente pessoal.
2) É a carta que menos planejamento mostra.
3) Contém o tratado mais extenso do N.T. sobre a mordomia cristã.
4) A palavra “gloriar-se” ou equivalente aparece 31 vezes.
CONTEÚDO:
Esboço da Carta
1) Esquema:
Nome do remetente - Autor - 1:1
Destinatário - a Igreja de Deus que está em Corinto
Saudação - Graça e Paz - 1:2
Fórmula Introdutória - 1:3-11
Lições
Qual a relevância de Corinto para nossos dias?
1) Vamos ter problemas no trabalho do Senhor (1:3-11); (4:8-12).
2) Somos apenas vasos, mas o tesouro é Cristo (4:5-7).
3) Somos o bom perfume de Cristo (2:14-16).
4) Somos embaixadores de Cristo, proclamando a reconciliação e um novo começo
com base no sacrifício de Cristo (5:18-6:1).
2) Autoria
Alguns estudiosos acham que Paulo escreve somente dois terços da carta (Bruno
Bauer). Mas com base em considerações de estilo, vocabulário, temas, desvendamento da
personalidade do autor e de considerações literárias de toda sorte, a maioria dos estudiosos
são unânimes em dizer que a carta é genuína de Paulo. Marcion incluiu em seu Cânon (144),
entre os 10 livros de Paulo; o Cânon Muratoriano (185) incluiu como sendo escrita por Paulo;
foi reconhecida como de Paulo por: Policarpo (69-155) , Irineu (130-200), Clemente de
Alexandria, Tertuliano. Sua posição como livro de autoria paulina tem sido confirmado
através de toda a história do cristianismo.
A própria carta afirma ter sido escrita por Paulo.
30
Burton endossa dizendo: “Não há nenhuma outra carta que tenha melhores condições
de ser considerada obra de Paulo do que Gálatas”.
3) Data
Estima-se que a Epístola aos Gálatas tenha sido escrita em 48 d.C. Antes do Concílio
de Jerusalém que foi 48-49, pois não fala nada das resoluções, fato este que seria um bom
argumento contra os legalistas da Galácia.
4) Local
Não é fácil ter certeza sobre onde Paulo estava quando escreveu a carta, mas o mais
provável, e se a data estiver correta, a carta foi escrita de Antioquia da Síria.
5) Destinatário
Ele escreveu não a uma Igreja local, mas a uma região,“Galácia”, que compreendia
algumas cidades e igrejas. As igrejas da região da Galácia eram as de Antioquia da Psídia,
Icônio, Derbe e Listra. Igrejas essas que Paulo fundou em sua primeira viagem missionária.
(At.14:20-21).
6) Circunstância
Paulo pregara o evangelho na sua pureza. Cristo é suficiente. Com a influência dos
chamados “cristãos-judeus”, falsos irmãos (2:4; 5:1-2) dizendo que para ser salvo era preciso
de boas obras e obediência a lei, só Cristo não bastava, precisava de algo mais; então tornou-
se necessário a escrita da carta. Lema dos cristãos-judeus: “Se não vos circuncidar segundo
o costume de Moisés, não podereis ser salvo” (At.15:1). Estava assim declarado que a fé em
Cristo era insuficiente para a salvação, mas que era necessário circuncisão, obediência a lei.
Estavam afastando os crentes da obediência ao evangelho de Cristo e arrastando-os à
observância da lei mosaica. Estes falsos cristãos estavam substituindo a verdade do Evangelho
pelo ensino judaico. Paulo vai contra! A autoridade apostólica de Paulo fora posta em dúvida,
razão pela qual ele também procura restabelecer nesse livro sua autoridade.
7) Propósito
Paulo escreve para corrigir. Defender a pureza do evangelho contra os que insistiam
em que os cristãos deviam observar a lei judaica e assegurar a liberdade que os crentes
desfrutam em Cristo.
8) Peculiaridade
É a carta que apresenta de maneira clara a diferença entre as obras da carne e os frutos
do Espírito.
9) Esboço
- Saudação (1:1-9) Ao contrário das outras, não vemos aqui agradecimentos, tão
pouco ações de graça rendida pelos destinatário. Paulo começa censurando seus leitores pela
situação de abandono ao Evangelho de Cristo e apego ao “encantamento” por outro evangelho
(1.6).
- Defesa do seu ministério
1:11-24 - Recebeu direto de Deus.
2:1-21 - Seu reconhecimento pelos outros apóstolos.
- A demonstração da necessidade de liberdade cristã diante da lei (3:1-5:12).
Exemplo Experiência do próprio apóstolo 3:1-5).
Abraão (3:6-14).
A lei não pode invalidar a promessa (3:15-22).
31
Função da lei (:3:23-29).
Nossa filiação em Cristo (4:1-31).
- Persevere nesta liberdade (não volte de novo a escravidão (5:1-15).
- A Vida cristã é uma vida de liberdade: no Espírito (5:16-26) e de responsabilidade
para com os outros (6:1-10).
- Conclusão (6:11-17).
- Benção (5:18)
10) Lições
1) Observar a lei como meio de salvação, é na realidade desprezar a Cristo e sua obra
expiatória na cruz (5:3-4; 3:26).
2) O autor denunciou com clareza os perigos do legalismo e exaltou a glória da cruz e
a liberdade dos discípulos de Cristo.
3) Justificação é pela fé somente (Gl.3:24-26). Nem rito, nem cerimônias são
necessários à salvação, mas Cristo é suficiente.
4) Esta fé é manifesta nos frutos do Espírito (5:22-23).
EFÉSIOS
1) O que sabemos de Efésios?
É uma carta Paulina.
- Tem 6 capitulos e 155 versos.
- É uma carta escrita da prisão (ela faz parte das chamadas Epistolas da prisão:
Colossenses, Filemom, e Felipenses).
- É a carta que primeiro destaca a doutrina da Igreja (universalidade, unidade,
propósito).
- É dividida em 2 partes:
a) Caps. 1-3 descreve o ministério de Cristo ( centralidade de Cristo, em Cristo os
cristãos recebem todas as bênção de Deus ( 1.3-14).
b) Caps. 4-6 descreve a prática - o que a Igreja deve fazer, em decorrência do que
Deus faz e fará por ela.
Primeira Parte - O que Deus fez pela Igreja.
Segunda parte - O que a Igreja deve fazer (a tarefa da Igreja é realizar o propósito de
Deus).
É a mais profunda carta de Paulo.
É uma carta que descreve a obra de Cristo e a unidade da Igreja.
É uma carta que não tem saudação e referência pessoal (a não ser Tíquico 6:21).
2) Autoria
A opinião tradicional é que Efésios é uma autêntica carta Paulina.
Evidencias internas:
- 1.1, 3.1 ela diz ter sido escrito por Paulo.
- Notas pessoais: autor ouviu acerca da fé e do amor dos leitores (1:15); agradece e ora
por eles (1.6); chama a si mesmo de prisioneiro de Cristo (3.1, 4.1); pede oração dos leitores
(6.19-20). Isso indica que o autor era conhecido dos leitores.
- Semelhança entre Colossenses (6.21-22; Cl. 4.7-8).
- Referências são consistentes com o que sabemos de Paulo
Prisão (3:1; 4:1; 6:20).
32
Companheiro (6.21. Cl 4.7).
Revelação divina (3:3).
Evidências externas:
- Foi citada por Clemente de Roma (96), Inácio (116), Policarpo (69-155), Irineu (130-
200) e Marcion declara que foi Paulo o autor da carta.
3) Data
Foi escrita durante a prisão de Paulo, sendo a mesma época de Colossenses e
Filemom, pois o portador é o mesmo (Ef. 6:21; Cl. 4:7-9). Portanto no inicio da década de 60
(60-62) ou 59-60.
4) Local
Quando escreveu esta epistola, Paulo estava preso em Roma (II Tm. 4:12).
5) Destinatário
Embora tenha predominado a aceitação de que a epístola tenha sido enviada
originalmente à Igreja de Éfeso, há fortes indícios de que ela tenha sido escrita para várias
igrejas, em forma de carta circular, e não apenas para uma só:
a) O seu caráter impessoal, sem saudações (e Paulo passou 3 anos em Eféso).
b) Marcion se refere a esta carta como a de Paulo aos Laodicenses (Cl.4:16).
c) Há evidência dos melhores manuscritos disto (não há nome do destinatário).
6) Portador:
Tíquico parte como portador das duas cartas e também a carta pessoal a Filemom
(6:12; II Tm. 4:12)). Era o mensageiro de Paulo. Outros textos falam dele (At. 2:4; 21:29; Tt.
3:12; II Tm. 4:12).
7) Propósito
a) Instruir os cristãos sobre o plano de Deus na redenção.
b) Informá-los do alto privilégio de serem cidadãos do reino.
c) Exortá-los a viverem dignamente dessa alta vocação.
8) Tema:
O eterno propósito de Deus que foi cumprido por meio de Cristo e vem sendo
executado na Igreja e através dela.
Portanto o tema é: O Propósito de Deus em Cristo para sua Igreja.
Cristo: Ressurreição (1:20-22), centralidade, exaltação, autoridade sobre sua Igreja,
corpo (1:22-3).
Igreja: É um corpo em crescimento: propósito de Deus para sua Igreja (4:15); Templo
construído sobre o fundamento dos apóstolos (2:20-21); Unidade (4:1-6), seu propósito é
proclamar Cristo e trazer homens a unidade nEle (3:10-11).
9) Esboço
Cap. 1
Saudação inicial (1:1-2).
33
Louvor a Deus por sua atividade de predestinação e de redenção em Cristo (1:3-14).
Ações de graça e oração em favor dos leitores da carta (15-23).
Cap. 2
Pecaminosidade do ser humano e a salvação pela graça (2:1-10).
A paz e unidade que Cristo traz (2:11-22).
Cap. 3
“Mistério de Cristo”: os gentios estão sendo levados a integrar num corpo junto com
os judeus (3:1-6).
O propósito de Deus se realiza em Cristo (3:7-13).
Oração e doxologia (3:14-21).
Cap. 4, 5 e 6
A unidade do Espírito (4:1-6).
Crescimento (7-16).
Exortação a viverem como filhos da luz (4:17-5:21).
A sujeição de um para com o outro: Esposa e marido (5:22-33),
Pais e filhos (6:1-4),
Patrão e empregado (6:5-9).
A batalha Cristã (6:1-18).
Inclui-se no pedido de oração (6:19-20).
Saudações finais e bênção (6:21-24).
10) Lições
1) Cruz.
Reconciliação é mediante a cruz de Cristo:
a) Não podemos pagar (2:8-9).
b) A cruz é suficiente para obter nossa redenção, e o perdão dos pecados (1:7;
2:13,16).
c) Através da cruz nos tornamos filhos e herdeiros do seu reino (1:5,18).
d) Temos paz: a cruz é o caminho da paz entre Deus e o homem, e seus semelhantes
(2:14,16-18).
e) É o meio de unidade na comunhão da Igreja (2:16-19).
2) Espírito.
a) Deus habita naqueles que crêem em Cristo pelo Espírito (2:22; 3:16; 5:18).
b) O Espírito é selo e o penhor dado aos crentes por Deus (1:13,14; 4:30).
c) O Espírito ajuda em oração (6:18).
d) O Espírito é o meio de termos acesso a Deus (2:18).
e) É através do Espírito que temos conhecimento das coisas de Deus e iluminação
quanto aos detalhes da vida prática (1:16-18).
f) A unidade da Igreja é a unidade do Espírito (4:3).
g) É o provedor dos dons de que a Igreja necessita para crescer (4:7).
3) Igreja
a) Ela existe em função da vocação de Cristo. Ela só existe porque foi vocacionada:
1) Nos escolheu (1:4);
2) Nos predestinou (1:5);
3) Nos desvendou o mistério1 da graça (1:9);
1
Em Efésios o mistério é que os gentios são co-herdeiro com Cristo. E em Colossenses é Cristo em vós
esperança da glória (ver p.336 Introdução Ao Novo Testamento Carson \Moo & Morris; Vida Nova, 1997)
34
4) Nos deu vida (2:1);
5) Nos fez assentar nos lugares celestiais (2:6).
Essas declarações são claras em mostrar que a Igreja surge não por vontade do
homem, mas de Deus e existe para Deus (1:6,12). A Igreja não existe para louvor da sua
própria glória, para sua auto-satisfação, mas para a glorificação e santificação de Cristo Jesus.
b) Ela experimenta a sua unidade em virtude da presença de Cristo. Nos cap. 2-4
Paulo trata da questão da unidade do corpo de Cristo.
1) Somos chamados à unidade, porque há um só corpo (4:1-16);
2) O muro da separação foi derrubado em Cristo (2:14).
c) Ela manifesta uma vida de santidade como resultado da obra de Cristo. A partir do
cap. 4:7 até o final da epistola, Paulo apresenta a santidade como resultado da obra de Cristo
na vida da Igreja que se manifesta nos seguintes aspectos:
1) Nas palavras e atitudes (5:1-21). Vida oposta ao estilo de vida daqueles que não
foram alcançados com a obra redentora de Cristo.
2) Nos relacionamento familiares (5:22-6:4). Marido, mulher e filhos precisam
desenvolver um relacionamento no amor e respeito de uns para com os outros e de todos para
com Deus revelando a santidade no lar através de uma vida familiar bem ajustada e
direcionadas.
3) Nos relacionamentos de trabalhos (6:5-9). Salientando que todos são iguais perante
Deus, o apóstolo revela que o tratamento entre patrões e empregados não pode ser de
opressão, nem de falsidade, pois ambos tem um Senhor no céu, e este Senhor não faz acepção
de pessoas, pois todos foram feitos filhos.
4) Na firmeza contra o inimigo (6:10-20).
Para resistir e vencer ataques do inimigo é preciso que o cristão vista a armadura de
Deus, que possibilitará vitória, e revelará sua vida de santidade.
Autoria
A epistola de Filipenses é aceita como paulina por quase todos os eruditos pelas
seguintes provas:
Externas:
a) Policarpo (69-155). Ele comenta o ministério de Paulo entre os Filipenses 4.
c) Marcion (140).
c) Cânon Muratoriano (170).0
15
O carcereiro age de maneira típica, como soldado que sabe o que sobrevirá se os prisioneiros escaparem, o
qual prefere a morte à perda de honra e a inevitável desgraça da penalidade que receberá por ser relapso no
cumprimento do dever. (Ver p.22 Filipenses Introdução e Comentário Ralph P. Martin, Vida Nova, 1992)
2
Nessa epístola transparece um afeto que parece jamais ter sido perturbado por conflitos e disputas
especialmente cercada questão legalista, o que se verifica em diversas outras epístolas de Paulo (ver p.756
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, Vol. 2, R.N. Champlin, Candeia, 1995)
3
Embora Paulo houvesse sido encarcerado e tivesse sofrido várias indignidades na cidade de Filipos, parece que
esse apóstolo nutria afeição toda especial pelos membros da Igreja ali. A sua carta aos Filipenses é a mais
pessoal e espontânea (Ver p.756 Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, Vol. 2, R.N. Champlin, Candeia,
1995)
4
“Ele ensinou acurada e resolutamente, enquanto esteve entre vós....e também quando longe de vós, ele
escreveu carta, pelas quais, se vós estudardes cuidadosamente, sereis capaz de edificar a vós mesmos na fé que
vos foi concedida” (ver p.24 Filipenses Introdução e Comentário R. P. Martin, Vida Nova, 1992)
36
d) Irineu (140-203).
e)Tertuliano (150-222).
f) Clemente de Alexandria (155-215).
Internas:
a) A Própria carta reivindica ao autoria paulina, Timóteo é apresentado com um dos
seus associados (1:1).
b) 1:7 - concorda com que sabemos acerca dos sofrimentos de Paulo.
c) 4:15 O autor também se refere, de forma natural `a sua anterior pregação na
Macedônia; bem como ao fato de que os crentes de Filipos lhe tinham enviado dádivas
(4:10e2:25 - 28). “Não se pode imaginar que alguém tivesse produzido uma carta tão pessoal
no nome de Paulo”, diz MgGliffert [Apostie Age, p.393].
O conteúdo geral, o estilo e o vocabulário dessa epistola, tudo aponta para a autoria
paulina.
Portanto esta carta é genuinamente Paulina.
3) Data
Paulo escreve esta epistola, provavelmente por volta do ano 55 da era cristã.
4) Local
Quando Paulo escreve esta carta, estava preso (1:7,13,17). Mas ele não diz a
localização da sua prisão. Lemos que Paulo ficou preso em Cesaréia durante dois anos (At.
23:33; 24:27). O próprio apóstolo diz que havia estado muito mais vezes preso do que outras
pessoas (2 Co. 11:23) (Clemente de Roma diz que Paulo esteve sete vezes na cadeia I
Clem.5:6).
Tradicionalmente tem-se alegado que essa prisão é a de Roma, por que:
1) Há uma referência a guarda pretoriana (1:13). Segundo Lightfoot a guarda estava
em Roma (o que torna difícil determinar o local é o fato de guarda pretoriana. Praitorion não
se refere à residência imperial, ou a do governador, mas à guarda do imperador e havia 9.000
praetoriani, e torna-se difícil, imaginar que um prisioneiro fosse conhecido de todos eles, ou a
corte pretoriana estacionada na metrópole). Por isso é melhor não tomar a referência como
abrangendo toda aguarda pretoriana de maneira literal.
2) Os da casa de César vos saúdam (4:22), mas isto não significa a família do
imperador (Herodes Agripa é chamado “membro da casa de César” em Filo), nem significa
necessariamente membros da corte imperial, mas membros da Igreja que trabalhavam em
algum setor do governo imperial (soldados, oficiais governamentais no pretório), na cidade
onde Paulo estava preso.
3) Outro argumento forte a favor de Roma é que em 1:7,13,14 ele é prisioneiro e sua
prisão é séria 1:20-23; 2:17) porque a decisão para vida, ou para a morte, é incerta. Ela pode
resultar em libertação (1:19), ou pode ser uma decisão fatal; sentença de morte (1:20-23;
2:17). Ou seja, neste local, Paulo estava diante de duas situações, morte ou libertação. Se ele
estivesse em outra prisão, poderia apelar a César em face de um veredicto contrário.
Tudo isso constitui um argumento forte, e não é de surpreender que, com bastante
freqüência, Roma tenha sido considerada o local de onde a carta foi escrita.
Outros dizem que o local é Cesaréia. Cesaréia tem a seu favor o sabermos que Paulo
esteve preso ali durante 2 anos (At. 24:27). O pretório pode muito bem ter sido o de Herodes
(At. 23:35), onde Paulo foi posto quando levado para aquela cidade.
Pesa contra:
a) Paulo não menciona na sua saudação, Filipe, o evangelista, que residia em Cesaréia,
e onde Paulo hospedou-se quando foi para Jerusalém.
37
b) Paulo na prisão de Cesaréia pode ainda contar com a possibilidade de livramento
pois ele pode recorrer a César, como ele fez e nem estava em sério perigo como é o tom de
martírio que permeia a epistola de Filipenses.
c) Sua perspectiva à época de At. 23-24, envolvia uma visita a Roma, mas não há
menção deste desejo em Filipenses.
Parece não haver nenhum motivo convincente para sustentar que a carta foi escrita em
Cesaréia.
Corinto - Recentemente foi proposto por S. Dockx que Paulo escreveu esta carta
durante sua estada em Corinto. Só que não há registro de prisão de Paulo em Corinto.
5) Destinatário
A todos os santos em Cristo, inclusive Presbíteros e Diáconos, que vivem em Filipos
(1:1).
6) Portador
Os crentes de Filipos se lembraram de Paulo e, através de Epafrodito, um dos
membros daquela Igreja, mandaram ajuda (4:18). Assim no retorno de Epafrodito a Filipos, o
apostolo lhes enviou a Epístola.
7) Cenário:
1) A Igreja de Filipos fica sabendo que Paulo estava preso e passava por necessidades
2) A Igreja faz uma dádiva de amor a qual é mandada por Epafrodito, que viaja de
Filipos ao lugar da prisão.
3) Epafrodito cai doente.
4) A Igreja de Filipos fica sabendo do acontecido com Epafrodito.
5) Paulo fica sabendo que a Igreja ficou preocupada.
6) Esta preocupação afetou Epafrodito (2:26).
Viagem planejadas
a) A viagem de Epafrodito para levar a carta a Filipos (2:25-28).
16
ver p.61 Filipenses Introdução e Comentário, Ralph P. Martin, Vida Nova, 1992
17
Policarpo diz:” Os Filipenses são macedônios. Perseveram na fé, e, após terem recebido a palavra da
verdade, e não receberam os falsos profetas. O apóstolo os elogiam, escrevendo-lhe de Roma, na prisão pela
mão de Epafrodito..”, ( ver p.23 Filipenses Introdução e Comentário, Ralph P. Martin, Vida Nova, 1992)
18
Até onde sabem os Timóteo não esteve com Paulo em Roma (Ver p.353 Introdução Ao Novo Testamento. D.A.
Carson; Douglas J. Moo e Leon Morris, Vida Nova, 1997) Mas J.N.D. Kelly diz que Timóteo estava ao seu lado
durante sua prisão em Roma (ver p.9 de I e II Timóteo e Tito, Introdução e Comentário, São Paulo, Vida Nova,
1991)
38
b) A viagem de Timóteo, em futuro próximo (2:9).
c) A viagem de Paulo em futuro próximo (2:24).
8) Circunstância
1) Epafrodito tinha estado doente e a Igreja estava preocupada com a demora de Paulo
em mandar Epafrodito.
2) A Igreja tinha mandado oferta.
3) A Igreja estava com problema de divisão e carecendo de unidade.
9) Propósito
1) Paulo escreve para deixar claro aos filipenses que o mensageiro que haviam enviado
tinha feito bem sua tarefa e que até tinha corrido um grande perigo ao realizá-la.
2) Expressa gratidão sincera por tudo o que a Igreja havia lhe feito (pela ajuda
financeira e oração 1:19) e Paulo os reconhece como seus parceiros no evangelho (1:5 ).
3) Paulo escreve exortando a Igreja sobre unidade e roga especialmente a duas
determinadas mulheres que estejam em paz uma com a outra (4:2).
10) Esboço
1) Introdução: (1:1-2).
2) Gratidão e oração a Deus pelos filipenses (1:3-11).
3) O valor de sua prisão na divulgação do evangelho (1:12-18).
4) Ele aguarda ser libertado como resposta às orações deles (1:19-26).
5) Depois Paulo exorta:
a) A necessidade de unidade na luta (1:27-30).
b) A Necessidade de harmonia na Igreja (2:1-11).
6) Exorta a serem fieis a Deus nos relacionamentos (2:12-18).
7) Fala dos planos futuros:
a) Paulo exprime sua esperança de enviar Timóteo aos Filipenses e inclusive de
ir ele próprio (2:19-24).
b) Mas manda Epafrodito, que tinha estado bem perto da morte (2:25-30).
8) Advertência contra os falsos (3:2-3).
9) Vida de Paulo, passado e presente (3:4-6).
10) Os benefícios de sua nova vida (8-16).
11) Dos inimigos da Cruz (3:17-19).
12) A verdadeira esperança (3:20-21).
13) Apelo a Unidade (4:1-3).
14) Convite a regozijar-se no Senhor (4:4-7).
15) Prática das virtudes cristãs de todo o coração (4:8-9).
16) Agradecimentos pelas dádivas dos Filipenses (4:10-20).
17) Saudações finais (4:21-22).
18) Bênção (4:23).
11) Lições
As lições que podemos tirar de Filipenses são as seguintes:
COLOSSENSES
1) O que Sabemos de Colossenses
a) A Epístola tem 4 capítulos e 95 versos.
b) É uma epístola que apresenta a grandiosidade da pessoa e obra de Cristo. É um
pequeno tratado cristológico (estudo sobre pessoa e obra de Cristo), pois fala a respeito de
toda beleza do Cristo de Deus. Estudar Colossenses é mergulhar no conhecimento de Cristo.
c) A Igreja não foi fundada por Paulo, o fundador foi Epafras (1:7; 4:12). É uma Igreja
que Paulo nem conhecia os cristãos (1:4-8; 2:1).
d) Os membros eram convertidos do paganismo (1:21,27).
e) Paulo estava preso quando escreveu esta carta (4:3,10,18).
2) Autoria
Esta carta é de autoria paulina pela seguintes evidências:
a) Externa:
- Há indicações sólidas nos escritores da Igreja primitiva que a autoria é paulina. Os
seguintes autores (pais da Igreja) atribuíam a Paulo: a) Marcion [herege], b)
Irineu, c) Origines, d) Clemente de Alexandria, e)Tertuliano e f) O Cânon
Muratoriano.
b) Interna:
- A epístola reivindica autoria Paulina (1:1,23; 4:18).
- A cristologia de Colossenses é semelhante a de Filipenses (e Paulo escreveu
Filipenses).
40
- As referências a sua própria experiência coincidem com aquilo que sabemos da vida
de Paulo, prisão, companheiros (4:3; 4:7-14).
3) Data
No Inicio da década de 60 (60-62).
4) Local: Roma
- A tradição confirma isto.
- Efésios, Colossenses e Filemom foram escritas do mesmo lugar, pois o mensageiro
(portador) é o mesmo (Col. 4:7-9 cf. Ef.6:21) E as outras duas são aceitas como de Roma.
5) Destinatário
À Igreja de Colossos, uma cidade da Ásia Menor (1:2). Colossos era a cidade natural
de Filemom e Onésimo. O nome da cidade veio de colossinus, tipo especial de lã produzida
na região.
6) Circunstância
Epafras estava enfrentando um sério problema (os estudiosos chamam de heresia
Colossenses). Um estranho ensinamento era ali ministrado, um sincretismo, pois misturava
elementos do paganismo com elementos do judaísmo. Os mestres da “heresia Colossenses”
ensinavam que entre os homens e Deus haviam uma série de espíritos intermediários.
Ensinavam culto aos anjos (2:8 falavam dos anjos como mediadores entre céu e a terra).
Ensinavam que Cristo não passava de um começo; para chegar na direção da maturidade
espiritual era necessário seguir as regras e práticas deles (Paulo refuta em 1:13-22; 2:9).
8) Propósito
Paulo escreve para proteger os crentes de Colossos dessa ameaça. Pois os irmãos de
Colossos estavam correndo risco do sincretismo. Paulo refuta esta heresia e estabelece a
Igreja na doutrina do evangelho, mostrando que este ensino era sem fundamento e ao mesmo
tempo apresenta o ensinamento correto a respeito da pessoa de Cristo.
9) Peculiaridade
a) Apresenta a única referência ao culto de anjos na Bíblia (2:18).
b) A palavra plenitude (Πληρομα) ocorre 10 vezes.
c) Apresenta uma lista extraordinária das características de Cristo no capitulo 1:
Redentor (14), Criador (15ss), Preservador (17), Cabeça da Igreja (18), Reconciliador (20-22)
e Santificador (22).
d) Há uma semelhança com Efésios: Efésios apresenta a Igreja como o corpo de
Cristo; Colossenses trata do cabeça do corpo, Cristo.
10) Esboço.
a) Saudação (1:1,2).
b) Gratidão e ações de Graças (1:3-8).
c) Discussão doutrinária (1:9-29).
d) Discussão Polêmica (2:1-23).
e) Discussão Prática (3:1-4:6).
f) Conclusão - Portador - Saudações - Benção (4:7-18).
41
11) Lições
1) Cristo é Suficiente:
a) É Ele que revela Deus Pai (1:15).
b) Ele é criador e sustentador do universo (1:1,17).
c) Ele é o cabeça da Igreja (1:18).
d) Ele é o libertador (1:13).
e) Ele é suficiente para nossa salvação (2:13-14).
f) Ele é suficiente para derrotar todas as forças do mal (2:15).
2) A vida em Cristo é:
a) Livre de pressões legalistas (2:16,21).
b) É marcada por santidade. Paulo alista vícios que devem ser abandonados(3:5-11); e
apresenta virtudes cristãs, que devem estar presentes na vida dos filhos de Deus (3:12-17).
c) É caracterizada por relacionamentos de qualidade (3:18-4:1).
1) Marido e mulher (3:18-19).
2) Filhos e pais (vice-versa 3:20-21).
3) Patrões e empregados (vice-versa 3:22-4:1).
Assim de modo prático e simples, os cristãos vão viver, em seus relacionamentos, as
marcas de Cristo.
1 E 2 TESSALONISSENSES
2) Autoria
a) Evidências Externas
- Os primeiros cânons já tinham estas epístolas, como sendo de Paulo: Marcion e
Cânon de Muratori (metade do 2 século).
- Estas cartas tem sido aceitas, como livros de autoria paulina, em todos os séculos.
- Tem existido estudiosos que negam a autoria paulina, mas hoje em dia é amplamente
reconhecida que as razões apresentadas não são convenientes.
- A tradição as têm como de Paulo.
42
b) Evidências Internas.
- O vocabulário e o estilo são paulinos, bem como as idéias propostas (J.E. Frame
examinou detalhadamente as palavras e frases empregadas nessas duas cartas e demonstrou de
forma conclusiva que a linguagem indica autoria paulina em ambas).
- A própria carta reivindica autoria paulina (I Ts.1:1; II Ts.3:17).
3) Data
Paulo chega em Corinto no início dos anos 50, na primavera (Gálio era procônsul), e
permanece um ano e 6 meses (At.18:11). Por isso Paulo escreveu sua primeira carta em 51 e a
segunda logo depois de alguns meses. Estas cartas são consideradas as primeiras cartas de
Paulo e são colocadas entre 50-51.
4) Local: Corinto
Veja que Paulo manda Timóteo para Tessalônica (3:2). Paulo vai a Atenas (At.17:10-
15). Depois parte para Corinto (At.18:1). Depois em Corinto, Timóteo e Silas voltam e
encontram-se com Paulo (At.18:5). Paulo, em I Ts.3:6 diz que Timóteo acaba de chegar da
parte de vocês). Portanto é escrita de Corinto e a segunda foi escrita não muito depois,
também de Corinto.
5) Destinatário
À Igreja dos Tessalonissenses (1:1).
6) Circunstância
Como os obreiros foram embora rapidamente, os membros da Igreja não foram
alicerçados nos ensinamentos cristãos, especialmente no que concerne às questões
escatológicas. Dessa circunstância surge a necessidade desta carta:
- Preocupação com os mortos - qual era a participação deles na vida eterna.
- Iminente vinda de Cristo - alguns não queriam trabalhar (4:11). Paulo envia Timóteo
(3:2-3). Timóteo volta trazendo o relatório e a partir deste, Paulo escreve a carta.
7) Propósito
1 Tessalonissenses - Paulo escreve para atender às necessidades do rebanho:
- Fortalecer a Igreja em época de perseguição (2:14).
- Incentivá-los a viverem vidas verdadeiramente cristã (4:3-8).
- Corrigir alguns problemas quanto a parusia ou a vinda de Cristo (5:1-11).
2 Tessalonissenses - Escreve para resolver o mal entendido que ouve (II Ts.2:1-12) A
segunda carta aos Tessalonissenses é uma obra de aconselhamento, um meio de por a jovem
Igreja no caminho certo.
8) Tema: (Parusia)
Ambas falam da segunda vinda do Senhor:
1 - Falam o que é a segunda vinda.
2 - Como aguardar este dia (desesperar, jamais).
9) Esboço
1 Tessalonissenses 2 Tessalonissenses
- Saudação (1:1) - Saudação e ações de graça (1:1-5).
- Ações de graça pela perseverança e fidelidade - Juízo divino (1:6-10)
(2-10). - Oração (1:11-12).
- Exemplo de Paulo e companheiros (2:1-2). - Advertência contra o desassossego (2:1-12).
43
- Seção do mensageiro (3) - Insta a permanecer firmes (2:13-15).
- Seção de exortação (4:1–12). - Faz outra oração (2:16-17).
- Seção de esperança futura (4:13-5:11). - Paulo pede oração (3:1-2).
- Seção do dever dever prático da vida cristã - Lembra-os da fidelidade de Deus (3:3-5).
(5:12–22). - Adverte contra ociosidade (3:6-13).
- Conclusão e Bênção (5:23-28). e desobediência (3:14-15).
- Ora (3:16).
- Saudação final (3:17-18).
AS EPÍSTOLAS PASTORAIS
Estas três epístolas (I, II Timóteo e Tito) receberam o título de pastorais desde o início
do século XVIII (1703 por D. N. Berdot) porque estão endereçadas a pessoas que tinham
responsabilidades pastorais e estavam incumbidas de nomear pastores e, em grande medida,
dizem respeito aos deveres deles. Apesar de serem consideradas uma unidade (por serem
dirigidas a indivíduos com a mesma responsabilidade) existem diferenças entre elas.
OBS. As pastorais foram escritas na seguinte ordem: I Timóteo, Tito e II Timóteo.
Evidências Externas:
- No Cânon Muratoriano são apresentadas como epístolas de Paulo.
- Irineu, Clemente de Alexandria, Eusébio e Tertuliano as atribuem a Paulo.
Evidencias Internas:
O que vemos nas cartas se harmonizam com aquilo que sabemos sobre algumas partes
da vida de Paulo:
a) Ele sempre combateu o falso ensino.
b) Ele sempre prezou pela sã doutrina (I Tm.1:3, II Tm. 4:3-4 (Veja sua ênfase no
conhecimento: “não quero que sejais ignorantes” I Co.12:1; At. 20:28-30 cf. com I
Tm.4:1-2).
Existem referências a mestre da lei (I Tm.1:7), aos da circuncisão (Tt.1:10), a fábulas
judaicas (Tt.1:14) que se harmonizam com o pensamento de Paulo encontrados em outras
cartas (Gl. 2:4; 5:2-3).
A prisão (II Tm.1:8), a amizade de Paulo e Timóteo (I Tm.1:2), e a própria carta
reivindica autoria paulina.
I TIMÓTEO
Data
Se Paulo morreu em 67, como diz Eusébio, podemos situar a escrita da carta dois anos
antes, ou seja; 65-66.
Local de origem
Não se sabe o suficiente para identificar com segurança o local da epístola. A melhor
proposta é a de que a carta foi escrita da Macedônia. Paulo diz: “Quando eu estava de
viagem, rumo da Macedônia, te roguei, que permanecesses em Éfeso” (1:3). Isso dá a
entender que ele havia estado com Timóteo em Éfeso, de onde se dirigiu à Macedônia,
deixando para trás seu jovem assistente. Agora na Macedônia, Paulo escreve reiterando as
instruções dadas a Timóteo quando se separaram.
Destinatário
A carta é uma correspondência particular dirigida a Timóteo. Mas alguns dizem que
esta carta foi escrita para outras pessoas que não a Timóteo só, por causa da expressão: “A
graça seja convosco (2:21) que é plural.
Refutação: Se caso foi escrito para mais pessoas o que fazer com estas expressões: “Ó
filho Timóteo” (1:18), “escrevo-te estas coisas” (3:14), “Ninguém despreze a tua mocidade”
(4:14), “Não continues a beber somente água” (5:23)? Esta carta é certamente pessoal
dirigida a um indivíduo, que no caso, é Timóteo.
45
Propósito (3:14)
Foi escrita para orientar, Instruir e aconselhar o Jovem Timóteo acerca de sua
conduta pessoal e seu trabalho ministerial, preparando-o para o exercício do ministério. A
carta é um verdadeiro manual pastoral ensinando o cuidado pastoral na administração da
Igreja.
Peculiaridade
A grande declaração que Cristo é o único mediador entre Deus e os homens [2:5]
(declaração que refuta o conceito de muitos mediadores)-
Conteúdo
1) Introdução (1:1,2).
2) Advertência contra falsos mestres que promovem controvérsias em vez de fazerem
progredir o trabalho de Deus (1:3-11).
3) Ações de graça (1:12-17).
4) Propósito da instrução (1:18-20).
5) Instrução acerca de cultual em público (cap.2):
a) Oração intercessora (1-4).
b) Mediador da oração (5-6).
c) Deveres dos homens e das mulheres (8-15).
6) Analisa as qualificações que se deve buscar em bispos e diáconos e suas esposas
Requisitos dos Bispos:
a) Caráter pessoal e hábil (3:2-3).
b) Atitude perante a família (4-5).
c) Experiência e boa reputação (6-7).
Requisitos dos diáconos:
a) Caráter, hábitos, e experiência cristã (8-9).
b) Provado por um tempo (10).
c) Ter esposa fiel e exercer a devida autoridade em sua própria casa (11-12).
Lições
1) Temos que estar atentos quanto as falsas doutrinas e orientar o povo de Deus a que
permaneçam firmes na palavra de Deus (1:3-11; 4:1-5 e 6:3-10). Veja que o objetivo de Paulo
é quanto a preservação da sã doutrina e é por isso que ele mostra a Bíblia como sendo o livro
inspirado (palavra de Deus) e a maneira correta de se lidar com hereges. Veja o zelo do
apóstolo pelo seu rebanho. Ele não quer que os seus fiéis fossem enganados pelas falsas
doutrinas (4:1).
2) A firmeza na Fé.
Paulo roga a Timóteo que permanecesse firme, mantivesse a fé e uma boa consciência
(1:18-19).
3) Nos orientam sobre a administração da Igreja. Veja que Paulo apresenta alguns
aspectos da função, deveres e privilégios da liderança na Igreja.
46
4) Aprendemos a respeito do relacionamento entre as pessoas. Paulo mostra como a
liderança deve tratar as várias classes de pessoas e como deve ser a convivência entre elas na
Igreja (2:1-7; 5:1-16; 6:1-2). O objetivo de Paulo nestas instruções era para que houvesse paz
e muita fraternidade dentro da Igreja, ou seja para auxiliar nos relacionamentos interpessoais.
Paulo desejava que a comunidade cristã fosse conhecida como sendo uma com unidade de
respeito mútuo, repleta de amor fraternal e acolhedora.
2 TIMÓTEO
O Que Sabemos
Paulo agora está preso, não como na primeira vez em Roma, pois o mesmo vivia em
casa alugada (At. 28:30), mas no cárcere, na prisão incomunicável, esperando a morte.
Segundo Willian Hendrikssen: “ Paulo estava encarcerado em algum escuro calabouço
subterrâneo, com um buraco no teto para passagem de luz e de ar”.
Data
a) Nero morreu em Junho de 68.
b) Jerônimo nos informa que Paulo foi martirizado no 14º ano de Nero (13 de Outubro
até 8 de Junho de 68) e Eusébio diz que Paulo morreu em 67.
c) Evidências internas:
1) Em 4:6 Paulo escreve consciente de que sua vida está quase no fim.
2) Em 4:16 a palavra “defesa” [] é usada para defesa em tribunal, o
que leva a conclusão que Paulo esta preso e tem diante de si a perspectiva
de ser executado em breve. Indica que Paulo escreveu pouco antes de
morrer.
d) A segunda carta foi escrita durante o segundo aprisionamento de Paulo, pouco antes
do seu martírio, isso por volta do ano 67, logo, a data da epístola é de 66-67.
Local
A carta foi escrita de Roma (1:16-17), onde Paulo foi preso (segundo a tradição na
prisão de Mamertine). Se foi como também a tradição nos conta, sua prisão era debaixo da
terra, por isso Paulo tinha necessidade de receber sua capa antes do inverno (4:13). Eusébio
diz que de acordo com a tradição, Paulo apresentou sua defesa depois de dois anos em Roma
e dedicou-se no “ministério da pregação”, antes de tornar a ser preso e sofrer o martírio por
Nero. Ele especificamente diz que Paulo escreveu II Tm. durante sua prisão (Ver p.419
Introdução Ao Novo Testamento, D. A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris, São Paulo,
Vida Nova, 1997).
Destinatário
Ao seu verdadeiro filho na fé, Timóteo (1:2).
Propósito
- Encorajar o jovem pastor na vigorosa e corajosa atividade em cumprimento de suas
responsabilidades (1:6-8; 2:1-7; 14-16, 22-26; 3:14-4:5).
- Advertir acerca da apostasia (3:1-9).
- Informá-lo do martírio iminente (4:6-8).
- Pedir que Timóteo traga alguns dos seus pertences (4:9,13,21).
Peculiaridade
47
- Esta é a última das epístolas de Paulo, o registro de sua última vontade; é o seu
testamento à Igreja.
- Dá uma forte ênfase a pregação, como um aspecto importante do ministério (1:11;
4:2).
- É a carta que mais fala daquilo que a Bíblia é: Fiel (2:11), Inspirada e tem um
propósito (3:16).
Esboço
a) Introdução (1:1-5).
b) Exortação a serviço fiel e sem temor (1:6-2:26).
c) Apelo para pregar a palavra no meio da apostasia (3:1-4:5).
c.1 - A natureza da apostasia (3:1-9).
c.2 - O exemplo de Paulo (3:10-13).
c.3 - O treinamento inicial de Timóteo (3:14-17).
c.4 - O mandato de pregar a palavra de Deus (4:1-5).
d) Paulo revela que seu ministério está no fim (4:6-8).
e) Fatos e pedidos pessoais (4:9-18).
f) Saudações e Benção (4:19-22).
Lições
1) Aprendemos que o ministério cristão não pode sofrer interrupções.
Paulo estava morrendo, agora quem levaria adiante seu ministério? Timóteo um jovem
(I Tm. 4:12; 2:22), propenso a doenças (I Tm.5:23) e de temperamento tímido (II Tm.1:6-8).
A Igreja de Deus não pode parar. O povo de Deus e sua Igreja não pode sofrer
interrupção, nem o inferno pode contra a Igreja de Deus!
3) Aprendemos que o ministério cristão precisa ser exercido através da fiel pregação
do Evangelho.
No capitulo 4 o apóstolo exorta a Timóteo, no sentido de que o seu ministério fosse
exercido através da pregação da palavra de Deus (4:2). Esta proclamação possui as seguintes
características:
a) Anúncio insistente (insta - assistir, estar de prontidão, disponível, sentido de
urgência).
b) Anúncio personalizado (corrigir, exortar, repreender), aplicado à realidade
das pessoas.
c) Anúncio paciente (não forçar decisões, esperar resultados) e inteligente.
Paulo sabia que a melhor maneira de acabar com as falsas doutrinas e com os falsos
mestres é o fiel ensino da Palavra de Deus! Precisamos não perder a prática do verdadeiro
ensino.
48
O Ministério de Timóteo
Timóteo precisa Porque...
Participar no sofrimento pelo Através de tal participação, outros serão salvos (2:10)
evangelho (1:8; 2:3)
Continuar na sã doutrina (1:13; 2:15).A falsa doutrina espalha-se e leva à impiedade (2:16-
17).
Fugir das paixões da mocidade (2:22). Ele precisa ser purificado e separado para uso do
Mestre (2:21).
Evitar as contendas (2:23-25). Ele precisa brandamente levar outros à verdade
(2:24-26).
Diligentemente pregar o evangelho Grande apostasia está vindo (4:3-4).
(4:2).
TITO
1) Data
Se a carta foi escrita entre I (65 d. C.) e II Timóteo (67) então ela só pode ficar no
meio das duas cartas, sendo 66 d.C. ou no mesmo período de 1 Timóteo, 65.
2) Local
Não temos certeza, mas o que sabemos, é que Paulo estava em Nicópolis ou a caminho
dessa cidade (3:12).
3) Destinatário
Tito (1:4).
4) Propósito
Esta carta foi escrita a Tito com a finalidade de instruir a Tito acerca da administração
da Igreja:
Sua organização (1:5-9).
Sua relação pastoral com grupos sociais na Igreja (2:1-10).
Advertir contra falsos mestres (1:10-16; 3:9-11).
5) Peculiaridade
Semelhança com I Timóteo quanto aos assuntos tratados.
É a carta de Paulo onde mais fala de boas obras (6 vezes nesta pequena epistola).
6) Conteúdo
a) Introdução (1:1-4).
b) Indicação de anciãos e suas qualificações (1:5-9).
c) Descrição da heresia que perturbava os cretenses (1:10-16).
d) Conduta cristã (2:1-3:8).
d.1) em círculos domésticos (2:1-15).
d.2) na sociedade (3:1-8).
e) Método de tratar com os hereges (3:9-11).
f) Conclusão e Benção (3:12-15).
49
7) Lições
1) A Igreja precisa de Ensino
A Igreja precisa levar a sério o ensino. Ensino envolvendo todas as faixas etárias da
Igreja (idosos, mulheres, moços). Não existe uma área da vida humana em que a Igreja não
tenha que se envolver com seu ensino, pois o ensino deve envolver todos os relacionamentos
da vida. Paulo sabia que a melhor maneira de acabar com as falsas doutrinas era a prática do
ensino sadio.
2) A Igreja precisa brilhar o mundo
É preciso entender que a Igreja deve ser luz nas trevas, pois os seguidores de Cristo
são luz (Mt.5:14-16). De fato esta é a responsabilidade da comunidade cristã: fazer sua luz
brilhar no mundo (Fp. 2:15). Por isso, Paulo orienta a Tito para que lembre às igrejas de Creta
algumas formas para fazer essa luz brilhar cada vez mais. O brilho deve ser manifesto por
uma boa cidadania (3:1-2), pelas boas obras (3:8 cf. Mt.5:16). Deixar de brilhar como luz do
mundo é, para a Igreja, o pior desvio doutrinário.
FILEMOM
Autoria:
Paulo e Timóteo (1).
Marcion, cânon Muratoriano, Tertuliano e Origines atribuem a carta a Paulo.
Data:
Início da década de 60. Mesma data de Colossenses.
Local:
Do mesmo lugar que a de Colossenses, pois foram mandadas juntas por Tíquico (Ef.
6:21; Cl. 4:7).
- Saudação: As mesmas pessoas que enviam saudações (Col.4:10-14 cf. 22-24).
- O Onésimo que aparece nesta carta, é o mencionado como um dos Colossenses e que
está indo a esta cidade com Tíquico (Col. 4:7-9).
- Quando Paulo escreve estava na prisão (1.9) e não pode ser de Éfeso, como querem
alguns, porque na prisão de Éfeso (se é que existiu esta prisão): 1) Lucas não estava, pois a
sessão nós de Atos não inclui Lucas. E Lucas estava com Paulo quando esta carta foi escrita
(24); 2) Marcos não esteve com Paulo durante a segunda viagem missionária (At.15:36-41).
Portanto, Roma é o lugar de escrita.
Destinatário
50
A carta é escrita à Filemom, À Afia, Arquipo e à Igreja que estava na sua casa.
Como Filemom é mencionado em primeiro lugar, ele é o principal destinatário (como
também o caráter particular da carta). Muitos pensam que Afia é esposa e Arquipo.
Não há dúvida que seja a Filemom, mas sua intenção inclui 2 pessoas e uma Igreja.
Ocasião
- Onésimo havia fugido de seu senhor, provavelmente roubando-o na fuga.
- Teve um contato com Paulo, e Paulo está enviando-o de volta para seu proprietário,
como a lei exigia1 , mas a carta é um apelo a Filemom para que não empregue todo o rigor da
lei. Ele tem o direito de castigar Onésimo mas Paulo suplica-lhe que em vez disso receba-o
como irmão caríssimo (15-16).
Onésimo: Era um escravo e seu nome significa “útil”; ele fugira levando consigo
algum dinheiro de Filemom (18) e refugiara-se em Roma e entrou em contato com Paulo e se
converteu, tornou-se filho espiritual de Paulo (10). Inácio, um dos mártires do cristianismo,
em uma das suas cartas, declaro que Onésimo tornou-se mais tarde bispo da Igreja de Éfeso.
Propósito
Assegurar a boa aceitação do escravo convertido
Curiosidade
É o documento mais antigo pedindo liberdade a alguém na história do mundo!
Robertson acha que este é o mais importante livro sociológico na Bíblia.
É uma carta de recomendação a Filemom, conhecida como a “Epistola de “cortesia”.
Foi escrita para notificar a Filemom a conversão de Onésimo e fazer um pedido a
favor dele.
E uma carta de intercessão, pedindo a Filemom que perdoe a Onésimo e lhe devolva
confiança.
Tema:
Solidariedade e Dignidade.
Conteúdo
- Saudações (1-3).
- Oração de ações de graça, na qual ressalta-se a fé e o amor do destinatário (4-7).
- Pedido em favor de Onésimo (8-21).
- Os planos e saudações de Paulo (22-25).
Lições:
1) O interesse pelos desafortunados; Onésimo era um escravo, quase sem direito, e
agora Paulo apela, intercede por ele e pede um favor ao seu amigo por um escravo (1,9).
2) O dever do crente em obedecer a lei. Onésimo tem que regressar ao seu amo.
1
Na antigüidade, pelo menos entre os gregos, um escravo podia fugir de seu senhor e procurar proteção junto a
um altar, que podia ser de uma família Nesse caso o chefe da casa estava obrigado a fazer o escravo voltar e, se
ele recusar-se, devia vendê-lo e enviar o dinheiro para o proprietário (vê p.172, Colossenses e Filemom
Introdução e Comentário, de Ralph P. Martin, Vida Nova)
2
Os primitivos cristãos não contavam com templos, e, por isso mesmo, se reuniam nas residências de seus
membros ( se o número fosse grande demais para uma casa acomodá-los usavam diversas residências ( ver 338
N.T. Robert H. Gundry)
51
3) A irmandade cristã está acima de todas as distinções sociais e de classes. Agora,
todos somos um, em Cristo.
Quem escreveu?
Ninguém sabe. O que podemos dizer é o que disse Origines: “Somente Deus sabe ao
certo quem escreveu a Epístola aos Hebreus!”1
O livro começa sem saudação, sem indicação do escritor, sem destinatários.
Muitos no decorrer da história afirmaram que foi Paulo o autor: Eusébio, Clemente de
Alexandria e Origines preservaram a tradição de que Paulo é o autor de Hebreu, muito
embora admitem dificuldades nesse ponto de vista. O Cânon Muratoriano e Irineu concordam
que Paulo foi o autor. Em 325 muitos em Roma ainda não considerava Hebreus um escrito
paulino. Na reforma a tradição antiga foi questionada e foi submetida a um minucioso
reexame. Hoje em dia ninguém mais aceita tal idéia.
Porque não pode ser Paulo?
a) Existe diferença de vocabulário, estilo grego e retórica que pode por si só
inviabilizar a autoria paulina.
b) A ausência, no inicio do documento, de uma saudação e que o autor se identifique, o
que era costume normal de Paulo.
c) Faltam numerosos temas paulinos comuns.
d) Acima de tudo, é quase impossível crer que Paulo se apresentaria como um dos que
ouviram o evangelho não da parte do Senhor, mas daqueles “que a ouviram” (2:3).
Por isso, não sabemos quem escreveu a carta. Mas com toda probalidade o autor era
um judeu helenista (pois estava bem familiarizado com tudo sobre o templo, o Velho
Testamento e a LXX) que havia se tornado cristão e que recebeu uma boa educação.
Local
Se não temos certeza de quem foi o autor, temos ainda menos certeza da procedência
geográfica. A única indicação explicita encontra-se em 13:24: “os da Itália vos saúdam2 . Por
isso muitos têm dito que a carta foi escrita de Roma. Mas a frase não é clara. Pode referir-se a
um grupo de crentes italianos que deixaram sua terra natal e estavam enviando saudações ou
pode referir-se a crentes que estavam na Itália junto com o autor.
Data.
Se o autor da cata é incerto, com a data não é diferente. Mas o que temos por certo e
devemos levar em consideração, é que não foi escrito por testemunha ocular de Jesus (2:3).
Os eruditos encontram a data desta carta próxima ao ano 68 d.C. Mas não temos
absoluta certeza da data exata, porém sabemos que foi escrita antes dos anos 70, visto que não
fala da destruição do templo de Jerusalém.
Destinatário:
O autor nos leva entender que estava escrevendo para Judeus cristãos3 professos, pois
de alguma forma fala para se manterem firmes em suas confissões (5:12). Eram crentes que
tinham perdido suas posses em perseguição, suportado os conflitos e no dia a dia rejeitado o
pecado (13:13). Este contexto de luta tinha trazido grande esgotamento espiritual (12:12).
Eles agora estavam esgotados na fé e corriam o perigo da apostasia (6:1-4).
1
Ver p.438 Introdução Ao Novo Testamento \Carson \Moo \ Morris, São Paulo, Vida Nova; 1997.
3
E seu público era judeu porque: a) Não há referenças a gentios nem a seus problemas; b) Os pais dos
endereçados são os pais da raça hebréia (1:1); c) Um dos propósitos de Hebreus é demostrar que a nova aliança é
superior a velha.
53
Motivo:
Eles queriam voltar a praticar as velhas práticas judaizantes. Os motivos não sabemos
muito bem, mas isto não interessa muito ao autor, mas sim as conseqüências de voltar.
Conseqüência:
Menosprezar a importância exclusiva de Cristo e seu sacrifício. Era deixar de dar valor
a supremacia de Cristo.
Tema:
Supremacia de Cristo.
Propósito:
Estava escrevendo para evitar uma catástrofe. Evitar a apostasia. Veja que o autor não
trata do apóstata, mas do fim daqueles que agem assim.
a) Advertir quanto ao perigo da apostasia e suas conseqüências. Por isso ele encoraja
a restaurar a fé genuína e exorta a constância e a perseverança (1:23).
b) Demostrar que a nova aliança é superior a velha.
c) Encorajar os crentes ao avanço na fé até chegar a plena maturidade.
Particularidade
A palavra “melhor” aparece 13 vezes.
É o único livro do N.T. que expressamente declara que Cristo é o sumo sacerdote.
Hebreus tem 30 citações do A. T, todas tiradas da LXX.
Aparece uma série de 11 frases de exortação sobre a confiança do crente:
1) Temamos (4:1).
2) Procuremos (4:11).
3) Cheguemo-nos (4:16).
4) Prossigamos (6:1), 5).
5) Cheguemo-nos (10:22).
6) Guardemos firme (10:23).
7) Consideremo-nos uns aos outros (10:24).
8) Deixamos todo embaraço (12:1).
9) Sirvamos a Deus (12:28).
10) Saiamos 13:13).
54
11) Ofereçamos sempre (13:15).
EPÍSTOLA DE TIAGO
1) Autoria
A carta declara ter sido escrita por Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo. A
ausência de maiores detalhes indica um Tiago bem conhecido.
Há pelo menos 4 Tiagos no N. T. o que nos faz perguntar qual deles escreveu a carta?
1) Tiago filho de Zebedeu, irmão de João, um dos apóstolos (Mc.3:17).
2) Tiago filho de Alfeu, também um dos doze (Mc.3:18), ele talvez seja o Tiago menor
de (Mc.15:40).
3) Tiago o Pai de Judas Tadeu de Lc. 6:16; At.1:16).
4) Ou Tiago, o irmão de Jesus, o qual desempenhou um papel de liderança na Igreja
em Jerusalém (At.12:17; 15:13; 21:18).
Destes 4, o último é o mais óbvio candidato à autoria desta carta. Por que?
1) Tiago o pai de Judas, é por demais obscuro para ser seriamente considerado o autor;
o mesmo vale para Tiago o filho do Alfeu. Por outro, Tiago filho de Zebedeu, tem um papel
de destaque entre os 12, mas a data de seu martírio, 44 d.C é muito cedo para permitir que o
liguemos à carta. Resta Tiago, o irmão do Senhor, que certamente é o Tiago mais proeminente
na Igreja primitiva.
2) Origines identifica Tiago, o irmão do Senhor como o autor. Eusébio afirma que a
carta era em geral atribuída a Tiago, o irmão do Senhor.
3) Data
Tiago morreu em 62 d.C.
O primeiro concílio foi em 48-49; na carta, nada se fala do concílio, e isto nos faz
concluir que esta carta foi escrita no meados da década de 50. Tiago é considerado um dos
primeiros livros a ser escrito o N.T.
4) Local
Se, como pensamos, Tiago, o irmão do Senhor, é o autor desta carta, então ela
provavelmente foi escrita de Jerusalém, durante o tempo que ele liderou a Igreja cristã em
Jerusalém. O contexto social econômico pressuposto na carta diz respeito aos leitores com
uma procedência palestina.
5) Destinatário
56
A epístola é universal (geral), visa a Igreja cristã inteira (1:1) às 12 tribos (Igreja
cristã) que se encontra na Dispersão1. Não há comunidade particular em foco, não há
saudações, isto indica que a carta era destinada a Igreja aonde ela estivesse.
6) Tema:
Fé e vida andam juntos
Sua fé é manifestada na prática, através de atos de justiça.
Na perspectiva de Tiago, a fé cristã não é algo teórico ou estático, mas prático. Não
existe dissociação entre o que crê e o que se vive. Espiritualidade individualista e
contemplativa é rejeitada por Tiago.
7) Propósitos
Exortar os cristãos a terem paciência no meio da perseguição, aflição (1:1-15) até a
volta de Cristo (5:7).
Fornecer instruções éticas e morais concretas.
8) Peculiaridade
Os termos mais usados: irmão, pedir, orar, fé, pecado, língua, juiz, provar obra e
sabedoria.
É prático.
Apreço a natureza nas ilustrações.
É o livro que mais fala da língua (cuidado com a língua).
9) Conteúdo
Tiago dirige aos crentes da dispersão (1:1) para exortá-los a ter paciência nas aflições
(1:1-15). A provação vem, porém o crente depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da
vida (12).
Em seguida se refere a várias classes de perigos que cercam o crente:
Perigo da hipocrisia (1:16-27).
Perigo da falsa caridade (2:1-26).
Perigo da língua (3:1-18).
Perigo de paixões (4:1-12).
Perigo das presunções (4:13-17).
Perigo da avareza (5:1-6).
Diante de tantos perigos, a exortação final é : Paciência até a vida do Senhor (5:7-11).
Exortações finais (5:12-20).
Tiago contrasta a fé viva com a fé morta ou vazia. A fé morta não resulta em vida
1
A palavra dispersão (dispersa) era empregada para denotar Judeus que viviam fora da palestina (Jo. 7:35).
Depois a palavra adquiriu um sentido metafórico, caracterizando os cristãos em gera como aqueles que vivia
longe de seu verdadeiro lar celestial (1Pe.1:1) (ver p.46 Introdução ao Novo Testamento D.A. Carson, Douglas
Moo e Leon Morris- São Paulo: Vida Nova, 1997)
57
transformada, que é característica da fé viva
.
I PEDRO
AUTORIA
No decorrer da história, estudantes de I Pedro têm colocado dúvidas sobre a autoria
petrina, dizendo que em certas observações, tais como: Grego culto19; dependência dos
escritos Paulinos20; falta de evidência de familiaridade do autor com o Jesus terreno 21;
pressuposição de perseguições que não coincidem à época de Pedro22; a falta de
confirmações antigas23; torna-se difícil estabelecer o autor, e concluem dizendo: “I Pedro
é, sem dúvida, um pseudepígrafo, ou seja; um escrito cujo autor usa um pseudônimo com
o objetivo de dar maior relevância à sua mensagem”. (Kuemmel)24
A partir dessa série de objeções, pesquisadores mais conservadores buscaram provas a
favor da autoria Petrina.
19
Enio R. Mueller, 1 Pedro Introdução e comentário, SP Vida Nova. 1991, p.20, citando Kuemmel diz; “1
Pedro foi escrito num grego bastante culto, revelando por parte de quem escreveu um bom domínio dessa
língua. Pedro era um pescador da Galileia, das margens do lago de Genesaré, judeu; como poderia ele
conhecer tão bem o grego? Em Atos 4:13, ele com João, é chamado de “homem iletrado e “inculto”. Pedro
falava em aramaico; foi considerado meio “caipira” pela gente mais fina e educada da Judeia. Poderia esse
Pedro ser o mesmo que aqui está escrevendo uma carta em bom e fluente grego, mostrando aqui e ali
detalhes retóricos que indica alguém bastante capaz no uso dessa língua? Além disso o AT é usado na carta a
partir da sua tradução grega, a septuaginta”.
20
R.N. Champlin, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, vol. 5, S.P., Candeia. 1995, p. 164 diz: “Esta
carta depende dos escrito de Paulo, quase servilmente. Esta carta depende pesadamente de Romanos e de
Efésios, especificamente. Não é muito provável que Pedro, um apostolo do Senhor, dotado pessoalmente de
revelação e de uma vasta experiência, incluindo o contato direto e pessoal com o Senhor Jesus, tivesse
sentido a necessidade de depender tanto dos aposto Paulo”.
21
Enio R. Mueller, 1 Pedro Introdução e comentário, SP Vida Nova. 1991, p.20, citando Kuemmel diz “Não
há nenhuma evidência de alguma familiaridade do autor com o Jesus Terreno e sua vida (não há qualquer
evidência que o autor desta epistola tenha escrito com base na experiência em primeira mão). Tão somente
há referência bastante gerais aos “sofrimento” de Cristo. Se o autor fosse Pedro, diz ele, seria de se esperar
que desse mais evidências de suas ligações pessoais com Jesus, pois isso fortalecia a sua autoridade
22
Enio R. Mueller, 1 Pedro Introdução e comentário, SP Vida Nova. 1991, p.20, citando Kuemmel diz: “ 1
Pedro parece pressupor uma situação de perseguição mais amplas aos cristãos, tal como a podemos
vislumbrar, no horizonte histórico, só depois de Nero. Isso implicaria em que Pedro já teria morrido por essa
época”. -R.N. Champlin, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, vol. 5, S.P., Candeia. 1995, p. 164 diz:
Ö período que a epistola parece refletir, deve ser situado na primeira porção do segundo século de nossa era,
o que dificilmente coincide com a época da vida de Pedro”.
23
R.N. Champlin, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, vol. 5, S.P., Candeia. 1995, p. 164 diz:
“Apesar de ser evidente que esse livro foi usado pêlos primeiros pais da Igreja, não foi senão nos tempos de
Irineu (nascido em 130 d.C.) que a epistola foi diretamente atribuída a Pedro. . Policarpo, por exemplo,
apesar de citá-la diretamente, não atribuiu a Pedro. Alguns tem pensado que a princípio ela circulo como
carta anônima”. Enio R. Mueller, 1 Pedro Introdução e comentário, SP Vida Nova. 1991, p.20, citando
Lohse acrescenta: “1 Pedro faz uso bem amplo de material da tradição do cristianismo primitivo (no estilo
de exortação, no uso de formula fixas, confissões liturgícas e hinos). Isso quer dizer que 1 Pedro pressupõe
um certo estágio de evolução do cristianismo primitivo que seria difícil de se imaginar durante o tempo em
que Pedro era vivo”
24
Enio R. Mueller, 1 Pedro Introdução e comentário, SP Vida Nova. 1991, p.20
25
Ibid. p.21
58
aberta ao comércio e cultura e a imigrantes gentios( provavelmente, esse é um dos motivos
de a Galiléia ser marginalizada pela elite judaica do centro; pois estes eram anti helenistas.
Alguns eruditos presumem que Pedro, apesar de falar aramaico, poderia ter aprendido
suficientemente bem o grego. Sendo ele Galileu, provavelmente ele sabia, desde de sua
infância, o Grego “Coiné”, e mais tarde na vida, poderia ter estudado, dominando
suficientemente para produzir uma epístola como esta26. E também não se esquecendo da
contribuição de Silvano (Silas), o qual, tudo indica, era uma pessoa culta e fluente no
grego, o que poderia explicar o uso de um grego mais elaborado de I Pedro.
26
Ibid.
27
Ibid. p. 23
28
Ibid.
29
M.C. Tenney, O Novo Testamento Sua Origem e Análise, S.P., Vida Nova. 1989, p 307 diz: “As referência:
Apascentai o rebanho (5:2) ecoa a ordem que Jesus lhe dera - de fazer a mesma coisa. Revesti-vos de
humildade (5:5)- faz lembrar o incidente em que Jesus se cingiu com uma toalha para lavar os pés dos
discípulos (Jo.13:4); 5 vezes ele fala do sofrimento de Cristo ( 2:23;3:18; 4:1,13; 5:1) como se a cena do
getsêmani e da crucificação tivesse deixado nele uma impressão indelével”.
59
certamente), que, desde o princípio, o livro foi conhecido como uma carta do apóstolo
Pedro30.
Diante do que foi visto, é melhor aceitarmos a declaração constante na própria carta, a
qual assegura ter sido escrita pelo apóstolo Pedro, e reivindicado pelo respaldo da tradição
da Igreja. Portanto, esta foi escrita por Pedro com Silvano como amanuense, ou secretário
(5:12).
DATA
O tema da perseguição aos cristãos, que percorre essa carta toda, sugere que Pedro, o
apóstolo, a escreveu por volta de 6331 d.C., pouco antes de seu martírio em Roma, por
ordem de Nero, o que sucedeu em 64 d.C.. Portanto, embora não se podendo dizer com
certeza a data, nos parece claro ou conveniente dizer que esta carta pertence aos últimos
dias de sua vida (63-64 d.C.).
LOCAL
A carta transmite saudações: “aquela que está em Babilônia, também eleita, vos
saúda”. Qual Babilônia? 1) Da Mesopotâmia, 2) Babilônia do Nilo (um posto militar no
Egito), 3) ou um nome simbólico para Roma , a capital do império?
1 – Babilônia da Mesopotâmia
Cidade ou região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, freqüentemente mencionada
no AT, impossível, porque esta cidade, a gloriosa capital caldeia do A.T., achava-se em
ruínas e quase desabitada (deserta) nos primórdios da era cristã, e a tradição desconhece a
existência de qualquer Igreja em Babilônia da Mesopotâmia, e nada se sabe de alguma
visita ali feita por Pedro.
2 – Babilônia do Nilo
Menos ainda se pode dizer em favor da Babilônia do Nilo (um posto militar), apesar
de ser o lar de muitos judeus, do cativeiro até aos tempos do Talmude e de diversos
comentadores terem favorecido sua residência na região da Babilônia. “Essa é uma
segunda possibilidade, a cidade do nordeste do Egito, que tinha esse mesmo nome e sobre
a qual temos algumas referências históricas. O problema é que, em termo de expressão do
cristianismo na época, essa cidade é muito insignificante; dificilmente alguém, escrevendo
para cristãos na Ásia Menor, muito ao norte, mencionaria essa cidade sem maiores
explicações... certamente não seria conhecida pelos destinatários”: diz Ênio R. Mueller32.
3 – Roma.
“Com toda certeza, a carta foi enviada de Roma”: diz George Eldon Ladd33.
Esta terceira hipótese entende que o termo não é literal, mas simbólico ou figurado:
Babilônia34 significa Roma.
Quais os argumentos que provam que a carta foi mandada de Roma?
30
) J.D. Douglas. M.A.,B.D, S.T.M., PhD, Novo Dicionário da Bíblia, SP Vida Nova. 1991, p 1246 diz:
“Obviamente a epistola exerceu considerável influencia sobre o pensamento e a expressão dos cristão
primitivos, e nada sugere que a mesma tenha alguma vez sido atribuída a algum outro além do apóstolo
Pedro”.
31
J.D. Douglas. M.A.,B.D, S.T.M., PhD, Novo Dicionário da Bíblia, SP Vida Nova. 1991, p 1248 diz: “
Uma data apropriada para 1 Pe. parece está anterior à perseguição de Nero: 63 ou início de 64 d.C, talvez
depois que Paulo já morrera e deixara no campo os colegas Silvano (Silas) e Marcos”. H.C. Mears, Estudo
Panorâmico da Bíblia, Florida EUA, Vida. 1992 diz; “Este livro foi escrito por Pedro, quase no fim de sua
laboriosa vida (cerca de 67 d.C.)”. Enio R. Mueller, 1 Pe. Introdução e Comentário, SP., Vida Nova.
1991,p.34 “diz que Goppelt e Elliot atribuem a data da carta entre os anos 65-80, atribuindo a redação da
carta não ao próprio Pedro, mas aos discípulos achegados (“círculo Pertinho”).....”
32
Enio R. Mueller, 1 Pedro Introdução e Comentário, S.P., Vida Nova. 1991, p 35.
33
G.E. Ladd, Teologia do Novo Testamento, Rio de Janeiro, RJ, Juerp. 1984, p 549.
60
DESTINATÁRIO
Outra pergunta nos é feita aqui: A quem exatamente, foi enviada, no seu primeiro
momento histórico, a carta de I Pedro?
A resposta seria: aos eleitos forasteiros da Dispersão (1:1). Mas quem são estes
eleitos36 forasteiros?
Algumas sugestões:
1) As frases “eleitos que são forasteiros da dispersão”(1:1) “no meio dos
gentios”(2:12) e “gentios”(4:3) à primeira vista parece implicar em que os destinatários
originais da epístola eram cristãos judeus.
2) A linguagem37 de I Pedro sobre os destinatários exigem um certo ambiente gentílico
(1:18; 2:10; 4:3), onde nos parece mais seguro que se tratava de uma comunidade mista,
com certa predominância de gentios.
“Diante disso, podemos dizer que temos que reconhecer a presença de um grupo
misto, formado de gente de origem judaica e de outro de origem gentílica, para quem foi
dirigida esta carta, gente esta, que pertencia às classes sociais mais baixas e menos
favorecidas, marginalizada em muitos aspectos38 da sociedade de então, e que estava
sofrendo perseguições.
PROPÓSITO
Há muito tempo que I Pedro vem sendo tratada como um sermão posto em forma
epistolar, que trataria do batismo, ou seja, tinha o propósito de ensinar o rito e as práticas
batismais, a qual, segundo H. Preisker39, era uma liturgia batismal. Mas essa teoria é fraca e
não apresenta nenhuma explicação dos textos que usa. E também, porque o batismo é
34
R.H. Gundry, Panorama do Novo Testamento, S. P. Vida Nova. 1991, p 391 diz: “Roma foi chamada
“Babilônia” por ser a capital mundial da idolatria.
35
Enio R. Mueller, 1 Pedro Introdução e Comentário, S.P., Vida Nova. 1991, p 35 diz: “É certo que, pelo
último quarto do primeiro século “Babilônia” havia se tornado para os Cristãos uma forma comum de se
referir à Roma, capital do império; o livro de Apocalipse deixa isso claro”.
36
Enio R. Mueller, 1 Pedro Introdução e Comentário, S.P., Vida Nova. 1991,p.26, citando Elliott diz que ele
chega nesta conclusão: “a carta foi remetida ao conjunto das comunidades cristãs em toda a região da Ásia
menor, ao norte e a oeste da cordilheira dos tourus
37
R.H. Gundry, Panorama do Novo Testamento, S.P., Vida Nova. 1991,p392 diz: “As alusões ao pecado de
idolatria, anterior a conversão(4:3)[os judeus nos dias do N.T. não praticavam a idolatria] e as expressões
“paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância”{aqueles que tinham sido educados como judeus no
conhecimento das escrituras mal podiam merece o nome de ignorantes(Tenney p.366) e “vosso fútil
procedimento”(1:14,18) pede um ambiente gentil”. G.E. Ladd, Teologia do Novo Testamento, Rio de
Janeiro, RJ, Juerp. 1984, p.594, diz: “A carta é dirigida aos peregrinos da dispersão, nas províncias da Ásia
menos(1:1), mas está claro que este são gentios(2:10,4:3);
38
Enio R. Mueller, 1 Pedro Introdução e Comentário, S.P., Vida Nova. 1991, p.30 citando Elliott diz” eram
os estrangeiro ( ) que, embora reside no lugar, não chegavam a ser consideradas cidadões
plenos”.
39
J.D. Douglas. M.A.,B.D, S.T.M., PhD, Novo Dicionário da Bíblia, SP Vida Nova. 1991, p.1250
61
menos proeminente na epístola. Há apenas uma referência explícita ao batismo (3:21), e
isso apenas num parêntese. Mas então qual é o propósito40 de I Pedro?
1) Encorajamento:
Torna-se imediatamente óbvio que as perseguições é que levaram esta epístola a ser
escrita. E o autor deseja inspirar e encorajar seus leitores em face das tribulações que
sofriam, preparando-os para testes ainda mais severos. Eles não deveriam perder de vista o
grande prêmio; através de seu grande amor e pureza deveriam avançar e pregar o
evangelho, provocando a admiração de seus adversários.
2) Ensino:
Esta epístola, apesar de visar, principalmente, o encorajamento dos crentes na
perseguição, aproveita para ensinar. Portanto ela tem um propósito didático41:
a) Ela vai ensinar que há uma esperança eterna que conduz a salvação da alma; ela se
alicerça sobre a redenção, e isso mediante a expiação pelo sangue de Cristo, e não devido a
méritos pessoais (cap.1).
b) Essa redenção faz do crente uma pessoa de “outro mundo” e o fato de sermos
perseguidos neste mundo o confirma. Devemos viver aqui neste mundo como peregrinos.
Até o próprio Cristo foi rejeitado e perseguido na esfera terrena (cap. 2).
c) Enquanto estivermos neste mundo, devemos viver uma vida padrão, exemplar.
Ensina o dever das esposas, dos maridos, servos, sobre o pecado, a prática do bem, os
deveres de uns com os outros (irmãos), os deveres dos ministros e vai ensinar também
sobre o sofrimento (tema que envolve toda carta): como sofrer, exemplos e esperança.
Portanto, só podemos concluir que esta é uma carta que o autor lembra os seus leitores
de sua nova vida em Cristo, incentivando e exortando-os a continuarem firmes na caminhada,
sem perder a esperança da glória, que é certa.
CIRCUNSTÂNCIAS:
Fica claro também que a situação dos destinatários era de perseguição, sofrimento,
“não de sofrimento físico, aflições físicas, mortes naturais ou acidentes nem um tipo de
tragédia ordinária que cerca os homens”, mas dos sofrimentos que os homens são chamados a
suportar por serem crentes”42 . Isto vemos claramente em:
1:6, onde diz que os leitores, no presente, são contristados por várias provações.
2:12, diz que os não cristãos (gentios) falam dos crentes como malfeitores.
2:20, os servos são afligidos por seus senhores não cristãos.
3:14 , não vos amedronteis com as ameaças.
3:16, estão falando contra vós outros, havendo os que “difamam o nome dos
cristãos”.
4:4, o tema da difamação volta.
4:12-9, é o texto que mais alude a conflitos e sofrimentos.
5:9, este sofrimento é experimentado por outros cristãos espalhados pelo mundo.
40
G.E. Ladd, Teologia do Novo Testamento, Rio de Janeiro, RJ, Juerp. 1984, p.594, diz: “A carta foi escrita
em parte substancial, para encorajar os cristão diante da perseguição nas mãos da população pagã”; M.
Pearlman, Através da Bíblia Livro por Livro, Florida EUA, Vida. 1991, p.323 diz: ”A carta foi escrita para
animar os fiéis a estarem firmes durante o sofrimento e levá-los à santidade”.
41
Ibid. p.550 diz: “Embora 1 Pedro tenha sido escrita para ir ao encontro de necessidade práticas, para
fortalecer os irmãos, e não para dar instruções doutrinária, ela foi corretamente chamada de epístola
doutrinária porque a vida cristão está baseada na fé cristã”.
42
G.E. Ladd, Teologia do Novo Testamento, Rio de Janeiro, RJ, Juerp. 1984, p.552
62
Pedro fala desse sofrimento que eles estão sofrendo nos cap. 1:6; 2:12; 3:14, e chama
atenção, por causa dessas pressões externas, dos crentes em ajudarem uns aos outros (2:17,38-
39; 4:8-10; 5:2,5). E no cap. 4:12-19, de maneira mais elaborada, trabalha o problema do
sofrimento e chama atenção de seus leitores para suas atitudes em meio ao sofrimento.
Como vimos, o sofrimento de I Pedro não são aflições naturais, mas sofrimentos que
os servos do Senhor são chamados a suportar por serem fiéis a Ele. Eles estavam sofrendo
perseguições. O tipo de perseguição seria uma perseguição ao cristianismo, com caráter
oficial ou local ?
A análise da questão tem levantado 3 posições entre os pesquisadores:
1) Uns têm dito que esta perseguição é uma perseguição oficial aos cristãos. Esta não
é aceita porque, a perseguição pressuposta em I Pedro parece não ter-se originado de uma
perseguição do cristianismo, por decreto imperial, pois tal perseguição, só teve lugar mais
tarde, o que implicaria na data e autoria da carta, se isso fosse verdade.
2) Outros acham que em I Pedro está se referindo de um lado, a uma perseguição
oficial, por outro lado uma perseguição menos intensa e que a solução é ler I Pedro como
uma composição de dois ou mais documentos, escritos em épocas separadas e reunidos
mais tarde, o que é bem improvável.
3) E outros que aceitam como não sendo perseguição oficial, mas sim, hostilização
de caráter mais local e circunstancial.
3.1) Os cristãos não se associavam aos vizinhos pagãos em sua idolatria,
bebedice e luxúria.
3.2) Não prestavam culto ao imperador, aos deuses locais, os patronos
(padroeiros) das várias localidades.
3.3) E o prejuízo que muitos comerciantes tinham, como o de Éfeso, por exemplo
(At.19:23-27).
3.4) Pelas suas reuniões secretas (festa do amor), onde eram denegridos e
acusados.
Por tudo isso eram chamados inimigos da raça humana e classificados como
assassinos, ladrões e algo mais. Assim eram ameaçados (3:14) e injuriados(4:14).
ESTRUTURA DA CARTA
I Pedro revela ser uma carta escrita para dentro de uma situação de conflitos, onde o
apóstolo demonstra quem os cristãos são em Cristo (1:1-12) e como devem viver, pois são
casa espiritual (2:5), povo de propriedade exclusiva de Deus (2:9), e devem viver em
santidade na vida (1:13-21) e no amor (1:22-25). São peregrinos em direção à sua pátria
celestial. Nesta caminhada eles devem nutrir-se da palavra de Deus (2:2), para serem
alimentados, guiados e fortalecidos.
1 – Faz exortação para a vida diária:
Na vida pública (2:11-2).
Nas relações de trabalhos (2:18-25).
No lar (3:1-7). Onde a palavra é o guia (3:8-12) Cristo é o supremo modelo
(2:21-5).
2 – Exorta na relação com os não cristãos (3:13-4:6):
Onde devem viver de forma respeitosa (3:13-17).
Onde Cristo é o modelo (3:18-22) que se deu em amor e assim são estimulados a
viverem pelo exemplo de Cristo.
3 – Exorta a viver entre os cristãos:
Devendo ser de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos,
misericordiosos, humildes, ter sempre uma boa palavra a dar (3:8,9).
Devem ser perseverantes nas orações (3:7; 4:7), cheios de amor fraternal uns para
com os outros (1:22; 2:2,17; 3:8), hospitaleiros (3:9).
63
Os que lideram devem ser igualmente modelos para os outros (5:3), pois os dons
que lhes dera é para servir uns aos outros.
4 – De 4:12-19, ele volta novamente ao tema do sofrimento.
5 – No cap. 5 dirige-se aos ministros e saudações finais.
Sendo que o tema é o sofrimento, eles deviam:
a) Regozijar no sofrimento por causa da salvação (1:1-12).
b) Sofrer por causa da justiça (1:13-3:22).
c) Sofrer com Cristo (4).
2 PEDRO
1) O que Sabemos
A carta em 3 capítulos e 61 versos.
Nesta carta Pedro está mais preocupado com os falsos mestres que estão negando a
vinda de Cristo. É uma carta breve, em que o apóstolo recorda que os falsos mestres estão
sempre rondando a Igreja; porém ela deve olhar para o futuro, animada pela certeza da
segunda vinda de Cristo.
2) Autoria
Falando de modo geral, estudiosos conservadores tem sustentado a autoria Petrina,
pelas seguintes evidências:
1) Evidência Externa:
a) Eusébio, Atanásio (298-37)
b) Jerônimo (340-420) diz que Pedro “escreveu duas epístolas que são chamadas
gerais”.
c) E a tradição atribui uniformemente a carta a Pedro.
2) Evidência Interna
a) A carta indica claramente que foi Pedro o autor.
b) Referenças históricas concretas sobre o autor:
b.1) O autor diz que o Senhor lhe revelara sua morte como estando próxima (1:14).
b.2) Afirma uma testemunha ocular da transfiguração (1:16-18).
b.3) O escritor diz que havia escrito outra carta ao mesmo destinatário (3:1).
3) Data
Se foi escrita pelo apóstolo, é provável que tenha sido escrita de Roma, pois aí é onde
a tradição situa Pedro em seus últimos dias. Esse lugar é favorecido pela seu relacionamento
com Paulo, pois ambos estiveram em Roma durante o reinado de Nero.
64
4) Local
A data do livro está entre a primeira carta (61-64) e a morte de Pedro, aparentemente
não muito antes de Pedro morrer, pois fala de sua morte iminente (1:14). A data é de 66 d.C.
5) Destinatário
Caso 3:1 seja referência a I Pedro, então a carta é dirigida às mesmas pessoas a que foi
escrita aquela epístola. “Aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do
nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (1:1).
7) Propósito
Estimular o crescimento cristão (Cap.1).
Combater o ensino falso (Cap.2).
Encorajar vigilância em vista da segunda vinda (Cap. 3).
8) Conteúdo
1) Introdução 1:1-2).
2) Exorta sobre o progresso do cristão (1:1-21).
a) Provisão (1:1-4).
b) Degraus (1:5-11).
c) Despertamento 1:12-21).
3) Menciona o perigo que representa os falsos mestres e os falsos profetas
a) Doutrina dos ímpios (2:1-3).
b) Juízo dos ímpios (2:4-11).
c) Engodo dos ímpios (2:12-19).
d) Recaída dos ímpios (2:20-22).
4) Fala do porvir
a) Advento de Cristo negado (31-7).
b) Advento de Cristo afirmado (3:8-10).
c) Advento de Cristo aguardado (3:11-18).
1 JOÃO
2) Autoria
A carta é atribuída a João, o discípulo do Senhor e autor do quarto evangelho e
denominado “apóstolo do amor”.
Evidência externa
a) Irineu (180).
b) Clemente de Alexandria (155-215).
c) Tertuliano cita 1 João e diz que foi apóstolo João o autor.
65
d) O Cânon Muratoriano (170).
Evidência Interna:
a) O autor é testemunha ocular (1:1-41; 4:14).
b) Há fortes ligações entre I João e o Evangelho de João.
b.1 – Semelhança de vocabulário e idéias: Veja que os mesmos temas prevalecem:
Luz-trevas, vida-morte, verdade-mentira, amor e ódio.
3) Data
Há indicações de que esta epistola fora escrita no fim da vida de João. Uma data entre
90-95 d.C. tem sido apontada como sendo a provável.
4) Local
A tradição relacionada a Irineu, Dioniso de Alexandria localizam João em Éfeso nos
últimos anos de sua vida. Papias e Policarpo, bispo de Esmirna, também indicam este lugar.
5) Destinatário
Aos que puderam ter comunhão conosco (1:3).
A primeira epístola não mencionam nenhum destinatário e não preserva nenhuma
saudação especifica, nem agradecimentos formais. Às igrejas da Ásia.
6) Propósito
O autor menciona quatro razões para escrever esta carta:
1) Aumentar o gozo (1:4).
2) Para guardá-los do pecado (2:1).
3) Adverti-los acerca dos falsos mestres (2:26).
4) Fortalecer a fé e dar-lhe certeza de vida eterna (5:13).
7) Particularidade
Esta pode ser chamada a carta das certezas. Começa com uma declaração positiva do
conhecimento pessoa de Cristo (1:1-3).
Sete casos importantes onde aparecem as palavras “sabeis” ou “sabemos”. Os crentes
sabem:
1) Que a vida reta indica regeneração (2:29; 5:18).
2) Que seremos semelhantes a Cristo quando ele vier (3:2).
3) Que Cristo veio tirar nossos pecados (3:5).
4) Que o amor fraternal indica que temos passado da morte para a vida (3:14).
5) Que ele vive em nós pelo Espírito (3:24).
6) Que temos vida eterna (5:13)
7) Que nossas orações são ouvidas (5:15).
8) Conteúdo
A) A comunhão Com Deus
1) A base da comunhão (1:1-4).
2) Condições para a comunhão (1:5-2:28).
* O problema do pecado (1:5-2:2).
* Obediência aos mandamentos (2:3-11).
* Amar a Deus e não ao mundo (2:12-17).
* Apego a verdade (2:18-28)
B) A Filiação Divina
66
1) A filiação e a justiça (2:29-3:20).
2) A filiação e o amor (3:10-24).
3) A filiação e a fé (4:1-6).
C) Resultados
1) Amor (4:13-21).
2) Fé 5:1-5).
A verdadeira vida:
1) Ela é Iluminada (1.5-2:17).
2) Ela é Guiada pelo Espírito (2:18-29).
3) Ela é Purificada (3:1-9).
4) Ela é Assegurada (3:10-4:6).
5) Ela é Caridosa (4:6-21).
6) Ela é Vitoriosa (5:1-13).
7) Ela é Confiante (5.16-21).
2 JOÃO
AUTOR: João
Evidência externa:
Papias 80-155, Irineu 140-205, Origines 185–253 apontam a autoria como sendo
joanina. Em momento algum qualquer das três epístolas é atribuída a alguém que não João
filho de Zebedeu.
DATA:
Parece melhor atribuir uma data no início dos anos 90 (90-94), pois elas vieram depois
do Evangelho de João que foi escrito nos anos 80-85.
LOCAL:
Éfeso tem sido o local mais indicado.
DESTINATÁRIOS
A segunda carta é dirigida “a senhora eleita e aos seus filhos, com quase toda certeza
uma respeitável senhora cristã e sua família, mas uma congregação local tem sido geralmente
apontada como sendo a destinatária
Todas as vezes que uma carta é escrita para alguém em particular é dado o nome desta
pessoa e dos que o saúdam, aqui o nome dos sobrinhos não são mencionados.
Alguns comentaristas dizem que João usou a expressão senhora eleita como disfarce
para uma comunidade, por razão de prudência em dias que era público e notório o ódio do
mundo que perseguia a Igreja.
As vezes a Igreja tinha alguns codinomes:
1) Israel no V.T. era chamado de virgem, a filha de Sião (Is.52:2).
67
esposa. (Is. 64.4,5).
2) N.T. Igreja Noiva de Cristo (II Co. 11:2).
Eleita (I Pe. 5:13).
Apocalipse foi escrito em código, símbolos, de modo que os cristãos do
primeiro século entendiam, enquanto que os de fora não entendiam (PEIXE).
A Tua irmã te saúda se refere a outra congregação, pois Igreja universal não tem irmã,
é única.
OBJETIVO
Alertar contra os perigos dos pregadores (enganadores) que não confessam Jesus
vindo em carne.
CURIOSIDADE.
Esta é uma carta que não menciona ninguém pelo nome a não ser Jesus.
Estas duas cartas de João são os documentos mais curtos do N.T., contendo apenas 300
palavras gregas as duas juntas.
CONTEÚDO
Saudação (1-3).
Recomendação: A doutrina pura deve ser recebida alegremente (4-6).
Exortação: Esta doutrina deve também ser conservada perseverantemente (7-11).
Conclusão e saudação (12-13).
3 JOÃO
AUTOR, DATA E LOCAL
É indeterminado o tempo exato e o local onde foram escritos, mas a opinião mais
aceitável é que estes 3 documentos foram escritos por João no início dos anos 90-95 e
provavelmente no mesmo local, Eféso
DESTINATÁRIO
Há uma diferencia de destino da Segunda para a terceira carta.
A Segunda é enviada a uma Igreja local (senhora eleita e seus filhos).
A terceira é enviada a um membro de uma Igreja local, chamado Gaio.
CONTEXTO
Com a Pax Romana o evangelho teve uma rápida propagação no 1º séc. e quando um
missionário chegava numa cidade, os hotéis e as pensões ficavam a pequena distância da
casas de má fama. As pensões eram sujas e infetadas de pulgas. Como resultado, era natural
que os cristãos, em suas viagens fossem hospedados pelos membros de Igrejas locais. No N.T.
há muitos sinais desse costume. Paulo foi hospedado por Júlio em Filipos (At. 16:5); Jason
em Tessalônica (At. 17:23); Filipe, o evangelista em Cesaréia (At. 21:8); Gaio em Corinto
(Rm. 16:23).
Contudo a hospitalidade estava exposta a abuso. Havia por um lado os falsos mestres,
que pousavam como cristão.
É contra este cenário de fundo que devemos ler as duas últimas cartas de João, pois
nelas há instruções a quem dar e a quem recusar acolhida.
Os verdadeiros devem ser bem recebidos e devem até receber ajuda para prosseguir
sua jornada, como convém ao serviço de Deus (III Jo. 6); enquanto que aos falsos não lhes era
dado este privilégio.
PROPÓSITO
Não podemos estudar estas duas cartas de João separadamente.
Pois o assunto particular tratado é a hospitalidade aos missionários em viagens
pregadores itinerantes.
A Segunda carta alerta contra os perigos dos pregadores (enganadores) que não
confessam Jesus vindo em carne.
Na Segunda a Igreja é advertida a não estender hospitalidade aos falsos mestres.
Na Terceira, agradecer a hospitalidade demostrada por Gaio. E adverte sobre certas
disputas dentro da Igreja. E de certos métodos ditadores e oposição à autoridade.
CONTEÚDO
Saudação (1-2).
Recomendação (3-8).
Condenação (9-11).
Recomendação (12).
Conclusão e saudações (13-15).
EPÍSTOLA DE JUDAS
1) Autoria
O autor se apresenta como Judas, servo de Jesus Cristo, mas é possível que Judas,
devido ao fato de não ter crido em Jesus antes, sentiu-se indigno de assinar a carta como
irmão de Jesus e irmão de Tiago, embora ele não indique a qual Tiago está se referindo, em
geral se aceita que esse deve ser o Tiago irmão de Jesus. Nesse caso Judas também é um dos
irmãos de Jesus (Mc. 6:). Parece que os irmãos preferiam se ver como servo de Cristo em vez
de declarar seu parentesco. Num espirito de verdadeira humildade cristã preferiram se colocar
na mesma posição de outros crentes em vez de assumir uma posição mais elevada.
69
Os seguintes pais atribuem a Judas, o irmão do Senhor: Tertuliano (197), Clemente de
Alexandria (200), Atanásio (366), Jerônimo (392) e o Cânon de Muratoriano (190).
2) Data
Geralmente se data Judas numa data próxima de 66 d.C. Guthier pensa numa data
entre 65-80.
3) Local
Não se pode afirmar com certeza, onde essa epístola foi escrita, mas o mais provável é
que o lugar seja Roma.
4) Destinatário
A carta é dirigida “aos chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo
(1:1). Essa saudação é bem genérica e pode ser aplicada a quaisquer cristãos. Provavelmente
essa epístola tenha sido verdadeiramente universal, não visando uma comunidade em
particular, pois se destinava à Igreja inteira, em todos os lugares. Sabemos que o autor tinha
em mente um público especifico (3), mas não pode dizer, com certeza, quais foram os
primeiros destinatários (leitores) desta carta.
5) Propósito
Defender o Evangelho (3).
Exortar os fiéis a permanecerem firmes (20-23).
7) Conteúdo
Introdução (1-2).
Motivo da Epistola (3-4).
Apostasia (5-7).
Os mestres apóstatas (8-19).
Exortação a perseverança dos crentes (20-25).
7) Peculiaridade
A carta apresenta um paralelo com 2 Pedro
APOCALIPSE
70
1) O Que Sabemos
1) Livro tem 22 capítulos e 405 versos
2) O livro é uno, coeso e se desenvolve gradualmente. Todas as partes estão
relacionadas entre si.
3) Revela um progresso gradual em ênfase escatológica, isto é, sua revelação é
progressiva. 4) O juízo final no livro está disposto de modo ascendente. Ex: o Juízo é
anunciado, depois introduzido, e finalmente descrito.
5) A estrutura do livro consiste de quadros em movimento e os detalhes que pertencem
aos quadros devem ser interpretado em harmonia com o seu pensamento central.
6) O livro está cheio de simbolismos e devem ser interpretados à luz de condições que
prevaleciam quando o livro foi escrito.
2) Autoria
O Apóstolo João, o discípulo amado.
Evidência externa:
Mileto, era bispo em Sardes (165 d.C.), uma das igrejas que recebeu Apocalipse afirma
que foi João, apóstolo.
Irineu (180) era de Esmirna, outra Igreja que também recebeu Apocalipse, e afirma ter
ouvido de Policarpo, que era discípulo do próprio João. E a tradição primitiva é confirmada
pelos pais do século III: Tertuliano, Hipólito e Origines. Todos estes autores atribuem
Apocalipse ao apóstolo João.
Evidência Interna:
O livro de Apocalipse afirma ter sido escrito por João (1:1; 22:8).
Ao dirigir-se a seus leitores ele se descreve como “irmão vosso e companheiro na
tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus” (1:9).
O autor, no entanto não faz nenhuma outra afirmação sobre si mesmo, e isso indica
que o autor era bem conhecido de seus leitores. E qual João teria sido melhor conhecido das
igrejas da Ásia Menor no final do século I do que o apóstolo João?
3) Data
No final do reinado de Domiciano (95/96).
4) Local (1:9)
Quando João escreve estas coisas ele estava na ilha de Patmos, na costa ocidental da
Ásia Menor, condenado por César Domiciano a trabalhar nas minas. Uma ilha rochosa e
escarpada com cerca de 10 quilômetros de largura por 15 de comprimento situada no Mar
Egeu a uns 65 km a sudoeste de Éfeso. A ilha era usada por autoridades romanas como local
para exílio (Origines diz que o próprio imperador condenou João ao exílio em Patmos). E
João diz qual o motivo para estar ali “por causa da palavra de Deus e do testemunho de
Jesus” (1:9).
5) Destinatários
A todos os crentes vivos da época de João, como uma resposta ao clamor, ao grito dos
crentes perseguidos e duramente afligidos, mas ainda a todos os crentes da presente
dispensação.
É o livro para todas as épocas. Mas é importante saber que ele foi produzido, antes de
tudo, para os crentes necessitados e sofredores do primeiro século.
6) Circunstância
71
O livro de Apocalipse está repleto de referências a eventos e circunstâncias
contemporâneos. Os crentes eram severa e amargamente perseguidos. Seu sangue estava
sendo derramado (6:10; 7:14; 16:6; 17:6; 19:2). Alguns desfaleciam nas masmorras escuras, e
outros à mercê do encarceramento (2:10). Sofriam fome, sede e toda sorte de privações
daquilo que é básico para a subsistência (6:8; 7:16). Outros tinham sido lançados às feras
selvagens (6:8). Muitos tinham sido decapitados (20:4). Em Pergamo, Antipas tinha sido
morto (2:13). João tinha sido banido para a ilha de Patmos (1:9) O governo romano
encorajava a perseguição; sua adoração ao imperador inspirava a falsa religião; sua capital
tornava-se o centro de luxurias (13:7,15; 17:18). Falsos mestres e seitas estavam confundindo
as igrejas (2: 2,14,20,24).
7) Propósito
Transmitir conforto à Igreja militante em seu conflito contra as forças do mal.
Encorajar os crentes perseguidos e em sofrimentos.
Apocalipse tem como propósito imediato o fortalecimento dos corações vacilantes dos
crentes do primeiro século. Fazer homens sábios para a salvação.
9) Curiosidades:
1) E o único livro da Bíblia que contém uma promessa especial aos leitores
obedientes (1:3). E ao mesmo tempo pronuncia uma maldição sobre os que
alteram seu conteúdo, (22:1,19).
2) Sete é o número dominante do livro. Este número aparece 54 vezes, e
indica o que é pleno, perfeito e completo.
a) O livro é endereçada a igrejas representada por 7 castiçais
b) Há 7 estrelas, simbolizando 7 anjos das igrejas.
c) Há 7 espíritos de Deus representados por 7 lâmpadas.
d) Há 7 selos e um cordeiro com 7 olhos e 7 chifres.
e) 7 anjos tocam 7 trombetas.
f) Outros 7 derramam o conteúdo de 7 taças cheias das 7 pragas finais.
g) 7 trovões.
h) A besta que sobe do mar tem 7 cabeças.
i) Há sete montanhas.
j) Há 7 reis.
3) Cristo é chamado de: Filho varão, Cordeiro, Cavaleiro, Alfa e Ômega,
Testemunha fiel.
4) Há uma conexão entre Gêneses e Apocalipse:
A Bíblia é toda ela uma história só. A última parte do ultimo livro da Bíblia soa como
o final da historia começada na primeira parte do primeiro livro.
A primeira palavra do Gênesis é:
“No principio criou Deus os céus e a terra” (Gn.1:1).
Uma última palavra de Apocalipse é:
“Vi novo céu e nova terra” (21:1).
Gênesis relata que Deus criou o céu e a terra. Apocalipse descreve o novo céu e a nova
terra.
GN: “Deus fez os dois grandes luzeiros (sol e lua são chamados a existência)” (1:16).
AP: “A cidade não precisa nem do sol, nem de luz, pois a glória de Deus a iluminou”
(21:23).
10) Conteúdo
Prólogo (1:1-20).
Mensagem às sete igrejas (2:1-3:22)
Uma visão dos céus (4:1-5:14).
Os sete selos (6:1-8:5).
As setes trombetas (8:6-11:19)
Sete sinais relevantes (12:1-14:20).
As sete taças (15:1-16:21).
O triunfo do Todo Poderoso (17:1-20:15).
Um novo céu e uma nova terra (21:1-22:5).
Epílogo (22:6-21).
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