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1111111111111111111111111111111111111111
Banca examinadora
•
FUNDAC~O GET0LIO VARGAS
ESCOLA DE ADMINISTRAC~O DE EMPRESAS DE S~O PAULO
Disserta,~o apresentada ao
curso de Pds Graduaçio da
FGV/EAESP, ~rea de Concen-
traçio: Organizaç5es, Re-
~ ~undação Getulio Vargas .': ...•
.;,'".,D'",.•••
'iGV d:CO&deAdminislrawo
Empresas de 5.10 Paulo
';..... . \.
,? ." cursos Humanos e Planeja-
mento Estratégico, como
requisito para a obten,~o
~ 1lllIIIlllililiillllllllf'
1199000859
de titulo
Adm ín í
de
s t r ac ão ,
mestre em
II'-lTF!ODLJÇí~O 1
2 " '")
r_ • A Organi2a~io do trabalho nos primórdios do ca-
p i t <3.1 i smo:: do P I.J. t ti ns '-out '-!;:,~j5 t ern" ao
11 ap <3:'- ec i'-
mento do sistema fabril 40
2.3. A organizaçio científica do trabalho 50
4. CONCLUS~O 108
Aos
INTRODUC~O
-
Embora ambas trabalhem com o mesmo tipo de ques-
~
(oes - o indivíduo~ o trabalho, a organizaçio - as conclu-
s5es a que ambas chegam sio muitas vezes, contraditórias.
Podemos verificar isto quarldo analisamos um importante pres-
suposto em várias áreas da teoria da organizações: o ideal
de eficiência num sentido amplo, aspirado por todas as or-
ganizaç5es, supõe que as pessoas tenham condições de traba-
lho satisfatórias e motivantes que, por sua vez, estimula-
riam boas performances e desenvolvimento pessoal. A partir
daí espera-se que as condições de trabalho mudem ao 10n90 do
tempo no sentido de tornarem-se cada vez mais satisfatórias
e motivantes. Uma importante pesquisa sobre condiç5es de
~\
t:
1. PRESSUPOSTOS TEdRICOS
6
'" r (~9 u "1 a ç: ã o ._.mu d <:"\ n ç: a r ad ica l " • A primeira está ligada com o
ponto de vista da filosofia da ci&ncia e o outro com uma vi-
são ampla da sociedade <teórico-social). (BurreI1 e Morgan,
l. 97'i, p ••i::!·--4)
. ,.~
Bu r r el I Morgan (1979) chamam a outra VJ.Se\O de
sociologia da mudança radical. Esta é caracterizada pela &n-
fase no processo e aspectos de mudança, mais que na estabi-
I o ad e ,
í A sociedade é considerada como sendo afetada por
oposi,ôes e conflitos de interesses entre grupos sociais e
classes, pela dominaçio dos diferentes grupos ou classes so-
bre os outros~ que sendo diferentes, possuem valores dife-
Os autores comparam as duas vis5es através do se-
e
fiJuint qu a dr o (p. j. 8):
mu d an c a r a d íc a l
0'( d em soe i ::11 conflito estrutural
c:on ~:;en jl,D modos de dominaçio
integraçâo socia"! e ajuste contradiçâo e conflito
s o l .i d a r íe d ad e e man c i p ac ~~o
satisfaçâo de necessidades
realidade (a que existe) potencialidade (aquilo que f
:i. (2
11 11
Breve hist6rico da Escola de Frankfurt
,"
designar através deste termo a instituciona-
dos trabalhos de um grupo de intelectuais marxistas~
nio ortQdoxos~ que na década de 20 permaneceram à margem de
c: 0'- :i, d e o 1 Ó9 i c a , ~;;e j a E: m ~;;u a '1 i n h a m i '1 i t a n t (~e p a 1" I: i d á, I" i ali.
(p ••l0)
lar o movimeni:o).
J··))E-~sde
l;;(~ITIP\·(;~ o Ll umí n smo , n o s en t do d e um pen···
í í
P ;.:\
ra a5 c: iê n c iasso c i a i ~5 t 01" n a 1-._.S e'-:i. a n e c E~s s ,,1 1- i o
um mét:o d o <·~.d:1.c::L on <:1.1 <:1.0 :i. c a
d ,':\ '1 ó:::J fo'(ITICl.l, <=11..1.0.' se c h am:::\
" 1ô~.J:i .-
c a ~!;ituac:ional"), também cb i e tí vo , p r e t eu d en do "a c omp r e en s âo
o!:J;ji:.:·tiv,·:\JI ,1 açf:(o foi ob J et va e ;:~.P·(Op·(i:i:l.d::;.
d o s f·,·:I.to~:;:: à ~".i·-· í
to d e ·"cr:(tica.'l
.. En quan t o <:;·~;t::':1.
~:;i:::Jn:i.t'ic<3.
pal",1.F'oppe'( a t"l.l·"·
sificaç~() de uma hipótese dada, através de dados empíricos
que demonstram o contrário ou devido à descoberta de erros
I ó~.:J :i. c o s no p 1" o c: (:O~ j!; ~:; o d e d u t :i. vo , })c r :I: I: ic <..•. 11 sí 9 n i t'i C a P a r :::l f!) dor'...
no e os teóricos da Escola de Frankfurt a aceitaçio da con-
tradiç50 p o trabalho permanente da negatividade, presente
em qualquer processo de conhecimento ..
Asp~ctos metodológicos
e ob.í et va s"
í n os p robl ernas r e lac on ad o s com
í i=o~::o~:;<3. 0.-e:':I01id,3.°0-
de . En foc:a r emo s as inc:ongruências e os conflitos entre a
realidade empírica e certas teorias sobre ela. t~I'::o :ion c on 00-
gruências e conflitos seria interpretados a partir de um
ponto de vista ideológico. Pretendemos uma validaçio para a
tese central de que parte significativa da teoria das orga-
nizações cumpre funções ideológicas e pode ser considera-
da como uma expressio da racionalidade atual e da necessi-
dade dos interesses dominantes em legitimar-se.
32
z ão téc:n:i.c<;1.".
(I"iar·cuse,J96!.5)
"O ~:; p r in c :I: p :i. os d a c:iin c i ,!\ mo d E~1- n a f o 1- ,!\ m E~~:;t li. cIa dos
."'":lo p·l":i.o·I":i.·"
d e modo a pc.d(~··I-(::"·11I s e rv ír de i n s tr ument o s c on c eí+
tuais para um universo de controle produtivo que se perfaz
o operaclonalismo técnico passou a corres-
ponder ao operacionalismo prático. O método cientifico que
levou à dominaçâo cada vez mais eficaz da natureza passou a
nec er
1~(Jr· tanto conceitos puros, como os instrumentos para a
dominação cada vez mais eficaz do homem pelo homem através
da dominação da natureza •.. Hoje a dominação se perpetua e
se estende nio apenas através da tecnologia, mas enquanto
tecnologia, e esta garante a formidável legitimaçio do poder
politico em expans~o que absorve todas as esferas da cultu-
ra. Nesse universo a tecnologia provi também a formidável
racionalizaçâo da nio-liberdade do homem e demonstra a im-
p o ~:>s :i. b :i. I i d a d €-~ }.' t éc n i c a n d E~ S er e 1e a u t.: i3 ri o mo E~ d (:-~ d E~I: E~r mi n a r
).Oli:e~::.ulta
da:í.qUE-~<1 c on c ep c ão de P\-odutivid<HIE~ Sl?~'-
(p .•2)
característica do
" pu t t i n ~.l·-·OUt .... t E-~m'" ,
~:;::J~:; fez desaparecer só um dos dois aspec-
tos do controle operário da produçio: o controle do produto.
O controle operário do processo de trabalho ainda continuava
t ot a 1 : o trabalhador era livre para escolher as horas e a
intensidade do seu trabalho e era proprietário dos seus ins-
trumentos se trabalho. Essa condiçio só lhe foi tirada pela
.
Qu\:\ndo ana 1 lsamos a evo I uçao'J
dos p r Ln cí pa is E:'nfo-
ques adotados com relaçio à organizaçio do trabalho ao 10ngo
do tempo, verificamos que estas propostas vio se alterando
de acordo com as modifica~5es do contexto econ8mico e polí-
t íc o , A cada tentativa do capital de controle e aumento da
corresponde um determinado contexto e um movi-
mento operário de reaçio. A busca de produtividade e reduçio
de custos de mio-de-obra, típicos do período de reconstruçio
da economia no pós-guerra, que desembocam na cronometragem,
no sal~rio por produçio, nos primios de rendimento e produ-
tividade, sio exarcebados nos anos cinquenta~ ainda marcados
pela busca dos tempos mortos, na simplificaçio do trabalho,
et c . Nos anos sessenta. a gestio entra na ordem do dia. O'"..,
59
ma.i ~:;.'-
'v' a 1. :i. <:t I" e "1 ;::1. t :i. v a" ::
necessl id ale
j I'
(amJem
4 ec on ôm i c <:i. ••
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J)
anv r s i.-:
I~ • • I
S(:~'9undoP(;:'l:i.::~,no
(i9B7), o fi1to qUi::: 1'II<3,:j,~:;va í ch arnar
a sua atençio ~ que a introduçâo da AME em alguns postos de
trabalho da fábrica, ao invés de superar a orsanizaçio do
trabalho do tipo fordista está, pelo contrário, reforçando-
c a r ac t e r í~;tI c a
J.I A
I-I
....•
a produçio de automóveis irá demandar
para frente uma mio-de-obra, no conjunto, mais qualificada,
em comparaçio com a situaçio que prevalecia na fase da tec-
nologia c on ve nc íon al v " (p.31)
Se entendermos qualificaçio como um conjunto de
habilidades adquiridas na prática e através da experiência~
ou adquiridas nas escolas e universidades ou em cargos ou
funç5es socialmente reconhecidos, parece-nos estranho afir-
mar que a qualificaçio da mio-de-obra do setor automobilís-
tico estará aumentando. Nio há o desenvolvimento de habili-
d a d (,,'s p ,,1, 'I" a, <1 p 'I" od l..I.ç: ~;(od e :::1.U. t omóv e i'::;'!'
m,·:\~·
sim d <':I. h ab i '1:i. d ad 0:
(? ) de vigiar um determinado conjunto de máquinas que, de·-
pendendo de sua programaçio, poderá produzir equipamentos
que o operário nem conseguirá identificar. O operário de
execuçio e manutençio transforma-se no operário de controle
que, no mínimo, está muito mais fragilizado frente ao capi-
tal, na medida em que n~o domina mais o saber necessário pa-
ra a produçio daquele bem específico.
~3 :t "
li soc :i. <1 i s d e mundo 0:::' a. 11 i d (;:'0 1 og i a ad m i n i ~;:.'-'
(p.82)
0- ~ 'o,
1:01'1 ( ao !I mesmo com a modelagem dos procedimentos de tra-
balho e das relaç5es de cooperaçio através da tecnologia, o
trabalhador sempre tem a oportunidade de cometer enganos,
o I dtO
produzir refugos, t r ab a 1 h a r aeSCUlca
o,
amen °e, crlar conflitos
disfuncionais na estrutura de cooperaçio e falhar de todas
::':\S mi;lo n (~? :io 1- ;':\S pos s 1. ve :i. s • /J ( p • 36 )
Sennett (:l.97(t)~
:1.(:)4
f~'1 p,:\r'tir'
do aument o d a ....
coIl1P(~têncj.a d al ón íc a" dos í
HI';:-1lI1:J
'c os d ,:I. or ~:.:J an :i. z ac \Ko, O~::· p)- (;.:'~;~;up :,:un o d e'-'
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