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METÁLICAS ESPACIAIS
Alex Sander Clemente de Souza1 & Roberto Martins Gonçalves2
Resumo
Este trabalho apresenta um estudo sobre as estruturas metálicas espaciais abordando
os seguintes aspectos: histórico, desenvolvimento, tipos, vantagens do sistema
tridimensional e comportamento estrutural. Atenção especial é dispensada às tipologias
de treliças espaciais mais comuns no Brasil, formadas por tubos circulares com
variações de inércia nas extremidades. A influência da variação de inércia nas
extremidades das barras no comportamento destes elementos isoladamente (resistência
à compressão) e comportamento global da estrutura, foi estudada via elementos finitos.
Descrevem-se vários sistemas de ligações patenteados utilizados em outros países e os
comumente usados no Brasil. Apresentam-se resultados experimentais e teóricos de
uma treliça espacial com dimensões em planta de 7,5 x 7,5m. Na análise teórica foram
consideradas variação de inércia nas barras e os efeitos não lineares físicos e
geométricos.
1 INTRODUÇÃO
Os registros mais antigos de estruturas espaciais datam dos séculos XVIII e XIX
na França e Alemanha, respectivamente. Em 1906 Alexander Graham Bell desenvolveu
um sistema de estrutura espacial pré-fabricado para construção de torres, trabalho este
que pode ser considerado pioneiro como projeto racional de estruturas espaciais.
Nos dias atuais o uso de estruturas espaciais está consagrado e vem crescendo
em todo o mundo. O fator mais importante do desenvolvimento das estruturas espaciais
foi o grande número de pesquisas, abordando diversos aspectos do seu comportamento e
projeto.
O Committee on Spacial Structures - ASCE (1972, 1976) reúne uma vasta
bibliografia contendo os principais trabalhos sobre estruturas espaciais até então
publicados.
O termo estrutura espacial é muito genérico, MAKOWSKI (1987) faz uma
subdivisão em três grupos: estruturas em cabos, estruturas laminares e estruturas
reticuladas, que são as mais utilizadas e nas quais estão incluídas as treliças espaciais,
objeto de estudo deste trabalho.
1
Prof. Adjunto do Centro Universitário de Lins, Aluno de Doutorado na EESC-USP, alexsander@fpte.br
2
Professor Associado do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, goncalve@sc.usp.br
a b
c d
Quanto à forma e tipo de apoio, são várias as possibilidades, os mais comuns são
apresentados na Figura 2.
a) c) e)
b) d)
Figura 2 - a) apoio direto no banzo inferior; b)pé de galinha; c) viga de transição; d)pé de
galinha com travejamento interno; e)apoio direto no banzo superior
3
LE-EESC: Laboratório de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos
EUROCODE (1992)
O EUROCODE 3 (1992) adota a filosofia de curvas múltiplas de flambagem e
apresenta um conjunto de 4 curvas que são representadas por uma formulação analítica,
sendo cada curva, diferenciada em função da forma da seção e do eixo de flambagem
pelo parâmetro α, que também considera os efeitos das imperfeições iniciais e tensões
residuais.
Estas curvas são as mesmas desenvolvidas pelo ECCS4, entretanto, apresenta
equacionamento um pouco diferente para o parâmetro de imperfeições iniciais.
A força normal resistente à flambagem por flexão é dada por:
χβ A Af y
Nb.Rd = γM1: coeficiente de minoração do
γ M1 material.
1 βA: fator que considera a flambagem
χ= ≤1 local dos elementos da seção.
2 0.5
φ + φ 2 − λ χ: fator que considera o efeito da
flambagem do elemento
(
φ = 0.5 1 + α λ − 0.2 + λ
2
) λ : esbeltez reduzida
λ 1 : esbeltez limite entre flambagem
β A Af y λ elástica e inelástica
λ= = (β A ) 1 2 Ncr: Força normal crítica elástica (Euler)
Ncr λ1
π 2E
λ1 =
fy
Os valores de α para cada curva são:
curva a b c d
α 0,210 0,340 0,490 0,760
NBR-8800 (1986)
A norma brasileira para estruturas metálicas, no item elementos comprimidos, é
baseada nas recomendações do EUROCODE e também adota as múltiplas curvas de
flambagem provenientes do ECCS, com a seguinte formulação:
N c = φρQA g f y φ: coeficiente de resistência do material.
4
ECCS – European Convention for Constructional Steelwork
β=
2λ
1
2 [1 + α λ −0,04 +λ ]
2 2 λ : esbeltez reduzida
fe= Tensão crítica elástica (Euler)
kL fy fy
λ= =
r π 2E fe
Os valores de α para cada curva são:
curva a b c d
α 0,158 0,281 0,384 0,572
AISC-LRFD (1994)
O AISC-LRFD adota uma única curva de flambagem independente da seção
transversal e eixo de flambagem. A equação desta curva foi estabelecida tomando
como base a curva 2 do SSRC5 e admitindo uma imperfeição inicial com valor máximo
de 1/1500 no meio do elemento. A expressão matemática da curva 2 do SSRC foi
modificada a fim de se obter uma forma mais simples.
f a = 0,658 λ Qf y
2
λ Q ≤ 15
,
0.877
f a = 2 Qf y λ Q > 15
,
λ
kL fy fy
λ= =
r π 2E fe
5
SSRC – Structural Stability Research Council
kL fy fy * fy
λ= = λ =
r π 2E fe f e*
fe = tensão de flambagem elástica fe* = tensão de flambagem elástica com
(EULER) variação de inércia (LUSAS)
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
Figura 6 - Gráfico (λ x ρ) com e sem variação de inércia, barra φ 88x2,65 (estampagem reta)
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
Figura 8 - Gráfico (λ x ρ) com e sem variação de inércia, barra φ 88x2,65 (estampagem nova)
0,8
inércia constante
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltezλ
0,8
inércia constante
inércia variável
0,6
0,4
0,2
0,0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
100
Normal resistente (kN)
inércia cont.
80 inércia var.
experimental
60
40
20
Índice de esbeltez λ
180
140
experimental
120
100
80
60
40
20
Índice de esbeltez λ
300
280
260
240 inércia cont.
220 inércia var.
Normal resistente (kN)
200
experimental
180
160
140
120
100
80
60
40
20
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Índice de esbeltez λ
Aparelho de
Reta Tradicional Nova apoio
Figura 15 - Modelos de estampagens ensaiados e aparelho de apoio
260 260
240 inércia const. f =245MPa 240 inércia const. f =245MPa
y y
220 inércia const. f =421MPa 220 inércia const. f =421MPa
y y
200 inércia var. f =245MPa 200 inércia var. f =245MPa
1,0
260
tubo seção const.
240 inércia const. f =245MPa
y
tubo estampagem reta
coeficiente de flambagem ρ
220 inércia const. f =421MPa
y 0,8 tubo estampagem trad.
200 inércia varf =245MPa
tubo estampagem nova
Normal resistente (kN)
y
180 inércia var. f =421MPa
y
160 experimental
0,6
140
120
100 0,4
80
60
40 0,2
20
0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
3.2.1 Nó típico
É o mais comum e também o que merece mais atenção quanto ao seu
desempenho dentre os sistemas de ligações brasileiros. A Figura 26 apresenta um
exemplo desta conexão em que oito barras com extremidades amassadas são unidas por
um único parafuso.
Figura 26 - Nó típico
3.2.4 Nó de aço
Dentre os sistemas de ligação apresentados, o nó de aço é o que tem melhor
desempenho, produzindo efetivamente um nó de melhor comportamento estrutural. A foto
da Figura 29 apresenta um nó de aço na estrutura.
Figura 29 - Nó de aço
As forças foram aplicadas nos nós do banzo inferior (4 nós ver Figura 31) por
meio de atuadores hidráulicos com pistão vazado da marca ENERPAC, modelo RCH com
capacidade de 300,0kN, para a medição das forças aplicadas utilizou-se células de carga
com capacidade de 300,0kN, fabricadas no LE-EESC.
Toda a instrumentação foi conectada a um sistema de aquisição automática de
dados, o SYSTEM 4000. A Figura 32 exibe uma visão geral do ensaio.
Para o caso de nós típicos não se pode determinar , com precisão , a rigidez do
trecho correspondente ao nó. Portanto, idealizou-se duas situações extremas:
- na primeira hipótese, o nó foi formada por uma barra equivalente com largura igual ao
tubo estampado e espessura igual a altura dos tubos superpostos na região da ligação.
Esta barra possui comprimento de 6,0cm a partir do PT ( eixo do parafuso) até o início do
trecho de seção variável.
- na segunda hipótese foi considerado o trecho nodal com a inércia correspondente
somente a um tubo com a extremidade estampada.
Entre esses dois extremos foram feitas análises intermediárias com inércia do
trecho nodal equivalendo a 5% e 10% da inércia do nó formado por superposição dos
tubos.
440 NOTAS
400
Linear 1 I =100% - inércia do trecho nodal
360 NLG - I=100% correspondente a inércia da seção
Força aplicada (kN) 320 NLG - I=10%
280 NLG - I=5% formada pela superposição de todas
240 NLG - I=tubo as barras estampadas concorrentes
Experimental
200
no nó.
160
120
2 I = 10% e I=5%- porcentagens
80 relativas à inércia da seção definida
40
em 1.
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 3 I = tubo - inércia do trecho nodal
Deslocamentos verticais (cm) correspondente à inércia da seção
formada pelo tubo com extremidade
estampada.
Figura 35 - Deslocamentos verticais máximos
160 160
140 140
Força aplicada (kN)
120 120
100 100
80
barra 15 - exp.
80
barra 11 - exp. barra 16 - exp.
60 60 teórico - NLG
barra 13 - exp.
40 teórico - NLG 40 teórico - ideal
téorico - ideal 20
20
0
0
0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -350 -400 -450 -500 -550
0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -350 -400 -450 -500
ε(µε)
ε(µε)
180 180
160 160
140 140
Força aplicada (kN)
100 100
80 80 barra 5 - exp.
barra 3 - exp.
barra 6 - exp.
60 barra 4 - exp. 60 teórico - NLG
teórico - NLG
40 teórico - ideal
teórico - ideal 40
20 20
0 0
0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -350 -400 -450 -500 -550 -600 -650 0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 -350 -400 -450 -500 -550 -600 -650
ε(µε) ε(µε)
160 160
140 140
120
Força aplicada (kN)
120
Força aplicada (kN)
100 100
80 80
60 barra 1 - exp.
60 barra 12 - exp.
40 barra 14 - exp. 40 barra 2 - exp.
teórico - NLG 20
teórico - NLG
20
teórico - ideal téorico - ideal
0 0
-20 -20
0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 250 300 350
ε(µε) ε(µε)
6 CONCLUSÕES
7 BIBLIOGRAFIA
AMERICAN IRON AND STEEL INSTITUTE (1991). LRFD - Load and resistance
factor design specification for cold-formed steel design manual. Washington, DC.
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22 Septiembre 1995. Memórias. Tucumám, ASAIE/ Laboratório de Estructuras - FCET
- UNT. v.4, p.507-518.
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MURTHA-SMITH, E. ; HWANG, S.H. ; CHOU, Y.H. (1993). Space truss testing. In:
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1993, Proceedings. London, Thomas Telford. v.1.